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Neste texto, buscamos discutir e apresentar algumas contribuies
que podem lhe ajudar na construo do Projeto Poltico-pedaggico de
sua escola. O objetivo no oferecer receitas ou o como fazer, pois,conforme j discutimos anteriormente, cada escola singular e, assim
sendo, traa seu prprio caminho. Todavia, j dispomos de muitos
estudos, pesquisas e experincias no campo da gesto democrtica,
incluindo a construo de PPP, o que nos possibilita sistematizar essas
contribuies em referenciais orientadores.
Pretendemos, ento, trazer alguns elementos que auxiliem a
compreenso do processo de construo do PPP na perspectivaemancipatria, democrtica, contribuindo, tambm, para a elaborao e
realizao de seu projeto-interveno. As questes e proposies a
seguir apresentadas estratgias de planejamento, o desenvolvimento
do processo de elaborao, implementao e avaliao do PPP , tomam
como referncia central a participao efetiva de toda a
comunidade escolar. Contudo, como tambm j discutimos no texto
Projeto Poltico-pedaggico: dimenses conceituais, o PPP aexpresso e a mediao para a mudana na escola: serve para que a
comunidade escolar estabelea o seu rumo, delineando seus princpios,
suas diretrizes e suas propostas de ao para melhor organizar e
significar as atividades desenvolvidas na escola como um todo. Trata-se,
portanto, no apenas de um documento elaborado por um grupo restrito
e doado para a escola; o PPP no comea e nem acaba em um texto
escrito.O documento final que denominamos de PPP , expressa a
sntese do processo coletivo da escola. Ele ser to rico, quo rico foi a
trajetria de sua construo. A construo do PPP, de forma
participativa, possibilita que as pessoas discutam a escola nas
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http://projetointervencao.pdf/http://dimensoesconceituais.pdf/http://dimensoesconceituais.pdf/http://projetointervencao.pdf/ -
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dimenses poltica, pedaggica, cultural , que re-signifiquem suas
prticas, atualizem valores, explicitem suas expectativas e suas utopias,
revelem suas queixas, construam novos valores, evidenciem seus
conhecimentos, seus saberes, enfim, estabeleam novos parmetros,
novas relaes de convivncia e de trabalho coletivo. Nesses termos, a
construo do PPP na/pela escola expressa sua intencionalidade poltica,
reafirma valores coletivos e coloca em seu horizonte prximo a
transformao da escola.
Nessa perspectiva, o PPP prxis criadora, ou seja, no reitera e
reproduz, de modo burocrtico, prticas sociais transpostas de
realidades distintas, tomadas como exemplos a serem seguidos de
modo mecnico e indiscriminado. Nesse sentido, para ser prxis
criadora, a autonomia da escola e a participao de todos os seus
segmentos so condies imprescindveis. Participao, nesta
perspectiva emancipatria, implica dois aspectos: a possibilidade efetiva
de deciso e compromisso/engajamento, compreendidos como co-
responsabilidades, que se afirmam e se realizam pela compreenso da
importncia do projeto coletivo.
Dessa forma, co-responsabilizar-se (responsabilizar-se com o
outro), diferencia-se da perspectiva gerencial de gesto, na medida em
que esta ltima pressupe atribuio de responsabilidades
individualizadas, desconsiderando as condies efetivas em que possam
ser cumpridas. Na gesto gerencial, a responsabilidade vincula-se a
desempenhos e performances individuais, no a compromissos
coletivamente assumidos. Na gesto democrtica da escola, a
responsabilidade est associada deciso partilhada, condio
necessria para que a responsabilidade deixe de ser outorgada por
outro, para ser assumida como uma condio e expresso da autonomia
moral.
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http://praxis.pdf/http://praxis.pdf/ -
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Por isso, outro aspecto importante diz respeito s polticas
pblicas que efetivamente apiem e criem condies objetivas
democratizao da educao o que inclui unidades escolares, mas
tambm os sistemas de ensino. A construo do PPP tarefa da escola,
porm, no so as escolas isoladamente que podem garantir as
condies necessrias s suas construo, implementao e avaliao. A
responsabilidade por esse processo precisa ser partilhada com todas as
instncias constitutivas dos sistemas de ensino.
Para facilitar a exposio das dimenses constituintes da
construo do Projeto Poltico-pedaggico da escola, apresentamos
separadamente cada uma delas, esclarecendo desde j que elas esto
mutuamente condicionadas. Para cada um desses aspectos,
apresentaremos, tambm, estratgias e sugestes de atividades que
podem facilitar a elaborao do planejamento do processo de construo
do PPP. Lembramos ainda que nenhuma dessas dimenses so
estticas, imutveis; ao contrrio, elas so dinmicas, sofrendo
modificaes e reestruturaes ao longo do processo. Esse carter
dialtico est expresso, alis, em uma concepo que acompanha toda a
discusso do PPP: seu carter processual.
Em linhas gerais, as diferentes contribuies de autores da rea
tm apontado os seguintes aspectos como constituintes do processo de
construo do PPP:
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Mobilizao da comunidade escolar para a discusso sobre a construo doPPP;
Elaborao do PPP: inclui a discusso sobre o marco referencial, a elaboraodo diagnstico ou conhecimento da realidade escolar, a definio depropostas, plano e estratgias de ao, a publicizao e a aprovao do PPPpela comunidade escolar;
Implementao do PPP: envolve aspectos relacionados ao desenvolvimentodas propostas e das aes definidas coletivamente, o acompanhamentodestas, reestruturando-as, modificando-as, sempre que necessrio;
Avaliao do PPP: ocorre ao longo do seu desenvolvimento, busca estabelecerrelaes entre o projetado e o realizado, procurando identificar, analisar
problemas que podem ocorrer nesse percurso.
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Conforme j mencionamos, essas dimenses se entrelaam,
estabelecendo relaes dinmicas entre si: assim que a mobilizao,
apresentada como a primeira dimenso, no se restringe a um
momento inicial, mas permanece ao longo do processo. Isso porque a
participao efetiva da comunidade escolar depende de sua mobilizao.
As discusses e as atividades que se encontram delimitadas na
dimenso elaborao j se constituem em processos de
transformao, na medida em que podem modificar as atitudes, os
valores e os significados atribudos escola em sua totalidade. Ao se
traduzirem nessas mudanas, poderamos dizer que, de modo implcito
ou explcito, o PPP j est em implementao. Sobretudo, se
considerarmos que um dos seus principais objetivos produzir novos
significados e sentidos sobre as finalidades sociais da educao e da
escola pblica, orientando/reorientado as aes da escola no sentido de
sua efetiva democratizao. Do mesmo modo, a avaliao processual
ocorre desde a etapa da mobilizao. A avaliao no dos resultados,
mas do processo, no quantitativa, mas qualitativa.
Essas dimenses, relacionadas entre si, vinculam-se, por sua vez,
a outras, tais como: estrutura da escola, grupo docente, funcionrios,
cultura da escola, relaes com os pais, alunos, relaes entre os
distintos segmentos da escola entre si, determinaes e vinculaes
institucionais (com as diferentes instncias dos sistemas de ensino,
legislaes etc.) e processos escolares de um modo geral. Tudo isso nos
revela a complexidade do contexto escolar e a importncia do PPP como
instrumento de direo e de orientao s atividades da escola.
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A palavra mobilizar,segundo o DicionrioHouaiss, derivada doverbo francsmobiliser, e significacausar a mobilizao;por em ao um
conjunto de pessoaspara uma tarefa, parauma campanha ouconclamar pessoas aparticiparem de umaatividade social,poltica ou de outranatureza insuflando-lhes entusiasmo,vontade etc.
MMoobbiilliizzaaoo
Conforme j discutimos, a construo do Projeto
Poltico Pedaggico pode constituir-se num dos mais
importantes instrumentos da gesto democrtica na/da
escola. nesse sentido que Gadotti (2000), ao afirmar
que o PPP estabelece uma ruptura com aquilo que j est
institudo, tornando-se, assim, instituinte de uma nova
direo para as aes poltico-educativas da escola e
apresenta algumas condies facilitadoras para que o
PPP seja bem sucedido:
1 Comunicao Eficiente: um projeto deve ser factvel e seuenunciado claramente compreendido;2 Adeso Voluntria e Consciente ao Projeto: importncia daparticipao e co-responsabilizao de todos;3 Suporte Institucional e Financeiro: vontade poltica, plenoconhecimento de todos em especial dos dirigentes e recursosfinanceiros definidos;4 Controle, Acompanhamento e Avaliao do Projeto: todos precisamestar envolvidos e a co-responsabilizao um fator decisivo;5 Atmosfera e Ambiente Agradveis: se expressa na circulao deinformaes, na diviso de tarefas, na adeso da comunidade escolarao projeto;6 Credibilidade7 Um bom Referencial Terico: necessrio a definio dos conceitos,da orientao poltica do projeto.
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Acrescentaramos aos itens propostos por Gadotti (2000), a
necessidade de uma boa mobilizao da comunidade escolarcomo
condio tambm necessria compreenso da importncia do PPP para
a escola.
Da definio proposta, podemos derivar duas dimenses: a) a
mobilizao tem carter processual; b) significa articular, por em ao
pessoas para em torno de um objetivo comum. Isso significa, pois, que
a idia de mobilizao est associada tambm s idias de participao
e de partilhamento de objetivos.
Quando nos referimos mobilizao, de imediato a associamos a
movimentos sociais, reivindicatrios ou eventos de carter poltico. De
fato, nosso imaginrio repleto das imagens de mobilizao popular
que, desde as ltimas dcadas, reivindicam e consolidam a democracia
em nosso pas. Contudo, para que os objetivos pretendidos possam ser
atingidos, preciso que a mobilizao tenha continuidade. Por isso,
dizemos que a mobilizao um processo de carter educativo, na
medida em que promove a participao de todos e a discusso dos
problemas ou das situaes que esto em sua origem, possibilitando
tambm o que Paulo Freire denominou de conscientizao.
Da perspectiva da gesto democrtica da escola, mobilizar a
comunidade escolar implica desenvolver um processo de amplo
envolvimento e engajamento da
comunidade com o PPP. Isso nos leva a
considerar a multiplicidade de
singularidades, as diferentes
perspectivas, interesses, valores,
expectativas reunidas em torno de um
propsito comum. Nesse sentido, o
carter pedaggico da mobilizaoManifestao Popular
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tambm se expressa, pois, para ser efetiva, a mobilizao implica a
existncia de um vnculo significativo entre os sujeitos e os objetivos em
torno do qual se mobilizam. Ou seja, preciso que aquilo que move os
sujeitos tenha sentido. Tem que estar vinculado s suas necessidades,
ainda que muitas vezes essas necessidades no sejam totalmente
conhecidas.
A mobilizao das pessoas no ocorre, entretanto, de forma
espontnea. preciso que algum tome a iniciativa de chamar, de
convidar para o debate, de propor aes com vistas ao objetivo
pretendido. Duas condies parecem ser necessrias mobilizao: a)
aes coordenadas por um coletivo ou um dirigente; b) definio de
estratgias ou dos caminhos a serem utilizados para mobilizar o grupo
socialmente envolvido. Como poderamos satisfazer essas duas
condies, em se tratando da construo do PPP?
Se a mobilizao, como a palavra revela, implica fazer
movimentos em direo a um objetivo, tambm implica direo e
intencionalidade. Isso no significa, por outro lado, que apenas uma
pessoa seja responsvel por tal processo; sabemos que exige definio
de estratgias, de recursos/meios, de atividades dirigidas etc. Vejamos
como poderamos fazer:
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1 Organizao de uma coordenao/grupo que pode ser composta porrepresentantes do grmio estudantil, do Conselho Escolar, dos professorese funcionrios. Tem como objetivo discutir e elaborar um plano demobilizao da comunidade escolar para a construo do PPP. Definio detarefas e responsabilidades no grupo.
2 Definio de estratgias para mobilizar as famlias, os estudantes, osprofessores e os funcionrios para a discusso do tema: o que PPP, suaimportncia para a escola e a necessidade da participao de todos.
3 Implementao das estratgias consensuadas no grupo.
4 Definio de estratgias para manter a comunidade escolar mobilizadapara a gesto democrtica da escola, o que implica no apenas aelaborao do PPP, mas tambm o acompanhamento de sua implementao
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EEssttrraattggiiaassddeeMMoobbiilliizzaaooddaaCCoommuunniiddaaddeeEEssccoollaarrppaarraaaa
CCoonnssttrruuooddooPPPPPP
Para mobilizarmos a comunidade escolar para construo coletiva
do PPP necessrio a utilizao de um conjunto de aes articuladas
entre si, o que significa a necessidade de uma vinculao estreita entre
objetivos da mobilizao e meios usados para tal fim. Relembramos aqui
o que j discutimos anteriormente sobre a diferena entre a prxis
criadora e a prxis reiterativa. nesta ltima, dado seu carter
repetitivo, burocratizado, que os meios so dissociados dos fins e
aplicados como se apenas o seu carter tcnico garantisse a eficincia
do processo. comum encontrarmos farto material nos oferecendo
regras, tcnicas para trabalho com grupos, instrumentos para
diagnsticos, tcnicas de mobilizao e de motivao etc., numa
pretensa afirmao de que apenas o domnio do como fazer pode
garantir a eficincia de um processo.
Em sentido contrrio, a prxis criadora, ao pressupor a indissociabilidade
entre os meios e os seus fins, e, no caso especfico que aqui tratamos, entre as
formas de mobilizao e as finalidades da mesma, nos indica que s possvel
bem determinarmos nossos meios se tivermos claros seus fins. Assim, se a
finalidade mobilizar a comunidade escolar para um processo de participao
democrtica, cujo objetivo a construo do seu projeto de escola, o como fazer
essa primeira mobilizao deve estar estreitamente vinculado a particularidade de
cada segmento da comunidade escolar. Podemos combinar estratgias de cunho
mais individual como carta-convite para participao, com estratgias coletivas,
como seminrios, palestras etc.
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O coletivo de organizao da mobilizao para a construo do PPP
na escola deve procurar planejar sua ao com base em algumas
referncias:
Qual a melhor maneira de mobilizarmos as famlias? Osestudantes? E os pequenos estudantes? Os funcionrios? E osprofessores?
Qual a melhor forma de comunicao a ser utilizada? Qual contedo dessa comunicao? Poderemos usar a mesma estratgia para todos os segmentos
da comunidade escolar? Que recursos iremos utilizar? A escola dispe desses recursos? A campanha de mobilizao durar quanto tempo? Envolver outros segmentos organizados da comunidade do
entorno da escola?
Mobilizar, como anteriormente j apresentamos, implica conjugar
multiplicidades em torno de um objetivo comum. Implica tambm a
difcil tarefa de negociar, buscar concordncias. Isso no significa, por
sua vez, anular diferenas. Nesse sentido, pode facilitar o trabalho de
mobilizao se este for coordenado por um coletivo representantes
dos professores, de estudantes (grmio ou colegas indicados),
representantes das famlias (APP). Outra sugesto: mobilizar as escolas
que tiverem Conselho Escolar atuante e possam se responsabilizar ou
colaborar na coordenao dessa tarefa. A presena dos diferentes
segmentos da comunidade escolar pode facilitar nas escolhas das
melhores estratgias para se chegar a cada um deles.
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Algumas estratgias para a mobilizao da comunidade escolar:
elaborao de um livreto ou jornal (com imagens, dialogado)sobre o PPP, sua importncia para a escola e a necessidade daparticipao de todos (pode-se, por exemplo, mobilizarestudantes para a elaborao do mesmo);
elaborao de carta-convite, com explicaes sobre o PPP;
panfletagem na escola, mobilizando para um dia de discussessobre o PPP;
Dia de Mobilizao para a construo do PPP da escola;
promoo de palestras, seminrios de troca de experincias comoutras unidades escolares que estejam ou j tenham elaboradoseu PPP;
utilizao de meios virtuais para divulgao da mobilizao,especialmente entre os estudantes;
criao de canais virtuais espaos de discusso jornal voltado para os estudantes;
divulgao por meio de jornais comunitrios, associao demoradores ou outros espaos comunitrios;
debates em salas de aula, organizao de atividades culturaiscentradas na discusso sobre a importncia da participao, dademocracia na escola, da construo do projeto de escola.
As sugestes acima so algumas possibilidades. Cada escola, de
acordo com sua cultura local deve definir os caminhos que utilizar
para chamar a comunidade escolar para participar da elaborao do seu
projeto poltico-pedaggico. importante ainda lembrar que toda
mobilizao tem uma culminncia nesse caso, a construo do PPP.
Assim, a mobilizao pode, ento, desembocar na elaborao conjunta
de um planejamento das aes seguintes, destinadas ao processo
propriamente dito de elaborao do PPP, definindo-se tambm as
estratgias necessrias a consecuo destas, cronogramas, co-
responsabilidades etc. Significa, ento, pensar propostas concretas para
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atingir o objetivo principal da mobilizao: a construo, de modo
partilhado, de um projeto de escola.
EEllaabboorraaooddooPPPPPP
Diversos estudos que tm tematizado a problemtica da
construo do PPP nas escolas brasileiras relatos de experincias,
pesquisas tm apontado tambm uma diversidade de caminhos
seguidos nessa construo. Contudo, encontramos pontos de
convergncia em torno de alguns passos apontados como importantes
na elaborao do projeto: a) definio de um marco referencial ou
conceitual que expresse as concepes poltico-filosficas da escola com
relao educao, escola e s suas finalidades; b) a elaborao de
um diagnstico da realidade escolar, ou anlise da realidade escolar; c)
a definio de um plano ou programao de atividades objetivos,
estratgias etc.; c) a publicizao do PPP torn-lo um documento a ser
conhecido por toda a comunidade escolar e, por fim, d) a aprovao
do PPP em instncias colegiadas ou em fruns de representao direta,
como a assemblia da escola.
Definio de um Marco Referencial Orientador do PPP
Definir um marco referencial significa definir o conjunto de
referncias terico, poltico, filosfico que balizaro o trabalho da escola.
Trata-se da explicitao das idias, das concepes e teorias que
orientaro a prtica educativa da escola. Para que isso seja possvel,
preciso compreender as relaes existentes entre a escola e a realidade
em que ela est inserida, realidade no apenas local, mas nacional e
mundial. Significa compreender o sentido histrico da educao e da
escola pblica, compreender suas transformaes atuais, a luz dos
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processos histricos que a determinam. Dessa relao entre o global, o
nacional e o local, pode-se, ento, compreender a realidade da escola
em sua singularidade, situada, entretanto, como resultante dessas
relaes mais amplas.
Essa anlise pode nos lanar na definio e na explicitao sobre
as finalidades sociais da educao e da escola, levando-nos a interrogar
sobre o tipo de sociedade com o qual a escola se compromete ou deseja
se comprometer, que tipo de sujeitos pretende formar, qual sua
intencionalidade. Isso se compreendermos a escola em suas dimenses
poltica, cultural e educativa.
De acordo com Veiga (2000, p. 23), a escola persegue
finalidades. Por isso, preciso ter clareza das mesmas. Ao ressaltar
sobre a importncia da reflexo sobre as finalidades e os objetivos da
escola, a autora afirma o carter dialtico desse movimento, destacando
que as questes levantadas geram respostas que, por sua vez, levam a
novas interrogaes. Esse esforo possibilita a identificao das
finalidades da escola, quais precisam ser reforadas e quais esto sendo
relegadas ao segundo plano.
necessrio decidir, coletivamente, o que se quer reforar dentro daescola e como detalhar as finalidades para se atingir a almejadacidadania (Veiga, 2000, p. 23).
Esse trabalho de interrogar-se sobre suas finalidades faz com que
a escola se volte para uma de suas principais tarefas: a de refletir sobre
sua intencionalidade educativa (Veiga, 2000). A clareza da finalidade
social da escola possibilita a comunidade escolar definir tambm com
mais pertinncia critrios e projetar sua ao em termos do que deseja
para as dimenses pedaggica, administrativa e democrtica.
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Gandin (1994), ao discutir o marco referencial, apresenta trs
eixos para a discusso: a) marco situacional; b) marco doutrinal; c)
marco operativo.
O marco situacional refere-se reflexo sobre as relaes da
educao, da escola em sua insero histrica, e suas relaes com
contextos sociais mais amplos; trata-se de problematizar a educao
relacionando-a com outras dimenses da realidade, no apenas em nvel
local, mas tambm nacional e mundial. Procura-se compreender os
nexos e as relaes dos problemas locais, compreendendo-os como
parte deste contexto mais amplo. O ponto de partida a realidade local
da comunidade em que se insere a escola, os modos de vida dos
sujeitos que compem seu coletivo, as formas organizativas e
comunitrias, as culturas locais, a ocupao, a organizao dos espaos
comunitrios etc. A discusso desses elementos possibilita apreender as
mudanas em seu carter histrico, discutir valores, conhecer as
representaes do grupo sobre a sociedade brasileira, sobre sua
comunidade, identificar suas satisfaes, suas insatisfaes e suas
expectativas.
A discusso do marco situacional desencadeia processos de
reflexo relacionados aos valores sociais e polticos sobre a sociedade e
a educao, que levam ao debate e ao estabelecimento do marco
doutrinal do projeto poltico-pedaggico, ou seja, da explicitao dos
fundamentos tericos, poltico e social que o fundamentam. Doutrinal,
nesse caso, no se refere doutrina, ao dogmatismo, mas discusso
da base terica que sustentar o PPP da escola, que dar norte s suas
aes. Procura-se discutir, nesse eixo, o tipo de sociedade que
queremos construir, qual a formao social, cultural que queremos para
nossas crianas e jovens. Quais os valores que queremos desenvolver,
qual a funo social da escola nos processos de formao dos sujeitos
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humanos etc. Discute-se nesse eixo o dever-ser da educao,
horizonte necessrio para que possa se projetar um futuro melhor.
Intrinsecamente relacionado a estes dois eixos, temos ento o
terceiro, o marco operativo, relacionado s relaes da escola com a
sociedade; trata-se aqui de uma discusso vinculada ao contexto local,
com aquilo que especfico da escola como instituio social e, de modo
particular, da escola na qual se trabalha e se estuda. O marco operativo
se refere, ento, realidade local, traduz as necessidades, as
expectativas do grupo e seus anseios por mudana. Trata-se da
discusso da escola que queremos. Conforme Gandin (1994, p. 82), o
marco operativo tambm uma proposta de utopia, no sentido que
apresenta algo que se projeta para o futuro [...]. Todavia, como alerta
o autor, para que o marco operativo no se torne um palavreado vazio,
preciso que ele tenha um forte aporte terico. O marco operativo no
o plano ou programao de ao, mas d base e sustenta esse plano
de ao, refere-se realidade desejada.
Por isso, nos alerta Gadotti (2000), o PPP, em suas vrias
dimenses de elaborao, toma sempre como ponto de partida o j
institudo, aquilo que j foi historicamente construdo, no para
perpetuar ou para se afirmar fatalismos (foi sempre assim, nada
mudar), mas para criar uma nova utopia, um novo instituinte.
Baseado em Gandin (1994), elaboramos um quadro sntese com
algumas questes que podem orientar os debates em cada um dos eixos
do Marco Referencial do PPP.
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MARCO REFERENCIAL DO PPP
Marco situacional: Que aspectos da situao global (social, econmica, poltica, cultural,
educativa) chamam a ateno hoje no Brasil e na Amrica Latina? Discutir pontos positivos e negativos do mundo atual. Discutir essas
mudanas resgatando seu carter histrico. Dentre as tendncias/problemas da sociedade, na atualidade, quais
chamam mais a ateno? Por que chamam a ateno? Quais os valores preferenciais na sociedade de hoje? Como essas
preferncias se manifestam? Qual lhes parece ser a explicao dos males da Amrica Latina e do
Brasil?
Marco Doutrinal
Qual o tipo de sociedade que queremos? No que se fundamenta uma sociedade justa, democrtica e
participativa? Que valores devem estar presentes nessa sociedade? Quais as atitudes que esperamos dos sujeitos diante da sociedade? O que significa ser o homem sujeito da histria? O que motiva o ser humano tornar-se agente de transformao? Como podemos contribuir para a construo de uma nova sociedade
mais justa?
Marco Operativo
Que ideal temos para nossa escola? Que significa ser o educandosujeito do seu prprio desenvolvimento?
Em que consiste o educar-se? Em conseqncia, qual o ideal paranossa prtica educativa?
O que significa a educao voltada para a realidade? Como tornar a escola um espao de mudana, de transformao
social? O que caracteriza a escola democrtica, aberta e participativa? O que qualidade de ensino? Que princpios devem orientar nossa prtica pedaggica?
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A exemplo do que j falamos anteriormente, esse tambm no
um processo espontneo, no sentido de que possa ocorrer sem uma
direo, organizao e sistematizao dos processos coletivos de
discusso. um momento rico de aprendizagens para todos exige
leituras, reflexes tericas, debates em grupos, pesquisas, elaboraes
escritas etc. Para que essas reflexes sejam efetivas e se tornem
espaos educativos para todos, deve se observar a tenso presente na
necessidade de tornar as informaes, as discusses e os materiais de
estudos acessveis, ao mesmo tempo em que no se banaliza ou
simplifica questes complexas.
Importante ressaltar a necessidade de sistematizao das
discusses, dos materiais produzidos, posto que eles vo compor a
primeira parte do PPP o Marco Referencial que, como o prprio termo
designa, deve orientar, do ponto de vista terico-filosfico, as aes
seguintes. Trata-se daquilo que em educao aprendemos a chamar da
concepo terica norteadora. Todos os segmentos da comunidade
escolar podem ser chamados a contribuir com esse debate, fazendo
pesquisas sobre aspectos especficos (estudantes, pais, professores,
funcionrios), coletando notcias sobre a educao no pas, na regio
(recortes de jornais, de revistas), realizando entrevistas, preparando
pequenos textos para a discusso, organizando seminrios ou palestras.
Crianas podem ser chamadas a expressar usando outras linguagens
que no apenas a verbal a escola que queremos. Certamente, se
chamadas tero importantes contribuies a nos dar. Enfim, observando
as particularidades dos diversos grupos que compem a comunidade
escolar, possvel se criar condies objetivas para participao efetiva
de todos.
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Elaborando um Diagnstico ou Conhecendo a Realidade da Escola
O diagnstico se constitui em um dos momentos mais importantes
na construo do PPP, pois quando fazemos uma profunda anlise da
situao atual da escola, observando-se todas as suas dimenses
infra-estrutura fsica, equipamentos, corpo docente, trabalho
pedaggico, gesto, comunidade, qualidade da educao, processos de
formao dos estudantes, etc.
Gandin (1994) comea essa discusso dizendo o que um
diagnstico no : no uma descrio da realidade da escola; b) no
um levantamento de problemas. Ento, o que um diagnstico da
escola? Como se elabora esse diagnstico?
O termo diagnstico, comumente associado s prticas mdicas,
tem sua origem na palavra grega dignsis, que significa discernimento,
conhecer atravs de. O diagnstico no um fim em si mesmo, mas
um processo que nos permite obter algum conhecimento sobre uma
realidade dada. Ao possibilitar conhecimentos sobre a realidade de um
determinado contexto, torna-se um importante instrumento no
planejamento de mudanas, na medida em que pode nos ajudar a
identificar pontos fortes e frgeis em cada realidade institucional,
ajuda a ver as alternativas e possibilidades de ao, tendo como
horizonte os ideais e os objetivos pretendidos. Por isso, o diagnstico
no apenas uma lista de problemas do que vai mal na escola. O
diagnstico supe avaliao, comparao, juzos de valores, tudo isso
tendo como ponto de partida o que foi definido anteriormente no Marco
Referencial.
Quando elaborado de forma participativa, o diagnstico da
realidade da escola se constitui em um fecundo espao de
aprendizagem, na medida em que desencadeia um processo de reflexo
sobre o que a escola, aonde se quer chegar, identificando os
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problemas, os seus efeitos e as suas conseqncias. Entretanto,
possibilita tambm que se identifique o que a escola tem feito de bom,
seus pontos fortes. ponto de partida para que se elabore, de modo
fundamentado e com base nas necessidades da escola, o Plano ou
Programa de Ao.
Gandin (1994) argumenta que o diagnstico constitudo por trs
elementos: a) um juzo, portanto, implica um julgamento, uma
avaliao; b) esse juzo feito sobre uma prtica especfica (da
realidade da escola) e sobre a qual se planeja alguma mudana; c) tal
juzo realizado tomando-se como referncia os preceitos estabelecidos
no Marco Referencial. Ainda que incidam mais fortemente sobre a
dimenso operativa (marco operativo), os critrios de anlise
referenciam-se tambm nos marcos doutrinal e situacional. Um bom
comeo perguntar-se: at que ponto nosso prtica realiza o que
estabelecemos no marco operativo? (Gandim, 1994, p. 90).
Tomando o diagnstico como um dos momentos de construo do
PPP, sua funo reside em promover um profundo processo de avaliao
sobre como a escola tem se organizado e realizado sua tarefa educativa,que dificuldades tm encontrado para o cumprimento desta e que
possibilidades encontra para orientar sua ao na direo de uma escola
pblica democrtica. As anlises realizadas sobre a realidade da escola
no so neutras. Elas tomam como referncia um certo modo de
compreender a funo social da escola, como deve ser sua organizao,
o que inclui o trabalho pedaggico, a gesto, as relaes com os alunos,
com a comunidade etc. Conforme Vasconcellos (1995), o diagnsticono simplesmente um retrato da realidade ou um mero levantar
dificuldades; antes de tudo um confronto entre a situao que
vivemos e a situao que desejamos viver.
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Assim, o diagnstico no um instrumento tcnico, neutro, que
pode ser adaptado, aproveitado de outras organizaes ou instituies
sociais. Ele marca e se fundamenta em uma intencionalidade,
sustentando em valores, aponta para uma direo. Por isso, o
diagnstico da escola deve ser feito tambm de modo participativo.
Implica a obteno de dados quantitativos e qualitativos que, ao serem
organizados, sistematizados, interpretados, constituem-se em
indicadores importantes para o planejamento das aes futuras voltadas
mudana na escola.
Como proceder, ento, para realizar um diagnstico da realidade
da escola? Como organizar a produo das informaes que auxiliaram
na elaborao posterior da anlise da realidade da escola? Se no se
trata de elaborar uma lista de itens a serem checados, ento como
definir o que ser analisado?
Para elaborar um diagnstico sobre a realidade educacional e
obter informaes que possam auxiliar a elaborao de um Plano de
Ao, fundamental se ter estratgias para obteno de informaes,
de anlise que possam ajudar a compreender os diversos fatores que
favorecem ou dificultam o trabalho educativo da escola. Como se
aproximar da realidade escolar, procurando identificar no apenas os
problemas aparentes, mas tambm as dimenses no ditas, as
determinaes que nem sempre se do a conhecer ao primeiro olhar?
O primeiro passo compor uma equipe, ou grupo de trabalho,
com representantes dos segmentos da comunidade escolar para
coordenar essa etapa. Tal grupo de trabalho pode, ento, elaborar um
instrumento que oriente as discusses e facilite os registros das
informaes, das avaliaes e das expectativas da comunidade escolar.
O grupo pode, tambm, definir as estratgias que sero usadas para
levantar esses materiais com o coletivo da escola. Posteriormente, esses
dados devero ser analisados e consolidados em um documento final,
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que representa a formalizao das discusses realizadas durante todo o
processo.
A elaborao de um instrumento que oriente as discusses e
obteno de informaes ou coleta de dados deve ter como ponto de
partida o Marco Referencial. A partir deste, podem ser estabelecidas
dimenses da organizao e da prtica da escola que sero objetos de
anlise. importante que cada uma das dimenses seja discutida e bem
definida, para que se possa indicar os eixos de anlise e as suas
perguntas, estas, sim, orientadoras do processo de discusso com a
comunidade escolar.
O estabelecimento de dimenses a serem analisadas tem um valor
apenas operativo; visam facilitar a compreenso dos diferentes nveis de
funcionamento da escola, facilitando-se a apreenso de fenmenos
particulares. No devemos, contudo, perder de vista que a escola uma
totalidade e que essas dimenses imbricam-se, condicionando-se
mutuamente. Assim, deve-se evitar a compreenso fragmentada da
realidade na anlise, superando perspectivas terico-metodolgicas que
tendem tanto a focalizar como a responder, de modo parcial e seletivo,
problemas que so multidimensionais. Nessa perspectiva, um problema
como a evaso escolar, por exemplo, no pode ser considerado apenas
do ponto de vista dos alunos, mas tambm precisa ser analisado a partir
da realidade da escola, relacionando-a com o contexto da educao
nacional.
Definidas as dimenses constitutivas do diagnstico, pode-se
derivar os eixos e as perguntas que orientaro a anlise a ser realizada.
A seguir, damos um exemplo de um guia para as discusses com a
comunidade escolar. A essas dimenses e esses eixos podem ser
acrescentados outros, relacionados com a particularidade de cada
escola. Trata-se apenas de fornecer indicativos que podem auxiliar na
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elaborao de instrumentos especficos de acordo com as necessidades
de anlise de cada unidade escolar.
Sugestes de Dimenses e Indicadores para Anlise da
Realidade Escolar
Dimenses Eixos de Anlise Questes
Orientadoras
Infra-estrutura
Fsica e
Equipamentos
Suficincia, qualidade e
aproveitamento (salas de aula,
laboratrios, atelis, salas para
multimdia, quadras
esportivas, cantina, biblioteca,
salas para os professores
As salas de
aula so
suficientes para
atender s
necessidades dos
alunos?
So bem
iluminadas,
ventiladas?
Organizao e
Gesto daPrtica
Pedaggica
Currculo escolar;
avaliao; incluso (combate ao
preconceito, ateno aos
alunos trabalhadores, alunos
com necessidades educativas
especiais);
experincias culturais
diversificadas;planejamento coletivo
(professores)
PPP construo, efetivao e
avaliao;
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Gesto
Democrtica da
Escola
instncias de participao
coletiva e sua atuao (C.E.,
grmios etc.);
respeito aos direitos das
crianas e adolescentes
(divulgao desses direitos);
acessibilidade e compreenso
das informaes e indicadores
usados pela escola
(democratizao das
informaes);
participao da escola em
projetos oficiais, comunitrios.
Formao e
Condies de
Trabalho dos
Professores
Formao inicial e continuada
dos professores;
condies de trabalho carga
horria, tempo para trabalho
coletivo;
suficincia da equipe escolar;
rotatividade/assiduidade da
equipe escolar;
participao e atuao dos
professores nas instncias
colegiadas da escola.
Aes de Apoio
aos Estudantes
Merenda, transporte;horrios de funcionamento das
instalaes da escola;
acessibilidade dos
equipamentos salas de
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computador, multimdia,
quadras esportivas;
aes de apoio aos estudantes
com dificuldades nas
aprendizagens.
Estratgias de
Acompanhame
nto/avaliao
das aes da
escola
Monitoramento de indicadores
de aprovao, reteno,
desistncia;
prticas de avaliao
institucional.
Cultura Escolar Contexto relacional; valores da
instituio;
Dimenses Eixos de anlise Questes
orientadoras
Infra-estrutura
fsica eequipamentos
Suficincia, qualidade e
aproveitamento (salas de aula,
laboratrios, ateliers, salaspara multimdia, quadras
esportivas, cantina, biblioteca,
salas para os professores,
As salas de
aula so
suficientes paraatender as
necessidades dos
alunos?
So bem
iluminadas,
ventiladas?
Organizao egesto da
Prtica
Pedaggica
Currculo escolarAvaliao
Incluso (combate ao
preconceito, ateno aos
alunos trabalhadores, alunos
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com necessidades educativas
especiais)
Experincias culturais
diversificadas
Planejamento coletivo
(professores)
Gesto
democrtica da
escola
PPP construo, efetivao e
avaliao
Instncias de participao
coletiva e sua atuao (C.E.,
grmios...)
Respeito aos direitos das
crianas e adolescentes
(divulgao desses direitos)
Acessibilidade e compreenso
das informaes e indicadores
usados pela escola
(democratizao das
informaes)
Participao da escola em
projetos oficiais, comunitrios
Formao e
condies de
trabalho dosprofessores
Formao inicial e continuada
dos professores
Condies de trabalho carga
horria, tempo para trabalhocoletivo,
Suficincia da equipe escolar
Rotatividade/assiduidade da
equipe escolar
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Participao e atuao dos
professores nas instncias
colegiadas da escola
Aes de apoio
aos estudantes
Merenda; transporte
Horrios de funcionamento das
instalaes da escola
Acessibilidade dos
equipamentos salas de
computador, multimdia,
quadras esportivas
Aes de apoio aos estudantes
com dificuldades nas
aprendizagens
Estratgias de
acompanhame
nto/avaliao
das aes da
escola
Monitoramento de indicadores
de aprovao, reteno,
desistncia;
Prticas de avaliao
institucional
Cultura escolar Contexto relacional; valores da
instituio;
O conjunto de informaes obtido com o processo de discusso
sobre a realidade da escola, para ser efetivamente aproveitado na
elaborao de um Plano de Ao, precisa ser sistematizados ouorganizado j durante o processo em que ocorre. Isso facilita o trabalho,
evita que se percam informaes, sugestes, anlises, e pode tambm
auxiliar na publicizao dos trabalhos. Lembramos, em se tratando de
um processo participativo, implica tambm uma sistemtica de
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http://sistematizacaoeanalisedosdados.pdf/http://sistematizacaoeanalisedosdados.pdf/ -
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discusses que atenda s necessidades de cada segmento da
comunidade escolar. Assim, pode ocorrer a necessidade de se retornar
discusses anteriores, de se divulgar em espaos da escola os passos j
dados, anlises j feitas, auxiliando e somando as contribuies de
muito. Pode ocorrer a necessidade de estabelecer, nos diferentes
momentos e espaos de discusso e coleta de informaes, pessoas
responsveis pelas atividades de registro.
O conjunto de dados, de informaes e de anlises construdas ao
longo do processo do diagnstico precisa ser finalizada em um
documento-sntese que apresente todas as dimenses analisadas, seus
problemas, possveis causas, potencialidades da escola etc. Esse
documento retoma snteses ou relatrios parciais realizados ao longo do
processo de discusso, porm deve se centrar na exposio dos
aspectos considerados prioritrios para cada uma das dimenses
analisadas. A definio das prioridades deve ocorrer simultaneamente s
discusses. Na discusso e no estabelecimento do Plano de Ao, as
prioridades estabelecidas no diagnstico da realidade escolar podem ser
ratificadas ou modificadas.
Enfim, o diagnstico implica o desafio de apreendermos
analiticamente tudo aquilo que constitui o cotidiano da escola. Para isso
precisamos evitar a mera transposio de conceitos ou de instrumentos
de anlise. Analisar a realidade da escola supe mltiplas tenses para
aqueles que o fazem; impem a necessidade, muitas vezes, de
abandonar pontos de vistas cristalizados, de abrir mo de interesses
pessoais em favor daqueles que representam o coletivo. Significa julgar,
avaliar, emitir juzos, valorizar, priorizar, selecionar, mesmo sabendo
que a autonomia que se dispe, muitas vezes, limitada. Chamamos
ateno para a necessidade de captar a escola naquilo que ela , sem
procurar enquadr-la em categorias pr-definidas que nos obrigam a
ajustar informaes, a falsificar consensos. Analisar a escola em suas
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mltiplas dimenses nos ajuda a compreender suas determinaes para
alm da realidade local, impulsionando para que se atinja a
intencionalidade poltica proposta em seu marco referencial.
Elaborao de um Plano de Ao
As etapas anteriores estabelecimento de um Marco Referencial e
elaborao do Diagnstico da realidade escolar - culminam nessa que
poderamos considerar a ltima atividade da elaborao do PPP: a
construo de um Plano de Aes, ou seja, de um conjunto de propostasque se desdobram em aes voltadas a provocar mudanas na realidade
da escola. O diagnstico pode evidenciar muitas necessidades da escola.
Muitas vezes, estas so mais complexas e maiores do que a real
capacidade da escola de satisfaz-las, o que pode ser fator gerador de
tenses no coletivo. Gandin (1994) sugere que se analise a necessidade
da escola considerando dois critrios: a) o que necessrio; b) o que
exeqvel. Segundo o autor, nem sempre o que necessrio possvelpara a escolar realizar, resolver nas condies e tempo de durao do
Plano de Ao. Prope ento, o autor, que a escola estabelea
prioridades, considerando o que mais necessrio, oportuno e urgente
para fazer.
Seguindo ainda essa classificao entre o possvel e o necessrio,
Gandin (1994) sugere que o Plano de Ao ou Programao se organize
a partir de quatro dimenses: a) a das aes concretas; b) dasorientaes para a ao; c) das determinaes gerais e d) das
atividades permanentes. Ou seja, definidas as prioridades, passa-se a
definir o tipo de ao necessria ao atendimento daquela necessidade.
Ainda no Plano de Ao, temos a dimenso temporal, que implica
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distribuio das necessidades/aes de acordo com uma distribuio em
curto, mdio e longo prazo.
Plano de Ao
a) aes concretas: so aes voltadas para um objetivo especfico,com uma terminalidade bem definida, sustentando-se emrecursos prprios. Devido s suas caractersticas, so bemdelimitadas. Contemplam aes de curto prazo. Ex.: promoode uma capacitao sobre um tema delimitado para atender auma necessidade especfica;
b)orientaes para ao: no se constituem em propostasconcretas, mas dizem respeito as valores, atitudes; procuram
modificar os comportamentos, levar a partilha de refernciascomuns. Exemplo: desenvolver o esprito crtico nos alunos;
c) atividades permanentes: dizem respeito a atividades de carterpermanente, podendo estar vinculadas ou no a esferaadministrativa; so tambm denominadas rotinas;
determinaes gerais: so orientaes ou aes que atingem atodos ou a segmentos da comunidade escolar. So elaboradas
tambm a partir do diagnstico da escola. Exemplificam: requisitospara atividades complementares; apresentao dos planos de aulapelos professores aos alunos.
O Plano de Ao deve traduzir, em suas prioridades, formas de
encaminhamento, as decises coletivas da comunidade escolar. a esta
que cabe dizer o que prioridade e quais os melhores meios para se
alcanar os objetivos propostos. As prioridades devem ser escolhidas
tomando-se como base o que foi estabelecido no Marco Referencial
que estabelece o projeto de futuro da escola. Assim, no cabem
decises arbitrrias ou individuais.
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Podemos, ainda, contemplar no Plano de Ao um detalhamento
das aes qual ao, o que a justifica, qual o
procedimento/metodologia que usaremos para realiz-la, quais as
pessoas ou instncias responsveis por sua execuo, quais os recursos
sero necessrios (recursos materiais, humanos, financeiros) e de que
forma ser acompanhada (avaliao processual). Esse detalhamento
facilita o acompanhamento da implementao do PPP e da avaliao
processual.
Na perspectiva que aqui apresentamos o Plano de Ao, parte
integrante do PPP, refuta orientaes tecnicistas, pois se encontra
organicamente articulado s necessidades da escola; precisa ser flexvel,pois a prpria dinmica das atividades da escola pode levar a
necessidade de redirecionamentos, de ajustes ou correes. Assim, o
planejamento prxis, representa uma estreita articulao entre teoria
e prtica, entre o previsto e o realizado.
O Plano de Ao no , contudo, ainda ao. Para que isso se
concretize necessrio que, cotidianamente, cada um na escola
comprometa-se com sua realizao. Nesse sentido, lembramos que a
participao efetiva vem tambm acompanhada de co-
responsabilidades: todos, coletivamente, e cada um, individualmente,
fazem a sua parte. No entanto, trabalhar coletivamente gera tenses,
pois o planejado nem sempre realizado conforme o previsto. Essas
tenses podem se traduzir por conflitos, em especial no que se refere
assuno de responsabilidade e realizao de atividades ou aes
consoantes ao Plano. Trabalhar em grupo um aprendizado: as
dificuldades que a realidade nos impe fazem com que, muitas vezes, as
tenses e os conflitos paralisem o fazer grupal. A superao desses
momentos supe torn-los objeto de conhecimento: ou seja, superam-
se os conflitos e tenses grupais, discutindo-se os mesmos. Como diz
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Madalena Freire (1992):
Grupo ....grupo
A cada encontro: imprevisvel.
A cada interrupo de rotina: algo inusitado.A cada elemento novo: surpresas.A cada elemento j parecidamente conhecido: aspectos desconhecidos.A cada encontro: um novo desafio, mesmo que supostamente jvivido.A cada tempo: novo parto, novo compromisso fazendo histria.A cada conflito: rompimento do estabelecido para a construo damudana.A cada emoo: faceta insuspeitvel.
A cada encontro: descobrimento de terras ainda no desbravadas.Grupo grupo.
se realizando como projeto de um coletivo que o Plano de Ao
se torna um instrumento vivo, eficiente da gesto coletiva da escola:
deixa de ser mero preenchimento de formulrio ou atendimento de
exigncia burocrtica para se tornar projeto gestado na/pela/para
comunidade escolar. Sntese das utopias do grupo concretiza-se
cotidianamente nas aes de cada sujeito que faz parte do coletivo da
escola, impulsionando a escola naquela que sua principal tarefa a
formao de sujeitos humanos em todas as suas dimenses que, como
afirma Sacristn (2001), no se produz margem, mas sim [no
interior] de um projeto pblico poltico para o indivduo e para a
sociedade.
Bibliografia
FREIRE, Madalena. O que Grupo? In: GROSSI, Esther Pillar; BORDIN,Jussara (orgs.). Paixo de Aprender I. Petrpolis, RJ: Editora Vozes,1992.
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GANDIN, Danilo. A Prtica do Planejamento Participativo.Petrpolis, RJ: Vozes, 1994.
GADOTTI, Moacir. Perspectivas Atuais da Educao. Porto Alegre:
Artes Mdicas, 2000.
GIMENO SACRISTAN, J. A Educao obrigatria: seu sentido
educativo e social. Porto Alegre: Artes Mdicas, 2001.
VASCONCELOS, Celso. Planejamento: plano e ensino-aprendizagem eprojeto educativo elementos metodolgicos para elaborao erealizao. Cadernos Pedaggicos do Libertad, v. 1. So Paulo:Libertad, 1995.
VEIGA, Ilma P. A. Projeto Poltico Pedaggico da Escola: umaconstruo possvel. (10 edio). Campinas, SP: Editora Papirus,
2000.______. Inovaes e Projeto-pedaggico: uma relao regulatria ouemancipatria? Caderno Cedes, v. 23, n 61, Campinas, Dez, 2003.