Portuguese
ReonFacema. 2017 Abr-Jun; 3(2):452-459.
Pathological manifestations in fuel gas system of a
condominium: inspection and diagnosis
Manifestações patológicas em sistema de gás combustível de um condomínio: inspeção e diagnóstico
Manifestaciones patológicas en sistema de gas combustible de un condominio: inspección y diagnóstico
ABSTRACT
Objectives: This article aims to report and discuss the results of a technical report carried out in a
building located in a city in the interior of the State of São Paulo, whose emphasis is given to the pathologies in the gas installations, knowing that the shortage of works Is notorious. Methodology:
The study site is located in a city in the interior of the state of São Paulo, where the analysis of the
documents made available was performed, after which the surveys were carried out in the condominium under study. With the data obtained in the survey, it was possible to determine the
causes of the existing manifestations, comparing their performance with the norms. Results: The
installation of gas, from the LPG plant to the internal installations, was not carried out according to the technical standards. The most important pathological manifestations were the corrosion in the
buried pipes and the wear of the pipes, because the sections of the analyzed pipes presented
incrustations. Conclusion: The gas installations surveyed do not comply with technical standards NBR
15526/2012, NBR 13523/2017, technical instructions no. 28/2004, among others. It is hoped that this article will encourage other technical works on the subject, due to the lack of research.
RESUMO Objetivo: o presente artigo possui o objetivo de relatar e discutir os resultados decorrentes de laudo
técnico realizado em um edifício localizado numa cidade do interior do Estado de São Paulo, cuja
ênfase é dada às patologias nas instalações de gás, sabendo que a escassez de trabalhos é notória. Metodologia: O local de estudo encontra-se em município do interior do estado de São Paulo, onde
realizou-se análise dos documentos disponibilizados, depois efetuou-se as vistorias no condomínio em
estudo. Com os dados obtidos na vistoria, foi possível determinar as causas das manifestações
existentes, comparando seu desempenho com as normas. Resultados: A instalação de gás, desde a central GLP até as instalações internas, não foram executadas consonante às normas técnicas. As
manifestações patológicas mais importantes foram a corrosão nas tubulações enterradas e o desgaste
das tubulações, pois as seções das tubulações analisadas apresentaram incrustações. Conclusão: As instalações de gás vistoriadas não estão em conformidade com as normas técnicas NBR 15526/2012,
NBR 13523/2017, instruções técnicas nº 28/2004, entre outras. Espera-se com esse artigo incentivar
outros trabalhos técnicos a respeito do tema, devido à escassez de pesquisas. RESUMEN
Objetivos: el presente artículo tiene el objetivo de relatar y discutir los resultados derivados de la
laudo técnico realizado en un edificio ubicado en una ciudad del interior del Estado de São Paulo, cuyo énfasis se da a las patologías en las instalaciones de gas, sabiendo que la escasez de trabajos Es
notoria. Metodología: El local de estudio se encuentra en municipio del interior del estado de São
Paulo, donde se realizó el análisis de los documentos disponibles, luego se efectuaron las inspecciones en el condominio en estudio. Con los datos obtenidos en la inspección, fue posible
determinar las causas de las manifestaciones existentes, comparando su desempeño con las normas.
Resultados: La instalación de gas, desde la central GLP hasta las instalaciones internas, no se ejecutó
de acuerdo con las normas técnicas. Las manifestaciones patológicas más importantes fueron la corrosión en las tuberías enterradas y el desgaste de las tuberías, pues las secciones de las tuberías
analizadas presentaron incrustaciones. Conclusión: Las instalaciones de gas inspeccionadas no
cumplen con las normas técnicas NBR 15526/2012, NBR 13523/2017, instrucciones técnicas nº 28/2004, entre otras. Se espera con este artículo incentivar otros trabajos técnicos sobre el tema,
debido a la escasez de investigaciones.
¹Coordenador, Doutor em Engenharia Civil - Geotecnia. Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão - FACEMA. Caxias, Maranhão, Brasil. E-mail: [email protected] ²Graduando do curso de Engenharia Civil. Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão - FACEMA. Caxias, Maranhão, Brasil. E-mail: [email protected] ³Professora, Especialista – Fisioterapia, Técnica Segurança. Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão - FACEMA. Caxias, Maranhão, Brasil. E-mail: [email protected] 4Professora Mestre em desenvolvimento e meio ambiente. Faculdade de ciências e tecnologia do Maranhão - FACEMA. Caxias, Maranhão, Brasil. E-mail: [email protected] 5Graduando do curso de Engenharia Civil. Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão - FACEMA. Caxias, Maranhão, Brasil. E-mail: [email protected]
Descriptors
Pathology. gas system. GLP.
Descritores
Patologia. sistema gás. GLP.
Descriptores
Patología. sistema gas. GLP.
Sources of funding: No
Conflict of interest: No
Date of first submission: 2017-02-12
Accepted: 2017-04-19
Publishing: 2017-06-25
Corresponding Address
Maria Josenice Carvalho Oliveira . Rua Aarão Reis, 1000 – Centro,
Caxias/MA, Brasil. E-mail:
[email protected], Celular: (99)988205051.
Faculdade de Ciências e Tecnologia
do Maranhão, Caxias/MA
Cláudio Vidrih Ferreira1
Mikhael Ferreira da Silva Santos2 Ana Cláudia Scarpim3 Luciana Batista Lima4
Jackson Douglas da Cruz Silva5
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ISSN: 2447-2301
ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE / ORIGINALE
ISSN: 2447-2301
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INTRODUÇÃO
A arte de construir é uma atividade inerente
ao processo histórico de formação da civilização
humana. Desde os primórdios, o homem buscava
abrigo em cavernas, o que hoje é atividade
estritamente dos animais irracionais. Um dos sistemas
estruturais mais simples e antigo datado na história,
construído pelo homem, é o trilítico, formado por uma
laje horizontal que transfere os esforços para dois
blocos verticais, semelhante ao dólmen(1).
Cerca de 5000 anos atrás, o homem sentiu
necessidade de formar grupos sociais, pois a vida
coletiva tinha mais vantagens, em outras palavras, se
assemelha a expressão “juntos somos mais fortes”.
Essa evolução pode ser classificada em três fases
distintas: homem pré-urbano (vivia em pequenos
grupos dedicados apenas à alimentação não estocada,
motivo pelo qual eram denominados nômades);
homem pré-feudal (cuja sociedade iniciou a
especialização do trabalho, cuja principal atividade
era a agricultura); e a sociedade organizada (cujo o
principal símbolo é a industrialização, educação em
massa e o uso dos recursos naturais)(2).
Foi justamente na última fase que a
construção em larga escala foi iniciada, os materiais e
técnicas empregadas eram condizentes conforme a
disponibilidade dos recursos naturais e o avanço do
conhecimento científico. Vale salientar que a evolução
industrial, no século XVIII, possibilitou incrementar
novos materiais na construção civil, tais como vidro,
aço, ferro fundido e o concreto(3).
O desenvolvimento de estudos relativos ao
comportamento das edificações a longo prazo ainda
era primário, bem como as ferramentas tecnológicas
para elaboração de projetos. Neste cenário, os
projetos das edificações baseavam-se apenas nas
exigências mecânicas, no quesito segurança da
estrutura. Não obstante, com o envelhecimento das
estruturas e o surgimento de patologias, estudar as
causas para a ocorrência desses problemas tornou-se
essencial.
Logo, a partir do estudo do problema
encontrado, pode-se avaliar qual a alternativa mais
eficiente e econômica indicada para a intervenção.
Enfatiza-se que as ferramentas de tomadas de decisão
são baseadas na relação custo/benefício que envolve a
disponibilidade de materiais, mão de obra, prazos e os
recursos disponíveis. Essa ciência, antes descrita, é
chamada de patologia das construções(4).
Dar-se, nesse momento, atenção especial
aos sistemas prediais hidráulicos-sanitários e de gás.
Estes, após a entrega da edificação, entram em
equilíbrio com o ambiente e seus usuários. São
subsistemas prediais que mais estão em contato com
os usuários, visto que o mal funcionamento causa
prejuízos ao bem-estar físico e psicológico do ser
humano(5).
Independentemente da importância desses
subsistemas prediais, as pesquisas são relativamente
escassas. Dados brasileiros que retratam patologias em
sistemas hidráulico-sanitários e gás são encontrados
em poucas referências, tais como Lichtenstein (1985),
Amorim et al (1993) e Almeida (1994). É unânime,
entre os pesquisadores brasileiros, que a escassez de
dados sobre problemas nos sistemas supracitados
impossibilita uma evolução rápida de metodologias
para melhoria da qualidade dos projetos e execução.
Tais manifestações patológicas são de
diversos tipos e apenas em casos extremos causam
sérios riscos de vida ou de saúde aos usuários, mas é
comum causar aborrecimentos, desconforto físico e
psicológico, bem como prejuízos econômicos(5). Nesse
cenário, é comum as solicitações de serviços
profissionais relacionado a patologia em sistemas
prediais hidráulico, sanitário e gás, com o intuito de
determinar a melhor solução para os problemas
existentes ou ao menos mitigar as suas consequências.
Instalações de gás combustível,
especificamente, é a designação das instalações
prediais que se destinam a distribuir o gás no interior
dos prédios para fins de fornecimento de calor,
consumo de fogões na preparação de alimentos,
aquecedores de água ou equipamentos industriais e
comerciais. O gás utilizado nos sistemas, basicamente,
pode ser obtido de duas formas: gás distribuído por um
órgão competente, conhecido como gás “encanado”, a
título de exemplo cita-se a Companhia Estadual do
Gás, localizada no Rio de Janeiro; ou através do Gás
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Liquefeito de Petróleo – GLP, tipo comum nos edifícios
residenciais e comerciais, conhecido como gás
“engarrafado”(6).
O GLP é basicamente uma mistura de dois
tipos de gás, propano e butano, hidrocarbonetos
obtidos através da destilação do petróleo. O uso cada
vez mais comum do GLP se justifica pelas suas
vantagens, entre elas o elevado rendimento, grande
poder calorífico, a título de exemplo, 1 kgf de GLP
equivale a 2 kgf de carvão de lenha ou 14 quilowatts-
hora, facilidade e rapidez de operação, pouca toxidez,
ausência de subprodutos decorrentes do processo da
queima, entre outras(7).
No início, o GLP era utilizado apenas nas
residências isoladas, cada família possuía seu próprio
botijão para diversos fins. Não obstante, hoje ele é
empregado em edifícios residências e comerciais,
tanto em forma isolada quanto através de uma
instalação central, que distribui através de tubulações
a partir de depósitos situados em áreas descobertas e
isentas de materiais perigosos. Embora as instalações
coletivas de GLP não sejam generalizadas no país, a
tendência é aumentar o seu uso, principalmente após
as descobertas de imensas reservas naturais de gás
natural(6).
A distribuição do GLP é realizada por
empresas que comercializam de duas formas em geral:
recipientes transportáveis ou móveis e a granel. Os
primeiros são encontrados de diversos tipos, tais como
botijões de 2, 5 e 13 kgf, cilindros de 45 kgf (próprio
para médio consumo) e as “carrapetas” de 90 kgf
(próprio para consumos elevados). A granel, por sua
vez, são elementos fixos ou imóveis para capacidade
de até 60.000 kgf, sendo abastecido através de
caminhões. Este último é mais comum para instalações
industriais, devido a significativa demanda(8).
Em prédios de apartamentos, caso em
estudo deste artigo, têm-se adotado dois tipos de
instalação: individual ou coletiva. A instalação
individual funciona com cada apartamento possuindo
seu botijão de gás isolado, geralmente de 13 kgf. Por
outro lado, a instalação coletiva armazena o GLP em
bateria de cilindro de 45 ou 90 kgf cada, ou em
tanques personalizados de capacidade semelhante(8).
Salienta-se que as principais normas
relativas as instalações de gás GLP são a NBR
15526/2012, que trata das redes de distribuição
interna para gases combustíveis, e NBR 13523/2017,
que trata especificamente da central do GLP.
Uma publicação técnica expos o resultado
de 48 serviços realizados na cidade de Curitiba – PR.
Foram selecionados 25 edifícios residenciais julgados
representativos e através da estatística descritiva
determinou a frequência das patologias encontradas
subdivididas em água fria, água quente, combate a
incêndio, gás, esgoto sanitário e águas pluviais. Dentre
as patologias encontradas, em média, 9% das
patologias de cada um dos 25 edifícios foram devidas
as instalações de gás(9).
As principais patologias encontradas no
espaço amostral foram ausência ou insuficiência de
aberturas para ventilação permanente para o ar de
combustão, ausência de meio ou duto coletivo de
ventilação permanente para os abrigos dos medidores
de gás, extensão insuficiente do trecho vertical das
chaminés de aquecedores a gás, ramais de distribuição
de gás combustível executados em aço carbono preto
desprovido de tubos-luva ventilados nas extremidades,
entre outras(9).
Nesse intuito, este artigo possui o objetivo
de relatar e discutir os resultados decorrente de um
laudo técnico realizado em um edifício localizado
numa cidade do interior de São Paulo, cuja ênfase é
dada às patologias nas instalações de gás. Espera-se
demonstrar a metodologia de abordagem em trabalhos
relacionados a patologias em instalação de gás
combustível.
METODOLOGIA
O local de estudo encontra-se no interior do
estado de São Paulo, em uma das cidades mais
populosa do estado, com aproximadamente 443.000
habitantes, localizado a cerca de 440 km da capital,
São Paulo(10). Devido sua potencial economia, diversos
edifícios residenciais e comerciais estão sendo
construídos, e muitos já estão na iminência de iniciar
as obras. O condomínio, neste trabalho denominado X,
é composto por 6 (seis) torres, blocos A até F.
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Inicialmente, realizou-se análise dos
documentos disponibilizados, especificamente o
projeto técnico de segurança contra incêndio e o
projeto hidráulico/gás, possuindo as informações
executivas e materiais utilizados, isométrico, quadro
de situação e detalhes.
Posteriormente, foi realizado as vistorias no
Condomínio X, utilizando-se de máquina fotográfica,
caneta, pranchetas, e outros acessórios necessários
para uma avaliação pericial. Salienta-se que o foco da
vistoria foi justamente o sistema de instalação de gás,
pois as manifestações patológicas estavam
relacionadas a ele.
Com os dados obtidos na vistoria, foi
possível determinar as causas das manifestações
existentes, comparando seu desempenho com os
requisitos mínimos estabelecidos nas normas,
especificamente a NBR 15526/2012 e NBR 13523/2017.
Foram também expostas algumas recomendações
construtivas que foram ou deveriam ser seguidas no
projeto, afim de garantir um adequado desempenho
da edificação.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As figuras 01A e 01B ilustram, na devida
ordem, vista da fachada do prédio e vista do
alinhamento dos blocos que compõe o condomínio.
Figura 01 – Vista da falhada do prédio e alinhamento dos blocos.
Com base nas vistorias realizadas,
constatou-se que a central da GLP está localizada
contígua ao muro frontal do condomínio e que
comporta 3 (três) recipientes, cuja descrição técnica
encontrada na relação dos materiais foi P-45, o que
significa que o cilindro possui 45 kgf de GLP. As figuras
02A e 02B ilustra vistas da central de GLP.
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Figura 02 – Vista da central GLP.
Constatou-se que a execução da central a o
sistema de tubulação foi realizada sem projeto
técnico, baseada apenas na experiência. Embora a
notória importância do projeto, no Brasil, muitas
vezes ele é visto como um cumprimento de uma
formalidade legal do que uma ferramenta de solução.
Mesmo tendo pouco significado no custo total de uma
obra, muitos construtores trabalham baseado apenas
na experiência e esquece que cada construção é
única(11).
Devido uma falha de planejamento,
inclusive justificada pela falta de um projeto
adequado, a execução das tubulações, estas
enterradas, teve diversos problemas, entre eles a
dificuldade de encontrar os usuários dos apartamentos
para execução interna. A empresa executora afirmou
que a execução foi feita através da abertura de uma
vala, em seguida disposta uma camada de areia
grossa, cobrindo o fundo da vala, e na sequência à
disposição da tubulação, aço carbono, com a
sobreposição de outra camada de areia e consequente
compactação do solo. As figuras 03A e 03B ilustram
vistas dos sinais evidentes do trajeto das tubulações
enterradas no condomínio.
A partir da informação que as manifestações
patológicas iniciaram entre os blocos B e C, foi
realizado a abertura do piso, especificamente no local
onde passa as tubulações de gás. Salienta-se que a
abertura do piso foi realizado através de técnicas
apropriadas de investigação.
Figura 03 – Vista de sinais da rede junto a central GLP.
A vistoria permitiu constatar que foram
empregados tubo de aço (ferro), não sendo possível
afirmar com clareza qual a classificação do tubo
utilizado, visto que não se dispôs de nenhum
documento comprobatório do tipo de material
utilizado. Embora, segundo a executora, a instalação
tinha 5 (cinco) anos de uso, as tubulações estavam
com sinais evidentes de deterioração, exigindo a troca
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total das tubulações. As figuras 04A e 04B mostram vistas da tubulação enterrada.
Figura 04 – Vista de sinais da rede junto a central GLP.
Salienta-se que devido a deterioração das
tubulações, o risco de vazamento de gás é iminente.
Esse fato contraria as exigências dispostas pela NBR
15575/2013, em sua parte 6, que trata dos sistemas
hidrossanitários, no quesito dos requisitos para evitar
explosões, queimaduras ou intoxicação(12). Salienta-se
também, segundo as NBR 15526/2012 e NBR
13523/2017, que se espera um tempo de vida de 10 a
15 anos para esse tipo de material, indicando que essa
deterioração precoce concretiza a hipótese de não
conformidade com as normas técnicas(13,14).
Durante a vistoria, foi constatado que
alguns tubos foram substituídos por apresentarem
vazamentos. Analisando os tubos retirados, é notório o
comprometimento do material instalado, podendo
supor que o material é inadequado e/ou a mão de
obra é pouco qualificada. A NBR 15526/2012 normatiza
que a rede de distribuição pode ser embutida,
enterrada ou aparente, devendo receber o adequado
tratamento para proteção superficial, quando
necessário. No caso em tela, é provável que os tubos
não atenderam as exigências e/ou não sofreram o
tratamento de proteção adequado(13).
Nas instalações internas, tendo sido
vistoriados alguns apartamentos, constatou-se que
para passagem da rede houve a perfuração no forro e
na laje da cada um dos apartamentos vistoriados, o
que contraria as exigências da NBR 15526/2012, pois a
rede de tubulação não deve passar em qualquer tipo
de forro falso não ventilado, exceto quando utilizado
tubo-luva(13).
As prumadas nos apartamentos vistoriados,
conforme figuras 05A e 05B, foram executadas com
tubo de aço galvanizado passando pelo forro falso,
mas sem presença de tubo-luva, contrariando as
exigências técnicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos fatos aclarados, a instalação de
gás, desde a central GLP até as instalações internas,
não foram executadas integralmente consonante com
as normas técnicas NBR 15526/2012, NBR 13523/2017,
instruções técnicas nº 28/2004, entre outras.
Ratificando ainda que não se utilizaram de um projeto
para execução, respaldando-se apenas na experiência
profissional.
As manifestações patológicas mais
importantes foram a corrosão nas tubulações
enterradas que transporta o GLP da central GLP até os
condomínios autônomos e o desgaste das tubulações,
pois as seções das tubulações analisadas apresentaram
incrustações, principalmente devido a agentes básicos.
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Vale salientar que nas prumadas não se
utilizaram cano-luva na interface com o forro falso,
discordando mais uma vez das instruções técnicas.
Espera-se com esse artigo incentivar outros trabalhos
técnicos a respeito do tema, devido à escassez de
pesquisas, bem como propor uma metodologia de
análise de manifestações patológicas em instalação de
gás.
Figura 05 – Chegada da tubulação no 1º andar sem a presença do tubo-luva.
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