UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
ENGENHARIA AMBIENTAL
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL – CCEA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PROPOSTA DE GERENCIAMENTO PARA ARES-CONDICIONADOSDESCARTADOS EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO
SUPERIOR
Ruan Ramisés Costa de Miranda
Natal, novembro de 2018.
Ruan Ramisés Costa de Miranda
PROPOSTA DE GERENCIAMENTO PARA ARES-CONDICIONADOSDESCARTADOS EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO
SUPERIOR
Natal, novembro de 2018.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte
como parte dos requisitos para
obtenção de título de Engenheiro
Ambiental.
Orientador: Prof.ª MSc. Larissa
Caroline Saraiva Ferreira
Co-orientador: Prof.ª Dra. Débora
Machado De Oliveira Medina
Ruan Ramisés Costa de Miranda
PROPOSTA DE GERENCIAMENTO PARA ARES-CONDICIONADOSDESCARTADOS EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO
SUPERIOR
Aprovado em: ___/___/____
_____________________________________________________
Prof.ª MSc. Larissa Caroline Saraiva Ferreira
Orientador - UFRN
_____________________________________________________
Prof.ª Dra. Débora Machado De Oliveira Medina
Co-orientador - UFRN
_____________________________________________________
MSc. Adriane Tramontin Santiago
Diretora do Setor de Patrimônio – Avaliador Interno - UFRN
_____________________________________________________
Prof. MSc. Diego Souza de Oliveira
Avaliador Interno - UFRN
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte
como parte dos requisitos para
obtenção de título de Engenheiro
Ambiental.
Natal, novembro de 2018.
RESUMO
A aquisição de novos materiais pelas instituições Federais de Ensino Superior
tornou-as grandes consumidoras de bens e recursos naturais, o que contribui com
maiores gerações de resíduos sólidos. Nesse contexto, insere-se a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, atualmente considerada uma grande geradora de
resíduos, e que apresenta a necessidade de aperfeiçoar o descarte destes
materiais, com o intuito de minimizar os danos ambientais por eles causados. Estes
danos podem ser ainda mais notórios quando os materiais possuem características
de periculosidade, como é o caso dos equipamentos de condicionadores de ar, a
qual a UFRN, não possui práticas de um correto gerenciamento para este tipo de
resíduo. Sendo assim, este trabalho consiste em um estudo de caso no Setor de
Patrimônio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com enfoque nos
trâmites pertinentes ao desfazimento de bens do imobilizado móvel, com objetivo de
aprimorar a gestão e o gerenciamento dos aparelhos de ares-condicionados
descartados no Setor. Dessa forma, utilizando de uma análise bibliográfica,
documental e de campo, desenvolveu-se uma pesquisa quantitativa complementada
por uma abordagem qualitativa, através de visitas in loco e entrevistas de
abordagem não estruturada, que oportunizou diagnosticar os procedimentos de
descarte e gerenciamento dos resíduos de ares-condicionados, dentro da instituição.
Os resultados mostraram que atualmente, a UFRN possui algumas práticas
inadequadas, visto que os condicionadores de ar, são transportados e armazenados
de modo incorreto, e o descarte dos resíduos não possuem foco em medidas de
reutilização e reaproveitamento. Diante disso, foi desenvolvido uma proposta de um
protocolo operacional de desfazimento de bens e um plano interno de
gerenciamento do equipamento de ares-condicionados com o intuito de padronizar e
normatizar os procedimentos operacionais do descarte e gerenciamento desses
resíduos. Conclui-se que é necessário priorizar e assegurar medidas estratégicas
que fomentem a conduta da preservação ambiental e as práticas de
desenvolvimento sustentável, que objetivem primordialmente a reutilização e o
reaproveitamento.
Palavras Chaves
Desfazimento, Ares-Condicionados, Plano interno de gerenciamento.
ABSTRACT
The acquisition of new materials by Federal Institutions of Higher Education
has made them large consumers of goods and natural resources, which contributes
to greater generations of solid waste. In this context, it is inserted the Federal
University of Rio Grande do Norte, currently considered a great generator of waste,
and that presents the need to improve the disposal of these materials in order to
minimize the environmental damage by them Caused. These damages can be even
more notorious when the materials have hazardous characteristics, as is the case of
air conditioning equipment, which UFRN does not possess practices of a correct
management for this type of residue. Thus, this work consists of a case study in the
patrimony sector of the Federal University of Rio Grande do Norte, with a focus on
the procedures pertinent to the demaking of assets of the mobile asset, in order to
improve the management and management of Equipment discarded in the sector.
Thus, using a bibliographic, documental and field analysis, a quantitative research
was developed complemented by a qualitative approach, through on-site visits and
interviews with an unstructured approach, which opportunized Diagnose the
procedures for disposing and managing the waste of Ares-conditioners, within the
institution. The results showed that UFRN currently has some inadequate practices,
since air conditioners are transported and stored incorrectly, and waste disposal
does not have a focus on re-use and reuse measures. Therefore, a proposal for an
operational protocol for the disposal of goods and an internal plan for the
management of air-conditioning equipment was developed in order to standardize
and regulate the operational procedures of the waste and Management of these
wastes. It is concluded that it is necessary to prioritize and to ensure strategic
measures that foster the conduct of environmental preservation and sustainable
development practices, which primarily aim at reutilization and reuse.
Keywords
Discard, Air conditioners, Internal management plan.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.Organograma do Setor Administrativo da UFRN........................................10
Figura 2. Modelo de guia de recolhimento do setor de Patrimônio...........................13
Figura 3. Fluxograma atual de desfazimento de bens móveis da UFRN..................14
Figura 4.Transporte do ar condicionado para o setor de Patrimônio........................15
Figura 5.Transporte interno do ar condicionado no setor de Patrimônio...................16
Figura 6.Galpão destinado ao recebimento de materiais descartados da UFRN.....16
Figura 7. Equipamentos de refrigeração misturados e armazenados à céu aberto..17
Figura 8. Equipamentos de ares-condicionados armazenados fora do galpão........17
Figura 9.Gráfico quantitativo de bens recolhidos no setor de patrimônio..................19
Figura 10.Fluxograma sugerido pelo autor para desfazimento de bens móveis.......19
Figura 11.Modelo da Guia de Recolhimento no SIPAC.............................................20
Figura 12.Símbolo de resíduo perigosos...................................................................22
Figura 13.Fita laranja demarcação de solo para sinalização de segurança.............23
Figura 14.Pedestal de isolamento para sinalização de segurança...........................23
Figura 15.Características dos Resíduos Sólidos - NBR 10004/2004........................24
Figura 16.Exemplos de equipamentos de proteção individual..................................27
SUMÁRIO1 INTRODUÇÃO........................................................................................................7
2 MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................10
2.1 Área de estudo...............................................................................................10
2.2 Procedimento da pesquisa............................................................................11
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................13
3.1 Diagnóstico da situação atual........................................................................13
3.1.1 Desfazimento dos bens...............................................................................13
3.1.2 Gerenciamento interno dos ares-condicionados.........................................14
3.1.3 Quantitativo de bens enviados para descarte.............................................17
3.2 Proposição de melhorias...............................................................................18
3.2.1 Protocolo de desfazimento de bens............................................................18
3.2.2 Gerenciamento dos ares-condicionados.....................................................20
3.2.2.3 Transporte interno no setor de Patrimônio...............................................23
3.2.2.4 Armazenamento.......................................................................................23
3.2.2.5 Destinação Final.......................................................................................24
3.2.2.6 Transporte Externo...................................................................................25
3.2.2.7 Procedimentos de segurança...................................................................25
3.2.2.8 Prevenção e atendimentos a emergências..............................................25
3.2.2.9 Equipamentos de Proteção Individual – EPIs..........................................26
3.2.2.10 Capacitação técnica dos funcionários....................................................26
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................28
1 INTRODUÇÃO
A disponibilidade de recursos nas instituições federais de ensino superior e a
necessidade de desenvolvimento em todos os campos de ensino e nas mais
diversas técnicas e metodologias de pesquisa, fomentam a aquisição de materiais,
tornando essas instituições grandes consumidoras de bens e recursos naturais.
Quando associada à falta de educação ambiental, este consumo contribui
com maiores gerações de resíduos sólidos, provocando superlotações nos setores
responsáveis por administrar o recebimento e desfazimento desses materiais, sendo
cada vez mais necessário um adequado gerenciamento, com o intuito de minimizar
a compra de novos bens, com materiais passíveis de recuperação, e assim reduzir
os gastos públicos dessas instituições.
Os resíduos sólidos gerados nas universidades possuem característica
heterogenia, englobando desde resíduos orgânicos, de limpeza pública (varrição,
capina, poda e outros), de construção civil, químicos e de laboratórios, resíduos de
serviço de saúde, até resíduos provenientes da utilização de bens públicos da
universidade, tornando o gerenciamento complexo e dependente de uma integração
de diferentes áreas de conhecimento para uma boa execução.
Os bens públicos, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da
Fazenda, através da Portaria nº 448 de 13 de setembro de 2012 (BRASIL, 2012),
são classificados em bens de consumo e bens permanentes. Os bens de consumo
são aqueles que, em razão de seu uso corrente, perde normalmente a sua
identidade física ou tem a sua utilização limitada há dois anos, como por exemplo,
materiais de expediente, de limpeza, dentre outros. Já os bens permanentes são
aqueles que não perdem a identidade física e possuem vida útil superior a dois
anos, tais como, móveis, equipamentos e etc.
Os bens permanentes se destacam por não possuírem gerenciamento
semelhante aos resíduos comuns, havendo, portanto, a necessidade de um descarte
ou reutilização específica, a fim de, destinar adequadamente esses resíduos. Esse
descarte é embasado legalmente pelo Decreto nº 9.373, de 11 de maio de 2018, que
regulamenta, no âmbito da Administração Pública Federal, as universidades a
realizarem a alienação, a cessão, a transferência, a destinação e a disposição final
ambientalmente adequada de bens móveis no âmbito da administração pública
federal direta, autárquica e fundacional.
7
A alienação é o desfazimento comumente utilizado pelas universidades, uma
operação de transferência do direito de propriedade do material, mediante venda,
permuta ou doação quando da ocorrência de obsoletismo, inadequação ou
imprestabilidade do bem, conforme Decreto nº 9.373, de 11 de maio de 2018
(BRASIL, 2018).
Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por exemplo, o processo
de alienação geralmente é realizado pelo procedimento de venda e doação.
Semestralmente através de licitações, é vendido todo o lote de resíduos
permanentes acumulados, seguindo as recomendações para obtenção de uma
destinação e a disposição final ambientalmente adequadas de bens móveis, no
âmbito da administração pública federal, disposta nas Leis nº 8.666, de 21 de junho
de 1993, na Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 e no Decreto nº 9.373, de 11 de
maio de 2018.
No que se refere a doação, apesar de ser um processo constituído por lei, ela
vem sendo pouco aplicada na UFRN, por questões burocráticas, dificultando o
desfazimento dos resíduos e consequentemente o gerenciamento. Entretanto, esta
ferramenta se mostra como uma solução viável para o desfazimento de bens
permanentes, pois a universidade reduziria gastos com alienação, economizaria
espaços físicos que poderiam ser melhores utilizados e permitiria que bens fossem
reutilizados por entidades que prestam serviços junto à sociedade, incentivando
práticas de desenvolvimento sustentável. A doação está prevista no art. 17, da Lei
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, permitida exclusivamente para fins e uso de
interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência
socioeconômica (BRASIL, 1993).
O descarte correto dos resíduos de bens permanentes é essencial para
minimização de danos ambientais causados. Esses danos podem ser ainda mais
evidentes quando os resíduos descartados apresentam características de
periculosidade, a exemplo dos resíduos de ares-condicionados, que além de
conterem em sua composição, substâncias a base de metais pesados, também
incluem a presença do gás refrigerante, do óleo do compressor, de materiais de
isolamento térmico e das próprias peças de formação do equipamento, que podem
comprometer o meio ambiente e a saúde pública das pessoas que mantém contato
direto e indireto com esses resíduos.
8
Nesse sentido, verificou-se a necessidade de um aprimoramento nas práticas
de descartes dos ares-condicionados realizadas pela UFRN, a qual deve possuir
uma abordagem preventiva, com o intuito de diminuir o volume e o impacto causado
pelo resíduo, uma abordagem corretiva, direcionada ao retorno do bem ao ciclo
produtivo através de reutilizações e/ou reaproveitamentos e uma abordagem
técnica, conhecendo os processos burocráticos para possíveis doações à órgãos
federais, estaduais e municipais. Todas essas abordagens devem estar interligadas,
permitindo uma gestão integrada entre os setores responsáveis pelo recebimento e
desfazimento dos bens.
Para isso, os gestores acadêmicos devem possuir conhecimentos
relacionados à heterogeneidade dos resíduos descartados, ao ciclo de vida dos
produtos, à legislação ambiental vigente, tendo como base a Agenda Ambiental na
Administração Pública (A3P) norteada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos
(BRASIL, 2010), para que sejam aprimoradas as tecnologias para
acondicionamento, armazenamento, transporte e destinação final desses resíduos,
afim de que toda equipe responsável pelo gerenciamento dos resíduos, tenha plena
consciência do trabalho realizado.
Sendo assim, este trabalho tem como objetivo aprimorar a gestão e o
gerenciamento dos aparelhos de ares-condicionados descartados na Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, com ênfase na elaboração de um plano de
gerenciamento interno para esses resíduos e no desenvolvimento de um protocolo
operacional de desfazimento para envio dos materiais para setor em estudo,
contribuindo com as práticas de desenvolvimento sustentável.
9
Figura 1.Organograma do Setor Administrativo da UFRN.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Área de estudo
O trabalho foi desenvolvido no Setor de Patrimônio da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (UFRN), localizado no Campus Central Universitário da
UFRN, na Av. Senador Salgado Filho, nº 3000, Lagoa Nova, Natal/RN, 59078-970.
O referido setor é parte integrante da Diretoria de Material e Patrimônio –
DMP – à qual, de acordo com o Regimento Interno da UFRN (2015), é responsável
por todo planejamento, coordenação e execução das compras institucionais de
âmbito nacional e internacional, sendo responsável também, pela gerência física e
contábil dos almoxarifados de bens de consumo, permanentes e materiais de
infraestrutura e por conseguinte, constitui parte integrante da Pró-Reitoria de
Administração da UFRN (Figura 1).
Fonte: UFRN, 2018.
Por sua vez, ao Setor de Patrimônio compete a coordenação do registro
contábil do patrimônio móvel e imóvel da UFRN, bem como do controle das
respectivas movimentações e gerenciamento dos termos de responsabilidade,
incluindo os procedimentos necessários à alienação. Compete ainda o
gerenciamento da distribuição e recolhimento de bens móveis no âmbito da UFRN
(ART. 113 REGIMENTO INTERNO DA UFRN, 2015).
10
O setor desenvolve essencialmente atividades pertinentes ao controle
patrimonial, conforme descrito no regimento interno da instituição, tais como:
Recebimento provisório e definitivo, conferência, controle, guarda,
supervisionamento e distribuição dos bens móveis adquiridos pela instituição;
Contato com fornecedores quando necessário, para solucionar situações como:
entregas em desacordo com o que foi licitado, entregas incompletas, entregas
em duplicidades, etc.;
Cadastramento de notas fiscais no Sipac (Sistema Integrado de Patrimônio,
Administração e Contratos da UFRN), site da referida instituição;
Emplacar bens de acordo com o número de tombamento;
Controle e guarda dos documentos de entrega dos materiais (Termo de
Responsabilidade e Guia de Transferência);
Recebimento de bens encaminhados para recolhimento através de Guia de
Recolhimento;
Gerenciamento de todos os resíduos de bens permanentes gerados pela
Universidade.
Auxílio na execução dos processos de desfazimento (transferência, doação,
permuta, alienação, leilão, baixa e cessão).
Dentre as mais diversas atividades que o setor desenvolve, destacamos o
recolhimento de bens móveis e o gerenciamento dos resíduos de ares-
condicionados, foco de estudo deste trabalho.
O Setor de Patrimônio, dispõe de 14 colaboradores, sendo eles: 1 auxiliar de
serviços gerais, 6 armazenistas, 2 terceirizados (na função de operadores de micro),
2 bolsistas, 2 servidores (que desempenham atividades administrativas) e o chefe do
setor.
2.2 Procedimento da pesquisa
A fim de atingir os objetivos desta pesquisa, foi necessário inicialmente
realizar um diagnóstico, com o intuito de identificar a forma que os resíduos eram
descartados dentro da universidade, desde seu descarte na unidade de origem até
11
sua chegada ao Setor de Patrimônio, bem como, verificar o gerenciamento dos ares-
condicionados no setor de estudo.
Foram realizadas coleta de dados, através de visitas in loco e entrevistas de
abordagem não estruturada, com os funcionários do Patrimônio e com outros
setores da universidade, à cerca dos procedimentos de desfazimento do bem. Além
disso, foi realizada uma análise documental com apreciação de dados, através de
documentos oficiais cedidos pelo Setor de Patrimônio, como guias de recolhimento e
memorandos eletrônicos, sendo essa pesquisa restritiva ao ano de 2017.
Após isso, com base no cenário atual e com a finalidade de otimizar os
processos do setor foco de estudo nessa pesquisa, foi proposto duas vertentes de
gerenciamento: Uma chamada protocolo de desfazimento e outra, plano de
gerenciamento interno.
O protocolo de desfazimento indica a forma mais correta para descarte dos
bens, informando os procedimentos operacionais a serem seguidos para envio dos
materiais para o patrimônio.
No que se refere ao plano de gerenciamento, este menciona informações
sobre coleta, transporte, armazenamento e procedimentos de segurança envolvendo
os resíduos de ares-condicionados.
12
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Diagnóstico da situação atual
3.1.1 Desfazimento dos bens
Os tramites pertinentes ao desfazimento e sua alienação, inicia-se quando os
gestores dos setores da UFRN, classificam seus ativos permanentes como
inservíveis, ou seja, que se encontram danificados, obsoletos ou ociosos para as
respectivas unidades e os encaminham ao Setor de Patrimônio, com uma guia de
recolhimento feita no SIPAC (Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e
Contratos da UFRN), site da referida instituição.
A Guia de Recolhimento é um documento emitido via SIPAC, e é uma
formalização interna, de envio de materiais para recolhimento dos bens inservíveis,
onde possui informações referentes ao tipo de material recolhido, a quantidade, o
número patrimonial, dentre outras informações (Figura 2).
Figura 2. Modelo de guia de recolhimento do setor de Patrimônio.
Fonte: UFRN,2018.
13
Após realizada a emissão da guia, o setor requisitante solicita ao setor de
transportes um veículo para encaminhar o material para o Patrimônio, seguindo um
fluxograma conforme verifica-se na figura 3.
Figura 3. Fluxograma atual de desfazimento de bens móveis da UFRN.
Fonte: autor
3.1.2 Gerenciamento interno dos ares-condicionados
Analisou-se o gerenciamento de ares-condicionados recolhidos realizados
pelo setor de patrimônio, sendo observado as instalações e os procedimentos
adotados referentes as etapas de coleta, transporte externo, transporte interno e
armazenamento. Foram também identificados todos os responsáveis envolvidos
desde o recebimento até o desfazimento final realizado pela instituição.
A coleta e o transporte dos resíduos de ares-condicionados são de
responsabilidade do Setor de Transportes da UFRN. Foi observado que os resíduos
chegavam ao setor regularmente em carros oficiais da instituição, como caminhões
e caminhonetes, juntamente com diversos tipos de materiais e sem nenhum cuidado
no seu transporte para o Setor de Patrimônio. Muitos aparelhos não estavam
amarrados, aumentando as chances de causar danos ao sistema de refrigeração ou
ao isolamento térmico dos aparelhos (Figura 4).
Fonte: Autor
14
Figura 4.Transporte do ar condicionado para o Setor de Patrimônio
Chegando ao Setor de Patrimônio, os resíduos condicionadores de ar são
descarregados dos carros oficiais da UFRN e conferidos no galpão, pelos
armazenistas do setor. Eles verificam a quantidade de bens que irão ser
descartados, observam o estado dos materiais, analisam a Guia de Recolhimento e
realizam o transporte interno para o armazenamento dentro ou fora galpão do
Patrimônio. Essa movimentação muitas vezes é realizada manualmente, sem o uso
de carrinhos de carga (Figura 5).
Figura 5.Transporte interno do ar condicionado no setor de Patrimônio
Fonte: Autor
Devido ao acentuado número de resíduos recebidos e a atual situação do
grande intervalo nas realizações dos processos de alienação, o galpão com espaço
de 765 m² acaba sendo insuficiente para armazenamento de todos os resíduos, o
que implica em uma acomodação realocada fora do espaço projetado, a céu aberto
(Figura 6).
Figura 6.Galpão destinado ao recebimento de materiais descartados da UFRN.
Fonte: Autor.
A quantidade
expressiva de
equipamentos
de refrigeração,
especialmente
os ares condicionados,
são exemplos de
15
materiais armazenados fora do galpão (Figura 7 e 8), o que ocasiona uma maior
probabilidade de danos ambientais causados por esses aparelhos, em virtude dos
componentes contidos na fabricação dos condicionadores de ar, como o plástico e
metais pesados, além do líquido refrigerante que é prejudicial aos seres humanos e
afetam até a camada de ozônio.
Figura 7. Equipamentos de refrigeração misturados e armazenados à céu aberto.
Fonte: Autor.
Figura 8. Equipamentos de ares-condicionados armazenados fora do galpão.
Fonte: Autor.
Além disso, os impactos na saúde ocupacional iniciam dentro da própria
instituição, através de procedimentos sem critérios de transporte, armazenamento e
descarte dos ares-condicionados. Observou-se que, em função da ausência
generalizada do uso de EPIs, os funcionários do Setor de Patrimônio da UFRN,
envolvidos com o manejo desses resíduos, são expostos às substâncias perigosas
que podem ser liberadas dos equipamentos, caso esses se rompam. Atualmente os
armazenistas utilizam somente botas, luvas e vestimentas longas.
16
Através da coleta de dados, foi constatado por parte da equipe operacional do
Setor de Patrimônio, a existência de materiais passíveis à reutilização, dentre os
bens tidos como inservíveis, recebidos para recolhimento. E diante dessa vertente, a
fim de distinguir os resíduos que porventura possam ser reaproveitados, os
armazenistas do setor, realizam uma separação por tipo de materiais, para facilitar o
procedimento posterior que é a avaliação destes itens patrimoniais do imobilizado
móvel.
A apreciação ou avaliação dos resíduos é realizada no patrimônio pela
unidade interessada em reaproveitar o bem, que verifica a funcionalidade destes
materiais e/ou de seus componentes e constatando sua utilidade, solicita seu
reaproveitamento.
Atualmente, professores, alunos e funcionários efetivos da instituição, podem
inquirir o reaproveitamento dos bens antes do processo de desfazimento, entretanto,
apenas os chefes dos departamentos da UFRN é que podem formalizar o
procedimento de solicitação de reaproveitamento, por meio de um memorando
eletrônico, seguindo a Instrução Normativa do Governo Federal 205/88, e assumindo
a tutela do bem com propriedade da UFRN.
3.1.3 Quantitativo de bens enviados para descarte
No desenvolvimento da pesquisa, além do diagnóstico do desfazimento e do
gerenciamento atual, também foi realizado um diagnosticado do quantitativo dos
bens encaminhados para descarte, no período de 01/01/2017 até 31/08/2017,
correspondendo a um total de 11.164 bens móveis recebidos pelo setor de
patrimônio. Por sua vez, constatou-se que do total de bens móveis recebidos no
setor, o quantitativo de ares condicionados recolhidos, correspondeu à um somatório
de 572 bens.
Com a análise dos memorandos eletrônicos, fornecidos pelo Setor de
Patrimônio, concluiu-se que do total de bens encaminhados para recolhimento,
apenas 811 bens foram reaproveitados pelas diversas unidades da instituição.
Destes, 15 bens foram equipamentos de ares-condicionados, representando
aproximadamente 2,6% de reaproveitamento de todos os ares recebidos, 537 bens
permanentes diversos reaproveitados e 259 peças de materiais eletroeletrônicos
reutilizadas para consertos (Figura 9).
17
Figura 9. Gráfico quantitativo de bens reaproveitados e reutilizados no Setor de Patrimônio.
Fonte: Autor
3.2 Proposição de melhorias
3.2.1 Protocolo de desfazimento de bens
Sugere-se um novo fluxograma para recolhimento dos ares-condicionados,
para que as unidades que estão se desfazendo do bem, possam avaliá-lo e
classificá-lo e posteriormente divulgá-lo em uma plataforma da instituição, o Reuse.
Somente após conclusa essa etapa, é que seria necessário o encaminhamento do
bem para o Setor de Patrimônio, acompanhado da guia de recolhimento (figura 10).
Figura 10.Fluxograma sugerido pelo autor para desfazimento de bens móveis
Fonte: Autor
18
Total de Bens Recolhidos Ares-Condicionados Bens diversos Peças para reutlização0
100
200
300
400
500
600
700
800
900811
15
537
259
Quanttatvo de bens recolhidos, reaproveitados e reutlizados
A unidade que irá desfazer-se do bem, deverá realizar uma solicitação de
avaliação no equipamento, sendo constatado definitivamente a disfuncionalidade,
deverá simultaneamente ser emitido um parecer técnico desta avaliação, a qual
precisará ser descrita na GR- Guia de Recolhimento, no SIPAC, pois, quando o
sistema reconhecer o material como um condicionador de ar, ele automaticamente
solicitará um anexo com as informações do laudo técnico, informando o problema
apresentado pelo condicionador de ar, e/ou a justificativa do setor, pelo descarte do
bem, conforme consta o modelo da GR no SIPAC (figura 11).
Figura 11.Modelo da Guia de Recolhimento no SIPAC.
Fonte: UFRN, 2018.
Atualmente o sistema já dispõe da ferramenta de anexo de arquivo,
entretanto, o campo anexar documentos, passaria a ser requisito obrigatório na
elaboração da Guia de Recolhimento para condicionadores de ar e serviria de base
para uma posterior publicação no site do Reuse e/ou para o gerenciamento no setor
de Patrimônio.
19
O laudo técnico, será realizado pelo profissional que trabalha para empresa
contratada pela UFRN, (responsável por realizar os serviços manutenção dos
equipamentos de refrigeração). Ele, avaliará o bem, antes do seu envio para
recolhimento, para diagnosticar o problema apresentado, devendo também
submeter os aparelhos ao processo de retirada dos fluidos refrigerantes,
lubrificantes e óleo do compressor.
A princípio, os bens servíveis devem ser disponibilizados durante 10 (dez)
dias corridos na plataforma do Reuse (projeto próprio da UFRN), e apenas após este
prazo, caso nenhum outro setor tenha demostrado interesse, deverá ser
encaminhado ao Setor de Patrimônio para recolhimento. Após passado 10 (dez) dias
corridos da divulgação, os bens servíveis que não forem requisitados por outras
unidades deverão ser encaminhados ao Setor de Patrimônio/UFRN, juntamente com
a GR e o extrato da publicação.
O acesso à plataforma reuse é feito pelo site https://reuse.ufrn.br. Os bens
avaliados como servíveis são primordialmente publicados no site visando o
reaproveitamento por parte de outras unidades gestoras da UFRN.
Após confirmação de emissão da GR no sistema, deve-se imprimir a guia e
solicitar a assinatura do responsável pela unidade, no local discriminado no
documento.
3.2.2 Gerenciamento dos ares-condicionados
3.2.2.1 Coleta e Transporte externo – chegada ao setor
Como foi constatado irregularidades na transferência dos materiais da
unidade de origem até o Setor de Patrimônio, tais como: a posição que os
equipamentos são acomodados, ausência de proteção contra intempéries e a falta
de amarração dos bens, sugere-se que o Setor de Transportes da UFRN,
responsável por coletar e transportar os bens para o patrimônio, siga alguns
procedimentos a fim de não causar danos ao sistema de refrigeração ou ao
isolamento térmico dos aparelhos, conforme recomendações da ABNT NBR
15833:2010.
Os aparelhos devem ser transportados no estado em que foram coletados,
sendo permitida apenas a retirada de seus acessórios.
A condensadora deve ser transportada na posição vertical e fixada ao veículo,
não pode ser apoiada nos elementos do circuito de refrigeração.
20
No transporte, os aparelhos devem ser sempre segurados/amarrados para
evitar tombamento ou rotação.
Devem-se tomar os devidos cuidados na fixação dos aparelhos, conforme diz
o item anterior, com intuito de evitar atrito ou impactos no sistema de
refrigeração e consequentemente perda dos fluidos refrigerante e lubrificante.
No ato do recebimento, o material deverá vir acompanhado da GR, contendo
informações sobre a quantidade e o tipo dos aparelhos recebidos, bem como as
condições que se encontram, especialmente no tocante à integridade dos sistemas
de refrigeração e isolamento térmico e o motivo que ocasionou o seu recolhimento.
3.2.2.2 Identificação dos resíduos
O aparelho de ar condicionado deve ser devidamente identificado com um
adesivo da simbologia de um resíduo perigoso (Figura 12), pelo profissional técnico
da empresa contatada pela UFRN, responsável pelos serviços de manutenção
preventiva e corretiva em condicionadores de ar.
Figura 12.Símbolo de resíduo perigosos.
Fonte: Adaptado, CONAMA 2001.
Além da identificação nos aparelhos, o local de armazenamento também
deverá receber uma demarcação com fitas laranjas fluorescentes (Figura 13) e com
pedestais para isolamento de área (Figura 14).
Figura 13.Fita laranja demarcação de solo para sinalização de segurança.
21
Fonte: Autor.
Figura 14.Pedestal de isolamento para sinalização de segurança.
Fonte: SETON, 2018.
Devem ser também fixados nas paredes a simbologia de resíduos perigosos
(figura 12), e um banner com as características dos condicionadores de ar quanto a
classificação de resíduos sólidos- NBR 10004/2004, que segue o critério dos riscos
potenciais ao meio ambiente (figura 15).
22
Figura 15.Características dos Resíduos Sólidos - NBR 10004/2004.
Fonte: SETON, 2018.
3.2.2.3 Transporte interno no setor de Patrimônio
O manuseio dos condicionadores de ar na área interna do Setor de
Patrimônio deverá ser realizado pelos armazenistas, em carrinhos de carga para
transporte, reduzindo as chances de ocorrência de acidentes.
Antes de iniciar o manejo dos equipamentos deve-se determinar as rotas de
movimentação dos aparelhos dentro do galpão, a fim de evitar possíveis acidentes
de trabalho, além de danificações dos equipamentos com ocorrências adversas, tais
como quedas. Além disso, deve ser verificado o peso, o tipo, as condições físicas e
a forma dos resíduos a serem manuseados, e utilizar equipamentos de transporte de
carga compatíveis com o volume, evitando possíveis acidentes com os carrinhos de
carga. Por fim, todos os armazenistas devem fazer uso de EPI’s apropriados para a
atividade (conforme consta no item 3.3.2.9).
3.2.2.4 Armazenamento
O armazenamento dos condicionadores de ar deve ser realizado apenas
dentro do galpão do Setor de Patrimônio e não na parte externa, como tem sido feito
atualmente. O galpão deverá dispor de dois espaços distintos e devidamente
identificados, para recebimento desses bens. Um desses espaços deverá armazenar
23
equipamentos passíveis de reutilização e o outro armazenará os equipamentos que
não estarão funcionando, para que as peças avulsas possam ser reaproveitadas.
O armazenamento dos resíduos condicionadores de ar deve ser baseado nas
informações técnicas constantes na Guia de Recolhimento (GR), documento oficial
da instituição que acompanhará os materiais a serem recolhidos e que discriminará
os problemas apresentados por eles.
Com base na Norma Regulamentadora NBR 15833:2010, os aparelhos que
não possuírem laudo técnico na guia de recolhimento devem ser armazenados na
posição vertical e de tal forma que não seja danificado o circuito de refrigeração
(tubulações do condensador) e com empilhamento máximo que garanta a
estabilidade e segurança da operação. Já os aparelhos que possuírem informações
sobre o seu descarte, na guia de recolhimento, podem ser armazenados na posição
horizontal, com empilhamento máximo de acordo com a capacidade de suporte para
evitar danos estruturais a eles.
Se houver a necessidade de armazenar algum resíduo fora da área
supracitada, isto somente poderá ser feito em contêiner fechado e sobre piso
impermeabilizado.
Além disso, o setor de patrimônio deve investir no galpão de armazenamento,
com o intuito de preservar a integridade dos materiais e da equipe de trabalho. Esse
investimento envolve uma sinalização e identificação de área perigosa na entrada do
local; uma boa iluminação dentro e fora do galpão, inclusive para situações de
emergências, além da presença de um kit de emergência contendo, por exemplo,
luva látex, ataduras, gases, tesoura, cobertor isolante térmico, frasco de soro
fisiológico, band-aid, bolsa de gelo químico, dentre outros itens.
3.2.2.5 Destinação Final
Todos os resíduos de ares-condicionados armazenados que não forem
reutilizados e/ou reaproveitados, serão alienados. Semestralmente através de
licitações, é leiloado todo o lote de resíduos permanentes acumulados para o
ganhador da licitação da alienação. Entretanto, os que forem reaproveitados ou
reutilizados, irão para os setores requisitantes, os quais passarão a ter
responsabilidade sobre o equipamento e/ou peça, até que seja descartado
novamente, para alienação.
24
3.2.2.6 Transporte Externo
O transporte externo é de responsabilidade do licitante que ganhou o
processo de alienação, e deve ser feito de modo a prevenir e evitar danos ao meio
ambiente e a saúde pública. Embora todos os resíduos já tenham sido alienados, o
setor de Patrimônio ainda tem obrigação de verificar alguns requisitos para o
transporte dos materiais.
Devem ser observados os equipamentos de transporte da empresa
ganhadora, que deverá ser adequado ao recebimento dos ares-condicionados e às
regulamentações vigentes, bem como o estado de conservação do equipamento,
uma vez que não é permitido derramamentos ou vazamentos de líquidos durante o
seu trajeto, além da verificação do correto acondicionamento e proteção contra
intempéries durante o seu transporte.
3.2.2.7 Procedimentos de segurança
Alguns procedimentos de segurança são necessários para garantir a
integridade dos materiais e dos colaboradores que gerenciam os resíduos de
condicionadores de ar no setor de Patrimônio. Pensando nisso, os armazenistas
devem manusear os equipamentos sempre com as duas mãos e com bastante
atenção e cuidado, não puxar os aparelhos pelos cabos elétricos e não arremessar
os aparelhos, para não deformá-los.
3.2.2.8 Prevenção e atendimentos a emergências
O manuseio de qualquer tipo de condicionadores de ar, deve ser realizado
seguindo recomendações de segurança, visto que é uma prática perigosa. Por esse
motivo o trabalho deve ser executado seguindo normas rígidas de segurança e
observações fornecidas adiantes.
Os armazenistas do setor devem sempre fazer uso de óculos de segurança
ao manusear os aparelhos, pois o contato de substâncias tóxicas presente nos
equipamentos, com os olhos, pode causar graves queimaduras. Além disso, devem
sempre utilizar luvas de proteção, devido ao alto risco do contato com produtos
abrasivos, cortes, perfurações, agentes químicos e biológicos. Luvas de couro e
têxteis não são adequadas, por isso deve ser dado preferência a luvas de
fluorelastômeros, identificadas no item 3.2.2.9.
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O operador está sujeito à contato com o fluido frigorífico presente nos
equipamentos de refrigeração, cujo, não devem entrar em contato com a pele. Em
caso de contato, o operador deve lavar imediatamente a área afetada com bastante
água e procurar assistência médica.
3.2.2.9 Equipamentos de Proteção Individual – EPIs
Todas as pessoas envolvidas no manuseio dos resíduos devem fazer uso do
Equipamento de Proteção Individual (EPI) (Figura 16).
Figura 16. Exemplos de equipamentos de proteção individual.
Luvas de trabalho antiderrapante Calçados de segurança
Óculos de segurança com proteçãolateral
Máscara para respiração descartável
Exemplo de macacões, calças e casaco para trabalho.
Fonte: SETON, 2018.
.3.2.2.10 Capacitação técnica dos funcionários
É necessário que o Setor de Patrimônio instrua todos os funcionários acerca
dos procedimentos descritos nessa proposta de gerenciamento, para que minimize
os riscos de acidentes nas atividades realizadas, além de diminuir os impactos
ambientais causados pela limitação e desconhecimento dos procedimentos
operacionais.
26
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se de uma forma geral que a Universidade Federal do Rio Grande
do Norte ainda possui muitos pontos a melhorar com relação ao desfazimento de
seus bens, sendo necessário uma adaptação às formas corretas de gerenciamento
dos ares-condicionados. Além disso, verificou-se também que as dificuldades
encontradas para que o setor pudesse implementar e se adequar ao correto
gerenciamento dos resíduos, se dava a falta de conhecimento dos funcionários do
Setor de Patrimônio.
A partir disso, para implantação das propostas abordadas na pesquisa, o
gestor do Patrimônio deve instruir todos os envolvidos nas atividades do setor,
buscando a cooperação de todos para que os resultados reflitam a realidade
funcional.
Espera-se que com a proposta do protocolo, todas as unidades conheçam os
procedimentos operacionais a serem seguidos para envio de materiais descartados,
orientando as ações dos responsáveis por gerenciar o controle patrimonial em suas
unidades, tornando o desfazimento mais eficaz, uma vez que se constatou que
diversos setores da instituição não possuíam conhecimento dos passos à serem
realizados para desfazimento.
Além disso com a implantação do protocolo, o Setor de Patrimônio pode
usufruir de um maior controle dos equipamentos que chegam ao setor, através das
informações contidas no protocolo, como por exemplo, o motivo que levou o
descarte do bem, podendo acondicionar e armazenar de forma correta os bens
descartados, aproveitar melhor o espaço físico destinado à esse recebimento e
facilitar a identificação dos bens passíveis à reutilização e/ou reaproveitamento,
visando a minimizar a quantidade de bens servíveis recebidos no descarte.
Com a elaboração do plano de gerenciamento, espera-se que o setor de
patrimônio minimize os riscos ambientais provocados por esses resíduos, diminua o
desperdício de matérias-primas e reduza o gasto da UFRN com a compra de novos
materiais, a partir de um adequado gerenciamento de ares-condicionados, com o
intuito de intensificar a reutilização do bem em estudo.
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