Planejamento Financeiro
O planejamento financeiro de uma empresa busca determinar suas necessidades de caixa e é feito em dois níveis:
– Curto prazo (operacional)
– Longo prazo (estratégico)
Planejamento Financeiro de Curto Prazo(Operacional)
• Os planos financeiros de curto prazo (operacionais) permitem estimar as necessidades de caixa no curto prazo, com atenção especial a superávits e déficits, em período de normalmente um ano
• É comum serem preparados orçamentos mensaispara um período de um ano.
Planejamento Financeiro de Longo Prazo(Estratégico)
• Os planos financeiros de longo prazo (estratégicos) estipulam as medidas financeiras planejadas da empresa para períodos de dois a dez anos
• Esses planos representam um dos componentes de um plano estratégico integrado de uma empresa (juntamente com planos de produção e marketing) e ajudam a orientá-la na direção de seus objetivos de longo prazo
Planejamento Financeiro de Longo Prazo(Estratégico)
Os planos financeiros de longo prazo consideram uma variedade de atividades financeiras, incluindo:
gastos propostos em ativos não circulantes (investimentos);
atividades de pesquisa e desenvolvimento;
desenvolvimento de produtos e marketing;
estrutura de capital;
fontes básicas de financiamento.
Principais Usos do Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa é um dos principais
instrumentos de planejamento financeiro. Ele é
utilizado para:
1. Identificar as necessidades de caixa no curto e no
longo prazo
2. Tomada de decisões de investimento
Fluxo de Caixa
• Apura as entradas e saídas de caixa ao longo de um período. Seu objetivo final é apresentar a geração de caixa do período
• Ao contrário da DRE, utiliza o regime de caixa, não de competência (ex.: vendas à prazo não gera entrada de caixa imediata, mas só no momento do pagamento da duplicata)
Fluxo
de Caixa
Entradas
de Caixa
Saídas
de Caixa(-)=
Fluxo de Caixa: Exemplos de Entradas e Saídas
Entradas Saídas
CAIXA
Fornecedores
Pessoal
Governo
Desp. Financeiras
Pgto. Dividendos
Pgto. Empréstimos
Outros
Vendas a vista
Cobranças
Descontos Dupl.
Rec. Financeiras
Aportes de Cap.
Empréstimos
Outros
Fluxo de Caixa
� Depreciação, Amortização e Exaustão
� Provisões para Liquidação de Devedores Duvidosos
� Venda à Prazo (Contas a Receber)
� Compras à Prazo (Contas a Pagar)
� Aquisição de equipamentos financiados
Exemplos de transações que não afetamimediatamente o caixa:
Métodos de Projeção do Orçamento de Caixa
� Método direto– Utilizado normalmente para projeções de curto prazo
– São computadas diretamente todas as entradas (recebimentos) e saídas de caixa (pagamentos)
� Método indireto– Utilizado normalmente para projeções de longo prazo
– A projeção do fluxo de caixa começa com o lucro líquido do período e os itens da DRE sem efeito caixa são estornados
– Neste método, é necessário fazer os ajustes das contas de capital de giro
Plano Financeiro de Curto Prazo(Orçamento de Caixa): Método Direto
• No método direto, o orçamento de caixa começa
com a previsão de vendas
• Com base na previsão de vendas, é feita a projeção
dos recebimentos mensais
• Os pagamentos mensais são projetados, com base
nas previsões de compras de matérias-primas,
salários, despesas, etc
Orçamento de Caixa pelo Método Direto
JAN FEV ... NOV DEZ
Total de recebimentos $XXX $XXG $XXM $XXT
(-) Total de pagamentos XXA XXH ... XXN XXU
(=) Fluxo Líquido de Caixa $XXB $XXI $XXO $XXV
(+) Saldo Inicial de Caixa XXC XXD $XXJ XXP XXQ
(=) Saldo Final de Caixa $XXD $XXJ $XXQ $XXW
(-) Saldo Mínimo de Caixa XXE XXK ... XXR XXY
Financiamento total exigido $XXL $XXS
Saldo excedente $XXF $XXZ
Exemplos de Entradas de Caixa
� Recebimentos das vendas– Recebimentos à vista de vendas do próprio
mês
– Recebimentos de vendas de outros meses (vendas à prazo)
� Outros recebimentos:– Aluguel para terceiros
– Venda de ativos
– etc
Exemplos de Saídas de Caixa
� Pagamento por aquisição de matéria-prima
� Pagamento de salários
� Pagamento de impostos
� Investimentos
� Pagamento de principal e/ou juros de dívida
� Pagamentos de aluguel
� Pagamento de dividendos
Método Direto: Exemplo
A Indústria Hartmann está elaborando um orçamento de caixa para o período de outubro, novembro e dezembro. As vendas da empresa, em agosto, foram de $ 100.000 e, em setembro, de $ 200.000. Vendas de $ 400.000, $ 300.000 e $ 200.000 foram previstas, respectivamente, para outubro, novembro e dezembro. Historicamente, 20% das vendas têm sido à vista, 50% têm gerado contas a receber cobradas um mês mais tarde e os 30% restantes têm gerado contas a receber cobradas dois meses mais tarde. Em dezembro, a empresa receberá dividendos de $ 30.000 de ações de uma subsidiária.
Com essas informações, é possível elaborar a seguinte planilha de programação de recebimentos projetados da Indústria Hartmann.
MesesVendas previstas
AGO100
SET200
OUT400
NOV300
DEZ200
Vendas à vista (0,20) 20 40 80 60 40
Recebimentos de contas a receber
Um mês (0,50) 50 100 200 150
Dois meses (0,30) 30 60 120
Outros recebimentos 30
Total 210 320 340
PROGRAMAÇÃO DE RECEBIMENTOS ($1.000)
A Hartmann também coletou as seguintes informações relevantes para a elaboração da Planilha de programação de pagamentos : as compras representarão 70% das vendas – 10% serão pagos à vista, 70% serão pagos no mês seguinte ao da compra e os 20% restantes serão pagos dois meses após a compra. A empresa também gastará dinheiro pagando aluguel, salários, impostos, comprando ativos fixos, pagando juros, dividendos, bem como uma parte de suas dívidas. Segue-se o quadro resultante de pagamentos projetados.
MesesCompras (0,70 vendas)
AGO70
SET140
OUT280
NOV210
DEZ140
Compras à vista (0,10) 7 14 28 21 14
Pagamentos a fornecedores:
Um mês (0,70) 49 98 196 147
Dois meses (0,20) 14 28 56
Pagamento de aluguel 5 5 5
Salários e vencimentos 48 38 28
Pagamentos de impostos 25
Gastos com ativos não circulantes 130
Pagamento de juros 10
Pagamento de dividendos 20
Amortização de empréstimo 20
Total 213 418 305
PROGRAMAÇÃO DE PAGAMENTOS ($1.000)
O orçamento de caixa da Indústrias Hartmann pode ser obtido combinando-se as planilhas de programação de recebimentos com o de pagamentos. No final de setembro, o saldo de caixa da Hartmann era de $ 50.000. A Hartmann também deseja manter um saldo mínimo de caixa de $ 25.000. Em consequência, terá um saldo superior ao mínimo em outubro, e um saldo insuficiente em novembro e dezembro. Disso tudo resulta o orçamento de caixa a seguir.
OUT NOV DEZ
Total de recebimentos 210 320 340
(-) Total de pagamentos 213 418 305
(=) Fluxo Líquido de Caixa (3) (98) 35
(+) Saldo Inicial de Caixa 50 47 (51)
(=) Saldo Final de Caixa 47 (51) (16)
(-) Saldo Mínimo de Caixa 25 25 25
Financiamento total exigido (Instituições financeiras a pagar)¹ - 76 41
Saldo excedente (Aplicações em títulos de curto prazo)² 22 - -
ORÇAMENTO DE CAIXA ($1.000)
¹São inseridos valores nessa linha quando o saldo final de caixa é inferior o saldo mínimo
desejado. Esses valores são financiados no curto prazo e, portanto, correspondem a notaspromissórias a pagar a instituições financeiras.
²São inseridos valores nessa linha quando o saldo final de caixa é superior ao saldo mínimo
desejado. Esses valores são aplicados no curto prazo e, portanto, correspondem a títulosnegociáveis de renda fixa.
Lidando com Incerteza no Orçamento de Caixa
Uma das maneiras de lidar com a incerteza na elaboração de orçamentos
de caixa é preparar orçamentos diferentes para cada cenário (exemplo: pessimista, mais provável, otimista)Com base nesses fluxos, o administrador financeiro pode determinar o volume de financiamento necessário para cobrir a situação mais desfavorável
Análise de sensibilidade do Orçamento de Caixa da Indústria Hartmann
Outubro ($1.000) Novembro ($ 1.000) Dezembro ($1.000)
P MP O P MP O P MP O
Total de recebimentos 160 210 285 210 320 410 275 340 422
(-) Total de pagamentos 200 213 248 380 418 467 280 305 320
(=) Fluxo Líquido de Caixa (40) (3) 37 (170) (98) (57) (5) 35 102
(+) Saldo Inicial de Caixa 50 50 50 10 47 87 (160) (51) 30
(=) Saldo Final de Caixa 10 47 87 (160) (51) 30 (165) (16) 132
(-) Saldo Mínimo de Caixa 25 25 25 25 25 25 25 25 25
Financiamento total exigido 15 - - 185 76 - 190 41 -
Saldo excedente de Caixa - 22 62 - - 5 - - 107
P – Cenário Pessimista
MP – Cenário Mais Provável
O – Cenário Otimista
Elaboração do Orçamento de Caixa para Plano de Longo Prazo: Método Indireto
� No método indireto, a base para projeção do fluxo de caixa é a Demonstração de Resultados Projetada
� Com base no lucro líquido estimado pela projeção da DRE anual, é feita a projeção do fluxo de caixa anual
Exemplo de Fluxo de Caixa
pelo Método Indireto
Demonstração de Fluxos de Caixa da Hartman
Fluxo de caixa de atividades operacionais 210
Lucro líquido após o imposto de renda 213
Depreciação (3)
(Redução de contas a receber 50
Redução de estoques 47
Aumento das contas a pagar - fornecedores 25
Redução da despesa a pagar -
Caixa gerado pelas atividades operacionais 22
Fluxo de caixa de atividades de investimento
Aumento de ativos não circulantes (valor bruto)
Variação de participações acionárias
Caixa gerado pelas atividades de investimento
Fluxo de caixa de atividades de financiamento
Redução de instituições financeiras à pagar
Aumento de dívidas de longo prazo
Variação do patrimônio líquido
Dividendos pagos
Caixa gerado pelas atividades de financiamento
Aumento líquido dos saldo de caixa e aplicações em títulos decurto prazo
No método indireto,
a elaboração do Fluxo de Caixa começa pela projeção da
Demonstração de Resultados
O lucro líquido do período serve de base para projeção do fluxo de caixa.
Demonstração de Resultados da Hartman (Em milhares de R$)
Receita de vendas 1.700
(-) Custo dos produtos vendidos 1.000
Lucro bruto 700
(-) Despesas operacionais
Despesas de venda 70
Despesas gerais e administrativas 120
Aluguéis 40
Despesa de depreciação 100
Total das despesas operacionais 330
Lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR) 370
(-) Despesas financeiras 70
Lucro antes de imposto de renda 300
(-) Imposto de renda 120
Lucro após imposto de renda 180
(-) Dividendo de ações preferenciais 10
Lucro disponível para os acionistas ordinários 170
Projeção do Fluxo de Caixa pelo Método Indireto
� Após a projeção da DRE, é possível projetar o fluxo de caixa partindo do lucro líquido projetado
� O fluxo de caixa pelo método indireto se divide em 3 grupos:– Fluxo de caixa operacional
– Fluxo de caixa dos investimentos
– Fluxo de caixa dos financiamentos
Principais Contas de cada Item do Fluxo de Caixa pelo Método Indireto
1) Fluxo de caixa operacional:Lucro líquido+ Estorno de itens da DRE sem efeito caixa (ex.: depreciação)
+/- Variação nas contas de capital de giro
2) Fluxo de caixa dos investimentos:- Aquisição de ativos+ Venda de Ativos
3) Fluxo de caixa dos financiamentos:+ Recebimento de novos financiamentos- Pagamento de financiamentos existentes- Pagamento de dividendos+/- Receitas/Despesas financeiras
Etapas� Os dados necessários para projetar a
demonstração de resultados são:
– demonstração de resultados do ano anterior;
– previsão de vendas para o ano a ser projetado;
– premissas básicas a respeito de alguns itens da DRE (ex.: impostos, custos, despesas).
� Projetar crescimento do volume de vendas sobre ano anterior, para cada linha de produto
� Estimar preços unitários para cada linha de produto
� Projetar impostos sobre vendas
� Projetar custos (variáveis e fixos)
� Projetar despesas operacionais (variáveis e fixas)
� Projetar impostos sobre lucro líquido (imposto de renda e contribuição social)
Dicas para Projetar a Demonstração de Resultados
� Volume de vendas: trabalhar com uma taxa de crescimento sobre mês ou ano anterior
� Impostos sobre vendas: usar alíquota de anos anteriores sobre receita bruta
� Custos variáveis: trabalhar com % sobre receita bruta com base em anos anteriores
� Despesas variáveis: trabalhar com % sobre receita bruta com base em anos anteriores
� Imposto de renda e contribuição social: trabalhar com alíquotas reais
Suponha uma empresa com a seguinte Demonstração de Resultados realizadaem 2010:
Projeção da DRE: Exemplo
Demonstração de Resultados da Hartman 2010$ mil
Receita bruta 150.000
(-) Dedução sobre vendas 30.000
Receita Líquida 120.000
(-) Custos dos Produtos Vendidos
Variável 78.750
Fixo 26.250
105.000
Lucro bruto 15.000
(-) Despesas operacionais 12.500
(-) Despesas financeiras 1.000
Lucro antes de imposto de renda 1.500
(-) Imposto de renda 495
Lucro líquido 1.005
• Digamos que a empresa deseje projetar a DRE de 2011 em moeda corrente
• Suponha que a empresa projete as seguintes variações para os itens da receita:– Crescimento do volume de vendas em 5,0%
em relação à 2010
– Aumento nos preços apenas conforme inflação, prevista em 3,5% ao ano (assumindo que não haverá aumento real dos preços)
• As outras contas podem ser projetadas da seguinte forma:– Manter mesma alíquota de impostos sobre vendas de
2010
– Variar custo e despesas variáveis conforme variação da receita bruta de 2010 para 2011
– Corrigir custos e despesas fixas pela inflação
– Supondo que o perfil da dívida não mudará, as despesas financeiras podem se manter constantes
– Aplicar alíquota de imposto de renda e contribuição social sobre lucro tributável (ex.: 33%)
� Com base na composição da receita da empresa em 2010 (volume e preço), e supondo que a empresa possui a abertura dos custos e despesas fixas e variáveis daquele ano, a projeção da DRE de 2011 poderia ser feita conforme slide a seguir:
* supondo variação do preço unicamente devido à inflação de 3,5% ao ano (caso se assumisse um aumento real dos preços, este aumento deveria ser adicionado à variação da inflação)
Projeção da DRE de 2011:Demonstração de Resultados da Hartman
(Em $ mil)2010
Histórico2011
Projetado
Volume (em milhares) 10.000 10.500
Preço unitário 15,00 15,53
Receita bruta 150.000 163.013
(-) Dedução sobre vendas 30.000 32.603
Receita Líquida 120.000 130.410
(-) Custos dos Produtos Vendidos
Variável 78.750 85.601
Fixo 26.250 27.169
105.000 112.770
Lucro bruto 15.000 17.640
(-) Despesas operacionais 12.500 13.198
Variáveis 5.000 5.435
Fixas 7.500 7.763
(-) Despesas financeiras 1.000 1.000
Lucro antes de imposto de renda 1.500 3.442
(-) Imposto de renda 495 1.136
Lucro líquido 1.005 2.306
Crescimento de 5,0%
Variação de 3,5%(inflação)
Crescimento de 8,7% para custos e despesas
variáveis (assumido igual à variação da
receita bruta)
Custos e despesas fixasvariando conforme inflação de 3,5%
Supondo em 2011 mesma alíquota de 2010
� Após a projeção da DRE, é possível projetar o primeiro grupo de itens, o fluxo de caixa operacional:Lucro líquido
+ Estorno de itens da DRE sem efeito caixa (ex.: depreciação)
+/- Variação nas contas de capital de giro
• Supondo que a depreciação embutida na projeção da DRE de 2011 seja de R$5,5 milhões, temos então os seguintes dados para o fluxo operacional (em R$ mil):Lucro líquido projetado 2.306
+ Estorno da depreciação + 5.500
+/- Variação nas contas de capital de giro ????
Sub-total ????
� Para projetar o grupo de itens do fluxo operacional, fica faltando então projetar a variação das contas de capital de giro
� Apesar da importância de apurar a variação de todas contas de capital de giro, estaremos nos concentrando nas 3 principais:– Variação do contas a receber
– Variação dos estoques
– Variação do contas a pagar
Por quê projetar a variação nas contas de capital de giro?
� Quando a projeção de fluxo de caixa é feita pelo método indireto, a projeção da variação das contas de capital de giro é necessária para compensar os itens da demonstração de resultados que não têm efeito imediato no caixa (lembre-se que a DRE não é baseada em regime de caixa)
� Exemplo de ajustes:– Vendas à prazo (vendas contabilizadas em determinado ano
só serão recebidas no ano seguinte)
– Pagamentos à prazo (custos e despesas contabilizados em determinado ano só serão pagos no ano seguinte)
� Suponha que a empresa do exemplo anterior demore em média um mês para receber suas vendas
� Portanto, as vendas de dezembro de 2010 só serão recebidas em janeiro de 2011
� Da mesma forma, as vendas de dezembro de 2010 só serão recebidas em 2011
� Para ajustar o fluxo de caixa de 2011, teríamos que somar os recebimentos em 2011 referentes à 2010 (150.000/12=12.500) e subtrair a receita de 2011 que só será recebida em 2012 (163.013/12=13.584)
� Neste caso, portanto, seria necessário fazer um ajuste de -R$1.084 (=12.500 – 13.584)
Variações no Contas a Receber: Exemplo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Contas a receber 13.584
Realizável a Lgo Prazo Exigível a Lgo Prazo
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Balanço Patrimonial - 31/12/2006
ATIVO PASSIVO + PATR. LÍQUIDO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Contas a receber 12.500
Realizável a Lgo Prazo Exigível a Lgo Prazo
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Balanço Patrimonial - 31/12/2005
ATIVO PASSIVO + PATR. LÍQUIDO
• Note que estes valores se referem às contas do Balanço Patrimonial:
Ajuste de contas a receber no fluxo de caixa de 2006 =
+ Contas a receber em 2005 (-) Contas a receber em 2006
Variações no Estoques: Exemplo
� Suponha que a empresa do exemplo anterior mantenha 30 dias de CMV em estoque
� Neste caso, o estoque de 2005 só será vendido em 2006, e o estoque de 2006 só será vendido em 2007
� É necessário, portanto, fazer os ajustes de caixa
� Para calcular o estoque final de 2005, podemos considerar 30 dias do CMV de 2005:
105.000/12=8.750
� Para calcular o estoque final de 2006, utilizamos o CMV projetado para este ano:
112.750/12=9.396
• O impacto da variação do estoque no fluxo de caixa segue a mesma lógica do contas a receber (somar saldo do início do ano e subtrair saldo do final do ano):
8.750 – 9.396 = (646)
Ativo Circulante Passivo Circulante
Estoques 9.396
Realizável a Lgo Prazo Exigível a Lgo Prazo
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
ATIVO PASSIVO + PATR. LÍQUIDO
Balanço Patrimonial - 31/12/2006
Ativo Circulante Passivo Circulante
Estoques 8.750
Realizável a Lgo Prazo Exigível a Lgo Prazo
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Balanço Patrimonial - 31/12/2005
ATIVO PASSIVO + PATR. LÍQUIDO
• Pelo Balanço Patrimonial:
Ajuste de estoques no fluxo de caixa de 2006 =
+ Estoques em 31/12/2005 (-) Estoques em 31/12/2006
Variações no Contas a Pagar: Exemplo
� Suponha que a empresa do exemplo demore em média 45 dias para pagar suas compras de matéria-prima
� Note que o valor das compras de cada ano não é uma informação disponível na DRE da empresa
� Mas é possível estimar o valor das compras como um percentual do CMV
� Digamos que as matérias-primas representem 70% do CMV
� Neste caso, podemos projetar as compras de cada ano da empresa como sendo 70% do CMV
� Para 2005, portanto, teríamos que as compras da empresa foram de:
0,7 x 105.000 = 73.500
� E para 2006:
0,7 x 112.750 = 78.925
� Dado que a empresa demora 45 dias para pagar suas compras, temos que o saldo de contas a pagar a fornecedores no final de 2005 é de:
73.500 / 360 x 45 = 9.188
� E no final de 2006:
78.925 / 360 x 45 = 9.866
� Atenção para o ajuste do impacto da variação do contas a pagar no fluxo de caixa da empresa, pois o critério é o inverso: subtrair o saldo inicial e somar o saldo final
� Neste caso, temos portanto:
(9.188) + 9.866 = 678
Ativo Circulante Passivo Circulante
Fornecedores 9.866
Realizável a Lgo Prazo Exigível a Lgo Prazo
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Balanço Patrimonial - 31/12/2006
ATIVO PASSIVO + PATR. LÍQUIDO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Fornecedores 9.188
Realizável a Lgo Prazo Exigível a Lgo Prazo
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Balanço Patrimonial - 31/12/2005
ATIVO PASSIVO + PATR. LÍQUIDO
� No caso das contas de passivo circulante, a lógica é inversa (subtrai-se o saldo do ano anterior e soma-se o saldo do final do ano projetado):
Ajuste de contas a pagar no fluxo de caixa de 2006 =
- Contas a pagar de 2005 + Contas a pagar de 2006
Dicas para Projetar a Variação nas Contas de Capital de Giro
� O impacto da variação das contas de capital de giro no fluxo de caixa deve ser computado da seguinte forma:Para contas de ativo circulante:
+ Saldo do início do ano (-) saldo do final do ano
Para contas de passivo circulante:
(-) Saldo do início do ano + saldo do final do ano
Impacto da Variação nas Contas de Capital de Giro no Fluxo de Caixa
Aumento Ativo
Circulante
Saída de Caixa
DiminuiçãoAtivo
Circulante
Entradade Caixa
Aumento Passivo
Circulante
Saída de Caixa
DiminuiçãoPassivo
Circulante
Entradade Caixa
• Temos então como resultado final o seguinte fluxo de caixa operacional para o exemplo:
Lucro líquido projetado 2.321
+ Estorno da depreciação + 5.500
+/- Variação no Contas a Receber (1.084)
+/- Variação no Estoque (646)
+/- Variação no Contas a Pagar 678
Sub-total 6.769
• Fica faltando projetar ainda os fluxos dos investimentos e dos financiamentos:
1) Fluxo de caixa operacional:Lucro líquido+ Estorno de itens da DRE sem efeito caixa (ex.: depreciação)
+/- Variação nas contas de capital de giro2) Fluxo de caixa dos investimentos:
- Aquisição de ativos+ Venda de Ativos
3) Fluxo de caixa dos financiamentos:+ Recebimento de novos financiamentos- Pagamento de financiamentos existentes- Pagamento de dividendos
� O principal item do fluxo dos investimentos é a apuração das saídas de caixa referente à compra de ativos (ex.: equipamentos, informática, veículos, móveis, prédios, etc)
� É possível as saídas de caixa referentes aos investimentos com base no Plano de Investimentos Anual da Empresa
Fluxo dos Investimentos: Exemplo
� Suponha que, com base no Plano de Investimento da empresa, é possível identificar investimentos de R$15 milhões em 2006
� Suponha que, com base no Plano de Investimento da empresa, é possível identificar investimentos de R$15 milhões em 2006
Neste caso, teríamos então o seguinte fluxo de caixa:
1) Fluxo de caixa operacional:Lucro líquido 2.321+ Estorno da depreciação 5.500+/- Variação nas contas de capital de giro (1.052)
Sub-total: 6.7692) Fluxo de caixa dos investimentos:
- Aquisição de ativos (15.000)3) Fluxo de caixa dos financiamentos:
+ Recebimento de novos financiamentos ???- Pagamento de financiamentos existentes ???- Pagamento de dividendos ???
� Os principais itens do fluxo dos financiamentos são:
Recebimento de novos financiamentos
Pagamento de financiamentos existentes
Pagamento de dividendos
• Os novos financiamentos podem ser projetados como um percentual dos investimentos
• Suponha que, em média, a empresa do exemplo consiga financiar 70% dos seus investimentos
• Nesse caso, os recebimentos de novos financiamentos em 2006 seriam de:
0,70 x R$15 milhões = R$10.500
� Digamos ainda que a empresa tenha que pagar em 2006:
• R$8,0 milhões referente ao repagamento do principal de financiamentos antigos
• R$580 mil referente a pagamento de dividendos aos acionistas
O fluxo de caixa final ficaria então da seguinte forma:
1) Fluxo de caixa operacional:Lucro líquido 2.321+ Estorno da depreciação 5.500+/- Variação nas contas de capital de giro (1.052)
Sub-total: 6.7692) Fluxo de caixa dos investimentos:
- Aquisição de ativos (15.000)3) Fluxo de caixa dos financiamentos:
+ Recebimento de novos financiamentos 10.500- Pagamento de financiamentos existentes (8.000)- Pagamento de dividendos (580)
Sub-total: 1.920
Geração (Consumo) de Caixa no Ano (6.311)
Fechamento do Fluxo de Caixa: Saldo Inicial e Saldo Final
� Para encontrar o saldo final de caixa de cada ano, é necessário somar a geração (ou consumo) de caixa do ano projetado ao saldo de caixa inicial
� Suponha que no início de 2006 a empresa tivesse R$7,0 milhões de saldo inicial de caixa, conforme informação do seu balanço
� Neste caso, teríamos então a seguinte apuração do saldo final de caixa em 2006 (em R$ mil):
Saldo de caixa no início de 2006 7.000
Consumo de caixa projetado para 2006 (6.311)
Saldo de caixa no final de 2006 689
Vínculo entre Fluxo de Caixa e Balanço Patrimonial
• O saldo de caixa inicial pode ser encontrado no Balanço Patrimonial da empresa
• A demonstração de fluxo de caixa relaciona o Balanço Patrimonial do início do período ao Balanço Patrimonial do final do período
• O aumento (redução) do caixa ao longo do ano deve ser equivalente à diferença entre os saldos de caixa do Balanço Patrimonial no início e no final do ano projetado
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa e bancos 689
Realizável a Lgo Prazo Exigível a Lgo Prazo
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
ATIVO PASSIVO + PATR. LÍQUIDO
Balanço Patrimonial - 31/12/2006
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa e bancos 7.000
Realizável a Lgo Prazo Exigível a Lgo Prazo
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Balanço Patrimonial - 31/12/2005
ATIVO PASSIVO + PATR. LÍQUIDO
• Vínculo entre Fluxo de Caixa e Balanço Patrimonial:
Variação do caixa = Fluxo de Caixa
Projetado