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SUGESTÕES DE EVIDENCIAÇÃO DA COMPETÊNCIA
• Explorar e refletir sobre situações relacionadas com o exercício dos direitos e deveres cívico-políticos
consagrados na Constituição da República, posicionando-se sobre o seu grau de cumprimento na
sociedade portuguesa, em domínios como, a participação na vida política, (voto, eleições, órgãos de
soberania) pagamento de impostos, vida, liberdade, associativismo, emprego, trabalho, justiça,
proteção dos consumidores, Segurança Social, mobilidade, saúde, habitação, ambiente, qualidade
de vida, educação, cultura e ciência, etc.
• Explorar as suas possibilidades de participação cívico-política tendo em conta os sistemas políticos
atuais, com incidência na democracia e as suas diferentes dimensões (representativa, participativa e
direta). Poderá partir da uma análise de um facto relevante da nossa história que tenha a ver com a
construção da sociedade democrática., como, por exemplo, a revolução de abril de 1974.
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Observação: Dependendo da situação de vida que escolher, poderá estabelecer-se uma ligação entre esta competência e a CP6/DR3 e CP7/DR3, o que tornará possível validar mais do que uma competência em simultâneo, desde que se respeitem os critérios de evidência de cada uma delas.
A DEMOCRACIA E OUTROS REGIMES POLÍTICOS
AO LONGO DA HISTÓRIA
A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor do que ela.
Winston Churchill
Hoje em dia, para benefício de todos nós, a democracia é o regime ou sistema político com
mais representatividade no mundo, apesar de haver ainda alguns, demais até, países que não
chegaram ainda ao reconhecimento deste sistema como o melhor possível ou exequível. (…)
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre o tema em registo histórico e comparativo com
outros sistemas políticos poderá consultar o artigo “A democracia e outros regimes políticos ao
longo da história” e realizar as atividades propostas no final deste documento.
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
VERSUS DEMOCRACIA PARTICIPATIVA
Democracia representativa é uma forma de exercício do poder político em que o povo de um
país elege os seus representantes, através do voto nas eleições.
Os candidatos eleitos são legitimados como representantes do povo. Por ser uma forma de
exercício indireto da democracia, através dos representantes escolhidos, a democracia
representativa também é chamada de democracia indireta.
Como funciona a democracia representativa
A escolha dos representantes dos cidadãos é
feita através do voto direto e secreto, que é a
forma de colocar em prática o sufrágio universal.
O sufrágio é um direito garantido pela
Constituição.
A eleição acontece tanto para os
representantes do Poder Executivo (presidente,
governadores e prefeitos), como para os
representantes do Poder Legislativo (senadores,
deputados federais, deputados estaduais e
vereadores). Esses representantes são eleitos
para garantir e trabalhar pelos interesses dos cidadãos durante o seu mandato.
Por exemplo: os membros das Juntas e Assembleias de Freguesia representam os eleitores das
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suas freguesias; os membros das Assembleias Municipais e Câmaras Municipais representam a os
eleitores dos Municípios. Já os deputados, tem como função principal trabalhar para garantir que as
prioridades do estado que representam na Assembleia da República sejam colocadas em prática.
Críticas à democracia representativa
O sistema de democracia representativa recebe algumas críticas. A maior delas está ligada ao
facto de que o poder sobre as decisões do país fica concentrado nas mãos de poucas pessoas.
A concentração de poder pode gerar desvio nas finalidades dos cargos ou aproveitamento de
vantagens em benefício próprio.
Democracia participativa
A democracia participativa é um sistema em que o povo participa diretamente das decisões.
Por isso, recebe também a designação
de democracia direta. É uma realidade
pouco implantada. Contudo, há
muitos países onde este sistema é
complementar da democracia
representativa sendo designado de
democracia semidireta.
Portugal tem consagrado na sua
Constituição, no seu artigo 2.º, além
da democracia representativa a
democracia participativa, já que em
algumas situações a participação
popular é permitida. Tal acontece, nomeadamente, quando os cidadãos são chamados para dar sua
opinião na escolha de projetos e ideias, através da expressão da sua opinião sobre o que é mais
importante ou que deve ser solucionado pelo governo. Mas a participação popular pode acontecer
de muitas outras formas: pela votação em referendos e plebiscitos, através da participação em
audiências públicas, mediante a apresentas de petições e iniciativas legislativas, e no quadro da
intervenção de diferentes organizações como, por exemplo, clubes, etc.
Tié Lenzi, in https://www.todapolitica.com/democracia-representativa/, adaptado
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA E A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA:
O EXEMPLO DO TURISMO
É corrente ouvirmos dizer que os interesses dos grandes grupos estão permanentemente
protegidos em detrimento dos pequenos agrupamentos ou pequenos empresários.
Em abono da verdade, entendo que esta visão é redutora e que, em muitos casos, materializa
uma justificação individual para a demissão das nossas responsabilidades enquanto agentes
Disponível en : https://cliquediario.com.br/artigos/nossa-democracia-participativa
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económicos do setor.
Esta demissão, e fazendo aqui um paralelismo com a nossa responsabilidade enquanto
cidadãos, traduz-se nos níveis de abstenção a que assistimos nos atos eleitorais para os órgãos
centrais, locais ou regionais do Estado e, também, nos atos eleitorais para as Associações
representativas dos setores económicos, como a APAVT (Associação Portuguesa das Agências de
Viagens e Turismo).
Numa democracia representativa, a ausência de participação nesses momentos, estratégicos
por natureza, impede-nos de conseguirmos assegurar, ainda que indiretamente, a defesa dos
nossos princípios, das nossas opções ou dos nossos interesses! Mas parece não nos impedir de
ser agentes críticos das decisões que são tomadas nos diferentes órgãos de decisão, sejam eles
políticos ou associativos. Assim, em vez de agentes de mudança, tornamo-nos meros
espetadores, opinativos, mas escassamente interventivos.
Esta crítica, mais não tem subjacente do que a perceção de que existe uma demissão individual
e coletiva nas decisões de aspetos fundamentais do nosso dia-a-dia ou do nosso futuro, que
começa na falta de participação nos atos eleitorais ou nos diferentes fóruns cívicos.
Muitas vezes, é mais fácil encontrar justificações para a inércia, para a omissão, para o
afastamento progressivo das instâncias de decisão. No entanto, urge adotar posição, assumir
perspetivas, promover a discussão e o debate, ouvir e ser ouvido. É altura de cada um de nós,
dentro de cada setor, assumir
responsabilidade pelos
desígnios coletivos,
defendendo a nossa posição
no mercado e,
consequentemente, um
turismo de qualidade e com
qualidade. É altura de
assumirmos responsabilidades
individuais para o bem
coletivo.
Nos últimos dois anos, entendeu a Direção da APAVT assumir um papel ativo na evolução do
seu modelo democrático representativo, indo ao encontro dos seus associados, numa lógica mais
participativa, tentando recuperar quase o ideal da democracia direta grega, onde se privilegiava a
participação ativa e efetiva dos cidadãos na vida pública.
Para esse efeito, para além das reuniões dos diferentes capítulos, passou a fazer a maior parte
das suas reuniões de direção nas diferentes regiões do território nacional, promovendo sempre
reuniões abertas aos associados com o intuito de promover o debate e os esclarecimentos sobre
os diferentes aspetos que afetam a nossa atividade.
A verdade é que o sucesso desta medida, depende e muito, da participação dos associados,
sejam eles pequenos ou grandes.
Aquilo que constatamos, é que os ditos grandes não perdem a oportunidade para participar nos
diferentes encontros da APAVT e entendem que a participação associativa é fundamental para a
defesa dos seus interesses, seja na definição de uma estratégia comum, seja no acesso ou partilha
de informação, seja na criação de enquadramentos políticos que facilitem a defesa dos seus
interesses, seja no mero exercício do seu direito de participação, independentemente da temática.
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Estes entendem que o mero exercício democrático representativo não é suficiente para
acautelar os seus interesses e estratégias futuras em relação às suas organizações,
independentemente da sua dimensão.
Talvez boa parte da razão da afirmação inicial se traduza nessa participação cívica ou na sua
demissão, conforme a perspetiva.
Na verdade, quanto menor for a participação de cada um de nós em cada um dos momentos
de participação associativa, menor será a nossa capacidade de influenciar as decisões e
apresentar soluções para os desafios que temos pela frente, ficando à mercê de um pequeno
grupo de decisores (pequenos ou grandes)!
Será que cada um de nós está a fazer a sua parte?
Por Tiago Raiano, presidente da Mesa de Assembleia Geral da APAVT, Publicado em 11 Novembro 2019 em: https://www.ambitur.pt/opiniao-democracia-representativa-e-a-democracia-participativa-pequenos-e-grandes/
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
E DIREITOS FUNDAMENTAIS
Os direitos fundamentais são as posições jurídicas básicas reconhecidas pelo direito
português, europeu e internacional com vista à defesa dos valores e interesses mais relevantes
que assistem às pessoas singulares e coletivas em
Portugal, independentemente da nacionalidade que
tenham (ou até, no caso dos apátridas, de não
terem qualquer nacionalidade).
O Estado tem a obrigação respeitar os direitos
fundamentais e de tomar medidas para os
concretizar, quer através de leis, quer nos domínios
administrativo e judicial. Estão obrigadas a
respeitá-los tanto as entidades privadas quanto as
públicas, e tanto os indivíduos quanto as pessoas
coletivas. Mesmo os cidadãos portugueses que
residam no estrangeiro gozam da proteção do
Estado para o exercício dos direitos fundamentais,
desde que isso não seja incompatível com a
ausência do país.
À luz da nossa Constituição, existem duas
grandes categorias de direitos fundamentais: os
direitos, liberdades e garantias, por um lado, e os
direitos e deveres económicos, sociais e culturais,
por outro. Os primeiros — por ex., o direito à
liberdade e à segurança, à integridade física e moral, à propriedade privada, à participação política
e à liberdade de expressão, a participar na administração da justiça — correspondem ao núcleo
fundamental da vivência numa sociedade democrática. Independentemente da existência de leis
que os protejam, são sempre invocáveis, beneficiando de um regime constitucional específico que
dificulta a sua restrição ou suspensão.
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Em contraste, os direitos económicos, sociais e culturais — por exemplo, o direito ao
trabalho, à habitação, à segurança social, ao ambiente e à qualidade de vida — são, muitas vezes,
de aplicação diferida. Dependem da existência de condições sociais, económicas ou até políticas
para os efetivar. A sua não concretização não atribui a um cidadão, em princípio, o poder de
obrigar o Estado ou terceiros a agir, nem o direito de ser indemnizado.
Direitos e Deveres dos Cidadãos. Perguntas e respostas para uma cidadania responsável. Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Disponível em https://www.direitosedeveres.pt/.
TRATADO DA UNIÃO EUROPEIA (Direitos fundamentais)
Artigo 2.º
A União funda-se nos valores do respeito pela dignidade humana, da liberdade, da democracia, da igualdade, do Estado de direito e do respeito pelos direitos do Homem, incluindo os direitos das pessoas pertencentes a minorias. Estes valores são comuns aos Estados-Membros, numa sociedade caracterizada pelo pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a igualdade entre homens e mulheres.
Artigo 10.º
1. O funcionamento da União baseia-se na democracia representativa.
2. Os cidadãos estão diretamente representados, ao nível da União, no Parlamento Europeu. Os Estados-Membros estão representados no Conselho Europeu pelo respetivo Chefe de Estado ou de Governo e no Conselho pelos respetivos Governos, eles próprios democraticamente responsáveis, quer perante os respetivos Parlamentos nacionais, quer perante os seus cidadãos.
3. Todos os cidadãos têm o direito de participar na vida democrática da União. As decisões são tomadas de forma tão aberta e tão próxima dos cidadãos quanto possível.
Feito em Maastricht, em sete de fevereiro de mil novecentos e noventa e dois
TRATADO DA UNIÃO EUROPEIA
Publicado em https://eur-lex.europa.eu/resource.html?uri=cellar:9e8d52e1-2c70-11e6-b497-01aa75ed71a1.0019.01/DOC_2&format=PDF
CARTA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA UNIÃO EUROPEIA
“O Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão proclamam solenemente como Carta dos
Direitos Fundamentais da União Europeia o texto a seguir reproduzido.
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PREÂMBULO
Os povos da Europa, estabelecendo entre si uma união cada vez mais estreita, decidiram
partilhar um futuro de paz, assente em valores comuns.
Consciente do seu património espiritual e moral, a União baseia-se nos valores indivisíveis e
universais da dignidade do ser humano, da liberdade, da igualdade e da solidariedade; assenta
nos princípios da democracia e do Estado de direito. Ao instituir a cidadania da União e ao criar
um espaço de liberdade, segurança e justiça, coloca o ser humano no cerne da sua ação.
A União contribui para a preservação e o desenvolvimento destes valores comuns, no respeito
pela diversidade das culturas e tradições dos povos da Europa, bem como da identidade nacional
dos Estados-Membros e da organização dos seus poderes públicos aos níveis nacional, regional e
local; procura promover um desenvolvimento equilibrado e duradouro e assegura a livre
circulação das pessoas, dos serviços, dos bens e dos capitais, bem como a liberdade de
estabelecimento. (…)
O gozo destes direitos implica responsabilidades e deveres, tanto para com as outras pessoas
individualmente consideradas, como para com a comunidade humana e as gerações futuras.
Assim sendo, a União reconhece os direitos, liberdades e princípios a seguir enunciados.”
CARTA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA UNIÃO EUROPEIA
Proclamada em 7 de dezembro de 2000, adquiriu valor jurídico vinculativo a1de dezembro de 2009 na sequência da entrada em vigor do Tratado de Lisboa. Consultada em:https://www.europarl.europa.eu/charter/pdf/text_pt.pdf
CIDADANIA EUROPEIA
Nos termos do artigo 9.º do Tratado da União Europeia e do artigo 20.º do Tratado do
Funcionamento da União Europeia, é cidadão da União qualquer pessoa que tenha a
nacionalidade de um Estado-Membro. Todo o nacional de um Estado-Membro da União é
automaticamente um cidadão
europeu. A nacionalidade é
definida com base na legislação
nacional desse Estado-Membro.
A cidadania da União é
complementar à cidadania
nacional, mas não a substitui. A
cidadania da União comporta um
conjunto de direitos e deveres
que vêm associar-se aos que
decorrem da qualidade de
cidadão de um Estado-Membro.
A cidadania da União confere certos direitos . O estatuto de cidadão da União implica para todos
os cidadãos da União:
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o direito à livre circulação e o direito de residir livremente no território dos Estados-
Membros;
o direito de eleger e ser eleito nas eleições para o Parlamento Europeu e nas eleições
municipais do Estado-Membro de residência nas mesmas condições que os nacionais desse
Estado;
o direito de petição ao Parlamento Europeu e o direito de recorrer ao Provedor de Justiça
instituído pelo Parlamento Europeu no que toca a casos de má administração na atuação
das instituições e dos órgãos comunitários;
o direito de se dirigir por escrito a qualquer das instituições ou órgãos da União numa das
línguas dos Estados-Membros e de obter uma resposta redigida na mesma língua;
o direito de acesso aos documentos do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão,
em determinadas condições.
ALGUNS DIREITOS CONSAGRADOS NAS DECLARAÇÕES E TRATADOS DA UNIÃO EUROPEIA E SUA PROMOÇÃO
Igualdade de oportunidades – A proibição da discriminação e a proteção dos direitos
fundamentais são elementos importantes da ordem jurídica da União. Mesmo assim, a
discriminação contra certos grupos continua a existir na União. Áreas a destacar: Todas as
pessoas são iguais perante a lei; A igualdade entre mulheres e homens; Os direitos das pessoas
com deficiência; A luta contra o racismo e a xenofobia; Os direitos das pessoas LGBTI
Proteção de dados (a adaptação à era digital): – Numa sociedade digital em que dados
pessoais são continuamente recolhidos, utilizados e distribuídos, os cidadãos devem
poder decidir livremente como utilizar os
seus próprios dados pessoais para evitar
abusos. O artigo 8.º da Carta consagra o
direito de todas as pessoas à proteção dos
dados de caráter pessoal que lhes digam
respeito.
Áreas a destacar: As restrições e
limitações ao direito à proteção de dados;
pacote legislativo relativo à proteção de dados (Regulamento e Diretiva); Os direitos dos
titulares dos dados relativamente ao tratamento dos seus dados pessoais.
A garantia do acesso à justiça - O respeito dos direitos fundamentais na União tem de ser
efetivo. Consequentemente, toda a pessoa cujos direitos sejam violados tem direito a uma
ação perante um tribunal.
Direito de asilo - Toda a pessoa que está em fuga a perseguição ou ofensa grave no seu
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país de origem tem direito a solicitar proteção internacional. O asilo é um direito
fundamental e a sua concessão às pessoas
que cumprem os critérios estabelecidos na
Convenção de Genebra de 1951 relativa ao
Estatuto dos Refugiados é uma obrigação
internacional para os Estados Partes,
nomeadamente os Estados-Membros da
União.
Se os direitos fundamentais individuais não forem respeitados, os tribunais nacionais devem
decidir sobre a questão. As pessoas singulares podem também recorrer ao Tribunal Europeu dos
Direitos Humanos, que se pronuncia sobre violações dos direitos civis e políticos consagrados na
Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais. Em casos
específicos, se um Estado-Membro não respeitar o direito da União e violar os direitos de
qualquer pessoa, a Comissão Europeia pode também levar o Estado-Membro em causa ao
Tribunal de Justiça da União Europeia.
In https://www.europarl.europa.eu/about-parliament/pt/democracy-and-human-rights/fundamental-rights-in-the-eu/upholding-citizens-rights
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA E PARTICIPATIVA A democracia e outros regimes políticos ao longo da história
Hoje em dia, para benefício de todos nós a democracia é o regime ou sistema político com mais
representatividade no mundo, apesar de haver ainda alguns, demais até, países que não chegaram ainda
ao reconhecimento deste sistema como o melhor possível ou exequível.
Democracia é uma palavra de origem grega que, etimologicamente, significa que o poder (kratos)
pertence ao povo (demo). Pode parecer-nos natural e inquestionável que o povo seja o detentor do poder,
porém, o reconhecimento deste facto é bastante recente na história da humanidade, apesar de terem
existido, na Grécia Antiga, cidades em que o sistema político era definido como sendo uma democracia
(Atenas é o melhor exemplo).
Acontece, porém que, há uma diferença substancial entre a democracia tal como a conhecemos e
concebemos hoje em dia e a democracia ateniense. Com efeito, apesar de reconhecerem que o poder
político emanava e pertencia ao povo, convém não esquecer que o povo, para os atenienses era apenas
constituído pelos cidadãos livres, cidadãos de Atenas, sendo que a maior parte dos indivíduos da cidade não
eram cidadãos livres, mas sim servos e escravos. Estes não possuíam os direitos que possuíam os cidadãos
livres.
Mesmo assim, foram os atenienses os únicos a reconhecer o povo como origem do poder político, visto que
em toda a história não se conhecem outros exemplos de tal reconhecimento. Na maior parte das épocas,
povos e civilizações, o regime político predominante foi a monarquia, um regime onde o poder pertence a
uma única pessoa, o Rei, e onde, inclusive, na maior parte dos casos, se considera que, não só a ele somente
pertencia o poder, como inclusive, o tinha recebido das “mãos de Deus” e como tal, era tão inquestionável
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quão evidente, que só a ele pertencia o poder de decidir o destino da cidade, dos cidadãos, de tudo o que
fosse assunto da cidade ou país.
A partir da revolução francesa há contudo uma tendência, inspirada pela mesma, para pôr em causa tanto
a origem divina do poder político, como também a legitimidade do seu exercício por uma só pessoa. A
revolução francesa institui no país uma república. Ao contrário da monarquia, onde o poder é absoluto e
exercido por uma só pessoa, a república institui uma divisão de poderes por vária pessoas ou entidades e
desfaz definitivamente a crença na origem divina do poder político. A principal divisão opera-se separando o
poder político do poder judicial instituindo a independência deste último, exercido pelos tribunais.
Mas se a democracia se define como um sistema no qual o poder pertence ao povo, é necessário que
seja, de facto, o povo a decidir os destinos de uma nação ou comunidade. Nos séculos XVIII e XIX, apesar da
boa vontade de muitos, que seguindo a revolução francesa primeiro e a revolução americana depois, lutaram
para instituir a república em muitos países (em Portugal também, principalmente a partir da segunda metade
do século XIX, tendo a república sido instituída apenas em 1910), o certo é que o povo continuava, na
prática, muito longe de ser a legítima origem do poder, e ainda mais longe de ser aquele que o exercitava no
comando da sociedade.
Com efeito, a maior parte dos governos instalava-se no poder na sequência de golpes de estado, de
revoluções e contra revoluções, sendo que o povo, pouco ou nenhum voto tinha na matéria, e por outro lado
acabaram por serem sempre os mesmos a ter efetivamente o poder, ou seja, os nobres, os reis, o clero
muitas vezes, e os militares também em muitos casos. Ora para que houvesse um reconhecimento efetivo de
que o poder reside e emana do povo e para que este pudesse estar diretamente implicado nas decisões
políticas, era necessário que se encontrasse:
· Uma forma de colocar o povo na origem e definição dos governos,
· Uma forma de implicar o povo em toda e qualquer decisão política.
Se é o povo o detentor do poder então o povo deve ser o governo e governar, esta é a exigência primeira,
fundamental e indispensável para existir uma democracia. Como é obvio que o governo não pode ser
constituído por todos os cidadãos, é necessário que uns representem outros, e portanto, que um pequeno
grupo seja detentor do poder, não por o ter recebido de “deus”, não por ter ganho um guerra ou revolução,
não porque um grupo de nobres, ricos e poderosos, ou outros, assim o definiu, mas sim porque são aqueles a
quem o povo confiou a tarefa de dirigir a cidade ou país, delegando-lhe o poder que lhe pertence, o poder de
que é legítimo proprietário.
A eleição é, portanto, um elemento indispensável para que haja uma democracia, embora, como a
história mostra vezes demais, lamentavelmente, não é condição suficiente. Quer dizer, apesar do governo
ser eleito pelo povo, como é próprio de uma república e de uma democracia, muita vezes, em muitos países,
Portugal incluído, nem é ou foi a eleição que determinou os governos, nem os cidadãos, o povo, tinha
efetivamente participação nas decisões governativas. Em Portugal, por exemplo, durante o Estado Novo,
havia eleições para eleger o governo e o Presidente da República, porém, um e outro estavam já
determinados antes, e independentemente, do resultado eleitoral. Quer isto dizer que, apesar de, “no papel”
o país viver numa república e democracia, “na realidade” vivia num regime no qual, não somente o poder
político era exercido ilegitimamente, pois não era o povo, seu legitimo proprietário que o atribuía aos
governantes, como ainda era exercido contra o povo, uma vez que não se lhe reconhecia o direito de eleger
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esses mesmos governantes e ainda pior, perseguia-se e torturava-se todos os que denunciassem e lutassem
para que o poder político regressasse a quem de direito era seu proprietário.
Felizmente, para todos nós, essa irregularidade criminosa foi resolvida e reposta a normalidade republicana e
democrática pode o povo português decidir em quem delega o poder que lhe pertence. Todavia, por esse
mundo fora, restam ainda muitos exemplos de países onde vigoram os mais diversos regimes políticos, desde
a ditadura militar até às repúblicas teocráticas, passando pelas monarquias absolutas e pelos regimes
comunistas e fascistas, onde não existem eleições e o povo está arredado do seu papel legítimo na definição
dos governos e condução do seu próprio destino.
Regimes políticos e formas de governo
As formas de governos e exercício de poder político atualmente existentes, podem classificar-se do
seguinte modo:
Este esquema não esgota as particularidades eventuais que possam implicar uma forma de governo
diferente das indicadas. Mas estas são, de facto os grandes grupos de regimes políticos existentes no nosso
tempo.
Numa autocracia o poder político é autoproclamado e exercido, em princípio por uma só pessoa. Não
existem eleições e por isso uma autocracia deriva quase sempre de golpes militares ou políticos (palacianos).
As oligarquias não são muito frequentes na atualidade, porém durante a história muitos regimes foram
oligarquias nas suas mais variadas formas. Uma oligarquia é um sistema onde o poder é reconhecido apenas
a uma classe ou grupo de cidadãos. Na aristocracia, por exemplo, são os nobres, aristocratas, os membros
das famílias antigas e com tradição, pergaminho e brasão quem detêm o poder político. Uma cleptocracia
existe quando uma comunidade é governada por ladrões, por exemplo.
As teocracias também já não são muito frequentes, principalmente no mundo ocidental, mas não vai há
muitos anos e no médio oriente e oriente muitos regimes eram teocracias, ou seja, regimes nos quais o
poder deriva de Deus e, portanto os legítimos representantes de Deus na Terra são igualmente os legítimos
donos do poder político.
As democracias, são efectivamente o regime político com maior implantação no mundo. Porém elas
podem assumir diferentes configurações e até existir com diferentes configurações simultaneamente. Uma
democracia directa debate-se com um grande dificuldade prática, a saber, o facto de, para se tomar qualquer
decisão ter de consultar todo o povo, todas os cidadãos. Claro que um sistema deste é praticamente inviável,
por isso não existe em país nenhum, embora possa, e chegou a ser uma forma de governar comunidades
locais ou regionais, em que a população não era muito numerosa.
Uma forma de democracia directa foi tentada na cidade de Atenas, na antiguidade, porem porque era
impossível consultar todos os cidadãos para cada uma das decisões a opção foi fazer rodar os cidadãos por
curtos períodos nos cargos governativos. Desta forma todos, durante a sua existência, chegavam a fazer
parte do elenco governativo. Todavia foi uma experiência sem grande sucesso sendo abandonada pouco
tempo depois.
A forma mais comum e praticável de democracia é a representativa. Nela os governos são escolhidos em
eleições gerais e universais em que participam todos os cidadãos. Os eleitos recebem do povo o seu mandato
legítimo para governar o país. Mas, dentro da democracia representativa podemos definir três sistemas
diferentes, a saber:
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O sistema presidencialista, em que o poder popular é delegado no presidente da república escolhido por
ato eleitoral, sendo que lhe compete em seguida nomear o governo, ou seja, os seus ministros ou secretários
de estado. É o caso da França, por exemplo.
No sistema parlamentarista, o poder popular é delegado, nos parlamentares em primeiro lugar, sendo a
estes que compete, entre ele, escolher o governo.
No sistema semipresidencialista, o poder popular é delegado, nos parlamentares por um lado e no
presidente da república por outro, através de eleições diretas para os respetivos cargos. Compete aos
parlamentares, entre eles, decidirem quem ocupará os cargos de governo. Se a escolha é feita por maioria o
presidente é obrigado a promulgar a decisão parlamentar e conferir posse ao governo. Se a decisão é
tomada por minoria, o presidente pode ou não aceitar a proposta de governo. Se não aceitar terá de ser ele
a nomear um governo provisório e convocar eleições de novo. Este é o sistema português.
Sistema político português
No sistema político português há eleições para a presidência da república, para a assembleia da república e
para as autarquias locais.
As eleições para a assembleia da república também se chamam eleições legislativas, porque o poder
legislativo pertence apenas á assembleia. Esta é composta por todos os deputados eleitos pelos diferentes
partidos ou organizações concorrentes no acto eleitoral. Depois de composta a assembleia, compete aos
seus membros eleger o primeiro-ministro e a este escolher os membros do governo, que podem ser ou não
ser deputados eleitos. O primeiro-ministro apresenta a proposta de governo ao presidente da república e
este promulga o governo e dá-lhe posse.
As eleições autárquicas dividem-se em três categorias, com três finalidades diferentes. Umas visam eleger o
presidente da câmara, outras a assembleia municipal e por fim a assembleia de freguesia. As duas primeiras
são directas, ou seja, os eleitos ocupam os respectivos cargos, por ordem da lista que apresentaram. No caso
da eleição para a assembleia de freguesia, são eleitos os seus membros e deste, o primeiro da lista mais
votada torna-se presidente da junta e é substituído na assembleia da freguesia por outro da sua lista. Depois,
entre os membros da assembleia, elegem-se os dois vogais que vão auxiliar o presidente da junta, os vogais
da junta de freguesia.
Representatividade politica Numa democracia cada um dos eleitos é representante o povo que o elegeu no acto eleitoral. Cada cidadão
tem o direito de escolher a pessoa que o vai representar no parlamento, na assembleia municipal ou na
assembleia de freguesia. E, simultaneamente, para haver proporcionalidade representativa, a um maior
grupo de cidadãos deve corresponder um maior grupo de eleitos também. Por isso, o país é dividido em
círculos eleitorais, que no nosso caso correspondem aos distritos, e a cada um é atribuído um número de
representantes consoante a sua população, ou seja um distrito com população maior deve eleger mais
deputados que um distrito com população menor. Por exemplo, o distrito de Lisboa elege, para assembleia
da república, 46 deputados, mas o de Braga só elege 18 e o de Portalegre apenas 2 deputados, visto ter uma
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população muito inferior aos outros. No total as eleições legislativas elegem 230 deputados repartidos pelos
20 círculos eleitorais (18 do continente e 2 da madeira e açores).
Sem dúvida esta é um forma de fazer corresponder o número de eleitos á população existente respeitando a
proporcionalidade regional ou distrital, pois seria injusto eleger apenas representantes de Lisboa ou do
Porto. Assim, cada cidadão sabe que contribuiu para eleger este ou aquele deputado.
Mas entre os deputados que é possível eleger por um distrito, também há regras que determinam quantos
pertencem a um partido e quantos pertencem a outro partido. Essa repartição é efectuada com recurso ao
método de Hont e faz-se pegando na votação total de cada partido dividindo-a por 2, 3, 4 e assim
sucessivamente. Depois disso, por exemplo, para o distrito de Braga que elege 18 deputados, são eleitos os
18 valores mais altos encontrados nessas divisões.
Atribuição de mandatos num círculo eleitoral pelo método de Hont Distrito de Braga (18 deputados)
A B C D E
1 10000 8000 4000 2000 1000
2 5000 4000 2000 1000 500
3 3333,3 2666,6 1666,6 666,6
4 2500 2000 1000
5 2000 1600 800
6 1666,6 1333 666
7 1428 1142
8 1250 1000
9 1111 880
10 1000 800
Total 8 6 3 1 0
Na primeira linha encontram-se o número de votos obtido por cada lista concorrente. As linhas seguintes
representam os votos de cada lista divididos por 2, 3, 4, etc. A negrito representam-se os eleitos para o órgão
em questão. É atribuído mandato às 18 células de maior valor. Neste caso, para a Assembleia da República,
pelo distrito de Braga, os 18 mandatos são atribuídos da seguinte forma: 8 para a lista A, 6 para a lista B, 3
para a lista C e 1 para a lista D. A lista E apesar de ter contabilizado 1000 votos não elege nenhum membro
por Braga.
Participação nas decisões políticas e administrativas
Uma ideia bastante comum nas pessoas é que a para além do ato eleitoral o acesso às decisões públicas
lhes está vedado. Porém não é bem assim, pois existem mecanismos de ação e participação popular
previstos na lei e que permitem ao povo intervir em vários níveis da vida política nacional e regional ou local.
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Direito de petição
A respeito da vida politica nacional qualquer cidadão pode, a título individual e/ou coletivo apresentar
petições á assembleia da república e ao governo. Uma petição é um documento no qual se faz uma
pergunta, um pedido de esclarecimento, se solicitam documentos a propósito de um dado assunto de
estado.
Mas também existe a possibilidade de propor medidas legislativas através de uma petição á assembleia da
república na qual se alerta para um determinado vazio ou erro político e se sugere a discussão e elaboração
de uma lei para regular tal situação. Isto pode ser feito individualmente, mas se o for coletivamente, através
de uma petição pública sustentada nas assinaturas dos seus aderentes terá ainda mais força política e mais
hipóteses de serem ouvidas e satisfeitas as respetivas reivindicações.
Convocação de assembleia municipal ou de freguesia
Isto tudo é válido a nível nacional e local, porém a nível local, principalmente, existem ainda oportunidades
de intervenção pública mais incisivas e determinantes. A população de uma dada freguesia ou município
pode inclusive convocar uma assembleia municipal ou de freguesia para ver debatida uma determinada
questão que diga respeito à mesma e/ou à sua população.
Para isso deve ser redigido um requerimento de sessão extraordinária da assembleia, dirigido ao seu
presidente, no qual conste a ordem de trabalhos proposta, ou seja, o assunto que se pretende ver debatido,
acompanhado de um número de assinaturas de eleitores da autarquia, igual ou superior a 30 vezes o número
de membros eleitos da referida assembleia. Portanto se a assembleia é composta por 9 membros, o
requerimento deve ser assinado por 270 eleitores da autarquia em questão. Se assim for, o presidente é
obrigado a convocar a sessão de assembleia num prazo de 30 dias a partir da data de receção do
requerimento, devendo a convocatória ser exposta publicamente pelo menos 10 dias antes da data de
realização.
Referendo popular
Outra possibilidade de participação nas decisões políticas nacionais ou locais é o referendo, uma figura de
participação política dos cidadãos, prevista na constituição portuguesa, e que até hoje apenas se realizou
duas vezes, uma a propósito do aborto e outra a respeito da regionalização.
O referendo serve para consultar a população a propósito de um dado assunto de forma a ficar esclarecida
qual a posição da maioria acerca do mesmo. A assembleia tem autoridade para legislar acerca do que bem
entender, porém em questões fracionantes, que suscitam muita controvérsia a assembleia pode decidir
pedir ao presidente da república para convocar um referendo e assim ficar sem responsabilidades na tomada
de decisão, sendo esta da responsabilidade dos eleitores. No caso do aborto, por exemplo, a assembleia
preferiu que fosse o povo a decidir pela legalização (em certas condições) ou pela penalização. E assim
convocou-se o referendo por duas vezes, sendo que a maioria votou pela continuidade da penalização, ou
seja, contra a liberalização do aborto.
No caso de um referendo, para que a assembleia fique obrigada a legislar de acordo com a votação do povo
é necessário que a abstenção seja inferior a 50%. Se assim for a decisão do povo é vinculativa e a assembleia
terá de legislar conforme a vontade popular. Mas se a abstenção for superior a 50% a decisão do povo é
apenas indiciativa, ou seja a assembleia não fica obrigada a legislar consoante a decisão popular, mas deve
ter em conta essa mesma decisão. Isto porque a maioria não votou, e portanto, não se sabe qual a decisão
da maioria da população e uma minoria não tem força para obrigar á elaboração de uma lei conforme à sua
vontade.
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LIGAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO IMPORTANTES
Constituição da República Portuguesa
Quadro de competências e regime jurídico do funcionamento das autarquias locais
Regime jurídico do referendo
Direito participação procedimental e de ação popular
Comissão nacional de eleições (para resultados eleitorais e legislação eleitoral)
Propostas de trabalho
1ª Leitura e análise da Declaração Universal dos Direitos do Humanos
2ª Leitura e análise da constituição da república portuguesa
3ª Resolução das atividades 1 a 4 (abaixo)
António Silva, Democracia representativa e participativa. Texto disponível em: https://sites.google.com/site/noportefas/cidadania-
e-profissionalidade/direitos-e-deveres/democracia-representativa-e-participativa, adaptado.
ATIVIDADE 1
Cada país tem na sua Constituição a lei fundamental que rege todo o sistema e funcionamento do mesmo.
Quer isto dizer que todas as leis e toda a ação política, social e económica devem estar em conformidade e
respeitar os conteúdos da Constituição. Todavia, a nível internacional, universal mesmo, a Declaração
Universal dos Direitos do Homem apresenta-se como modelo e regra a respeitar por toda e qualquer
constituição, desde que, claro está, esse estado tenha reconhecido e ratificado a dita “declaração”.
Infelizmente, ainda são alguns os estados nos quais a constituição em vez de servir para garantir os
princípios, direitos e deveres inscritos na “declaração”, serve antes para os limitar ou mesmo suprimir.
1. Na sua opinião, entre os regimes políticos conhecidos, qual é o que mais e melhor garante o
respeito pelos princípios, direitos e deveres inscritos na “declaração”
2. Justifica a resposta anterior, indicando quais os princípios, direitos e deveres da “declaração”
garantidos por esse regime e explicita de que modo e em que medida esse regime os garante mais
e melhor que os outros regimes que conheces.
ATIVIDADE 2
Numa democracia um dos princípios básicos é o da soberania popular, ou seja o reconhecimento de que o
poder reside e emana do povo. No entanto, pertencendo ao povo apenas uma pequena parte dos cidadãos
pode exercer efetivamente esse poder.
1. Quais os princípios e mecanismos que asseguram a soberania popular numa situação deste
tipo? Justifica com exemplos.
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2. No caso português, estarão os mecanismos de representatividade bem estabelecidos ou haverá
situações em que existem cidadãos que não vêm as suas preferências representadas?
Sendo soberano, o povo, ciclicamente é chamado a escolher aqueles em que vai delegar o poder político,
através de eleições gerais e universais. Será que num regime democrático a participação do povo se resume
às eleições ou existem outros meios e mecanismos que possibilitem a intervenção direta dos cidadãos nas
decisões políticas e administrativas.
3. Enumera e explica alguns desses mecanismos? Onde e como estão inscritos, previstos e
regulamentados? Como se efetivam?
4. Serão suficientes para assegurar a soberania popular ou deveria haver mais e melhores
possibilidades de intervenção direta dos cidadãos na decisão política?
ATIVIDADE 3
Vamos supor que numa dada cidade os cidadãos estão divididos acerca das suas crenças e conhecimentos
acerca dos planos do governo para a região no que toca a grandes obras como autoestradas ou caninho de
ferro. Uns afirmam que vai haver, que está prevista uma autoestrada que passa junto à cidade para os
próximos 4 anos, outros dizem que esse plano nunca existiu e outros ainda afirmam saber de fonte segura
que o plano existe mas que não se realizará nos próximos 5 ou 6 anos. Ora, como uma tal obra, a fazer-se
tem grandes impactos, a população está preocupada pois nunca foi tida nem achada acerca do assunto,
nunca lhe foi dada a informação nem tão pouco solicitada opinião sobre os diferentes aspetos e impactos da
obra. Assim, ao fim de alguns meses a discutir o assunto, mesmo em assembleias municipais e de freguesia e
sem nunca chegarem a conclusões definidas e corretas, pois os de um partido dizem uma coisa e os de
outros dizem outras diferentes, a população resolveu fazer uso dos seus direitos constitucionais e elaborar
uma petição ao governo com a finalidade de saber se vai haver ou não obra e, se vai haver, quais os planos
da mesma.
Atividade : Elaborar uma petição ao governo
ATIVIDADE 4
A população de uma freguesia está farta de solicitar aos deputados da assembleia, por via informal, por
conversas de ocasião, que debatam o problema dos caixotes do lixo na referida assembleia e que procurem
uma solução para evitar que o lixo se acumule durante dias nos referidos caixotes, provocando cheiros que
afetam os moradores das residências mais próximas e também atraindo animais para os mesmos locais,
desde moscas a ratos passando pelos cães e gatos na busca de restos de comida. A maioria dos cidadãos
acha que os caixotes deveriam desaparecer a ser elaborado um regulamento que obrigasse as pessoas a
depositar os sacos de lixo apenas na noite anterior ao dia de recolha e não a qualquer momento. De facto a
existência de caixotes estimula esta prática fazendo com que o lixo se acumule durante os dias em que não
há recolha, principalmente ao fim de semana.
Farta de adiar o problema a população decidiu reunir as assinaturas necessária e pedir a convocação de
uma sessão extraordinária da assembleia de freguesia
Atividade: Elaborar o requerimento de uma sessão de Assembleia de Freguesia