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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕESURI – SÃO LUIZ GONZAGA/RS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL
RÉVIS CATIANO FEIJÓ MOURA
ESTUDO DA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO TURÍSTICONO MUNICÍPIO DE DEZESSEIS DE NOVEMBRO – MISSÕES/RS
São Luiz Gonzaga
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RÉVIS CATIANO FEIJÓ MOURA
ESTUDO DA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO TURÍSTICO NOMUNICÍPIO DE DEZESSEIS DE NOVEMBRO - MISSÕES/RS
Projeto de Pesquisa apresentado aoCurso de Pós-Graduação em GestãoEmpresarial da Universidade RegionalIntegrada do Alto Uruguai e das Missões -URI/SLG, como requisito para elaboraçãoda Monografia
Orientadores: Prof. Mestre Carlos Eduardo Ruschel Anes
Profª Mestre Liane Silveira Becker
São Luiz Gonzaga
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 3
1. TEMA............................................................................................................ 5
2. DELIMITAÇÃO DO TEMA........................................................................... 5
3. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 5
4. JUSTIFICATIVA........................................................................................... 19
5. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA................................................................ 21
6. HIPOTESES................................................................................................. 21
7. OBJETIVOS................................................................................................. 217.1. OBJETIVO GERAL................................................................................... 217.2. OBJETIVO ESPECIFICO.......................................................................... 21
8. METODOLOGIA........................................................................................... 22
9. CRONOGRAMA .......................................................................................... 26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 27
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INTRODUÇÃO
“O Turismo é uma Universidade em que o aluno nunca segradua, é um Templo onde o suplicante cultua mas nunca vislumbra aimagem de sua veneração, é uma Viagem com destino sempre à frentemas jamais atingido. Haverá sempre discípulos, sempre contempladores,sempre errantes aventureiros.”
( Lord Curzom (1859-1925) – Governador-geral da Índia)
Percebe-se que o turismo na região das missões vem se revelando
ultimamente como uma alternativa de desenvolvimento local sustentável e,
destacadamente para o município de Dezesseis de Novembro, através de sualocalização privilegiada aliada ao seu relevo, seus costumes, sua gastronomia, suas
agroindústrias se desponta para a atração de turistas nacionais e internacionais que
freqüentam a região missioneira.
O maior volume de estudos científicos sobre turismo provém das ciências
econômicas, que analisam o crescimento e a movimentação de capitais a partir da
chamada “indústria” do turismo, ou seja, dos negócios turísticos. Mas estes são
apenas uma parte dessa atividade, que vem se configurando como um fato social
total (Barreto, 2003).
No atual processo de globalização econômica, o turismo – que entre 1950 e
1990 cresceu em torno dos 7% ao ano (OMT, 2003) – tornou-se uma fonte de renda
e, não raro, setor mais forte no financiamento da economia nacional, em muitos
países.
Neste sentido, o presente trabalho pretende efetuar um estudo de viabilidade
de implantação de um projeto turístico no município de Dezesseis de Novembro,
considerando os aspectos sócio-ambientais e econômicos, além de suas
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particularidades que estão ao encontro de ações voltadas ao desenvolvimento local
sustentável.
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PROJETO DE PESQUISA
1 TEMA
De acordo com inúmeras formas de desenvolvimento locais sustentáveis
existentes, percebe-se a necessidade de estudar a viabilidade de um projeto
turístico no município de Dezesseis de Novembro, localizado na região das Missões
- RS para implantação e possíveis investimentos na economia local.
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Viabilidade de implantação de um projeto turístico no município de Dezesseis
de Novembro - Missões/RS
3 REVISÃO DE LITERATURA
O turismo, dentro dos moldes atuais, iniciou-se, efetivamente, na segundametade do século XIX. No entanto, a atividade estende suas raízes pela história da
humanidade.
Destarte, conquanto alguma forma de turismo existisse desde as mais antigas
civilizações, somente a partir do século XX, e mais precisamente a partir da década
de 50, que ele evoluiu, projetando-se como um dos mais importantes setores
econômicos do Mundo (Lage; Milone, 2000 apud Ruschman, 1997).
Se o turismo fosse uma nação, ou um estado independente, seria agora, aterceira potência econômica do mundo, situando-se somente atrás dos Estados
Unidos e do Japão. Uma explicação para este crescimento é que o turismo é uma
atividade econômica de múltiplos componentes, na qual muitas partes estão
intrinsecamente associadas a outros setores econômicos: aviação, transporte
rodoviário, marítimo e fluvial, lojas de souvenirs, stands de concessionárias,
restaurantes e bares, casas noturnas, parques temáticos, serviço de hotéis,
agências de viagens e operadoras turísticas, entre outros cinqüenta itens daeconomia, tornando-o a maior atividade geradora de empregos, e estimulando os
investimentos internacionais (Moesch, 2002).
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É importante ressaltar que o turismo está entre as quatro principais atividades
econômicas do mundo e, hoje, apresenta os mais elevados índices de crescimento
em nível global, respondendo por aproximadamente 10% do PIB mundial,
representando investimentos de capital superiores a US$ 766 bilhões em novas
instalações e equipamentos.
A Organização Mundial do Turismo - OMT, por sua vez, prevê um
crescimento no setor de 4% a 5% por ano, podendo atingir a meta de 6,7% no ano
de 2020, enquanto se estima para a economia mundial, em seu todo, um
crescimento inferior a 3% (Barteló, 2000).
No Brasil e em diversos outros países, o turismo é um dos mais relevantes
setores da atividade econômica. Sua contribuição para a criação de riquezas e
melhoria do bem-estar dos cidadãos pode ser sentida de múltiplas maneiras: pela
geração de emprego; pela distribuição e circulação de renda; pela transferência de
recursos de regiões mais ricas para regiões menos favorecidas; pelos investimentos
e inovações que promove; pelo desenvolvimento de infra-estruturas coletivas que
estimula; pela preservação do ambiente e recuperação do patrimônio histórico e
cultural; pelas oportunidades de desenvolvimento regional que representa; e, pelas
necessidades dos indivíduos viajantes que satisfaz. Esses efeitos interagem emdiversos domínios da sociedade e, de maneira geral, envolvem os ambientes:
cultural, ecológico, econômico, político e social.
No Brasil, o setor turístico vem atraindo de modo progressivo a atenção dos
governantes e demais autoridades responsáveis pelo planejamento de políticas
públicas, por se tratar de um setor com grande vocação para a geração de emprego,
renda e desenvolvimento socioeconômico, constituindo um efeito importante em
termos de política econômica.No que tange ao Nordeste brasileiro, este se apresenta com amplos
potenciais de desenvolvimento no âmbito do turismo. Seu litoral é um grande
receptor de investimentos turísticos mundiais. Os estados que compõem a região
apresentam um grande potencial ou vocação turística, haja vista seus inúmeros
atrativos.
Concernente ao Estado da Bahia, atualmente, observa-se um grande número
de estudos e projetos realizados pelo Governo do Estado destinados ao setor turístico, tendo em vista o melhor aproveitamento de suas potencialidades culturais,
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históricas, naturais, redefinindo o espaço territorial baiano através do
desenvolvimento turístico.
Face aos investimentos maciços em infra-estrutura, construção e
modernização de equipamentos efetuados pelo Governo da Bahia, adicionando a
uma política intensiva de projeção do Estado no Brasil e no exterior, o turismo
alcançou, no ano de 2000, uma receita global de US$ 856,7 milhões correspondente
a 6,2% do PIB baiano (Barteló, 2000). Merecem destaque, ainda, os investimentos
realizados pela iniciativa privada, sobretudo no âmbito de implantação e crescimento
da rede hoteleira, destacando-se os meios de hospedagem do tipo Resort (BONFIM,
2001).
No cenário atual, os investimentos do Governo do Estado da Bahia em
conjunto com os investimentos privados representam um grande efeito indutor na
economia, ao garantir a criação de empregos, empresas e, principalmente, mais
renda. A Bahia, atualmente, vem se destacando como maior pólo de investimentos
turísticos do Brasil (Barteló, 2000).
O Estado da Bahia, esta recebendo investimentos privados, oriundos de
grupos espanhóis e portugueses da ordem de 1 bilhão de reais, destinados a
construção de 5 Resorts, localizados na Costa dos Coqueiros, Baía de Todos osSantos, Costa do Cacau e Costa do Descobrimento (Bahiatursa, 2005).
Tais atrativos promovem, além do turismo tradicional, e o de caráter
ecológico. O ecoturismo é uma viagem responsável a áreas naturais, visando
preservar o meio ambiente e promover o bem estar da comunidade local. Porém sob
a égide do ecoturismo vem se praticando uma má interpretação do conceito. Muitas
localidades são divulgadas devido ao potencial eco turístico, embora a atividade
praticada não seja caracterizada como tal (Lindiberg; Hawkins, 1999).Dentro da sua essência, a atividade eco turística deve se desenvolver
respeitando critérios socioambientais que irão dar sustentabilidade a atividade,
porém o que se observa na prática, em algumas localidades de potencial eco
turístico é uma distorção deste conceito ou a apropriação de roteiros eco turísticos
por outras modalidades de turismo, ou seja, a exploração dos ambientes naturais
pelo turismo sem nenhum respeito a estes critérios. Assim, há uma distorção da
realidade local, que nem sempre usufrui os benefícios do turismo e ainda arca comuma série de impactos por ele ocasionada.
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O Município de Dezesseis de Novembro apresenta um quadro exemplar
desta controvérsia. É um destino que se destaca por seu potencial eco turístico, e
que, após a sua emancipação político-administrativa em 1988, começou a se
estruturar na busca de atrair investimentos para seu território, oferecendo condições
mínimas para novas oportunidades nesta opção econômica. O despreparo do
Município para receber este contingente de pessoas se revela em sua infra-estrutura
precária e na falta de planejamento socioambientais e culturais enfrentados pelo
Município hoje, embora sejam inegáveis alguns benefícios promovidos por este
fenômeno.
Nesse contexto, encontramos o Município de Dezesseis de Novembro,
possuidor de um grande potencial eco turístico, localizado numa região rica
culturalmente, com problemas sociais que se agravam em função do êxodo rural e
do baixo poder aquisitivo de seus habitantes.
O cidadão nasce no município; cresce no município; vive no município. A
base política do homem é o município. A noção de Estado pode até gerar algum
ufanismo, mas a noção de país, principalmente no Brasil, face às distâncias
continentais e aos contrastes internos, é um conceito demasiadamente amplo e
vago.Entretanto, o conceito do município está presente, dia-a-dia, na vida do
cidadão; é lá que se reivindica; é lá que se contribui; é lá que se labuta e é lá que se
investe e se participa na vida social, política e cultural da comunidade.
Cada pedaço de chão, seja do Estado, do país ou continente, possui sua
história de formação e colonização, bem como seu processo de independência. Em
Dezesseis de Novembro esse processo não poderia ser diferente.
Vimos o turismo se apresentar como uma alternativa atraente para odesenvolvimento do Município, trazendo benefícios à comunidade local e
principalmente à economia que se encontra estagnada. Para acontecer esses
benefícios, será necessário um planejamento das políticas públicas, melhoria na
infra-estrutura e qualificação da mão-de-obra local.
Qualquer crescimento pressupõe um planejamento, seja o crescimento da
atividade turística ou da expansão do Município.
Dentro desse planejamento deve estar em posição igualitária com osinteresses econômicos, a preocupação com o bem estar social e com o meio
ambiente. Como afirma Doris Ruschmann (1997, p.10):
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O planejamento é essencial para o desenvolvimento turísticoequilibrado e em harmonia com os recursos físicos, culturais esociais das regiões receptoras, evitando assim, que o turismodestrua as bases que o fazem existirem.
Para se ter desenvolvimento econômico há que se ter geração de renda e
esta, por sua vez, exigem geração de empregos. Singer (2003) denota a importância
do tema, pois a coletividade necessita de emprego e renda. O emprego não pode
ser apenas uma forma de propiciar renda, deve-se ir muito além. O emprego tem de
oferecer condições adequadas para que seja exercido. É natural que não se pode
imaginar que todas as pessoas tenham um bom emprego, mas espera-se que no
mínimo os empregos devam pagar bons salários, ou pelo menos que remunerem de
forma coerente por sua execução.
Desbiens e Ferrera de Lima (2004) consideram que o desenvolvimento tem
de ir muito além de simplesmente gerar riquezas, mas, gerar qualidade de vida. A
qualidade de vida passa necessariamente por geração de empregos que atendam
as necessidades da população. Esses autores ainda enumeram alguns aspectos
que devem ser observados para que se atinja o desenvolvimento.
Para eles é necessário que se garantam as oportunidades sociais,
transparência e segurança social. Reforçam ainda que a educação é uma premissa
fundamental para permitir o acesso da população local ao global, pois acreditam que
o capital humano pode ser fator de produção e alternativa para solução de
problemas. Afirmam ainda que o retorno oriundo de um cidadão que receba todas as
condições necessárias para atuar no mercado de trabalho será da ordem de um
para dez, ou seja, esse cidadão geraria rendas suficientes para outras dez pessoas.
Para Furtado (2001), o desenvolvimento econômico constitui o aumento do
fluxo de renda real. Para ele atinge-se o desenvolvimento se cumpridos os requisitos
quantitativos, pois os qualitativos são decorrentes do primeiro. O aumento de bens e
serviços por unidade de tempo é o que pontifica a ocorrência do mesmo. Dessa
forma, bastaria gerar emprego para solucionar as questões relativas ao
desenvolvimento econômico.
Emprego e desemprego são termos que andam de “mãos dadas”, pois fazem
parte das preocupações da coletividade. Usa-se o termo desemprego para toda a
população com 10 anos de idade ou mais, fora do mercado de trabalho e queestejam procurando por uma vaga.
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Outros autores, como é o caso de Camargo e Reis (2005), fazem uma
abordagem à cerca do tema, considerando o fenômeno da “desinformação”. Para
eles, quanto menor for o nível de instrução de um trabalhador, por exemplo, que
tenha de zero a três anos de estudo, tanto menores serão suas possibilidades em
conseguir uma colocação no mercado de trabalho. O trabalhador semiqualificado,
aquele que possui de quatro a dez anos de estudo, poderá ter maior sorte, pois a
velocidade das inovações tecnológicas exige cada vez mais pessoas com pelo
menos algum conhecimento acerca de tais tecnologias. Já os trabalhadores
qualificados, aqueles que possuem acima de dez anos de estudo, terão maiores
possibilidades de colocação no mercado de trabalho, pois as taxas de desemprego
tendem a ser sempre menores para os detentores de um nível mais elevado de
conhecimento.
Por Dezesseis de Novembro ser um município turístico e apresentar um
grande potencial de mercado a tudo que se relaciona a produtos rurais, tem-se
atualmente 8 agroindústrias familiares, o Salto de Pirapó localizado no Rio Ijuí, a
construção da Usina Hidrelétrica Passo São João e ainda, pequenas propriedades
rurais que preservam o modo de vida de gerações passadas. O sucesso que alguns
produtos vêm alcançando é em função de ser legitimamente regional associado aisso tem o fato de serem produzido já por um projeto turístico em execução na
região (Rota Missões) e, não possuírem adição de produtos químicos.
Entretanto, por ser uma atividade complexa, não se pode conceber que a
agro industrialização seja a solução única e imediatamente aplicável para a geração
de renda e agregação de valor para a comunidade local, aonde nesse contexto o
turismo vem a incrementar e fomentar as ações já em execução na comunidade,
possibilitando dessa forma a permanência das famílias em seu meio e tambémsendo fator decisivo para o desenvolvimento local sustentável.
De acordo com Dias (1998),
a necessidade de uma adequação a um setor econômico ligado,diretamente, à satisfação de grupos sociais destinados ao lazer,implica, necessariamente, na adoção de conceitos ecomportamentos refinados pela sociedade local.
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Percebeu-se isso através da grande aceitação dos produtos pela população
local e turista, o que tem propiciado a inserção dos produtos em outros municípios
como São Luiz Gonzaga, São Nicolau, São Borja, Santo Ângelo e Porto Alegre.
Segundo Homem de Carvalho (2003),
é favorecido um modelo de desenvolvimento local sustentável, ondeo estímulo para a melhoria da economia está condicionado aosurgimento de iniciativas que favoreçam o aumento, a permanênciae a (re) aplicação da renda no próprio município e arredores. Umaconseqüência imediata é o surgimento e/ou fortalecimento docomércio local, estimulado pelo aumento do consumo de alimentos,de vestuário, calçados, de eletrodomésticos, de equipamentos,ferramentas e materiais de construção, e outros insumos usados na
produção e industrialização agropecuária.
Com a aceitação e comercialização cada vez maior dos produtos, haverá um
avanço no que se refere a ganhos sócio-econômicos. A agroindústria, além de
representar fonte de renda complementar servirá como instrumento de mudança da
postura do trabalhador rural diante do mundo dos negócios.
A produção agroindustrial, no próprio ambiente rural, serve como a melhor
alternativa para a diminuição do êxodo rural, precisamente por permitir a ocupação
da mão-de-obra familiar na atividade produtiva e a agregação de valor aos produtos.
Segundo Brasil (2005),
a implantação de agroindústrias é uma das alternativas econômicaspara a permanência dos agricultores familiares no meio rural.Oportuniza a inclusão social especialmente de segmentos menosprivilegiados como, por exemplo, as mulheres, os idosos e os jovens. Para essas pessoas pode representar o (re) início daconstrução de cidadania, bem como uma oportunidade de resgate
de valores sociais e culturais.
Todos esses fatores, agregados ao potencial de um mercado turístico em
expansão, fazem um projeto turístico como uma alternativa viável e criativa de
desenvolvimento local.
Conforme Goidanich (1998), o turismo é um fenômeno social, complexo e
diversificado, que traz o desenvolvimento econômico e o bem-estar social da
população local. Quando planejado, pode propiciar a distribuição de renda mais
democrática, o incentivo da produção dos setores primário, secundário e terciário, o
melhoramento da infra-estrutura local, a proteção e preservação do patrimônio
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natural e cultural e a realização de intercâmbio entre os turistas e a população
visitada.
Apesar de já ter evidenciado a não ocorrência de conflito, aqui entendido na
acepção de Pearson como “uma interceptação do caminho através da realização de
seus desejos, surgindo rivalidade, antipatias, críticas de forte tonalidade emotiva e
assim tornando-se comuns as retaliações pessoais ou grupais” (Pearson, 1975,
p.188) e sim o processo de assimilação que se refere a “modificação que ocorre na
vida interior do indivíduo, na medida em que o imigrante, por exemplo, vem a
adquirir os objetivos comuns e as atitudes e sentimentos comuns do grupo entre o
qual veio viver” (Pearson, 1975, p.189), é interessante buscar para essa análise o
entendimento sobre etnicidade.
A discussão quanto ao fenômeno da etnicidade é relativamente recente, seu
marco é evidenciado por volta da década de 40 na Inglaterra, de 70 nos Estados
Unidos e 80 na França, no século XX, devido a questões relativas a imigração,
racismo e nacionalismo.
Falar em grupos étnicos pressupõe falar em diferenças, em perspectivas
opostas ou pelo menos em pontos de vistas contrários dentro de um mesmo
território ou sociedade. Da perspectiva do habitante local, do nativo, “um dentre elesnão é étnico. Ou seja, o grupo étnico originário da comunidade. E existem as
pessoas que são étnicas, a saber, aqueles que diferem dele e que por isso, não são
considerados como membros integrais da sociedade local”. Esse raciocínio pode
ocasionar muitas vezes resistências e preconceitos de ambos os grupos ou, ao
contrário, um processo inicial de acomodação que pode vir a tornar-se um processo
de assimilação e difusão do desenvolvimento local.
O surgimento de conflitos nas sociedades industriais e as disparidades entreos países de terceiro mundo, bem como a avidez de melhores condições de vida de
populações pobres e sua esperança na migração, produzindo nações pluriétnicas,
faz com que o conceito se imponha para abranger os fenômenos de competição e
conflito nos quais os grupos se opõem em nome de sua pertença étnica (Poutignat,
s/d, p.39).
Ao contrário do que foi considerado a priori , na literatura acerca do tema de
que a etnicidade seria considerada como fator de assimilação e uniformização,atualmente termina por ser entendida como um fator que facilita a emergência de
entidades particularistas, o que evidencia Poutignat:
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A identidade étnica constrói-se a partir da diferença. Aatração entre aqueles que se sentem como de uma espécie éindissociável da repulsa diante daqueles que são percebidoscomo estrangeiros. Esta idéia implica que não é o isolamento
que cria consciência de pertença, mas, ao contrário, acomunicação das diferenças das quais os indivíduos seapropriam para estabelecer fronteiras étnicas (Poutignat, s/d,p.40).
Com base nessa prerrogativa, sua característica principal é a emergência de
uma consciência de separação e ao mesmo tempo de formas de interação que só
podem surgir num contato social comum. A etnicidade não pode ser identificada e
relacionada a apenas um grupo ou um determinado tipo de indivíduo, mas a todos
os grupos, entendendo que a importância desse debate irá variar de acordo com asépocas e as situações. Importa para a análise desse fenômeno os conteúdos
culturais de cada grupo, pois é através da percepção e classificação das variadas
práticas dos diferentes grupos é que as categorias étnicas são entendidas e
consideradas como pertinentes.
Turismo indica movimento de pessoas que não estão a trabalho em contextos
diferentes do de origem, seja este o lar, a cidade ou o país. Trata-se, geralmente, de
visitação a lugares onde poderão ser desempenhadas as mais variadas formas deatividades práticas e/ou subjetivas desde que não o trabalho. A amplitude do termo
parece caber desde ao olhar visitante a um monumento na própria cidade de origem
até ao passeio em lugares totalmente desconhecidos de outros países. Se algumas
definições de turismo destacam a prática ou a estrutura do fenômeno, acho que
ambas as esferas – considerando suas dimensões simbólicas, subjetivas e até
fenomenológicas – devem caracterizar o fenômeno na medida em que as pessoas
muitas vezes se sentem, ou não, em turismo.Ainda que lazer e viagem possam ser considerados como “universais
culturais” (Murdock et al ., 1982, apud Grünewald, 2003) e fundamentos para uma
definição básica de turismo, as origens deste têm merecido algumas investigações
históricas. Se alguns autores procuram as origens do turismo na época da expansão
colonial, outros as buscam nas peregrinações características dos séculos XVIII e
XIX. Com certeza, pode-se afirmar somente que o turismo em larga escala emergiu
no mundo ocidental no final do século XIX e início do XX.
As origens do turismo são encontradas, além disso, em condições de alta
produtividade, especialmente na sociedade industrial. Mas é com as transformações
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sócio-econômicas experimentadas depois da II Guerra Mundial que o turismo se
desenvolve como uma manifestação do consumo de massa (Pi-Sunyer, 1989, p. 191
apud Grünewald, 2003).
A amplitude e a relevância do turismo como fenômeno social é crescente
desde então, não só pelos dados quantitativos que indicam uma movimentação
entre países anual de mais de 600 milhões de pessoas (Banducci Jr.; Barretto,
2001) – além da movimentação de cerca de 450 bilhões de dólares só em 1998
(Grünewald, 2001) –, mas pelas suas inúmeras manifestações concretas
esquematicamente já fixadas em diversas tipologias que tentaram estabelecer
assuntos/objetos temáticos no âmbito desse amplo fenômeno.
Nas ciências sociais, os estudos sobre turismo começam a se fixar entre os
anos 60 e 70, quando aparece um número significativo de trabalhos sobre turismo,
com relevo especial para a obra de Boorstin (1964) apud Grünewald, 2003, que
destaca o aspecto do simulacro no âmbito da atividade turística. Em antropologia, é
também na década de 60 que os trabalhos sobre turismo se iniciam – com destaque
para o artigo de Nuñez, de 1963, sobre turismo de fim de semana em aldeia
mexicana (Nash, 1996 apud Grünewald, 2003) –, mas ganham força e
sistematicidade na década seguinte e principalmente com foco sobre pequenascomunidades e as interações sociais entre turistas e hospedeiros.
Assim, se turismo é um fenômeno muito complexo, não só por se apresentar
quantitativamente com uma das maiores (se não a maior) indústrias do mundo, mas
principalmente por uma enorme diversidade de objetivos programáticos, além dos
aspectos subjetivos que perpassam todos os relacionamentos envolvidos nas suas
múltiplas facetas, a antropologia do turismo não se apresenta como homogênea em
sua abordagem, mas muito diversificada internamente na medida em que se constróisob uma miríade de objetos temáticos. São estudos em turismo religioso, turismo e
mudança social, turismo e mercantilização cultural, turismo e globalização, veraneio,
turismo e lazer, ecoturismo, mediadores culturais na empresa turística, impactos
sociais do turismo, turismo e produção de artesanato, turismo e etnicidade, entre
outras rubricas. Além disso, turismo é uma área não só para atuação acadêmica dos
antropólogos, mas de muita envergadura para o trabalho antropológico prático e
aplicado ao turismo (Chambers, 1997; Nash, 1996apud
Grünewald, 2003), eprincipalmente em termos de desenvolvimento sustentável (Sofield, 2003 apud
Grünewald, 2003).
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Dentro de toda essa complexidade do fenômeno, gostaria de destacar um
aparente paradoxo quanto à busca do objeto turístico pelos turistas. Hoje, no
princípio do milênio em que se inicia o turismo espacial, há uma procura cada vez
maior por sociedades em recônditos da Terra. Digo paradoxo aparente porque isso
que se constrói como foco da visitação turística está na procura pelo diferente, pelo
exótico, pelo outro que, na verdade, é buscado desde o início das jornadas
turísticas. Perceber essa forma de experiência turística (Grünewald, 2001)
caracterizada pela promoção do “outro” parece de extrema relevância para a
antropologia (inclusive a aplicada) na medida, principalmente, em que isso tem se
configurado tanto como alternativas econômicas valiosíssimas para as comunidades
turísticas quanto para a própria revitalização cultural dessas populações em si,
muitas vezes apresentando declínio indesejável de produção cultural em face dos
problemas impostos pelo trabuco do capitalismo global – questão de
“desenvolvimento cultural” que, segundo Ryan, 2002 apud Grünewald, 2003, deve
continuar sendo minuciosamente investigada em termos de sua autenticidade, na
medida em que isso é importantíssimo para os próprios sujeitos nativos e turistas.
Essa não é a mesma perspectiva que se insinuava no início da antropologia
do turismo, quando as idéias de “impactos do turismo” e de “desenvolvimentoturístico” começaram a receber atenção não só das ciências sociais e econômicas
como também dos próprios agentes empreendedores que aplicam capital político,
econômico e mesmo simbólico em certas sociedades. Mudanças ocorreram nestas e
isso também se percebe pelo aspecto cultural e não meramente econômico. Muitas
vezes essas mudanças foram pensadas em termos de uma aculturação em larga
escala em face do impacto do turismo, isto é, o desenvolvimento turístico levaria os
nativos de pequenas sociedades hospedeiras a abandonarem um modo de vidatradicional e independente do capitalismo global para se inserirem em negócios
locais incrementados pelo “efeito multiplicador” (Smith, 1989 apud Grünewald, 2003)
do desenvolvimento turístico.
Já outra perspectiva mais produtiva, que se inicia ainda na década de 1970,
reforça a etnicidade promovida entre certas populações com um reforço de certas
tradições (no caso das artes étnicas, ver Graburn, 1976 apud Grünewald, 2003) que
passaram à condição de chamariz turístico, e assim também participando daperspectiva do desenvolvimento local do turismo. Se o exótico, o outro, é procurado
em lugares distintos do de origem do visitante, os habitantes desses lugares, de
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acordo com a perspectiva turística, devem se promover como esse exótico, a fim de
ser atrativo no mercado turístico. Devem ter sinais diacríticos a exibir, a serem
consumidos nesse amplo mercado. A construção, promoção ou fortalecimento de
sinais diacríticos que caracterizam (que definem culturalmente) um povo é o próprio
âmbito da etnicidade.
Mas note-se que essa etnicidade não se refere estritamente à etnicidade
clássica colonial, ou seja, não estou aqui me referindo só a grupos de nativos, mas a
diversas formas de construção de fronteiras de grupos sociais que se fixam em
linhas étnicas. Trata-se, conforme perspectiva de Hall (1991a, 1991b) apud
Grünewald, 2003, não mais de etnicidades acionadas contra o imperialismo colonial,
mas de “nova etnicidades” que, sem negar essa primeira forma de alinhamento,
emergem de forma fragmentária, com segmentações internas e, em muitos casos,
não conseguindo operar como totalidades. São movimentos localizados de
emergência de novos sujeitos sociais, novas etnicidades, novas comunidades em
posições subalternas que tentam falar de si mesmos contra o mundo anônimo e
impessoal das forças globalizadas presentes na diversidade do mundo pós-
moderno. A etnicidade, aí, seria o lugar ou o espaço necessário a partir do qual as
pessoas falam.Etnicidades são fenômenos sociais que refletem as tendências positivas de
identificação e inclusão de certos indivíduos em um grupo étnico. A distintividade
dessa identidade, para caracterizar um grupo étnico, deve se remeter a noções de
origem, história, cultura e, até, raças comuns. Originalmente, destacaram-se duas
perspectivas teóricas para se abordar e definir os grupos étnicos: uma essencialista,
que se debruçava sobre a substância do patrimônio cultural e histórico das
populações para perceber sua distintividade étnica, e outra, mais construtivista, que,focando as interações sociais entre as sociedades, notava suas fronteiras, que eram
o que, efetivamente, definiria o limite do grupo étnico, independentemente se os
traços de cultura ou raça fossem compartilhados com as sociedades vizinhas. Esta
segunda tendência é a que recebeu maior notabilidade. Mas deve-se fazer uma
ressalva ao dizer que, se a antropologia focaliza a interação social que cria as
fronteiras étnicas, para os membros desses grupos o discurso étnico ressalta, na
maioria dos casos, os conteúdos de sua origem, história, cultura ou raça – mesmoque esses sejam criados no presente para fins de autorepresentação ou de
representação para os outros.
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Assim, é importante destacar a instrumentalidade dos itens de cultura
exibidos pelo grupo étnico como sinais diacríticos, ou seja, como suas marcas
culturais (históricas, etc.) características e que os definem por oposição a outros
grupos. É importante para os grupos étnicos portarem tais marcas e, quando não as
possuem, muitas vezes as criam para fortalecer sua distintividade étnica.
Geralmente, esses elementos de cultura são pensados (tratados) e operados como
tradições – termo que indica substância constituinte de um povo, mas que, na
prática, pode ser construída situacionalmente com vistas, inclusive, no futuro
(Grünewald, 2001, 2002b).
Mas como a etnicidade se relaciona com o turismo? Ora, existem inúmeras
formas de turismo e, embora algumas delas estejam totalmente despreocupadas
com questões de história, cultura própria, raça, origem, como o turismo recreativo,
outras formas tomam por objeto aspectos de identidade ou alteridade. No primeiro
caso temos, por exemplo, o turismo histórico dentro da nossa própria sociedade, e,
no segundo, a busca pelo exotismo ou simplesmente por outras culturas. Van den
Berghe, 1994 apud Grünewald, 2003 já sustentava que turismo é sempre uma forma
de relações étnicas, e isso seria duplamente verdadeiro, segundo Van den Berghe e
Keyes, 1984 apud Grünewald, 2003, no caso do chamado turismo étnico, onde aprópria existência da fronteira étnica criaria a atração turística.
Para estudar a viabilidade de implantação de um projeto turístico no município
de Dezesseis de Novembro será necessário levar em consideração fatores
primordiais. Entre os principais citamos: cultura local com suas crenças, costumes,
hábitos, religião; agroindustriais familiares com preservação dos valores
relacionados à família; meio ambiente onde se tem o contraste de uma vegetação
virgem, cachoeiras e quedas d’água vislumbrantes com o impacto ambiental queestá sendo realizado com a construção de uma usina hidrelétrica de grande porte.
Atualmente a convivência com novos signos, sinais, imagens, símbolos e
linguagem está se tornando cada vez mais marcante e desta forma é levado a
investigar sob a origem, o uso e como perceber toda esta semiótica. A interpretação
mental em meio a esta floresta de signos presentes é uma tarefa inerentemente
humana, visto que “é próprio do homem buscar conhecer as diferenças culturais,
intentar, compreender significados para as vidas de outros grupos sociais, visitar lugares que não são os seus para compreendê-los em sua espacialização histórica e
cultural própria” (Menezes, 2004, p. 20).
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Os julgamentos a respeito do turismo evoluíram ao longo dos tempos.
Segundo Moesch (2002) o primeiro registro da palavra turismo aparece em 1800 no
dicionário de inglês Oxford, segundo o qual Turismo é “a teoria e prática de viajar,
deslocar-se por prazer. Uso, depredação”. A palavra turismo tem influência francesa
o que comprova que o termo utilizado atualmente deriva das suas raízes européias.
Deste modo a essência do turismo é o ato de viajar, e para Hermann Von
Schattenhofen apud Moesch (2002, p. 10) “turismo é o conceito que compreende
todos os processos, especialmente os econômicos, que se manifestam na chegada,
na permanência e na saída do turista de um determinado município, país ou estado”.
Segundo Balanzá e Nadal (2003), em 1942 os professores da Universidade
de Berna, Krapt e Hunziker classificaram a atividade como:
O conjunto dos fenômenos e das relações produzidas pelasviagens (deslocamentos) e pelas estadas (fora do local deresidência) dos não residentes, desde que não estejam ligados auma estadia permanente nem a uma atividade remunerada (Krapt eHunziker apud Nadal e Balanzá, 2003).
Em todo caso, para efeitos conjunturais a definição mais aceita é da
Organização Mundial do Turismo, que diz o seguinte:
O turismo inclui tanto o deslocamento e as atividadesrealizadas pelas pessoas durante suas viagens e estadas, bemcomo, as relações que surgem entre eles, em lugares distintos deseu ambiente natural, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano e mínimo de 24 horas (pernoite no destino),principalmente com fins de lazer, negócio e outros (OMT, 2003).
Todavia, em se tratando de conceitos, estes poderão evoluir em função do
caráter diverso e complexo da atividade. Como ratifica Beltrão (2001):
No passado, a atividade turística poderia ter outro objetivo econseqüentemente uma visão mais restrita. Segundo algunsespecialistas, a definição sobre o turismo é dinâmica e vira deacordo com o comportamento sócio-cultural e econômico dahumanidade.
Depois de algumas décadas, entretanto, o debate em torno do
desenvolvimento esteve marginalizado, e somente no final dos anos 90 do século
passado é que voltou a ser valorizado pela literatura econômica e pelas políticas
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públicas. Com base em experiências específicas, ocorridas a partir dos anos 70,
difundiu-se, em nível internacional, a idéia do surgimento de um novo paradigma de
desenvolvimento, associado ao processo de “globalização” e fundamentado numa
nova forma de organização da economia e da sociedade – flexível e descentralizada
(Mendonça e Ortega, 2005, p. 02).
Contrastando com a visão hegemônica liberal, surgiramvisões e experiências alternativas de desenvolvimento territoriallocal. Experiências que, mesmo reconhecendo a força desseprocesso liberalizante “global”, programaram respostas específicas eintencionais valorizando as diversidades econômicas, sociais epolíticas existentes em seus territórios locais (Mendonça e Ortega,
2005, p. 02).
Por se tratar de um fenômeno dinâmico e social, o turismo deve ser analisado
não só pelos estudos epistemológicos já publicados, é necessário conhecer também
a construção empírica extraída da prática de quem vive de perto este fenômeno, ou
seja, a comunidade local no que tange as suas percepções, valores e o significado
atribuído a atividade do turismo pelos mesmos.
Segundo Menezes (2004, p. 113) reconhecer o espaço como “turístico” é
elaborar uma construção cultural. Estas construções são contínuas, pois novas
mudanças ocorrerão e o turismo como fenômeno do mundo globalizado sofrerá
mudanças, ou seja, ganhará novas reconfigurações de acordo com as mudanças
culturais, políticas e econômicas.
O ato de viajar sem dúvida é muito antigo. Mas apesar desse histórico o
turismo como atividade tem sido considerado um campo relativamente novo para o
estudo acadêmico e científico, no entanto, é possível observar a sua
contextualização a partir de várias óticas, sejam elas econômicas, sociológicas,geográficas ou antropológicas, configurando assim sua abordagem multidisciplinar e
sistêmica. Nesse sentido o que importa é compreender e analisar as forças
dinâmicas que o produzem. E no meio de tantas cifras econômicas, o turismo
também se revela como um canal mediador para o intercâmbio cultural entre
diversos povos de diferentes hábitos, línguas, regiões e gostos. Considerando
também que o mesmo é um processo de produção humana e o espaço de produção
é também o de consumo e a atividade turística não deve intervir de forma negativa,levando ao consumo em massa dos recursos naturais e culturais de uma região.
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O turismo é uma construção social formado por redes de relações sócio-
culturais, realimentado continuamente pelo seu sujeito, o homem.
Vale considerar que a comunidade de Dezesseis de Novembro é pequena.
Nesse contexto a idéia de Barreto (1990, p. 135) é substancial, a saber:
Quando o turismo se desenvolve em lugares pequenos, queainda apresentam características de comunidade porque seusmembros são poucos e mantêm interesses comuns, a tarefa setorna mais simples. Quando analisamos o turismo em sociedadescomplexas ou grandes cidades, pode-se dizer que há relaçõesdiferentes entre diferentes comunidades dessa sociedade e osturistas que a visitam.
Assim os significados não são únicos, algumas respostas poderão convergir
para uma mesma idéia, no entanto, a relação entre visitantes e visitados devem ser
boas, para que os primeiros possam ser vistos com bons olhos e para que o turismo
seja realizado de forma autêntica.
O turista não quer somente sol, praia e se divertir durante a noite, ele também
busca se enriquecer culturalmente, saber da tradição cultural do lugar visitado,
conhecer as etnias que compõem a população local, todo o legado da região que o
está acolhendo.
4 JUSTIFICATIVA
O município de Dezesseis de Novembro tem sua economia baseada na
atividade agropecuária, onde a produção final ainda não tem reconhecimento local e
regional. Inúmeras formas de sustentabilidade são desenvolvidas, porém com
poucas técnicas de comercialização e produção, onde em muitos casos aindautilizado o empirismo em todo processo.
Estudar a viabilidade de implantação de um Projeto Turístico para o Município
de Dezesseis de Novembro/RS, que traga benefícios sócio-econômicos,
possibilitando agregação de renda, fomentando à atividade agroindustrial nas
comunidades rurais aliada aos aspectos sócio-ambientais existentes ali inseridos, se
justifica este projeto.
5 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
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De acordo com experiências em processos de agroindustrialização familiar
desenvolvidas no município de Dezesseis de Novembro e a partir disso das
inúmeras tentativas de implantação de projetos de geração de trabalho e renda e
para agregar a isso, é viável a implantação de um projeto turístico para o município
de Dezesseis de Novembro - Missões/RS?
6 HIPÓTESES
A implantação de um Projeto Turístico para o Município de Dezesseis de
Novembro/RS fomentará a economia local.
Iniciativas de processos agroindustriais existentes no município podem ser
utilizadas como exemplos e comparativos.
Os aspectos sociais, históricos, culturais e econômicos são propícios para a
execução de um projeto turístico no município de Dezesseis de Novembro.
A matriz produtiva do município servirá de diferencial para agregar valores ao
projeto turístico a ser implantado no município.
A comunidade local visualizará o projeto turístico como fonte de geração detrabalho e renda para suas famílias.
7 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Analisar a viabilidade de implantação de um Projeto Turístico para oMunicípio de Dezesseis de Novembro/RS que traga benefícios sócio-
econômicos para a comunidade ali inserida.
7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Estudar os aspectos históricos, geográficos e sócio-ambientais do
Município de Dezesseis de Novembro/RS; Identificar o processo de apreender conhecimentos sobre o surgimento
das comunidades rurais nos seus aspectos étnicos e sócio-econômicos;
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Pesquisar a matriz produtiva do município;
Verificar a infra-estrutura existente no território municipal com
possibilidade de seu aproveitamento na possível execução de um projeto
turístico.
7 METODOLOGIA
Levando-se em consideração a discussão conceitual e os objetivos
especificados neste projeto, os procedimentos metodológicos deverão considerar as
seguintes etapas: Com a finalidade de responder ao objetivo proposto nesse estudo,
conferindo se há comprovação e/ou refutação da hipótese levantada, será utilizada a
pesquisa exploratório-descritiva de abordagem qualitativa.
A escolha pela abordagem qualitativa ocorreu por considerar que, em um
processo analítico o uso de um variado repertório de informações representa uma
maior possibilidade de compreensão da realidade.
A pesquisa qualitativa é descritiva, sendo os seus resultados expressos "...em
retratos (ou descrições), em narrativas, ilustradas com declarações das pessoas
para dar o fundamento concreto necessário, com fotografias, etc., acompanhados dedocumentos pessoais, fragmentos de entrevistas, etc." (Triviños, 1987, p. 128). Além
disso, a compreensão ampla de um fenômeno exige que se considerem,
inicialmente pelo menos, todos os dados da realidade como importantes e, por isso
mesmo, passíveis de exame. Idéias preconcebidas, portanto, podem barrar o
esforço de exploração investigativa, podendo chegar ao ponto de colocar sob
suspeita a própria validade da pesquisa.
Os pesquisadores qualitativos têm em mente não apenas os resultados, mas,sobretudo o processo, o que significa dizer que a apreensão de um fenômeno não
implica apenas evidenciá-lo na sua versão atual, mas penetrar na sua estrutura
íntima, latente, não captável pela simples observação, de modo a revelar suas
relações e os condicionantes de sua evolução.
A preocupação essencial dos pesquisadores qualitativos é a compreensão
dos fenômenos a partir da perspectiva dos participantes. Isso não os dispensa,
entretanto, do esforço de procurar captar, com o máximo de fidelidade, o ponto devista dos participantes, seja confirmando junto aos próprios informantes o acerto de
suas percepções, seja confrontando-as com a de outros pesquisadores.
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Por último, os pesquisadores qualitativos utilizam, na análise de seus dados,
o enfoque dedutivo, ou seja, como estes não partem, em geral, de hipóteses pré-
estabelecidas, pelo menos no sentido que lhe dá um enquadre positivista, não se
preocupam em buscar (com uma obsessão positivista) dados ou evidências que
confirmem ou não suas suposições. As abstrações, nesse caso, são erigidas a partir
dos dados, num processo de baixo para cima.
Segundo Triviños (1987), na pesquisa qualitativa seguem-se, basicamente, os
mesmos passos de qualquer investigação, embora não tão rigidamente quanto na
pesquisa quantitativa. Um exemplo disso é que coleta e análise dos dados não são
momentos estanques, ao contrário, as informações recolhidas são, em geral,
interpretadas imediatamente o que pode, por sua vez, originar novas buscas de
dados.
Um outro aspecto importante destacado por Triviños (1987) é que a escolha
do tamanho da amostra a ser pesquisada é, em geral, balizada por critérios distintos
dos da pesquisa quantitativa. Considerações do tipo: a importância dos sujeitos para
o esclarecimento do assunto em foco, a facilidade de se encontrar as pessoas, o
tempo dos indivíduos para as entrevistas, entre outros, são aspectos determinantes
na conformação da amostra.De acordo com Gil (2002, p. 45) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a
partir de material já elaborado, constituído, basicamente de obras e artigos
científicos. É utilizada em estudos exploratórios que estão ligados à resolução ou a
compreensão de um problema. As fontes de pesquisa são livros, publicações
periódicas e impressos diversos. Ainda, segundo o autor, a principal vantagem deste
tipo de pesquisa “reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama
de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.”Tratando da pesquisa do tipo exploratório, Gil (2002) explica que esta objetiva
proporcionar maior familiaridade com o problema, questão do estudo, tendo em vista
torná-lo explícito, aprimorando idéias, descobertas e intuições. Além disso, a
pesquisa exploratória caracteriza-se por ser bastante flexível. Assim, este estudo
propôs-se a realização de um estudo do tipo exploratório porque existiu a
proximidade da autora deste estudo com a aplicabilidade das políticas públicas, o
que permite a familiaridade com a questão principal levantada.Para Triviños (1987, p. 109) os estudos exploratórios permitem ao
pesquisador aumentar sua experiência em torno de determinado problema. O
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pesquisador parte de uma hipótese e aprofunda seu estudo nos limites de uma
realidade específica, buscando antecedentes, maior conhecimento para em
seguida, planejar uma pesquisa descritiva ou de tipo experimental. Outras
vezes, deseja delimitar ou manejar com maior segurança uma teoria cujo
enunciado resulta demasiado amplo para os objetivos da pesquisa que tem em
mente realizar. Pode ocorrer também que o pesquisador, baseado numa teoria,
precise elaborar um instrumento, uma escala de opinião, por exemplo, que
cogita num estudo descritivo que está planejando. Então o pesquisador planeja
um estudo exploratório para encontrar os elementos necessários que lhe
permitam, em contato com determinada população, obter os resultados que
deseja.
Em relação à pesquisa descritiva, Gil (2002) destaca que esta objetiva
descrever as características de determinada população ou fenômeno. O tipo
descritivo utiliza-se de questionário e observação sistemática para a coleta de
dados, tendendo a proporcionar uma nova visão do problema além de aproximar-se
da pesquisa exploratória.
9 CRONOGRAMA
ATIVIDADES
MESES
m a r ç o
a b r i l
m a i o
j u n h o
J u l h o
A g o s t o
S e t e m b r o
O u t u b r o
N o v e m b r o
Escolha do tema X
Estudo sobre o Tema X XFundamentação Teórica X X X
Formulação do Projeto X X
Defesa do Projeto X
Desenvolvimento do projeto X X X X
Levantamento de dados X X
Análise dos dados coletados X X
Elaboração da análise deviabilidade X
Entrega da Monografia X
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