PESQUISA, DESENVOLVIMENTO
E INOVAÇÃO PARA A OLERICULTURA
NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Secretaria de Agricultura,Pecuária, Pesca e Abastecimento
Secretaria de Agricultura, Pecuária,
Pesca e Abastecimento
1
Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e AbastecimentoEmpresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro
PROPOSTA DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃOPARA A OLERICULTURA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
A OLERICULTURA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
A cadeia produtiva da olericultura destaca-se no cenário agrícola estadual, pois
promove uma circulação intensiva de capital, da ordem de um bilhão de reais por ano,
sendo sustentáculo econômico e social de municípios do Estado do Rio de Janeiro.
Com o aumento da demanda por alimentos naturais, as olerícolas têm ganhado
espaço – principalmente nas unidades familiares e também com empreendedores – por
possuírem ciclos biológicos consideravelmente curtos, o que proporciona mais de um
cultivo por ano. Consequentemente, geram boa rentabilidade em pequenas áreas quando
comparadas a grandes culturas, como soja e milho. Outro fator a ser considerado é a
possibilidade de agregação de valor aos produtos, considerando-se inserções
tecnológicas, principalmente pós-colheita.
No entanto, trata-se de atividade de alto risco, em função de grande sensibilidade
diante das condições climáticas, sazonalidade de oferta e oscilações de preços, além de
problemas fitossanitários, devido ao cultivo intensivo e escalonado em pequenas áreas.
Dentre as características da cadeia produtiva de hortaliças, destacam-se o ciclo
curto de produção, a alta produção física, a instabilidade de preços e a alta perecibilidade
pós-colheita, prevalecendo, desta forma, circuitos curtos de comercialização,
principalmente para folhosas.
Quanto à geração de empregos, estima-se que cada hectare de hortaliças gere
entre três e seis empregos diretos.
Segundo dados da EMATER-RIO (2017), o cultivo de olerícolas no Estado do Rio
de Janeiro é bastante diversificado, tendo diferentes polos de produção, abrangendo em
torno de 40 espécies, com cerca de 819.690 toneladas, produzidas por 32.686
agricultores (proprietários, arrendatários, parceiros e posseiros) em área de 56.836 ha, e
valor da produção, em nível do produtor, de cerca de R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de
reais), o que representa cerca de 30% do PIB do setor primário do Estado do Rio de
Janeiro.
Secretaria de Agricultura,Pecuária, Pesca e Abastecimento
2
Dos noventa e dois municípios fluminenses, vinte e dois são considerados
principais produtores de hortaliças no Estado do Rio de Janeiro (mapa anexo). A
produção ocorre em áreas rurais, em áreas urbanas e periurbanas, sendo que estas duas
últimas garantem mais qualidade para o alimento, que será consumido logo após a
colheita, com menor custo para o agricultor, já que os gastos com transporte e
combustível são reduzidos.
Dentre as hortaliças de frutos (tomate, pimentão, jiló, quiabo etc.), o tomate detém
o maior valor da produção (32%). Dentre as hortaliças folhosas (alface, couve, espinafre,
repolho etc.), a alface detém o maior valor da produção (37%), e dentre as hortaliças de
raiz e rizomas (aipim, batata-doce, inhame etc.) é o aipim que detém o maior valor da
produção (79%).
No Estado do Rio de Janeiro, devido à importância econômica e social da exploração
de olerícolas, a inovação na produção tem de ser constante. Dessa forma, a PESAGRO-RIO,
em parceira com outras instituições, propõe-se a desenvolver e recomendar novas cultivares
através de competição, de seleção e melhoramento genético.
Além disso, algumas hortaliças cultivadas apresentam populações de grande
variabilidade, e esses recursos precisam ser conservados para não sofrerem erosão
genética. Desta forma, propomos manter e conservar Bancos de Germoplasma dessas
espécies, pois são garantia da biodiversidade e material para melhoramento genético.
O Rio de Janeiro é considerado celeiro de variedades e de espécies geradas e
adaptadas aos diferentes microclimas, observados em suas diferentes regiões
produtoras. Essa característica, aliada à proximidade de um mercado altamente
promissor, deve ser aproveitada. Muitas variedades geradas e adaptadas estão em
perigo de extinção, ameaçadas pela atuante indústria de sementes que desestimula os
produtores a manterem sua própria semente.
Tecnologias de produção, como cultivo protegido em diferentes tipos de estufa
para produção em ambiente tropical, sob telado (sombrite) e em vaso, uso de "slab"
(sacos plásticos com substrato), "mulching" (cobertura morta feita com plástico ou outros
materiais), Sistema Agroflorestal-Horta são ainda pouco utilizadas no Estado do Rio de
Janeiro e podem ser estudadas e incentivadas pela PESAGRO e por parceiros, através
de Unidades de Pesquisas. Essas tecnologias apresentam possibilidades de melhor
eficiência do uso da água; aumentam a oferta de produção durante o ano e reduzem a
entressafra. Com esta possibilidade de se produzir ao longo de todo o ano, diminui-se a
sazonalidade de preços e o efeito sobre os índices de inflação.
A prática de plantio direto, principalmente para hortaliças em regiões de
montanha, pode ser incentivada para controlar a erosão e contribuir para a agricultura de
baixo carbono. O mercado de orgânicos, agroecológicos e hortaliças não convencionais
3
tem tido crescimento constante no estado. O incremento do número de agricultores
orgânicos no Estado do Rio de Janeiro de 2010 a 2017 foi de 430%, passando de 137 em
2010 para 591 em 2017. Dentre eles, 568 agricultores são voltados para a produção
vegetal, principalmente hortaliças. Para esse segmento produtivo, utilização da rotação
de culturas, adubação verde e consórcios são essenciais para manter o nível reduzido de
pragas e doenças do solo.
A Lei da Agricultura Orgânica, Lei 10.831/03, obriga o uso de sementes
orgânicas/biodinâmicas a partir de 2013, o que vem sendo uma dificuldade de adaptação
dos sistemas orgânicos de produção devido à inexistência de sementes produzidas sob
manejo orgânico no estado. A falta de sementes orgânicas disponíveis para os
agricultores constitui-se numa excelente oportunidade de negócio para uma empresa
como a PESAGRO-RIO, uma vez que detemos a tecnologia de produção e dispomos de
áreas adequadas para exercer tal atividade.
A produção e distribuição de Defensivos Alternativos – caldas caseiras,
biofertilizante, extratos vegetais, óleos essenciais – constituem fator de extrema
importância para o desenvolvimento e manutenção da Agricultura Orgânica e para
agricultores em transição agroecológica. Essas áreas de atuação têm merecido destaque
na programação de pesquisa da PESAGRO-RIO, que vem produzindo e capacitando
agricultores para utilização destes produtos alternativos.
As áreas de Produção de Sementes Orgânicas e Produção de Defensivos
Alternativos promovem a valoração da empresa perante o mercado de produtos para a
Agricultura Orgânica.
O mercado de processamento mínimo – técnica que altera fisicamente a
apresentação das hortaliças e frutos (descascamento, corte, fatiamento etc.), deixando-
os prontos para consumo ou preparo – vem agregando valor às hortaliças e necessita ser
incentivado, pois tem ganhado cada vez mais preferência dos consumidores. Nesse
contexto, o agricultor familiar pode exercer o processamento mínimo de seus produtos,
de acordo com o mercado que atende, agregando valor.
OBJETIVO DA PROPOSTA
Promover a produção sustentável da Olerícultura no Estado do Rio de Janeiro.
AÇÕES PROPOSTAS
De modo geral, as ações serão agrupadas como descrito a seguir:
4
- Implantação e avaliação de vinte e dois pré projetos de Pesquisa & Desenvolvimento na
área de olericultura, que poderão ser instalados nos Centros Estaduais de Pesquisa da
PESAGRO-RIO e nas propriedades de agricultores experimentadores, de acordo com a
demanda e estado da arte de produção, conforme os exemplificados a seguir, dentre
outros:
• na área de melhoramento vegetal pela seleção de frutos de diferentes espécies não
híbridas;
• na área de agroecologia – utilização de tecnologias de baixo impacto ambiental e
boas práticas agrícolas (controle alternativo de doenças e pragas, Sistema
Agroflorestal-Horta, cultivo mínimo, plantio direto, utilização e produção de insumos
alternativos, rotação de culturas, consórcios e recuperação de áreas degradadas,
etc.);
• produção de mudas e produção de olerícolas manejada em diferentes tipos de
cultivos protegidos (estufa, telados e horta circular) adaptados para ambiente tropical;
• implantação, avaliação de campos de produção de sementes orgânicas de olerícolas e
de adubos verdes nos Centros Estaduais da PESAGRO, envolvendo interesse dos
agricultores orgânicos da ABIO - Associação Biológica de Produtores Orgânicos do
Estado do Rio de Janeiro de diferentes regiões do estado, assim como beneficiamento e
armazenamento das mesmas. Interação com os agricultores, através de melhoramento
participativo e preparo do agricultor orgânico para sua adequação à legislação vigente;
Utilização de tratamentos alternativos para conservação e manutenção de sementes
orgânicas;
• manutenção de Banco de Germoplasma de espécies olerícolas de importância para
a agricultura fluminense;
• produção orgânica – cenários da comercialização, gargalos e perspectivas –
rastreabilidade da produção, informatização, armazenamento e avaliação da qualidade
orgânica;
• Análise da produção estadual de hortaliças e viabilidade econômica dos diferentes
manejos de produção.
Os agricultores experimentadores serão os agricultores em transição
agroecológica, orgânicos e empreendedores, e todos deverão interagir com os
pesquisadores através de aplicativos a ser desenvolvidos visando acompanhamento,
avaliação conjunta, inclusão digital e armazenamento de dados.
5
Base: ASPA / AGROGEO / 2017
RECURSOS HUMANOS DA PESAGRO-RIO (EQUIPE TÉCNICA)
Nome Função Titulação Centro Estadualde Pesquisa
Aldo Bezerra de Oliveira Pesquisador BSc CEPA
Daniel Dias Subchefe MSc CEPH
Eiser José Felippe Chefe MSc CEPH
Jorge Alves da Cruz e Silva Pesquisador BSc SIMA-RJ
José Márcio Ferreira Pesquisador MSc CEPAAR
Lúcia Valentini Pesquisador MSc CEPAAR
Luiz Antônio Antunes de Oliveira Pesquisador MSc SEDE
Luiz Augusto de Aguiar Eng. Agrônomo BSc CEPAO
Maria do Carmo de Araújo Fernandes Pesquisadora DSc CEPH
Maria Fernanda de A. Costa Fonseca Pesquisadora DSc CEPH
Maria Luiza de Araújo Chefe DSc CEPAO
Mariluci Sudo Martelleto Extensionista DSc CEPAO
* DSc - Doutorado; MSc - Mestrado; BSc - Bacharelado** CEPGM - Centro Estadual de Pesquisa em Sanidade Animal Geraldo Manhães Carneiro (Niterói)
CEPAO - Centro Estadual de Pesquisa em Agricultura Orgânica (Seropédica)CEPA - Centro Estadual de Pesquisa em Agroflorestas (Silva Jardim)CEPQA - Centro Estadual de Pesquisa em Qualidade de Alimentos (Niterói)CEPDPL - Centro Estadual de Pesquisa e Desenvolvimento da Pecuária Leiteira (Itaocara)SIMA-RJ - Serviço de Informação de Mercado Agrícola