Prof. MÁRIO JORGE SANTOS LESSAProf. MÁRIO JORGE SANTOS LESSAPenedo (AL), 2011Penedo (AL), 2011
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O RDD COMO SANÇÃO DISCIPLINAR
FACULDADE RAIMUNDO MARINHOFACULDADE RAIMUNDO MARINHO
CAMPUS PENEDOCAMPUS PENEDOCURSO DE DIREITOCURSO DE DIREITO
Da Prisão e suas modalidades
Do jurista Adeildo Nunes: “A morte de dois Juízes de Execução
Penal, no mês de março de 2003, em São Paulo e Espírito Santo, fez ressurgir no âmbito do Congresso Nacional o Projeto de Lei 7.053, enviado em 2001 pela Presidência da República”.
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Resposta Estatal
Em 26-03-2003 o PL foi aprovado na Câmara dos Deputados e seguiu para o Senado Federal, agora modificando vários dispositivos da Lei de Execução Penal, criando a Lei Nº 10.792, de 1º de dezembro de 2003 o Regime Disciplinar Diferenciado".
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Lei Nº 10.792/2003A Lei n. 10.792, de 1º de dezembro de
2003:Alterou a Lei n. 7.210, de 11 de junho de
1984 — Lei de Execução Penal —; e,O Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro
de 1941 — Código de Processo Penal —, Estabelecer outras providências.
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Regras do RDDRegras do RDD
O regime disciplinar diferenciado é modalidade de sanção disciplinar.
Estabelece o art. 53, V, da LEP: .
Art. 53 - Constituem sanções disciplinares:
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.
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Natureza Lei de Execução Penal, e as hipóteses em
que se faz cabível estão reguladas no art. 52 da mesma lei:
Art. 52 - A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada;
II - recolhimento em cela individual;III - visitas semanais de duas pessoas, sem
contar as crianças, com duração de duas horas;
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol.
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Sobre o RDDO § 1° , do art. 52, da LEP (incluído pela
Lei 10.792/2003).Poderá abrigar presos provisórios ou
condenados, nacionais ou estrangeiros que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento prisional ou da própria sociedade.
V.g.: o ex-coronel Cavalcante, etc.
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Hipóteses para inclusão no RDD
Somente o juiz da execução penal pode decretar a sanção.
Hipóteses: quando o preso provisório ou condenado
cometer fato previsto como crime doloso, conturbando a ordem e a disciplina do presídio onde se encontre;
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quando o preso provisório ou condenado representar alto risco para a ordem e à segurança do estabelecimento penal ou da sociedade;
quando o preso provisório ou condenado estiver envolvido com organização criminosa, quadrilha ou bando, bastando fundada suspeita.
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Requisitos objetivos
a) 1/6 nos crimes hediondos e afins cometidos antes de 28/03/2007.
b) 2/5 nos crimes hediondos e afins cometidos a partir de 28/03/2007, quando o apenado for primário.
c) 3/5 nos crimes hediondos e afins cometidos a partir de 28/03/2007 quando o apenado for reincidente
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Art. 53 - LEPI – Advertência verbal;II – Repreensão;III - Suspensão ou restrição de direitos
(art. 41, parágrafo único);IV – Isolamento na própria cela, ou em
local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 deste Lei;
V – Inclusão no regime disciplinar diferenciado
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A falta grave
O cometimento de falta grave interrompe o curso do prazo para a concessão do benefício da progressão, que é reiniciado. É causa também de regressão de regime (voltar para um regime mais severo) após a oportunidade de defesa do apenado.
Neste sentido:
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No STF“O cometimento de falta grave pelo
apenado impõe não só a regressão de regime de cumprimento de pena, como o reinício do computo do prazo de 1/6 da pena para obtenção de nova progressão de regime prisional” (STF, HC 86.990-4/SP, 1o T., j. 2-5-2006, v.u, rel. Min. Ricardo Lewandoxski, DJU, 9-6-2006)
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Discordância : 6ª Turma do STJ
Certo que a jurisprudência da Sexta Turma desta Corte foi recentemente alterada no julgamento do HC nº 123.451⁄RS, da relatoria do Ministro Nilson Naves, no qual, por maioria, firmou-se compreensão no sentido de que a falta grave não deve ser considerada marco interruptivo para a contagem de prazos, incluindo a progressão de regime prisional.
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Argumentos
Execução da pena (benefícios). Falta grave (ocorrência). Período aquisitivo (contagem). Interrupção (descabimento).
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1.Um dos objetivos da execução é, sem dúvida, proporcionar condições para a integração social do condenado. A história da humanidade sempre teve compromisso com a reeducação do condenado e com sua reinserção social. Para isso, a Lei de Execução Penal prevê vários benefícios.
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2.No caso, o cometimento de falta grave pelo apenado não há de importar a interrupção da contagem do prazo para a aquisição de benefícios na execução da pena. Ilícita, portanto, é a exigência de requisito objetivo não previsto em lei.
3.Ordem concedida.(HC-123.451⁄RS, Relator Ministro Nilson Naves,
sessão de 17.2.09, publicado no DJe de 3.8.09)
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Falta grave não interrompe tempo para benefício na execução (STJ – mudança de entendimento 6ª Turma)
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PRÁTICA DE FALTA GRAVE. REINÍCIO DO PRAZO PARA A OBTENÇÃO DE BENEFÍCIOS FUTUROS. MODIFICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DESTA SEXTA TURMA SOBRE O TEMA. WRIT ANTERIOR INDEFERIDO MONOCRATICAMENTE. CONHECIMENTO DE NOVO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.DEFERIMENTO DE HABEAS CORPUS DE OFÍCIO.
HABEAS CORPUS Nº 137.346 – ES (2009⁄0100948-2)
ReferenciasAlbuquerque, J.B. Torres de. Alterações na lei
de execução penal e no código de processo penal. Mundo Jurídico. São Paulo: 2004.
GOMES, Luiz Flávio. Direito de Apelar em Liberdade. Ed. Revista dos Tribunais, São Paulo: 1996.
O regime disciplinar na prisão. Disponível na Internet: http://www.ibccrim.org.br, acesso em 07-09.2011.