1
PCBs e a Convenção de Estocolmo
GT Convenção de Estocolmo (FMASE)GA PCB Abradee
Paulo Clebicar (Coordenador)Mariana Garcia
Adriana de Castro
SUMÁRIO
O que são as PCBs?
Riscos e toxicidade
Formas de aplicação
Convenção de Estocolmo
Produção e consumo mundial das PCBs
PCBs no Brasil
Destinação final
Conclusões
Referências
Bifenilas policloradas do inglês Polychlorinated
Biphenyls (PCBs), C12H10-nCln
Grande estabilidade química; quimicamente inerte; não
hidrolisável, resistentes a ácidos, bases e oxidantes;
Não inflamável;
Alta constante dielétrica, ou seja, são isolantes elétricos muito
bons;
Hidrofóbico e lipossolúvel.
O QUE SÃO AS PCBs?
Ascarel foi usado genericamente para denotar líquidos
dielétricos sintéticos, não inflamáveis, usados
principalmente em transformadores que continham PCBs e
outros organoclorados (tri e tetra clorobenzeno,
principalmente)
Nome Fabricante, país
Aroclor Monsanto, EUA
Clophen Bayer, Alemanha
Kanechlor Kanegafuchi, Japão
Phenoclor e Pyralene Prodolec, França
Santotherm Mitsubishi, Japão
Aceclor ACEC, Bélgica
Apirolio Caffaro, Itália
Pyranol G.E., Estados Unidos
Pyroclor Monsanto, Reino Unido
O QUE SÃO AS PCBs?
Existem no total 209 possíveis compostos chamados de congêneres de PCB, diferenciados pelo número e posicionamento de átomos de cloro na molécula
O QUE SÃO AS PCBs?
Tipo de Aroclor: 12xx, onde xx é teor em peso de cloro.
Ex.: 1242 – 42% de cloro; Exceções: 1016 – 41% de cloro.
Uma mistura comercial de PCBs mesmo que do mesmo
lote e fabricante não é idêntica por causa de pequenas
alterações nas condições de cloração – ex.: Aroclor 1254
O QUE SÃO AS PCBs?
FONTE: Adaptado de França, 2014
Não biodegradáveis, podendo se
bioacumular, bioconcentrar e
biomagnificar; classificada como
carcinogênico e Poluente
Orgânico Persistente.
Riscos e toxicidade
• Tipos de configuração → depende se há substituição ou não de cloro na posição orto
• Efeito tóxico → atribuído a estruturas mais rígidas, coplanares similares a dos PCDDs e PCDFs-> Não se pode atribuir a carcinogenicidade somente aos dioxin-like PCB nem estendê-la a todos os demais congêneres (LAUBY-SECRETAN et al, 2016 e QI et al, 2014).
Plana Não Plana
3,3',4,4',5-Pentachlorobiphenyl; PCB 126; 2,2',3,3',6,6'-HEXACHLOROBIPHENYL; PCB 136
Riscos e toxicidade
Riscos e toxicidadeClasses estruturais das PCBs
Classes
Configuração
I e II compostos coplanares e mono-orto-coplanar
III mono-orto-coplanar, mas com ausência de clorona posição para
IV di-orto-coplanar
V e VI tri etetra-orto PCBs que são não planares
Simi-lari-
dade às PCDDs e
PCDFs
Fator de equivalência de toxicidade (TEF) das dioxin-like PCB
TEF – expressa a toxicidade de compostos quando comparado a toxicidade do 2,3,7,8-TCDD – dioxina mais tóxica, utilizada como referência com um TEF de 1.
Dispersivos - contato direto com o ambiente: produtos de
limpeza, sabonetes cirúrgicos, diluente para pulverização de
herbicidas ou pesticidas, formulações de plásticos e borrachas
especiais, etc.
Não dispersivos – sem contato direto com o ambiente - fluidos
isolantes elétricos, de troca térmica e hidráulico;
Norma europeia de gerenciamento de PCB: “A manipulação
de equipamentos contendo PCB requer os mesmos cuidados
que a manipulação de equipamentos contendo óleo, já que
não é conhecido risco adicional à saúde humana ou ao meio
ambiente, desde que as PCBs estejam contidas dentro do
equipamento”
FORMAS DE APLICAÇÃO DAS PCBs
Anexo A - Eliminação
• Aldrin● (2001)• Endrin●(2001)• Mirex●(2001)• Clordano●(2001)• Heptacloro●(2001)• Toxafeno●(2001)• Dieldrin●(2001)• Hexaclorobenzeno●/∆(2001)• PCBs ∆(2001)• Alfa Hexaclorociclohexano ●/□
(2009)
• Beta hexaclorociclohexano●/□(2009)
• Clordecona●(2009)• Hexabromobifenil∆(2009)• Éter hexabromodifenil e éter
heptabromodifenil∆(2009)• Lidano●(2009)• Pentaclorobenzeno●/∆/□(2009)• Éter tetrabromodifenilico e éter
pentabromodifenílico ∆(2009)
• Endosulfan e isômeros correlatos ● (2011)
• Hexabromociclododecano ∆ (2013)
• Hexaclorobutadieno ∆ (2015)• Pentaclorofenol, seus sais e
ésteres ● (2015)• Naftalenos policlorados ∆/□
(2015)
Anexo B Restrição Anexo C – Produção não intencional
• DDT ● (2001)• Ácido perfluoroctano sulfônico,
seus sais e fluoreto de perfluoroctano sulfonila∆(2009)
• Dibenzeno-p-dioxinas e dibenzenofuranos (dioxinas e furanos)□ (2001)
• Hexaclorobenzeno□ (2001)• PCBs□ (2001)• Pentaclorobenzeno□(2009)• Naftalenos policlorados □
(2015)
LEGENDA:
● Agrotóxicos ∆Produtos químicos
industriais□Subprodutos
CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO
Anexo A – POPs a serem eliminados:
Parte II – PCB
Envidar esforços para tirar de uso equipamentos quecontenham mais de 500 mg/kg até 2025;
Empenhar-se para tirar de uso equipamentos quecontenham mais de 50 mg/kg até 2025;
Destinação final até 2028;
CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO - PCB
Fabricação: 1 326 mil T entre 1930 e 1993 (BREIVIK et al, 2007)
Utilização: 97% no hemisfério norte (BREIVIK et al, 2002)
Legenda em T:
Estimativa de uso acumulado de PCB com resolução de 1º de longitude e latitude
Fonte: BREIVIK et al, 2002
PRODUÇÃO E CONSUMO MUNDIAL DAS PCBS
Nunca foram fabricadas no país;
Estima-se que de 1 a 2% das PCBs foram importadas pelo
Brasil, antes de 1981
1981 - Portaria Interministerial MIC/MI/MME
Proibição de fabricação, comercialização e uso;
Permissão de continuidade de operação até fim da vida
útil de equipamentos PCB do setor elétrico.
Permite a troca de Fluído PCB por não PCB.
1983 – Instrução normativa SEMA/STC/CRS – disciplina
manuseio, armazenamento e transporte de PCB e seus
resíduos;
1984, 1997 e 2005 - ABNT 8371- estabelecimento de
diretrizes técnicas adicionais pelo Comitê Brasileiro de
Eletricidade.
PCBs NO BRASIL – histórico e principais regulamentações em vigor
Cerca de 20 mil T em empresas licenciadas entre 1991
e 2012 (Brasil, 2015).
PCBs NO BRASIL – Estimativa de Destinação final
Principais tipos de resíduos:
Líquidos:
Fase oleosa (principalmente fluidos isolantes e hidraulicos);
Fase aquosa (aguas ou lodos contaminados por PCBs).
Sólidos:
Impermeáveis (não porosos): aqueles que não absorvem o produto,
como metais, porcelanas e pisos e paredes impermeabilizados;
Permeáveis (porosos): aqueles que absorvem as PCBs em sua massa,
como paredes e pisos não impermeabilizados ou não revestidos, papeis,
cartões, madeiras e solo.
A completa descontaminação de equipamentos elétricos e limitada devido a
estrutura destes equipamentos e a dificuldade em descontaminar os
materiais permeáveis e impermeáveis.
A concentração de PCB dos resíduos também afeta a forma de destinação
final, sendo que, usualmente, resíduos com maiores concentrações devem
ser destruídos, enquanto os demais são passíveis de descontaminação
DESTINAÇÃO FINAL - Considerações
Destinação final de equipamentos e óleo com teores
superiores ou iguais a 50 mg/kg, conforme norma ABNT
NBR 8371, depende do tipo de resíduo:
Incineração;
Descontaminação.
MÉTODOS DE DESTINAÇÃO FINAL
Compromisso da CE é do país e não do Setor Elétrico;
O Setor Elétrico está comprometido com gestão
ambientalmente adequada deste POP, visando o cumprimento
do que prevê a Convenção de Estocolmo.
CONCLUSÕES
Obrigada.
Mariana Garcia Costa
Cemig D
GA PCB Abradee
GT Convenção de Estocolmo
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Interior; Ministério da Indústria e Comércio; Ministério das Minas e Energias. Portaria interministerial nº 19, de 29/01/1981.SECRETARIAT OF THE STOCKHOLM CONVENTION. Stockholm Convention on Persistent Organic Pollutants (POPs) as amended in 2009. Texts and Annexes. 2010.EUROPEAN COMMITTEE FOR ELECTROTECHNICAL STANDARDIZATION - CENELEC. Guidelines for the inventory control, management, decontamination and/or disposal of electrical equipment and insulating liquids containing PCBs. Technical Report. CLC/TR 50503. 2010.English version. BRASIL. Ministério de Meio Ambiente – MMA. Estudo sobre as bifenilas policloradas. Proposta para atendimento à “Convenção de Estocolmo”. Anexo A – Parte II. [201?]BREIVIK, K; SWEETMAN, A; PACYNA, J, M; JONES,K C. Towards a global historical emission inventory for selected PCB congeners — a mass balance approach 1. Global production and consumption. The Science of the Total Environment 290. p. 181–198. 2002.BRASIL. Ministério de Meio Ambiente – MMA. Plano Nacional de Implementação Brasil – Convenção de Estocolmo. Brasília. 2015.FRANÇA. Ministério de l´Ecologie et du Developpement Durable et de l´Energie.Vos appareils peuvent contenir desPCBs- Pensez à les verifier! 2014. Disponível em: <http://www.developpement-durable.gouv.fr/IMG/plaquette%20PCB%202014(5).pdf>. Acesso em Mar de 2016.LAUBY-SECRETAN, B. LOOMIS, D. BAAN, R, GHISSASSI, F.E., BOUVARD, V., BENBRAHIM-TALLA, L., GUHA, N., GROSSE, Y, STRAIF, K., Use of mechanistic data in the IARC evaluations of the carcinogenicity of polychlorinated biphenyls andrelated compounds. Environmental Science and Pollution Research. V. 23. P. 2220-2229. 2016.QI, Z.; BUEKENS, A.; LIU, J.; CHEN, T.; LU, S.; LI, X.; CEN, K. Some technical issues in managing PCBs. Environmental Science and Pollution Research. vol. 21. p. 6448-6462. 2014.BRASIL. Secretário Especial do Meio Ambiente. Instrução Normativa SEMA/STC/CRS n°01 de 10 de junho de 1983. Dispõe sobre Manuseio, Armazenamento e Transporte de PCB's e/ou resíduos contaminados com PCB's.ABNT. NBR 8371: Ascarel para transformadores e capacitores – Características e riscos. 29 de abril de 2005.