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Bom Jesus da Lapa Bahia 2016
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Universidade do Estado da Bahia UNEB
Reitor Prof. Jos Bites de Carvalho
Departamento de Cincias Humanas e Tecnologias DCHT XVII
Diretora Profa. Cynara Adriana Sento S M. C. C. Alves
Colegiado do Curso de Pedagogia
Profa. Kleide Iracy Marques Silva
Coordenao do Ncleo de Pesquisa e Extenso NUPE
Prof. Luis Geraldo Guimares Leo
Responsvel pelo projeto
Profa. Elenice de Brito Teixeira Silva
Coordenadora do projeto
Profa Susane Martins da Silva Castro
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APRESENTAO
Esta publicao agrega os trabalhos apresentados no II Colquio de Pedagogia
(s) da Infncia, alocados em diferentes eixos temticos: Educao Infantil no
contexto das reformas educacionais. Formao e trabalho docente em creches
e pr-escolas. Culturas da infncia e prticas pedaggicas. PIBID/Pedagogia.
Infncias plurais em instituies de cuidado/educao. Condies sociais da
infncia na contemporaneidade.
Desse modo, a organizao dos textos est estruturada em duas partes. A parte
I consta os textos das comunicaes orais, e a parte II, os textos apresentados
no formato de psteres.
Todos os textos apresentam resultados de pesquisa concluda ou em andamento
desenvolvidas no mbito do mestrado, especializao, graduao, estgios e
experincias de iniciao docncia; ou ainda, relatos de experincias
desenvolvidas em contextos educativos junto infncia.
Espera-se que esta publicao contribua para a divulgao de pesquisas e
experincias relativas educao da infncia e a formao de pedagogos e
pedagogas.
Os organizadores.
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SUMRIO
PARTE I - COMUNICAES
Texto 01 EDUCAO INFANTIL NO MUNICPIO DE BOM JESUS DA LAPA
BA: EXPANSO DA OFERTA E DESAFIOS PARA A QUALIDADE
Elenice de Brito Teixeira Silva
Rara Dipaula Moreira de Castro
10
Texto 02 INFNCIA E EDUCAO INFANTIL: RETRATOS DE UMA
VIVNCIA
Susane Martins da Silva Castro
Isaura Francisco de Oliveira
26
Texto 03 ANLISE DA PRTICA PEDAGGICA UTILIZADA EM UMA SALA
DE AULA DE UMA INSTITUIO DE EDUCAO INFANTIL EM
BOM JESUS DA LAPA BA
Edilcia Maria dos Santos
Mnica Cordeiro dos Santos
38
Texto 04 AS PRTICAS DE CUIDADO/EDUCAO E A AUTONOMIA DAS
CRIANAS
Elosia Amaral Sena
Elenice de Brito Teixeira Silva
49
Texto 05 A DIVERSIDADE TEXTUAL COMO FERRAMENTA DO PROCESSO
DE AQUISIO DA LEITURA E ESCRITA
Letcia Souza Cruz
Valria Alves de Souza
Susane Martins
62
Texto 06 O PROCESSO DE ALFABETIZAO ENVOLVENDO A MSICA NO 1
ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Simone Teles da Silva Santos
Tainara Fernandes de Carvalho
Kleide Iraci Marques Silva
76
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Texto 07 A MSICA COMO RECURSO PEDAGGICO NO CONTEXTO DA
INFNCIA
Rayana Thyara de Lima Rgo Ladeia
Sheila Rocha Ladeia
89
Texto 08 CONTAO DE HISTRIAS: CONTRIBUIES DA LITERATURA
INFANTIL NA LUDOTECA
Rayana Thyara de Lima Rgo Ladeia
Susane Martins da Silva Castro
99
Texto 09 AS FBULAS NA EDUCAO INFANTIL: DESPERTANDO VALORES
Mnica Nunes Reis
Queite Fernandes dos Santos
106
Texto 10 O ATO DE BRINCAR: UM RELEVANTE RECURSO METODOLGICO
QUE PROMOVE O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANA
Sandra Thomaz de Aquino
114
Texto 11 JOGOS EDUCATIVOS NO 3 ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL: CONTRUIBUIES PARA O PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM
Luana Fernandes de Oliveira
Romrio Pereira Carvalho
Sandra Thomaz de Aquino
128
Texto 12 A IMPORTNCIA DA LEITURA NO PROCESSO DE AQUISIO DO
CONHECIMENTO
Poliana Rodrigues Cardoso
Leandra Rodrigues Cardoso
139
Texto 13 CONTRIBUIES PARA A CONSTRUO DE PRXIS
PEDAGGICA: VIVNCIAS DO PIBID
Aldinia Borges dos Anjos
Dbora Nunes Duarte
145
Texto 14 RELAO DE AFETIVIDADE ENTRE PROFESSOR / ALUNO E SUAS
INFLUNCIAS NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR DA CRIANA
Ivanilde Bento Santana
147
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Texto 15 QUESTES DE GNEROS NA ESCOLHA DE BRINQUEDOS E
BRINCADEIRAS PELAS CRIANAS NA EDUCAO INFANTIL
Roslia Dias do Carmo
Yone Alves de Sousa
157
Texto 16 A PARTICIPAO DAS CRIANAS DO CENTRO DE EDUCAO
INFANTIL MANOELINA MARIA DE JESUS NAS OFICINAS
DESENVOLVIDAS NO PIBID
Jeane Moura Rocha
Joana Oliveira dos Santos
167
Texto 17 PERCEPES DAS FAMLIAS SOBRE A FUNO DA EDUCAO
INFANTIL
Edinalva Teixeira da Silva
Tais Cardoso de Arajo
178
Texto 18 INTERVENES DO PIBID NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO
EM UMA TURMA DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
I: VIVNCIAS DAS BOLSISTAS ID
Amanda Aquino
Joise Fernanda Xavier
Adma Bernardino Magalhes
189
Texto 19 FORMAO PARA A CIDADANIA A PARTIR DE EXPERINCIAS EM
UMA TURMA DE 1 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Jhene Queli da Cmara Rodrigues
Ngila Waldvogel Gringo da Silva
dma Bernardino Magalhes
200
Texto 20 A RELAO SCIO-EDUCACIONAL ENTRE PROJETOS DAS
BOLSISTAS ID DO PIBID E O PROJETO POLTICO PEDAGGICO
DO CENTRO EDUCACIONAL MANOELINA MARIA DE JESUS:
APROXIMAES E PERSPECTIVAS
Lariane Pereira Carvalho
Marta Cristina Borges
dma Bernardino Magalhes
210
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Texto 21 AS IMPLICAES DOS CONTOS DE FADAS PARA A CONSTRUO
DA CULTURA IDENTITRIA DA INFNCIA
Fernanda da Cruz Santos
Silale Gomes de Almeida
Edna Souza Moreira
222
Texto 22 CULTURA DA INFNCIA: O OLHAR DAS BOLSISTAS IDs COM
RELAO PARTICIPAO DA CRIANA NA CONSTRUO DO
CONHECIMENTO
Carine Gomes dos Santos
Ivanilde Bento Santana
Viviane Alves de Souza Ferreira
Edna Souza Moreira
232
Texto 23
O PRECONCEITO NA OPINIO DAS CRIANAS: A CONTRIBUIO
DO PIBID PARA A COMPREENSO DA DIVERSIDADE CULTURAL
Letcia Souza Cruz
Luana Fernandes de Oliveira
240
Texto 24 AS AULAS OFICINAS DO PIBID POSSIBILITANDO PESQUISAS E
REFLEXES SOBRE A PRTICA PEDAGGICA
Letcia Souza Cruz
Luana Fernandes de Oliveira
Raquel Aparecida Lino da Silva
249
Texto 25 A TEMTICA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA NA PROPOSTA
PEDAGGICA DA EDUCAO INFANTIL
Denslei Sousa Castro
Elenice de Brito Teixeira Silva
260
Texto 26 O ESPAO DA INFNCIA DO CAMPO NAS PRTICAS
PEDAGGICAS
Divina Michelle Pimentel de Souza Ramos
Elenice de Brito Teixeira Silva
275
Texto 27 ESCOLARIZAO DE CRIANAS CAMPESINAS DURANTE A
DITADURA CIVIL-MILITAR: ALGUNS APONTAMENTOS
Elane Marcia Silva Viana
287
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Texto 28 ROUSSEAU E SUA CONCEPO DE INFNCIA: BREVES
APROXIMAES
Jessica Baroni Queiroz
Edna Furukawa Pimentel Elane Marcia Silva Viana
295
Texto 29 O IMAGINRIO DA CRIANA: REFLEXES A PARTIR DO
CONTEXTO DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Karla Karoline de Oliveira Luis
Luciana Pereira Cardial Teixeira
Sandra Thomaz de Aquino
304
Texto 30 A AVALIAO NA INFNCIA COMO FERRAMENTA DE
INCLUSO/EXCLUSO
Leandra Rodrigues Cardoso
Poliana Rodrigues Cardoso
312
Texto 31 OS EFEITOS DAS CONDIES SOCIOECONMICAS NA
APRENDIZAGEM DA CRIANA
Poliana Rodrigues Cardoso
Leandra Rodrigues Cardoso
323
Texto 32 SOCIOLOGIA DA INFNCIA: VIOLNCIA COM E ENTRE
CRIANAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM
BOM JESUS DE LAPA
Sandra Thomaz de Aquino
Thaisa da Silva Ferreira
335
PARTE II - PSTERES
Texto 01 OBSERVATRIO DA EDUCAO INFANTIL NO MUNICPIO DE
BOM JESUS DA LAPA - BA
Rara Dipaula Moreira de Castro
Elenice de Brito Teixeira Silva
344
Texto 02 EDUCAO CONTEMPORNEA: UMA VISO SOCIOAMBIENTAL
NA INFNCIA
Joo Sotero do Vale Jnior
349
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Rodrigo Luduvice da Silva
Karla Karollyne de Oliveira Luis
Texto 03 A POLMICA DO ENSINO RELIGIOSO NOS CURRCULOS
ESCOLARES
Dalvani da Conceio Medeiros
Elisngela Rosa de Oliveira
Fabiana Braga
Thaisa da Silva Ferreira
353
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EDUCAO INFANTIL NO MUNICPIO DE BOM JESUS DA LAPA BA:
EXPANSO DA OFERTA E DESAFIOS PARA A QUALIDADE
Elenice de Brito Teixeira Silva1 - UNEB
Rara Dipaula Moreira de Castro2 - UNEB
RESUMO
O presente trabalho resultado da pesquisa realizada entre 2014 e 2015 com o objetivo
de fazer um estudo comparativo das polticas pblicas educacionais para as crianas de 0
a 5 anos no contexto das reformas nacionais e do municpio Bom Jesus da Lapa. A partir
da anlise de documentos norteadores e de indicadores da Educao Infantil no
municpio, constatou-se a necessidade de criao de um banco de dados para agregar e
dar visibilidade s polticas pblicas nesta rea. Desse modo, a partir de 2015, iniciou-se
a construo de um site do observatrio de educao infantil, ainda em andamento, e a
atualizao dos dados, na perspectiva de acompanhar o andamento da oferta e qualidade
da educao das crianas pequenas no municpio. Este trabalho agrega parte dos dados
que indicam o cenrio da oferta de educao infantil no municpio e os desafios para a
qualidade.
Introduo
Este trabalho aborda o panorama atual da Educao Infantil no contexto das polticas
pblicas no municpio de Bom Jesus da Lapa-BA. Este municpio encontra-se no interior
do estado da Bahia, a 796 quilmetros da capital Salvador; uma cidade de pequeno porte
na regio oeste, no territrio de identidade do Rio So Francisco.
1 Mestre em Educao pela Universidade do Estado da Bahia. Professora assistente na Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Cincias Humanas e Tecnologias DCHT Campus XVII, Bom Jesus da Lapa-BA. 2 Graduanda do 7 semestre de Pedagogia, Departamento de Cincias Humanas e Tecnologias DCHT Campus XVII, Bom Jesus da Lapa-BA. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica (PIBIC) FAPESB.
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O Observatrio da Educao Infantil no municpio de Bom Jesus da Lapa BA o
subprojeto de iniciao cientfica que vem sendo realizado desde 2015, e integra uma
pesquisa mais ampla que busca analisar a relao entre as pedagogia (s) da infncia e o
lugar da infncia na construo dos modos de cuidar/educar. A pesquisa apontou a
necessidade de criar um banco de dados no intuito de disponibilizar indicadores da
educao das crianas de 0 a 5 anos de idade no municpio, bem como, documentos
norteadores das polticas e propostas pedaggicas. O Observatrio, tem, portanto, o
objetivo de constituir-se um portal formativo e informativo, ao disponibilizar dados das
polticas pblicas que envolvem a educao infantil em Bom Jesus da Lapa - BA. Neste
trabalho, apresenta-se parte dos dados que compem o Observatrio.
O estudo se insere na abordagem qualitativa de pesquisa e pode ser considerado um
estudo exploratrio. Dessa forma, foi a feita anlise dos documentos norteadores da
Educao Infantil, como tambm foram analisadas obras referentes ao tema.
Posteriormente, realizou-se um levantamento dos dados indicativos educao infantil
no municpio de Bom Jesus da Lapa/BA e seus indicadores principais, atravs da anlise
de documentos disponibilizados pelos Setores de Estatstica e de Coordenao de
Educao Infantil da Secretaria Municipal de Educao e da aplicao de questionrios e
entrevistas.
O trabalho estar estruturado em duas partes. A primeira parte traar um panorama sobre
a educao infantil ps Constituio de 1988, que trar a sua perspectiva em relao a
educao infantil, e como vem sendo desenvolvido a educao para as crianas menores
de 5 anos. A segunda parte apresenta os dados da Educao Infantil no municpio de Bom
Jesus da Lapa nos anos 2014, 2015, 2016.
1 A educao infantil no contexto das reformas educacionais ps Constituio de
1998.
Desde a Constituio de 1988, pode-se afirmar que as todas as crianas tm direito
educao infantil e que esta no mais do campo da assistncia crianas pobres que
precisam de um lugar para ficar enquanto as mes trabalham, como foi durante muito
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tempo. A evoluo das polticas educacionais na rea de educao infantil ser
demonstrada no quadro abaixo:
Quadro 1: Panorama das Polticas Educacionais para a educao infantil ps
Constituio de 1988
Ano Documento Definies
1988 Constituio Federal Determina que seja dever do
Estado assegurar educao
infantil em creches e pr-escolas
a todas as crianas.
1990
Estatuto da criana e do Adolescente. o marco legal e regulatrio dos
direitos humanos de crianas e
adolescentes.
1996
Lei de Diretrizes e Bases da Educao
Nacional LDB.
Reconhece a educao infantil
como primeira etapa da educao
bsica e dedicou trs artigos
educao das crianas pequenas.
1998
Referencial Curricular Nacional para
a Educao Infantil (Volume 1, 2 e 3).
Definem que o objetivo da
educao infantil educar e
cuidar de forma integrada.
Apresenta referncias
importantes para elaborao das
propostas pedaggicas,
sobretudo os eixos de
aprendizagem.
2002 Movimento Interfruns de Educao
Infantil do Brasil MIEIB
Espao de suma importncia para
a discusso sobre a educao
infantil em mbito nacional.
2006 Parmetros Bsicos de Infraestrutura
para Instituies de Educao
Infantil.
Propem como devem ser
construdas as instituies,
contando com a participao da
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comunidade, observando o
contexto histrico e social.
2006 Lei 11.274 Amplia o ensino fundamental
para nove anos e torna obrigatria
a matrcula das crianas a partir
de 4 anos na educao infantil.
1994-2008
Poltica Nacional de Educao
Infantil.
Institui metas e polticas de
melhoria na qualidade no
atendimento s crianas, o
documento reformulado sendo
denominado como Poltica
Nacional de Educao Infantil:
pelos direitos das crianas de zero
a seis anos Educao,
abordando questes da atualidade
que devem ser trabalhadas.
2008 Parmetros Nacionais de Qualidade
para a Educao Infantil.
Definem as referncias de
qualidade para as instituies.
2009 Indicadores da Qualidade na
Educao Infantil.
Faz uma avaliao da educao a
partir dos conceitos discutidos
pela comunidade.
2009 Poltica de Educao Infantil no
Brasil: Relatrio de Avaliao.
Relatrio que destaca os
principais dados atualizados da
educao infantil de todo o
Brasil.
2010
Diretrizes Curriculares Nacionais
Para a Educao Infantil.
Orientam as polticas pblicas e a
elaborao, planejamento,
desempenho e avaliao de
propostas pedaggicas e
curriculares da educao infantil.
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2013 Lei n 12.796/2013 Afirma que a educao para
crianas de at cinco anos um
direito.
Os documentos acima deram abertura para o surgimento de outras Leis e documentos na
rea, fazendo com que a educao infantil fosse reconhecida como etapa da educao
bsica e como direito das crianas.
2 Dados da educao infantil de Bom Jesus da Lapa BA
Neste tpico, apresenta-se alguns indicadores da Educao Infantil do ano de 2014, 2015
e 2016, obtidos atravs de questionrios e anlise documental. A anlise inicial deste
material indica que o municpio dispe de sete instituies de educao infantil, todas
localizadas na cidade. A primeira instituio a ser inaugurada foi CEI Katiscia I pelo
vice prefeito Alberto Guedes em meados dos anos 80 sendo que o nome da creche
homenagem a sua filha que veio falecer muito nova. Antigamente as creches e pr-
escolas, como afirmaram algumas pessoas mais antigas da secretria da educao e das
creches, tinham o intuito de apenas depositar as crianas, no havia uma preocupao
pedaggica, onde o foco seria o ensino, as crianas apenas se alimentavam e dormiam e
faziam atividades vagas sem a finalidade de aprender. No tinha a creche como uma
unidade de ensino. Para melhor complementar as informaes logo abaixo se encontra o
histrico destas instituies:
O Centro de Educao Infantil Branca de Neve Katiscia III, localizado no Bairro So
Joo, foi inaugurado no incio dos anos 80. Pela falta ou perca de registros da poca, no
foi possvel saber a data de inaugurao correta. O prdio atual prprio e foi construdo
e reinaugurado em 2009, mas durante cerca de 30 anos funcionou em condies precrias.
Desde o incio dos trabalhos, a instituio pblica e modificou de nome apenas uma
nica vez. Antes funcionava com o nome Creche Casulo Katiscia III- nome dado pelo
vice prefeito em memria da filha e a partir de 2009 chamado de Centro de Educao
Infantil Branca de Neve Katiscia III. Os novos gestores mantiveram a homenagem
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pstuma feita pelo ex-vice prefeito. Vale ressaltar que so trs instituies que levam o
nome Katiscia.
O Centro de Educao Infantil Eufrosina Borges Dourado, localizado no Bairro
Cavalhada, foi inaugurado em 07 de julho de 1995, com o intuito de suprir as necessidades
que o bairro precisava. O prdio prprio e a instituio iniciou como pblica. O nome
concebido ao espao foi escolhido em memria de uma senhora muito querida na cidade.
Figura 1: Centro de Educao Infantil Branca de Neve Katiscia III
Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.
Figura 2: Centro de Educao Infantil Eufrosina Borges Dourado
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Figura 3 : Centro de Educao Infantil Filadlfia
Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.
Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.
O Centro de Educao Infantil Filadlfia, localizado no Bairro Amaralina teve seu incio
em agosto de 2000 com a entrada dos documentos para a criao da instituio. No
entanto, s foi inaugurado em fevereiro de 2001 para atividades pedaggicas e sociais
para com as famlias e crianas do bairro. O prdio sempre foi alugado e seu
funcionamento comeou como creche comunitria com a ajuda de associaes
evanglicas. No comeo, a instituio recebeu o nome Creche e Escola Filadlfia (2001-
2004), mas a partir da parceria com a Prefeitura em 2005, em sistema de conveniamento,
o nome foi modificado para Centro de Educao Infantil Filadlfia. Hoje a instituio
considerada Municipal, mas conserva o trabalho comunitrio da Associao de
Moradores Local em algumas atividades.
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Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.
O Centro de Educao Infantil Katiscia I, localizado no Bairro Joo Paulo II, foi
inaugurado no incio dos anos 80*. Ao longo dos anos o nome foi modificado diversas
vezes: o primeiro foi Creche Casulo Katiscia I, logo aps vieram Chapeuzinho
Vermelho - (1997) e por fim Centro de Educao Infantil Katiscia I- (2009). No
incio, o funcionamento abrangia forma de atendimento integral maioria das crianas,
na perspectiva de prestar assistncia s famlias do bairro. Aps a reforma em 2009 com
os recursos do ProInfncia, o espao se tornou mais adequado para o trabalho com os
pequenos. O prdio desde sua implantao prprio e pblico. Apesar de no haver
registro do ano exato da inaugurao, estima-se que esta foi a primeira Instituio de
Educao Infantil do Municpio.
O Centro de Educao Infantil Lar da Criana, localizado no Bairro Vila Maia, foi
inaugurado em 2005 em um espao alugado, com o intuito de prestar assistncia as
famlias dos bairros prximos. No dia 12 de abril de 2008 foi construdo o novo espao
procurando atender melhor a comunidade. Atualmente o espao onde a instituio se
encontra prprio, e desde a sua criao foi pblico.
Figura 4: Centro de Educao Infantil Katiscia I
Figura 5: Centro de Educao Infantil Lar da Criana
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Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.
O Centro de Educao Infantil Professora Manoelina Maria de Jesus, localizado no Bairro
Lagoa Grande, foi inaugurado em 2004 pela associao de Moradores do Bairro, no
intuito de prestar assistncia as famlias. No incio, funcionava com o nome Creche Pr-
Escolar Sorriso de Criana, mas ao longo do tempo, a instituio sofreu algumas
modificaes. Em 2005 passou a ser Instituio pblica e em 2010, foi construdo o novo
prdio com os recursos do ProInfncia e recebeu o atual nome, em homenagem primeira
professora do bairro, que seria uma das fundadoras da Escola Municipal Nossa Senhora
Aparecida, no mesmo bairro. A instituio iniciou como comunitria, mas atualmente
pblica e o prdio prprio.
Figura 6: Centro de Educao Infantil Professora Manoelina Maria de Jesus
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Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.
Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.
O Centro de Educao Infantil Pequeno Polegar Katiscia II, localizado no Bairro Joo
Paulo II, foi inaugurado no incio dos anos 80*. A instituio sofreu vrias alteraes em
relao ao seu nome. Em um primeiro momento foi nomeada de PAPI Plano de
Acompanhamento Pedaggico Individual, logo aps Creche e Escola Katiscia II e
Centro de Educao Infantil Pequeno Polegar Katiscia II. Desde sua criao a
instituio publica, e no dia 30 de setembro de 2007 foi construdo o novo prdio.
As instituies que possuem a denominao Katiscia foram inauguradas praticamente
no mesmo perodo (anos 80). Os documentos que comprovam a data exata de suas
inauguraes foram perdidos ao longo do tempo. O nome Katiscia uma homenagem
pstuma para filha do vice-prefeito da poca.
Figura 7: Centro de Educao Infantil Pequeno Polegar Katiscia II
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Dados fornecidos pela Estatstica da Secretaria Municipal de Educao do conta de que
4.035 crianas foram matriculadas na Educao Infantil em 2014, sendo 2.861 na cidade
e 1.174 no campo. Esses nmeros podem indicar que poucas crianas na idade obrigatria
de 4 anos no esto frequentando uma instituio de educao infantil. Isto porque entre
as cerca de 3.581 crianas consideradas fora dessas instituies, incluem-se as de 0 a 2
anos que no contam com atendimento na rede, embora alguns CEIs (Centro de Educao
Infantil) matriculem as que j completaram 2 anos.
Ainda assim, constata-se um aumento de quase cem por cento do nmero de matrculas
se considerarmos os dados do Censo Educacional 2012. Os dados fornecidos pela
Secretaria Municipal de Educao ao INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais) indicam que 1.749 crianas de 3 a 5 anos frequentaram os CEIs neste ano.
No ano de 2015, so 3.088 crianas matriculadas, de acordo com a Secretaria, o que revela
um pequeno decrscimo em relao ao ano passado, em 2016 o nmero de crianas
matriculadas so de 2.849, como destaca o grfico seguinte:
Grfico 1: Evoluo da matrcula na Educao Infantil na cidade e no campo em
Bom
Segundo a Secretaria de Educao do Municpio, o nmero de crianas teve este declnio
para que eles pudessem atender com mais qualidade, pois mesmo no atendendo a faixa
etria de zero a dois anos, institudo um limite de crianas por sala na instituio para
que as educadoras possam realizar um bom trabalho. A mdia seria de 16 crianas por
1.749
4.0353.088 2.849
0
2.000
4.000
6.000
2012 2014 2015 2016
Nmeros de Matrculas na Educao Infantil
Fonte: Elaborao prpria a partir de dados do Censo Educacional 2012 INEP e dados da Secretaria Municipal de Educao.
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20
4430
52
83
36 3824
7664
82
129
35
91 92
7185
73
131
30
74
104
63
90
19
46 42
22
CEI Brancade Neve
CEIEufrosina
CEIFiladlfia
CEIKatiscia I
CEI Lar daCriana
CEIManoelina
CEIPequenoPolegar
Crianas de 2 anos Crianas de 3 anos
Crianas de 4 anos Crianas de 5 anos
Crianas em perodo integral
sala no maternal, 18 crianas por sala no primeiro perodo e 20 crianas no segundo
perodo, mas com podendo ultrapassar 20% destes nmeros. Como o Plano Municipal de
Educao afirma, em alguns bairros algumas crianas aguardam vagas para entrarem nas
instituies devido a grande demanda do espao.
No ano de 2015, a cidade atendeu em torno de 1.750 crianas A diviso desta quantidade,
em meio as faixas etrias e instituies, pode ser melhor visualizada no grfico seguinte:
Grfico 2: Dados da matrcula na Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA,
2015
Observa-se que a diferena em relao a quantidade de crianas por instituio, tem
nmeros significativos. Enquanto h instituies que atendem mais de trezentas crianas,
existem outras que no ultrapassam o limite de cento e sessenta. Esse fenmeno acontece
por conta da heterogeneidade de cada espao. Existem instituies que atendem alguns
dos Parmetros Bsicos de Infraestrutura para Instituies de Educao Infantil (2006);
j outras so utilizadas em espaos improvisados. Outra variante o nmero de vagas,
pois uma nica instituio pode atender vrios bairros, como afirma a diretora Rosa:
A partir do 2 perodo ocorre um grande aumento de matrcula pela abrangncia de
bairros que a instituio atende, sendo mais de cinco bairros. (Rosa, diretora do CEI Lar
da Criana, dados da entrevista, 2015).
Fonte: Dados da Secretaria Municipal de Educao, abril de 2015.
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43
12
02
3
86
910
13
21
10
CEI Brancade Neve
CEIEufrosina
CEIFiladlfia
CEIKatiscia I
CEI Lar daCriana
CEIManoelina
CEIPequenoPolegar
Professoras de 20 horas Professoras de 40 horas
Alm da extenso de bairros atendidos, o nmero de professores por sala no
igual em todas as instituies, sendo que no CEI Katiscia I e CEI Manoelina Maria de
Jesus, a partir do segundo perodo no lecionam duas professoras, apenas uma, segundo
a Portaria n 001 de 04 de janeiro de 2016 do municpio de Bom Jesus da Lapa, como
foi citado pela regra do aumento de 20% das crianas acima, sendo que nessas instituies
s h duas educadoras quando ultrapassam os vinte por cento da quantidade limite de
alunos. Em relao quantidade de professoras por instituio, este grfico pode
esclarecer a quantidade e as horas semanais:
Grfico 3: Dados do nmero de professoras na Educao Infantil em Bom Jesus da
Lapa BA, 2015
Observa-se que em 2015 h uma instituio que se destaca em relao s outras pela
quantidade de profissionais que nela atuam. O nmero total de noventa e duas
professoras na educao infantil neste ano. As instituies que se encontram no municpio
de Bom Jesus da Lapa atendem 2.849 crianas na faixa etria de dois anos e meio a cincos
anos de idade no ano de 2016. Que esto divididas em trs nveis: o maternal, primeiro
perodo e segundo perodo. No maternal ficam matriculados os de faixa etria de dois
anos e meio a trs anos de idade. No primeiro perodo esto as de quatro para cinco anos
de idade; j no segundo perodo, permanecem as de cinco anos a seis anos. Segundo a Lei
Fonte: Dados da Secretaria Municipal de Educao, abril de 2015.
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60
8874
66
44
93
108
7360
95
119
45
82
102 95 96
76
130
30
75 73 76
100
28
70
37
CEI Brancade Neve
CEIEufrosina
CEIFiladlfia
CEIKatiscia I
CEI Lar daCriana
CEIManoelina
CEIPequenoPolegar
Crianas de 2 anos Crianas de 3 anos
Crianas de 4 anos Crianas de 5 anos
Crianas em perodo integral
n 11.114/2005, as crianas que completam seis anos at 31 de maro passaro para o
ensino fundamental de nove anos; aps essa data, as crianas sero retidas na educao
infantil.
J no ano de 2016, a cidade atendeu em torno de 1.995 crianas, A diviso desta
quantidade, levando em conta a faixa etria e instituies, pode ser melhor visualizada no
grfico seguinte:
Grfico 4: Dados da matrcula na Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA,
2016
Nota-se que de 2015 para 2016 as matrculas aumentaram cerca de 7,1%, correspondendo
a 245 crianas a mais em relao ao ano anterior, fazendo com que as instituies se
reorganizassem para melhor acolhimento dos pequenos, passando por pequenas reformas
e at mesmo mudana de espao. Na faixa etria de dois a quatro de idade teve aumento
de matrculas em todas as instituies.
O CEI Katiscia I permanece com apenas uma professora nas turmas de segundo perodo.
J a oferta de perodo integral para as crianas diminuiu de quatro para trs instituies,
mas o nmero de crianas atendidas nessas instituies foi de 129 para 135 crianas, e
existem mais turmas do que no ano anterior.
Em comparao ao ano antecedente houve um acrscimo de seis educadores a mais na
educao infantil, como tambm resultou no equilbrio do nmero de profissionais em
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4
21
4
1 1
3
10
14
12
10
12 12
10
CEI Brancade Neve
CEI Eufrosina CEI Filadlfia CEI KatisciaI
CEI Lar daCriana
CEIManoelina
CEI PequenoPolegar
Professoras de 20 horas Professoras de 40 horas
cada instituio. O grfico abaixo pode esclarecer a quantidade e as horas semanais dos
educadores deste ano:
Grfico 5: Dados do nmero de professoras na Educao Infantil em Bom Jesus da
Lapa BA, 2016
Outra informao acerca dos profissionais da educao, que a maioria dos
educadores possui graduao, e alguns especializao voltada infncia, os que no tem
graduao, possuem magistrio e esto h muitos anos na educao infantil.
CONCLUSO
A anlise dos dados evidencia um aumento da oferta de educao infantil aps o ano de
2012 no municpio de Bom Jesus da Lapa, concentrado sobretudo na pr-escola, ou seja,
para crianas de 4 e 5 anos. Talvez isso tenha a ver com a obrigatoriedade da matrcula a
Fonte: Dados da Secretaria Municipal de Educao, maro de 2016.
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partir dos 4 anos, conforme Lei 11.274/2006. Nesse sentido, o municpio ainda oferece
poucas vagas para creche e nenhuma vaga para crianas menores de 2 anos de idade.
O atendimento em tempo integral tambm tmido e atende poucas crianas. Tambm
constata-se uma concentrao de vagas em alguns bairros e outros que demandam por
Instituio. Ainda observa-se no municpio crianas que deslocam de um bairro para outro
para frequentar um Centro de Educao Infantil. Nesse sentido, o desafio parece ser
garantir a oferta de qualidade e a expanso da oferta em todas as regies do municpio,
incluindo o campo.
REFERNCIAS
BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Diretrizes
curriculares nacionais para a educao infantil. Braslia: MEC, SEB, 2010.
_______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Indicadores da
Qualidade na Educao Infantil. Braslia: MEC, SEB, 2009.
_______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Parmetros bsicos
de infraestrutura para instituies de educao infantil. Braslia: MEC, SEB, 2006.
_______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Parmetros nacionais
de qualidade para a educao infantil. Braslia: MEC, SEB, 2006.
_______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Poltica de Educao
no Brasil: Relatrio de Avaliao. Braslia: MEC, SEB, 2009.
_______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Fundamental. Referencial
curricular nacional para a educao infantil. Braslia: MEC/SEF, 1998.
_______. Senado Federal. Estatuto da Criana e do Adolescente: n 8.069/90. Braslia:
1990.
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_______. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional: n
9.394/96. Braslia: 1996.
KRAMER, Sonia. As crianas de 0 a 6 anos nas polticas educacionais no Brasil:
educao infantil e/ fundamental. Campinas, vol. 27, n. 96, p. 797-818, out. 2006.
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INFNCIA E EDUCAO INFANTIL: RETRATOS DE UMA VIVNCIA
Susane Martins da Silva Castro3
UNEB-DCHT CAMPUS XVII
Isaura Francisco de Oliveira4
UNEB-DCHT CAMPUS XVII
RESUMO
O artigo intitulado, Infncia e Educao Infantil: retratos de uma vivncia fruto de
nossas reflexes como pesquisadoras, professoras e formadoras de professores, tem como
objetivo principal problematizar a temtica da formao de educadores para atuar na
educao infantil. Neste sentido, apresentamos o retrato de um trabalho desenvolvido por
uma das autoras, no exerccio da docncia no Curso de Pedagogia desenvolvido na
Universidade do Estado da Bahia, UNEB, campus XVII, no perodo de fevereiro a junho
do ano de 2016, ao trabalhar com o componente curricular Infncia e Educao Infantil
ministrada para a turma do sexto semestre que neste mesmo perodo cursavam a
Disciplina Pesquisa e Estagio II -Estagio na Educao Infantil. Para tanto, utilizou-se da
pesquisa de campo com abordagem qualitativa. Os instrumentos de coletas de
informaes foram as narrativas, entendendo a narrativa autobiogrfica como uma
metodologia de trabalhar e significar esta formao. Trata-se de analisar, atravs do
aporte terico-metodolgico das narrativas autobiogrficas das vivncias que
impulsionaram as aprendizagens processadas durante todo processo de formao. O
aporte terico composto por Oliveira (2010), Macedo e Azevedo (2013), Souza (2011)
foi fundamental para anlise do tema proposto. O estudo nos possibilitou perceber as
mudanas, contradies, organizaes e reequilibraes que vo ocorrendo nas
concepes tericas e polticas, resultantes de uma vivencia educacional dos estudantes
do curso de pedagogia.
Palavras-chave: Docncia na Educao infantil. Prtica Pedaggica. Vivncias.
Retratando o estudo
Discutir a formao necessria ao professor para atuar na Educao Infantil, no
curso de Licenciatura em Pedagogia, oferecido pela Universidade do Estado da Bahia,
3 Professora da rede Municipal de Ensino de Riacho de Santana- Ba. Professora da Universidade do Estado
da Bahia UNEB. [email protected]; 4 Professora da rede Municipal de Ensino de Riacho de Santana- Ba. Professora da Universidade do Estado
da Bahia UNEB. Mestranda em Educao de Jovens e Adultos MPEJA UNEB. [email protected]
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UNEB, Campus XVII, no departamento de Cincia Humanas, foi uma experincia mpar.
Primeiro pela importncia que o tema tem em nossa histria de vida, ao longo de mais de
duas dcadas no exerccio do Magistrio, seja na docncia, na coordenao ou na gesto,
sempre estivemos imbricadas com a infncia e com a Educao Infantil. Segundo, porque
teorizar, debater, discutir juntos aos estudantes do sexto semestre do curso de pedagogia
sobre um tema to querido para ns, permitiu refletirmos sobre a pertinncia das
decises estratgicas que sero tomadas (MACEDO, 2012, p. 25). Assim, o presente
estudo pretende desvelar as decises que foram tomadas ao longo dos meses de trabalho
que durou a disciplina, o que justifica o ttulo: retratos de uma vivencia.
Ao iniciarmos os estudos do componente curricular Infncia e Educao infantil,
precisvamos mapear os saberes da turma sobre infncia, criana e educao infantil.
Assim, iniciamos nossos trabalhos com os seguintes questionamentos: o que ser
criana? O que a infncia? O que educao infantil? A partir das discusses sobre
estes conceitos bsicos ampliamos nossas discusses para os seguintes questionamentos:
qual a concepo de infncia vem permeando espaos de educao infantil e os trabalhos
nele desenvolvidos? O que os profissionais que nela atuam compreendem por criana,
infncia e poltica de direitos? Que conhecimentos terico-prticos so necessrios ao
desenvolvimento social, afetivo, cognitivo e psicomotor da criana?
O presente texto est estruturado da seguinte forma: inicialmente apresentamos
a introduo intitulada retratando o estudo; num segundo momento, buscando direcionar
o leitor sobre o caminho percorrido, apresentamos o percurso necessrio, onde
evidenciamos a trilha metodolgica; o referencial terico apresentado em dois
momentos: no primeiro apresentamos a Infncia e Educao infantil, marcas que ficam;
no segundo: refletindo a prxis, no qual destacamos nossas percepes enquanto
professoras da turma. Na apresentao da anlise dos dados, intitulada as narrativas da
formao, fazemos uma anlise das percepes dos alunos acerca das construes
advindas das vivencias durante as aulas e por fim, apresentamos algumas consideraes.
Percurso necessrio: a trilha metodolgica
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21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016
A importncia epistemolgica da pesquisa autobiogrfica no domnio das
Cincias da Educao, conforme Souza (2006, 2011) tem possibilitado um trabalho
reflexivo como marca das identidades e subjetividades dos sujeitos em processos de
aprendizagens e desenvolvimento cotidianos. Os modelos biogrficos e, mais
especificamente, os memoriais de formao ou acadmicos revelam modos discursivos
construdos pelos sujeitos em suas dimenses scio histricas e culturais numa interface
entre memria e discursos de si.
Ao produzir este artigo, nos referendamos em Souza, (2008, p.4) para quem os
[...] mtodos biogrficos, das prticas de formao, dos memoriais e escritas de si como
perspectiva de formao demarca outras percepes sobre o percurso de formao[...].
Utilizando as narrativas dos sujeitos em formao, nossas percepes foram sendo
construdas ao longo da disciplina, tornando esta experincia formadora e significativa.
A experincia foi vivenciada no Curso de Pedagogia, oferecido pela universidade
do Estado da Bahia, Departamento de Cincias Humanas e Tecnologia, campus XVII,
situado no municpio de Bom Jesus da Lapa -BA, no perodo de fevereiro a junho do ano
de 2016, com 27 estudantes do sexto semestre.
Em cada dinmica realizada e em cada texto discutido as falas foram sendo
registradas no dirio de campo da professora formadora e ao final da disciplina, todos os
alunos foram convidados a escrever uma carta pedaggica. Na carta, os alunos deveriam
apresentar as percepes construdas ao longo da disciplina.
Para iniciarmos nossas discusses realizamos uma roda de conversa para
percebermos qual a concepo de infncia presente na fala dos estudantes de pedagogia
e o que eles esperavam aprender durante a disciplina.
Esta conversa inicial evidenciou que, para alm da preocupao com a concepo
de criana e infncia estava o medo e a ansiedade dos alunos, do sexto semestre do curso
de pedagogia com o estgio e a pesquisa na educao infantil, que aconteceria em paralelo
a disciplina que iriamos trabalhar.
Na anlise dos dados, apresentamos a percepo dos estudantes, e mesmo que no
apresentamos na integra a narrao dos 27 que participaram da aula, as falas dispostas
neste trabalho evidenciam que as concepes de infncia que permeiam a presente etapa
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passa a ser um dos desafios a serem vencidos na disciplina pelos alunos do curso de
pedagogia.
Infncia e Educao infantil: marcas que ficam
O trabalho na disciplina Infncia e Educao Infantil, teve incio com a dinmica
os lugares deixam marcas? onde os alunos puderam retornar s suas infncias e
perceber as mudanas que se processaram desse perodo para os atuais dias, e ao analisar
buscando como recurso as memorias vividas, puderam compreender as marcas que ficam.
Essa reflexo, utilizando como recurso a memria, os fez compreender que criana so
todas as pessoas que tem de zero a doze anos, mas que infncia categoria social
historicamente constituda, pois, depende das condies a mesma oferecidas.
Assim, compreender as concepes de infncia que permeiam a presente etapa
passou a ser um dos desafios a serem vencidos na disciplina pelos alunos do curso de
pedagogia, com base nos fundamentos legais que do respaldo a essa importante etapa
educativa de forma a contribuir para o seu crescimento e desenvolvimento.
Associado a essa dinmica, o estudo das concepes de infncia permitiu
vislumbrar a criana hoje presente nos diferentes contextos, bem como a infncia que
permeia a Educao infantil nos nossos atuais contextos, compreendendo como a mesma
influencia e influenciada pelos diversos contextos de vida das crianas.
As discusses fomentadas permitiram ainda compreender os paradigmas que
permeiam o trabalho pedaggico da educao infantil, entendendo o papel dos
profissionais que atuam. Assim, a cada aula da disciplina, dinmicas reflexivas
embasaram as discusses que pouco-a-pouco foram ganhando corpo e a compreenso da
importncia de perceber que infncias permeiam hoje a Educao Infantil em Bom Jesus
da Lapa e regio foi se definindo como elemento de compreenso da vida infantil na
atualidade.
Para auxiliar na compreenso, foram selecionados autores que puderam contribuir
para reflexo sobre o exerccio na docncia no mbito da Educao Infantil. A vivncia
no estgio em paralelo com os estudos tericos permitiram aos alunos aprimorar os
conhecimento sobre o assunto em questo, j que pouco se conhecia acerca de qual
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trabalho atende criana em suas infncias no contexto da Educao infantil. Neste
sentido, conhecer propostas de organizao e estruturao do trabalho nos espaos de
Educao Infantil, foi significativo nesta etapa da formao dos acadmicos.
Outro ponto que merece destaque no decorrer do trabalho pedaggico da
disciplina foram os estudos sobre como o ambiente fsico de uma creche tem influncia
na maneira de como as pessoas se desenvolvem dentro de um determinado espao, pois,
h atividades educativas que no podem ser realizadas em qualquer lugar, necessitam de
um espao que propicie ao professor realizar prticas concernentes faixa etria dos
alunos inseridos no contexto da educao infantil, sem correr risco de desistncia por
conta de espao.
Nessa posio, as discusses sobre o que define as Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educao Infantil (DCNEIs), que foram aprovadas pelo Conselho Nacional
de Educao em 2009 (Parecer CNE/CEB n 20/09 e Resoluo CNE/CEB n 05/09), que
so leis e normas com propostas voltadas a essa etapa da educao, trouxeram
oportunidades de pensar como e que direo seguir, focalizando as crianas, atravs
desses parmetros, articulando assim, o processo de desenvolvimento integral da criana
que adentra primeira etapa da Educao Bsica.
Quanto ao trabalho pedaggico, destaca-se que ao longo das duas ltimas dcadas
muito tem sido discutido. Nesse sentido, diversos documentos foram elaborados
buscando respaldar essa importante etapa que s veio a ter reconhecimento social aps
ser definida na LDBEN 9394/96 enquanto primeira etapa da Educao Bsica. Esse
reconhecimento legal despertou para a necessidade das instituies de ensino ofertar
criana o aparato necessrio a uma infncia onde a mesma seja sujeito de direitos. Quando
nos orientamos pelo paradigma do direito da criana educao, buscamos respaldo em
Macedo (2013, p. 45) [...] o contedo desse discurso precisa de uma reflexo ou mesmo
de uma inflexo, mas que fundamental, em realidade fundante.
Para aprofundar a reflexo dos acadmicos, alm dos aportes tericos, recorremos
tambm fundamentao legal que sustenta a educao infantil na atualidade.
Assim, merece destaque o texto da Constituio Federal de 1988, que define como
dever do Estado, o atendimento em creche e pr-escola criana de zero a cinco anos de
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idade em relao educao, definindo, para tanto, a total responsabilidade em dar direito
criana, matrcula em escola pblica, gratuita, e de qualidade.
Do ponto de vista legal, a Educao Infantil a primeira etapa da educao bsica,
e tem como objetivo, segundo as Diretrizes Curriculares de Educao Bsica (2013 p. 83)
de promover o desenvolvimento integral das crianas, nos seus aspectos fsicos, afetivo,
psicolgico e social, complementando a ao da famlia e da comunidade. Com isso,
entende-se que por ser a primeira etapa da educao, tambm, o momento que a criana
tem suas experincias iniciais de escolarizao.
Para a educao como lugar eminentemente poltico e tico, a
aprendizagem educao s se legitima se for valorada e referenciada
socialmente. Neste sentido, o que constitui formao para uma criana,
vai muito alm do que est prescrito, do que deve aprender [...]
(MACEDO &AZEVEDO 2013, p. 46)
Ou seja, os fundamentos legais, por si s no do conta de atender a essa
importante etapa. Para atuar na educao infantil, considerando toda a sua complexidade
preciso de uma slida formao. Mas, de qual formao estamos falando?
Atualmente, a responsabilidade pela formao desses profissionais em nvel
superior dos cursos de licenciatura. Conforme art. 62 da Lei de Diretrizes e Bases da
Educao Nacional- LDBEN, Lei n 9.394/96,
[...] formao de docentes para atuar na educao bsica far-se- em
nvel superior, em curso de licenciatura, de graduao plena, em
universidades e institutos superiores de educao, admitida, como
formao mnima para o exerccio do magistrio na educao infantil e
nas quatro primeiras sries do ensino fundamental, a oferecida em nvel
mdio, na modalidade Normal. (BRASIL, 2006)
3 Refletindo a prxis
O trabalho proposto na turma dos estudantes do curso de por meio da disciplina
Infncia e Educao Infantil, nos possibilitou refletirmos sobre a prxis, considerando a
reflexo crtica sobre a prtica educativa. [...] A reflexo crtica sobre a prtica se torna
uma exigncia da relao Teoria / Prtica sem a qual a teoria pode ir virando blblbl e
a prtica, ativismo. [...] (FREIRE, 2003, p. 22).
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Os estudos, as discusses, leituras e vivncias realizadas durante o semestre
tiveram como objetivo subsidiar a prtica do estgio supervisionado II, intitulado
Pesquisa e Prtica Pedaggica na Educao Infantil.
Durante os meses de leituras, reflexes e estudos, foi possvel construir a
compreenso sobre Currculo e Propostas Pedaggicas da Educao Infantil. O estudo
dos Aportes Legais (Constituio Federal de 1988, LDB 9394/96, as diretrizes e
resolues) possibilitaram a compreenso de que o contexto de vivncia, aprendizagem
e desenvolvimento, requerem organizaes em relao ao tempo para realizaes das
atividades, onde os espaos em que essas ocorrem necessitam ser planejados, onde a
estruturao dos espaos internos, externos, favorecem a criana interao e explorao
com o meio proporcionado.
Outro elemento dado como importante, trata da verificao dos materiais
disponveis ao professor para elaborao das atividades, em que a criana tambm se sinta
acolhida e capacitando-a a elaborar atividades aleatoriamente.
A criana, centro do planejamento curricular, considerada um sujeito
histrico e de direitos. Ela se desenvolve nas interaes, relaes e
prticas cotidianas [...]. A maneira como ela alimentada, se dorme
com barulho ou no silncio, se outras crianas ou adultos brincam com
ela [...], os espaos mais abertos ou restritos em que costumam ficar, os
objetos que manipulam, o modo como conversam com ela, etc. so
elementos da histria de seu desenvolvimento em uma cultura.
(OLIVEIRA, 2010, p.05)
Neste sentido, os acadmicos forma construindo a compreenso de que o espao
que proporcionado criana, necessita ser pensado como o que ofertar criana a sua
primeira viso de mundo, pois onde ela passar um bom tempo do seu dia, com vrias
pessoas, diferentes linguagens, com uma rotina diferenciada.
Nos estudos orientados por Oliveira em um dos seus artigos publicado em 2010
o currculo na educao infantil: o que propem as novas diretrizes nacionais?, em
relao ao espao, e aponta que:
As experincias vividas no espao de Educao Infantil devem
possibilitar o encontro de explicaes pela criana sobre o que ocorre
sua volta e consigo mesma enquanto desenvolvem formas de sentir,
pensar e solucionar problemas. Nesse processo, preciso considerar
que as crianas necessitam envolver-se com diferentes linguagens e
valorizar o ldico, as brincadeiras, as culturas infantis, [...] promovem
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o desenvolvimento de formas de agir, sentir e pensar que so marcantes
em um momento histrico. (OLIVEIRA, 2010, p. 05).
Diante disso, percebeu-se que, quando a criana se der conta de que est presente
em um espao que ela poder explorar e desenvolver as brincadeiras, elas sentiro mais
seguras e capazes de desenvolverem habilidades cada vez mais complexas. Com isso,
tambm tero experincias de outros colegas, que vivenciam nesse ambiente, atravs das
relaes sociais. preciso considerar ainda que no momento das prticas educacionais
que as crianas desenvolvem por meio das relaes sociais, a sua identidade.
O campo de aprendizagens que as crianas podem realizar na Educao
Infantil muito grande. As situaes cotidianas criadas nas creches e
pr-escolas podem ampliar as possibilidades das crianas viverem a
infncia e aprender a conviver, brincar e desenvolver projetos em grupo
expressar-se, comunicar-se, criar e reconhecer novas linguagens, ouvir
e recontar histrias lidas, ter iniciativa para escolher uma atividade.
(OLIVEIRA, 2010, p.06)
Cada convivncia, cada espao, cada tempo, cada diferena sempre h um
aprendizado, especificamente quando esse ambiente j prprio para a formao desses
indivduos.
Vale lembrar que as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educao Infantil
(DCNEIs), foram elaboradas contando com a participao de professores universitrios,
educadores, movimentos sociais e pesquisadores. Isso porque percebeu a necessidade de
repensar os processos de interao para desenvolvimento integral da criana, advindo dos
parmetros que eram propostos para a Educao Infantil.
Diante as propostas das DCNEIs, so apresentados tambm aspectos voltados
para o espao que direcionado s crianas da Educao Infantil, onde relaciona a
aprendizagem e desenvolvimento, advindo das creches e pr-escolas. No subsdio para a
elaborao do Currculo, Oliveira diz que,
O trabalho pedaggico organizado em creche ou pr-escola, em que
cuidar e educar so aspectos integrados, se faz pela criao de um
ambiente em que a criana se sinta segura, satisfeita em suas
necessidades, acolhida em sua maneira de ser, onde ela possa trabalhar
de forma adequada suas emoes e lidar com seus medos, sua raiva,
seus cimes, sua apatia ou hiperatividade, e possa construir hipteses
sobre o mundo e elaborar sua Identidade. (2010, p.09)
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Com isso, percebeu-se a importncia que tem em pensar, e organizar o trabalho
pedaggico para atendimento das infncias que permeiam a Educao infantil, espao
como propsito educacional e que seja adequado para criana que nele habitar.
Certamente, se uma criana for recepcionada com um espao de sua caracterstica, de sua
natureza infantil, ela sentir mais a vontade, e logo acostumar com o espao.
Diferentemente, se o espao proposto a essa criana no corresponde nada do que possa
impression-la, ou chamar a ateno, poder ento ocorrer rejeio, indisciplina, assim
como traumas.
Durante as aulas da disciplina, uma vasta bibliografia foi buscada com vistas a
respaldar os estudos que sustentaram as aprendizagens das concepes de infncia, da
educao infantil e do profissional que atua nesta etapa, bem como das polticas pblicas
contemporneas de atendimento para o desenvolvimento social, afetivo, cognitivo e
psicomotor da criana. O resultado desse estudo e da vivencia durante as aulas sero
apresentados no tpico a seguir.
4 As narrativas da formao
A utilizao metodolgica da narrativa na sala de aula dos cursos de formao de
professores se configura como um caminho significativo de construo de memrias. As
memrias esto associadas h um tempo e a um espao histrico e, que por essa
singularidade possibilita a compreenso de como os sujeitos se afirmam e se projetam em
sua profissionalidade diante das questes e dos desafios da realidade. O estudo em
questo, aborda o processo formativo de estudantes do Curso de Pedagogia, em relao
ao trabalho na educao infantil.
Durante as nossas aulas tivemos o privilgio de estudar o sentido da
infncia, do ser criana e da educao infantil, compreendendo como
se d a construo do conhecimento na pr-escola. como uma rede
de significao e, pois o professor se aproveita das falas, brincadeiras,
conflitos e de outras situaes para fazer questionamentos, incentivar
a reflexo e conduzir a compreenso e ressignificao do saber que a
turma apresenta. (Aluno 01)
Conceber a infncia em sua pureza significa possibilitar criana viver em
plenitude essa fase que fundamental para construo das estruturas fsicas, psicolgicas,
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cognitivas, afetivas e emocionais. Neste sentido, a prtica pedaggica que permeia o
cenrio da educao infantil precisa estar aliada ao educar, cuidar e brincar, elementos
constituintes das discusses possibilitadas em sala de aula.
Educar significa propiciar situaes de cuidados, brincadeiras e
aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir
para o desenvolvimento das capacidades infantis de relao
interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude bsica de
aceitao, respeito e confiana e o acesso, pelas crianas, aos
conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (BRASIL/
RCNEI, V.1 p. 23.)
Contemplar o cuidado na educao infantil significa compreend-lo como parte
integrante da educao, embora possam exigir conhecimentos, habilidades e instrumentos
que extrapolam a dimenso pedaggica. Ou seja, cuidar de uma criana em um contexto
educativo demanda a integrao de vrios campos de conhecimentos e a cooperao de
profissionais de diferentes reas.
Durante esse tempo pude compreender a complexidade da nossa relao
com as crianas e os desafios para se obter xito ao possibilitar a
aprendizagem delas. (Aluno 2)
Mais do que o cuidado, o dilogo precisa estar presente em todas as
atividades, sejam elas de cuidados ou no, pois, atravs dessa
interao que as crianas constroem significaes de postura tica,
esttica, noo poltica e identidade pessoal, que vo lhes acompanhar
por toda vida. (Aluno 4)
Conforme se pode perceber nas falas acima, para cuidar preciso antes de tudo
estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser solidrio com suas
necessidades, confiando em suas capacidades, sobretudo dar ateno como pessoa que
est num contnuo crescimento e desenvolvimento, identificando e respondendo as suas
necessidades. (RCNEI, p. 24, 25). Neste sentido, de acordo com um dos alunos da turma:
A disciplina nos permitiu compreender que as interaes criadas entre
crianas e professores no levam apenas a construo de informaes,
habilidades e conhecimentos sobre objetos do mundo, mas sobretudo a
construo de uma tica, esttica, uma nova poltica e uma identidade
pessoal, estimulando as crianas a construir novas significaes e a
relacionar o que esto aprendendo a outras experincias fora da creche
e pr-escola. (Aluno 3)
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O Referencial Curricular para a Educao Infantil (BRASIL, 1998), apresenta
vrias referncias e orientaes didticas focando como eixo de trabalho pedaggico o
brincar como forma particular de expresso, pensamento, interao e comunicao
infantil e a socializao das crianas por meio de sua participao e insero nas mais
diversificadas prticas sociais, sem discriminao de espcie alguma (p. 13)
Os estudos do texto a organizao das atividades culturalmente
significativas nos permitiu perceber que as crianas na educao
infantil tem a oportunidade de vivenciar por meio de diferentes
linguagens um rico acervo cultural onde por meio de uma
aprendizagem real conceitos cientficos e culturais podem ser
experienciados, sempre com a mediao do professor. (Aluno 4)
Sabemos que a criana brinca espontaneamente, sem que o adulto precise
interferir. no brincar que a socializao se estabelece: brincar compartilhar, repartir,
ganhar, perder, sofrer, enfim, aprender com a natureza dor ser.
Algumas consideraes
No presente estudo nos propomos problematizar a temtica da formao de
educadores para atuar na educao infantil. O desenvolvimento da disciplina permitiu
compreender que para atuar na educao infantil temos amparo legal de uma legislao
que determina que necessrio formao especifica. Contudo, mais do que o que est
disposto na Lei, construmos a compreenso de que preciso educar e cuidar das crianas
na/da Educao Infantil e, para tanto preciso coloc-la diante de situaes que possam
gui-la em seus impulsos instintivos. Ela poder ser incentivada, encorajada e orientada
a desenvolver manifestaes instintivas da sua infncia, e isso a auxiliar no
desenvolvimento de sua inteligncia. Nesse sentido, a formao necessria dever
propiciar aos acadmicos, alm das discusses tericas, vivencias em espaos de atuao
de modo a possibilitar a ao-reflexo-ao.
Os estudos orientadores das aprendizagens e discusses fomentadas na disciplina
Infncia e Educao Infantil na turma de sexto semestre do curso de pedagogia permitiu
a compreenso da percepo de que criana so todas as pessoas que tem de zero a doze
anos, mas que infncia categoria social historicamente constituda, pois, depende das
condies a mesma oferecidas.
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Assim, compreender as concepes de infncia, por meio da anlise das narrativas
orais e escrita dos acadmicos foi para ns o ponto de partida para o trabalho da disciplina
Infncia e Educao Infantil.
A anlise das narrativas orais e escritas permitiu perceber as mudanas,
contradies, organizaes e (re)equilibraces que vo ocorrendo nas concepes
tericas, polticas e resultantes de uma vivencia educacional dos estudantes do curso de
pedagogia.
REFERNCIAS
BRASIL, Referencial Curricular para Educao Infantil: formao pessoal e
social. Vol. 2. Braslia: MEC/SEI, 1998.
BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais da Educao Bsica. Braslia: MEC, SEB, 2013.
BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Parmetros bsicos de
infraestrutura para instituies de educao infantil. Braslia: MEC, SEB, 2006.
BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Parmetros bsicos
de infraestrutura para instituies de educao infantil: Encarte 1. Braslia: MEC,
SEB, 2006.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa. 26. ed. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 2003.
MACEDO, Roberto Sidnei. AZEVEDO, Osmar Barbosa. Infancias-devir e currculo: a
afirmao do direito das crianas (aprendizagem) formao. Ilhus, BA: Editus, 2013.
OLIVEIRA, Zilma Moraes Ramos de. (Org.) Educao infantil: muitos olhares. 9 ed. So
Paulo: Cortez, 2010.
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Cortez, 2002, Cap. XIV: Os ambientes de aprendizagem como recursos pedaggicos.
P.191 a 199.
SOUZA, Elizeu Clementino de. (Auto) biografia, identidades e alteridade: modos de
narrao, escritas de si e prticas de formao na ps-graduao. In.:
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formao docente. Natal: EDUFRN; So Paulo: PAULUS, 2008, pp. 119/133.
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VIEIRA, Eliza Revesso. A reorganizao do espao da sala de educao infantil:
uma experincia concreta luz da Teoria Histrico-Cultural / Eliza Revesso Vieira. --
Marlia, 2009. Disponvel em:Acesso
em 08 de abril de 2015.
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ANLISE DA PRTICA PEDAGGICA UTILIZADA EM UMA SALA DE
AULA DE UMA INSTITUIO DE EDUCAO INFANTIL EM BOM JESUS
DA LAPA - BA5
Edilcia Maria dos Santos
Mnica Cordeiro dos Santos6
RESUMO
O presente artigo resultado do estudo das principais abordagens metodolgicas e da
prtica docente manifesta baseadas nos tericos Libneo (1990), Mizukami (1986),
Saviane (1999)e de uma pesquisa realizada com uma professora que trabalha em uma
escola de Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA. O estudo tem como objetivo
principal analisar a prtica pedaggica utilizada em uma sala de aula de uma escola de
Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA, promovendo uma reflexo sobre as
diferentes abordagens metodolgicas e a prtica manifesta da professora pesquisada. Para
o alcance do objetivo proposto foram realizadas observao da prtica docente, entrevista
estruturada com a professora da turma pesquisada e anlise do Projeto Poltico
Pedaggico (PPP) da referida instituio.Portanto, oartigo em questo visa ser uma fonte
de pesquisa e suporte de leitura para entender quais os condicionantes que levam um
professor optar por uma ou outra abordagem metodolgica em sua prtica docente.
Palavras-chave: Abordagem Metodolgica. Formao de Professores. Prtica Docente.
INTRODUO
Os autores que falavam das principais abordagens metodolgicas estudadas ao
longo do semestre nos deram base para compreendermos as observaes realizadas na
sala de aula em uma escola de Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA, bem como
a anlise do Projeto Poltico Pedaggico (PPP) da referida instituio.
5 Artigo solicitado pelos professores Me. Edna dos Santos Moreira e Luis Geraldo L. Guimares como
requisito parcial de avaliao na disciplina Didtica para os alunos do 4 Semestre do curso de Pedagogia
da Universidade do Estado da Bahia UNEB, Campus XVII Bom Jesus da Lapa BA.
6 Graduandas da turma 2014.1 do curso de Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia UNEB,
Campus XVII Bom Jesus da Lapa BA.
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Sendo assim, a anlise das principais teorias pedaggicas nos levam a refletir que
uma teoria por si s no pode ser capaz de abarcar todos os fenmenos sociais manifestos
na comunidade educacional. Nesse sentido, Mizukami (1986) analisa que por sua prpria
natureza, fins e prioridades no h mtodo ou abordagem que seja elaborado e restrito s
mudanas sociais, filosficas e psicolgicas pelo menos do ponto de vista do ser humano
que o examina, o utiliza e participa do mundo que o cerca.
A observao realizada em sala de aula nos possibilitou pode analisar diferentes
mtodos e abordagens de ensino e suas respectivas especificidades. O referencial terico
estudado nos possibilitou a compreenso de que o mtodo no deve ser analisado
separadamente, pois o papel de um mtodo ou abordagem , muitas vezes limitado para
alguns aspectos do fenmeno educativo e a explicao das relaes envolvidas podem
no ser suficientemente desenvolvida ou abrangente e sua incompletude pode, inclusive,
servir de guia ou fornecer elementos para outras reflexes.
Sendo assim, este trabalho visa analisar a prtica pedaggica utilizada em uma
sala de aula de uma escola de Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA, de modo a
promover possveis reflexes sobre as diferentes abordagens metodolgicas e a prtica
manifesta da professora pesquisada.
Este estudo nos alerta sobre a necessidade de que todos os envolvidos em qualquer
segmento da educao conheam os diferentes mtodos e abordagens de ensino e suas
respectivas especificidades, para que se possam optar pelo que produza melhor resultado
no processo educativo.
DISCUSSES TERICAS: TENDNCIAS PEDAGGICAS E PRTICA
DOCENTE
As abordagens metodolgicas so importantes referncias para que o professor
oriente sua prtica docente, uma vez que, conhecendo as especificidades de cada uma
possvel escolher a que mais se adque aos seus princpios pessoais e de formao e
oferea ganhos significativos ao processo de socializao e aprendizagem na educao
infantil.
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Nesse sentido, Saviani (1999), ressalta a necessidade de se compreender a
educao no da forma ingnua como a percebida pelas teorias no crticas, nem como a
forma crtica reprodutivista, que acredita que todas as explicaes das mazelas sociais so
responsabilidades da educao, sendo preciso retomar a compreenso de que a
seletividade, a discriminao e o rebaixamento do ensino das camadas populares reforam
a marginalidade e, a melhora da educao significa o meio mais eficaz de garantir aos
pertencentes das camadas populares da sociedade um ensino de melhor qualidade.
Para tanto, Saviane (1999) classificou as teorias pedaggicas em dois grupos: no
primeiro grupo ficaram as teorias que entendem a educao como um instrumento de
equalizao social, capaz de superar a marginalidade as chamadas teorias no crtica da
educao e, no segundo grupo, ficaram as teorias que entendem ser a educao um
instrumento de discriminao social, logo, um fator de marginalizao as chamadas
teorias crticas da educao, sendo denominadas pelo autor como crticas
reprodutivistas. Assim, ambos os grupos explicam a questo da marginalidade a partir
de determinada maneira de entender as relaes entre educao e sociedade.
Por outro lado, Mizukami (1986) ressalta que as teorias no so as nicas fontes
de respostas possveis, completas e incorruptveis, para explicaras situaes de ensino
aprendizagem. Elas so elaboradas para explicar, de forma sistemtica, determinados
fenmenos, e os dados do real que iro fornecer o critrio para a sua aceitao ou no,
instalando-se, assim, um processo de discusso permanente entre teoria e prtica.
Embora, Mizukami (1986) e Saviani (1999), divergem em alguns pontos, ao
retratar as diferentes abordagens metodolgicas. Pois, Saviani (1999) prope a
compreenso da anlise a partir do entendimento de como as teorias educacionais
explicam o fenmeno da marginalidade social, no qual a educao serve de base para
elucidar tal fato. E, Mizukami (1986) explicita as efetivas abordagens do ensino,
esclarecendo as especificidades de cada uma, bem como as caractersticas que as norteiam
baseados nos princpios tericos que as fundamentam, sem que se analise o fenmeno da
marginalidade diante do mesmo
Portanto, em Mizukami (1986), fica entendido que uma teoria por si s no pode
explicar ou resolver os problemas que a educao brasileira apresenta. No entanto, ela
pode servir de guia no apontamento de possveis caminho na elucidao dos mesmos. E
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em Saviane (1999), tudo tem sua resposta na maneira como a educao conduz o processo
educacional, logo, as abordagens metodologias esto a servio da educao reforando a
marginalidade social.
Contudo, importante ressaltar a necessidade de que os educadores conheam as
principais teorias educativas para que assim, possa escolher a que mais oferea benefcios
ao processo ensino aprendizagem e com isso, seja oferecida uma educao de qualidade
aos educandos, para que, tanto escola, quanto sociedade se desenvolvam da melhor forma
possvel.
Conforme Libneo (1986), a educao brasileira nos ltimos 50 anos tem sido
marcada pelas tendncias liberais, que ora so conservadoras ora so renovadas. Para que
se entenda um pouco melhor essa questo, este terico dividiu as tendncias pedaggicas
em dois grupos: no primeiro grupo ficaram as tendncias liberais e, no segundo as
tendncias progressistas. A tendncia Liberal se divide em: Tradicional, renovada
progressivista, renovada no-diretiva e tecnicista. A Pedagogia progressista em:
libertadora, libertria e crtico-social dos contedos.
Segundo Libneo (1986), o grupo das tendncias pedaggicas liberais, podem ser
chamadas de neutras, pois nunca assumiram compromisso com as transformaes da
sociedade, embora, na prtica, procurassem legitimar a ordem econmica e social do
sistema capitalista. Por outro lado, o grupo das tendncias pedaggicas progressistas, em
oposio s liberais, tm em comum a anlise crtica do sistema capitalista.
Diante disso, vale ressaltar a necessidade de que professores conhea as
caractersticas individuais de cada tendncia ou corrente pedaggica, bem como analisar
cuidadosamente os condicionantes das mesmas, suas vantagens e desvantagens, para que
este tenha como base para os fundamentos tericos para cada ao a ser desenvolvida em
seu trabalho na sala de aula.
Diante disso, cabe a anlise de que os professores devem estudar e apropriar-se
das tendncias pedaggicas, pois estas servem de apoio para a sua prtica pedaggica.
Que conforme Libneo (ibid.), essa apropriao no se deve ser necessariamente de uma
delas de forma isolada em toda a sua docncia. Mas, deve-se procurar analisar cada uma
e ver a que melhor convm ao seu desempenho acadmico, com maior eficincia e
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qualidade de atuao, de acordo com cada nova situao que surge, usa-se a tendncia
mais adequada.
FORMAO DE PROFESSOR E A PRTICA DOCENTE: OS ACHADOS DA
PESQUISA
Entende-se que o percurso de construo da identidade profissional caminha
juntamente com o processo de formao pelo qual cada um passa e comas caractersticas
da socializao com a realidade vivenciada. Diante desta constatao, a identidade
profissional uma construo lenta que passa por diversos estgios at se chegar no
profissional bem preparado para optar pela abordagem que possibilite gerar maior ganho
para seus alunos.
Embora, Libneo (1986) chama a ateno que o professor precisa conhecer as
abordagens metodolgicas para que diante da adversidade do cotidiano da sala de aula
este possa optar ora por uma abordagem, ora por outra, selecionando os pontos positivos
de cada uma e utilizando-os nos momentos necessrios e que a opo por uma nica
abordagem no daria conta de resolver as situaes imprevisveis do cotidiano da sala de
aula.
Diante do que foi estudado e pesquisado, pode-se analisar que a prtica
pedaggica manifesta pelo professor tem muito a ver com a compreenso que ele tem
acercado que educao e com a formao que o mesmo contemplou em seu processo
formativo.
Partido desse pressuposto, o PCN de Artes (1997), afirma que:
No Brasil, pode-se observar a integrao de diferentes orientaes
quanto s suas finalidades, formao e atuao dos professores, mas,
principalmente, quanto s polticas educacionais e os enfoques
filosficos, pedaggicos e estticos. (BRASIL, 1997, p. 22).
sabido, que existem complexidades que envolvem as polticas educacionais de
formao, valorizao e capacitao de educadores, bem como, a valorizao de
determinadas prticas pedaggicas em detrimento de outras. Entretanto, cabe ao professor
conhecer e optar pela abordagem, mtodo ou corrente metodolgica que proporcione
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melhor e/ou maior resultados ao processo de socializao e aprendizagem, uma vez que
o professor o responsvel direto por suas aes em sala de aula, e as mesmas
determinaro o tipo de educao que este professor acredita ser a melhor para seus alunos.
Nesse sentido, a professora pesquisada relata que a tendncia ou corrente
pedaggica que orienta sua prtica docente :
Construtivista, embora, ainda exista muito do tradicional enraizado em
ns. Luto todo dia para tentar proporcionar uma educao de melhor
qualidade aos meus alunos, mas no vou lhes dizer que sou 100% (cem
por cento), cometo falhas sim, mas sempre estou tentando corrigir as
minhas falhas. Mesmo porque, so 17 anos de experincia, nesse tempo
j vi e fiz muita coisa que deu certo e outras nem tanto. Estou
aprendendo a buscar novas maneiras de trabalhar melhor com os meus
prprios erros. (PROFESSORA ENTREVISTADA, 20/05/2016).
Fica evidenciado na fala da professora pesquisada um comprometimento da
mesma com uma educao de qualidade e que a corrente pedaggica seguida pela mesma
a Construtivista, contudo, em nossas observaes foram percebidos traos fortes da
tendncia Tradicional e Tecnicista, tais como: rotina diria para o ano todo afixada na
parede, fila para ir ao banheiro, ir ao quadro, ir para os brinquedos, assistir TV, tarefas
para casa, excessivo uso de oralidade dentre outros, mas como a entrevistada disse
sempre estou tentando corrigir as minhas falhas.
Diante disso, Mizukami (1986), que os cursos de formao de professores
necessitam de uma articulao maior entre as teorias estudadas e a anlise dos contedos
usualmente vinculados em disciplinas pedaggicas especialmente daquelas que analisam
abordagens do processo ensino aprendizagem, procurando articul-las com a prtica
pedaggica, em suas diferentes manifestaes, possibilitando assim uma compreenso
cada vez mais significativa e abrangente do real. Para isso, a autora aponta como uma
possvel soluo para essa questo, a estruturao dos cursos de licenciatura de forma que
teoria e prticas pedaggicas no fossem consideradas de forma dicotomizada, mas sim,
que a partir da prtica, se pudesse refletir, discutir, analisar, questionar, criticar diferentes
opes tericas em confronto com esta mesma prtica.
Nesse sentido, Libneo (1986), analisa que a prtica escolar caminha sobre a
vertente de que professores so frutos da tendncia vigente em sua formao, pois os
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mesmos dividem-se em avanar na prtica educacional e, ao mesmo tempo, aceitar a
forma tradicional a qual tem sido predominante ao longo dos tempos nos cursos
superiores de formao de professores e nas instituies escolares brasileiras.
Partindo deste pressuposto, Oliveira (2010), destaca a necessidade de que:
[...] o professor tenha elementos para proceder a anlises, reflexes e
avaliaes referentes ao seu prprio fazer, encontramos novos
caminhos qualitativamente diferentes para a efetivao de um trabalho
docente reflexivo e orientado por um projeto de educao pr-escolar.
(OLIVEIRA, 2010, p. 59).
Com isso, possvel entender que o ato de refletir a partir da prtica docente deve
ser uma constante na vida de um professor, pois s diante deste exerccio de auto-reflexo
que possvel analisar o papel limitado de uma teoria educacional, uma vez que a
mesma por si prpria no poder resolver os problemas educacionais. Nesse sentido,
Zabala (1998), destaca que:
Um dos objetivos de qualquer profissional consiste em ser cada vez
mais competente em seu ofcio. Geralmente se consegue esta melhora
profissional mediante o conhecimento e a experincia: o conhecimento
das variveis que intervm na prtica e a experincia para domin-las.
(ZABALA, 1998, p. 13).
Com isso, pode-se entender que conhecimento e experincia andam juntos quando
se trata de melhora no trabalho. Sendo assim, os 17 anos de experincia na docncia da
professora entrevistada aliada a sua formao acadmica esto ajudando-a a ser uma
profissional cada vez mais competente no exerccio de sua funo, pois de acordo com a
entrevista cedida pela mesma, ela graduada em Normal Superior e Ps-graduada em
Metodologia das Series Iniciais e Educao Infantil, ficando compreendido assim, que
seu conhecimento na rea educacional e sua larga experincia na sala de aula possibilitam
as reflexes feitas pela mesma diante de seu trabalho ajudando-a a ser uma profissional
competente no seu trabalho.
Contudo, embora o professor tenha uma certa autonomia de seu trabalho na sala
de aula, sua prtica docente tem que estar em consonncia com o prega a instituio
escolar e de acordo com o (PPP) da referida escola. Diante disso, o Referencial Curricular
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Nacional para a Educao Infantil (RCNEI, 1998) traz algumas orientaes gerais para o
trabalho do professor e para as instituies de educao infantil, com a inteno de que,
instituio escolar e professor falem a mesma lngua no planejamento do trabalho na
educao infantil.
[...] as instituies de educao infantil devem favorecer um ambiente
fsico e social onde as crianas se sintam protegidas e acolhidas, e ao
mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. Quanto mais
rico e desafiador for esse ambiente, mais ele lhes possibilitar a
ampliao de conhecimentos acerca de si mesmas, dos outros e do meio
em que vivem. (BRASIL, 1998, p. 15).
Sendo entendido, que o ambiente fsico e a forma como conduzido todo o
processo educativo dentro desse espao escolar conta de maneira significativa nos
resultados que se pretende alcanar. Neste sentido, Zabala (1998), afirma que,
Para aprender indispensvel que haja um clima e um ambiente
adequados, constitudos por um marco de relaes em que predominem
a aceitao, a confiana, o respeito mtuo e a sinceridade. A
aprendizagem potencializada quando convergem as condies que
estimulam o trabalho e o esforo. (ZABALA,1998, p. 100).
Pois tudo em volta do aluno tem que estar em concordncia com a aprendizagem,
desde as gravuras nas paredes at a forma como esto dispostos os mveis na sala de aula.
Dessa forma, a educao pode ser definida, como um processo orientado, de construo
recproca que compartilha sentimentos, valores e significados. Valendo ressaltar que o
professor deve criar dentro deste ambiente favorvel a aprendizagem situaes que
possibilite o contato direto dos alunos com o mundo de significados.
Nesse mesmo sentido, o (RCNEI, 1998) contempla que:
O Referencial foi concebido de maneira a servir como um guia de
reflexo de cunho educacional sobre objetivos, contedos e orientaes
didticas para os profissionais que atuam diretamente com crianas de
zero a seis anos, respeitando seus estilos pedaggicos e a diversidade
cultural brasileira. (BRASIL, 1998, p. 7, Apresentao).
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Sendo assim, o Referencial Curricular Nacional da Educao Infantil (RCNEI),
foi criado com a inteno de servir de norteador do trabalho dos professores na educao
infantil, para que, tanto o trabalho da instituio escolar quanto do professor estejam
alinhados de maneira a contribuir no desenvolvimento integral da criana que faz parte
do ciclo da educao infantil. O que nos leva a refletir que a professora pesquisada
entende a seriedade do alinhamento de seu trabalho com PPP da instituio que ela
trabalha, uma vez que:
O planejamento das atividades desenvolvidas em sala de aula acontece
semanalmente, e tudo est de acordo com o plano anual para o
desenvolvimento das habilidades que os alunos devem dominar at o
final do ano nesta idade e de acordo com o PPP da escola que foi
reelaborado no incio deste ano pela diretora, pela coordenadora e por
ns professoras. (PROFESSORA ENTREVISTADA, 20/05/2016).
Com isso, percebe-se que cada vez mais os envolvidos diretamente no processo
educacional (diretores, coordenadores e professores) tm percebido a necessidade de
planejarem juntos as aes a serem desenvolvidas em cada instituio escolar, para que a
educao como um todo tenha ganhos expressivo.
CONCLUSO
Como sabido, uma tendncia pedaggica no existe despretensiosamente, na
maioria das vezes, ela tem base terica, filosfica, psicolgica e at de mercado. Para
tanto, cabe ao professor que est atuando nas instituies escolares de toda parte do pas
compreender os pressupostos que cada teoria carrega em seu bojo, para assim poder
adotar aquela ou aquelas que mais se aproximam do que ele acredita gerar melhores
resultados em suas aes e para a educao de forma em geral.
Diante disso, entende-se que a prtica pedaggica est sujeita a condicionantes de
ordem social e poltica que implicam diferentes concepes de homem, de educao e de
sociedade e, consequentemente, diferentes pressupostos sobre o papel de cada abordagem
metodolgica no processo de aprendizagem.
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Dessa forma, compreende-se que o modo como realizado o trabalho dos
professores na escola tem a ver com esses pressupostos tericos, explcita ou
implicitamente, que so abordados nos cursos de formao ou mesmo pela maneira como
este professor entende a educao em seu ntimo.