UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO CAMPUS CAMPINAS Engenharia Ambiental
MAURO RODRIGUES DA SILVA
POLUIÇÃO SONORA URBANA: ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE PAULÍNIA-SP, ENTORNO DA
MINERADORA DENOMINADA GALVANI MINERAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA
Campinas
2013
MAURO RODRIGUES DA SILVA – R.A. 004201000995
POLUIÇÃO SONORA URBANA: ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE PAULÍNIA-SP, ENTORNO DA
MINERADORA DENOMINADA GALVANI MINERAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA
Monografia apresentada ao curso de Engenharia Ambiental da Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Engenharia Ambiental. Orientadora: Profª Ms. Cândida Maria Costa Baptista
Campinas 2013
MAURO RODRIGUES DA SILVA – R.A. 004201000995
POLUIÇÃO SONORA URBANA
ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE PAULÍNIA-SP, ENTORNO DA MINERADORA DENOMINADA GALVANI MINERAÇÃO E
PARTICIPAÇÕES LTDA Monografia aprovada pelo programa de graduação em Engenharia Ambiental da Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Engenharia Ambiental. Data de aprovação: ___/___/_____
Banca examinadora:
_________________________________________________________________ Profª Ms. Cândida Maria Costa Baptista (Orientadora)
Universidade São Francisco
_________________________________________________________________ Arnaldo Gomes (Examinador)
Universidade São Francisco
_________________________________________________________________ Samuel Barbosa Perondini (Examinador)
Universidade São Francisco
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pela saúde, força e paciência necessária
para a conclusão deste curso.
Aos meus familiares, que compreenderam minha ausência durante todo o
percurso.
Aos professores por todo conhecimento transmitido. Especialmente a
minha orientadora, pela dedicação e aconselhamentos concedidos.
Finalmente, agradeço a empresa Galvani pela experiência proporcionada,
por me confiar informações e pelo apoio a realização deste projeto.
Enfim agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que
esse trabalho pudesse ser concluído.
RESUMO
O trabalho aborda questões resultantes de um estudo pratico organizado na Empresa Galvani, apresentando de forma objetiva suas características, peculiaridades e práticas vivenciadas. Avalia o ruído como aspecto ambiental relevante e significativo no processo de mineração, considerando sua posição geográfica como fator substancial de risco e suas interfaces com o meio ambiente no que tange a poluição sonora urbana. Propõem medidas mitigadoras e técnicas aplicáveis para atenuação dos impactos ambientais causados, correlacionando seus efeitos nocivos à legislação vigente. Mensura os resultados alcançados da aplicação pratica das medidas propostas quantitativamente, desenvolvidas através de pareceres técnicos e melhorias no processo para a diminuição dos ruídos sonoros causados, e suas interfaces com a comunidade. Analisa as informações e dados obtidos de forma comparativa com o intuito de verificar a relação custo/beneficio das medidas implantadas e, por fim; apresenta soluções tangíveis para neutralização da poluição sonora, com custo reduzido e benefícios satisfatórios.
Palavras-chave: poluição sonora. comunidade. ruídos sonoros. impacto ambiental.
ABSTRACT
This paper addresses issues arising from a study in organized practice Galvani Company, objectively presenting their characteristics, peculiarities and practices experienced. Evaluates noise as relevant and significant environmental aspect in the mining process, considering its geographical position as a substantial risk factor and its interface with the environment as it pertains to urban noise pollution. Propose mitigation measures and techniques applicable to mitigating the environmental impacts caused by correlating its harmful effects on the legislation. Measures the achieved results of the practical application of the proposed measures quantitatively developed through technical and process improvements to reduce the audible noise caused, and their interfaces with the community. Analyzes information and data obtained in a comparative way in order to verify the cost / benefit of the measures implemented, and finally, presents tangible solutions to neutralize the noise, cost-effective and satisfactory benefits. Keywords: noise pollution. the community. audible noises. Environmental impact.
LISTA DE FIGURAS
Foto 1 - Localização da Galvani Mineração e Participações LTDA ........................... 17
Foto 2 - Delimitação da circunvizinhança e comunidade estudada ........................... 19
Foto 3 - Pontos de avaliação de ruído ....................................................................... 27
Foto 4 - Distribuição das covas para a formação da barreira .................................... 40
Foto 5 - Muda recém-plantada .................................................................................. 40
Foto 6 - Perfuração de covas .................................................................................... 42
Foto 7 - Foto aérea do Plantio ................................................................................... 42
Foto 8 – Isca formicida granulada para o controle de formigas ................................. 44
Foto 9 - Adubação das mudas .................................................................................. 45
LISTA DE GRAFICOS
Gráfico 1 - População residente na comunidade ....................................................... 20
Gráfico 2 - Atributos importantes para uma Empresa com responsabilidade social .. 21
Gráfico 3 - Impactos ambientais que incomodam a comunidade .............................. 22
Gráfico 4 - Nível de pressão sonora P1 .................................................................... 29
Gráfico 5 - Nível de pressão sonora P2 .................................................................... 29
Gráfico 6 - Nível de pressão sonora P3 .................................................................... 30
Gráfico 7 - Nível de pressão sonora P4 .................................................................... 30
Gráfico 8 - Nível de pressão sonora P5 .................................................................... 30
Gráfico 9 - Nível de pressão sonora P6 .................................................................... 31
Gráfico 10 - Nível de pressão sonora P7 .................................................................. 31
Gráfico 11 - Nível de pressão sonora P8 .................................................................. 32
Gráfico 12 - Nível de pressão sonora P9 .................................................................. 32
Gráfico 13 - Nível de pressão sonora P10 ................................................................ 33
Gráfico 14 - Nível de pressão sonora P11 ................................................................ 33
Gráfico 15 - Nível de pressão sonora P12 ................................................................ 34
Gráfico 16 - Nivel de pressão sonora dos 12 pontos avaliados ................................ 35
Gráfico 17- Representação gráfica dos níveis de ruído do P1 em 2011 ................... 46
Gráfico 18 - Nível de ruído em dB (A) do P1 em 2011 .............................................. 47
Gráfico 19 - Representação gráfica dos níveis de ruído do P1 em 2012 .................. 47
Gráfico 20 - Nível de ruído em dB (A) do P1 em 2012 .............................................. 48
Gráfico 21 - Representação gráfica dos níveis de ruído do P1 em 2013 .................. 48
Gráfico 22 - Nível de ruído em dB (A) do P1 em 2013 .............................................. 49
LISTA DE ESQUEMAS Esquema 1 - Espaçamento do plantio ....................................................................... 38
Esquema 2 - Distribuição das mudas para a formação da barreira ........................... 39
Esquema 3 - Procedimento para abertura das covas ............................................... 41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
IBGE – Instituto brasileiro de geografia e estatística.
CEPOT – Centro de Pesquisa de mercado.
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente.
dB (A) – Decibéis. Faixa de ponderação (A).
NPS – Nível de pressão sonora.
SP – São Paulo.
REPLAN - Refinaria do planalto paulista.
ZR1 – Zona predominantemente Residencial da baixa densidade
SUMARIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13
2 GALVANI MINERAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA .................................. 15
2.1 Processo produtivo .................................................................................... 15
3 LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA E SUAS INTERFACES ............................ 18
3.1 Perfil da Comunidade ................................................................................ 19
4 ATIVIDADE MINERARIA E IMPACTOS AMBIENTAIS .............................. 23
5 POLUIÇÃO SONORA .................................................................................. 24
3.1 Poluição Sonora, um Crime Ambiental .................................................... 24
6 MENSURAÇÃO DOS NIVEIS DE RUIDO NA COMUNIDADE ................... 26
6.1 Metodologia Adotada para Avaliação do Nível do Ruído ....................... 26
6.2 Resultado das Avaliações ......................................................................... 28
6.3 Interpretação dos Dados ........................................................................... 34
7 NEUTRALIZAÇÃO DA POLUIÇÃO SONORA ............................................ 36
7.1 Barreira Física Vegetal ............................................................................... 36
8 PLANTAÇÃO DE EUCALIPTO ................................................................... 37
8.1 Características Técnicas do Plantio ......................................................... 38
8.2 Manutenção do Plantio .............................................................................. 43
8.3 Custos Envolvidos no Processo............................................................... 45
9 EVOLUÇÃO DOS RESULTADOS............................................................... 46
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50
13
1 INTRODUÇÃO
A vertente do desconforto causado a comunidade por ruídos ambientais
é atualmente uma preocupação reconhecida mundialmente, que afeta de forma
relevante as industrias e negócios de forma global.
Aliados a necessidade de atender a rigorosas legislações vigentes
relacionadas ao tema, as Empresas buscam meios de reduzir os impactos
significantes causados pelo processo produtivo de seus negócios e suas interfaces
negativas com o meio.
Cursando a graduação de Engenharia Ambiental, obtive informações
preciosas referente a problemática em questão, propondo diferentes possibilidades
de tratativas para a redução da Poluição Sonora Urbana, ou sua mitigação, de forma
a prover o convívio benéfico entre as partes.
A oportunidade de testar as teorias na pratica, surgiu devido à
necessidade da empresa estudada, que porventura é o local onde trabalho
atualmente, estar inserida no centro de uma cidade, com uma vasta comunidade ao
seu entorno.
A necessidade de prover soluções satisfatórias a Empresa, mediante as
condicionantes da licença de operação emitida pelo órgão Ambiental competente,
me concederam a experiência de desenvolver o trabalho exposto através do estudo
pratico do caso.
A empresa estudada é a Galvani Mineração e participações LTDA,
geradora de ruídos e/ou sons, por consequência do seu ramo industrial. Sua
atividade principal é a Mineração e atua na extração, produção e comercio de brita e
seus agregados, derivante de basalto.
O estudo de caso caracteriza a intensidade da poluição sonora urbana
provocada pelo processo industrial da pedreira e suas interfaces. Seu principal
objetivo é propor medidas mitigadoras para o controle do ruído.
Para a realização deste trabalho, fiz um levantamento bibliográfico sobre
temas relacionados à Mineração, Poluição sonora urbana e suas consequências.
14
Concomitantemente ao estudo bibliográfico, acompanhei as atividades
minerarias desenvolvidas “in loco” com foco nas potenciais fontes geradoras de
ruído, e suas particularidades. Desta forma, ao longo de dois anos, iniciei e
desenvolvi o trabalho pratico, resultando no presente estudo de caso.
O trabalho é composto por nove capítulos. Inicialmente, apresento uma
visão panorâmica sobre a Empresa estudada, seu processo produtivo, as interfaces
derivantes de sua localização geográfica e os principais impactos ambientais
gerados pelo seu ramo de atividade. No quinto capitulo, associo a Poluição sonora
como Crime Ambiental com base nas legislações vigentes. A constatação da
poluição sonora por parte da Empresa estudada, a metodologia e os resultados
iniciais obtidos estão descritos no capitulo seis. No sétimo capitulo apresento a
técnica da barreira física vegetal como potencial fonte neutralizadora do ruído
gerado. O processo de implantação como um todo, suas características técnicas,
custos envolvidos no processo e demais particularidades estão descritos no capitulo
oitavo. E por fim, no nono capitulo apresento a evolução dos resultados obtidos com
a implantação da barreira física vegetal de eucaliptos.
15
2 GALVANI MINERAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA
A Galvani iniciou suas atividades em 1968, em São João da Boa Vista no
interior do Estado de São Paulo, em meio ao afloramento do potencial da construção
civil brasileira. Começou atuando no mercado de obras de terraplanagem e
pavimentação, sempre aliada à atividade mineral. Em busca de crescimento,
transferiu sua sede para o município de Paulínia, SP em 1.972, onde adquiriu outra
mineração de pedra britada para apoiar suas obras.1 (Galvani, 2013, informação
verbal).
Uma empresa com atividades diversificadas que atua de forma verticalizada
desde mineração de basalto e comercialização de agregados, produção e
comercialização de massa asfáltica, até o planejamento de obras de pavimentação.
Atualmente seu quadro abrange 240 profissionais diretos. Seu principal
produto é a brita, da qual se produz solos e asfalto. Estes são os principais insumos
para a construção civil.
Possui diversos estágios em seu processo produtivo, compreendendo
perfuração, desmonte de rochas, carregamento e transporte, britagem e rebritagem,
usinagem de solos e usinagem de asfalto.
2.1 Processo Produtivo
No processo de perfuração é feita a furação da rocha nas frentes de lavra,
utilizando-se as perfuratrizes hidráulicas e pneumáticas para posterior carregamento
com explosivos.
1 Entrevista realizada com colaboradores da Galvani em Março de 2013.
16
O desmonte de rochas é feito com explosivos de fabricação própria, oriundo de
mistura de nitrato de amônia e óleo diesel. O acionamento ocorre tanto por meio
convencional como por meio eletrônico, dependendo do local onde será acionado. A
atividade de desmonte contempla a etapa de carregamento, transporte e manuseio
deste, além da detonação e verificação de fogo falhado.2
Após o processo de desmonte, o minério nas frentes de lavra, é transportado
por meio de caminhão fora de estrada até os britadores para o processo de britagem
e rebritagem. O carregamento do minério nos caminhões é feito com auxilio de
maquinas escavadeiras e pá carregadeiras.
Na britagem e rebritagem é feito o processo de moagem e classificação de
minério. Para tanto, é necessário o uso de britadores e peneiras vibratórias.
Na usina de solos e asfaltos ocorre o processo de fabricação de massa
asfaltica.
A foto 1 retrata a localização da Galvani.
2 Plano de Gerenciamento de riscos da Galvani, 2013
17
Foto 1 - Localização da Galvani Mineração e Participações LTDA
Fonte: Google earth
MUNICIPIO DE PAULÍNIA ESTADO DE SÃO PAULO
MINERADORA: GALVANI MINARAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA
18
3 LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA E SUAS INTERFACES
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica3, Paulinia é uma
cidade do interior de São Paulo, cuja área é de 139 km², com população entorno de
84.512 habitantes de acordo com a contagem do IBGE em 2010, apresentando
uma densidade populacional de 368,46 habitantes por km².
O município de Paulínia foi emancipado do município de Campinas no ano de
1964. A cidade é conhecida por sediar um dos maiores polos petroquímica
da América Latina, centrada na REPLAN, na região norte da cidade. Paulínia
atualmente é considerada a maior potência petroquímica da América Latina, sendo
sede da REPLAN, a maior refinaria da Petrobras e do Brasil, além de possuir
inúmeros outros estabelecimentos e indústrias do ramo.
Devido a isto, Paulínia tem a sétima maior renda per capita do Brasil e se
destaca pelo grande crescimento populacional. Sua história é marcada por um
grande desenvolvimento econômico e crescimento, tanto urbano como populacional.
De clima agradável e ameno, Paulinia possui um clima tropical, com
temperatura media anual entorno de 21ºC; com variação entorno de 24,5 °C e
14,4 °C, temperatura e mínima respectivamente.
A Sede da Galvani se localiza no Bairro São Bento, próximo à região central
da cidade. A foto 2 ilustra a delimitação de sua circunvizinhança e comunidade
estudada.
3 Disponivel em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=353650
19
Foto 2 - Delimitação da circunvizinhança e comunidade estudada
3.1 Perfil da Comunidade
Segundo a Galvani4 (2012), a comunidade em seu entorno é composta de
65% mulheres e 35% homens.
Em media residem 3,43 pessoas por residência, com aproximadamente 2,54
filhos por moradia.
4 Pesquisa de imagem e percepção social da Galvani, realizada pelo CEPOT – Centro de Pesquisa e mercado em junho de 2012.
20
67% dos moradores possuem residência própria, quitada. 12% possuem
residência própria financiada, 8% possuem residência alugada e 13% possuem
residência cedida (por pais, amigos, familiares, etc).
77% da população residem no local a mais de 10 anos, conforme ilustra o
gráfico 1 abaixo.
Fonte: Pesquisa de imagem e percepção social da Galvani (2012)
Gráfico 1 - População residente na comunidade
O Gráfico 2 aponta que, para 29% da comunidade “Proteger o Meio
Ambiente” é o atributo mais importante para considerar que a Empresa tem
responsabilidade social.
Outros atributos considerados relevantes pela comunidade foram: Ser
honesta/ confiável, Providenciar serviços sociais, Investir em creches, Investir em
educação profissional e proteger os direitos humanos.
77%
11%
5%5%
2%
População residente na Comunidade
Mais de 10 anos
De 6 a 10 anos
4 a 5 anos
1 a 3 anos
Menos de 1 ano
21
Fonte: Pesquisa de imagem e percepção social da Galvani (2012)
Gráfico 2 - Atributos importantes para uma Empresa com responsabilidade social
Segundo os residentes locais, o ruído gerado pelas Empresas da região é o
impacto ambiental que causa maior incomodo para a comunidade. Outros impactos
citados foram à vibração das casas, as poeiras e o mau cheiro.
O gráfico 3 indica o nível de incomodo que os impactos citados causam.
29%
21%16%
15%
6%
6%
5%
2%
Atributos de Responsabilidade Social
Proteger o meio ambiente
Ser honesta/confiavel
Providenciar serviços Sociais
Investir em educação
profissional
Investir em creches
Proteger os direitos humanos
Doações/caridades
22
Fonte: Pesquisa de imagem e percepção social da Galvani (2012)
Gráfico 3 - Impactos ambientais que incomodam a comunidade
Os resultados obtidos na pesquisa indicam que o ruído gerado pelo processo
produtivo industrial gera um incômodo significativo para a Comunidade, e que a
preocupação com o Meio Ambiente é fundamental para que as Empresas sejam bem
vistas em seu meio, pois indicam que a Empresa possui Responsabilidade Social.
39%
28%
21%
12%
Impactos Ambientais na Comunidade
Barulho
Vibração
Poeiras
Mau cheiro
23
4 ATIVIDADE MINERARIA E IMPACTOS AMBIENTAIS
Para Silva (2007, revista espaço da Sophia - Nº 08) “a mineração é um dos
setores básicos da economia do país, sendo fundamental para o desenvolvimento de
uma sociedade, desde que seja operada com responsabilidade social, estando
sempre presentes os preceitos do desenvolvimento sustentável”.
É importante reconhecer e manter sob controle os impactos que esta
atividade provoca no meio ambiente, assim proporcionando um meio ambiente
adequado para as futuras gerações que estão por vir.
A atividade de mineração provoca impactos ambientais, assim como todo e
qualquer tipo de exploração de recursos naturais.
Segundo o Serviço geológico do Brasil (2012)5, os principais impactos
ambientais oriundos da mineração caracterizam-se em cinco categorias: poluição da
água, poluição do ar, poluição sonora, poluição do solo, incêndios causados pelo
carvão e rejeitos radioativos.
Os impactos ambientais mencionados aplicam-se ao processo produtivo da
Empresa estudada, excetuando os incêndios causados pelo carvão e rejeitos
radioativos. Os insumos causadores destes impactos (carvão e materiais radioativos)
não fazem parte da extração mineraria de basalto.
O desmonte de rochas, o beneficiamento de britas e a operação de
maquinários pesados são as principais fontes de geração de poluição sonora na
Galvani Mineração.
5 Disponivel em http://www.cprm.gov.br/
24
5 POLUIÇÃO SONORA
A Política Nacional do Meio Ambiente (LEI 6.938, de 31 de agosto de 1981)
define Poluição como
“degradação da qualidade ambiental resultantes de atividades que direta ou indiretamente: prejudiquem saúde, a segurança e o bem estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; emite matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos”.
Segundo Rodrigues, (2013, p.7), em termos gerais, a poluição sonora pode
ser entendida como sendo a emissão de ruídos, que por sua vez, ultrapassam os
níveis legalmente estabelecidos, de modo continuado, ao longo do tempo, causando,
com isso, prejuízos à saúde do homem e ao bem estar social.
Como dizem Braga et al. (2005, p. 208) “na medida em que a pressão
sonora provoca danos a saúde humana, comportamentais ou físicos, ela deve ser
tratada como poluição.”
3.1 Poluição Sonora, um Crime Ambiental
Para Faria (2009)6 crimes ambientais são as agressões ao meio ambiente
e seus componentes (flora, fauna, recursos naturais, patrimônio cultural) que
ultrapassam os limites estabelecidos por lei. Ou ainda, a conduta que ignora normas
ambientais legalmente estabelecidas mesmo que não sejam causados danos ao meio
ambiente.
A poluição sonora enquadra-se como crime ambiental, com base no
disposto no artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais. Para tanto, é necessário que a
6 Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/crime-ambiental/. Acesso em: 15 nov. 2012.
25 poluição ocorra em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde
humana ou que provoque a mortandade de animais.
A Resolução 001/ 90 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
é o instrumento legal que estabelece as normas gerais sobre a emissão de ruídos.
Segundo a norma, a emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades
industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política,
obedecerá ao interesse da saúde, do sossego público, aos padrões, critérios e
diretrizes estabelecidos.
A NBR nº 10.152- “Nível de ruído para conforto acústico” fixa os níveis de
ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos. Segundo a norma,
a emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais,
sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política, obedecerá ao interesse da
saúde, do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos.
A NRB nº 10.151- “Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas,
visando o conforto da comunidade – Procedimento” fixa as condições exigíveis para
avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades.
De acordo com a lei complementar de Paulinia,7 (Nº 54, de 28 de dezembro de
2012) a Galvani esta inserida em área ZR1 – Zona predominantemente Residencial
da baixa densidade. Para a NBR 10.151, área mista com predominância residencial,
não deve ter o nível de ruído ultrapassado em 55 dB (A) para o período diurno e 50
dB (A) para o período noturno.
7 Disponivel em: http://www.leismunicipais.com.br/a1/sp/p/paulinia/lei-complementar/2012/5/54/lei-complementar-n-54-2012-dispoe-sobre-o-parcelamento-uso-e-ocupacao-do-solo-no-municipio-de-paulinia-e-da-outras-providencias-2012-12-28.html
26
6 MENSURAÇÃO DOS NIVEIS DE RUIDO NA COMUNIDADE
A constatação do incomodo gerado à comunidade devido à emissão de
ruídos, aliado à necessidade de atender as legislações vigentes impulsionaram a
Galvani a buscar medidas para neutralizar a ação nociva do ruído em seu entorno.
Mensurar o nível do ruído gerado pelo empreendimento para comprovar e
conhecer os impactos ambientais causados a comunidade é essencial para identificar
a significância deste impacto.
6.1 Metodologia adotada para avaliação do nível do ruído
A mensuração dos níveis de ruído gerado pelo empreendimento adotou a
metodologia determinada pela NBR 10.151, respeitando as exigências da norma para
avaliação em local externo.
Foram avaliados 12 pontos entorno do perímetro da empresa, de forma a
abranger toda a circunvizinhança. A imagem abaixo ilustra a localização dos pontos
analisados.
27
Foto 3 - Pontos de avaliação de ruído
Todas as avaliações foram conduzidas em dias típicos do processo
operacional, para garantir a procedência dos resultados obtidos.
Segundo a NBR 10151, não deve ser realizada medições na existência de
interferências audíveis advindas de fenômenos da natureza, neste caso, de chuvas
fortes e trovões. Para tanto, observou-se as condições climáticas antes de iniciar as
avaliações.
As medições foram realizadas em dois dias úteis, com início no dia 27 de
outubro de 2010, e término no dia seguinte, 28 de outubro de 2010.
Antes de iniciar a medição, o medidor de pressão sonora foi calibrado, com
o uso do calibrador de nível sonoro. A calibração foi feita nos dois dias da campanha.
Em cada ponto foi adotado um tempo de medição de 5 minutos, com
intervalo de integração de 5 segundos, suficiente para permitir a caracterização dos
níveis de ruído e coletar para a definição de um Nível Equivalente (LAeq) aceitável, de
acordo com a metodologia preconizada na NBR 10151.
As medições foram tomadas a 1,2m do solo e pelo menos 2,0m afastadas
de qualquer superfície refletora, tomando-se o cuidado para evitar a montagem do
equipamento em locais onde pudesse causar algum tipo de interferência e
consequentemente comprometerem a integridade dos resultados obtidos.
28
Os equipamentos utilizados para o processamento dos dados obtidos nas
medições foram:
• Decibelímetro com filtro de banda de oitava e terça de oitava da marca
Instrutherm, modelo DEC-490, fabricado conforme a norma ANSI S1.4 com
microfone omnidirecional;
• Calibrador de nível sonoro da marca Instrutherm, modelo CAL-3000, número
de série 286721, 94 dB e 114 dB;
• Tripé da marca Vanguard MK-1, para apoio do decibelímetro;
• Tripé STC- 360 Light Weight Tripod;
• Máquina fotográfica digital para o registro das imagens nos pontos medidos.
As áreas próximas a Galvani recebem, com base na NBR 10.151, as
classificações de “Área mista, predominantemente residencial”; com limite Maximo
permitido de 55 dB (A).
6.2 Resultado das Avaliações
Para a mensuração do nível de pressão sonora, foram coletadas 30 amostras
de dados com intervalo de 5 segundos entre elas, conforme preconiza a NBR 10151.
Os gráficos abaixo indicam a intensidade do valor amostrado nas 30 medições
ocorridas num determinado ponto e sua relação com o limite de tolerância de 55
dB(A).
O gráfico 4 apresenta os índices amostrados no ponto 1 (P1).
29
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 4 - Nível de pressão sonora P1
O gráfico 5 aponta os valores amostrados nas 30 medições ocorridas no ponto
2 (P2).
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 5 - Nível de pressão sonora P2
O gráfico 6 mostra os valores amostrados nas avaliações do ponto 3 (P3).
40
45
50
55
60
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
404550556065
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
40
45
50
55
60
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
30 Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 6 - Nível de pressão sonora P3
O gráfico 7 mostra os valores amostrados nas avaliações do ponto 4 (P4).
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 7 - Nível de pressão sonora P4
O gráfico 8 apresenta os resultados das medições do ponto 5 (P5).
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 8 - Nível de pressão sonora P5
Os resultados das avaliações do ponto 6 (P6) estão representados no gráfico 9.
40
45
50
55
60
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
40
45
50
55
60
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
31
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 9 - Nível de pressão sonora P6
Os níveis de pressão sonora identificados nas avaliações do ponto 7(P7) estão
representados no gráfico 10.
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 10 - Nível de pressão sonora P7
O gráfico 11 representa os níveis de pressão sonora do ponto 8 (P8).
40
45
50
55
60
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
40
45
50
55
60
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
32
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 11 - Nível de pressão sonora P8
O gráfico 12 representa os valores do ponto 9 (P9).
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 12 - Nível de pressão sonora P9
O gráfico 13 aponta os valores amostrados nas 30 medições ocorridas no
ponto 10 (P10).
40
45
50
55
60
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
40
45
50
55
60
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
33
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 13 - Nível de pressão sonora P10
O resultado das medições do ponto 11(P11) esta representado no gráfico 14.
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 14 - Nível de pressão sonora P11
O gráfico 15 aponta os valores amostrados das 30 medições ocorridas no
ponto 12 (P12).
40
45
50
55
60
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
40
45
50
55
60
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
34
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 15 - Nível de pressão sonora P12
6.3 Interpretação dos Dados
Para a determinação do nível sonoro do ambiente em dB(A) em cada ponto
foi utilizado como parâmetro a formula abaixo sugerida pela NBR 10151.
O gráfico 16 representa o nível de pressão sonora dos 12 pontos avaliados
onde: 55 dB(A) é o limite de tolerância aceito.
40
45
50
55
60
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Limite de Tolerância Intensidade
35
Fonte: Laudo de poluição sonora Urbana (2011)
Gráfico 16 - Nivel de pressão sonora dos 12 pontos avaliados
Com o resultado das avaliações quantitativas, constatou-se que o nível de
ruído ultrapassava os limites aceitáveis no ponto 1(P1). O gráfico acima indica que no
período avaliado, o nível de ruído este ponto era de 57 dB (A).
Face às informações obtidas conclui-se que os níveis de ruído avaliados no
ponto 1 (P1) estavam acima dos limites de tolerância. No entanto os níveis de ruído
mensurados nos demais pontos estavam abaixo dos limites estabelecidos pela NBR
10151.
5251,1 51,3
4950,1 49,6
44,6 45
46,9
5253
57
35
40
45
50
55
60
65
Ponto 1 (P1) Ponto 2 (P2) Ponto 3 (P3) Ponto 4 (P4) Ponto 5 (P5) Ponto 6 (P6) Ponto 7 (P7) Ponto 8 (P8) Ponto 9 (P9) Ponto 10 (P10)
Ponto 11 (P11)
Ponto 12 (P12)
Locais Avaliados
NPS [db]
Aceitável Acima do LT Limite de Tolerância
36
7 NEUTRALIZAÇÃO DA POLUIÇÃO SONORA
Segundo Braga et al. (2005, p. 212) O controle do ruído pode ser feito na
fonte, no percurso ou no receptor. O controle na fonte envolve atividades de
modificação de projeto, substituição de equipamentos, entre outros. O controle no
receptor envolvem ações de controle administrativo e o controle no percurso é feito
pela introdução de barreiras entre a fonte e o receptor.
A redução do ruído seja na fonte ou após a emissão, deve constituir uma
das principais prioridades dos programas de gestão do ruído e incidir na concepção e
na manutenção do equipamento e instalações.
7.1 Barreira Física Vegetal
Embora seja difícil encontrar dados sobre a utilização de espécies vegetais
como barreira acústica disponíveis na literatura, Neto et al. (2008) conclui através de
estudo quantitativo de isolamento acústico que a madeira tem potencial acústico,
variável conforme sua densidade.
Para Carrasco8, (2003 aput. NETO, 2008 p. 676),
a velocidade de propagação da onda ultrassônica é afetada pela densidade da madeira. Um aumento desse valor, com umidade constante ao longo da amostra, provoca um aumento na velocidade de propagação. Esse fato se deve à deposição de celulose na face interna da parede celular, que causa um aumento significativo da rigidez. Assim, a esperada atenuação causada pelo aumento da densidade é compensada por esse parâmetro.
De acordo com Araújo9 (2002, aput. NETO, 2008 p. 676), as propriedades
acústicas da madeira, relacionadas aos princípios de ressonância e às propriedades
8 CARRASCO,CERNE, Lavras, v. 9, n. 2, p. 178-191, jul./dez. 2003. Disponível em: bdtd.ufla.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=879
37 de radiação do som, foram aplicadas por muito tempo, apesar de não serem
cientificamente comprovadas.
Neste contexto, o eucalipto é altamente eficaz, pois sua madeira
caracteriza-se pela sua alta densidade e durabilidade, assim como pelas suas boas
propriedades mecânicas e resistência ao impacto. Neto et al. (2008) aponta
excelentes resultados de isolamento acústico ao utilizar diferentes espécies de
eucalipto.
8 PLANTAÇÃO DE EUCALIPTO
Para Castanho10 (2013)
O eucalipto é plantado, atualmente, em quase todo o mundo, por ser uma planta que possui espécies diversificadas e adaptáveis a várias condições de clima e solo. Para se ter uma idéia da diversificação das espécies, existem eucaliptos que se adaptam muito bem em regiões de temperatura de 350 ºC e outros que suportam um frio de até 180 ºC abaixo de zero.
Castanho (2013) afirma que “A maioria das espécies plantadas no Brasil
apresenta um crescimento rápido, produz grande quantidade de madeira e
subprodutos e tem fácil adaptação”.
Atualmente, não há mais espaços no mercado para segmentos produtivos
que não conciliem a atividade econômica com a preservação do meio ambiente.
Neste contexto, o cultivo do eucalipto se apresenta como um plantio florestal
sustentável, capaz de cumprir estas novas premissas ambientais. (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil, 2011)
9 ARAÚJO, H. J. B. 157 p. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) – Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002. Disponível em: bdtd.ufla.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=879
10 Castanho P Eduardo (2013, no prelo).
38
8.1 Características Técnicas do Plantio
A plantação de eucaliptos para a barreira física da Galvani iniciou-se no dia
02 de maio de 2011 e terminou em 14 de junho de 2011.
O espaçamento do plantio foi de 1 por 1 metro, tanto na horizontal como na
vertical, intercalados entre si. O esquema 1 ilustra a informação.
Esquema 1 - Espaçamento do plantio
Optou-se por este espaçamento com o intuito de fechar a barreira, pois
desta forma aumenta a eficiência tanto no controle dos ruídos emitidos, como no
controle de materiais particulados em suspensão emitida pelo processo produtivo.
A barreira física foi feita ao longo de todo o perímetro onde o território da
Galvani fazia divisa com a comunidade, presente no ponto 1(P1). Para tanto, foram
plantadas 15.000 mudas de eucaliptos, distribuídas em 50 carreiras de 300 mudas de
comprimento.
39
O esquema 2 demonstra a distribuição das mudas para a formação da
barreira para maior entendimento, e a foto 4 retrata as aberturas das covas conforme
o esquema.
Esquema 2 - Distribuição das mudas para a formação da barreira
40
Foto 4 - Distribuição das covas para a formação da barreira
O tamanho das mudas plantadas foi entorno de 50 a 80 cm de altura. A
foto 5 retrata uma muda recém-plantada.
Foto 5 - Muda recém-plantada
41
As covas tiveram dimensões mínimas de 40 x 40 cm de abertura e 40 cm
de profundidade. Para sua abertura foi utilizado perfurador manual.
O esquema 3 ilustra o procedimento para abertura das covas. A foto 6
retrata a atividade de perfuração de covas com perfurador manual.
Esquema 3 - Procedimento para abertura das covas
muda
42
Foto 6 - Perfuração de covas
A foto 7 mostra a delimitação do plantio.
Foto 7 - Foto aérea do Plantio
43
8.2 Manutenção do Plantio
No primeiro semestre houve uma perda de 5% das mudas plantadas,
equivalente a 750 mudas aproximadamente.
As mudas perdidas foram replantadas no inicio do segundo semestre.
Após a plantação, alguns cuidados para a manutenção das mudas são
necessários para perenização do plantio, entre eles:
Irrigação diária das mudas no primeiro mês após o plantio. “A irrigação tem
como objetivo garantir o pegamento das mudas, quando o plantio e o replantio são
realizados fora da estação das chuvas, para superar eventuais veranicos durante a
estação das águas, em regiões muito secas ou em áreas muito degradadas. A
irrigação é feita para repor a umidade do solo, fornecendo a planta condições
favorável ao seu desenvolvimento e sobrevivência em situações que o solo apresente
déficit hídrico.” (Galvani, 2011)11
Controle de formigas no primeiro semestre. “O controle de formigas
cortadeiras tem inicio quando as condições de campo determinam o risco à
sobrevivência das mudas. Foi utilizada isca formicida granulada, sendo distribuída de
forma sistemática nas áreas de plantio, e também de forma direta, a um palmo de
distância dos olheiros visualizados, ao lado dos carreadores visualizados e nas áreas
vizinhas onde for detectada a presença de formigas cortadeiras.” (Galvani, 2011)12
A definição da quantidade necessária de isca formicida, bem como a
frequência das aplicações para garantir eficiência no controle de formigas cortadeiras
nas áreas de plantio foi de responsabilidade única e exclusiva da empresa
responsável pelo projeto.
A foto 8 retrata o processo de controle de formigas.
11 Relatorio final do Plantio. Galvani, junho de 2011.
12 Relatorio final do Plantio. Galvani, junho de 2011.
44
Foto 8 – Isca formicida granulada para o controle de formigas
Adubação por 1 ano e meio após o plantio com intervalo de seis em seis
meses entre elas. “Para a adubação química de cobertura foi utilizado o gel hidratante
como agente transportador de adubo. Alem disso foi feito uma capina e um
coroamento ao redor das mudas. Após isso, foi feito um sulco ao redor da muda, sob
a projeção da copa, com profundidade de 10 cm, onde foi aplicado o adubo misturado
com o gel hidroplan. O sulco voltou a ser preenchido com a terra revolvida.” (Galvani,
2011)13
Para a adubação de cobertura, foi utilizado gel e NPK granulado,
formulação 20-05-20, na dose de 150g / planta.
A foto 9 retrata o processo de adubação das mudas.
13 Relatorio final do Plantio. Galvani, junho de 2011.
45
Foto 9 - Adubação das mudas
8.3 Custos Envolvidos no Processo
O custo do plantio foi de R$ 6,00 por muda plantada, pago à Empresa
terceirizada, responsável por todo o processo.
Para a plantação de 15.000 mudas foram gastos um total de de R$
90.000,00.
Em media, cada colaborador plantava cerca de 100 mudas por dia. Com
uma equipe de 5 colaboradores foi possível concluir o plantio em 30 dias trabalhados.
Para a manutenção das mudas, incluindo irrigação, controle de formigas e
adubação, o custo foi de R$ 1,00 a muda.
Totalizando no total um custo de R$ 105.000,00 para o plantio e
manutenção de 15.000 mudas de eucaliptos.
46
9 EVOLUÇÃO DOS RESULTADOS
O objetivo principal do plantio era reduzir o nível de ruído em no mínimo 2
dB (A), no ponto 1 (P1) alcançando o valor teto de 55 dB (A) para atendimento a
legislação no que tange Conforto acústico na comunidade.
O gráfico 17 remete a representação gráfica dos níveis de ruído do ponto 1
(P1) em 2011, antes do inicio do plantio da barreira física de eucalipto, em 30
medições.
Gráfico 17- Representação gráfica dos níveis de ruído do P1 em 2011
O gráfico 18 evidencia o nível de ruído em dB (A) após o calculo, conforme
preconiza a NBR 10.151; onde 55 dB (A) é o nível estabelecido pela NBR 10151 e 57
dB (A) era o nível encontrado no ponto 1 (P1).
53
54
55
56
57
58
59
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Nível estabelecido pela NBR 10151 Intensidade do Ruido
47
Gráfico 18 - Nível de ruído em dB (A) do P1 em 2011
O monitoramento da área outrora chamada de ponto 1 (P1) ocorreu Ao
longo do ano, sem nenhuma mudança significativa.
O gráfico 19 remete a representação gráfica dos níveis de ruído do ponto 1
(P1) em 2012, após 1 ano do termino do plantio da barreira física de eucalipto, em 30
medições. O que sugere um nível de ruído de 56 dB (A), conforme indica o gráfico 20.
Gráfico 19 - Representação gráfica dos níveis de ruído do P1 em 2012
55 57
35
40
45
50
55
60
65
Nível estabelecido pela NBR
10151
Intensidade do Ruido
Parametros
NP
S -
dB
(A)
53
54
55
56
57
58
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Nível estabelecido pela NBR 10151 Intensidade do Ruido
48
Gráfico 20 - Nível de ruído em dB (A) do P1 em 2012
Aproximadamente 1 ano após o plantio da barreira física de eucalipto foi
possível verificar os primeiros resultados positivos. O nível de ruído do ponto 1 (P1)
reduziu de 57 dB (A) para 56 dB (A), embora a intensidade do ruído continuasse
acima do limite de tolerância.
O gráfico 21 remete a representação gráfica dos níveis de ruído do ponto 1
(P1) em 2013, 2 anos após o termino do plantio da barreira física de eucalipto. O
gráfico 22 indica o nível de ruído após calculo das 30 medições no mesmo período.
Gráfico 21 - Representação gráfica dos níveis de ruído do P1 em 2013
55 56
35
40
45
50
55
60
65
Nível estabelecido pela NBR
10151
Intensidade do Ruido
Parametros
NP
S -
dB
(A)
44
46
48
50
52
54
56
58
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
NP
S -
dB
(A)
Numero de Medições
Nível estabelecido pela NBR 10151 Intensidade do Ruido
49
Gráfico 22 - Nível de ruído em dB (A) do P1 em 2013
Em 2013, o nível de ruído no ponto 1 (P1) era de 53 dB (A). Diante disso, é
possível afirmar que em 2 anos após o plantio da barreira física de eucaliptos, houve
uma redução nos níveis de ruído no ponto 1 (P1) de 4 dB (A).
Os eucaliptos atingiram o comprimento de aproximadamente 15 metros de
altura neste período, com espaçamento de 1 metro entre eles, embora seja possível
afirmar que em espaçamentos maiores a área volumétrica do pe de eucalipto é maior.
Segundo Morais (2006) a altura da planta apresenta poucas variações entre os
diversos espaçamentos, porem; observa que, após 48 meses de plantio, quanto maior
a área útil da planta, maior é sua relação volume/planta.
55 53
35
40
45
50
55
60
65
Nível estabelecido pela NBR
10151
Intensidade do Ruido
Parametros
NP
S -
dB
(A)
50
CONCLUSÃO
Após analise minuciosa dos fatos, é conclusivo que o plantio de eucaliptos
como barreira física vegetal, para controle e neutralização da emissão dos ruídos
apresenta resultados positivos.
Não obstante ao fato da pratica estudada reduzir os níveis de ruído
satisfatoriamente, a barreira física eliminou a poluição visual do local e atuou também
de forma significativa na redução da poluição atmosférica, como barreira na
contenção de particulados emitidos, provenientes do processo minerario.
A implantação da barreira física vegetal de eucaliptos almejava
interinamente uma redução nos níveis de ruído em 2 dB (A) para atendimento a
legislação em vigor. Com as praticas aplicadas, os resultados obtidos superaram as
expectativas, pois proporcionaram uma redução de 4 dB (A) no nível de ruído, após
dois anos de implantação.
Face às informações aqui apresentadas é possível afirmar que os
resultados alcançados em médio prazo são tangíveis financeiramente. Desta forma, a
cerca viva de eucaliptos consiste numa ferramenta promissora no que tange as
problemáticas da Poluição sonora urbana.
A busca incessante por atender as legislações em vigor me proporcionou a
experiência de aprofundar meus conhecimentos no tema e de aplicar minhas
habilidades teóricas tecnicamente, vivenciando a experiência como um todo, de forma
única, relevante e completa.
Termino, expressando a minha satisfação com o termino do presente
trabalho, e com os resultados obtidos através dele.
51
REFERÊNCIAS
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