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Prtica de Ensino Supervisionada em Ensino de Ingls e de Espanhol no Ensino Bsico
Maria Jos Cristvo Lopes Minhoto
Relatrio de Estgio apresentado Escola Superior de Educao de Bragana para obteno do Grau de Mestre em Ensino de Ingls e de Espanhol no Ensino Bsico.
Orientado por:
Francisco Mrio da Rocha
Nelson Lus de Castro Parra
Bragana
2013
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H momentos difceis na vida.
Grandes ou pequenas, as dificuldades
Podem ser decisivas.
Somente a firme determinao
De enfrentar as adversidades
Leva o indivduo a venc-las verdadeiramente.
Nessas horas cruciais,
Jamais hesite o mnimo.
Daisaku Ikeda
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ii
Agradecimentos
Aqueles que passam por ns, no vo ss, no nos deixam ss.
Deixam um pouco de si, levam um pouco de ns.
Antoine de Saint- Exupry
Esta caminhada de pesquisa foi uma etapa rdua mas tornou-se num grande desafio.
importante referir que nenhum projeto concretizado sem esforo e empenho e de forma
fcil.
Durante este percurso de trabalho e pesquisa aprendi que o presente relatrio a
extenso de um pouco da vida do prprio autor. Neste caso para que o nosso trabalho seja
valorizado, temos que criar o nosso prprio valor e valorizar o nosso semelhante. Desta forma
agradeo a todas as pessoas que me apoiaram, me incentivaram e me ajudaram a criar algo de
valor para mim.
Em primeiro lugar gostaria de agradecer aos meus orientadores, Prof. Mrio Rocha e
Prof. Nelson Parra, pelos seus ensinamentos e os seus preciosos conselhos.
Manifesto a minha sincera gratido a todos os professores que, direta ou
indiretamente, me ajudaram e me souberam ouvir em alguns momentos de desnimo.
Quero tambm manifestar um agradecimento muito especial Paula e Alda, que
foram um pilar e companheiras de trabalho, que muito me encorajaram para eu poder levar o
meu trabalho a bom porto, e a uma amiga especial que, ao longo de toda a minha vida
acadmica, sempre esteve presente em todos os momentos.
Por fim, agradeo queles que sempre me apoiaram incondicionalmente, que
souberam respeitar a minha ausncia, embora por vezes com algumas dificuldades. Sei que
apostaram em mim mais do que ningum e partilham comigo a minha alegria: os meus pais,
os meus filhos, Joo Rafael e Rodrigo, e o meu marido.
Esta etapa foi vencida, mas isto ser o incio de muitas outras!
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iii
Lista de Siglas
AECs - Atividades Extra Curriculares
LE - Lngua Estrangeira
ME - Ministrio da Educao
MERCOSUL - Mercado Comum dos Pases da Amrica do Sul
NAFTA - Mercado Comum dos Pases da Amrica do Norte - Tratado Norte-Americano de
Livre Comrcio
NATO - North Atlantic Treaty Organization
NLE - Ncleo de Estudo das Lnguas
ONU - Organizao das Naes Unidas
PTE - Plano Tecnolgico da Educao
QECR - Quadro Europeu Comum de Referncia para as Lnguas
TIC - Tecnologias da Informao e da Comunicao
UNESCO - Organizao das Naes Unidas para a Educao, Cincia e Cultura
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iv
Resumo
O presente trabalho constitui o Relatrio Final da Prtica de Ensino Supervisionada de
Ingls e de Espanhol no Ensino Bsico, apresentado Escola Superior de Educao do
Instituto Superior Politcnico de Bragana, no mbito do Mestrado em Ensino de Ingls e de
Espanhol no Ensino Bsico, e pretende dar conta das prticas de ensino implementadas nos
trs ciclos com o objetivo de demonstrar a eficcia pedaggica da utilizao da multimdia no
ensino das lnguas estrangeiras.
Acredito que a multimdia constitui uma mais valia extraordinria para a
aprendizagem e aquisio de competncias na aula de lnguas estrangeiras. Neste contexto, foi
efetuado um estudo acerca da sua utilizao, tanto de carter terico, como de carter prtico.
Comeo por discutir a importncia da aprendizagem das lnguas estrangeiras e as vantagens
da utilizao da multimdia. Depois, procedo anlise e leitura dos documentos legais que
orientam a prtica pedaggica no ensino portugus para passar anlise e reflexo crtica
sobre as experincias de ensino, centradas no uso da multimdia.
Da reflexo sobre as minhas prticas de ensino, penso poder concluir que a utilizao
da multimdia no ensino foi favorvel ao ensino/aprendizagem das lnguas inglesa e
espanhola nestes ciclos de ensino e que estes meios constituem uma mais valia ao servio dos
professores.
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v
Resumen
El presente trabajo conforma la Memoria del Prcticum en enseanza del ingls y del
espaol en la Educacin Bsica, monografa que va a ser defendida en la Escuela Superior de
Educacin del Instituto Politcnico de Braganza, como trabajo final del Mster en Enseanza
del ingls y del espaol en la Educacin Bsica, y pretende informar sobre las prcticas de
enseanza tutorizada realizadas en los tres ciclos de la Educacin Bsica. El objetivo de este
trabajo es de demostrar la eficacia pedaggica de la utilizacin de materiales multimedia en la
enseanza de lenguas extranjeras.
Creo firmemente que las tecnologas y materiales multimedia suponen una valiosa
herramienta para el aprendizaje y adquisicin de competencias en la clase de lenguas
extranjeras. Con este propsito, llevamos a cabo un estudio sobre su utilizacin, tanto desde el
punto de vista terico como prctico. En la primera parte de la Memoria se teoriza acerca de
la importancia del aprendizaje de lenguas extranjeras y se exponen las ventajas del recurso a
los elementos multimedia. A continuacin, se procede al anlisis y lectura de los documentos
legales que orientan la prctica pedaggica en la enseanza del portugus y, posteriormente,
se dedica un apartado al anlisis y reflexin crtica sobre las experiencias de enseanza,
centradas en el uso de los multimedia.
Aplicando esta reflexin a mis prcticas concretas de enseanza, puedo afirmar que la
utilizacin de elementos multimedia en la enseanza, ha sido favorable a la adquisicin de
contenidos, es decir, al aprendizaje de las lenguas inglesa y espaola en los ciclos educativos
en los que he realizado mis prcticas, de lo que se concluye que estos medios son una eficaz
herramienta al servicio de los profesores.
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vi
Abstract
This work constitutes the Final Report of the Supervised Teaching Practice of English and
Spanish in the Basic School, presented to the School of Education of the Polytechnic Institute
of Bragana, in the framework of the Master in Teaching English and Spanish in the Basic
School and it is intended to show the teaching practices implemented in the three educational
cycles in order to demonstrate the pedagogical effectiveness of the use of multimedia in the
teaching of foreign languages.
I believe multimedia constitute an extraordinary added value for the learning and acquisition
of skills in the foreign language classroom. In this context, a study was made about its use,
both theoretical and practical. I begin by discussing the importance of learning foreign
languages and the advantages of the use of multimedia. Then, I proceed to the analysis and
discussion of the legal documents that guide the pedagogical practice in the Portuguese
Educational System and then I continue with the analysis and critical reflection on the
educational experiences, based on the use of multimedia.
When I reflect on my teaching practices, I think I can conclude that the use of multimedia in
teaching is favourable to the teaching and learning of English and Spanish languages in these
educational cycles and that these resources are an added value to the service of teachers.
-
vii
ndice
Lista de Siglas ........................................................................................................................... iii
Resumo ...................................................................................................................................... iv
Resumen ..................................................................................................................................... v
Abstract ..................................................................................................................................... vi
ndice ........................................................................................................................................ vii
ndice de grficos .................................................................................................................... viii
ndice de quadros .................................................................................................................... viii
INTRODUO ......................................................................................................................... 1
1 - ENQUADRAMENTO TERICO........................................................................................ 3
1.1 - A importncia do ensino/aprendizagem das Lnguas Estrangeiras ................................ 3
1.2 - A tecnologia e a multimdia no Ensino ......................................................................... 6
1.2.1 - As tecnologias nas Escolas Portuguesas ................................................................. 6
1.2.2 - Multimdia no ensino das lnguas estrangeiras ...................................................... 9
1.3 - Abordagem Comunicativa ........................................................................................... 12
1.4 - Os programas de Ingls e de Espanhol nos diferentes ciclos do Ensino Bsico .......... 15
1.4.1 - Anlise do programa de iniciao Lngua Espanhola ........................................ 16
1.4.3 - O programa de Ingls para o 3.ciclo do ensino bsico ........................................ 19
1.4.4 - O programa de Espanhol para o 3ciclo do ensino bsico .................................... 20
2 - AS PRTICAS DE ENSINO E ANLISES CRTICAS .................................................. 23
2.1 - Contextualizao .......................................................................................................... 23
2.1.1 - As escolas das prticas de ensino .......................................................................... 23
2.1.2 - As turmas e a calendarizao das aulas ................................................................ 24
2.2 - Descrio das aulas implementadas e anlise crtica ................................................... 29
2.2.1 - A prtica de ensino do Espanhol no 1. Ciclo ....................................................... 29
2.2.2 - A prtica de ensino do Espanhol no 2. Ciclo ....................................................... 35
2.2.3 - A prtica de ensino do Espanhol no 3. Ciclo ....................................................... 40
2.2.4 - A prtica de ensino do Ingls no 3. Ciclo ............................................................ 44
-
viii
2.3 - Reflexo Final .............................................................................................................. 49
CONCLUSO ......................................................................................................................... 51
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 54
Bibliografia geral..53
Documentos e diplomas legais ............................................................................................. 56
Sitografia .............................................................................................................................. 58
APNDICES ............................................................................................................................ 59
ndice de grficos
Grfico 1 - Distribuio por gnero dos alunos do 8. B de Espanhol ..................................... 25
Grfico 2 - Distribuio por idade dos alunos .......................................................................... 25
Grfico 3 - Distribuio por gnero dos alunos que frequentaram o clube de Espanhol ........ 26
Grfico 4 - Distribuio por idade dos alunos .......................................................................... 26
Grfico 5 - Nmero de alunos da turma do Colgio ................................................................ 27
Grfico 6 - Percentagem do nmero de alunos da turma do 8. B de Ingls ............................ 27
Grfico 7 - Distribuio por idade dos alunos do 8. B - Ingls ............................................... 28
Grfico 8 - Resultados obtidos no teste de avaliao sumativa no 8. B - Espanhol ............... 43
Grfico 9 Nveis obtidos no teste de avaliao sumativa no 8.B - Espanhol ....................... 44
Grfico 10 - Resultados obtidos no teste de avaliao sumativa no 8. B - Ingls .................. 48
Grfico 11 - Nveis obtidos no teste de avaliao sumativa no 8. B- Ingls ......................... 48
ndice de quadros
Quadro 1 - Plano Tecnolgico da Educao (PTE) - Ministrio da Educao 2009 ................. 7
Quadro 2 - Cronograma da Formao de Professores ................................................................ 9
Quadro 3 - Calendarizao e Planificao Espanhol 1. Ciclo .............................................. 30
Quadro 4 - Calendarizao e Planificao Espanhol 2. Ciclo .............................................. 36
Quadro 5 - Calendarizao e Planificao Espanhol 3. Ciclo .............................................. 40
Quadro 6 - Calendarizao e Planificao Ingls 3. Ciclo ................................................... 44
-
Introduo
1
INTRODUO
Talvez no tenha conseguido fazer o melhor. Mas lutei para que o melhor fosse feito. No sou o que
deveria ser, mas Graas a Deus, no sou o que era antes. (Marthin Luther King)
Encontramo-nos atualmente num mundo em constante mudana onde as novas
tecnologias e a multimdia so parte integrante das diversas reas de conhecimento. A era da
tecnologia e da informao apresenta muitas potencialidades que podem ser aproveitadas nos
domnios educativo, social e pessoal. A sua utilizao em contexto educativo representa um
verdadeiro desafio para todos os professores. Enfrentar, com sucesso, este desafio permite
oferecer aos alunos uma educao mais moderna e significativa e o contacto com experincias
de aprendizagem mais enriquecedoras e simultaneamente promover a modernizao da
educao atravs de novas metodologias.
As oportunidades que qualquer professor tem para variar os processos de ensino e de
aprendizagem so mais amplas do que h alguns anos. Com a ajuda da multimdia, o
professor tem sua disposio possibilidades de motivar os alunos para uma aprendizagem
autnoma e motivadora.
No ensino das lnguas, a multimdia tem muita potencialidade para ser utilizada em
sala de aula, possibilitando uma multiplicidade de sons e imagens disponveis e permitindo a
estimulao e interao dos alunos, numa atmosfera descontrado e motivador.
Consciente das potencialidades acima referidas, procurei utilizar, na minha prtica de
ensino, material didtico multimdia para dinamizar as aulas, melhor interagir com os alunos
e potenciar as suas aprendizagens. Como diz Huertas:
"...existe interaccin cuando se establece comunicacin entre el hombre y la mquina, entre el
usuario y el instrumento tcnico (...) La interaccin es uno de los requisitos bsicos del
aprendizaje y puede ser potenciada utilizando la tecnologa multimedia que permite al alumno
indagar y explorar a la medida de sus necesidades e intereses. El alumno, a travs de esta
tecnologa, adquiere el convencimento y la sensacin de estar buscando y encontrando una parte
muy importante de los conocimientos que necesita para su informacin o aprendizaje" (Huertas,
1994:56).
O material didtico baseado na multimdia, utilizado no ensino de lnguas nos
diferentes nveis de ensino, ativa o ambiente da sala de aula de uma forma dinmica e criativa,
transmitindo uma linguagem mais vibrante e colorida. Este material mobiliza a iniciativa das
aprendizagens dos alunos, criando nestes mais possibilidades de descobrir, pensar e cooperar
-
Introduo
2
ativamente na sua aprendizagem. Isto est de acordo com a ideia de Piaget, citado por Valente
e Almeida (1999), quando ele notou que:
a compreenso fruto da qualidade da interao entre a criana e o objeto () refletir sobre os
resultados obtidos e ser desafiada, com situaes novas, maior a chance de ela estar atenta
para os conceitos envolvidos e, assim, alcanar o nvel de compreenso conceitualizada
(Valente & Almeida, 1999:38-39).
O presente relatrio est dividido em duas partes principais. A primeira parte consta de
uma fundamentao terica onde se explora a importncia do ensino e aprendizagem das
lnguas estrangeiras e da tecnologia no ensino, focalizando em particular a importncia da
multimdia. So ainda exploradas as potencialidades da abordagem comunicativa e analisados
os programas de Ingls e de Espanhol a partir dos quais se concretizou a prtica pedaggica.
A segunda parte deste relatrio diz respeito s prticas de ensino. Esta parte
subdividida em contextualizao, escolas das prticas de ensino, turmas e calendarizao das
aulas. Faz-se, tambm aqui, a descrio das aulas implementadas e a sua anlise crtica.
O relatrio termina com uma breve reflexo final onde se d conta da contribuio da
multimdia para a aprendizagem dos alunos.
-
Enquadramento Terico
3
1 - ENQUADRAMENTO TERICO
The ability to communicate in a language other than ones own
enables students to grow academically and personally
California Department of Education
June 15, 2009
1.1 - A importncia do ensino/aprendizagem das Lnguas Estrangeiras
A aprendizagem de uma Lngua Estrangeira (LE) indispensvel para a compreenso
de uma diversidade cultural orientada por princpios que, possivelmente, sero dspares do
meio social do cidado que a est a aprender e tambm tem um papel importante na sua
formao como pessoa.
Estando ns atualmente inseridos numa sociedade global que necessita de possuir
meios para comunicar, a aprendizagem de uma lngua um meio que os jovens necessitam
para se movimentar num universo cada vez mais rigoroso. Esta sociedade encontra-se cada
vez mais direcionada para o futuro e para isso necessrio ampliar horizontes o que pode ser
conseguido, pelo menos em parte, estimulando os jovens para a aprendizagem das lnguas
estrangeiras.
Como tal, as lnguas constituem a soluo necessria para interagirmos com as
diferentes sociedades, irmos aos encontro das suas diferenas e semelhanas, partilharmos
experincias e oportunidades. Assim, a aprendizagem das lnguas tornou-se necessria, numa
Europa cada vez mais interdependente. No dia 26 de setembro, comemora-se o Dia Europeu
das Lnguas, esta celebrao assenta num pressuposto de que a multiplicidade lingustica
um dos pontos fortes da Europa e que a aprendizagem das lnguas ajuda a fortalecer a
tolerncia e o entendimento recproco entre os diferentes pases. No caso do Ingls, esta uma
lngua oficial em mais de 55 pases do mundo e de organizaes importantes como a
Organizao das Naes Unidas (ONU). Este idioma a lngua oficial para cerca de 400
milhes de pessoas e a segunda lngua para cerca de 1 bilio de pessoas.
No sculo XX verificou-se um grande crescimento do nmero de falantes da lngua
inglesa devido ao desenvolvimento poltico e econmico dos Estados Unidos como consta em
documento proveniente da North Atlantic Treaty Organization (NATO).
-
Enquadramento Terico
4
De acordo com o publicado por Garrido1 em 2001, o Espanhol considerada a
segunda lngua mais falada no Ocidente, tal como nos Estados Unidos, pois falada por cerca
de 300 milhes de pessoas. Os fatores poltico e econmico so tambm uma das causas da
crescente importncia deste idioma, j que o Mercado Comum dos Pases da Amrica do
Norte - Tratado Norte-Americano de Livre Comrcio (NAFTA) - e o Mercado Comum dos
Pases da Amrica do Sul (MERCOSUL) tiveram uma forte influncia na propagao da
Lngua Espanhola.
Na Europa, o Espanhol caminha ao lado do Ingls como lngua oficial, relativamente
aos acordos comerciais e econmicos, fazendo assim crescer o nmero de falantes desta
lngua.
Os 146 pases que fazem parte da Organizao da Naes Unidas para a Educao,
Cincia e Cultura (UNESCO) colaboram para a formao de professores e contribuem para a
construo de escolas e ddiva de equipamento essencial para o seu funcionamento, alm de
impulsionar atividades culturais para as coletividades valorizarem seu patrimnio cultural
atravs da proteo das entidades culturais e tradies em 2005, apelaram, numa conveno
internacional, para o valor do plurilinguismo, realando a necessidade de conhecer vrias
lnguas, para poder certificar uma maior variedade cultural no mundo.
Conforme o referido na pgina web da Unio Europeia2, a poltica lingustica desta
organizao preconiza que cada cidado Europeu aprenda pelo menos duas lnguas para alm
da lngua materna. Tambm a Lei de Bases do Sistema Educativo Portugus prev que a
aprendizagem da lngua estrangeira, juntamente com a lngua materna, seja direito de todo
cidado. No ano letivo de 2001/2002, o Ministrio da Educao promoveu a Reorganizao
Curricular do Ensino Bsico, concretizada pelos Decretos-Lei n. 6/2001, de 18 de janeiro, e o
n. 209/2002, de 17 de outubro, em que focado, para alm das aprendizagens das lnguas, a
incluso no currculo, com carter transversal, da utilizao das tecnologias de informao e
comunicao (TIC). Esta transversalidade pressupe que todas as disciplinas, incluindo as
lnguas estrangeiras, devero servir-se das TIC para trabalhar os contedos e desenvolver as
competncias previstas.
Esta aprendizagem vai, sem dvida, auxiliar a polivalncia profissional abrindo novas
oportunidades no mercado de trabalho global. Enquanto na Europa, as escolas bsicas e
1 Svetlana Guerreiro Chaves Garrido professora de Lngua Espanhola do Centro de Lnguas Vivas da Universidade Catlica de Gois, desde
1998. 2 http://ec.europa.eu/languages/languages-of-europe/index_pt.htm
-
Enquadramento Terico
5
secundrias lecionam trs ou mais lnguas estrangeiras, em Portugal isso no acontece pois,
no segundo e terceiro ciclo, apenas so lecionadas duas. A agravar a situao existem alguns
rumores de que vai ser suprimida a segunda lngua estrangeira obrigatria a nvel do terceiro
ciclo do ensino bsico. Perante tal facto, s podemos concluir que estamos em retrocesso
educacional e os nossos alunos ficam a perder em relao aos do resto da Europa.
Ter contacto com uma nova lngua facultar ao aluno uma maior proximidade com as
diversas culturas de diferentes pases, obter informao sobre os vrios grupos sociais, o que
vai permitir que o aluno se desenvolva como cidado da Europa e como cidado do mundo.
Como professores, ao colaborarmos no ensinamento dos conceitos culturais da lngua
em causa, envolvemos o aluno na realizao de tarefas que o levaro a pensar acerca das
diferenas e semelhanas entre a sua cultura e a cultura dos outros, integrando no processo, as
suas vivncias e indo ao encontro de contexto da LE.
Assim, importante que o professor coloque o aluno perante diversas situaes de
aprendizagem para que este tome conhecimento acerca da riqueza cultural e das distintas
nuances lingusticas, culturais e sociais, caractersticas das diferentes nacionalidades e
culturas, neste caso da Espanhola e da Inglesa. Estas aprendizagens so fonte de
enriquecimento quer a nvel educativo, quer a nvel pessoal e o objetivo do professor de LE
fazer com que seus alunos adquiram as competncias essenciais na comunicao.
O Currculo Nacional do Ensino Bsico define, entre outras, as competncias o
Compreender Ouvir/Ver textos orais e audiovisuais da natureza diversificada adequados
ao desenvolvimento intelectual, scio afetivo e lingustico do aluno, e o Interagir
Ouvir/Falar em situaes de comunicao diversificadas.
Richard e Rogers (1986) referem que o aluno pode estar apto a comunicar quando
alcanar informao relativamente ao funcionamento da lngua, sua funcionalidade no que
respeita s expresses lingusticas.
No entanto existem competncias, na aprendizagem e no uso de uma lngua
estrangeira, que ultrapassam o conhecimento gramatical e lexical. Todo esse conjunto de
competncias chamado de competncia comunicativa. A nvel do ensino das lnguas
estrangeiras existem controvrsias sobre esta competncia. Segundo Canale (1996) a
competncia comunicativa constituda com uma base elementar, focando inicialmente a
competncia gramatical em que o conhecimento se baseia nas regras morfolgicas, na sintaxe,
no lxico, na semntica e na morfologia; de seguida vai fazer aluso competncia
sociolingustica em que o conhecimento sociocultural se encontra implcito, tal como a
utilizao de regras coerentes acerca do discurso; a competncia estratgica, que engloba a
-
Enquadramento Terico
6
comunicao verbal e no-verbal. A competncia comunicativa vai tornar-se mais coesa
atravs da juno destas competncias.
No entanto, segundo Savignon (1987), a competncia comunicativa complementa a
competncia gramatical, ou seja, existe uma interao entre o emissor e o recetor, que por sua
vez analisa e expressa vrios significados em diferentes situaes.
O meu entendimento da competncia comunicativa aproxima-se mais da perspetiva
defendida por Canale pois considero que a aprendizagem tem de comear pelo
desenvolvimento da competncia gramatical que servir de alicerce s restantes competncias
nomeadamente a sociolingustica.
O professor da LE tem um papel facilitador no desenvolvimento da competncia
comunicativa atravs de uma abordagem ativa e de uma vasta seleo de materiais, ao facultar
situaes de aprendizagem que impulsionem a autonomia dos seus alunos.
Os materiais selecionados de compreenso oral (udio e vdeo) apresentados devem
ser de nvel de dificuldade superior ao nvel dos alunos, de forma a desenvolver a
compreenso comunicativa. Cabe ao professor a responsabilidade de motivar os alunos
escolhendo os materiais e situaes verdicas do quotidiano, com as quais os alunos se
identifiquem e as reconheam. Assim, este deve proporcionar-lhes um ambiente agradvel,
onde se explorem estes materiais.
Neste contexto, espera-se que os resultados obtidos vo ao encontro das expetativas dos
intervenientes no processo.
la abundncia de recursos no implica que todos ellos sean adecuados para su empleo en la
clase de espaol. Los profesores adems de elaborar sus materiales didticos para distribuirlos a
sus alumnos por la red, deben tener instrumentos o cierta unidade de critrios para seleccionar
criticamente los ya existentes (Cruz Moya, 2001:453).
Tendo em conta a minha realidade pessoal e os programas em vigor das disciplinas em
causa, constato a necessidade de utilizao de uma multiplicidade de materiais entre os quais
se incluem os materiais multimdia.
1.2 - A tecnologia e a multimdia no Ensino
1.2.1 - As tecnologias nas Escolas Portuguesas
Atualmente, a nossa sociedade regida por meios tecnolgicos, projetando grande
quantidade de informao, provocando alteraes na maneira de ser, de pensar e de agir, do
individuo, o que permite, de uma maneira crtica, fazer uma nova leitura do mundo em que
-
Enquadramento Terico
7
vivemos. Podemos dizer que estamos imersos na "era digital", ou tambm chamada
"sociedade da informao".
A rede mundial de computadores3 possibilita o acesso a qualquer tipo de informao
em qualquer parte do mundo num curto espao de tempo.
A escola, onde se complementa a educao do aluno e se orienta para uma vida social
e ativa, deve adaptar-se a esse novo mundo, buscando uma nova viso, projetando novas
metas e objetivos que vo ao encontro das necessidades dos alunos. Assim, esta levada a
oferecer, de forma satisfatria, as exigncias de uma modernidade multimdia que faz parte
dos nossos dias. Estando ns perante um mundo em constante progresso, no que respeita ao
desenvolvimento tecnolgico, fundamental que a escola responda, de forma eficaz, a este
avano.
Com o aparecimento das novas tecnologias nas escolas portuguesas, na dcada de
1990, traou-se um caminho mais frutfero, tanto para os professores como para os alunos.
Contudo, foi necessrio habituar uma grande parte dos professores ao uso correto da
multimdia ao dispor e posterior utilizao com sucesso no contexto de sala de aula.
Posteriormente surge um reforo positivo no que respeita s tecnologias, com a
aprovao pelo Governo, em Setembro de 2007 do Plano Tecnolgico da Educao (PTE).
Este considerado o maior programa de modernizao Tecnolgica das Escolas Portuguesas.
Este plano visa disponibilizar contedos e servios tecnolgicos, ficando estes
disposio de professores e alunos, reforando-lhes as suas competncias. Tambm seu
intuito desenvolver nas escolas portuguesas espaos de interatividade, em que existe uma
preocupao em preparar os nossos jovens para uma sociedade sem constrangimentos, onde o
foco de interesse ser o conhecimento.
O PTE tinha como objetivo atualizar as escolas com as novas tecnologias at 2010,
como se pode verificar no seguinte quadro:
Quadro 1 - Plano Tecnolgico da Educao (PTE) - Ministrio da Educao 2009
3 (World Wide Web-WWW)
-
Enquadramento Terico
8
O Dr. Rui Grilo 4, exps em Novembro de 2005 ao Conselho Consultivo do Plano
Tecnolgico, a que viria a ser considerada uma das mais importantes iniciativas deste plano.
Trata-se da e-iniciativas: o e-escolas, o e-oportunidades e o e-professores,
em que o objetivo principal que toda a comunidade escolar, alguns milhares de pessoas,
tenham acesso a um computador e a uma ligao internet. Uma das iniciativas com maior
impacto foi o programa e-escolinha, que disponibilizou aos alunos do 1. ciclo do ensino
bsico pblico e privado o computador Magalhes. importante referir que este computador
um timo instrumento de trabalho, disponvel para professores e alunos, para que estes
possam desenvolver competncias nas diferentes disciplinas, torna disponvel uma maior
diversidade de materiais de trabalho e tambm das diferentes formas de comunicar e de travar
conhecimentos.
Em toda a Unio Europeia, esta proposta considerada a mais motivadora no que
respeita ao acesso informao, sendo inicialmente privilegiados os professores do Ensino
Bsico e Secundrio, os alunos do 10. ano e os que frequentam as Novas Oportunidades e
posteriormente alargada aos restantes nveis de ensino.
Tambm a utilizao/aprendizagem das Novas Tecnologias a nvel do 1. ciclo foi
privilegiada, sendo estas definidas como instrumentos de apoio gesto, do currculo [...]
disponibilizadas para serem utilizadas voluntria e livremente pelos professores desejando-se
que o seu uso efetivo decorra do reconhecimento da sua utilidade prtica por parte dos
professores, dos alunos e das famlias (ME, 2010:64).
Coloca-se ento a seguinte questo: Como que o Governo, no mbito do Plano
Tecnolgico, pode contribuir para o sucesso dos alunos? A resposta a esta questo sugerida
pelo prprio plano Tecnolgico, implica a interveno em diferentes reas,nomeadamente:
- equipar todas as escolas com meios tecnolgicos que lhe permitam ter acesso Internet,
estimulando a sua utilizao e proporcionando a professores e alunos computadores com
banda larga atravs das e-iniciativas e equipando as escolas com quadros interativos;
- dotar os professores de competncias TIC e/ou certificar as competncias j existentes.
A rea de formao de professores foi legislada atravs da Portaria n. 731/2009, de 7
de Julho, e do Plano de Competncias TIC. Este diploma cria condies normativas para a
execuo do programa de formao e de certificao de competncias TIC para docentes. Os
objetivos deste programa so:
4 Chefe do Gabinete do Coordenador Nacional da Estratgia Lisboa e do Plano Tecnolgico, em parceria com o
Ministrio da Educao, primeiro atravs da Equipa de Misso CRIE e posteriormente ligado Direco-Geral
de Inovao e de Desenvolvimento Curricular.
-
Enquadramento Terico
9
a) Promover a generalizao das competncias digitais e das competncias pedaggicas com o
recurso s TIC dos docentes, com vista generalizao de prticas de ensino mais inovadoras e
melhoria das aprendizagens;
b) Disponibilizar aos docentes um esquema articulado e coerente de formao TIC, modular,
sequencial, disciplinarmente orientado, facilmente integrvel no percurso formativo de cada
docente e baseado num referencial de competncias em TIC inovador, inspirado nas melhores
prticas internacionais;
c) Reconhecer aos docentes competncias TIC adquiridas fora do quadro jurdico da formao
contnua de professores (ME, 2009).
O quadro n. 2 mostra a previso da formao que seria dada aos professores:
Quadro 2 - Cronograma da Formao de Professores.
Devido atual conjuntura econmica, apenas foi cumprido o 1. ano deste plano, o que
significa que apenas 30% dos docentes receberam formao. Esta interrupo do programa de
formao ter consequncias na concretizao dos objetivos do PTE que seria importante
serem avaliados. De qualquer forma, a interrupo da formao ir refletir-se negativamente
na forma como os professores usam a tecnologia na sala de aula.
1.2.2 - Multimdia no ensino das lnguas estrangeiras
Segundo (Chapman & Chapman, 2000), citados por Ribeiro (2004), multimdia a
combinao, controlada por computador, de pelo menos um tipo de mdia esttico (texto,
fotografia, grfico), com pelo menos um tipo de mdia dinmico (vdeo, udio, animao).
ento o conjunto de: - Som (voz humana, msica, efeitos especiais);- Fotografia (imagem
esttica); -Vdeo (imagens em pleno movimento); - Animao (desenho animado); - Grficos;
- Textos (incluindo nmeros, tabelas, etc.). Ser esta a definio de multimdia adotada no
mbito deste trabalho.
De acordo com a definio apresentada, h vrios recursos utilizados nas aulas de
lngua estrangeira que podem ser considerados multimdia como o PowerPoint, por exemplo.
O professor pode criar uma apresentao em PowerPoint com udio e animao para tornar os
contedos a ser lecionados mais atrativos e motivadores.
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Enquadramento Terico
10
Tambm a visualizao de um vdeo com movimento e animao pode cativar mais a
ateno do aluno. Em suma, ao fazer a apresentao atravs da multimdia o professor pode
fazer a sntese do que realmente importante e do que os alunos precisam aprender.
Se o professor pretender introduzir as estaes do ano, pode apresentar um vdeo
apresentando diferenas climatricas de uma regio, com imagens e sons mostrando a neve no
inverno, locais que se vo transformando at chegada da primavera, por exemplo. Esta
atividade pode ficar completa com a recolha de imagens feitas pelos alunos e posteriormente
apresentadas em sala de aula, fazendo uso da projeo atravs do computador.
Porm, durante muitos anos, o ensino das LE esteve aliado a um mecanismo bastante
primitivo em que os nicos recursos utilizados eram o quadro negro, giz e o manual escolar,
alheando-se de qualquer tipo de tecnologia, mesmo quando ela j estava disponvel nas
Escolas.
A referncia de Paiva (2008) muito elucidativa nesse sentido:
Quando surge uma nova tecnologia, a primeira atitude a de desconfiana e de rejeio. Aos
poucos, a tecnologia comea a fazer parte das atividades sociais da linguagem e a escola acaba
por incorpor-la em suas prticas pedaggicas. Aps a insero, vem o estgio da normalizao,
definido por Chambers e Bax (2006:465) como um estado em que a tecnologia se integra de tal
forma s prticas pedaggicas que deixa de ser vista como cura milagrosa ou como algo a ser
temido (Paiva, 2008:1).
Observam-se, inicialmente, sentimentos de dvida e reprovao por parte dos
professores, demonstrando uma atitude bastante insegura, mas gradualmente comeam a levar
os novos recursos para a sala de aula, inserindo-os nas suas prticas pedaggicas.
Posteriormente, verifica-se uma integrao efetiva entre a tecnologia e as prticas
pedaggicas, de forma instintiva, que no mais provoca sentimentos de desconfiana ou
rejeio por parte de professores e alunos.
Neste sentido, Bax acredita que os computadores ainda vo integrar a sala de aula como
a caneta e o manual escolar e sero usados sem receio. Ele descreve as adaptaes do sistema
de ensino da seguinte forma:
1. Adeptos Iniciais. Poucos professores e escolas adotam a tecnologia por curiosidade;
2. Ignorncia/Ceticismo. A maioria das pessoas continua ctica, ou desconhecem a sua
existncia;
3. Tentam uma vez. As pessoas experimentam mas rejeitam por causa de problemas iniciais
Bax ,2003:24).
importante referir que a multimdia no mais do que uma ferramenta de
ensino/aprendizagem que pode ser usada nas prticas pedaggicas centralizadas no aluno ou
podem ajudar a ampliar o mtodo tradicional de transmisso de conhecimentos. Citando
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Enquadramento Terico
11
Genevive Jacquinot5, a modernidade tecnolgica no automaticamente acompanhada de
uma maior eficcia pedaggica; pelo contrrio, os novos dispositivos tecnolgicos foram
frequentemente acompanhados por uma atualizao de modelos pedaggicos ultrapassados
(Jacquinot, 1997:159).
Durante muitos anos o professor lecionou lnguas sem recorrer a qualquer tipo de
tecnologia ou multimdia. No decorrer dos anos 60, no Reino Unido, comearam a surgir os
primeiros laboratrios de lnguas nas instituies de ensino. O apogeu destes laboratrios foi
atingido nos finais dos anos 60 e 70, mas rapidamente ficaram desatualizados, tendo sido
atribudo o seu fracasso s tecnologias inseridas nesses laboratrios. Mais tarde constatou-se
que o problema no estava nas tecnologias, mas sim na falta de formao e imaginao que os
professores tinham para usar estes recursos, como refere Ely (1984)6. Este fracasso vem
confirmar que a eficcia de uma tecnologia no deriva da tecnologia em si mas da forma
como usada enquanto recurso pedaggico.
Mas podemos lanar a questo: Porque que os professores de lnguas estrangeiras
devem interessar-se pelo uso da multimdia?
A multimdia um dos recursos educacionais que possibilita a construo do
conhecimento de um modo interativo, ajustando animaes, sons, textos, grficos e imagens.
Nesta perspetiva, importante que o professor adquira conhecimentos das suas
potencialidades para poder proporcionar aos seus alunos um amplo espao para a
aprendizagem e produo de atividades. Desta forma, o professor vai possibilitar aos seus
alunos uma maior amplitude relativamente ao tema em estudo, podendo estes controlar o seu
ritmo de trabalho e ao mesmo tempo estimular a organizao do seu conhecimento, de modo a
obter uma viso mais alargada do tema em estudo.
Seymour Papert (1990)7, citado por Nogueira (1994:sp), refere que O melhor ensino
no surgir a partir de melhores meios para o professor instruir, mas dando ao estudante
melhores oportunidades para construir.
Ao contrrio dos sistemas lineares de organizao, a grande vantagem na utilizao dos
multimdia a aptido que tem o aluno em folhear os diferentes documentos e navegar
entre os vrios componentes da rede. Utilizando as ligaes da multimdia, podemos
configurar o nosso conhecimento num conjunto coeso de ideias para melhor representar a
realidade.
5 Professor de Cincias da Educao na Universidade de Paris
6 Professor e Presidente e Diretor Associado, Informao e tecnolgico Syracuse University.
7 Nomeado professor emrito da Universidade de Maine e encarado como o maior especialista do mundo sobre
como a tecnologia pode facilitar novas formas de aprender.
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Enquadramento Terico
12
Posso ento salientar que, de entre os recursos educacionais proporcionados pelas novas
tecnologias de comunicao, a multimdia surge como a maneira mais completa de elaborar
as informaes.
O professor deve equipar-se com novas oportunidades de ensino/aprendizagem e
construir com os seus alunos novos caminhos. Este um dos maiores objetivos para se
trabalhar a multimdia na educao em todos os graus de ensino.
En este sentido, algunos materiales visuales van a tener una gran importncia a la hora de
eliminar bloqueos en el aprendiente, crear relaciones afectivas dentro del grupo, potenciar la
integracin de aspectos personales (gustos, interesses, recuerdos), realizar un trabajo
intercultural etc.(Cuadrado 1999:9).
Assim, para que realmente o processo de ensino/aprendizagem acontea, tem que
haver uma interao professor/aluno, contedos lingusticos e indubitavelmente variveis
ambientais nas quais se integra o uso dos recursos multimdia. Assim surge a abordagem
comunicativa e uma maior interao entre o aluno e o professor, e conforme a maneira pela
qual essa interao se d, a aprendizagem do aluno pode ser mais ou menos facilitada e
orientada para uma ou outra direo (Santos, 2001:72).
1.3 - Abordagem Comunicativa
Acquisition requires meaningful interactions in the target language natural communication
in which speakers are concerned not with the form of their utterances but with the messages
they are conveying and understanding. (Stephen Krashen).
No incio dos anos 60, emergiu um movimento denominado Communicative
Language Teaching, tambm chamado Communicative Approach ou Functional
Approach, sendo esta uma verso britnica da abordagem comunicativa. Este movimento
entrou em contradio com o estruturalismo8 e com o behaviorismo.
9Esta abordagem
orientada pela teoria lingustica de Noam Chomsky, pela teoria da psicologia cognitiva de
Piaget e determinada pela progressiva pesquisa de mtodos de ensino de lnguas mais
eficazes, apareceu como uma enorme reao contra o audiolingualismo.10
Segundo Andrade e S (1992), a abordagem comunicativa aparece com o interesse de
procurar abarcar o fenmeno lingustico em toda a sua complexidade comunicativa e
representativa, surgindo a noo de competncia de comunicao. Esta competncia sintetiza
8 Estudo das formas da lngua, de sua estrutura gramatical.
9 Reflexos condicionados ajustados aos procedimentos do aluno.
10Divulga a primazia da oralidade nos seus aspetos de compreenso e produo desprestigiando a escrita e a
leitura.
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Enquadramento Terico
13
e integra a oposio que existe entre o que se inclui na competncia lingustica do falante e
aquilo que est para alm dela.
Esta competncia abarca vrias outras competncias:
-competncia linguista, conhecimento e capacidade de utilizao de elementos fonticos,
lexicais, sintticos, etc., do sistema da lngua;
- Competncia discursiva, uma apropriao de diferentes organizaes discursivas em funo
dos parmetros da situao;
- Competncia referencial, conhecimento do mundo, seus objetos e relaes;
- Competncia pragmtica conhecimento das formas lingustico-enunciativas mais eficazes do
ponto de vista do alcance das intenes comunicativas;
- Competncia sociocultural, conhecimento das regras sociais e das normas de interao entre os
indivduos e ainda das crenas, valores artsticos e morais, leis de hbitos, etc., que constituem o
patrimnio civilizacional e cultural de um povo (Andrade & S, 1992:42).
Esta abordagem enquadra-se num crescente processo de interesses pelas abordagens
humanas em que o aluno visto como sendo o centro desse mesmo processo.
Para desenvolver estas competncias a abordagem comunicativa promove atividades
em que o aluno aprende atravs da realizao de tarefas que vo ao encontro dos seus reais
interesses para que aluno possa usar a lngua alvo em aes autnticas com outros falantes
dessa lngua.
Nunan, citado por Portela (2006), refere cinco caractersticas da abordagem
comunicativa:
. uma nfase no aprender a comunicar-se atravs da interao com a lngua alvo;
a introduo de textos autnticos na situao de aprendizagem;
. a proviso de oportunidades para os alunos, no somente na linguagem mas tambm no
processo de sua aprendizagem;
. uma intensificao das prprias experincias pessoais do aluno como elementos importantes na
contribuio para aprendizagem em sala de aula;
. uma tentativa de ligar aprendizagem da linguagem em sala de aula com a ativao da
linguagem fora da sala de aula (Portela, 2006:53).
Em sntese e de acordo com Brown11
(2001), a Abordagem Comunicativa um
conjunto de princpios e crenas unificado, porm fundamento em amplas bases tericas sobre
a natureza de linguagem e de seu ensino aprendizagem (Brown, 2001:43).
A abordagem comunicativa parte do conhecimento, das experincias, da motivao e
dos aspetos culturais que o aluno transporta para as aprendizagens, estabelecendo objetivos de
aprendizagem para poder comunicar na lngua alvo.
O objetivo principal do ensino baseado neste tipo de abordagem tornar possvel o
desenvolvimento dos quatro skills (ouvir, ler, falar e escrever) e permitir que o aluno
11 H. Douglas Brown, Ph.D., Professor de Ingls da Universidade de San Francisco, onde foi Diretor do
American Language Institute.
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Enquadramento Terico
14
interaja e obtenha a competncia comunicativa na lngua alvo. E ainda que este saiba
apropriar o uso da lngua ao pblico em causa e em diferentes situaes de comunicao bem
como compreenda e produza diferentes tipos de textos.
Assim, segundo Larsen-Freeman (2003) citado por Silva (2011) as principais tcnicas
para desenvolver as capacidades comunicativas so:
- Dramatizao de cenas propostas pelos alunos ou pelo professor;
- Jogos de cartes com pistas para alunos fazerem perguntas autnticas;
- Textos com frases desordenadas para os alunos ordenarem;
- Uso de figuras em sequncia, sugerindo histrias que os alunos tentam prever;
- Uso de material autntico (Silva, 2011:53).
Segundo esta abordagem, a gramtica no o meio apropriado para o ensino de LE,
ainda que em certas ocasies, em sala de aula, seja necessrio patentear a gramtica, para
auxiliar na aprendizagem. Assim as atividades sugeridas por esta abordagem, para uma real
aprendizagem no espao aula, devem ter a integrao das quatro macrocapacidades (listening,
speaking, reading e writing) como elementos essenciais.
H trabalhos desenvolvidos por investigadores do Ncleo de Estudo das Lnguas do
Departamento de Filosofia NLE12
que tm comprovado que a integrao do aluno deve ser
baseada na lngua autntica, quer seja oral ou escrita, e que os alunos devem ser estimulados a
produzir textos, tendo em conta as situaes rotineiras e do quotidiano, como componente
motivadora, tentando incessantemente fomentar a comunicao entre professor/aluno e
aluno/aluno.
Segundo Nunan (1989), a comunicao pode ser vista como um recurso ativo para gerar
significados o que, alm do conhecimento e aprendizagem da lngua, implica tambm
habilidade lingustica,significando que, em termos de aprendizagem, necessrio determinar
o aprender o qu e oaprender como.Os alunos tm que ter a noo das diferentes regras
gramaticais e a capacidade em us-las de forma capaz e adequada para a comunicao
lingustica.Contudo esta abordagem caracteriza-se por estar focada no aluno que est a
aprender uma nova lngua, e por esta razo,o professor no valoriza os erros cometidos pelo
aluno, pois so considerados como um processo natural na aprendizagem. O aluno encontra-
se no meio de todo o sistema, tende a valorizar a sua experincia, participando de forma ativa
nas vrias atividades que lhe so propostas.
Assim, o uso das tarefas comunicativas em sala de aula visto como uma possibilidade
de aperfeioar os princpios que regem a abordagem comunicativa, garantindo ao aluno uma
12 Formado em 1996 pelos alunos do Departamento de Filosofia, da Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias
Humanas da Universidade de So Paulo.
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Enquadramento Terico
15
aprendizagem duradoura e significativa. Neste sentido, Almeida Filho13
(1993) considera que
ser comunicativo :
preocupar-se mais com o prprio aluno enquanto sujeito e agente no processo de formao de
LE. Isso implica menor nfase no ensinar e mais fora para aquilo que abre ao aluno a
possibilidade de se reconhecer nas prticas do que faz sentido para a sua vida do que faz
diferena para o seu futuro como pessoa (Almeida Filho, 1993:42).
O reconhecimento do valor da tarefa em sala de aula est bem patente em Nunan14
(1989) onde a tarefa comunicativa considerada como:
uma parte do trabalho de sala de aula que envolve os alunos na compreenso , manipulao, produo ou interao na lngua alvo enquanto que a ateno est principalmente focalizada no
significado em vez da forma (Nunan, 1989:10)
Como j referi anteriormente, os documentos autnticos e o quotidiano dos alunos tm
um lugar de destaque, principalmente os documentos apresentados em multimdia, pois
apresentam situaes fictcias,mas que vo ao encontro das reais situaes de comunicao.
Assim, tal comunicao acontece quando os alunos so livres para trocarem ideias e
conhecimentos. A utilizao de material real como artigos de jornal e revistas, excertos de
programas de rdio e de televiso, tambm muito importante para que os alunos tenham
acesso lngua em estudo, tal como ela usada pelas pessoas oriundas dos pases onde ela
lngua materna.
Para o desenvolvimento pleno das capacidades comunicativas, os alunos tm de
resolver problemas, fazer dramatizaes, participar em debates, entre outras atividades que
lhes sejam propostas. Podem tambm ser exploradas muitas atividades de dilogo em grupos
de poucos elementos, maximizando desta forma, a utilizao da lngua pelos alunos.
1.4 - Os programas de Ingls e de Espanhol nos diferentes ciclos do Ensino
Bsico
Aps ter feito a fundamentao terica acerca do uso da multimdia no ensino das
lnguas estrangeiras, passo agora a fazer uma breve anlise dos programas.
Proponho-me fazer uma observao crtica no que concerne s identidades e
diversidades entre os ciclos e a sua articulao e, por fim, abordar a questo do uso da
multimdia nestes nveis de ensino.
13 Almeida Filho bacharel e licenciado em Letras pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, ps-
graduado (Especializao) em Lingustica Aplicada pela Universidade de Edimburgo, Esccia, mestre em
Educao em Lngua Estrangeira pela Universidade de Manchester, Inglaterra, e doutor em Lingustica Aplicada
pela Universidade de Georgetown, Washington, D. C. 14
David Nunan, Vice-Presidente de Assuntos Acadmicos na Anaheim University, fundador da Escola de Ps-
Graduao da Universidade de Anaheim Educao e serviu como Presidente de Anaheim University de 2006 a
2008.
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Enquadramento Terico
16
importante mencionar que os programas para as diferentes lnguas so da
responsabilidade do Ministrio da Educao e refletem o cuidado em cumprir pressupostos
determinados pelo Conselho da Europa.
Comeo por fazer uma anlise sumria do programa de Ingls para o 3. ciclo e dos
programas de Espanhol para o 2. e o 3. ciclos do ensino bsico. No feita a anlise dos
programas de Ingls para o 1. e o 2. ciclos, em virtude de ter sido dispensada da realizao
dos estgios nestes ciclos por j ter lecionado a Lngua Inglesa mais de cinco anos no 1. ciclo
e j possuir profissionalizao no 2. ciclo.
Relativamente ao programa de Espanhol para o primeiro ciclo, o Ministrio da
Educao ainda no tem proposta para este programa pois o sistema educativo portugus
somente considera a lngua inglesa a ser lecionada no 1. ciclo, pelo que, para a prtica de
ensino do Espanhol neste ciclo, baseei- me no programa de Ingls para este ciclo.
O sistema de ensino portugus d primazia lngua inglesa no 1. ciclo, mas convm
salientar que a lngua espanhola tambm uma das lnguas mais faladas no mundo, sendo
considerada a segunda lngua de comunicao internacional depois do Ingls, e tambm a
segunda lngua mais estudada, de acordo com o que se verifica nas escolas do nosso pas e de
acordo com o que se tem publicado, nomeadamente no Portal da Educao (Educare.pt) que
refere que a lngua espanhola ganha credibilidade e j a segunda lngua mais falada no
mundo.
A prioridade dada lngua inglesa em detrimento de outras lnguas a nvel global tem a
ver com a sua importncia no mundo da comunicao, do lazer e mesmo nas atividades
laborais para poder atrair o investimento estrangeiro. Tambm a nvel do nosso sistema de
ensino, esta lngua estrangeira tida como prioritria perante todas as outras lnguas em
estudo.
1.4.1 - Anlise do programa de iniciao Lngua Espanhola
O programa de Espanhol a nvel de iniciao entrou em vigor no ano letivo 2011/2012,
nos 5. e 6. anos de escolaridade, tendo sido homologado em 18 de julho de 2008. Como se
trata de um programa de iniciao Lngua Espanhola, este foi usado para planificar as aulas
de Espanhol dos 1. e 2. ciclo, visto serem ambos de iniciao lngua.
Na sua parte introdutria, este programa assenta num pressuposto em que o professor
deve considerar o aluno como um ponto central do processo de ensino/aprendizagem. Este
deve ir ao encontro das suas necessidades e motivaes, deve tambm ter em conta os seus
interesses educativos e pessoais podendo assim favorecer desta forma toda avaliao contnua
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Enquadramento Terico
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do aluno e a planificao das atividades. Tambm o elemento ldico elementar para o xito
na sua aprendizagem, que se deve utilizar nas prticas pedaggicas diferenciadas
(nomeadamente atravs de programas de computador, da Internet, em que o aluno pode
procurar e desenvolver atividades diversas aliadas s lnguas) que vo ao encontro das
necessidades, interesses e ritmos de aprendizagem dos alunos, bem como criam um
impulsionamento comunicativo natural, realando o interesse da abordagem comunicativa.
Assim, o intuito do ensino do Espanhol neste ciclo tende a propiciar a proximidade com
a Lngua Espanhola e com as culturas dos povos hispano-lusos; alargar o conhecimento
lingustico e cultural; fomentar uma perceo de interajuda e proximidade com o outro;
ampliar capacidades cognitivas, aumentar a autoconfiana do aluno, o esprito de iniciativa, o
sentido crtico, o dinamismo, o comprometimento e a autonomia e cooperar para o gosto pela
atualizao inaltervel de saberes, atenta ainda implementar a utilizao dos media e das
novas tecnologias como instrumentos de aprendizagem, de comunicao e de informao
(ME, 2008) e (ME, 1996).
Os objetivos deste programa equivalem ao nvel inicial e elementar do aluno (A1 e A2)
relatados no Quadro Europeu Comum de Referncia para as Lnguas e pretendem orientar o
professor para a elaborao das suas atividades.
Aps a anlise deste programa pude concluir que os seus objetivos vo ao encontro das
aprendizagens desenvolvidas no mbito da comunicao e de acordo com a faixa etrio dos
alunos. A transmisso e assimilao de contedos ajudam o aluno na sua interao
comunicativa.
Aqui, o professor tem o papel de indicar as atividades; expor e decidir os objetivos mais
vantajosos; estabelecer um sistema de avaliao de finalidade mltipla, flexvel, aberta,
dinmica, fcil de usar e no dogmtica.
Ao aluno reservado o papel de: criar a capacidade de avaliar o prprio processo de
aprendizagem; reconhecer o valor da aprendizagem em grupo e da funo que desempenham
os outros alunos, o professor e o prprio aluno; criar a capacidade de planificar de forma
autnoma o trabalho. tambm objetivo do programa dar nfase competncia
comunicativa, havendo um predomnio da expresso oral e compreenso auditiva.
Apresento algumas propostas de tarefas dos 5. e 6. anos para planificao, previstas
pelo Ministrio da Educao.
5. Ano
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Enquadramento Terico
18
Figura 1 - Proposta de Tarefas segundo o Programa de Espanhol de 2. Ciclo para o 5. ano (ME, 2008:41)
6. Ano
Figura 2 - Proposta de Tarefas segundo o Programa de Espanhol de 2. Ciclo para o 5. ano (ME, 2008:45)
Ento, de salientar que o programa de 2. ciclo d grande relevncia ao uso de
materiais genunos que possibilitem ao aluno uma realidade mais contgua sua. So
indicados o uso de jogos e msicas bsicas e alegres, a utilizao de CDs, vdeo e udio, jogos
de gramtica, etc.. o que me parece estar completamente condizente com as propostas de
materiais para a planificao por tarefas porque facilitam o elo entre os alunos e o
aperfeioamento da competncia comunicativa.
Em concluso e pela anlise que fiz, o programa em causa task-based, pois so
propostas tarefas do quotidiano do aluno, para que este amplie a competncia comunicativa.
Tema: Eu e os outros
Tarefa: Fazer a nossa apresentao por escrito para intercmbio com outros
colegas ou escolas atravs da Internet
Objetivos:
Apresentar-se: dar e pedir informao sobre os nomes, apelidos e nacionalidade.
Perguntar pela identidade de algum.
Comprovar a identidade de algum.
Apresentar-se brevemente aos colegas de turma.
Descrever as principais caractersticas fsicas e psicolgicas de uma pessoa.
Escrever um texto a apresentar-se.
Tema: Eu / tu
Tarefa: Elaborar um livro de turma, com a informao elementar de todos os
alunos.
Objetivos:
Cumprimentar e despedir-se.
Apresentar-se: dar e pedir informao sobre os nomes, apelidos e
nacionalidade.
Perguntar pela identidade de algum.
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Enquadramento Terico
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1.4.3 - O programa de Ingls para o 3.ciclo do ensino bsico
Fazendo uma anlise ao programa de 3. ciclo de Ingls, este elege alguns desafios para
professores e alunos, estimulando os professores para a mudana e valorizando todo o trajeto
efetuado e todos os contedos apreendidos pelos alunos.
Este programa valoriza a educao, promove a comunicao, fomentando o respeito, a
interajuda, a solidariedade e a cidadania.
No 3. ciclo, as finalidades de ensino vo ao encontro das do Programa de Ingls do 2.
ciclo, em que os objetivos gerais fortalecem a utilidade de:
Usar a lngua inglesa em apropriao progressiva das regras do sistema e do seu
funcionamento, num crescendo de adequao e fluncia;
Interpretar e produzir diferentes tipos de texto usando as competncias discursivas e
estratgica com crescente autonomia;
Relacionar-se com a cultura anglo-americana, questionando padres de comportamento
diversificados no mbito da rea de experiencia deste programa;
Manifestar, pela partilha de informao, ideias e opinies, atitudes positivas perante universos
culturais e sociais diferentes o (s) colega (s), o professor, a(s) cultura(s) alvo;
Integrar e desenvolver na sua prtica atitudes de responsabilidade, cooperao e solidariedade;
Desenvolver estratgias de superao de dificuldades e resoluo de problemas, aceitando o
risco como forma natural de aprender;
Assumir a sua individualidade/ singularidade pelo confronto de ideias e pelo esprito crtico;
Utilizar e desenvolver estratgias adequadas organizao do seu processo de aprendizagem;
Desenvolver o gosto pela leitura extensiva em lngua inglesa (ME, 1997a:9).
Assim, os alunos devem obter competncias especficas que terminem na obteno de
uma competncia comunicativa. De acordo com este programa, esta competncia s pode ser
alcanada atravs de situaes de interao que se aproximem do dia a dia.
As metodologias para este ciclo de ensino devem ser:
centradas no aluno, que o tornem agente ativo e consciente da sua prpria aprendizagem. Ela
ser tanto mais significativa quanto mais os contedos se relacionarem diretamente com as suas
vivncias e interesses e as experincias de aprendizagem o mobilizarem no s como aluno mas
tambm como pessoa (ME, 1997:141)
As orientaes metodolgicas divulgadas nos programas de 3. ciclo continuam a ser
centralizadas no aluno, visando o seu desenvolvimento nos domnios social, afetivo e moral.
O professor, enquanto facilitador das aprendizagens, deve proporcionar ao aluno os
meios imprescindveis ao seu desenvolvimento, ampliando-lhe a capacidade de organizao,
controle e avaliao das suas aprendizagens. Neste mbito, o professor deve facultar aos
alunos meios que lhe permitam: praticar a lngua inglesa, experimentando o prazer de a
utilizar em situaes diversas, como meio de comunicao til (ME, 1997:61).
A elaborao desses programas demonstram uma preocupao com a sequncia dos
contedos programticos em que estes sejam abordados periodicamente e apresentados numa
boa articulao entre si.
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Enquadramento Terico
20
Este programa prev, nos seus objetivos gerais, promover a criatividade na sua
inteno de comunicao Nas suas competncias especficas, faz aluso a:
Usar, de forma integrada e no sentido da eficcia dos atos comunicativos, linguagens
diversas: imagens, gestos, mmica, sons, elementos para textuais (ilustrao, quadros,
esquemas, diagramas...).
Atendendo ao que o programa refere, devem ser aplicados estes recursos atravs da
multimdia com a visualizao de diapositivos, vdeos e explorao de imagens.
O Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais estabelece que um
dos princpios orientadores da educao bsica deve apontar para a valorizao de diferentes
formas de conhecimento, comunicao e expresso, e que se vai desdobrar em duas
competncias gerais:
1. Mobilizar saberes culturais, cientficos e tecnolgicos para compreender a realidade
e para abordar situaes e problemas do quotidiano;
2. Usar adequadamente linguagens das diferentes reas do saber cultural, cientfico e
tecnolgico para se expressar.
1.4.4 - O programa de Espanhol para o 3.ciclo do ensino bsico
O programa de Espanhol do 3. ciclo tem como referncia a Lei de Bases do Sistema
Educativo e o Decreto Lei n 286/89. Apresenta orientaes metodolgicas, determinadas
pelas finalidades e objetivos programticos e pelas linhas orientadoras dos Enfoques
Comunicativos e de Un Nvel Umbral , uma obra de referncia na histria da didtica da
Lngua Espanhola, da autoria de Slagter15
(1979) que expe o grau mnimo e o domnio da LE
que um aluno dever compreender para conseguir us-la em situaes quotidianas. O
programa trata de temas do quotidiano, preparando o aluno para establecer y mantener
relaciones sociales con hablantes de la LE [...] pasar el umbral que le separa de la comunidad
que habla la LE (Slagter, 1979:6).
Este programa aconselha que o professor empregue metodologias ativas centralizadas
no aluno, que utilize recursos adequados ao aluno e que possibilitem que este construa as suas
prprias aprendizagens.
15 Peter Jan Slagter - Professor na University College Utrecht e Professor de Espanhol e professor assistente na
Utrecht University
http://nl.linkedin.com/company/university-college-utrecht?trk=ppro_cprofhttp://nl.linkedin.com/company/universiteit-utrecht?trk=ppro_cprof
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Enquadramento Terico
21
O professor tem o papel de criador e orientador, competindo-lhe criar condies
apropriadas para que o aluno possa desenvolver as suas aprendizagens ao nvel da lngua
espanhola.
Relativamente aos alunos:
pretende-se que construam a sua prpria aprendizagem, participando na tomada de decises, com o fim de evitar conflitos entre a diversidade da turma e a tendncia para
estandardizar o ensino e os processos, esperando resultados uniformes (ME, 1997:31).
Assim, o Programa de Espanhol para o 3. ciclo define os seus objetivos gerais de
maneira a permitir que o aluno possa:
- adquirir as competncias bsicas de comunicao na lngua espanhola:
- compreender textos orais e escritos, de natureza diversificada e de acessibilidade adequada ao
seu desenvolvimento lingustico, psicolgico e social;
- produzir, oralmente e por escrito, enunciados de complexidade adequada ao seu
desenvolvimento lingustico, psicolgico e social;
-utilizar estratgias que permitam responder s suas necessidades de comunicao, no caso em
que os seus conhecimentos lingusticos e/ou seu uso da lngua sejam deficientes;
- valorizar a lngua espanhola em relao s demais lnguas faladas no mundo e apreciar as
vantagens que proporcionam o seu conhecimento;
- conhecer a diversidade lingustica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomtica e cultural
- aprofundar o conhecimento da sua prpria realidade sociocultural atravs do confronto com
aspetos da cultura e da civilizao dos povos de expresso espanhola;
- desenvolver a capacidade de iniciativa, o poder de deciso, o sentido da responsabilidade e da
autonomia;
- progredir na construo da sua identidade pessoal e social, desenvolvendo o esprito crtico, a
confiana em si prprio e nos outros e atitudes de sociabilidade, de tolerncia e de cooperao
(ME, 1997:9).
Este programa indica que deve ser fornecida ao aluno a oportunidade de refletir e
participar na sua avaliao e esta deve ser feita pelo professor atravs da observao direta do
seu trabalho pessoal, de grupo ou de pares.
A avaliao formativa mais valorizada e deve:
recair prioritariamente sobre as competncias bsicas de comunicao da Lngua Espanhola de acordo com os mesmos objetivos e contedos, ela no pode deixar de observar tambm
capacidades, atitudes e valores que tm a ver com outros aspetos do desenvolvimento pessoal do
aluno (ME, 1997:34).
Neste mbito, o processo de avaliao inicia-se na fase em que o professor define os
objetivos e planeia as suas aulas. Os contedos, metodologias, recursos a utilizar pelo
professor, inclusive os instrumentos de avaliao, devem estar em harmonia com a
metodologia a utilizar e com a faixa etria dos alunos. fundamental que o professor avalie
diariamente o desempenho dos alunos, por meio de uma observao direta.
Tambm constituem elementos de avaliao as atividades de aprendizagem utilizadas
pelos alunos trabalhos individuais e de grupo, entrevistas, discusses e debates, exposies,
-
Enquadramento Terico
22
porteflios, trabalhos de projetos, intercmbios culturais, bem como os dirios dos alunos, as
cassetes udio e vdeo (ME, 1997:34).
Os Programas de Espanhol para os dois ciclos adotam a mesma orientao
metodolgica: a finalidade comunicativa da aprendizagem, os alunos como alvo central na
sala de aula, o rigor de facultar uma aprendizagem efetiva da lngua tendo em conta as
motivaes dos alunos, os seus diferentes ritmos de aprendizagem e o seu desenvolvimento
no domnio cognitivo, afetivo e sociocultural.
Este programa tambm prev a implementao e utilizao das novas tecnologias como
instrumentos de aprendizagem, de comunicao e de informao, podendo criar, numa fase
inicial, atividades que estimulem a aplicao de estratgias para determinar a situao, as
relaes interpessoais, o estado de nimo, usando vdeos sem som, jogos para adivinhar,
audies com pausa que permitam ao estudante dispor de tempo para ir formando as suas
hipteses. Para qualquer atividade de audio teremos de contar com canais de comunicao
como voz direta, nomeadamente, telefone, rdio, televiso, filmes, DVD, imprensa, entre
outros.
-
As prticas de ensino e anlises crticas
23
2 - AS PRTICAS DE ENSINO E ANLISES CRTICAS
A Educao, qualquer que seja ela, sempre uma teoria do conhecimento posta em prtica.
Paulo Freire
2.1 - Contextualizao
2.1.1 - As escolas das prticas de ensino
As prticas supervisionadas, como vo ser descritas, procuraram aplicar as
recomendaes dos programas discutidas no captulo anterior.
Estas prticas desenvolveram-se ao longo de dois semestres, ocupando perodos de
cinco semanas para cada disciplina e cada ciclo de ensino. As aulas do 1. ciclo de Espanhol
tiveram lugar no Colgio So Joo de Brito e as do 3. ciclo de Ingls tiveram lugar no
Agrupamento de Escolas Abade de Baal, em Bragana. Em Mirandela, foram lecionadas as
aulas do 2. ciclo de Espanhol na Escola Bsica Luciano Cordeiro e, na Escola Secundria, as
do 3. ciclo de Espanhol.
Contudo, de salientar que todas estas prticas de ensino s foram possveis de realizar
devido boa vontade dos (as) diretores (as) das escolas ao disponibilizarem as suas turmas. O
empenho demonstrado por parte dos titulares dessas turmas, bem como as constantes
orientaes pedaggicas transmitidas ao longo de todo o percurso de aulas supervisionadas,
tambm foram um contributo acrescido, que proporcionou um resultado de sucesso
relativamente implementao dessas prticas.
Neste mbito, a maior preocupao foi planificar as aulas com recursos multimdia
(PowerPoint, vdeo, udio, som imagem), mas nem sempre isso foi exequvel devido falta
de equipamento tecnolgico na escola em causa. Quero salientar que, na escola Secundria de
Mirandela, tive imensas dificuldades em usar estes recursos, pois as salas de aula s possuam
unicamente um quando negro e giz. Sempre que ia lecionar uma aula, tinha que levar o
computador, o projetor, a tela branca e, por vezes, extenses para poder por todo o material
em funcionamento. Acontecia, por vezes, que as tomadas no funcionavam e tnhamos que
mudar de sala. Embora esta situao perturbasse um pouco o incio do funcionamento das
aulas, a verdade que, momentos depois, os alunos demonstraram grande recetividade e
interesse face s atividades propostas, j que raramente utilizavam aqueles recursos
multimdia na sala de aula. Considero que a utilizao destes recursos cativou e incentivou os
alunos para melhorarem as suas aprendizagens.
-
As prticas de ensino e anlises crticas
24
Esta escola encontra-se muito degradada em termos de instalaes e mal equipada em
termos tecnolgicos. Ao contrrio da Escola Luciano Cordeiro, que j possua todo o
equipamento necessrio para utilizao dos recursos multimdia, o que permitia implement-
los e por em prtica atividades variadas que iam ao encontro dos interesses dos alunos e aos
objetivos definidos para cada aula.
O Colgio So Joo de Brito, em Bragana, escola privada, tinha umas instalaes
bastante satisfatrias, mas tambm era preciso montar todo o equipamento necessrio, sempre
que ia dar uma aula. Antecipadamente, durante o intervalo dos alunos, preparava o
equipamento, o que permitia que este estivesse pronto a entrar em funcionamento logo que os
alunos entrassem na sala de aula. Os alunos aderiram bem s atividades diversificadas que
lhes eram proporcionadas.
Atualmente a Escola Abade de Baal uma escola que possui instalaes modernas e
tecnologicamente adequadas utilizao deste tipo de recursos. Mas, na altura da
concretizao da prtica pedaggica, esta escola estava em obras e as aulas eram ministradas
em contentores, e, mais uma vez, o material tinha que ser transportado e preparado
antecipadamente para as atividades que eram realizadas na sala de aula.
Estes alunos mostravam-se mais familiarizados com este tipo de recursos, por
frequentarem uma escola onde eles so utilizados com mais regularidade.
2.1.2 - As turmas e a calendarizao das aulas
Em todas as turmas e no Clube de Espanhol, no incio de cada uma das prticas, foi
feito um questionrio oral para levantamento de algumas informaes relevantes a fim de ser
feita a caraterizao dos alunos.
Na Escola Secundria de Mirandela, a prtica de ensino do Espanhol no 3. ciclo teve
incio a 25 de fevereiro de 2011, na turma B do 8. ano de escolaridade. Esta turma tinha uma
aula de Espanhol por semana, com a durao de 90 minutos, quinta-feira, das 10:20 s
11:50. A orientao destas aulas ficou a cargo da professora titular Mariana Correia e a
superviso foi feita pelo professor Nelson Parra, professor de Didtica do Espanhol na Escola
Superior de Educao de Bragana.
A turma era constituda por 16 alunos, sendo 10 rapazes e 6 raparigas, com idades
compreendidas entre os 12 e os 15 anos.
-
As prticas de ensino e anlises crticas
25
O grfico 1 representa a distribuio, em percentagem, dos gneros dos alunos da
turma.
Grfico 1 - Distribuio por gnero dos alunos do 8. B de Espanhol
Como se pode verificar da anlise do grfico a turma era, maioritariamente,
constituda por raparigas.
A idade dos alunos situava-se entre os 12 e os 15 anos.
Grfico 2 - Distribuio por idade dos alunos.
Com base nos dados do grfico 2, podemos verificar que nesta turma predominavam os
alunos com 13 anos, embora se verifique alguma heterogeneidade na distribuio de idades.
Estes alunos eram oriundos do meio urbano e do meio rural envolvente o que provoca,
tambm, heterogeneidade relativamente ao meio de onde so oriundos.
A turma demonstrou alguns problemas quer a nvel do comportamento quer a nvel das
aprendizagens, contudo as aulas foram ao encontro dos seus interesses, o que os levou a
participar ativamente nas atividades desenvolvidas.
O Espanhol de 2. ciclo foi lecionado na Escola Bsica Luciano Cordeiro em Mirandela.
Neste estabelecimento de ensino, a disciplina de Espanhol no integrava a oferta
curricular e foi necessrio solicitar autorizao para a criao de um clube de Espanhol. Como
a adeso dos alunos foi muito grande, tivemos que fazer uma triagem e contemplando apenas
15 alunos de 6. ano, visto este estarem numa fase de transio para o 7. ano e terem, nessa
altura, a possibilidade de escolher a Lngua Espanhola.
0% 0%
37%
63%
N. de alunos do 8. B - Turma de Espanhol
Raparigas Rapazes
31%
50%
14% 6%
Idades dos alunos
12 anos 13 anos 14 anos 15 anos
-
As prticas de ensino e anlises crticas
26
O dia de funcionamento do clube de Espanhol era s quartas-feiras, das 14:00h s
15:00h, sob a orientao da professora Ftima Correia e superviso do professor Nelson
Parra.
A data de incio do clube foi a 18 de maio de 2011 e o grupo era constitudo por 6
rapazes e 9 raparigas, com idades entre os 11 e os 13 anos.
Grfico 3 - Distribuio por gnero dos alunos que frequentaram o Clube de Espanhol.
Como se pode verificar da anlise do grfico 3, o grupo era predominante constitudo
por raparigas.
A distribuio dos alunos do Clube de Espanhol por idades apresenta-se no grfico
seguinte, onde se observa que as idades dos mesmos variam entre os 11 e os 13 anos.
Grfico 4 - Distribuio por idade dos alunos.
Com base nos dados do grfico, podemos verificar que, no Clube de Espanhol,
predominavam os alunos com 11 anos, tratando-se de um grupo bastante homogneo. Estes
alunos eram oriundos quase exclusivamente do meio urbano.
Os alunos que frequentaram o clube demonstraram muito interesse em aprender uma
nova lngua empenhando-se em todas as atividades que foram desenvolvidas ao longo do
tempo de funcionamento do clube. Este empenho teve como consequncia uma elevada
assiduidade.
Neste clube foi implementado o programa de iniciao lngua espanhola previsto
para o segundo ciclo. O projeto do clube teve continuidade, dando a oportunidade a outras
colegas de efetuarem tambm as suas prticas supervisionadas, desenvolvendo uma sequncia
de contedos que persistiu at ao termo do ano letivo.
0%
32%
68%
N. de alunos que frequentaram o Clube de Espanhol
Rapazes Raparigas
0%
67%
20%
13%
Idades dos alunos do Clube de Espanhol
11 anos 12 anos 13 anos
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As prticas de ensino e anlises crticas
27
Sucedeu-se a prtica de ensino do Espanhol no 1. Ciclo, numa turma de 3. ano, de
nvel de iniciao de Espanhol, no Colgio So Joo Brito em Bragana, com uma aula
semanal de 50 minutos de durao, durante cinco semanas. A primeira aula teve lugar no dia
1 abril sob a orientao da professora Adlia Augusto e a superviso do professor Nelson
Parra.
Esta turma era constituda por 24 alunos, sendo 11 rapazes e 13 raparigas, com idade de
8 anos. O grfico 5 demonstra o nmero de alunos da turma do 3 ano.
Grfico 5 - Nmero de alunos da turma do Colgio.
Com base nos resultados dos grficos, podemos verificar que a turma era
predominantemente do gnero feminino. Estes alunos estiveram sempre motivados para as
aprendizagens, participando com muito entusiasmo em todas as atividades propostas
No ano letivo seguinte, promoveu-se a prtica de ensino do Ingls no 3. Ciclo, no 8 B
na Escola Secundria/3 Abade de Baal em Bragana com a orientao da professora Isabel
Varandas, que examinou as planificaes e fez algumas sugestes para atividades a realizar, e
o Dr. Mrio Rocha, na qualidade de supervisor de Ingls da Escola Superior de Educao de
Bragana, supervisionou esta prtica de ensino.
Esta turma era constituda por 25 alunos, sendo 13 do gnero masculino e 12 do gnero
feminino. A carga horria era de um bloco semanal de 90 minutos, que nesta turma tinham
lugar quinta-feira das 8h30 s 10 h.
Grfico 6 - Percentagem do nmero de alunos da turma do 8. B de Ingls
0%
55% 45%
N. de alunos da turma de 3. ano do Colgio So Joo de Brito
- Espanhol
Rapazes Raparigas
0%
52% 48%
N. de alunos da turma da turma do 8. B - Ingls
Rapazes Raparigas
-
As prticas de ensino e anlises crticas
28
Nesta turma, como se verifica da anlise do grfico 6, a percentagem de cada gnero era
semelhante.
Grfico 7 - Distribuio por idade dos alunos do 8. B Ingls
A mdia de idades dos alunos que constituem a turma, como se pode verificar no
grfico 7, de 13 anos. Por isso verificamos que estes alunos esto dentro do expectvel para
este ano de escolaridade.
Esta turma demonstrou sempre bastante empenho na realizao das tarefas e colaborou
sempre de forma entusiasta e empenhada nas atividades propostas.
Esta prtica pedaggica teve a durao de cinco semanas seguintes, com inicio a 3 de
novembro e terminando a 15 de dezembro 2011.
Devo contudo salientar que, posteriormente ao trmino do estgio e a convite da
professora titular da turma, se desenvolveram outras atividades com os alunos a nvel da
utilizao da multimdia/computador.
O presente relatrio no refere as aulas de Ingls no 2. ciclo porque no foram
lecionadas. Isto deveu-se dispensa por parte da Comisso Cientfica do Mestrado, em
virtude de eu j ter efetuado um estgio profissionalizante neste ciclo, no mbito do estgio
integrado da minha licenciatura em Professores do Ensino Bsico, Variante Portugus/Ingls
em 2000, na Escola Paulo Quintela em Bragana. Tambm no inclui as aulas de Ingls no 1.
ciclo em virtude da mesma dispensa com base na experincia comprovada de mais de cinco
anos no ensino de Ingls no 1. ciclo.
Esta prtica anterior levou-me a adquirir uma viso mais convicta das necessidades do
ensino de lnguas estrangeiras e permitiu passar para estas prticas supervisionadas o meu
saber anterior ainda que a maneira de atuao seja divergente de ciclo para ciclo, de acordo
com as faixas etrias dos alunos e as suas particularidades.
0% 0%
36%
64%
Idades dos alunos
12 anos 13 anos
-
As prticas de ensino e anlises crticas
29
2.2 - Descrio das aulas implementadas e anlise crtica
2.2.1 - A prtica de ensino do Espanhol no 1. Ciclo
Na formao permanente dos professores o momento fundamental o da reflexo crtica
sobre a prtica. pensando criticamente a prtica de hoje ou de ontem que se pode melhorar
a prxima prtica. Paulo Freire (1996).
A minha prtica pedaggica do 1. ciclo de Lngua Espanhola foi efetuada no Colgio
So Joo Brito em Bragana, numa turma de 3. ano, de nvel de iniciao de Espanhol.
Todos os alunos tinham residncia na cidade de Bragana e eram provenientes de um nvel
socioeconmico mdio.
Esta turma era constituda por 24 alunos, sendo 11 rapazes e 13 raparigas, com idade
de 8 anos. A formao acadmica dos seus encarregados de Educao oscilava entre o 4. ano
de escolaridade e a licenciatura. As profisses eram bastante dspares. No geral, existia uma
colaborao ativa por parte das famlias na vida escolar.
Os problemas mais visveis desta turma incidiam no facto de os alunos se mostrarem
bastante egocntricos, revelando falta de respeito uns pelos outros, no se verificando um
esprito de cooperao e interajuda em contexto de aula. Alm de se verificarem estes
comportamentos bastante infantis, os alunos demonstravam, ainda, nveis pouco aceitveis de
ateno e concentrao, mostrando-se muito faladores e barulhentos. Cinco destes alunos
mostravam-se completamente alheios em relao explicao dos contedos lecionados, no
ouvindo, na maior parte das vezes, as explicaes que lhes eram transmitidas pela professora.
Estes alunos beneficiaram, sempre, de um apoio e orientao constantes por parte da
docente na realizao das tarefas propostas. Apesar deste comportamento inicial, os alunos
demonstraram bastante recetividade relativamente ao ensino da Lngua Espanhola,
cooperando com muito interesse nas atividades propostas.
A professora titular da turma, Adlia Augusto, manteve sempre uma atitude muito
profissional, mostrando-se sempre disponvel para colaborar e ajudar, ao longo do decorrer do
estgio.
Na atividade pedaggica, usei materiais diversificados retirados de outras fontes ou
elaborados por mim. Tambm recorri a diversas estratgias, tentando que estas estimulassem
os alunos para a aprendizagem da lngua.
-
As prticas de ensino e anlises crticas
30
No quadro abaixo, esto inseridas as atividades principais desenvolvidas em cada aula
de Espanhol no 1. ciclo e que, seguidamente, sero descritas.
Quadro 3 - Calendarizao e Planificao Espanhol 1. Ciclo.
Os objetivos da prtica pedaggica direcionaram-se especialmente para o aluno e o seu
meio envolvente, privilegiando o poder de concentrao e da sua participao nas atividades.
Procurei criar uma maior afinidade entre professora/alunos de forma a fomentar o desejo e a
determinao nas aprendizagens da lngua espanhola. Acredito que teria sido mais produtivo
se tivesse tido a oportunidade de ter diversificado um maior nmero de atividades, mas o
tempo limitado de aula (45 minutos) no o permitiu.
1. aula: 1 de abril de 2011
Atividade: explorao de vocabulrio atravs das imagens visionadas
Recursos e materiais: computador/apresentao em PowerPoint; vdeo projetor; tela de
projeo.
Descrio da atividade:
Esta primeira aula decorreu, excecionalmente, na biblioteca do Colgio, pois o
retroprojetor no se encontrava operacional. Antes do incio da aula, a professora titular fez a
minha apresentao turma e esclareceu os alunos acerca da minha presena. Eles aceitaram
Aula/ Data Principais objetivos da aula
1. aula:1 de abril de
2011
Localizar Espaa en el mundo y decir las principales ciudades
Espaolas.
2. aula: 29 de abril de
2011
Presentarse y saludar a los compaeros y la profesora;
Comprender una cancin sobre los saludos e despedidas
3. aula: 6 de maio de
2011
Identificar, enunciar, pronunciar y leer el alfabeto
Identificar, enunciar, pronunciar y leerlos colores
Comprender una cancin sobre los colores.
4. aula: 13 de maio de
2011
Identificar, enunciar, pronunciar y leer los nombres de los
meses y las estaciones del ao;
Comprender una cancin sobre los meses y las estaciones del
ao.
5. aula: 20 de maio de
2011
Identificar, enunciar, pronunciar y leer los das de la semana;
Comprender una cancin sobre los das de la semana.
-
As prticas de ensino e anlises crticas
31
com agrado, pois j tinha tido contacto com esta turma anteriormente, aquando da minha
lecionao nesse colgio nas AECs.
Como motivao, comecei por apresentar um PowerPoint, permitindo aos alunos
visionar as diferentes regies de Espanha e a bandeira espanhola. Estabelecemos um breve
dilogo sobre as imagens produzidas, enquanto os alunos tiveram a oportunidade de repetir o
nome das regies que se encontravam por baixo de cada imagem. Posteriormente foi
distribuda, a cada aluno, uma cpia da bandeira portuguesa e da bandeira de espanha para
que os alunos as pintassem com as cores adequadas. (Apndice 1).
Reflexo crtica da aula:
Aspetos Favorveis: Verificou-se uma participao ativa nas atividades por parte dos alunos,
o que vai ao encontro da tipologia dos Programas do Ensino Bsico. A repetio dos nomes
das regies foi feita em coro, dando oportunidade aos alunos m