UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS - CEFID
COORDENADORIA DE TRABALHOS MONOGRAFICOS –CTM
CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCACAO FISICA
PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS:
APTIDÃO FÍSICA E PERÍODO DE INTERRUPÇÃO
MICHELLE FLORES DA ROSA
FLORIANÓPOLIS 2006
PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS:
APTIDÃO FÍSICA E PERÍODO DE INTERRUPÇÃO
Trabalho apresentado à Coordenadoria de Trabalhos Monográficos do Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos, da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Educação Física. FLORIANÓPOLIS, outubro 2006.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS - CEFID
COORDENADORIA DE TRABALHOS MONOGRAFICOS –CTM
CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCACAO FISICA
PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS:
APTIDÃO FÍSICA E PERÍODO DE INTERRUPÇÃO
ELABORADO POR
MICHELLE FLORES DA ROSA
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________________ Profª. Drª. Giovana Zarpellon Mazo
Orientador/Presidente
________________________________________ Prof. Esp. Sergio Eduardo Parucker
Membro
________________________________________ Profª. Esp. Cristina Brust
Membro
FLORIANÓPOLIS, outubro 2006.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Nossa Senhora das Graças que sempre
intercedeu por mim junto ao pai, para que eu tivesse saúde e força pra lutar e
conseguir vencer a barreiras que me foram impostas ao longo desta trajetória
acadêmica.
Jamais poderia esquecer de agradecer a minha mãe que sempre me deu o
suporte, permitindo com isso que eu pudesse dar continuidade ao sonho de concluir
a esse curso. E também a minha “penca” de irmãos que sempre me incentivaram.
Obrigada!
Agradeço aos meus queridos sobrinhos que sempre me receberam com
alegria e que por isso muitas vezes deram sentido e alegria a minha vida em
especial a minha sobrinha/filha Gabriella que mesmo sendo uma adolescente dos
tempos modernos sempre foi doce e compreensiva ao me emprestar o seu
computador para que eu pudesse concluir esse e outros vários trabalhos da
faculdade. Valeu!
Agradeço ainda ao Gustavo o amor da minha vida que mesmo longe sempre
se fez presente escutando poucas e boas mesmo que pelo msn né amor? Tudo
culpa da monografia que separa ou uni de vez os amantes. Obrigada amor!
Em especial, agradeço a professora Giovana por ter sido sempre tão
compreensiva, atenciosa e paciente mesmo com tanta coisa pra fazer nunca deixou
de me atender além de claro se a grande idealizadora desse estudo e um ser
humano especial. Muito Obrigada mesmo!
Quero agradecer aos grandes amigos que eu fiz ao longo da faculdade como
a adorável professora Adriana Seára Tirloni, que sempre me fortaleceu com a sua
vontade de fazer e acontecer. Valeu chefa!
Aos meus amigos de turma Íris e André que me ajudaram a crescer e a
construir o futuro caminho a ser trilhado em especial a Íris que em nossos momentos
de “esqueminha´ soube aconselhar-me e escutar minhas confidencias, angustias
alegrias e tristezas. Valeu miga!”.
E é claro minha sempre amiga Flavia, essa sim já escutou coisas, também
são tantos anos de amizade né amiga? Como já diria a intimidade faz a gente fazer
e falar coisas que até Deus dúvida. Que Deus te abençoe!
E a todos alunos que eu pude ministrar aulas e contribuíram de uma maneira
imensurável nesse processo de aprendizado, crescimento pessoal e profissional e
também aos professores e funcionários que de uma forma ou de outra participaram
desse meu crescimento.Valeu galera!
RESUMO
Introdução: A perda nos níveis de adaptação adquirida no treino está intimamente relacionada ao período de tempo em que foram adquiridos. Deste modo, pesquisas relacionadas aos efeitos do período de interrupção de exercício físico regular nos idosos sobre a aptidão física relacionadas à saúde são insuficientes. Objetivo: Verificar a influência do período de interrupção de 12 semanas na aptidão física de mulheres idosas praticantes de atividades aquáticas. Metodologia: A amostra foi constituída por 31 idosas, com = 68,97 anos (SD = 5,34) praticantes de atividades aquáticas que fizeram os testes da Bateria da AAHPERD em novembro de 2005 e após 12 semanas de interrupção (março de 2006). Os resultados dos testes foram comparados com os valores normativos para a bateria da AAHPERD para idosas entre 60 a 79 anos de idade (Zago e Gobbi, 2003; Benedetti et al., 2006). O tratamento estatístico foi descritivo mediante a freqüência simples e percentagem, e o teste t para amostras emparelhadas/pareadas, com um nível de significância de p<0,05. Resultados: Observou-se diferença estatisticamente significativa da coordenação, da agilidade ou equilíbrio dinâmico, e do IAFG entre o final do programa e após o período de interrupção de 12 semanas deste. Ocorreu uma queda no IAFG bom de 12,9% no final do programa para 9,7% após o período de interrupção de 12 semanas e a coordenação foi boa (61,30%) no final do programa e aumentou para (80,6%) da coordenação fraca após o período de interrupção de 12 semanas. Conclusão: Existe influencia sobre o IAFG em idosas após 12 semanas de interrupção de exercício físico regular.Sendo assim, nossos resultados reforçam a importância do exercício físico e o quanto é importante criar uma consciência entre essa população sobre a importância de se manterem ativos mesmo no período de ferias a fim de que exista uma melhora e manutenção de bons níveis da aptidão física dessa população
Palavras-chave: atividade física; aptidão física; período de interrupção;
idosas.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 8
2 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................... 11
2.1 APTIDÃO FÍSICA E O IDOSO .............................................................................. 11 2.1.1 Capacidade Aeróbia ............................................................................................ 12 2.1.2 Flexibilidade ....................................................................................................... 13 2.1.3 Coordenação ....................................................................................................... 14 2.1.5 Força................................................................................................................... 15 2.1.6 Agilidade/ Equilíbrio Dinâmico........................................................................... 16
3 METODOLOGIA............................................................................................................. 19
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.......................................................................... 19
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................................. 19 3.3 INSTRUMENTOS ................................................................................................... 20 3.4 COLETA DE DADOS ............................................................................................. 20 3.5 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................... 21
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................... 24
5 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 36
ANEXOS.....................................................................................................................40
8
1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional é um fato que pode ser observado em todo o
mundo, seja nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento. No Brasil, em 2002
o país tinha 16 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representava 9,3%
da população brasileira. Em 2020 é possível que este número se eleve para 25
milhões de idosos referentes a 11,4% da população (IBGE, 2006).
Diante desse processo de envelhecimento da população observa-se que
medidas/estratégias devem ser tomadas para garantir a qualidade de vida e a
autonomia/independência dos idosos. Neste sentido, uma das estratégias propostas
pela Organização Mundial da Saúde é o envelhecimento ativo, onde a atividade
física é um dos fatores comportamentais determinante para a adoção de um estilo
de vida saudável e a participação ativa no cuidado da própria saúde. A participação
em atividades físicas regulares e moderadas pode retardar declínios funcionais,
além de diminuir o aparecimento de doenças crônicas em idosos saudáveis ou
doentes crônicos (WHO, 2005).
Mazo; Lopes e Benedetti (2004) destacam que, especialmente para idosos, a
prática de atividade física, quando bem orientada e realizada regularmente, pode
ocasionar vários benefícios, tais como manutenção da independência e autonomia
maior longevidade, melhora da capacidade fisiológica em portadores de doenças
crônicas, além, dos benefícios psicológicos e sociais, como por exemplo, a melhora
da auto-estima e o contato social.
9
Entretanto questiona-se sobre os efeitos da interrupção de programas de
atividade física regular para idosos, visto que a perda nos níveis de adaptação
adquirida no treino está intimamente relacionada ao período de tempo em que foram
adquiridos (ZATSIORSKY, 1999). Como regra geral: quanto maior o período de
treinamento, maior será o período de destreino, ou seja, toda aquisição que se
ganha lentamente e em um tempo prolongado, mantém-se com mais facilidade e
perde-se com mais lentidão, do que as aquisições conseguidas rapidamente e em
um curto período de tempo (BARBANTI, 1994).
O período interrupção ou redução do volume de treinamento, ou seja, o
destreino caracteriza-se por ser um processo de descondicionamento que afeta o
desempenho através da diminuição da capacidade fisiológica (FLECK & KRAEMER,
1999).
Alguns estudos relacionados ao período de interrupção de exercício físico
para idosos demonstraram que em 8 semanas de interrupção de um programa de
exercícios com pesos livres houve um efeito negativo na força muscular de mulheres
idosas, especialmente após a oitava (8ª) semana e que ocorreu um decréscimo
estatisticamente significativo na força muscular de ambas extremidades (RASO,
MATSUDO e MATSUDO, 2001).
Em 12 semanas de interrupção de um programa de ginástica verificou-se que
houve diferença estatisticamente significativa nas variáveis antropométricas da
massa corporal e do IMC, e nas fisiológicas de consumo máximo de oxigênio e no
teste de flexibilidade, concluindo que as atividades ministradas no programa foram
de baixo teor metabólico a ponto de não favorecer a uma melhora no consumo
máximo de oxigênio e que durante o período de férias os sujeitos passaram a
caminhar mais (em tempo e distância), o que pode ter melhorado essa variável
10
durante este período (SILVA, OLIVEIRA e MADUREIRA, 2006).
De acordo com Raso, Matsudo e Matsudo (2001) embora existam estudos
que demonstrem os efeitos da interrupção subseqüente a um programa de
exercícios com pesos em adultos de ambos os sexos, a quantidade de trabalhos que
têm características semelhantes em populações idosas é extremamente baixa.
Deste modo torna-se relevante verificar os efeitos do período de interrupção
de exercício físico regular nos idosos quanto as variáveis da aptidão física
relacionadas à saúde. O período de interrupção (destreino) da pratica de exercício
físico regular pelos idosos, ocorrem, normalmente, nas férias de verão e/ou inverno.
Este estudo, também, justifica-se pela necessidade de informar aos
profissionais da área da saúde e a comunidade em geral, sobre a importância dos
programas de atividade física, em especial, das atividades aquáticas (natação e
hidroginástica) para os idosos e o benefício que este poderá proporcionar na aptidão
física relacionadas à saúde, bem como, a manutenção da aptidão física no período
de interrupção dos programas (férias de verão e/ou inverno) com outras atividades
físicas.
Assim, esta pesquisa tem como objetivo geral:
-Verificar a influência do período de interrupção de 12 semanas na aptidão
física de mulheres idosas praticantes de atividades aquáticas.
Esse estudo tem como objetivos específicos:
- Identificar a aptidão física das idosas antes e após o período de interrupção
de 12 semanas de atividades aquáticas;
-Comparar a aptidão física antes e após o período de interrupção de 12
semanas de atividades aquáticas.
11
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 APTIDÃO FÍSICA E O IDOSO
A aptidão física é a capacidade funcional do individuo de executar uma
determinada tarefa. (LIMA 2002).
Segundo Guccione (2000) as alterações associadas à idade relacionadas que
são a estruturas físicas e ao funcionamento, do organismo e que afetando a
capacidade de sobrevivência da pessoa ou funcionamento são chamadas de
envelhecimento biológico.
Com o aumento da idade as pessoas se tornam menos ativas e com isso
ocorre uma perda na capacidade funcional e uma diminuição na pratica de atividade
física, ocasionando o surgimento de doença que ajudam a deteriorar o processo de
envelhecimento. (MATSUDO, 2000). O benefício mais importante do exercício é o
aumento de 6 a 10 anos na expectativa de vida ajustada à qualidade de vida.
(SHEPHARD, 2003).
Logo, de acordo com os autores acima, o envelhecimento associa-se
obrigatoriamente à redução na capacidade aeróbia máxima, da força muscular, das
respostas motoras mais eficientes, da capacidade funcional geral, ou seja, à redução
da aptidão física (OKUMA, 1998), e que todos estes fatores, além dos psicológicos e
sociais, podem ser alterados com a atividade física (GOBBI, 1997).
12
Os resultados de estudos sugerem que a pratica de exercício físico regular é
importante para a manutenção e a melhora no índice de aptidão física geral em
idosos No estudo realizado por Etchepare et al. (2003) que teve como objetivo
verificar o efeito da prática da hidroginástica sobre as variáveis da aptidão física
(equilíbrio estático, agilidade e flexibilidade) em idosas, concluiu que houve melhora
em todas as qualidades físicas testadas, ou seja, melhorou o índice de aptidão física
geral das idosas praticantes de exercício físico regular.
2.1.1 Capacidade Aeróbia
Capacidade aeróbia é a capacidade do sistema cardiopulmonar em oferecer
aos músculos ativos oxigênio e sangue e desses músculos em utilizar o oxigênio e
substratos energéticos para realizar trabalho durante esforço físico máximo.
(ASTRAND e RODAHL apud SPIRDUSO ,1999)
Essa capacidade aeróbia segundo o mesmo autor é determinada aferindo o
consumo máximo de oxigênio (VO2) que pode ser adquirido durante o trabalho
físico.
Conforme Kauffman (2001), com o envelhecimento ocorre uma queda no
desempenho cardíaco e com isso a diminuição das reservas cardíacas. Com o
envelhecimento tende a diminuir também o consumo máximo de oxigênio (VO2
máx.) uma medida do aporto de oxigênio corporal total na expiração e um índice de
condicionamento cardiovascular e pulmonar total.
13
O mesmo autor destaca que os idosos que praticam exercícios físicos
regularmente são capazes de reverter muitas das alterações associadas à idade na
função cardiovascular exibindo uma menor redução do VO2 max.
As perdas podem ocorrer em maior ou menor grau, vai depender da pratica
de atividade física regular e dos fatores genéticos do individuo. (MAZO, 2004)
Estudos apontam que as pratica de atividade física pode ocasionar uma
melhora na capacidade aeróbia, Zago e Gobbi (2003) dizem que quando idosos
sedentários passam a freqüentar programas de atividade física, há uma melhora
significativa na capacidade aeróbia tanto dos homens quanto das mulheres.
2.1.2 Flexibilidade
Flexibilidade foi definida por Gobbi, (2003) como a amplitude máxima de
movimento em uma ou mais articulações.A flexibilidade é um componente da
aptidão física que é requisitada a todo o momento no cotidiano do individuo.
Para Dantas (1999), a flexibilidade é essencial para o desempenho das
tarefas cotidianas, a manutenção da postura, e principalmente para a manutenção
da mobilidade e motricidade em geral.
Segundo Heyward (2004) a flexibilidade é um importante componente da
aptidão física relacionada à saúde, com isso a flexibilidade em um nível adequado
ajudar a manter a independência funcional na vida diária de um individuo, tais como
abaixar para pegar algo, sair de dentro de um carro, entre outros.
Segundo Mazo; Lopes e Benedetti, (2004), não se sabe ao certo se a
14
flexibilidade diminui com o envelhecimento ou com a diminuição da amplitude na
pratica de atividade física ou pelos dois. A flexibilidade reduzida pode trazer
implicações para saúde, principalmente quanto a dores lombares, lesões s
articulares e musculares. Fazendo alongamento diariamente pode-se obter um
aumento na amplitude do movimento e conseqüentemente um melhor desempenho
nas atividades da vida diária.
Em estudo realizado por Silveira (2006) o qual avaliou a flexibilidade dos
membros inferiores de 51 idosos participantes do programa de hidroginástica, foi
possível verificar uma melhora na flexibilidade dos mesmos concluindo que a
participação de idosos em programas de atividade física, como a hidroginástica,
pode melhorar os níveis de flexibilidade nesses indivíduos.
2.1.3 Coordenação
Coordenação é o intercâmbio do sistema nervoso central e da musculatura
esquelética num movimento ou numa série de movimentos (BARBANTI, 2003) logo
é sempre necessário manter o nível de coordenação bom (SPIRDUSO, 2005) cita
que a coordenação significa organizar e ativar músculos grandes e pequenos com a
magnitude de força correta na seqüência mais eficiente.
Ela é importante para executar atividades do cotidiano do idoso, como andar,
levantar, abrir uma porta, tomar banho entre outros. Portanto é importante manter os
níveis de coordenação bons para contribuição na boa qualidade de vida do idoso, na
prevenção de quedas, pois será mais fácil retomar o equilíbrio caso o perca, (ZAGO,
15
2002)
Com o envelhecimento existe uma redução nos movimentos que exige
coordenação. A coordenação depende da interação de outros componentes da
aptidão física, como: forca, flexibilidade, resistência entre outros. Pode a
coordenação ser trabalhada através de jogos e exercícios. MAZO; LOPES e
BENEDETTI, (2004).
Em um estudo que avaliou os níveis de coordenação motora de 10 idosas
participantes de atividade física generalizada, verificou-se que a prática contribuiu
para a melhora e ou manutenção do nível de coordenação motora das idosas,
amenizando os efeitos do processo de envelhecimento nessa habilidade. DIAS e
DUARTE, (2005).
2.1.5 Força
Forca muscular é a quantidade de forca que um músculo produz para realizar
uma contração (SPIRDUSO, 2005)
A mais importante alteração relacionada à idade no sistema neuromuscular é
o declínio da força muscular estática, dinâmica e elétrica evocada. Este fenômeno
geralmente ocorre nos membros superiores e inferiores de homens e mulheres
Geralmente esse declínio ocorre no inicio da terceira década de vida e acelera na
sexta e sétima década (KAUFFMAN, 2001).
O mesmo autor menciona que o treinamento de força em pessoas idosas
mostrou que mesmo com a idade, o potencial para aumentar a força muscular é
16
mantido com rotinas de exercícios simples de calistenia sem o uso de equipamentos
com exercícios de hipertrofia e exercícios isotônicos, isométricos e isocinéticos
obtendo resultados.
O aumento da hipertrofia e da força, juntamente com as alterações da
composição corporal e hormonal, além das adaptações do sistema nervoso, tem um
impacto representativo nas atividades da vida diária e na independência funcional do
idoso (GUCCIONE,2000)
Segundo Hopp e Thompson apud Frontera, (2001) a habilidade para gerar e
força é inversamente proporcional à idade, ou seja, com o aumento da idade a forca
diminui. O músculo perde massa à medida que envelhece, por causa da diminuição
dos neurônios motores.
Com a melhora da forca pode ocorre uma melhora no equilíbrio, coordenação
e nas habilidades da vida diária, (FRONTERA, 2001).
Segundo Spirduso (2005) à medida que os indivíduos envelhecem as
aptidões físicas como a força e a resistência muscular tornam-se mais importante. A
força de perna adequada pode evitar que o individuo caia, pois permite corrigir
perdas de equilíbrio momentâneo a tempo de evitar situações de quedas, e a força
da musculatura da parte superior do corpo pode reduzir a quantidade de lesões que
resultam de uma queda interrompendo a aceleração da queda ou estabilizando as
articulações durante esta.
2.1.6 Agilidade/ Equilíbrio Dinâmico
17
O equilíbrio dinâmico é o uso pertinente das informações internas e externas
para reagir a perturbações de estabilidade e ativar o músculo para trabalhar em
coordenação de modo a prevenir mudanças no equilíbrio (SPIRDUSO, 2005). Nas
atividades diárias constantemente o individuo precisa ser ágil para executar uma
tarefa com eficiência, (MAZO; LOPES e BENEDETTI, 2004), cita que a agilidade
permite mudar a direção do movimento de um lugar para o outro ou a posição do
corpo no menor tempo possível.
A agilidade é a capacidade de mudar de posição e direção rapidamente, com
precisão e sem a perda de equilíbrio. A agilidade depende de velocidade, força,
equilíbrio e coordenação. Ela é muito importante no mundo dos esportes, mas
também é útil quando se pretende evitar lesões em atividades recreativas e em
situações de práticas esportivas. Ela pode ser melhorada com prática e experiência
(SHARKEY 1998)
Segundo Spirduso (2005) os principais sistemas sensoriais responsáveis pelo
o equilíbrio são o visual, o vestibular (o ouvido interno) e o somatosensorial.
O comprometimento nesses sistemas é resultado do processo de
envelhecimento contribuindo assim para a perda do equilíbrio.
O sistema vestibular é o responsável por dar informações de referencias
necessárias para controlar a oscilação postural e o equilíbrio dinâmico.
Com envelhecimento a quantidade de oscilação da postura sobre uma base
de apoio na postura bípede aumenta, esse aumento ocorre mais em mulheres do
que nos homens e mais no equilíbrio sobre uma perna que na postura em pé sem
movimento.
Para manter o equilíbrio dinâmico, caminhar e prevenir quedas é importante
18
forca da perna distal. O exercício físico fortalece os músculos aumenta a
flexibilidade, mantém o peso corporal, diminui o risco de doença cardiovascular e
reduza a probabilidade de necessidade de medicação, e pode contribuir
significativamente para a prevenção de quedas.
Utilizando a bateria de testes da AAHPERD Salim et al. (2006) verificou que o
equilíbrio estático e dinâmico de praticantes de hidroginástica e natação em 22
mulheres e 17 homens teve resultados satisfatórios em ambos os testes. Sendo que
no equilíbrio dinâmico 43% mantiveram os resultados dentro do estabelecido e 56%
tiveram resultados superiores ao índice máximo desejado. No equilíbrio estático 62%
apresentam bom equilíbrio (39%) e mantêm-se próximos ao escore mínimo para
idade.
19
3 METODOLOGIA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Este estudo foi de campo do tipo comparativo, constituindo-se da coleta de
dados e registro de variáveis para posteriores análises. Este tipo de pesquisa não
permite o isolamento e controle de variáveis supostamente relevantes, mas permite
estabelecer relações entre as mesmas (RUIZ, 1996).
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população desta pesquisa foi composta por 100 (cem) idosos, 90 do sexo
feminino e 10 masculino, do programa de hidroginástica e natação do Grupo de
Estudos da Terceira Idade – GETI da Universidade do Estado de Santa Catarina -
UDESC. O processo de amostragem foi casual, assistemático, pois se pretendeu
que voluntariamente as pessoas aceitassem participar da pesquisa.
A amostra foi constituída por 31 idosos do sexo feminino, com = 68,97 anos
(SD = 5,34) praticantes de hidroginástica (23) e natação (8) que fizeram os testes da
Bateria da AAHPERD em novembro de 2005 e março de 2006.
Nesse estudo a opção da amostra ser do sexo feminino se dá ao fato que os
20
valores normativos da aptidão funcional geral existente no Brasil, avaliados por meio
da bateria de testes da AAHPERD, foram desenvolvidos, até o momento, para o
sexo feminino, por Zago e Gobbi (2003) e Benedetti et al. (2006).
3.3 INSTRUMENTOS
- Formulário com dados de identificação das idosas (gênero, idade e
programa);
- A bateria de testes para idosos da American Alliance for Health, Physical
Education, Recreation and Dance - AAHPERD (OSNESS et al., 1990), que
apresenta testes motores que avaliam a coordenação (COO), resistência de força
(RESISFOR), flexibilidade (FLEX), agilidade e equilíbrio dinâmico (AGIL), e a
resistência aeróbia geral (RAG), ou seja, a aptidão funcional dos idosos.
3.4 COLETA DE DADOS
Esta pesquisa faz parte da pesquisa intitulada “Desenvolvimento de valores
normativos para a bateria de testes da AAHPERD para idosos” que foi aprovada no
Comitê de Ética da UDESC em 29/03/2005, processo nº 163/2005 (Anexo A).
Os dados foram coletados por alunos do CEFID/UDESC previamente
treinados. Foi feito inicialmente um contato pessoal com os idosos do Programa
21
GETI/UDESC, onde foi explicado o objetivo da pesquisa e solicitada a sua
colaboração nesta, após foi agendada a data, o horário e o local para aplicação dos
testes.
No dia do teste foi explicado para os idosos como deviam realizar os testes,
conforme protocolo (Anexo B). Os idosos ao concordarem em participar da pesquisa
assinaram o termo de consentimento em duas vias, ficando uma via de posse do
idoso e outra do GETI (Anexo C). Após foram aplicados os teste da bateria da
AAHPERD. As idosas participavam do programa de natação e hidroginástica durante
um período mínimo de 6 meses no ano de 2005, fizeram os testes físicos em
novembro de 2005 e após um período de interrupção de 12 semanas, foram
avaliadas novamente em março de 2006. Os testes foram aplicados no ginásio e na
pista de atletismo do CEFID/UDESC.
3.5 TRATAMENTO DOS DADOS
Os resultados dos testes foram comparados com os valores normativos para
a bateria da AAHPERD elaborados por Zago e Gobbi (2003) para mulheres idosas
com idade entre 60 a 70 anos e do relatório de pesquisa de Benedetti et al. (2006)
para mulheres idosas com idade entre 70 a 79 anos.
Tabela 1 Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 60 e 70 anos.
22
Fonte: Zago e Gobbi (2003
Tabela 2 Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 70 e 79 anos.
Fonte: Beedetti et al (2006)
Os valores normativos para a população de idosas de 60 a 70 anos e para a
população de idosas de 70 a 79 anos usam a mesma classificação de 5 níveis, de
acordo com a tabela abaixo (Tabela 3).
Tabela 3 Classificação dos testes motores e do Índice de Aptidão Funcional Geral (IAFG),
referentes aos pontos obtidos em cada teste da bateria da AAHPERD, de mulheres ativas entre 60 e 70 e 70 e 79 anos.
Testes motores Categoria RAG IAFG 0-19 Muito fraco 0-99 20-39 Fraco 100-199 40-59 Regular 200-299 60-79 Bom 300-399 80-100 Muito bom 400-500
Para obter o Índice de Aptidão Funcional Geral (IAFG) deve-se fazer o
somatório dos percentis de cada teste conforme resultado, de acordo com as tabelas
de cada extrato etário, ou seja, idosas de 60 a 70 anos e idosas de 70 a 79 anos.
Feito o somatório, toma-se o valor e verifica-se a classificação de acordo com a
tabela 3. As tabelas 1 e 2 trazem os percentis para cada categoria da avaliação.
Dessa forma, para valores exatos dos percentis de acordo com o desempenho,
Classificação Percentil COO(s) RESISFOR (rep)
FLEX (cm) AGIL (s) RAG (s)
Muito fraco 0-19 25,3 – 14,6 10 – 17 11,5 – 24,0 44,4 – 26,5 727 – 547 Fraco 20-39 14,5 – 12,8 18 – 21 24,5 – 44,5 26,4 – 23,7 546 – 509 Regular 40-59 12,7 – 11,7 22 – 24 45,0 – 53,5 23,6 – 21,5 508 – 491 Bom 60-79 11,6 – 10,1 25 – 28 54,0 – 61,5 21,4 – 19,6 490 – 463 Muito bom 80-100 10,0 – 7,7 29 - 43 62,0 – 82,5 19,5 – 10,3 462 - 393
Classificação
Percentil COO(s) RESISFOR (rep)
FLEX (cm) AGIL (s) RAG (s)
Muito fraco 0-19 >14,5 < 17 < 49,0 > 28,9 > 601 Fraco 20-39 14,4 – 12,1 18 –19 49,1 – 56,0 28,8 – 26,3 600 – 546 Regular 40-59 12,0 – 11,1 20 – 21 57,0 – 62,9 26,2 – 24,4 545 – 525 Bom 60-79 11,0 – 10,2 22 – 24 63,0 – 70,0 24,3 – 22,8 524 – 505 Muito bom 80-100 < 10,1 > 25 >71,0 < 22,7 < 504
23
deve-se conferir as tabelas dos artigos originais (ZAGO; GOBBI, 2003; BENEDETTI
et al., 2006).
Tabela 4 Exemplo de cálculo do IAFG de mulheres idosas com idade entre 60 a 69 anos.
Fonte: Zago e Gobbi (2003)
Os dados foram organizados no programa excel e analisados no programa
estatístico SPSS 13.0 for Windows. Para verificar a normalidade das variáveis foi
utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. A distribuição foi normal, valores
superiores a 0,05. Assim, as distribuições das pontuações das idosas no final do
programa (novembro de 2005) e após um período de 12 semanas (março de 2006)
são normais. O tratamento estatístico foi o teste T para amostras
emparelhadas/pareadas, com um nível de significância de p<0,05.
Testes Resultado do Teste Pontos (escore percentil) COO(s) 11,7 57 RESISFOR (rep) 20 33 FLEX (cm) 50,9 51 AGIL (s) 26,4 20 RAG (s) 510 38 IAFG 199
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 5 apresentam-se os resultados descritivos (freqüência simples e
percentagem) acerca dos dados da amostra referentes à avaliação da aptidão física
no final do programa (novembro de 2005) e após o período de interrupção de 12
semanas (março de 2006).
Tabela 5 Freqüência (f), percentagem (%), Média (X), desvio padrão (sd) aptidão física no final do programa (novembro de 2005) e após o período de interrupção de 12 semanas (março de 2006).
Verificou-se na Tabela 5 que o índice de aptidão física geral - IAFG no final do
programa era na maioria regular (54,8%) passando a ser fraca (58,1%) após o
período de interrupção de 12 semanas, acorrendo assim uma queda no IAFG bom
Final do programa Após período de interrupção
Aptidão física f %
X
sd f %
X
sd Coordenação Boa 19 61,3 4 13,0 Regular 5 16,1 2 6,5 Fraca 7 22,6
11,35
1,98
25 80,6
15,70
4,84
Flexibilidade Boa 20 64,5 17 54,9 Regular 4 12,9 8 25,8 Fraca 7 22,6
61,97
10,85
6 19,4
61,32
9,36
Agilidade Boa 0 0 4 13,0 Regular 2 6,5 5 16,1 Fraca 29 93,6
30,28
4,00
22 70,9
26,66
3,68
Força membros superiores Boa 6 19,4 6 19,4 Regular 2 6,5 4 12,9 Fraca 23 74,2
18,10
4,69
21 67,7
19,19
5,06
Capacidade Aeróbia - RAG Boa 9 32,0 10 32,3 Regular 6 19,4 3 9,7 Fraca 16 51,7
525,65
61,08
18 61,1
532,87
58,17
IAFG Bom 4 12,9 3 9,7 Regular 17 54,8 10 32,3 Fraco 10 32,3
212,68
80,03
18 58,1
198,45
76,47
Total 31 100 31 100
25
de 12,9% para 9,7% e do regular de 54,8% para 32,3%.
No estudo realizado por Etchepare et al. (2003) que teve como objetivo
verificar o efeito da prática da hidroginástica sobre as variáveis da aptidão física
(equilíbrio estático, agilidade e flexibilidade) em mulheres na terceira idade, após 20
sessões de exercícios numa amostra composta por 15 mulheres, concluiu que houve
melhora em todas as qualidades físicas testadas, ou seja, melhorou o índice de
aptidão física geral das idosas praticantes de exercício físico regular.
Os resultados no levam a crer que a pratica de exercício físico regular é
importante para a manutenção e a melhora no índice de aptidão física geral em
idosos e que para tanto se faz necessário o incentivar os idosos a praticarem
exercício físico regularmente, a fim de manterem a sua qualidade de vida.
Simons (2006) em estudo, com sujeitos idosos, na maioria mulheres (45
mulheres e 19 homens), foi aplicada a bateria de testes da AAHPERD, foi avaliado a
força, resistência, coordenação, agilidade e flexibilidade em três grupos: um grupo
fazia treinamento de força, o outro treinamento cardiovascular e um terceiro, que
servia de grupo controle. Ao analisar os resultados foi possível observar melhoras
significativas em todas as variáveis.
Em relação à coordenação no final do programa a maioria das idosas
apresentou a coordenação boa (61,30%) e após o período de interrupção de 12
semanas a coordenação estava fraca (80,6%). Isso demonstra com isto que
atividade física influencia na coordenação.
Vários sistemas modificam-se com o envelhecimento e podem afetar o
equilíbrio, predispondo o idoso à quedas. A diminuição dos mecanismos de
equilíbrio (principalmente o da estabilidade postural); o prejuízo da audição e visão;
a diminuição da função vestibular; a diminuição da sensibilidade vibratória e
26
propriocepção; a diminuição da força muscular e as alterações posturais afetam as
tarefas motoras que solicitam equilíbrio e motricidade global. (MOURA et al. 1999)
Estudo como o de Ourania et al. (2003) que verificou melhoras significativas
em variáveis como equilíbrio, coordenação, flexibilidade e força muscular, após doze
semanas de exercícios físicos realizados com mulheres idosas,
Quanto à flexibilidade observou-se que a maioria das idosas no final do
programa tinha boa flexibilidade (64,5%) e que esta se manteve boa (54,9%) após
um período de interrupção de 12 semanas. O número de idosos com a flexibilidade
considerada regular aumentaram após o retorno as atividades de 4 (12,9%) para 8
(25,8%).
De acordo com Zago e Gobbi (2003) a flexibilidade é crucial para o
movimento e essencial para a aptidão funcional do idoso. Entretanto, ao nível de
flexibilidade é reduzido em muito ao envelhecer (VALE, NOVAES e DANTAS, 2005).
Uma das principais medidas que devem ser tomadas para que o envelhecimento
não prejudique a atividade funcional de um indivíduo, segundo o ACSM (1998) é a
pratica regular de atividade física, podendo melhorar entre muitas variáveis a
flexibilidade.
Estudo realizado, em uma amostra de 51 idosos do programa de
hidroginástica do Grupo de Estudos da Terceira Idade – GETI da Universidade do
Estado de Santa Catarina – UDESC, teve um resultado positivo em relação à
melhora dos níveis de flexibilidade após o programa de atividade física de 6 meses
(SILVEIRA, 2006).
Em estudo de Simons (2006) constatou-se que a flexibilidade melhorou
significativamente nos grupos de idosos que participaram do treinamento de força
(10%) e treinamento cardiovascular (11%) em comparação ao grupo controle (2%).
27
Deste modo, observa-se que a prática de exercício físico regular traz benefícios
quanto à melhora da flexibilidade em idosos.
Em relação à agilidade ou equilíbrio dinâmico. Verificou-se que a maioria das
idosas no final do programa apresentou a agilidade fraca (93,6%) e após um período
de interrupção de 12 semanas manteve-se fraca (70,9%), porém houve uma melhora
da agilidade considerada como boa em 12,9% (4) das idosas e regular em 16,1%
(5).
Segundo Sharkey (1998) a agilidade é a capacidade de mudar de posição e
direção rapidamente, com precisão e sem a perda de equilíbrio. A agilidade depende
de velocidade, força, equilíbrio e coordenação. E é muito importante quando se
pretende evitar lesões em atividades recreativas e em situações de práticas
esportivas. Podendo ser melhorada com prática e experiência.
Estudo realizado com 40 mulheres em que a metade era praticante de
hidroginástica a mais de 6 meses e a outra metade sedentária, obteve-se um escore
no resultado do teste da escala de equilíbrio de Berg (EEB) para mulheres
praticantes de hidroginástica significativamente maior que a média obtida no grupo
sedentário, concluindo que possivelmente a pratica de hidroginástica contribui para
melhoria do equilíbrio e conseqüentemente redução no risco de queda de mulheres
da terceira idade (AGUIAR et al., 2006).
Nesse estudo, em relação ao teste de força dos membros superiores,
observa-se que a maioria das idosas manteve sua força como fraca, mas acorreu
um decréscimo do final do programa de 74,2% (23) para 67,7% (21) idosas após um
período de interrupção de 12 semanas, e um aumento da força considerada regular
para 12,9% (4) idosas depois da pausa.
Estudo realizado em uma amostra constituída por oito mulheres idosas
28
saudáveis que foram envolvidas previamente à interrupção, em um programa de
exercícios com pesos livres durante 12 semanas, três vezes por semana, três séries
de 10 repetições a 50%1-RM para seis tipos de exercícios para membros superiores
e inferiores, verificou que após o período de interrupção de 8 semanas ocorreu um
decréscimo estatisticamente significativo na força muscular de ambas extremidades.
Logo a interrupção de exercícios com pesos livres produz efeito negativo na força
muscular de mulheres idosas, especialmente após a oitava (8ª) semana (RASO,
MATSUDO e MATSUDO, 2001).
Segundo Spirduso (2005) à medida que os indivíduos envelhecem as
aptidões físicas como a força e a resistência muscular tornam-se mais importante. A
força de perna adequada pode evitar que o individuo caia, pois permite corrigir
perdas de equilíbrio momentâneo a tempo de evitar situações de quedas, e a força
da musculatura da parte superior do corpo pode reduzir a quantidade de lesões que
resultam de uma queda interrompendo a aceleração da queda ou estabilizando as
articulações durante esta.
Em relação aos resultados da capacidade aeróbia (RAG) (Tabela 5) a maioria
das idosas apresentou a RAG fraca no final (16) e após a pausa de 12 semanas (18)
do programa. Havendo um aumento de idosas (2) com a RAG fraca após o período
de interrupção. A RAG manteve-se boa no final e após o período de interrupção de
12 semanas em 9 idosas (32%). Observa-se que um período de interrupção de
exercícios por 12 semanas ocasiona uma diminuição na RAG.
Em estudo de Martins (2006) com 52 idosas com idade média de 68,62 (+
4,8) anos, participantes dos programas de natação (n=12) e hidroginástica (n=40) no
Grupo de Estudos da Terceira Idade (GETI) da UDESC verificou-se que mais da
metade (55,7%) dos participantes tiveram baixo escore de capacidade aeróbia;
29
sendo 28,8% classificados como “fraco” e 26,9% como “muito fraco”, após seis
meses de prática.
Diante destes resultados Matsudo et al. (2000) diz que os efeitos do
envelhecimento na aptidão física acontecem na redução da potência aeróbia em
torno de 1% ao ano que começam próximo aos 50 anos, porém nos indivíduos ativos
essas perdas são menores. Isso explicaria valores tão baixos de RAG e nos sugere
que talvez estes valores pudessem ser menores se os idosos não praticassem
regularmente nenhum tipo de exercício físico.
Entretanto, Zago e Gobbi (2003) dizem que quando idosos sedentários
passam a freqüentar programas de atividade física, há uma melhora significativa na
capacidade aeróbia tanto dos homens quanto das mulheres. Essa afirmação nos
leva novamente a propor que talvez os níveis de RAG pré-exercício eram menores
que os atuais, e que o exercício teria trazido sim uma melhora desta variável, por
mais que esta ainda não seja a ideal.
Assim, torna-se importante que as idosas mantenham-se ativas para que sua
RAG mantenha-se ou melhore. As atividades aquáticas melhoram o
condicionamento cardiorespiratório (CHU et al., 2004; CIDER et al., 2005).
Na Tabela 6 apresenta-se a comparação da avaliação da aptidão física no
final do programa (novembro de 2005) e após o período de interrupção de 12
semanas (março de 2006), bem como a média, desvio padrão, intervalo de
confiança e o teste t.
30
Tabela 6 Média ( ), desvios padrão (sd), Intervalo de Confiança (95%IC), teste t para amostras pareadas (t) e nível de significância (p) da aptidão física no final do programa (novembro de 2005) e após o período de interrupção de 12 semanas (março de 2006)
Variáveis Sd 95%IC t p
Coordenação novembro 2005
X Coordenação março 2006
-4,35
3,99
-5,82-2,88
-6,06
0,000*
Flexibilidade novembro 2005
X Flexibilidade março 2006
0,65
5,89
-1,51-2,81
-0,61
0,545
Agilidade novembro 2005
X Agilidade
março 2006
3,62
2,79
2,59-4,65
7,21
0,000*
Força novembro 2005
X Força de
março 2006
-1,09
3,07
-2,22-0,29
-1,99
0,056
RAG novembro 2005
X RAG
março 2006
-7,23
30,33
-18,35-3,90
-1,33
0,195
IAFG novembro 2005
X IAFG
março 2006
0,29
0,53
-0,48-0,09
-3,06
0,005*
*p<0,05 RAG= capacidade aeróbia
Na Tabela 6 verificou-se diferença estatisticamente significativa da
coordenação (p=0,000), da agilidade ou equilíbrio dinâmico (p=0,000), e do IAFG
(p=0,005) entre o final do programa e após o período de interrupção de 12 semanas
deste.
Não houve diferença estatisticamente significativa entre o final do programa e
após o período de interrupção para as seguintes aptidões físicas: flexibilidade
(p=0,545), a força dos membros superiores (p=0,056) e RAG (p=0,195).
O IAFG e a coordenação entre o final do programa e após um período de
interrupção de 12 semanas apresentaram diferença estatisticamente significativa
31
(p<0,05), demonstrando que o período de interrupção interferiu nessas variáveis e,
sendo que as mesmas diminuíram, ou seja, aumentou o número de idosas com a
aptidão física considerada fraca.
A agilidade também apresentou diferença estatisticamente significativa entre
o final do programa e após o período de interrupção de 12 semanas, mas verificou-
se que, após o período de interrupção, aumentou o número (4) de idosas com
agilidade considerada boa (Tabela 5 e 6).
Salim et al. (2006) ao verificar o equilíbrio estático e dinâmico de praticantes
de hidroginástica e natação em 22 mulheres e 17 homens utilizou a bateria de teste
da AAHPERD e teve resultados satisfatórios em ambos os testes. Sendo que no
equilíbrio dinâmico 43% mantiveram os resultados dentro do estabelecido e 56%
tiveram resultados superiores ao índice máximo desejado. No equilíbrio estático 62%
apresentam bom equilíbrio (39%) e mantêm-se próximos ao escore mínimo para
idade.
Segundo a mesma autora o equilíbrio é um dos componentes que contribuem
para dar estabilidade ao corpo e permitir que ele se movimente livre e
independentemente. O déficit traz risco de quedas e delas surgem incapacidades,
medo de novos acidentes e limitações.
Assim, as atividades aquáticas, como observado nos estudos mencionados
acima, trazem benefícios ao equilíbrio dinâmico e à agilidade dos idosos e por isso
são atividades que devem ser estimuladas e aplicadas aos idosos com a finalidade
diminuir perdas nessa variável tão importante para qualidade de vida, independência
e mobilidade do idoso.
A coordenação motora dos idosos (Tabela 6) também teve diferenças
estatísticas significativas. Estudo de Dias e Duarte (2002) sobre os níveis de
32
coordenação motora de 10 idosas participantes de atividade física generalizada,
com idade entre 62 e 70 anos, verificaram que esta prática contribui para a melhoria
ou manutenção do nível de coordenação motora das idosas, amenizando os efeitos
do processo de envelhecimento nessa habilidade.
Pereira e Graup (2006) verificaram que houve melhora significativa na
flexibilidade, no equilíbrio estático e na agilidade de 15 mulheres da terceira idade,
após 20 sessões de hidroginástica.
Nesse estudo em relação à flexibilidade não houve diferença estatisticamente
significativa (p<0,05) entre o final do programa e após o período de interrupção de
12 semanas. Estudo realizado por Silveira (2006) que avaliou a flexibilidade de 51
idosos que participam do programa de hidroginástica do Grupo de Estudos da
Terceira Idade – GETI/UDESC no início (março) do programa e após 9 meses de
prática, verificou que a flexibilidade melhorou significativamente.
Diante disto, pressupõe-se que o período de interrupção de 12 semanas não
acarreta uma diminuição significativa na flexibilidade, pelo fato das idosas manterem
bons níveis de flexibilidade, por serem independentes e autônomas nas suas
atividades da vida diária.
Quanto a RAG também não houve diferença estatisticamente significativa
(p<0,05) entre o final do programa e após o período de interrupção de 12 semanas.
Isto pode ser justificado pela capacidade aeróbia ser fraca desde o final do programa
e com o período de interrupção manter-se neste nível.
Estudo realizado por Silva, Oliveira, e Madureira (2006) sobre os efeitos nas
variáveis antropométricas e fisiológicas após um período de 12 semanas de
interrupção de um programa de exercício físico, com uma amostra de 11 mulheres
com idade entre 55 e 69 anos, com duração de 16 semanas, verificou diferença
33
estatisticamente significativa nos varáveis fisiológicas de consumo máximo de
oxigênio e no teste de flexibilidade, inferindo que as atividades ministradas no
programa de ginástica tenham sido de baixo teor metabólico a ponto de não
favorecer a uma melhora no consumo máximo de oxigênio e que durante o período
de férias os sujeitos passaram a caminhar mais (em tempo e distância), conforme
relatos dos idosos sobre suas atividades nas férias, o que pode ter melhorado essa
variável durante este período.
Em nosso estudo verificaram-se baixos índices na RAG das idosas tanto no
final do programa e após o período após de pausa de 12 semanas, sendo assim
corroboramos que as atividades praticadas por essas idosas não tenham sido com
teor metabólico alto suficiente para favorecer uma melhora no consumo de oxigênio,
portanto sugere-se que seja feita uma reavaliação do programa a fim de melhorar
sua eficiência e eficácia nessa variável.
Diante disto, é consenso na literatura a afirmação de Okuma (1998) que diz
que a atividade física regular e sistemática aumenta ou mantém a aptidão física da
população idosa e tem o potencial de melhorar o bem-estar funcional e,
conseqüentemente, diminuir a taxa de morbidade e mortalidade entre essa
população.
5 CONCLUSÕES
34
Os resultados demonstram que a pratica de exercício físico regular trouxe
benefícios para a aptidão física geral das idosas e que o período de interrupção
ocasionou perdas na aptidão física geral das idosas. Assim existe uma necessidade
em se estimular à prática de atividade e exercício físico, devidamente orientado por
um profissional preparado para o trato com os idosos, buscando a promoção de um
estilo de vida ativa e, uma melhor aptidão física geral.
Os resultados sugerem também que após um determinado período de
interrupção nos exercícios físicos regulares ocorre uma perda na força das idosas.
Sendo assim é importante manter os idosos em programas de exercícios que
promovem a melhoria da força muscular.
Outros resultados deste estudo revelam que a agilidade e o equilíbrio
dinâmico tendem a melhorar significativamente com a pratica de atividades
aquáticas e com isso faz do profissional de educação física um mediador e
orientador indispensável nesta pratica para uma maior qualidade de vida dos idosos.
Observou-se nesse estudo uma diferença estatisticamente significativa da
coordenação (p=0,000), da agilidade ou equilíbrio dinâmico (p=0,000), e do IAFG
(p=0,005) entre o final do programa e após o período de interrupção de 12 semanas
deste. O IAFG e a coordenação entre o final do programa e após um período de
interrupção de 12 semanas apresentaram diferença estatisticamente significativa
(p<0,05), demonstrando com isto que o período de interrupção interferiu no IAFG e
na coordenação, sendo que estes diminuíram, ou seja, aumentou o número de
idosas com a aptidão física considerada fraca. Neste momento sugere-se a
35
necessidade das idosas manterem a praticarem atividades físicas mesmo quando
estão em férias para que consigam manter o IAFG em bom nível.
Ressalta-se aqui, mais uma vez, a importância em se intervir com programas
de atividade e exercício físico regular na promoção da saúde das idosas. Para que,
desta maneira os idosos ativos fisicamente possam manter ou elevar este nível, e o
mesmo aconteça em seu nível de aptidão física geral.
A realização de outras pesquisas envolvendo aptidão física e período de
interrupção em idosos deve ser incentivada, visto que estes elementos têm um papel
importante para um envelhecimento saudável. Avaliar estes fatores em outras
populações, como idoso institucionalizado, não participante de grupos de
convivência e, até mesmo para sabermos ate que ponto o envolvimento em
determinadas atividades físicas podem contribuir no período de interrupção de
outras.
Deve-se conscientizar as idosas a materem-se ativas, independente de
estarem vinculadas a programas de atividade física a fim de que melhorem e
mantenham os bons níveis de aptidão física.
E o programa deve se preocupar em desenvolver atividades que
proporcionem a melhora das variáveis que tiveram melhoras após o período de
destreino.
36
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ANEXOS
ANEXO A – Bateria de testes da AHHPERD;
ANEXO B – Aprovação do Comitê de Ética;
ANEXO C – Modelo do documento de consentimento por escrito.
Protocolo da bateria de testes físicos da AHHPERD PESO – MASSA CORPORAL Posição do avaliador: Em pé, de frente para a escala de medida. Posição do avaliado: Em pé, de frente para o avaliador.
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Procedimento: O avaliado deve subir cuidadosamente na plataforma, colocando um pé de cada vez e se posicionando no centro da mesma. Realiza-se apenas uma medida. ESTATURA Posição do avaliado: em pé, pés descalços e unidos, procurando estar em contato com o instrumento de medida as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A cabeça deve estar orientada no plano Frankfurt. Posição do avaliador: Em pé, ao lado direito do avaliado (se necessário, subir em um banco para realizar a medida). Procedimento: O cursor (toesa) deve estar em ângulo de 90º em relação à escala, tocando o ponto mais alto da cabeça. São realizados, no mínimo, duas medidas. A cada medida, pede-se para o avaliado sair e retornar à posição. Observações: A MEDIDA E FEITA COM A RESPIRAÇÃO NORMAL. PERÍMETROS/CIRCUNFERÊNCIAS
Braço relaxado
Referência anatômica: ponto central entre o acrômio e a articulação úmero-radial do braço direito. Posição do avaliado: Em pé, coluna ereta, braços ao longo do corpo e palmas das mãos voltadas para a coxa. BRAÇOS ESTENDIDOS AO LONGO DO CORPO. Posição do avaliador: ao lado do avaliado. Procedimento: Marca-se o ponto e envolve o braço com a fita métrica, de forma que se aloje sobre o ponto marcado, e faz-se a medida. Observação: pode se realizar esta medida com o avaliado sentado. Cintura
Posição do avaliado: Em pé, ereto. Posição do avaliador: de frente para o avaliado. Procedimento: Passa-se a fita em torno do avaliado de trás para frente, tendo-se o cuidado em manter a mesma no plano horizontal. Faz-se a leitura após o avaliado realizar uma expiração normal. FITA NA CICATRIZ UMBILICAL (UMBIGO). Quadril Referência anatômica: Maior proporção da região glútea (nádegas). Posição do avaliado: Em pé, coluna ereta, coxas unidas e braços ao longo do corpo. Posição do avaliador: Ao lado direito do avaliado. Procedimento: Faz-se a mensuração no maior perímetro do quadril, levando-se em consideração a porção mais volumosa das nádegas, que é localizada observando-se lateralmente a pelve. Teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (AGIL):
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Posição do avaliado: sentado na cadeira com os pés (calcanhares) tocando o solo Posição do avaliador: próximo ao avaliado Procedimento: Ao sinal de “pronto, já”, move-se para a direita e circunda o cone que está posicionado neste sentido, retornando para a cadeira e senta-se, levantando levemente os pés. Em seguida (imediatamente), o participante se levanta e move-se para a esquerda e circunda o segundo cone posicionado neste sentido, retornando para a cadeira e sentando-se novamente. Isto completou um circuito. O avaliado deverá concluir dois circuitos completos. Observação: demonstrar o teste e o idoso deverá repetir sem contar o tempo (caminhando o mais rápido possível). São realizadas duas tentativas, conta-se o melhor tempo (o menor). Anota-se em segundos como o resultado final.
3,60 m
Início / Fim
1,50 m 1,50m
1,80m 1,80m FIGURA 2 – Ilustração do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (adaptada de OSNESS et al., 1990).
Teste de coordenação (COO):
Posição do avaliado: O participante senta-se de frente para a mesa e usa sua mão dominante para realizar o teste. Posição do avaliador: Próximo ao avaliado com cronômetro na mão. Procedimento: Quando o avaliador sinalizar, o cronômetro é acionado e o participante vira a lata invertendo a sua base de apoio, de forma que a lata 1 será colocada na posição 2; a lata 2 na posição 4 e; a lata 3 na posição 6. Sem perda de tempo, o avaliado, estando agora com o polegar apontado para baixo, apanha a lata 1 e inverte novamente sua base, recolocando-a na posição 1 e, da mesma forma como procedeu colocando a lata 2 na posição 3 e a lata 3 na posição 5, completando assim um circuito. Uma tentativa equivale a realização do circuito duas vezes, sem interrupções. No caso do participante ser canhoto, o mesmo procedimento é adotado, exceto que as latas são colocadas a partir da esquerda, invertendo-se as posições. Para cada participante, são concedidas duas tentativas de prática, seguidas por outras duas válidas para avaliação, sendo estas últimas anotadas até décimos de segundo, e considerado como resultado final o menor dos tempos obtidos. Observação: Inverter a posição das latas no caso de ser canhoto.
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Teste de flexibilidade (FLEX): Organização do teste: Uma fita adesiva de 50,8 cm foi afixada no solo e uma fita métrica de metal também foi afixada no solo perpendicularmente, com a marca de 63,5 cm diretamente colocada sobre a fita adesiva. Foram feitas duas marcas eqüidistantes 15,2 cm do centro da fita métrica (figura 4). Posição do avaliado: O participante, descalço, senta-se no solo com as pernas estendidas, os pés afastados 30,4 cm entre si, os artelhos apontando para cima e os calcanhares centrados nas marcas feitas na fita adesiva. O zero da fita métrica aponta para o participante. Posição do avaliador: ao lado do avaliado, segurando o joelho do avaliado para não permitir que o mesmo se flexione. Procedimento: Com as mãos uma sobre a outra, o participante vagarosamente desliza as mãos sobre a fita métrica tão distante quanto pode, permanecendo na posição final no mínimo por 2 segundos. São oferecidas duas tentativas de prática, seguidas de duas tentativas de teste. O resultado final é dado pela melhor das duas tentativas anotadas.
15 cm
15 cm 63,5 cm
0 cm
Teste de força membros superiores (RESISFOR): Halteres de 1,814 Kg
(mulheres) e para homens de 3,6 Kg, cadeira sem braços.
Organização do teste: cadeira num local confortável e halteres próximos à cadeira. Posição do avaliado: sentado em uma cadeira sem braços, apoiando as costas no encosto da cadeira, com o tronco ereto, olhando diretamente para frente e com a planta dos pés completamente apoiadas no solo. O braço dominante deve permanecer relaxado e estendido ao longo do corpo (mão voltado para o corpo),
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enquanto a mão não dominante apoiada sobre a coxa. O halter deve estar paralelamente ao solo, com uma de suas extremidades voltadas para frente. Posição do avaliador: DOIS AVALIADORES. O primeiro avaliador se posiciona ao lado do avaliado, colocando uma mão sobre o bíceps e outra tríceps do mesmo e a outro avaliador segura o halter que foi colocado na mão dominante do participante, com o cronômetro na mão.
Procedimento: o segundo avaliador, responsável pelo cronômetro, sinaliza
o comando “vai”, o participante contrai o bíceps, realizando uma flexão do cotovelo
até que o antebraço toque na mão do primeiro avaliador, que está posicionada no
bíceps do avaliado. Quando esta prática de tentativa for completada, o halter deve
ser colocado no chão e 1 minuto de descanso é permitido ao avaliado. Após este
tempo, o teste é iniciado, repetindo-se o mesmo procedimento, mas desta vez o
avaliado realiza o maior número de repetições no tempo de 30 segundos, que é
anotado como resultado final do teste.
Teste de resistência aeróbia geral e habilidade de andar (RAG): Organização do teste: em uma pista de atletismo. Posição do avaliado: em pé, no local de saída. Posição do avaliador: próximo ao avaliado, com cronômetro em mãos. Procedimento: ao sinal de “já”, o participante começa a caminhar (sem correr) 804,67 metros na pista de atletismo de 400 m, o mais rápido possível. É anotado o tempo gasto para realizar tal tarefa em minutos e segundos, e posteriormente transformado para segundos. PEGAR A FREQUÊNCIA CARDÍACA.
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ANEXO B – Aprovação do Comitê de Ética
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ANEXO C – Modelo do documento de consentimento por escrito
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS - CEFID
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título do Projeto: DESENVOLVIMENTO DE VALORES NORMATIVOS PARA A BATERIA DE TESTES DA AAHPERD PARA IDOSOS
TERMO DE CONSENTIMENTO Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e, que recebi de forma clara e objetiva todas as explicações pertinentes ao projeto e, que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo, as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim. Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento. Nome por extenso _________________________________________________________ . Assinatura _____________________________________ Florianópolis, ____/____/____ .