Trauma
Definição:
É uma lesão que pode ocorrer em qualquer parte do corpo, que
será o produto do efeito mecânico de um agente ou objeto externo
que acontece de forma abrupta ou violenta.
Sempre diante de vítima de trauma é fundamental, na propedêutica
a anamnese sobre o agente e o paciente. Sobre o Agente – Trauma:
1º Magnitude e mecanismo do trauma: COMO?
2º Local do trauma: ONDE?
3º Quando foi o trauma: QUANDO
Trauma
Epidemiologia:
Terceira causa morte, depois de doenças cardiovasculares e
cânceres
Abaixo de 45 anos é a primeira causa de morte.
Acomete principalmente a população economicamente ativa, com
consequências sociais de elevado custo.
No caso de sobrevivência após o trauma, podem estar associadas
sequelas definitivas e irreversíveis, com consequências nefastas no
plano humano e econômico, para o paciente e familiares
A tendência estatística do trauma é sempre aumentar
Traumatologia
Lesões Fundamentais do Trauma:
Contusão
Entorse
Luxação
Fratura
Todo o Trauma, não importando sua Magnitude,
sempre resultará em umas dessas Lesões.
Traumatologia
Lesões Fundamentais do Trauma:
Quadro Clínico
Dor
Edema
Equimose
Hematoma
Lesão superficial de pele: escoriação ou ferida
Impotência Funcional
Atenção:
De acordo com a definição da lesão fundamental outros sinais ou sintomas podem estar presentes
Traumatologia
Contusão:
Lesão Superficial de Partes Moles sem qualquer lesão óssea e músculo-tendínea.
Quadro Clínico:
Dor, edema
Equimose e Hematoma
Lesão superficial de pele: escoriação ou ferida
Impotência Funcional
Exames Complementares:
Todos Normais
Tratamento:
AINH e Analgésicos
Repouso e Segmento Comprometido Elevado
Crioterapia
Fisioterapia
LEVAN MURIEL
Traumatologia
Entorse:
È a Perda Momentânea do Contato entre 2 ou Mais Superfícies Articulares,
Podendo ou Não Resultar em Lesões Cápsulo-Ligamentares.
Classificação da Entorse:
1º Grau: Discreta dor e edema e impotência funcional sem qualquer
instabilidade ligamentar articular. Não há qualquer Lesão Ligamentar.
2º Grau: Dor e edema mais importante podendo está associado à
equimose ou hematoma articular com impotência funcional sem
instabilidade ligamentar articular. Pode haver Lesão Ligamentar
Parcial.
3º Grau: Importante dor, edema , equimose, hematoma e impotência
funcional com instabilidade ligamentar articular. Há Lesão Ligamentar
Total.
Traumatologia
Entorse: 3º Grau
O ligamento lesado pode ser Extra-articular ou Intra-articular.
Quando o ligamento lesado é Intra-articular haverá o
surgimento da Hemartrose (sangue no interior da articulação).
Pode está associada à lesão condral (cartilagem articular)
A impotência funcional articular estará diretamente relacionada
com a instabilidade articular, com déficit para deambular com o
apoio sobre a articulação lesada.
Traumatologia Entorse:
Quadro Clínico: Dependerá do Grau da Lesão
Dor e edema articular
Equimose e Hematoma
Impotência Funcional
Instabilidade Ligamentar e hemartrose: 3º Grau
Exames Complementares:
Raio X: Sempre Normal
US e RNM: Lesão Parcial (2º Grau) ou Total (3º Grau) do Ligamento Extra-articular ou Intra-articular associado à hemartrose e possível lesão condral.
Tratamento Conservador:
AINH e Analgésicos
Imobilização articular: Talas ou Aparelhos Gessados ou Imobilizadores
Não realizar carga com a articulação comprometida
Crioterapia / Fisioterapia
Tratamento Cirúrgico:
Reconstrução Ligamentar: Sutura Ligamentar ou Enxerto Ligamentar por Artrotomia ou Artroscopia
Traumatologia Luxação:È a Perda Permanente do Contato entre 2 ou Mais Superfícies Articulares
Resultando Sempre em Lesão Cápsulo-Ligamentares.
Quadro Clínico:
Dor Muito Intensa
Edema e impotência funcional articular
Equimose e Hematoma
Deformidade Articular: Em algumas Articulações é Característica
Avaliar as Estruturas Neuro-Vasculares Periféricas
Exames Complementares:
Raio X: Confirma a Luxação: Perda de Contato entre as Superfícies Articulares
TC: Pode Detectar Fratura Oculta no Raio X (apenas quando houver dúvida)
RNM: Confirma a Lesão Cápsulo-ligamentar e osteocondral
Tratamento: É SEMPRE UMA EMERGÊNCIA TRAUMATOLÓGICA PARA EVITAR A
SEQUELA ARTICULAR
Traumatologia Luxação:
Tratamento: É uma Emergência Traumatológica
Redução da Luxação Sob Narcose: Fechada ou Aberta (Cirurgicamente)
Imobilização Articular Após Redução por 6 Semanas
Analgésico e AINH
Reabilitação: Fisioterapia
A Luxação é uma lesão Grave que deve ser Tratada com Emergência para Minimizar Sofrimento ou Lesão Articular, Evitando a Evolução da Artrose Precoce.
Após a Redução da Luxação a Articulação Deve Ser Mantida Imobilizada por 6 Semanas para que ocorra uma cicatrização completa da cápsula e ligamentos
articular, Evitando o Desenvolvimento da Luxação Recidivante.
FRATURA
Definição:É a Quebra Estrutural da Continuidade Óssea, ou seja, é uma
Solução de Continuidade no Tecido Ósseo.
FRATURA Classificação da Fratura:
Localização
Extensão
Configuração
Relação entre os Fragmentos
Relação da Fratura com o Meio Externo
Classificação da Fratura:
Relação dos fragmentos: desviada, cavalgada, encurtada
FRATURA
Quem define o desvio da fratura é sempre o fragmento distal
FRATURA Diagnóstico:
Exame Físico: o Dor: Posições Antálgicas com Proteção da Região Fraturada
o Edema
o Deformidades extra articulares: localizada ou no membro comprometido
o Crepitação: Mobilidades Anormais para a Região
o Equimoses
o Hematomas
o Impotência Funcional
o Avaliar a Integridade da Pele e Partes Moles: Fratura Exposta
o Avaliar Pulsos e Nervos Periféricos
o Avaliar as Regiões Proximal e Distal do Local Traumatizado
Lesões próprias do Esqueleto Imaturo:
Descolamento Epifisário Traumático
Fraturas em “galho verde”
Fraturas subperiósteas
Fraturas Plásticas
FRATURA
Fratura Exposta
É a Fratura na qual há uma ruptura na pela e nos tecidos moles subjacentes ( invólucro), permitindo uma
Comunicação do Foco de Fratura (tecido ósseo) com o Meio Ambiente (meio externo).
Esta Comunicação pode ser:
Direta: Quando se visualiza o foco de fratura através da ferida das partes moles.
Indireta (através do Hematoma Fraturário): Não se visualiza o foco de fratura na lesão das partes moles.
Definição
Fratura Exposta
O Diagnóstico de Fratura Exposta, em alguns casos, pode ser mais difícil, principalmente, quando não se visualiza a possível
comunicação do foco de fratura com o meio externo, ou seja, a exposição óssea se encontra mascarada.
Fratura Exposta Oculta: Quando a exposição da fratura ocorre na boca, tubo digestivo, vagina e ânus.
E existem casos em que a ferida na pele é pequena e distante do foco de fratura, o que deixa dúvida, portanto, ferida na pele em membro com fratura considera-se Fratura Exposta até que prove o contrário.
Definição
Fratura Exposta
Considera 3 Fatores:
Energia Cinética do Trauma
Tempo de evolução da fratura exposta
Local onde ocorreu a fratura
Analisa 3 Fatores:
Característica das lesões das partes moles
Configuração da Fratura
Grau de Contaminação
Classificação: Gustillo e Anderson
Fratura Exposta
Tipo I:
Ferida na pele até 1 cm
Contaminação mínima
Configuração da fratura: Transversa ou oblíqua curta: deslocamento mínimo do periósteo e partes moles
Tipo II:
Ferida na pele entre 1 á 10 cm
Contaminação moderada
Configuração da fratura: Transversa, oblíqua curta ou cominução mínima: deslocamento do periósteo moderado à extenso
Tipo III:
Maior gravidade com prognóstico reservado
Classificação: Gustillo e Anderson
Fratura Exposta
Tipo III : Independente do grau da lesão das partes moles
Fraturas expostas com mais de 6 horas de evolução
Fraturas segmentares
Projetil de Arma de Fogo (PAF) de alta energia
Fraturas expostas ocorridas em local contaminado
Estas fraturas expostas são determinadas por traumas de alta energia e com grande chance de evoluir com infecção e
portanto, de prognóstico reservado
Classificação: Gustillo e Anderson
Tipo I: Origem do Sangramento: Medula Óssea:1º Não Coagula após 2 min. de compressão2º Sangue Brilha na Luz: Sangue Gorduroso
Fratura Exposta
Classificação: Gustillo e Anderson
Tipo I: Origem do Sangramento: Medula Óssea:1º Não Coagula após 2 min. de compressão2º Sangue Brilha na Luz: Sangue Gorduroso
Fratura Exposta
Classificação: Gustillo e Anderson
Fratura Exposta
Inicial Hospitalar
Geralmente são pacientes politraumatizados, portanto, devem ser inicialmente estabilizados clinicamente segundo as recomendações do ATLS
Concomitantemente deve-se cobrir a ferida com curativo estéril e fazer uma imobilização provisória no membro acometido
Inicia-se imediatamente a Antibioticoterapia venosa profilática e a tetanoprofilaxia
Posteriormente levar o paciente para os exames complementares de imagem e em seguida conduzi-lo ao centro cirúrgico (CC)
Os pacientes instáveis clinicamente e que apresentam risco de vida devem ser conduzidos, imediatamente, ao centro cirúrgico onde também serão
realizados os exames complementares de imagem
Tratamento
Fratura Exposta
Inicial Hospitalar
No CC local estéril e aprimorado avalia-se cuidadosamente a extensão da lesão das partes moles e óssea: desta forma evita-se a recontaminação
Avaliar minuciosamente as condições neuro-vasculares distais à fratura
Quando se avalia a fratura exposta deve-se também avaliar as variáveis envolvidas no acidente: o agente causal, mecanismo do trauma, localização e tempo decorrido do acidente e dados gerais do paciente
Tratamento
Politraumatizado Definição:
São pacientes vítimas de trauma, de diversas naturezas, que
resultam em lesões múltiplas que comprometem diversos órgãos e
sistemas.
Fisiologia Sinais Vitais: Ver / Ouvir / Sentir
São Indicativos do Funcionamento Normal
do OrganismoB: Ventilação
C: Circulação
ABC da VidaA: Vias Aéreas
OBJETIVOS:
MANTER A VÍTMA VIVA;
EVITAR A HIPOXEMIA DOS ÓRGÃOS NOBRES
PRINCIPALMENTE O CÉREBRO;
ADMINISTRAR OXIGÊNIO SUPLEMENTAR.
A- Avaliação das Vias Aéreas e Controle da Coluna Cervical
ABORDAGENS
Desobstrução das Vias Aéreas:
• Abertura das Vias Aéreas:
Elevação da mandíbula sem extensão da cabeça
• Desobstruir com limpeza mecânica e aspiração
Pinça Magill, aspirador rígido, sondas de aspiração
• Manter Vias Aéreas Pérvias com ações supraglóticas:
Cânula de Guedel
• Suporte Ventilatório
Tração da mandíbula sem extensão de cabeça - jaw thrust
https://www.youtube.com/watch?v=SOcy3S73W7Y
B- Avaliação da Ventilação
ABORDAGENS
Grandes Queimados:
Inalação de gases quentes
Intoxicação por Monóxido de Carbono
Traumatismo Torácico:
• Dor: fratura de costelas;
• Assimetria Torácica: prejudica a Mecânica Ventilatória
• Ausência de Expansão Torácica
• DETERMINANDO HIPÓXIA
Pleura Parietal
Espaço Pleural “Espaço Virtual”
Gradil Costal
Pleura Visceral
Pulmão
B- Avaliação da Ventilação: INCURSÕES PULMONARES
B- Avaliação da Ventilação
ABORDAGENS
Traumatismo Torácico:
• Pneumotórax Hipertensivo;
• Hemotórax Maciço;
• Pneumotórax Aberto;
• Respiração Paradoxal: “Flail Chest”
B- Avaliação da Ventilação
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Intensa dificuldade de Respirar
Assimetria respiratória
Feridas no tórax
Deformidades torácicas
Taquicardia
Taquipnéia
Desvio de Traqueia
Turgência de jugular
Hipotensão Arterial
Cianose
B- Avaliação da Ventilação: Pneumotórax Aberto
Curativo de Três Pontas
Cortesia do Dr Rodrigo Bessa de Paiva
C- Avaliação da Circulação Hemorragias
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Interna
• Abdominal
• Ossos de Bacia
Externa
• Arterial
• Venosa
C- Avaliação da Circulação Hemorragias
SINAIS CLÍNICOS
Taquicardia: Acima de 100 bpm
Taquipnéia: 30 a 40ipm Dispneia
Pressão Arterial: A Pressão Sistólica < 90 mmHg - 30%
Consciência: Agitação Letargia
Sinais de Hemorragia Interna
Sinais de Hemorragia Externa
C- Avaliação da Circulação Hemorragias
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
ABDOMEN AGUDO ABDOMEN CIRÚRGICO
SINAIS DE IRRITAÇÃO PRITONEAL
• Dor
• Rigidez abdominal
C- Avaliação da Circulação Hemorragias
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
ABDOMEN AGUDO ABDOMEN CIRÚRGICO
SINAIS DE IRRITAÇÃO PRITONEAL
C- Avaliação da Circulação Hemorragias
ABORDAGENS
Estabilizar a Bacia
Tamponamento da ferida com pano limpo
Curativo Compressivo na ferida
Garrotear Sangramento Abundante
Imobilizar o membro comprometido sem corrigir as
deformidades ósseas
Manter elevado o membro comprometido