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PSICOLOGIA ORIENTAL - OS SETE RAIOS
PSICOLOGIA ORIENTAL - OS SETE RAIOS
S.N.
Publicado em 1993
Sum ro
Pref cio - Os Raios 11
PARTEI
Os Sete Raios
CAPITULO I
Introdu"o 17
Nomes dos Raios 19
Origem dos Raios 21
Rela"o Entre os Raios 22
Raios Pares e mpares 22
Troca de Energias 24
CAPITULO II
Caractersticas dos Sete Temperamentos 29
1o Raio: Vontade-Poder 31
2o Raio: Amor-Sabedoria 32
3o Raio: Inteligncia Ativa ou Abstrata 33
4o Raio: Harmonia por Oposi"o 33
5o Raio: Inteligncia Concreta 34
6o Raio: Devo"o-Idealismo 35
7o Raio: Magia-Cerimonial 36
CAPITULO III
Os Raios e a Literatura 39
O Mundo dos Valores 43
Esclarecimento Sobre os Raios e as Profiss"es 44
CAPITULO IV
1o - Raio: 47
Qualidades 49
Defeitos 49
Transmuta"o 50
Simbolismo do nmero um 50
Medita"o 56
CAPITULO V
2o Raio: 59
Qualidades 63
Defeitos 64
Virtudes a Serem Adquiridas 64
Transmuta"o 64
Medita"o 65
CAPITULO VI
3o Raio: 67
Qualidades 72
Defeitos 72
Transmuta"es 73
Medita"o 73
CAPITULO Vll
4o Raio: 75
Qualidades da Matria 78
Nomes 80
Qualidades 81
Defeitos 81
Transmuta"o 81
Medita"o 82
CAPITULO VIII
5o Raio: 83
Qualidades 88
Defeitos 88
Transmuta"o 88
Medita"o 89
CAPITULO IX
6o - Raio: 91
Qualidades 97
Defeitos 97
Transmuta"o 97
Medita"o 98
CAPITULO X
7o - Raio: 99
Qualidades 103
Defeitos 103
Transmuta"o 103
Medita"o 104
CAPITULO XI
Question rio 105
Descubra o seu Raio 107
PARTE II
Estudo Esotrico
CAPITULO XII
Filosofia Esotrica 115
Constitui"o Seten ria 119
Os Raios do Corpo Fsico 124
Os Raios do Veculo Emocional (Astral) 126
Raios do Plano Mental 126
CAPITULO XIII
Os Sete Chochans 131
Caractersticas 133
CAPITULO XIV
Karma 139
Mtodos dos Raios 142
Os Sete Impulsos Fundamentais 143
Bibliografia 149
Pref co
Os Raos
O estudo dos Raios abrange o macro e o microcosmos. No
homem constituem tendncias inatas (temperamentos ou
tipos psicolgicos). a atitude diante da vida, a resposta,
mas tambm o impulso fundamental. Constituem o solo da
vida psquica. As complexas conex"es anmicas, onde emo-
"es e sentimentos surgem e adormecem, para voltar a apa-
recer, estariam regidas pelo Raio, que tambm seleciona os
valores dominantes individualmente e a proje"o objetiva
dessas idias.
Os Raios outorgam um impulso. Esse impulso determi-
na o nosso destino e revela-se nos acontecimentos. parte
de nossa organiza"o psquica natural e espontnea. Pare-
ce dormir em nossa intimidade, vogando como esse Deus
inomin vel no comeo do mundo, mas est sempre presente
em nossas determina"es e em nossas dvidas, em nossos
desejos e em nossos temores, em nossas escolhas e em nos-
sos anseios.
Frente a um estmulo podem existir v rias respostas. Se-
lecionamos nossa resposta segundo o que somos. Podemos
fingir alguma vez, mas n"o podemos mentir sempre. Quan-
do chega um acontecimento inesperado nossas tendncias
s"o reveladas. Os sentimentos que tentamos ocultar ficam
ao descoberto.
Estruturamos nossa vida segundo um impulso fundamen-
tal, conduzindo nossa energia, direcionada pelo at vico. Po-
demos dizer que n"o sentimos medo, mas o tremor nas
m"os nos delata uma situa"o de perigo. Podemos dizer que
amamos os outros e n"o temos inimigos, mas uma palavra
carregada demonstra o contr rio. Pregoamos a paz, mas nos-
sa antipatia para com um vizinho ou companheiro de tra-
balho coloca em evidncia nosso ntimo guerreiro. Pode-
mos at dizer que somos otimistas, mas nossa desconfian-
a no amanh" ou as rugas profundas de nosso rosto de-
monstrar"o o contr rio.
Nossa forma de considerar o mundo, de lidar com os pro-
blemas, de relacionarmos com as outras pessoas, com as
coisas, com a natureza depende do que somos. Por que al-
guns indivduos apresentam uma atitude racional, interpre-
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tando o mundo de maneira lgica, enquanto outros s"o emo-
cionais, diante de qualquer circunstncia vibram em nvel
emocional, comprometendo sua afetividade? Por que alguns
est"o sempre tentando impor sua vontade de ser e fazer?
Quando entram em contato com o mundo exterior j est"o
armados, preparados para vencer, para agir? O estudo dos
Raios poder aportar um novo enfoque para o comporta-
mento do homem. Cada um dos Raios manifesta predis-
posi"es positivas e negativas. Nenhum superior aos ou-
tros. O trabalho de qualquer um dos Raios pode ser com-
parado ao trabalho do alquimista, transmutar o inferior em
superior, o chumbo em ouro.
O Question rio aproximar o leitor a uma an lise indivi-
dual mais objetiva, descobrindo suas qualidades e defeitos.
Poder servir de guia, fornecendo dados que ser"o toma-
dos como orienta"o, e nunca de maneira definitiva.
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PARTE I
Os Sete Raios
Captulo I
Introdu"o
O Oriente sustenta uma estrutura solidamente concatena-
da nos diversos aspectos do pensamento: filosofia, psico-
logia, metafsica, tica, religi"o. O conhecimento do homem
e de seu comportamento est integrado ao conceito do uni-
verso e seus sete tipos de energias (Sete Raios).
O Raio se expressa no ser humano como uma predispo-
si"o a determinadas condutas. Por exemplo, algumas pes-
soas reagem emocionalmente frente a circunstncias adver-
sas; outras s"o objetivas e frias. Alguns indivduos s"o fa-
cilmente manipulados; outros s"o rebeldes e dominadores.
Sejam lricos ou objetivos, emocionais ou frios e calculis-
tas, as atitudes humanas s"o analisadas segundo sete cate-
gorias ou tipos psicolgicos, os Sete Raios.
Estes estudos projetam uma nova luz sobre o conhecimen-
to do homem. Permitem uma vis"o mais ampla de sua na-
tureza e das foras que agem sobre ele, quer seja individual
ou grupalmente. Os benefcios que se poder obter deste
estudo s"o basicamente os seguintes:
a) Maior conhecimento de si prprio, de nossas tendncias
e predisposi"es.
b) Aprender a conhecer e a conviver com as outras pessoas.
c) Solucionar nossos problemas especficos e superar nos-
sos limites.
d) Reconhecer os tipos de atividades que poderemos de-
senvolver com xito.
e) Analisar os problemas humanos com uma vis"o mais
abrangente.
f) Aproximar-se a um mtodo de medita"o adequado.
g) Compreender as outras formas de vida (mineral, vege-
tal e animal) sob um novo ngulo de vis"o.
Nomes dos Raios
Cada Raio tem um nome que revela a sua natureza, sua
essncia e o tipo de energia que impulsiona:
1o Raio: Vontade-Poder
2o Raio: Amor-Sabedoria
3o Raio: Inteligncia Abstrata ou Ativa
4o Raio: Harmonia por Oposi"o
5o Raio: Inteligncia Concreta
6o Raio: Devo"o-Idealismo
7o Raio: Magia-Cerimonial
S"o como os sete raios de um sol. Nenhum mais im-
portante que o outro. Cada um possui caractersticas espe-
cficas, possibilidades e limites.
No Templo de Apolo, em Delfos, estava escrito: "Co-
nhece-te a ti mesmo". O autoconhecimento indispens -
vel para crescer e amadurecer interiormente conformando
uma personalidade dinmica e independente.
A forma de procurar o conhecimento pode variar de uma
pessoa para outra. Alguns buscam atravs de leituras, ad-
quirindo, assim, uma ampla cultura. Outros preferem via-
jar e entrar em contato com seus semelhantes, homens e
mulheres de grandes cidades ou pequenos povoados, dos
vales ou das montanhas, do mar ou do deserto, procuran-
do saber como sentem, agem e pensam. Atravs do conhe-
cimento dos outros, tambm aprendemos a conhecer-nos.
Por ltimo, est"o aqueles que escolhem a busca introspec-
tiva, conscientizando os prprios estados mentais e emo-
cionais, ficando atentos aos movimentos da prpria men-
te. N"o preciso que o homem escolha somente um destes
caminhos; pode, tambm, em poca diferente de sua vida,
dedicar-se com maior interesse a um ou a outro.
O estudo dos Sete Raios (no homem sete tipos psicolgi-
cos) auxiliar no reconhecimento das foras que movem a
roda da histria e marcam o caminho da humanidade.
Origem dos Raios
Na conceitua"o oriental, existe somente uma Energia, um
substrato, atr s da manifesta"o. o Absoluto, o Silncio,
o n"o-Nmero, alm da progress"o aritmtica, alm de to-
da pluralidade, Esta Energia, causa e origem das vidas par-
ticulares, permanece oculta e incognoscvel. Esta mesma
Energia se divide em sete, isto , o que conhecemos como
Sete Raios.
Para compreender o processo, vamos imaginar um reci-
piente com gua, no qual tenhamos feito sete buracos. A
gua vai vazar pelos sete orifcios, n"o obstante, a mes-
ma gua (Energia Universal) mas a uma velocidade diferen-
te, quer jorrando do orifcio de cima ou de baixo, como tam-
bm vai seguir uma dire"o diferente, quer saindo dos bu-
racos da esquerda ou da direita.
Diz Plotino que o "Uno" emana por superabundncia,
pois bem, a mesma Energia Universal se diferencia dividin-
do-se em sete canais (os Sete Raios)
Rela"o entre os Raios
Este esquema resulta de utilidade para analisar as rela-
"es entre os raios.
O 1o relaciona-se com o 7o. S"o os homens de a"o. Sua
tendncia dominar o mundo, o 1o, atravs da fora e o
7o, pela organiza"o.
O 2o e o 6o s"o os emocionais. Sua natureza extroverti-
da. Precisam de comunica"o, de convivncia humana.
O 3o e o 5o s"o os tipos mentais. O enfoque da conscin-
cia est no pensamento. S"o racionais, lgicos. Sempre ...
procura do conhecimento. S"o, ao estilo de Descartes, aque-
les que afirmam: "penso, logo existo".
O 4o Raio fica no centro, sozinho. criativo, amante da
arte, da beleza, da cor e da harmonia. Vivem em constante
muta"o. S"o cclicos. difcil conviver com pessoas do 4o
Raio, pois s"o independentes e egocntricas. As foras que
canalizam as levam a este tipo de comportamento.
Raios Pares e mpares
Os Raios pares (2o, 4o e 6o) s"o c lidos, com tendncia
emocional (femininos) e comunicativos. Os mpares s"o
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frios, com tendncia racional (masculinos). Por exemplo, se
uma pessoa de raio par necessita tomar uma decis"o dif-
cil chama seus amigos, consulta, pede conselhos. Se um
indivduo de raio mpar est na mesma situa"o, procurar
isolar-se, pensar sozinho e determinar segundo sua prpria
vis"o.
1o Raio: Vive a chamada so-
lid"o do mando. Fica sozi-
nho para decidir e coman-
dar. Gosta de imaginar-se
como uma guia que voa
orgulhosa, afastada do
mundo.
2o Raio: Gosta de participar
com outras pessoas. A co-
munica"o e os di logos
s"o imprescindveis na sua
vida. O amor lhe d ener-
gias para viver e empreen-
der novos caminhos.
3o Raio: Para eles o impor-
tante pensar. Traduzir o
mundo em imagens, idias
e palavras. Gosta de comu-
nicar seus pensamentos,
mas n"o de "dialogar". Ele
gosta de "monlogos" pa-
ra convencer e manipular
seus semelhantes.
7o Raio: Marcada tendncia
a isolar-se. N"o gosta de ex-
cessiva familiaridade. Sabe
manter distncia, e medir
as palavras.
6o Raio: Gosta de compa-
nhia, mas intolerante e ra-
ramente consegue manter
uma amizade por muito
tempo. Carece de tato,
emocional, impulsivo e, ...s
vezes, d rdea solta ... sua
agressividade. Assim, com
a mesma fora que atrai
amigos, os afasta.
5o Raio: A investiga"o fria
e objetiva o cativa. Na pro-
cura de conhecimento, os
outros ficam em segundo
plano. Adora verificar os
dados, apontar os erros e
castigar os culpados.
23
4o Raio: Ele est na metade;
ambivalente, passa pero-
dos de reclus"o e solid"o, e
outros, de extrovers"o e di -
logo. Precisa criar, expres-
sar-se mediante uma arte.
Gosta de chamar a aten"o.
Quer sobressair-se.
Troca de Energias
Podemos escutar depoimentos de amigos que, depois de
visitar um doente, ficam com os sintomas da doena; ou-
tros s"o procurados por familiares e conhecidos para dar
conselhos. Mas os Raios pares s"o receptivos e envolvem-
se nos problemas alheios com facilidade, porque participam
emocionalmente deles. "Carregam" mentalmente os con-
flitos dos outros. As pessoas de Raio par (2o, 4o e 6o) tm
tendncias a introjetar pensamentos e emo"es do meio am-
biente. Nessa troca de energias, muitas vezes, saem per-
dendo, pois doam sua energia sadia, sua vitalidade e rece-
bem as energias nocivas que os outros expelem, ficando em
estado de angstia e agita"o.
As pessoas do Segundo, Quarto e Sexto Raio s"o influen-
ci veis, sensveis, receptivas. Por isso, frente a um ataque
psquico est"o mais desprotegidas que as pessoas de Raio
mpar.
As de Raio par s"o propensas a dar de si prprias ener-
gia, desvitalizando-se, chegando ao cansao e at a ficarem
com fadiga.
Aqueles influenciados pelo Raio mpar, especialmente o
1o e 7o, possuem um automatismo que os mantm "fecha-
dos" ...s influncias exteriores. Como s"o capazes de maior
objetividade, de isolar-se, de manter-se frios e distantes,
criam sistemas de prote"o espontneos.
Para aqueles de sensibilidade muito pronunciada, capa-
zes de perceber a energia do meio ambiente e deixar-se do-
24
minar por ela, aconselhamos a seguinte pr tica: poder ser
utilizada duas vezes por dia, de manh" e de noite.
Para realizar as tcnicas de relaxamento ou medita"o, pro-
cure um lugar silencioso, pouco iluminado e solit rio. Po-
de ser o prprio quarto ou o quintal. No quarto prefervel
uma luz difusa, mas pode ser uma vela ou abajur e, em si-
lncio, sozinho, fique de joelhos e depois sente-se em seus
prprios ps, da forma que mostra o desenho.
Coloque as m"os ... altura da fronte, imagine que tem uma
tocha nelas. Visualize uma luz violeta, vinda do alto, des-
cer sobre a tocha. Sinta a paz e a prote"o dessa luz, sua
fora e energia. Ent"o, vagarosamente leve as m"os at
o ch"o e trace um circulo a seu redor, com suas prprias
m"os, imaginando que a tocha est criando um circulo
de fogo (que n"o queima), de luz, de energia. Sinta-se
protegido por sua prpria luz. Imagine que essas chamas
violetas est"o queimando todo pensamento ou emo"o de-
sarm"nica de seu campo eletromagntico (aura). N"o im-
porta se foi voc ou outra pessoa a produtora da desar-
monia, sua aten"o deve estar fixada na fora da luz e
na limpeza de seu crculo.
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Para terminar a pr tica, coloque novamente as m"os na
altura da fronte, imagine que essa luz est iluminando o
mundo. Depois visualize a luz violeta voltando para o z-
nite e pense que pela realiza"o desta pr tica todos os se-
res vivos do Universo sejam beneficiados, que todos sejam
felizes, livres e atinjam a ilumina"o.
Captulo II
Caractersticas dos Sete Temperamentos
Os Raios marcam tendncias, virtudes, defeitos, atitudes,
gostos, como tambm possibilitam a realiza"o de certas ta-
refas com maior perfei"o e eficincia. Naturalmente, o ser
humano, quando se sente satisfeito com o tipo de trabalho
que realiza, progride com maior facilidade. Quando reali-
zamos atividades de que gostamos, n"o medimos esforos,
porque sentimos prazer em levar a bom termo uma tarefa.
Assim, cada raio est capacitado para certas profiss"es.
1o Raio: Vontade-Poder
S"o pessoas de vontade firme, temperamento como o ao,
duros e inflexveis, sem compaix"o. N"o lamentam nem gos-
tam de escutar choros. Possuem a capacidade de decis"es
r pidas, de comando. S"o lderes natos. Procuram sempre
os primeiros lugares, trabalham com afinco para ser os me-
lhores na rea em que atuam. Carism ticos e impenetr veis,
quando planejam atingir um objetivo entregam-se a expe-
rimentar todos os meios para obter sucesso.
Sentem-se bem no poder, gostam de mandar e de diri-
gir, esforam-se para atingir cargos de chefia. Querem ser
sempre os melhores, os primeiros no campo da atividade
escolhida. A capacidade de tomar decis"es r pidas e de co-
mandar homens faz com que sintam tendncia para a vida
poltica.
Na sua procura de poder, chegam a mentir ou a prome-
ter utopias. O primeiro Raio contagia fora e coragem, por
isso seguido por caracteres mais fracos, que d"o seu apoio
sem pensar, e s"o facilmente manipulados.
Muitas vezes observei pessoas do primeiro Raio serem es-
colhidas num trabalho por um chefe calmo e paternal, que
o toma como filho e em poucos anos (ou meses) ocupa o
lugar de seu benfeitor e at cria intrigas para que seu anti-
go chefe seja dispensado. Conquistam lugares preeminen-
tes esmagando a quem est por perto.
Quando ministrava aulas sobre "Os Sete Raios" em Me-
dellin (Col"mbia), uma das alunas contou que uma antiga
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amiga dela, depois de estudar alguns meses em Bogot , vol-
tou e montou seu prprio instituto. Era impressionante ver
as alunas vestidas como ela, falando como ela, algumas che-
gando at a assinar como ela. Quando fui convidada a dar
uma palestra, pude observar o fen"meno de perto. A auto-
ridade desta mulher criou ao redor de si um ambiente es-
tranho, de imita"o e de medo. Falei com ela a ss, na Di-
re"o, e como natural do primeiro Raio, quando espera
tirar algum proveito, mostrou-se af vel e suave. Mas, quan-
do algum bateu na porta, sua conduta modificou-se rapi-
damente. Falava as coisas com uma carga emocional ade-
quada e convincente. Chamou-me a aten"o a falta de in-
teligncia; n"o tinha um conhecimento profundo sobre
Oriente, nem sutileza suficiente para entender as diferen-
as fundamentais nas diversas Escolas (Daranas). Como
uma mulher t"o medocre podia enganar os outros com tanta
mestria? Seus alunos me lembravam p ssaros indefesos
frente a uma poderosa serpente. Eram pequenos bonequi-
nhos manipulados atravs de olhares e palavras.
Como polticos, os indivduos do primeiro Raio conse-
guem progredir rapidamente. Um poltico n"o pode ficar
acanhado ou hesitante frente ... oposi"o, ...s idias contr -
rias, ...s opini"es diferentes. preciso coragem para se man-
ter firme. justamente, as pessoas do primeiro Raio se for-
talecem na adversidade. Precisam de luta para trabalhar com
afinco. Para eles, a vida um constante desafio.
2o Raio: Amor-Sabedoria
Os homens deste Raio s"o compreensivos (inclusivos). A
bondade e a generosidade s"o caractersticas de sua natu-
reza. S"o pacientes, gostam de explicar e persuadir. Tm
grande tato para tratar com pessoas e com circunstncias.
S"o diplom ticos, sabem ceder para ganhar. Precisam de
amor e de estmulo para lutar e precisam de pessoas capa-
zes de estimul -las e apoi -las, sentem-se sem foras e com
temores. Para se proteger fecham-se em si mesmas e ficam
32
frias e indiferentes, sem energias para conquistar o seu lu-
gar no mundo.
S"o excelentes educadores, pedagogos que se interessam
por seus alunos, de olhar calmo e bondoso. Sabem aconse-
lhar e persuadir. As pessoas do segundo Raio conquistam
com sua amabilidade. S"o af veis e de agrad vel trato, ex-
celentes como diretores de escola. Desenvolvem bons tra-
balhos em rela"es pblicas. Como diplomatas conseguem,
tambm, sobressair-se.
3o Raio: Inteligncia Ativa ou Abstrata
o homem de pensamento abstrato. Pessoas ativas no
plano do pensamento, mas pouco pr ticas. Procuram a ver-
dade do Universo e ao mesmo tempo esquecem de abotoar
a roupa. Possuem grande poder de imagina"o e s"o pre-
ponderantemente tericos. Muitas vezes, ficam desassea-
dos e ociosos no plano fsico, porque seu campo de a"o
no plano mental. S"o egostas e crticos.
No aspecto inferior, as pessoas do terceiro Raio est"o na-
turalmente dotadas da nsia de lucros, gostam de ter suas
prprias lojas e ficam trabalhando durante muito tempo,
esquecendo-se, ...s vezes, de tomar banho ou de trocar de
roupa, pela fora como se dedicam a fazer render seu di-
nheiro, N"o obstante, o homem evoludo do terceiro Raio
modifica completamente. Ele o grande matem tico, o fi-
lsofo, o metafsico, o homem terico por excelncia. Ain-
da, se escolher a carreira militar, gostar de planejar uma
campanha, de estudo e estratgia, mas n"o da luta propria-
mente dita. Sua fora est no pensamento.
4o Raio: Harmonia por Oposi"o
S"o pessoas com grande entusiasmo esttico. Para elas
a procura da beleza e da harmonia vital. S que procuram
a harmonia, mas atravs da luta, da dualidade. S"o tempe-
33
ramentais (tipicamente o artista torturado pela sua prpria
tendncia criativa). Modificam o comportamento com ra-
pidez, passam de Tamas (estado de inrcia) a Rajas (ativi-
dade exagerada). Amam a cor, a melodia. Acham que s"o
incompreendidos. E muito difcil conviver com eles, pois
s"o submetidos a paix"es violentas e, tambm, submetem
os outros a esse tipo de sentimentos ardentes e impetuo-
sos. S"o egocentristas com tendncia ao "estrelismo". Vi-
vem autocentralizados, s"o imaturos, sempre com a sensi-
bilidade ... flor da pele. Gostam de comodidades, mas n"o
querem pensar no futuro.
Este o raio da cor, do artista. A pessoa do quarto Raio
procura a beleza, ama a melodia. Possui um extraordin rio
sentido para a cor. No grau elevado, encontram-se os gran-
des pintores. Mas aqueles que n"o tiveram oportunidades
de estudar caracterizam-se pelas roupas sempre chamativas,
as vezes um pouco extravagantes. Gostam da vida bomia,
tm tendncias a vcios, a escapismo, ... fuga da realidade.
A publicidade, a propaganda, a decora"o, a fotogragia, a
arquitetura, estilista de moda, a arte dram tica s"o profis-
s"es nas quais eles podem expressar a criatividade e triunfam.
5o Raio: Inteligncia Concreta
o homem lgico, objetivo, frio. Possui uma capacidade
inata para a mecnica, pois somente observando uma m -
quina pode deduzir com exatid"o o seu funcionamento. S"o
timos como engenheiros e tcnicos. Gostam tambm da
disciplina em que seja preciso verificar todas as datas co-
mo a Histria. O quinto Raio rege a profiss"o jurdica. Co-
mo juzes sao implac veis. No sentem compaix"o. Acham
que o culpado tem que ser condenado com rigor. O quinto
Raio metdico, ele se interessa por saber como atingir o
objetivo. A metodologia educativa fruto dos indivduos
do quinto Raio, que s"o crticos e de grande senso comum.
o homem voltado para os problemas pr ticos. Eruditos
e estudiosos, amam a perfei"o nos detalhes e possuem
34
grande capacidade para examinar quest"es com rapidez e
perceber os erros. S"o objetivos e frios, orgulhosos e irre-
verentes. Quando julgam n"o sentem compaix"o, e tam-
pouco outorgam clemncia. Suas crticas a outrem produ-
zem feridas profundas, porque a inteligncia das pessoas
deste raio aguda e as palavras certeiras.
6o Raio: Devo"o-Idealsmo
S"o pessoas muito imaginativas, com tendncia a mito-
manias. Idealizam situa"es, pessoas e coisas. Seus senti-
mentos s"o profundos e, geralmente, se deixam dominar
completamente por eles. Entre a cabea e o cora"o, escu-
tam com maior fora a voz do cora"o. Amam e odeiam.
N"o conseguem ficar indiferentes, possuem vis"o estrei-
ta, s"o unilaterais. Para elas, seus amigos s"o perfeitos,
nao conseguem ver defeito neles, e seus inimigos dem"-
nios, porque tambm n"o conseguem ver virtudes nas pes-
soas que odeiam. S"o lutadores, idealistas e fan ticos, dis-
postos a dar a vida por um ideal. Reverentes e submissos
frente a uma autoridade, precisam de algum para admi-
rar ou seguir. S"o devotos, fan ticos, n"o gostam de pen-
sar. Podem estudar e memorizar os livros sagrados.
Sacrificam-se pelas suas idias. Quando canalizam sua
energia emocional atravs da mstica, tornam-se calmos
e bondosos.
Gostam de profiss"es nas quais possam extravasar suas
emo"es. S"o timos oradores religiosos. Como acham que
a verdade sua, desempenham papel importante no campo
das igrejas e religi"es estabelecidas. S"o poetas, daqueles
que mexem com as emo"es dos leitores. Como artistas,
s"o daqueles que choram e sofrem, identificando-se com
os personagens. Como polticos, trabalham neste campo
para fortalecer a religi"o e n"o pela poltica em si. Muitas
vezes, tornam-se moralistas fan ticos.
35
7o Raio: Maga-Cerimonal
S"o pessoas que gostam de ambientes suntuosos, do bom
gosto, do requinte, de festas solenes, do conhecimento da
rvore genealgica. Procuram a perfei"o nos detalhes apa-
rentemente insignificantes. Gostam da limpeza, da organi-
za"o, de ter um lugar para cada coisa. S"o pessoas metdi-
cas, precisas e formais. Se mulher, adora utenslios de prata,
cortinas de veludo, manter a casa bem arrumada e distinta.
Para vestir, tm uma elegncia sbria. A vida para elas tem
que ser organizada, comedida, rotineira (hor rios para le-
vantar, almoar, deitar, etc... s"o exaustivamente respeitado-
res). Vivem prisioneiros do relgio e dos seus h bitos.
Trabalham brilhantemente em tarefas de administra"o e
de organiza"o. Gostam de fazer sempre o mesmo. Dirigir
sua vida por h bitos e viver escravo do relgio. Naturalmente,
gostam de tarefas em que possam manter seu esprito de or-
dem e de perfei"o nos detalhes. As mulheres do stimo Raio
s"o timas enfermeiras, cuidando do paciente com dedica-
"o, mas n"o se interessando muito pelo que este sente.
Como secret rias s"o eficientes, tm capacidade para man-
ter o arquivo sempre em ordem. Em estudos do passado, co-
mo arqueologia numism tica, rvore genealgica, brilham
porque colecionam pacientemente os dados e sentem um na-
tural prazer em lidar com coisas antigas. Gostam de festas
solenes, prociss"es, desfiles. O stimo Raio tem a natural ca-
pacidade de saber organizar, ele sistem tico e metdico.
EXEMPLOS
No primeiro captulo assinalamos as rela"es entre os
raios. Com esta primeira an lise da psicologia tibetana po-
demos compreender por que as pessoas do primeiro Raio
se associam e trabalham harmonicamente com as pessoas
do stimo Raio. Atravs do ritual, do cerimonial, dos h bi-
tos constantes, do autodomnio, os indivduos do stimo
Raio tambm ganham poder. No casamento, uma mulher
36
do stimo Raio com um homem do primeiro constituem um
lar especial. Ela mantm ordem, esttica, elegncia, cada
coisa ocupa um lugar adequado, O marido sente-se orgu-
lhoso de sua esposa e de sua casa. Seu af" de domnio se
satisfaz quando descobre que sua mulher tambm reservou
um lugar para ele. Sua autoridade n"o discutida, porm
na casa ela quem toma as providncias.
Se uma pessoa do primeiro Raio contrai casamento com
uma de quarto Raio, as coisas modificam. Ela emocional,
temperamental, de fortes paix"es. Podem criar um clima
de romance, daqueles que se exploram nos filmes, um amor
avassalador em que os dois sofrem e terminam se odian-
do. O desejo de poder do primeiro Raio, sua teimosia,
chocam-se contra o desequilbrio passional do quarto, po-
dendo produzir guerra, gritos, ofensas, at as coisas mais
graves, como crime passional. O primeiro n"o cede, pois
ele lder e forte por natureza. O quarto tambm n"o se
amolda facilmente, pois sofre com imposi"es. A uni"o foi
errada e as consequencias nao s"o positivas.
Na uni"o em que ambos os c"njuges s"o do primeiro Raio,
a vida converte-se num campo de batalha. A luta pelo do-
mnio e a conquista do poder intensa. Ningum cede, n"o
se resignam a ficar no segundo lugar, o desejo de liderana
os mobiliza e criam as estratgias mais ousadas para poder
vencer.
Agora imaginemos uma mulher do primeiro Raio casada
com um homem do terceiro. Ela forte, firme em suas de-
cis"es, e ele intelectual e terico. Uma vez passado o en-
tusiasmo inicial, ela chegar ... conclus"o de que se casou
com um lrico, um homem egosta e incapaz. Ele pensar
que errou, que escolheu uma mulher que bem poderia ser
sargento da gestapo, dominadora e tirnica.
Quando os indivduos, homens ou mulheres do primei-
ro Raio, casam com pessoas do segundo Raio, a situa"o
se modifica. O segundo Raio calmo, tem tendncias pac-
ficas, facilmente dominado pelo primeiro, que imp"e o
seu jeito de ser e de viver. Muitas vezes, o consorte do se-
gundo Raio praticamente desaparece frente ao primeiro
37
Raio, como se n"o existisse, pois o outro manda, decide e
dirige pelos dois, sem consultar.
Certa vez, em Buenos Aires, fui convidada por uma ami-
ga para tomar ch . Como era a primeira vez que a visitava
desde seu casamento, mostrou sua casa. Sua conversa gi-
rou o tempo todo sobre Jorge, seu marido. A cor das pare-
des foi escolhida por ele, as cortinas, o jogo de sala... Seria
demais dizer que o mesmo sucedeu com o resto do mobi-
li rio, incluindo a cozinha. A vida dela girava em torno de
seu marido, como um planeta gira ao redor do sol. Ela ti-
nha deixado de freqentar amigas porque Jorge falou... Ti-
ve a sensa"o de que ela se havia esvaecido como ser hu-
mano e, no seu lugar, tinha ficado uma fr gil cpia sem von-
tade prpria.
O sexto Raio muitas vezes admira o primeiro, pois tem
tendncia a criar dolos. Mas na convivncia n"o conseguem
harmonizar-se. O sexto Raio emocional, explosivo, col-
rico e t"o teimoso quanto o primeiro.
Lembremos, ent"o, que o primeiro e stimo Raios conse-
guem harmonizar-se entre si, sem que um manipule o ou-
tro, porque intimamente se respeitam.
38
Captulo III
Os Raios e a Literatura
O Raio se expressa nas atividades que realizamos, nas vir-
tudes e nos defeitos que possumos. Logicamente, o estu-
do do estilo liter rio tambm pode nos revelar aspectos ocul-
tos da personalidade.
1o Raio: Vontade-Poder
O trabalho liter rio deste Raio se caracteriza pela fora e
pela energia. N"o possui um estilo refinado, mas convin-
cente, preciso e mordaz, parece arrastar o leitor como as
lavas de um vulc"o. Seus argumentos s"o amplos e con-
vincentes.
Ainda como poeta, o primeiro Raio contagia a sua fora.
o caso do poeta americano autor de Folhas na Relva, cole-
tnea de poemas em que aparece o aplaudido "Canto a mim
mesmo", Walt Whitman - (1819-1892).
2o Raio: Amor-Sabedoria
Est sempre ocupado em outorgar um ensinamento. Tam-
bm como escritor did tico. Sua aten"o est centraliza-
da na mensagem. Esclarece os pontos difceis de serem com-
preendidos e revela conhecimentos novos, clarificando a
mente dos leitores. Aborda os temas difceis ou controver-
tidos com muito tato, encamnhando-se vagarosamente para
seu objetivo.
3o Raio: Inteligncia Abstrata
O trabalho liter rio deste Raio complicado e indefini-
do. Ainda quando escreve novelas ou contos, estas carac-
tersticas permanecem.
Seus personagens parecem estar fora do espao e do tem-
po. Discutem conceitos filosficos e abstratos . Por isso d"o
a impress"o de n"o ser reais, de estarem dentro de uma ne-
41
bulosidade, porque os contornos s"o indeterminados. A
mensagem e profunda, porm muitas vezes os leitores se
perguntam qual foi o objetivo principal da obra, pois pode-se
perder em explica"es sem conseguir esclarecer aos outros
suas principais idias.
Jorge Luiz Borges caracterizou-se por contos com nquie-
tudes filosficas. Sua obra liter ria revela a influncia do
terceiro Raio.
4o Raio: Harmonia por Oposi"o
j falamos que este o raio da cor. Pois bem, as pessoas
deste Raio tm grande capacidade para realizar descri"es,
poder de imagina"o. Eles parecem pintar atravs das pala-
vras, d"o vida aos personagens e ambientes. Gostam de des-
crever coisas pitorescas e, ...s vezes, um pouco exageradas,
mas sempre vivas, encantadoras e brilhantes. O escritor do
quarto Raio tem a capacidade de criar no leitor a impress"o
de ver as pessoas, paisagens ou circunstncias retratadas.
Cem Anos de Solid"o, do escritor colombiano Gabriel Gar-
cia M rquez, desperta um entusiasmo crescente no leitor.
Quando recebeu o Prmio Nobel de Literatura, falou-se de
premio a imagina"o". A obra de Garcia M rquez tpi-
ca de um escritor do quarto Raio. As crticas severas, que
o acusavam de ser "produtor de uma obra irregular", de-
monstram a tendncia cclica do Raio, sempre em estado
de muta"o.
5o Raio: Inteligncia Concreta
O estilo deste Raio a clareza. Correto, exato, mas pou-
co veemente. Quando trata de um tema tcnico, gosta de
verificar cada detalhe, por isso pode estender-se demais em
certos aspectos.
O escritor do quinto Raio faz quest"o de empregar o ter-
mo mais preciso, mas eficiente. Preferem a terminologia
42
tcnica e as defini"es. Procuram sempre ser objetivos e
manter ordem e mtodo. O historiador deste Raio impla-
c vel na busca da verdade. Em literatura s"o "fotogr ficos",
quer dizer, escrevem sobre pessoas conhecidas e lugares
onde viveram, exatamente como s"o. Ernest Hemingway
um representante do quinto Raio.
6o Raio: Devo"o-Idealismo
Para o sexto Raio a vida sem um ideal n"o vale a pena
ser vivida. Muitas de suas obras poticas e em prosa tm
direta ou indiretamente influncia religiosa. Seus escritos
est"o carregados de emo"es. As vezes, deixam transbor-
dar os sentimentos guerreiros. As grandes epopias foram
inspiradas no idealismo do sexto Raio. Tennyson (18O9-
1892), um dos mais importantes poetas ingleses do sculo
XIX, deste Raio. Seus poemas sao dram ticos, alguns guer-
reiros, outros falam de amor e desilus"es, mas todos me-
xem com as emo"es.
7o Raio: Magia-Cerimonial
A literatura do stimo Raio not vel pelo estilo apura-
do, requintado. Aperfeioam os detalhes, trabalham mui-
to com cada express"o, porque est"o muito mais preocu-
pados pela forma esttica do que com a mensagem. Pos-
suem grande influncia, tanto para falar quanto para escre-
ver, e gostam das palavras bonitas e sofisticadas. As vezes,
tm pouco para dizer, mas sabem diz-lo t"o bem, num es-
tilo sublime. Est"o mais preocupados com a forma do que
com o contedo.
O MUNDO DOS VALORES
Quais s"o os valores que guiam a conduta humana? O
que importante para um homem? Das preferncias, po-
43
demos deduzir o Raio predominante de uma pessoa. N"o
falamos aqui de uma preferncia terica, ideal, sen"o a de
uma motiva"o profunda que obriga a pessoa humana a to-
mar atitudes, a mudar comportamentos.
Para o primeiro Raio: Suas a"es s"o determinadas com ten-
dncia ao poder, a ser o primeiro, a vencer, at dizer "os
fins justificam os meios".
Para o segundo Raio: O importante ensinar, persuadir,
atravs do conhecimento e da palavra calma.
Para o terceiro Raio: O importante o pensamento terico.
Para o quarto Raio: Sua paix"o a criatividade. Atravs da
arte pode enviar mensagem e modificar o mundo.
Para o quinto Raio: A nfase dada no esprito objetivo,
em procurar o caminho certo, o mtodo adequado e justo.
Para o sexto Raio: O nico importante Deus, a vida n"o
vale a pena sem Ele. Procura a salva"o e deseja dar essa
mensagem, ser escutado e obedecido.
Para o stimo Raio: A vida tem que ser organizada; gosta
de cuidar dos detalhes, de se orientar por h bitos.
Esclarecimento Sobre os Raios e as Profiss"es
Medicina - Homens de qualquer Raio poder"o interessar-
se por medicina. Porm, o segundo Raio prefere a clnica
geral, pois aquela que percebe o paciente como um todo.
O quinto Raio sente preferncia pela cirurgia e o terceiro
pela homeopatia. O quarto Raio gosta de fisioterapia, mas-
sagens, ou seja, de trabalhar diretamente o corpo com a apli-
ca"o das m"os.
Educa"o - J falamos que o professor compreensivo e efi-
ciente, preocupado com os seus alunos, calmo e controla-
do do segundo Raio, Mas todos os raios podem traba-
44
lhar em educa"o. O sexto, como pedagogo, estar sempre
preocupado por problemas religiosos. O quinto ter como
objetivo principal a metodologia, como transmitir o conhe-
cimento com maior eficincia.
Podemos analisar que enquanto o sexto Raio (Devo"o-
Idealismo) est preocupado com a finalidade da educa"o,
aspecto teleolgico que pergunta: Para onde vamos? - o
quinto Raio (Inteligncia Concreta) estar preocupado com
o melhor mtodo, ou seja, com o caminho. Se o professor
do stimo, sua tendncia ser ocupar-se do aspecto orga-
nzativo. Apresenta"o pessoal polida, limpeza, hor rios es-
tabelecidos. Exigir que seus alunos apresentem as tarefas
diariamente, os cadernos em ordem. Organizar os temas
com mestria, preocupado em cumprir os objetivos prefixados.
Com referncia ... carreira militar. O primeiro Raio o lder,
o dirigente que s procura uma meta, um objetivo, mas
n"o tem compaix"o pelos homens e pode expor a vida dos
outros para atingir seus objetivos. daqueles que capaz
de trair seus melhores amigos para alcanar um cargo
melhor.
O segundo Raio pode projetar campanhas inteligentes e
intuitivo. Preocupa-se pela vida dos soldados, pelo bem-
estar de seus semelhantes. N"o colocar em perigo a vida
de seus subordinados. Na a"o carecer de fora e energia
para comandar.
O terceiro Raio n"o gostar do campo de batalha. Como
militar, preferir seu escritrio para resolver os problemas
de t tica e estratgia. Teoricamente, achar uma solu"o para
cada problema. Essa caracterstica do terceiro Raio predis-
p"e o homem comum a evitar a luta. Ele imaginativo e
cria um plano, mas envia algum (irm"o, mulher, amigos
ou filhos) para enfrentar a situa"o e resolv-la, ficando in-
dignado se n"o conseguem xito. O marido do terceiro Raio
aquele que n"o suporta que o vizinho jogue lixo na rua
e manda a sua esposa defender o seu ponto de vista. Tam-
pouco suporta que algum fale no cinema, mas cutuca quem
est por perto para que solicite silncio.
45
O quarto Raio distingue-se no campo de batalha pelo va-
lor e o entusiasmo. indiferente a seus prprios riscos e
n"o se importa em arriscar, tambm, os outros. Quando tem
de agir, tem coragem, fora e energia, porque dominado
completamente por Raja (atividade passional), depois po-
de cair na depress"o e no desnimo.
O quinto Raio, no seu ponto de vista, ser limitado, mas
pode trabalhar com xito em um problema de engenharia
ou artilharia. Acha pouco inteligente se expor em demasia.
Prefere aplicar a inteligncia em criar uma m quina para se
defender.
O sexto Raio , muitas vezes, o idealista que diz odiar a
guerra, prega a paz e o amor, n"o obstante sinta o dever
de obedecer as leis e defender sua p tria at a morte. Na
batalha pode lutar como um possudo, um verdadeiro Marte
(deus da guerra), e oferecer sua vida pelo seu ideal.
O stimo Raio, como militar, gosta de organizar e admi-
nistrar. Vestir e alimentar as tropas ser"o sua preocupa"o
constante, dar condi"es para que tudo funcione com a
maior perfei"o possvel, cuidando dos detalhes.
Captulo IV
PRIMEIRO RAIO
Nome: Vontade-Poder
Animal: Elefante
Smbolo: Relmpago
Lei: Sintese
Impulso: Liderana
1o Raio: Vontade-Poder
O nome reflete a essncia do Raio. difcil encontrar uma
defini"o satisfatria de vontade. Muitos psiclogos tenta-
ram fazer derivar a vontade da vida intelectual; outros, da
vida afetiva, reduzindo-a a tendncias e impulsos. Wundt
tentou restringir a vontade a um simples sentimento de ati-
vidade, ou seja, um sentimento de tens"o e excita"o pe-
rante os obst culos.
Os rasgos caractersticos da vontade s"o delibera"o, de-
cis"o e colocar-se em marcha para seu objetivo. Diferente
do impulso, desejo ou tendncia, que nos impele ... a"o de
maneira precipitada, sem vis"o de oportunidade. O desejo
fugaz, a vontade persistente. No ato volitivo existe, na-
turalmente, um impulso inicial para a atividade, mas tam-
bm h uma imagem mental do objetivo proposto.
Como diz H.P.B..Emanando da nica, eterna, abstrata
e puramente inativa Vontade (Atma em Layam), converte-
se em Buddhi em seu estado Alaya, desce mais baixo ain-
da, como Mahat (Manas) e vai descendo a escada de de-
graus at chegar a ser o divino Eros, na sua manifesta"o
inferior, animal, o desejo ertico."
Qualidades
Fortaleza, valor, ousadia, fora de nimo, vigor, coragem,
constncia, energia, soberania, mando, autoridade, dom-
nio, influncia, eficincia.
Defeitos
Orgulho, teimosia, ambi"o sem limites, necessidade neu-
rtica de dominar pessoas e situa"es, ira, falta de compai-
x"o. Quando o indivduo canaliza as tendncias negativas
do Raio pode chegar at a crueldade. Isolamento para exer-
cer domnio.
49
Vrtudes desej veis
Humildade, compreens"o, tolerncia, carinho, compai-
x"o, amor.
Transmuta"o
As caractersticas de centraliza"o dinmica do homem
do primeiro Raio devem ser transmutadas trabalhan-
do dinamicamente em benefcio da humanidade.
Aprender a colaborar no mesmo nvel. A cooperar sem
necessidade de liderar.
O poder egosta deve ser convertido em poder de co-
labora"o.
O isolamento deve ser superado.
Ambi"o de poder e autoridade ser eliminada median-
te a identifica"o da conscincia com o ritmo universal.
Simbolsmo do Nmero Um
Como o nmero um simboliza o princpio do bem, a cau-
sa primeira, o Deus nico. Representa o esprito, o motor
do Universo, nesse sentido a Vontade de Deus e seu Po-
der. O primeiro Raio como o Sol de um sistema, sempre
quer permanecer no centro, dirigir e impor a sua vontade.
Est representado pelo relmpago. O relmpago uma
luz intensa e r pida que resulta da descarga eltrica entre
duas nuvens. O poderoso Zeus, pai dos deuses, lembra a
fora e autoridade do primeiro Raio.
Da "Vontade-Poder" derivam suas qualidades como ca-
pacidade de tomar decis"es r pidas, coragem, persistncia.
Deste raio se diz que "toma o Nrvana por assalto"" ou se-
ja, pela fora.
A pessoa do primeiro Raio n"o gosta de nada morno. Em
qualquer situa"o demonstra rapidez de a"o e desapego.
Quando tem um objetivo a cumprir avana sem se impor-
50
tar com os obst culos. Muitas vezes magoa os sentimentos
dos outros. Mas para ele a vida sentimental corresponde
... esfera das coisas que podem ser superadas. As vezes, sente
vergonha de experimentar sentimentos. A vida afetiva apa-
rece diante de seus olhos como fraqueza.
O elefante representa este raio pelas suas caractersticas:
a fora e a coragem para chegar a um objetivo, Quando o
elefante escuta o grito de sua manada arrasa todos os obs-
t culos que aparecem ... sua frente.
No Dhammapada existem v rios versculos dedicados ao
elefante: "Livra-te do lodaal do mal, como o elefante se
safa do pntano".
"Se, na jornada da vida, n"o encontrares companheiro
prudente, sbrio, s bio e bem controlado, caminha sozi-
nho... como o elefante solit rio na floresta."
"Tal como o elefante, nas batalhas, suporta a flecha des-
ferida pelo arco, suportarei pacientemente as palavras fe-
rinas dos que n"o sabem se controlar."
51
Da mesma maneira que o elefante, o homem do primei-
ro Raio supera todos os obst culos para atingir seu objeti-
vo, sabe safar-se das ciladas dos inimigos, com habilida-
de. Gosta do isolamento, "da solid"o do mando", e su-
porta agress"es pessoais com nimo e energia, sem des-
moronar sua postura. As vezes, na luta, consegue dar o
melhor de si mesmo, concentrar e canalizar seu poder.
Precisa do repto, do desafio para manifestar a plenitude
de sua fora.
o primeiro Raio tambm chamado:
O Senhor da Morte.
O Dedo de Deus
O Altssimo.
O Senhor da Morte lembra que o primeiro Raio rege a ds-
trui"o das formas. A morte como transforma"o. o Shi-
v" da mitologia indiana, o Tezcatlipoca, do antigo Mxico.
As pessoas pouco evoludas deste Raio tm uma tendn-
cia inconsciente ... destrui"o. Podem ser cruis, semean-
do violncia, deixando, a seu passo seres humanos humi-
lhados e abatidos. Aniquilam a quem consideram como
inimigo, sem ter piedade. Como tm a capacidade de ser
lderes, podem tornar-se muito perigosos. Ser suficiente
lembrar de Hitler como exemplo. O nazismo utilizou a su s-
tica shivaita, que gira para a esquerda, smbolo da des-
trui"o.
O Dedo de Deus. chamado assim porque assinala o mo-
mento oportuno. Tem a capacidade do tigre que espera sua
vtima que lhe servir de alimento, sem demonstrar pressa.
O Altssimo. Tem rela"o direta com a imagem mental de
um Deus no alto, inacessvel. Um Deus diretor do mundo
para quem s"o elevados cantos e alavancas. O sol, que per-
manece sozinho no cu, foi em muitas religi"es antigas o
smbolo da divinidade. Existe uma rela"o direta com esta
idia do Altssimo, do Senhor sozinho no cu.
52
Rela"o de Shiva com o primeiro Raio
Quando estudamos a trade indiana, esotericamente, ou
seja popularmente, se conhece como:
Brahma Shiva Vishnu
Mas os,livros antigos esclarecem que s"o como o tronco
de uma arvore: a parte exterior seria Brahma; a parte do
meio, Vishnu e o centro Shiva. Tambm pode ser compa-
rado a um ovo: a casca seria Brahma (3o Raio), a clara Vish-
nu (2o Raio) e a gema, Shiva (1o Raio). No caso da clula,
Brahma seria a membrana, Vishnu o citoplasma e Shiva o
ncleo, etc. Pois bem, de tudo isto se deduz o seguinte: do
ponto de vista esotrico a trade indiana :
No livro Tratado Sobre Fogo Csmico de Alice Bayley es-
clarecido: "Os fogos do Raio primordial da matria ativa
inteligente constituem a energia de Brahma, o terceiro as-
pecto do Logos". Portanto, quem tudo abarca ou circunda
Brahma (3o Raio) mas quem est no centro Shiva (1o
Raio).
O Shiva, na ndia, o deus da Liberta"o. As suas carac-
tersticas lembram o primeiro Raio, chamado "Aquele que
destri a forma". Os filsofos indianos dizem que Shiva Na-
taraja, na sua magnfica dana (representa movimento, mu-
ta"o da natureza), destri para que Brahma (o criador) pos-
sa voltar a construir e que este ritmo de constru"o, con-
serva"o e destrui"o eterno.
Shiva, Vishnu e Brahma s"o trs aspectos da divinidade
que revelam os ciclos csmicos. Portanto, Shiva destrui-
"o e morte, mas n"o podemos esquecer que morte tam-
bm transforma"o e transmuta"o. Podemos dizer que
morre a semente para converter-se em planta, morre a crian-
a para transformar-se em homem e morre o homem co-
mum para converter-se em Iniciado. Por isso os Iniciados
eram chamados no Antigo Egito de "duas vezes nascidos"
(nascidos da carne e do esprito no mundo fsico e no mun-
do metafsico). Mesmo, ainda hoje em dia, comum ouvir
dizer de quem toma os h bitos "morreu para o mundo".
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Shiva tambm aparece como um eremita, meditando so-
zinho nas montanhas do Himalaia, e esta outra das ca-
ractersticas do primeiro Raio, a capacidade de permanecer
em solid"o interior, de isolar-se do meio ambiente.
Como o sol se mantm sozinho no centro do sistema, do
mesmo jeito os homens deste Raio gostam de se manter no
centro, de dirigir e mandar sem consultar ningum. Viven-
ciam a "solid"o do mando".
Outro sinal da espiritualidade de Shiva o desapego.
Tambm os seres humanos do primeiro Raio tm a capaci-
dade de desapegar-se de situa"es e especialmente de pes-
soas.
EXEMPLOS
Os grandes conquistadores: Alexandre Magno, Jlio C-
sar e Napole"o pertenciam a este Raio.
De Alexandre Magno podemos lembrar a sua impiedade
para com os moradores de Perspolis, a cidade fundada
aproximadamente no ano 520 a.C. e destruda no ano 330
a.C. pelo exrcito de Alexandre. Sua popula"o foi massa-
crada.
A rapidez e acerto das resolu"es de Jlio Csar s"o fa-
mosos. Tambm do primeiro Raio, embora modificado pe-
lo quarto, foi Ot vio, senhor absoluto do poder, quem pas-
sou a denominar-se Augusto (O glorificado). Ele falava que
havia tomado uma Roma de barro e a transformou numa
Roma de m rmore.
O prprio ms do nascimento de Jlio Csar, (quintilis)
recebeu o nome de julius Otho) em homenagem a ele. Mas
o Imperador Ot vio (Augusto) quando recebeu em home-
nagem o ms seguinte, com seu nome Augusto (agosto),
exigiu que o seu ms tivesse o mesmo nmero de dias do
anterior. Ent"o, foi tirado um dia do ms de fevereiro e co-
locado em agosto, para que o Imperador sossegasse sua
ambi"o.
55
Em sntese
O primeiro Raio gosta de empregar a fora e o poder,
sentindo-se um verdadeiro triunfador quando pode lutar
e vencer. Comporta-se como um guerreiro, parece sempre
preparado para o ataque. Na sua constante busca dos pri-
meiros postos aprende agredir e repelir ataques de manei-
ra autom tica. No seu desejo de ser lder, n"o respeita os
seus amigos. Quer dominar as situa"es, ainda que para
isso seja necess rio esmagar ou dominar algum. No seu
triunfo, parece erguer-se sobre uma pilha de cad veres.
Quando acha importante ganhar o cora"o de algum, sa-
be demonstrar simpatia, mas uma vez atingido o seu obje-
tivo esmaga os sentimentos de quem o ajudou.
Est disposto a ganhar a qualquer preo. Pode mentir sem
sentir-se culpado e demonstrar emo"es que n"o sente. Frio
e calculista, s se preocupa em satisfazer sua ambi"o pes-
soal.
Medta"o
Sua reflex"o deve estar concentrada no "Poder do Amor",
evitando, desta maneira, uma nfase exagerada no aspec-
to do poder em si, pois pode ser letal. O "Poder do Amor"
revelar novos caminhos e dar incio a um r pido movi-
mento evolutivo. As pessoas do primeiro Raio desejam ter
influncia, estender o seu domnio, mas sempre dever"o
lembrar que somente o poder acompanhado do Amor ino-
fensivo.
Mantra
Analisada a rela"o com Shiva, aqueles que gostam da
medita"o com mantras (mantra Yoga) poder"o praticar o
mantra de Shiva: "Om, namah Shivaia".
56
Visualiza"o
O primeiro Raio gosta de sentir-se como um sol, no cen-
tro. Poder aproveitar esta tendncia para ajudar os outros.
Centralizar-se na metade da fronte e imaginar-se vestido
de branco, no centro de uma roda de sete raios de luz. Ima-
ginar que envia luz, amor e boa vontade atravs dos sete
raios ao mesmo tempo. Ao terminar, lembrar que esta pr -
tica realizada para que todos os seres sejam felizes, pro-
por colaborar para que todos os seres vivos do Universo atin-
jam a liberta"o e a ilumina"o.
57
Captulo V
SEGUNDO RAIO
Nome: Amor-Sabedoria
Animal: C"o
Smbolo: Trov"o
Lei: Atra"o Magntica
Impulso: Greg rio
2o Raio: Amor-Sabedoria
O Amor esse sentimento de unidade, de voltar-se sobre
outrem para estender a m"o carinhosa. E um sentimento
de simpatia e atra"o. Por isso, os indivduos deste Raio
s"o naturalmente corteses, possuem grande capacidade pa-
ra tratar com seres humanos, muito tato, delicadeza e in-
tui"o.
Como diz Plat"o no Banquete: "ao Amor nem Ares se lhe
op"e"... "pois violncia n"o toca o Amor".
Para muitos estudantes pode parecer difcil assinalar co-
mo a essncia de um Raio o "Amor-Sabedoria", pois s"o
consideradas duas coisas muito diferentes. Porm, se vol-
tarmos a Plat"o vemos que: "Uma das coisas mais belas
a sabedoria, e o Amor amor pelo belo, de modo que for-
oso o Amor ser filsofo..." Pois para o pensamento orien-
tal Amor e Sabedoria est"o unidos.
O significado desta uni"o nos leva a questionar velhos con-
ceitos. Assim, por exemplo, ningum pode "matar por
amor", mas por cimes, egosmo, dio ou medo. A m"e
superprotetora n"o ama a seu filho mais do que outra de
esprito independente, a superprote"o n"o produto do
amor, mas do medo, da insegurana, da imagina"o.
O nome Amor-Sabedoria representa a essncia deste Raio.
A tendncia dos indivduos que o canalizam a de adqui-
rir conhecimento, e transmut -lo em sabedoria. O conhe-
cimento tem rela"o com a aquisi"o de informaoes; a sa-
bedoria, com a autotransforma"o e auto-aperfeioamento.
Daqui deriva tambm a diferena entre aluno e discpulo.
O aluno s estuda e investiga, procura reunir dados sobre
determinados temas. O discpulo preocupa-se por viven-
ciar aquilo que aprende. O primeiro olha para o exterior;
o segundo, para o interior.
Na Voz do Silncio, H. P. Blavatsky enuncia a "doutrina do
olho", referindo-se ao conhecimento externo, e a "doutri-
na do cora"o", apontando para o conhecimento interior.
O nmero dois feminino, simboliza a dualidade. Pode-
mos observar que o segundo aspecto das trades de dife-
61
rentes civiliza"es revela uma natureza de amor e prote"o,
seja com figura masculina ou propriamente feminina.
Os pitagricos n"o gostavam do bin rio. Para eles era a
origem da diferencia"o, representava a matria, assim co-
mo o nmero Um representava o esprito e o nmero Ze-
ro, o Imanifestado, o Absoluto.
Na trade indiana, Vishnu revela sua essncia de segun-
do Raio, o conservador do Universo e, tambm, o salva-
dor do mundo e o redentor. Envia seus mensageiros (Ava-
tares) quando a lei e a justia decaem, para lembrar as ver-
dades espirituais e salvar os seres.
Na trade egpcia (Osris, lsis, Hrus) o segundo Raio es-
t representado por lsis, o aspecto feminino, simboliza o
amor, a m"e.
Este Raio est simbolizado pelo trov"o, traz a idia da Voz,
do Verbo, o som primordial. Pensemos na Bblia: "No co-
meo era o Verbo e o Verbo se fez carne". Na trindade o
Verbo (Jesus Cristo) o segundo aspecto (Pai, Filho, Esp-
rito Santo).
Qui o que mais chama a aten"o nas pessoas deste Raio
e a sua capacidade de cooperaao e colabora"o. Gosta de
trabalhar ao mesmo nvel dos outros e n"o precisa sobressair-
se nem dominar, como o primeiro Raio, para sentir-se bem.
Ainda como lderes, s"o paternais e compreensivos.
S"o de temperamento calmo, com tendncias ... paz e ao
sossego. As vezes, podem ser manipulados por pessoas do-
minadoras, que confundem sua benevolncia com incapa-
cidade.
As pessoas de segundo Raio s"o facilmente dominadas
pelo temor. Aqueles que s"o mais fogosos acham-nas fra-
cas, ainda que isto n"o seja verdade. Elas costumam se dar
um tempo antes de responder, s"o calmas e pouco bata-
lhadoras. Em geral, possuem pouca energia para a"o, ne-
cessitam de estmulo para caminhar. Quando canalizam os
aspectos negativos do Raio, vivem cheias de dvidas e in-
certezas. Ficam com medo da solid"o, medo de errar, de
ferir os outros, e sem desejar podem at seguir caminhos
errados por temor a se opor.
62
Na ndia afirmam que existem, basicamente, dois tipos
de carma. De a"o e de omiss"o . O primeiro Raio tem pre-
disposi"o para criar o primeiro tipo, porque s"o fogosos,
decididos e perseverantes. O segundo cria carma por omis-
s"o pois muitas vezes presenciam atos negativos mas falta-
lhe a energia e a coragem de agir e modificar as circunstn-
cias.
Quando se trata de algum altamente evoludo, canaliza
os aspectos positivos do Raio, converte-se numa montanha
de sabedoria. Cristo e Buda s"o os magnos representantes
deste Raio.
O homem comum, do segundo Raio, incrementa uma in-
tera"o vital com o meio ambiente, com as outras pessoas,
sente tendncia a dar, a doar-se. As pessoas deste Raio s"o
bem recebidas em qualquer lugar, atraem magneticamente
os outros. Sua simpatia cria novas amizades, sua tolern-
cia permite manter os velhos amigos. algum em quem
se pode confiar, porque possui uma f natural na vida e acre-
dita nas pessoas. Am veis e corteses, sabem criar uma at-
mosfera agrad vel ao seu redor. Sua calma e sossego aju-
dam aos outros atingirem um estado de equilbrio interno.
Sua compreens"o os converte em um centro de amor mag-
ntico. Sua inteligncia, clara e serena, transforma suas pa-
lavras e atitudes em uma bn"o para aqueles que prec-
sam de ajuda.
As pessoas do segundo Raio sempre parecem ter um sor-
riso, uma explica"o apropriada, uma m"o amiga. Procu-
ram o amor, primeiro no meio ambiente e, quando mais evo-
ludos, iniciam a busca de um amor no sentido vertical, na
procura de Deus.
Qualidades: Meigo, sensvel, afetuoso, suave, calmo, pa-
cfico, tolerante, magntico, diplom tico, corts, simp tico,
am vel, paciente, intuitivo, inteligente e leal.
A pessoa do segundo Raio gosta de criana, ama a natu-
reza. Tem um enorme potencial para educar, pacincia e
habilidade. As vezes, toma decis"es por intui"o, e s"o de-
cis"es certas. Antes de uma luta aberta, prefere a resistn-
63
cia passiva. Rejeita a violncia, prefere ceder em coisas de
pouca importncia. Mas uma vez tomada uma determina-
"o capaz de se manter firme, especialmente se encontra
apoio. Encontra, no amor aos outros, um estmulo para
avanar e progredir.
Defeitos: Falta de energia, preguia, frieza, fobia, hiper-
sensibilidade, necessidade de apoio, indecis"o.
Virtudes a serem adquiridas:
Amor, energia, autoconfiana, independncia, autocon-
trole.
Transmuta"o
Aqueles que canalizam este Raio devem aprender a trans-
mutar:
A inrcia em atividade construtiva.
O desejo de adquirir conhecimento deve ser converti-
do no desejo de atingir a sabedoria.
A nsia de bem-estar material deve ser transformada
pela sabedoria, em busca do Eu Real.
A capacidade de sentir tudo e permanecer afastado de-
ver ser modificada mediante um esprito abrangente.
segundo Raio tambm conhecido por outros nomes:
O Senhor do Amor Eterno.
O m" Csmico.
O Doador de Sabedoria.
Seus nomes tm rela"o com Amor e Sabedoria, e com
a atra"o que origina esse tipo de energia. Atra"o magn-
tica, para o pensamento oriental, aquela que tem um to-
mo por outro, ou que mantm os planetas girando ao re-
dor do sol. Para os filsofos orientais, todos os seres tm
alma. Quando falamos com um ser humano, sabemos que
detr s do corpo fsico existe uma alma, da qual a contra-
64
ounianifest "o. para a filosofia ti-
parte fsica express"o ou manifestaao. Para a filosofia ti-
betana, detr s de um animal, um vegetal, uma pedra, um
tomo, um planeta ou um Sol existe uma alma que o prin-
cpio vital. O sol fsico vivifica todas as coisas na terra, e o
sol rnetafsico Outorga luz e sabedoria.
Medta"o
Refletir sobre a Sabedoria do Amor.Reconhecer o amor
como o eixo em torno do qual gira toda a vida. Pensar na
sabedoria do amor. O amor une, protege, abenoa. A irra-
dia"o do Amor de Deus abrange o Universo, porque Deus
amor, no mais alto sentido do termo.
Mantra
O discpulo do segundo raio poder meditar sobre os
mantras de Vishnu e de sua esposa, Lakshmi.
"Om, namo Narayanaia"
"Om, Lakshmi pataye namaha."
Visualiza"o
Imaginar o Mestre espiritual no prprio coraao. A tcni-
ca melhor quando se visualiza na raiz do chakra, entre
as duas omoplatas. os chakras(centros de fora ou ener-
gia, rodas) estao situados ao longo da coluna vertebral. De-
senhar, com a imaginaao, doze ptalas douradas, o centro
azul e l , a imagem do mestre.Esta pr tica ativa a ener-
gia do chakra do coraao, desenvolve o amor. Ficar em si-
lencio mental at entrar em contato com esse Mestre. En-
tao, solicitar a esse guia interior para que seja o eterno com-
panheiro de todas as horas, brindando proteao e amor.
65
Captulo VI
TERCEIRO RAIO
Nome: Inteligncia Abstrata
Smbolo: Aranha tecendo
Animal: Gato
Lei: Economia
Impulso: Gnoseolgico
67
3o Rao: Intelgnca Abstrata ou Ativa
Representa o plano divino, Mahat, a mente csmica ou men-
te universal. Representado pelo tringulo. O tringulo a
primeira figura fechada sobre uma superfcie plana. Na Dou-
trina Secreta H.P.B. cita Ragon: "Em geometria n"o se po-
de obter uma figura absolutamente perfeita nem com uma
nem com duas linhas retas. Mas trs linhas retas em con-
jun"o produzem o tringulo, ou a figura absolutamente
perfeita".
O tringulo sempre foi utilizado como smbolo da divin-
dade:
Enquanto o termo Inteligncia assinala o enfoque da cons-
cincia no plano mental. A palavra inteligncia deriva do
latim intellegere que significa "recoletar de entre", recole-
tar o bom gr"o do joio, selecionar o bom gr"o. Tem rela"o
com distinguir, discernir e discriminar.
Est representado pela aranha tecendo. De onde a ara-
nha tira a sua teia? De si mesma. Assim o homem do ter-
69
ceiro Raio, sempre pensando, planejando, trabalhando no
plano mental. Mas a maior parte de seus planos est"o fei-
tos no ar, s"o como castelos de areia, n"o demoram em
destruir-se. O homem deste Raio trabalha mais com a ma-
gina"o e com a palavra do que com as m"os e o corpo.
Possu grande capacidade para pensar temas abstratos.
Sua mente est em constante atividade. Ele gosta de pen-
sar e acha o raciocnio o plano de express"o mais impor-
tante. N"o gosta de se preocupar com trivialidades (limpar
os sapatos ou mudar a camisa). N"o tem uma apresenta-
"o pulcra, ...s vezes at desleixado no plano fsico. Es-
quece de mudar a roupa, impontual, pouco detalhista, pois
est sempre pensando e planejando, com a mente longe do
corpo.
Quando canaliza os aspectos negativos do Raio, a per-
sonalidade possui pontos fracos bem caractersticos: ten-
dncia ... intriga, ao oportunismo, a utilizar-se dos outros
como meios para seus prprios fins, desprezo pelas limi-
ta"es alheias, falta de "sentido comum". Aquilo que qual-
quer pessoa pode julgar com objetividade, o terceiro Raio
n"o consegue ver na sua verdadeira dimens"o. No homem
superior esta tendncia leva ... filosofia, como escreveu Pla-
t"o no Teeteto: "Muito prprio do filsofo o estado de
tua alma: a admira"o. Porque a filosofia n"o conhece ou-
tra origem..." O filsofo admira-se das coisas mais sim-
ples, fica supreso por pequenos problemas, desta maneira
vai avanando at especular sobre os grandes mistrios da
vida.
J explicamos que a predisposi"o do homem comum des-
te Raio para o comrcio, mas para o homem evoludo lhe
d capacidade para o pensamento abstrato: matem tica, fi-
losofia, metafsica. Seu pensamento universal, por isso
pode utilizar com xito o mtodo dedutivo. caracterstico
deste Raio trabalhar com conceitos como: tempo, espao,
matria, energia. Sonhar com o descobrir as verdades fun-
damentais que governam o Universo. Einstein, despentea-
do, com seu velho palet, com sua profunda reflex"o em
nvel filosfico e cientfico, impulsiona o nascimento de no-
70
vos descobrimentos no campo da fsica. Ele demonstrou a
capacidade do terceiro Raio em a"o.
Tambm com Tales de Mileto, podemos observar O com-
portamento do terceiro Raio. bem conhecida, na Histria
da Filosofia, a sua queda numa vala enquanto contempla-
va as estrelas. Nessa oportunidade, uma criada falou que
o filsofo pretendia ver as estrelas mas n"o conseguia nem
exergar onde caminhava.
Durante uma poca de sua vida, Tales tornou-se nego-
ciante e at especulou com as prensas de azeitonas.
Tambm famoso o grito de "Eureka!... " Eureka!... " de
Arquimedes correndo nu pelas ruas. Este fato demonstra
bem a tendncia a esquecimento deste Raio. N"o est"o in-
teressados na imagem pessoal nem preocupados com sua
apresenta"o. A morte de Arquimedes tambm revela esse
constante desligamento do mundo organizado. Conta-se
que durante um saque romano a Siracusa, um soldado en-
controu um velho observando figuras traadas na areia. O
soldado deu-lhe ordem para segui-lo, mas Arquimedes, ab-
sorto em seus problemas matem ticos, pediu que esperas-
se um pouco, pois tinha que terminar seu trabalho. O sol-
dado matou-o ali mesmo.
O terceiro Raio dirige o aspecto energia e a lei de econo-
mia. N"o s no sentido humano, mas em toda a natureza.
A economia da natureza cria animais semelhantes, em for-
mas ou cores, e outros com capacidade numrica. A lei de
economia determinou que uma vez desaparecido o mamu-
te fique o elefante. Economia quer dizer poupar energia,
moderar os gastos, administrar com habilidade para rece-
ber o m ximo benefcio.
Os indivduos deste Raio tm tendncia para dispers"o
e s"o inexatos nos detalhes. Est"o interessados somente no
contexto geral. Mas possuem grande capacidade de inter-
pretar as idias dos outros, fluncia verbal e vis"o suficien-
temente egosta para persuadir e levar seus semelhantes pelo
caminho que lhes convm pessoalmente. Gostam de satis-
fazer seus desejos pessoais, manipulando os outros com ha-
bilidade. Sua astcia os faz perceberem diferentes facetas
71
de um mesmo assunto. Geralmente n"o est"o preocupa-
dos em demonstrar em obras suas 'teorias, contentam-se
com falar delas e interessar as outras pessoas, que, diga-
mos, "compram" seus pensamentos ou ao menos simpa-
tizam com eles. Quando chegam a uma conclus"o sentem-
se felizes, ent"o traduzem esta conclus"o em palavras, mas
esquecem de concretiz -la no mundo objetivo. A especula-
"o filosfica fruto desta postura mental.
Tm inteligncia r pida, adapt vel, universal, interpre-
tativa, penetrante e capaz de an lises profundas sobre mui-
tas quest"es. Mas completamente esquecidos do mundo que
os rodeia. Podem chegar a sair na rua sem uma meia, ou
com um sapato de modelo diferente do outro, ainda que
da mesma cor. As vezes podem at perguntar: "Hoje al-
moamos?" Pois n"o lembra.
Os Raios tambm d"o predisposi"o a certas doenas. O
terceiro Raio, sempre ocupado em seus pensamentos mas
desinteressado do espao fsico que o rodeia, tem tendn-
cia a dislexia. Algumas pessoas do primeiro Raio s"o dalt"-
nicas. No segundo, encontramos muitos indivduos com
problemas cardacos e no sexto, altera"o nos sistemas res-
piratrio e digestivo.
Qualidades: Capacidade para estudar e compreender te-
mas abstratos. Imagina"o. Enfoque mental. Concentra"o.
Cautela.
Defeitos: Egosmo, falta de energia, tendncia lrica, viver
especulando e sonhando, Manipula"o. Inexatid"o nos de-
talhes. Astcia. Isolamento. Orgulho intelectual. Despre-
paro.
Virtudes a serem adquiridas
Objetividade, sentido comum. Controle mental. Genero-
sidade. Exatid"o. Amor. Compreens"o, simpatia, sentido
de propor"o.
72
Transmuta"o
O homem pouco evoludo do terceiro Raio emprega sua
inteligncia com finalidade egosta.
Para evoluir dever conduzir o emprego da intelign-
cia para o desenvolvimento de idias em benefcio da
humanidade.
A intensa atividade mental dever converter-se em ati-
vidade rtmica, controlada.
Do emprego errado da mente surge a ilus"o (Maya). So-
mente quando superada percebe-se a verdade.
Nomes
O Divino Separador.
A Mente Universal.
O Precursor da Luz.
S"o alguns dos nomes dados a este Raio. A mente se-
paratista. Divide para compreender, para analisar. Mas es-
te Raio tambm o precursor da luz. Pois sua tendncia
... filosofia e metafsica o faz vislumbrar novos campos para
o pensamento humano.
Medita"o
Relaxar o corpo, parte por parte, para eliminar tens"es.
Libertar a mente. Deix -la quieta, em profundo descanso.
Perceber uma agrad vel sensa"o de sossego percorrer o
corpo, da cabea at os ps. Ent"o, imaginar-se mergulhan-
do na luz, com a mente quieta, estabilizada, pacfica, pen-
sar trs vezes: "estou centralizado na luz do conhecimento".
Mantra
A tendncia para o pensamento abstrato deste Raio de-
termina o tipo de mantra mais adequado.
73
"OM Tat Sat". a trplice enuncia"o de Deus.
Vsualiza"o
Imaginar que sua energia sobe sobre sua prpria cabea,
at o znite, o mais alto que puder imaginar. L entra em
contato com a Mente Csmica, a Mente de Deus. Sintoni-
za com o plano das idias divinas (Mahat), e suavemente
volta a descer at ficar concentrado na metade da fronte,
iluminando o seu mundo interior com essa luz.
74
Captulo VII
QUARTO RAIO
Nome: Harmonia por Oposi"o
Smbolo: Um caminho entre duas colunas
Animal: Macaco
Lei: Sacrifcio
Impulso: Criativo
75
4o Raio - Harmonia por Oposi"o
O nmero 4 representa a harmonia na matria. O equil-
brio dos opostos, pois est formado por dois bin rios. At
o nmero trs, trata-se do plano divino, espiritual, arque-
tpico, mas, a partir do nmero quatro, aparecem a mat-
ria e suas mltiplas diferencia"es.
J dissemos que o tringulo a primeira figura fechada
sobre uma superfcie plana. Mas preciso o quatro para ter
o primeiro slido. O menor corpo geomtrico existente
o tetraedro, tem quatro caras, uma pirmide de base trian-
gular. Por isso, se diz esotericamente que a partir do qua-
tro aparece o mundo manifestado, as formas, a express"o
na matria.
O quatro tambm est simbolizado pelos braos da cruz.
Neste caso, a linha horizontal representa a matria e a ver-
tical o esprito. O encontro desses dois planos v gerar guer-
ra, conflito, antagonismo, luta.
No discpulo representado como um caminho entre duas
colunas. O aspirante tem que aprender a seguir pelo cami-
nho do meio, atingindo o equilbrio. O desvio faz que se
bata contra uma das colunas (Tamas e Rajas).
A pessoa deste Raio encantadora e de difcil convivn-
cia. Sua tendncia natural para os pares de opostos (Rajas)
aao e Tamas, inrcia, ina"o, faz que as mudanas sejam
r pidas. Passam rapidamente de um extremo a outro. Pes-
soas que, apaixonadas por uma tarefa, continuam a traba-
lhar at ficar exaustas, mas depois descansam durante dias.
Num momento s"o expansivos, comunicativos, mas em ou-
tros ficam isolados, em estado de depress"o, deitados e
olhando o teto. As vezes procuram contato humano deses-
peradamente, depois necessitam de solid"o.
Gostam de chamar a aten"o, como crianas, capricho-
sas e egocentristas. Seu vestu rio original e at extrava-
gante. Tambm seus gestos, postura, s"o estudados, gos-
tam de se fazer notar.
Inconscientemente, acham que se eles est"o presentes,
o mundo deve parar para admir -los. Individualmente, ne-
77
cessitam do aplauso, mas quando n"o conseguem ser ad-
mirados, sentem-se rejeitados e deprimidos. N"o suportam
a indiferena. Suas vidas est"o submetidas a grandes pai-
x"es, e isto compartilham com o sexto Raio.
A pessoa do quarto Raio aquela que frente a uma ques-
t"o responde: e n"o , afirma e nega. Gosta de ver as duas
facetas de qualquer assunto, sentindo desta maneira que
esgotam os prs e os contras.
Autocentrados, procuram na express"o artstica uma sada
para sua afetividade e a realiza"o da beleza. Uma piada
que escutei, faz muito tempo, pode sintetizar este compor-
tamento. Diz-se que uma estrela de teatro estava jantando
com um admirador e sempre se fala dela. De pronto, to-
mando conscincia da situa"o, exclama: N"o justo falar
s de mim. Agora vamos falar um pouco de voc. Diga-me:
que pensa do meu novo chapu?
A tendncia de autocentraliza"o do indivduo deste Raio
muito marcante, porm, ele parece n"o conseguir sair dela,
ainda que recriminado por outras pessoas. Nesses casos
sentem-se desprezados e incompreendidos, avanados de-
mais para a poca que vivem.
Qualidades da Matria
No Oriente as qualidades da Prakriti (matria) s"o trs:
Sattwa, Rajas e Tamas.
Sattwa representa a cor branca, o equilbrio, a pureza, a
sabedoria, ilumina"o, justia.
Rajas a cor vermelha, a seca e o deserto. Tambm a pai-
x"o, o trabalho febril com ansiedade de recompensa. A pro-
cura do triunfo, da admira"o, ambi"o, orgulho, luta.
78
Tamas, a cor preta, representa escurid"o, noite, trevas.
A ina"o ... resistncia passiva, ignorncia, inrcia, neglign-
cia, preguia.
Aqueles influenciados pelo quarto Raio, sempre procu-
rando Sattwa (Harmonia), est"o constantemente se mexen-
do entre Tamas e Rajas. Sua vida n"o nada convencio-
nal. Sua tendncia a passar de um estado de conscincia
a outro oposto cria um constante desequilbrio. O quarto
Raio gosta de aventuras, de bomia, pode at ser caloteiro,
jogador e trapaceiro.
Seu smbolo um caminho entre duas colunas e demons-
tra a sua meta: o Caminho do Meio. Um caminho que apa-
rece alm dos pares dos opostos (dwanduas), alm do pra-
zer e da dor, do calor e do frio, do ganho e da perda. Este
caminho foi ensinado por Siddharta Gautama (o Buda)
quando, depois de anos de ascetismo e jejuns prolongados,
descobriu a inutilidade do rigorismo para com o corpo, pois
n"o leva ... liberta"o. O rigorismo demonstra apego ao cor-
po, do mesmo jeito que a busca desenfreada do prazer.
Sddharta Gautama procurou ent"o uma outra via, chama-
da o Caminho do Meio.
Tambm no Bhagavad Gita se diz que Yoga (uni"o da alma
particular com a universal) n"o para aquele que jejua em
demasia nem para aquele que glut"o; nem para aquele que
dorme muito ou passa a noite em claro. Pois bem, tambm
Arstteles recomendava a eqidade, demonstrando que exis-
te um excesso e um defeito e assinalava o caminho do centro
como o melhor, o caminho da justia e do equilbrio.
Para o homem do quarto Raio o equilbrio uma meta
a ser atingida. De inteligncia r pida, sagaz, geralmente de
vida conturbada, de difcil adapta"o a ambientes comuns,
pois sua originalidade faz que considere a vida de um n-
gulo pessoal.
Toda a humanidade tem capacidade criativa, isto porque
a humanidade, como um todo, responde ao quarto Raio.
Esotericamente chamada a Quarta Hierarquia, como ex-
plica H.P. Blavatsky na Doutrina Secreta, Tomo I. A evolu-
"o humana est na quarta cadeira.
79
Durante o Renascimento a fora do quarto Raio se fez sen-
tir com maior intensidade. Assim surgiram Leonardo Da
Vinci, Miguel Angelo, Rafael. Espritos cosmopolitas, aman-
tes de artes, cincia, inova"o e progresso. Leonardo Da Vin-
ci foi pintor, escultor, arquiteto, msico e crtico de artes.
No campo das cincias foi inventor, ge"metra, engenheiro
civil e militar. tambm considerado um dos pioneiros da
avia"o. Mas, seu esprito abrangente nunca formulou leis
nem desenvolveu sistematicamente suas idias, que s"o ca-
ractersticas dos raios mpares. O quarto Raio universal
e inquieto, mas n"o sistem tico, nem metdico.
Se uma pessoa do quarto Raio na personalidade (que
o Raio mais marcante), tem stimo na mente, sua postura
frente ao mundo varia fundamentalmente. Pois o stimo
pode dar ordem e organiza"o, que o quarto n"o possui.
Miguel Angelo foi pintor, escultor, arquiteto e poeta. Pin-
tou o teto da capela Sstina durante dois anos (15O8-151O),
diz-se que durante essa poca alguns dias n"o queria des-
cer dos andaimes para comer nem para dormir, pela pai-
x"o que sentia por sua prpria obra. Mas a partir de 1546,
Miguel Angelo consagrou a maior parte de seu tempo a ar-
quitetura e ... poesia. Foi nesse ano que o Papa Paulo III lhe
conferiu o cargo de arquiteto da Baslica de S"o Pedro.
No quarto Raio convivem tendncias opostas: a introver-
s"o e extrovers"o; a percep"o objetiva e subjetiva; a interio-
riza"o e exterioriza"o; a profundidade e superficialidade.
Este Raio outorga veemncia, desejos explosivos, fora e
vigor para a luta, mas de pronto, chega o cansao da batalha
e o desejo de deitar e descansar, sem pensar no amanh".
A tendncia dram tica do quarto Raio o faz artificioso. As
vezes sarc stico. Parece um ator no palco da vida. Muito
suscetvel, sente-se ofendido quando n"o reconhecido.
Gosta de ser "estrela".
Nomes
Aquele que percebe o Caminho.
O Vnculo entre os Trs e os Trs.
Aquele que assinala a bifurca"o do Caminho.
80
O primeiro nome, Aquele que percebe o Caminho, refere-
se ... vereda que conduz ao mundo superior, ... criatividade
superior. Quando procura a realiza"o artstica como um
deus manifestando-se no plano objetivo. Entrega-se ... arte e
esquece tudo, inclusive o seu apego ...s comodidades fsicas.
O Vnculo entre os Trs e os Trs lembra essa capacidade
de olhar para os dois lados do caminho; a surge sua ten-
dncia ambivalente. Como artista tambm intermedi rio
entre o homem e Deus.
Aquele que assinala a bifurca"o do Caminho. Este Raio
outorga uma vis"o dual de qualquer quest"o. Percebe tan-
to o lado positivo quanto o negativo com facilidade.
Qualidades
Generosidade, simpatia, imagina"o, criatividade, devo-
ao, intelecto r pido, originalidade, sensibilidade esttica,
amor ... natureza, ... beleza e ... cor, procura de harmonia, en-
tusiasmo, intui"o, alegria, inspira"o.
Defeitos
Egocentrismo, fogosidade, veemncia, a"o passional, ca-
prichos, suscetibilidade, impontualidade, libertinagem, vo-
lpia, interesse pelos jogos de azar, artifcios.
Virtudes a adquirir
Serenidade, sossego, paz interior, autocontrole, pureza,
equilbrio, harmonia, tica, autoconfiana.
Transmuta"o
A vida da pessoa do quarto Raio est sempre em luta e
quando atinge o equilbrio percebe a unidade e harmonia.
81
A sensibilidade exagerada ao meio ambiente deve trans-
mutar-se em julgamentos corretos, gerando portanto
maior equilbrio.
A contnua crise dever transformar-se em intui"o pura.
A tendncia criativa ser canalizada com sabedoria.
Medita"o
Deitar e relaxar, n"o lutar para deixar de pensar. Descon-
trair os msculos e acalmar a mente. Imaginar uma paisa-
gem onde o verde das rvores, o cu azul, a luz do sol, a
beleza das flores levem ao relaxamento mental. Imagine no
centro um lago com ltus brancos, belos e puros. Observe,
existe uma passagem, caminhe at o centro do lago, pela
passagem de pedras. No centro existe uma pequena ilha,
sente-se no ch"o, diga trs vezes: "A beleza, a harmonia
e a glria est"o no meu interior".
Mantra
Ganesha o deus das artes, das letras, da sabedoria e at
da boa sorte, porque limpa o caminho. "Om, Sri Ganesha-
ya namaha". Sarasvati tambm uma deusa das artes, do
conhecimento, adorada por escritores, msicos e estudan-
tes. "Om, Shri Sarasvati namaha".
82
Captulo VIII
QUINTO RAIO
Nome: Inteligncia Concreta
Lei: Fixa"o
Smbolo: Pent gono
Impulso: Investigativo
83
Inteligncia Concreta
O nmero cinco representa o microcosmo, o homem com
suas tendncias boas e m s, positivas e negativas. Enquanto
o nmero 7 nos leva a pensar no homem perfeito, o pent -
gono aponta para o homem em movimento, ainda cami-
nhando, evoluindo.
Assim como o terceiro Raio possui uma inteligncia uni-
versal, abstrata, com capacidade para filosofia e metafsi-
ca, o quinto Raio possui tendncia para o pensamento cien-
tfico, procura a conex"o entre a causa e o efeito dos fen"-
menos fsicos. Poderamos dizer que enquanto o terceiro
Raio pergunta: Por qu? O quinto Raio sintetiza suas dvi-
das na palavra: Como? Observando, analisando e chegan-
do a conclus"es universalmente v lidas, do particular para
o universal, foi avanando a cincia. Examinando os pro-
cessos, investigando at chegar a princpios e leis. O mto-
do indutivo, de experimenta"o e observa"o.
Se dividirmos as cincias em puras e aplicadas, descobri-
remos que o terceiro e o quinto Raio trabalham conjunta-
mente. O terceiro Raio, quando dedicado ... cincia, desen-
volve a primeira com xito, explica os fatos e princpios des-
cobertos sobre o universo e seus habitantes; o quinto Raio
dedica-se com xito ... cincia aplicada, procurando a utili-
dade pr tica dos conhecimentos adquiridos.
Este o Raio da an lise objetiva, do esprito discriminati-
vo. Nas rela"es humanas, pode tornar-se frio, calculista e
separatista. Gosta de erguer muros entre sua pessoa e os ou-
tros. Sente sua superioridade e isto gera orgulho e atitudes
de desprezo para com seus inferiores. Eles consideram a com-
paix"o n"o como virtude, mas como uma fraqueza. Possuem
grande agudeza mental para ver erros e s"o impiedosos quan-
do (depois de uma an lise objetiva) conseguem detect -los.
Os de tipo inferior, muitas vezes, vivem amargurados, criti-
cando e assinalando faltas, de maneira obsessiva.
O esprito objetivo das pessoas deste Raio ajuda a obser-
var os acontecimentos com sentido comum. Mas gostam de
dar nfase nos desacertos. N"o gostam de eufemismo, quan-
85
do algo est incorreto o proclamam sem delicadeza, dizem
as coisas sem medo de ofender. A tendncia a verificar os
dados, temendo inexatid"o, demonstra um obscuro temor
de ser enganado.
Os homens do quinto Raio possuem natural propens"o
para o materialismo e o atesmo. Observam os fen"menos
isoladamente, mas n"o procuram uma causa inteligente
(Deus). Ficam relutantes ante a idia de um Criador e s"o
pouco inclinados a reverenciar um ser superior.
O homem pouco evoludo deste Raio considera o Universo
como uma maquinaria perfeita. O mestre Hilarion, diretor
do quinto Raio, revelou sua posi"o nas sentenas de "Luz
no Caminho" de Mabel Collins: "Cincia uma palavra que
abrange todas as formas do conhecimento".
Para evoluir, as pessoas deste Raio, que no momento atual
tm possibilidades especiais, devem aprender a superar o
sentimento de separatividade e desenvolver a sensibilida-
de ... deidade, logicamente, na forma em que possam
conceb-la, n"o devendo ser necessariamente um deus pes-
soal.
o homem lgico, objetivo, frio. Possui uma capacidade
inata para a mecnica, pois somente observando uma m -
quina pode deduzir com exatid"o o seu funcionamento. S"o
timos como engenheiros e tcnicos. Gostam tambm da
disciplina, onde seja preciso verificar todos os dados, co-
mo na Histria. O quinto Raio rege a profiss"o jurdica. Co-
mo juzes s"o implac veis. N"o sentem compaix"o, acham
que o culpado tem que ser condenado com rigor. Os indi-
viduos deste Raio s"o metdicos, est"o interessados no ca-
minho a seguir. A metodologia cientfica fruto dos homens
do quinto Raio, que s"o crticos e objetivos, possuem um
invej vel senso comum.