O abuso sexual não é culpa da vítima
Alice Bianchini
Doutora em Direito Penal pela PUC/SP
Integrante da Comissão Especial da Mulher Advogada OAB/Federal
Coeditora do Portal www.atualidadesdo
direito.com.br
O abuso sexual não é culpa da vítima
Alice Bianchini
Doutora em Direito Penal pela PUC/SP
Integrante da Comissão Especial da Mulher Advogada OAB/Federal
Coeditora do Portal www.atualidadesdo
direito.com.br
www.atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini
Preço especial
Tolerância social à violência contra as mulheres
Pesquisa Ipea - 2013
70% discordam total ou parcialmente
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/140327_sips_violencia_mulheres.pdf
37,9% discordam total ou parcialmente
Maioria dos brasileiros* acha que mulher que usa roupa que mostra o corpo merece ser atacada. Você concorda?
Não
83,36%Sim
16,64%
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/03/27/maioria-diz-que-mulher-com-roupa-curta-merece-ser-atacada-aponta-pesquisa.htm
98.068 votos
*Pesquisa teve início antes da errata divulgada pelo IPEA
Pesquisa DataFolha - 7 de abril
798 moradores maiores de 16 anos
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/161244-para-12-dos-paulistanos-roupas-reveladoras-justificam-ataque.shtml
Pesquisa DataFolha - 7 de abril
Datafolha refez em São Paulo pergunta polêmica de estudo do Ipea
798 moradores maiores de 16 anos
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/161244-para-12-dos-paulistanos-roupas-reveladoras-justificam-ataque.shtml
Pesquisa DataFolha - 7 de abril
798 moradores maiores de 16 anos
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/161244-para-12-dos-paulistanos-roupas-reveladoras-justificam-ataque.shtml
50,7% das vítimas de estupro no Brasil
têm até 13 anos
Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde - Ipea
201150,7% das vítimas de estupro no Brasil têm até 13 anos Pai: 11,8% | Padrastos: 12,3%
No grupo de adultos, o agressor era desconhecido em 60,5% dos casos. http://oglobo.globo.com/pais/ipea-507-das-vitimas-de-estupro-no-brasil-tem-ate-13-anos-12007654#ixzz2ym9XVnZH
Pesquisa DataFolha - 7 de abril
798 moradores maiores de 16 anos
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/161244-para-12-dos-paulistanos-roupas-reveladoras-justificam-ataque.shtml
Pesquisa DataFolha - 7 de abril
798 moradores maiores de 16 anos
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/161244-para-12-dos-paulistanos-roupas-reveladoras-justificam-ataque.shtml
Pesquisa DataFolha - 7 de abril
Perguntas feitas às mulheres
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/161244-para-12-dos-paulistanos-roupas-reveladoras-justificam-ataque.shtml
Pesquisa DataFolha - 7 de abril
Perguntas feitas às mulheres
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/161244-para-12-dos-paulistanos-roupas-reveladoras-justificam-ataque.shtml
Pesquisa DataFolha - 7 de abril
Conclusões Relatório IPEA
"Por trás da afirmação, está a noção de que os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais; então, as mulheres, que os provocam, é que deveriam saber se comportar, e não os estupradores".
Aspectos psicológicos
Frotteurismo- ato de se esfregar em uma pessoa sem o seu consentimento, geralmente em locais com grande aglomeração, como ônibus, trens e metrôs. - na linguagem das ruas: encoxada- é uma parafilia (perversão ou anormalidade)- normalmente vinculado a uma questão machista
O que leva alguém a assediar?
Uma visão da psicologia - Psiquiatra Magda Vaissman • transtorno de impulso: “quando uma pessoa tem vontade
de alguma coisa e não controla. É normal andar na rua e achar uma pessoa bonita, mas isso não significa que você tem permissão para agarrá-la”
• “Esta alteração psicológica faz com que a pessoa não tenha limites e nem freio social frente aos impulsos”; atitude está relacionada ao caráter
• Fatores de risco: infância conturbada ou cheia de violências e desrespeitos; permissividade social
http://www.bolsademulher.com/estilo/assedio-sexual-mulher-culpa-nao-e-sua/?utm_source=FB&utm_medium=likes&utm_term=Post%20Patrocinado%20&utm_campaign=PostPatroc-Abuso%20Sexual
Campanha “Chega de Fiu Fiu”
Campanha visa combater o assedio sexual em espaços públicos: - 85% das pesquisadas já tiveram seu corpo tocado sem
permissão no espaço público. - 83% das mulheres consultadas declararam que não
gostam de receber cantada na rua. - O resultado contraria a ideia de que as mulheres gostam
de receber elogios no espaço público proferidos por desconhecidos, argumento que, inclusive, neutraliza o assédio.
http://www.bolsademulher.com/estilo/assedio-sexual-mulher-culpa-nao-e-sua/?utm_source=FB&utm_medium=likes&utm_term=Post%20Patrocinado%20&utm_campaign=PostPatroc-Abuso%20Sexual
Campanha “Chega de Fiu Fiu”
As violações e abusos fazem parte de um mesmo desprezo pelos direitos do próximo.
Crimes sexuais e transportes coletivos
Integrantes de um grupo feminista distribuíram
alfinetes para mulheres se defenderem dos
"encoxadores" do metrô de São Paulo.
Questões jurídicas
1. Esfregar-se em outra pessoa sem o consentimento dela em busca de prazer sexual é
crime?
Importunar alguém em lugar público e de modo ofensivo ao pudor é contravenção penal (art. 61 da LCP - pena de multa)Quem pratica tais condutas é chamado vulgarmente de “encoxador”. 2014: no transporte ferroviário paulistano 26 homens foram pegos em flagrante “encoxando” alguma mulher.
2. O ato pode ser considerado estupro?
• Sempre que houver violência ou grave ameaça, o ato pode ser caracterizado como estupro.
• Quando a conduta de “encoxamento” é praticada contra menores de 14 anos ocorre estupro, mesmo que inexista grave ameaça ou violência. Trata-se do estupro de vulnerável.
• Também é importante lembrar que se o ato de “encoxamento” vier acompanhado da prática de ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público (como a masturbação, por exemplo), pode configurar o crime de ultraje público ao pudor. Pena: três meses a um ano, ou multa
3. Aliás, o que é considerado estupro hoje?
• O estupro ocorre quando a vítima (que pode ser homem ou mulher) é constrangida, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique um ato libidinoso (art. 213 do Código Penal), ou seja, quando alguém é forçado a fazer alguma ação que tenha conotação sexual.
• No caso dos “encoxamentos”, a prática é de obrigar a vítima a permitir que com ela se pratique um ato libidinoso (no caso, a conduta de esfregar-se). Quando tal ação vier acompanhada de violência ou grave ameaça, temos o estupro.
Pesquisa DataFolha - 7 de abril
798 moradores maiores de 16 anoshttp://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/161244-para-12-dos-paulistanos-roupas-reveladoras-justificam-ataque.shtml
Pesquisa DataFolha - 7 de abril
798 moradores maiores de 16 anos
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/161244-para-12-dos-paulistanos-roupas-reveladoras-justificam-ataque.shtml
O que fazer?
O que fazer?
Têm receio de serem:• perseguidas pelo agressor • desrespeitadas nas
delegacias, e até • acusadas pela conduta do
infrator.
As mulheres sofrem uma dupla humilhação: o ato em si e o descaso quando querem reclamar. Não sabem se o fato é tipificado como crime
http://www.compromissoeatitude.org.br/audiencia-trata-da-violencia-sexual-contra-mulheres-nos-transportes-publicos-alesp-08042014/
O que fazer?
Educação para a equidade de gênero:
para prevenir esse tipo de mentalidade
Empoderamento da mulher:
para que ela tenha consciência de quando está sendo abusada e
para que saiba que em hipótese alguma a culpa
é dela.
Plano Nacional de Educação
Os homens devem ser a
cabeça do lar.
Mulher deve satisfazer o
marido na cama, mesmo quando
não tem vontade
A mulher que apanha em casa deve ficar quieta
para não prejudicar os
filhos.
Dá para entender que um homem
rasgue ou quebre as coisas da
mulher se ficou nervoso.
27,2
63,8
14,6
15,5
Perfil da sociedade
Atributos que reforçam a probabilidade de uma adesão a valores mais igualitários, de respeito à diversidade, e de uma postura mais intolerante em relação à violência contra as mulheres:- morar em metrópoles - morar nas regiões mais ricas do país - morar no Sul e Sudeste - ter escolaridade mais alta e - ser mais jovem
Vagões exclusivos para mulheres?
Pesquisa DataFolha - 7 de abril
798 moradores maiores de 16 anos
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PL 7343/2014 Dispõe sobre reserva de vagões exclusivos para mulheres nos sistemas ferroviário e metroviário.
Art. 3º No intuito de permitir a eficácia da medida, essas empresas ficam comprometidas em contratar profissionais da área de segurança, a fim de fiscalizarem o embarque e desembarque nas estações de trem e metrô. Art. 4º Ficam as empresas obrigadas a fixar cartazes informativos em toda a estação de trem ou metrô, e nos próprios vagões, esclarecendo a existência do direito de preferência e as penas previstas no Código Penal Brasileiro para os crimes de Estupro. 11/04/2014 Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)
Recebimento pela CCJC.
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=611048
Cidades que já adotam tais medidas
Rio de Janeiro desde 2006 .
Brasília desde julho de 2013
Vagões exclusivos para mulheres?
Sistema segregacionistax
Adoção de campanhas educacionais