OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
A CANÇÃO COMO RECURSO MEDIADOR PARA O ENSINO-
APRENDIZAGEM DA LEITURA E SUAS INTERAÇÕES SOCIAIS
Autora: Olga Kirylko1
Orientador: Vladimir Moreira2
Resumo
Neste artigo apresentamos uma proposta de análise linguístico-discursiva, leitura e interpretação da canção em sala de aula. Dentro da perspectiva da Análise do Discurso francesa, ao dialogar com a linguística textual, trazemos o gênero canção, observando seus aspectos textuais e musicais na tentativa de compreender os sentidos produzidos nesta relação intrínseca (texto e melodia). Em termos teóricos metodológicos, o trabalho foi embasado em Mikhail Bakhtin, fundamentalmente, ao princípio desse autor que propõe em seu percurso teórico que “cada gênero do discurso, em cada campo da comunicação discursiva, tem a sua concepção de destinatário que o determina como gênero” (BAKHTIN, 2011, p.301). Na segunda parte, apresentamos o nosso corpus, canções pertencentes a alguns estilos musicais (MPB) com suas respectivas análises; as contribuições teórico-analíticas nos dão o suporte necessário para compreendermos e investigarmos possibilidades de interpretação deste objeto que, para nós, é uma fonte inesgotável de estudo. Para concluir, fazemos as considerações finais observando como se dá a aplicabilidade deste estudo com alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a necessidade dele para o desenvolvimento e crescimento cultural, intelectual e artístico dos educandos.
Palavras-chave: leitura, canção, interpretação, multiletramento.
1. Introdução
A produção didático-pedagógica empregou o gênero canção na disciplina de
Língua Portuguesa, podendo servir de guia, roteiro e atividades para TV Pendrive,
constituída como uma Unidade Didática que foi desenvolvida com alunos da
Educação de Jovens e Adultos do Colégio Estadual Unidade Polo, Ensino
Fundamental e Médio, localizado à Rua Pavão, 831, Centro, Arapongas – PR.
1 Especialista em Língua Portuguesa pela UEL, possui graduação em Letras Anglo-Portuguesas pela
FAFICLA – Arapongas – PR, professora PDE 2014 pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) , professora do Quadro Próprio do Magistério da Rede Pública do Estado do Paraná de Língua Portuguesa no Colégio Estadual Unidade Polo, modalidade EJA e Língua Inglesa no Colégio Estadual Marquês de Caravelas, Ensino Fundamental e Médio em Arapongas – PR. Contato: [email protected] 2 Doutor em Semiótica e Lingüística Geral pela Universidade de São Paulo, Mestre em Língua
Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com especialização em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Londrina e graduação em Licenciatura Plena Em Letras Vernáculas e Clássica pela Universidade Estadual de Londrina. Atualmente é professor titular da Universidade Estadual de Londrina. Contato: [email protected]
As canções selecionadas sobre temas de questões sociais para essa
produção foram: Planeta Água - Guilherme Arantes, Comida - Titãs, Violência - Titãs,
Muros e Grades - Engenheiros do Hawaii, Planeta Azul - Chitãozinho e Xororó,
Planeta Sonho - Gian e Giovani, O sal da terra - Roupa Nova e Ivete Sangalo; com
objetivo de levar o educando a refletir sobre os temas das canções de maneira
efetiva para auxiliar no desenvolvimento das habilidades de leitura, compreensão,
análise da estrutura linguística e na produção dos textos propostos.
De acordo com DCE EJA (2006), a escola tem um papel fundamental na
socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à
emancipação e à afirmação de sua identidade cultural. As metodologias do ensino
devem ser um meio e não um fim para se efetivar o processo educativo, por isso, a
escolha do gênero canção, como diálogo e seleção dos saberes e das práticas
pedagógicas na busca de conteúdos significativos. Tal procedimento vem ao
encontro da proposta de Freire (apud DCE EJA):
“A necessidade de uma pedagogia libertadora implica superar uma tradição pedagógica mecanicista e apolítica do processo de conhecimento na escola, uma vez que percebe e valoriza as diversidades culturais dos educandos como parte integrante do processo educativo”. (FREIRE apud DCE EJA, 2006, p.40)
O emprego do gênero canção foi uma forma de despertar nos alunos o
interesse pela leitura crítica e interpretativa, capaz de torná-los leitores socialmente
ativos. Para tanto, fez-se necessário buscar subsídios em meio tecnológico de textos
variados, como canções, ampliando o universo de conhecimento.
Optou-se por videoclipes de canções com imagens que tratem de temas
sociais, para que os alunos pudessem refletir sobre a língua portuguesa e
desenvolver sua criticidade. Contudo, para propor uma pedagogia dos
multiletramentos, salienta Rojo (apud ROJO et al, 2013):
“O novo alunado trouxe para as salas de aula práticas de letramento não valorizadas e não reconhecidas pela escola. Além disso, as exigências das práticas de letramento da sociedade urbana contemporânea também mudaram, exigindo novas competências e capacidades de tratamento dos textos e da informação”. (ROJO apud ROJO et al, 2013, p.38)
As novas práticas de letramento relacionadas a mídias como instrumento de
leitura crítica para introduzir questões no processo educacional estão ligadas a um
contexto de lazer e entretenimento, que passam imperceptivelmente para a sala de
aula. E, aproveitando essa expectativa positiva de atração do aluno para o tema em
questão, o vídeo combina a comunicação sensorial-cinestésica com a áudio-visual, a
intuição com a lógica, a emoção com a razão, para atingir posteriormente o racional.
Assim, os objetivos da leitura são elementos que devem ser levados em conta
quando se trata de ensinar os alunos a ler e a compreender. Nesta compreensão
intervém tanto o texto, sua forma e conteúdo, como o leitor, suas expectativas e
conhecimentos prévios, enfim, envolver-se em um processo de previsão e inferência
contínua. Para explicar o contínuo que se estabelece entre aprender a ler e ler para
aprender é necessário ser tratada a questão da aprendizagem significativa e,
segundo Solé (2009, p. 46), “Quando a leitura envolve a compreensão, ler torna-se
um instrumento útil para aprender significativamente”.
2. Referencial Teórico
Este artigo tem a finalidade qualitativa de base interpretativa de uma
pesquisa-ação preocupada com o desinteresse dos alunos no que se refere à
leitura. E a leitura, por ser elemento fundamental do processo de ensino, é um
poderoso meio para a compreensão e transformação da realidade.
De acordo com Bakhtin (2011, p.261), todos os diversos campos da atividade
humana estão ligados ao uso da linguagem e compreende-se perfeitamente que o
caráter e as formas desse uso sejam tão multiformes quanto os campos da atividade
humana. E, segundo Silva (1998, p.67), compreensão é projeto, é um modo de
existir no mundo, interpretação é trabalho de se descontextualizar e recontextualizar
um objeto com o interesse de aprendê-lo e compreendê-lo.
O sentido de um texto é a possibilidade que ele oferece ao leitor de superar-
se, é o momento pedagógico de uma leitura. O homem encontra significados para a
sua existência à medida que se projeta no mundo, buscando a compreensão de si,
dos outros, das coisas, a partir de suas experiências prévias de mundo.
Na visão de Kleiman (2013, p.23), a compreensão de um texto envolve
complexidade, tanto conhecimento textual, como conhecimento linguístico, formam
parte do conhecimento prévio, e a ativação do conhecimento de mundo, pode ser
adquirido formalmente ou informalmente, necessários para o sentido do texto.
Da mesma forma, Liberato e Fulgêncio (2007, p.13) defendem que “o leitor
procura construir um sentido para o texto. A compreensão de textos é um processo
complexo em que interagem diversos fatores como conhecimentos linguísticos,
conhecimento prévio a respeito do assunto do texto, conhecimento geral a respeito
do mundo, motivação e interesse na leitura, entre outros”.
A prática de leitura é indispensável para o ser humano, pois a leitura em seu
processo ativa esquemas mentais, quando ocorre a formação do conhecimento
prévio, ampliando, modificando e permitindo a produção de sentidos e, dessa forma,
o surgimento de interpretações e formas diferentes, por meio do espaço discursivo
criado pela interação entre autor e leitor.
Estudos cognitivos da leitura permitem-nos entender que quando há o prazer
intelectual da leitura, todas as contribuições são necessárias para dar conta da
infindável tarefa de formar novos leitores, apaixonados pela leitura. E, conforme
Kleiman:
“[...] isto não quer dizer que compreender um texto escrito seja apenas considerá-lo um ato cognitivo, pois a leitura é um ato social, entre dois sujeitos – leitor e autor – que interagem entre si, obedecendo a objetivos e necessidades socialmente determinados [...]” (KLEIMAN, 2013, p.12)
Isto sugere que a leitura deve ser tratada em um novo contexto teórico que
considera práticas sob um aspecto crítico e voltado para atividades sociointerativas
e no contexto de interpretação ligado à realidade sociocultural.
De acordo com Kleiman (1995, p.20), “o fenômeno do letramento, extrapola o
mundo da escrita tal qual ele é concebido pelas instituições que se encarregam de
introduzir formalmente os sujeitos no mundo da escrita. Pode-se afirmar que a
escola é a mais importante das agências de letramento”. Desta forma, o letramento
é também um conjunto de práticas sociais que usam a escrita e a tecnologia em
contextos específicos para objetivos específicos.
E como a linguagem está em todos os campos da atividade humana, em
diferentes formas de uso, pode variar de acordo com diferentes esferas. E cada
esfera tem uma forma específica de atuar com a linguagem, um gênero diferente de
discurso, que segundo Bakhtin:
“Cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciado, os quais denominaremos gêneros do discurso”. (BAKHTIN, 2011, p.262)
Os gêneros do discurso ou enunciados oral ou escrito, primário e secundário
e também em qualquer campo da comunicação discursiva é individual e por isso
pode refletir a individualidade do falante (ou de quem escreve), isto é, pode ter estilo
individual. De acordo com Bakhtin (2011, p. 265), “a língua passa a integrar a vida
através de enunciados concretos; é igualmente através de enunciados concretos
que a vida entra na língua”.
A exposição oral deve ser tratada como objeto de ensino de expressão oral e
instrumento privilegiado de transmissão de diversos conteúdos. A exposição fornece
um instrumento para aprender conteúdos diversificados, mas estruturados graças ao
enquadramento viabilizado pelo gênero textual canção. Atividades em torno da
língua e de suas marcas, tais como nominalizações e conectivos, que permitem
orientar, reformular, exemplificar, citar, responsabilizar-se pelo discurso.
De acordo com DCE EJA (2006), a escola tem um papel fundamental na
socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à
emancipação e à afirmação de sua identidade cultural. As metodologias do ensino
devem ser um meio e não um fim para se efetivar o processo educativo, por isso, a
escolha do gênero canção, como diálogo e seleção dos saberes e das práticas
pedagógicas na busca de conteúdos significativos.
Nesse sentido, nossa proposta parte de textos constituídos numa orientação
de multissistemas, ou seja, envolvendo tanto aspectos linguísticos como não
linguísticos no seu processamento (imagem, canção, poesia), tornando o texto
multimodal. Sobre o processo de criação artística, Bakhtin (apud GONÇALVES e
PINHEIRO, 2011, p.132) afirma que “o caráter iminentemente social da arte e a
importância da consideração do autor, do herói e do ouvinte como fatores
constitutivos essenciais da obra artística”. Neste processo, o aluno trabalha a poesia
de forma singular com a linguagem em tempo e espaço determinados.
A definição de texto de Beaugrande (apud MARCUSCHI, 2008, p.80) assim
expressa: “É essencial tornar o texto como um evento comunicativo no qual
convergem ações linguísticas, cognitivas e sociais”. O texto é visto como um sistema
de conexões entre vários elementos, tais como sons, palavras, enunciados,
significações, participantes, contextos, ações, etc. Sabe-se que as atividades
comunicativas são uma das formas de organização da sociedade e condicionam boa
parte das demais ações praticadas em sociedade. O homem pode modificar o
mundo por meio do uso de ferramentas e acredita-se que tal transformação ocorre
por meio da instrumentalização da linguagem, para construção do conhecimento e
de uma cidadania consciente pela formação do indivíduo.
3. Metodologia
As atividades foram desenvolvidas em uma unidade didática, dividida em sete
partes listadas a seguir:
3.1 Primeira parte
Constituída de um questionário inicial a respeito do gênero canção e pesquisa
em laboratório de informática.
3.2 Segunda parte
Apresentou-se a sala o vídeo e letra da canção “Planeta Água” do cantor e
compositor Guilherme Arantes. Os alunos foram organizados em pequenos grupos
para possibilitar diálogos e posicionamentos contra ou a favor sobre as ideologias
presentes na canção. Trabalhou-se a estrofe “Gotas de água da chuva, Tão triste,
são lágrimas na inundação” com questionamentos. Porque as gotas de chuva, são
lágrimas?
3.3 Terceira parte
Foi apresentado o vídeo e letra da canção “Comida” da Banda de Rock
Brasileira Titãs, dividiu-se a turma em dois grupos para discussão de necessidades
vitais, e envolvendo a norma culta e coloquial a partir do texto. Foi comentada a
importância da leitura das canções ou poesia e que atribuir sentidos ao texto é ir
além do que está escrito, é relacioná-los às experiências vividas, através da poesia.
3.4 Quarta parte
Foi utilizada a canção “Violência” da Banda Titãs e a canção “Muros e
Grades” dos Engenheiros do Hawaii, apresentadas aos alunos em vídeos on-line
retirados do Youtube, foi promovido um debate com o questionamento: A sociedade
inteira é culpada direta ou indiretamente pela violência?
3.5 Quinta parte
Apresentou-se a canção “Planeta Sonho” do grupo 14 Bis e utilizada a
metodologia do circulo para a reflexão da letra e estudo de versos da canção,
semelhança entre poesia e canção. Foi criado um “Cantinho da Poesia” onde os
alunos puderam expor suas produções.
3.6 Sexta parte
Foi apresentada a canção “O Sal da Terra” de Beto Guedes e Ronaldo
Bastos, por meio de vídeo do Youtube e letra da canção. Foi também exibido o filme
"O Sal da Terra” (2014) que descreve a trajetória do renomado fotógrafo brasileiro
Sebastião Salgado, que documentou imagens de várias partes do mundo, retratando
a fome, os êxodos, guerras e destruição no planeta. A atividade se constituiu em um
debate proposto sobre a relação que existe entre a canção e o filme. Os alunos
trabalharam as frases: Vamos precisar de todo mundo. Tempo... quero viver mais
duzentos anos. Com a finalidade de produção de texto.
3.7 Sétima parte
Apresentou-se o vídeo e a letra da canção “Planeta Azul” de Chitãozinho e
Xororó, foi feito um apelo para que as ambições humanas não destruam
completamente o meio ambiente. Após a leitura do texto “Quase 40% da água
tratada no Brasil é desperdiçada”. No trabalho para os alunos foi mencionado o “Dia
Internacional da Água” 22 de Março e propiciou debate e reflexão sobre o tema
”Conscientização Ambiental”, visando proporcionar mudanças de posturas da
sociedade em relação ao meio ambiente, em especial à água.
4. Análise e discussão
A necessidade de trabalhar o gênero canção na sala de aula é fundamental,
pois trata-se não apenas do desenvolvimento da produção de texto, conhecimento
de gênero e apreciação musical (letra e melodia), mas promover no educando a
sensibilidade das emoções, tornando-os mais críticos e sensíveis às questões
ambientais e sociais presentes no cotidiano. Neste sentido, aplicou-se o questionário
e, através das tabelas abaixo, foi possível analisar a evolução da compreensão dos
alunos acerca do trabalho empregado em sala de aula (ver tabelas 1, 2, 3, 4, 5 e 6).
O questionário inicial foi aplicado no primeiro dia do projeto com a finalidade
de coletar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o gênero canção, e o
questionário final foi aplicado após trinta e duas horas de estudos do gênero canção,
após os alunos realizarem estudos em sala de aula e pesquisas na internet.
Tabela 1 - Questão 01- Você sabe o que é uma canção?
Alunos Questionário inicial Questionário Final
A1 Canção é uma música Canção é uma composição musical para a voz humana, Escrita normalmente, sobre um texto, acompanhada por instrumentos musicais
A2 Canção é música Canção é música e poesia.
A3 Composição musical Composição musical, um texto colocado em música. Pode ser cantada por uma ou mais vozes.
A4 É uma música para ser ouvida para trazer lembranças.
Canção é uma composição musical, escrita normalmente em forma de poesia e acompanhada por instrumentos musicais.
A5 Canção é uma música Composição musical, verso ou prosa, versos de poesia.
Fonte: da autora
Na tabela 01, no questionário inicial, todos os alunos responderam que a
canção é uma música. Percebe-se que houve mudança significativa no questionário
final, aplicado após estudos e pesquisa, quando os alunos perceberam que além da
reprodução vocal, acompanhada de um instrumento, há necessidade de uma
composição, de uma letra, seja advinda de um texto poético ou de um texto criado
juntamente com a melodia pelo compositor musical. A música no contexto escolar,
defendida nas DCEs de Arte e Artes (2006), objetiva a educação dos sentidos e não
está dissociada do lugar onde é composta e interpretada, nem está desarticulada
dos valores de um determinado grupo social.
Tabela 2 - Questão 02 – O que você sabe sobre o gênero Canção?
Alunos Questionário inicial Questionário Final
A1 É um verso e uma prosa literária, rimas, estrofes, refrão.
O gênero canção tem como objetivo fazer da língua um instrumento artístico capaz de tocar a sensibilidade do destinatário, é constituído de versos agrupados em estrofes e se caracteriza pelo ritmo, rimas e refrão.
A2 Ao vários tipos, diferentes letras e ritmos.
É uma música culta, caracterizada pela simetria e equilíbrio sonoro.
A3 O gênero canção são instrumentos e a combinação de sons e temos várias.
O gênero corresponde a um texto escrito com versos ou em prosa. Temos top Brasileira, top rock, top top, top reb/soul, clássica, country, eletrônica, gospel, infantil.
A4 É cantada por pessoas, é um verso, um refrão.
O gênero canção é um texto escrito em verso e prosa destinado ao canto. E tem como objetivo fazer da língua um instrumento artístico capaz de tocar a sensibilidade do destinatário.
A5 O gênero canção são músicas cantadas (conteúdo sacro, romântico, rock, etc.)
Gênero canção versos com estrofes ou prosa tendo como características a melodia e harmonia.
Fonte: da autora
Na tabela 02, que questiona sobre o que são gêneros, percebe-se que os
alunos compreenderam que não é possível separar o poema da música, no caso
gênero canção, o trabalho de um sobre o outro é constante e bilateral. E ainda,
segundo Gada (2005) “o gênero canção, como gênero textual que envolve um
elemento linguístico (verbal) e dois extralinguísticos (melodia e ritmo)”.
Tabela 3 - Questão 03 – Qual é a organização textual de uma canção?
Alunos Questionário inicial Questionário Final
A1 Ritmo, harmonia, sintonia e melodia
É um texto escrito em verso ou prosa. Os versos agrupados em estrofes, com refrão e é caracterizado pelo ritmo.
A2 Um poema Versos, estrofes e refrão
A3 Poema e canção são bastante semelhantes, muitas são constituídas de versos.
Geralmente vem em versos, rimas e refrão. É no ritmo que a canção se distingui do poema,
A4 Versos, refrão, ritmos É um texto escrito em verso e prosa. Constituído de versos agrupados em estrofes com refrão e é caracterizado pelo ritmo.
A5 Versos, rimas Versos, estrofes, rimas e trocadilhos.
Fonte: da autora
Na tabela 03, que aborda sobre a organização textual, o estudo quanto à
organização textual da canção é relevante, também foi possível perceber pelo
questionário final que os objetivos propostos foram alcançados e percebeu-se que o
letramento para a organização do texto canção foi satisfatório e corroborado por
Bakhtin (apud Marcuschi, 2008, p.72) quando cita que: “pode-se afirmar que o texto
é uma (re) construção do mundo e não uma simples refração ou reflexo”. Ou seja, a
linguagem “refrata” o mundo e não reflete, e também podemos afirmar do texto que
ele refrata o mundo na medida em que o reordena e reconstrói. Ao estudar os textos
do gênero canção como entidade comunicativa para se formar uma unidade de
sentido, tanto texto oral como texto escrito são duas modalidades discursivas
igualmente relevantes e fundamentais.
Tabela 4 - Questão 04 – Já leu letras de canção? Acha que seria um exercício interessante?
Alunos Questionário inicial Questionário Final
A1 Já li e acho interessante Sim, Li e acho que é um ótimo exercício para se conhecer o que o compositor quer passar na letra da canção. Isto quer dizer que devemos fazer a leitura significativa.
A2 É muito importante ler, entender, aprender várias para a vida.
Sim, sempre leio as músicas quando a professora entrega a letra, sou surda, mas leio e acho fácil ler e entender.
A3 Sim, muito interessante entender o que fala a música.
Sim, sempre leio e acho um exercício interessante porque as letras nos ensinam como amar mais, respeitar mais, ter mais esperança, mais compaixão, como ser mais perseverante e também e também ajuda a espantar a tristeza. Enfim, ler e entender e ser uma pessoa melhor.
A4 Sim. Porque aprendemos a compreender os detalhes de uma canção.
Sim. Leio letras de músicas, as letras nos levam a raciocinar melhor os fatos.
A5 Sim O exercício é interessante porque muitas vezes trata de assuntos do nosso cotidiano.
Fonte: da autora
Na tabela 04, foi analisada a importância do gênero canção e observou-se
que os alunos, ao abordar a escuta da canção, faziam uma interligação entre o texto
(e suas significações) e a música (e seus sentidos). Como citou Kleiman (2013,
p.23), a compreensão de um texto envolve complexidade, tanto conhecimento
textual como conhecimento linguístico formam parte do conhecimento prévio e a
ativação do conhecimento de mundo pode ser adquirido formalmente ou
informalmente, necessários para o sentido do texto.
Questão 05 – Porque o gênero canção é importante na sociedade?
Alunos Questionário inicial Questionário Final
A1 Porque é uma forma de cultura e expressão de uma sociedade.
Cultura, entretenimento, terapia, orientação e estudo significativo da letra.
A2 Importante mostrar para as pessoas e acreditar na conscientização dos problemas.
É do conhecimento geral que a música tem grande poder sobre as emoções, mudanças de atitudes, como na preservação do meio ambiente. Como estudamos nas letras das canções.
A3 Porque faz as pessoas se unirem numa só voz. A se respeitarem, a serem mais pessoas.
Através da música aprendemos sobre a fome, a violência, a falta de água, sobre a miséria. São vários problemas que o país enfrenta desde a década de 80. Vimos através da música que até os dias de hoje nada mudou para melhor. Os problemas continuam cada vez pior.
A4 A música tem o poder de influenciar a sociedade. Tanto para o bem como para o mal. Ela vem desde os tempos antigos, cada sociedade que nasce no seu tempo, nasce um novo estilo de música.
Através de outras músicas a sociedade contempla os problemas sociais, como a fome, a miséria, a violência e o desperdício de água.
A5 O gênero é importante para a sociedade quando traz ensinamento,
Porque através da música pessoas são alertadas para muitos problemas, perigos. Mas tem músicas que não valem nada para a sociedade.
Fonte: da autora
Na tabela 05, a análise constitui-se na mediação entre sujeito e mundo, entre
imagem e objeto, a mediação que autoriza a ficção e a reinterpretação do mundo
atual e dos mundos possíveis, enfim, da forma às experiências humanas.
Beaugrande (apud Marcuschi, 2008,p.80) expressou: “É essencial tornar o texto
como evento comunicativo no qual convergem ações linguísticas, cognitivas e
sociais”. O texto (canção) é visto como um sistema de conexões entre vários
elementos, tais como sons, palavras, enunciados, significações, participantes,
contextos, ações sociais.
Tabela 6 - Questão 06- Como é realizado o trabalho com a música na sua escola?
Alunos Questionário inicial Questionário Final
A1 Não temos trabalho com a música na minha escola. O que é uma pena, pois é uma ótima forma de aprendizado.
Através de vídeos, cópias de letras para leitura e interpretação, YouTube on line, falada e escrita.
A2 Nunca fiz A professora explicou a história da música (letra), dava papéis com as músicas para ler e entender.
A3 Começou agora o trabalho realizado com a música. E estou gostando muito,
Através da leitura de textos das músicas e depois vídeos pelo celular, pois muitas vezes a escola estava sem acesso a internet.
A4 Só na aula de Língua Portuguesa da professora Olga que ouvi música.
Realizamos na sala de aula, assistindo vídeos no celular e na TV Pendrive. Lemos as letras e fizemos debate em circulo. Fizemos música e cantamos.
A5 Na minha escola nunca foi trabalhado a música.
A professora de Português está mudando isso e estamos entendendo um pouco mais sobre esse assunto que é um meio de comunicação do povo. E é importante estudar sobre a economia da água, fome violência através das músicas e assistir pelo Youtube.
Fonte: da autora
A Tabela 06 mostra os questionamentos dos alunos sobre a utilização da
música no espaço escolar, onde eles estão inseridos. Pode-se constatar que a
música ou o gênero canção se faz pouco presente em sala de aula, apesar da
recomendação dos PCNs de que os livros didáticos contemplem grande variedade
de gêneros textuais, a canção entre eles. Percebeu-se a necessidade de novas
práticas pedagógicas com as tecnologias. O que vem ao encontro com a proposta
dos multiletramentos de Rojo (apud ROJO et al, 2013): “O novo alunado trouxe para
as salas de aula práticas de letramento não valorizadas e não reconhecidas pela
escola. Além disso, as exigências das práticas de letramento da sociedade urbana
contemporânea também mudaram, exigindo novas competências e capacidades de
tratamento dos textos e da informação”.
Com relação aos resultados do trabalho aplicado em sala de aula e pesquisas
na internet, apresentaram-se como resultados obtidos:
4.1 Primeira Parte
Após a realização da pesquisa e leitura dos textos (canções), os alunos
apresentaram os trabalhos para a turma da sala de aula com a finalidade de verificar
a compreensão do tema abordado em relação à leitura, a importância da canção, a
linguagem utilizada e os vocabulários.
4.2 Segunda Parte
Partindo deste questionamento, foi possível perceber, por meio das
respostas, que as lágrimas na inundação seriam a perda de bens materiais nas
enchentes, na canção “Planeta Água”, de Guilherme Arantes.
4.3 Terceira Parte
Como conclusão da atividade os alunos apresentaram poesias ressaltando
problemas de questões sociais como: saúde, educação, fome, moradia e
preservação do meio ambiente.
4.4 Quarta Parte
Os alunos opinaram de diferentes maneiras, sendo que alguns
posicionamentos afirmam que a sociedade em geral é culpada pela violência e
citaram diversos tipos de violência como: física, psicológica, emocional, simbólica,
entre outras, contra as diferenças de gêneros (homem, mulher, idosos,
homossexual), identificando nos textos a relação existente entre o homem e o meio
em que está inserido.
4.5 Quinta Parte
Os resultados se deram em forma de poesia ou paráfrases, com abordagens
de temas sociais (natureza, violência, fome), como recurso argumentativo e de
opinião, possibilitando ao aluno desenvolver sua criticidade e identidade.
4.6 Sexta Parte
Foram apresentados textos satisfatórios pelos alunos motivados pelos vídeos
e filme. Ao utilizar a metodologia tecnológica dinâmica, houve motivação dos alunos
e transformação da relação pedagógica com a criatividade e interação, de forma que
se construiu o conhecimento com um cenário adequado à descoberta, à participação
e interação.
4.7 Sétima Parte
Em resposta aos questionamentos do debate, foi produzido um informativo
pelos alunos sobre a necessidade da economia da água e sua importância, que
foram distribuídos na escola e expostos em mural.
No encerramento das atividades do projeto de implementação, os alunos
optaram por cantar, escrever poesias e tocar instrumentos musicais para a
exposição de seus trabalhos finais. Para isso, fez-se necessário buscar subsídios
em meio tecnológico de textos variados, como canções e poesias, com a finalidade
de ampliar o universo de conhecimento de forma crítica da leitura interpretativa.
5. Considerações da aplicação do trabalho no GTR
O Grupo de Trabalho em Rede (GTR) constitui-se de uma das atividades do
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) e caracteriza-se pela interação à
distância entre o professor PDE e os demais professores da Rede Pública de
Ensino.
O Grupo de Trabalho em Rede mostrou-se heterogêneo, constituído de seis
(6) professores de Língua Portuguesa de Ensino Fundamental e Médio, uma (1)
professora de Arte e Artes, duas (2) de Educação Especial, uma (1) pedagoga e
uma (1) diretora de escola. As cursistas do GTR contribuíram significativamente ao
atrelar o referencial teórico com as propostas de ações apresentadas no projeto de
intervenção pedagógica e nas produções didático-pedagógicas. Favoreceram o
aperfeiçoamento e redimensionamento da prática pedagógica.
No espaço GTR de estudo e discussão do projeto, produção e
implementação, foram apresentados, por parte dos cursistas, tópicos para discussão
como gênero canção em sala de aula, música na Educação Especial, letramentos
criativos: canção em sala de aula, a música como forma de protesto, letramento pela
canção, música como prática social, a canção como recurso mediador para o
interacionismo, letramento e alfabetização, música e questões étnico raciais.
Nos tópicos discutidos, foram apresentados como principal objetivo do ensino
e aprendizagem da leitura, o multiletramento, com a finalidade que os alunos
dominem e produzam textos significativos, por meio de diferentes linguagens,
inclusive a musical.
Na atividade fórum, “Elaborando um plano de ação”, foram sugeridos temas
como: “O Samba e a Influência Afro na Escola”, “Leitura de Contos Africanos na
Escola”, em consonância com a Lei: 10.639/2003 que institui o Ensino da História e
Cultura Afro-Brasileira, na perspectiva histórico-crítica de inclusão social e
valorização da cultura afro.
Segundo uma cursista do GTR, quanto aos trabalhos apresentados pela
professora PDE: “Todos os passos coerentes com a temática proposta, pois a
conscientização sobre a importância da leitura, ao utilizar o gênero canção, foi
„construída gradativamente com textos que despertaram o interesse por problemas
cotidianos‟”.
Pôde-se perceber pelo estudo, que educadores em geral, não apenas de
Língua Portuguesa, estão preocupados em superar o problema de meros “ledores”
para “leitores”, quanto ao estudo realizado.
Existe uma gama considerável de metodologias que podem ser estudadas e
reinventadas pelos profissionais da educação no momento de orientar o ensino e
aprendizagem, o que proporciona ao professor “criar suas próprias metodologias
para o ensino da leitura” (SILVA, 2003, p.30).
6. Considerações Finais
Ao se trabalhar com textos de canções, em sala de aula, têm-se como um dos
objetivos formar “leitores críticos” e cidadãos conscientes sobre seu papel na
sociedade. Muito se fala de “leitores críticos”, mas estes não são apenas os que
simplesmente conseguem tecer relações entre os fatos da vida cotidiana, política,
social, estes leitores vão muito além e se permitem pensar o texto não como
estrutura acabada em si mesma, mas como monumento a ser decifrado e
decodificado, com um sentido unívoco. Para formação de leitores, o texto-canção
pode ser usado como forma de tecer uma relação com o textual que se expande,
permitindo ver o texto como uma pluralidade de possibilidades de interpretação,
ligada à sua história e o seu dia a dia, bem como em lugar de analisar os vários
sentidos pré-concebidos do texto ou discurso, procurar perceber como o texto para
uma leitura significativa produz sentidos e os transforma ao mesmo tempo.
7. Referências
A MÚSICA E A HISTÓRIA: PLANETA AZUL - CHITÃOZINHO & XORORÓ. In: Blog do Professor Andrio. Disponível em: <http://blogdoprofessorandrio.blogspot.com.br/2014/05/a-musica-e-historia-planeta-azul.html> Acesso em: 05/10/2014.
A VIOLÊNCIA NO GÊNERO LETRA DE MÚSICA. In: Portal do Professor. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7613> Acesso em: 04/10/2014.
ANÁFORA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=An%C3%A1fora&oldid=40083543>. Acesso em: 5/10/2014.
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
BRUNING, KCS. A semiótica e o ensino da canção: uma experiência rumo ao multiletramento. 2012. 259f. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2012.
Chitãozinho e Xororó. Planeta Azul. Disponível em: <http://letras.mus.br/chitaozinho-e-xororo/45235/> Acesso em: 23/07/2014.
COMIDA (CANÇÃO). In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Comida_(can%C3%A7%C3%A3o)&oldid=38909858>. Acesso em: 5/10/2014.
DCE – Arte e Artes. Diretrizes Curriculares de Arte e Artes para a Educação Básica. SEED/PR. Curitiba, 2006.
DCE – EJA. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos. SEED/PR. Curitiba, 2006.
DÉCIO PIGNATARI: BREAKFAST COM GELEIA, OSSO E MEDULA. In: ZUNÁI - Revista de poesia & debates. Disponível em: <http://www.revistazunai.com/materias_especiais/decio_pignatari/breakfast_com_geleia_omarkhouri.htm> Acesso em: 04/10/2014.
Engenheiros do Hawaii. Muros e Grades. Disponível em: <http://letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/45733/> Acesso em: 23/07/2014.
FLÁVIO VENTURINI. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fl%C3%A1vio_Venturini&oldid=40094965>. Acesso em: 18/10/2014.
14 Bis. Planeta Sonho. Disponível em: <http://letras.mus.br/14-bis/43912/> Acesso em: 23/07/2014.
GADA, A.L.C. A canção no livro didático de língua Portuguesa. Dissertação de mestrado, Programa de Pós Graduação em letra, Universidade Estadual de Maringá,2005.
GONÇALVES, AV; PINHEIRO, AS. Nas trilhas do letramento: entre teoria, prática e formação docente. Campinas: Mercado de Letras, 2011.
Guilherme Arantes. Planeta Água. Disponível em: <http://letras.mus.br/guilherme-arantes/46315/> Acesso em: 23/07/2014.
INSTITUTO PLANETA ÁGUA, UMA IDÉIA, UM SONHO, UMA REALIZAÇÃO. In: Construir Notícias. Disponível em: <http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=589> Acesso em: 04/10/2014.
KLEIMAN, A (Org.) et al. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995.
KLEIMAN, A. Texto e Leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura. 15 ed. Campinas: Pontes, 2013.
LIBERATO, Y; FULGÊNCIO, L. É possível facilitar a leitura: um guia para escrever claro. São Paulo: Contexto, 2007.
LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995. O SAL DA TERRA. In: Adoro Cinema. Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-220717/> Acesso em: 04/10/2014.
MARCUSCHI, LA. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.
O SAL DA TERRA. In: Mídia Total. Disponível em: <http://www.midiatotal.net/2011/12/roupa-nova-e-ivete-sangalo-cantam-o-sal.html> Acesso em: 04/10/2014.
ROJO, R. (Org.) et al. Escola conectada: os multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola, 2013.
Roupa Nova; Ivete Sangalo. O sal da terra. Disponível em: <http://letras.mus.br/roupa-nova/63883/> Acesso em: 23/07/2014.
SILVA, ET. Elementos de Pedagogia da Leitura. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
SILVA, ET. Unidades de Leitura – Trilogia Pedagógica. Campinas: Autores associados, 2003.
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. São Paulo: Artmed, 2009.
Titãs. Comida. Disponível em: <http://letras.mus.br/titas/91453/> Acesso em: 23/07/2014.
Titãs. Violência. Disponível em: <http://letras.mus.br/titas/86522/> Acesso em: 23/07/2014.
TOP 5: MÚSICAS DA TERRA. In: Música na Veia. Disponível em: <http://musicanaveia.pop.com.br/top-5-musicas-da-terra/> Acesso em: 04/10/2014.