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Questionário
Desenvolvimento Profissional dos Professores
Com este questionário pretende-se contribuir para o conhecimento de algumas dimensões do desenvolvimento profissional dos professores portugueses, nomeadamente aquelas que são relativas às condições organizacionais e contextuais, às oportunidades de aprendizagem no local de trabalho, bem como às disposições de caráter pessoal. A sua colaboração é muito importante. O questionário é anónimo e todas as garantias de confidencialidade serão respeitadas relativamente aos respondentes. Ao longo do estudo os resultados serão dados a conhecer aos professores desta escola. Este questionário é uma versão adaptada do questionário Desenvolvimento Profissional dos Professores de Maria Assunção Flores, Universidade do Minho e Ana Margarida Veiga Simão, Universidade de Lisboa, no âmbito de um estudo internacional (Portugal, Finlândia e Sérvia e Montenegro).
Dados pessoais e profissionais Faça um círculo à volta da opção que se aplica à sua situação.
1. Género Fem. Masc.
2. Idade 21-25 26-30 31-35 36-40 41-45
46-50 51-55 56-60 +60
3. Habilitações Académicas Bacharelato Licenciatura Curso de pós-
graduação Mestrado Doutora-
mento
4. Habilitação Profissional
Outra. Qual?.......................................................................
Prof. Profissionalizado
Prof. em
Profissionalização/estágio
Prof. não
Profissionalizado
5. Situação profissional: Q. Nomeação Definitiva Q. Nomeação Provisória Q. Zona Pedagógica Prof. Contratado
Outra. Qual?.................................................................................. 6. Anos de serviço (em 31 Agosto de 2006):
7. Anos de serviço na escola onde trabalha atualmente (em 31 Agosto de 2006):
8. Cargo(s) que desempenha na escola:
9. Nível de ensino em que leciona: Pré-escolar 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo Secundário
10. Disciplina(s) que leciona (se aplicável):
Formação contínua nos últimos 2 anos 11. Indique quantas ações frequentou de curta e de longa duração (nos últimos 2 anos):
a) de curta duração (de 1 a 3 dias) b) de longa duração (mais de 3 dias)
2
12. Por favor, identifique o conteúdo/temática das ações que frequentou:_____________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________
13. As ações que frequentou nos últimos dois anos foram organizadas por: Assinale com um x a(s) opção(ões) que corresponde(m) à sua situação.
a) uma universidade ou instituição do ensino superior b) uma escola e/ou agrupamento c) um centro de formação de associação de escolas d) uma associação profissional (e.g. APPF...) e) um sindicato f) Outra entidade. Qual?
14. Especifique a(s) modalidade(s) de formação contínua que frequentou. Por favor, indique o número de vezes que frequentou cada modalidade (caso tenha frequentado mais do que uma vez).
a) curso b módulo c) ) oficina d) círculo de estudos e) seminário f) estágio g) disciplina singular no ensino superior h) projeto i) outra. Qual?
15. Quais foram as principais motivações que o(a) levaram a participar em ações de formação e/ou de desenvolvimento profissional contínuo? Utilize a escala de 1 a 5 para cada um dos itens que se seguem: 1=não importante; 3= algo importante; 5= muito importante
1. Progredir na carreira
2. Prazer associado ao estudo
3. Aumentar/melhorar oportunidades profissionais
4. Promover o meu desenvolvimento pessoal
5. Desenvolver novas ideias/propósitos para o meu trabalho/ensino
6. Aumentar a minha autoestima
7. Devido às novas exigências associadas ao meu trabalho
8. Vontade de aumentar/desenvolver as minhas perspetivas/ideias pedagógicas
9. Mudar a maneira como organizo o processo de ensino/aprendizagem
10. Ficar a conhecer perspetivas para tornar o meu ensino mais eficaz
11. Saber mais vale sempre a pena
12. Desenvolver as minhas destrezas profissionais
13. Desempenhar funções específicas na escola
14. Partilhar ideias e experiências com colegas
15. Implementar as políticas/medidas da Administração Central
16. Implementar as políticas/medidas da Gestão local
17. Desenvolver projetos da escola em colaboração com colegas
18. Desenvolver um projeto de investigação em colaboração com colegas
19. Construir recursos didáticos com colegas
20. Outra(s). Qual(ais)?
3
Natureza do trabalho docente 16. De seguida, enunciam-se alguns aspetos relativos a uma ocupação/trabalho. Indique em que medida os considera válidos tendo em conta a natureza do seu trabalho. Utilize uma escala de 1 a 5: 1= não se aplica ao meu trabalho, 3= em certa medida é aplicável/válido para o
meu trabalho, 5= é completamente aplicável/válido para o meu trabalho.
1. O meu trabalho exige destrezas complexas. 1 2 3 4 5
2. Não tenho oportunidade para tomar iniciativas ou decisões.
1 2 3 4 5
3. Ao fazer o meu trabalho tenho informação/dados sobre a minha eficácia ou qualidade.
1 2 3 4 5
4. Posso terminar uma tarefa que eu próprio(a) comecei.
1 2 3 4 5
5. De uma forma geral, o meu trabalho não tem um sentido ou importância particular/peculiar.
1 2
3
4
5
6. Fazer o meu trabalho não me dá dados/pistas sobre como me estou a sair.
1 2 3 4 5
7. O meu trabalho é, em geral, simples e repetitivo.
1 2 3 4 5
8. O meu trabalho forma um todo com sentido.
1 2 3 4 5
9. Os resultados do meu trabalho têm efeitos/repercussões
significativos na vida e no desenvolvimento de outras pessoas.
1 2 3 4 5
10. Tenho uma latitude considerável em termos de tomada de decisão.
1 2 3 4 5
11. O meu trabalho não implica uma responsabilidade ética particular
1 2 3 4 5
12. O meu trabalho deve ter como preocupação o bem do outro.
1 2 3 4 5
13. O meu trabalho não obriga a um modo de ser e estar particular
1 2 3 4 5
Perceções sobre liderança(s) e cultura(s) da escola 17. De seguida, apresentam-se alguns itens relativos à(s) cultura(s) e liderança(s) da escola/agrupamento. Indique em que medida concorda ou discorda dos itens enunciados tendo em conta a sua experiência pessoal na sua escola/agrupamento.
Discordo totalmente
Discordo
Às vezes concordo, às vezes discordo
Concordo Concordo
totalmente
1. Sou encorajado(a) a desempenhar funções de liderança (a nível de
cargos, de coordenação de projetos, etc...) na minha escola/agrupamento.
1
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3
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5
2. Na minha escola/agrupamento existe uma liderança eficaz.
1 2 3 4 5
3. Uma liderança eficaz é importante para promover o desenvolvimento profissional dos professores.
1
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3
4
5
4. O/A presidente do conselho executivo é encorajador/a. 1 2 3 4 5
5. O/A presidente do conselho executivo comunica abertamente sobre todas
as questões relativas à escola/agrupamento.
1
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3
4
5
6. O/A presidente do conselho executivo tenta sempre ajudar em questões relativas à minha actividade pedagógica.
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7. Na minha escola/agrupamento os pais/enc. educação têm oportunidades para participar no processo de tomada de decisão.
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8. Sinto que os meus pontos de vista são tidos em consideração em diversas instâncias da escola.
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9. Na minha escola/agrupamento existe uma liderança orientada por valores e para os valores.
1 2 3 4 5
10. Na minha escola/agrupamento existe uma liderança centrada nas pessoas.
1 2 3 4 5
11. Os alunos são chamados a participar na vida da escola.
1 2 3 4 5
4
18. Indique em que medida concorda ou discorda das afirmações que se seguem tendo em consideração o contexto em que trabalha.
Discordo totalmente
Discordo
Às vezes concordo, às
vezes discordo
Concordo Concordo
totalmente
1. Na minha escola, as relações de trabalho caraterizam-se pelo individualismo.
1 2 3 4 5
2. Tenho tempo durante o dia para discutir as minhas práticas curriculares.
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3. Na minha escola os professores planificam em conjunto. 1
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3
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5
4. Na minha escola, os professores têm tempo e condições
para discutir as suas práticas curriculares.
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3
4
5
5. Na minha escola, partilhamos ideias e materiais. 1
2
3
4
5
6. Na minha escola, raramente discutimos assuntos profissionais.
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7. As reuniões são importantes para o meu trabalho
pedagógico.
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4
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8. Na minha escola, discutimos sobre atividades extra-
curriculares.
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9. Na minha escola, desenvolvem-se trabalhos de projeto (de natureza interdisciplinar) entre professores e alunos.
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10. Sinto-me desiludido/a com os meus colegas.
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11. Na minha escola, discutimos as nossas práticas de avaliação.
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12. Posso confiar nos meus colegas.
1 2 3 4 5
13. Na minha escola existe um propósito comum no sentido de um desempenho de qualidade pelos colegas.
1
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3
4
5
14. Os meus colegas são fáceis de abordar.
1 2 3 4 5
15. Sou encorajado/a a tomar decisões sobre como
ensinar.
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3
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5
16. O valor ético da justiça é estruturante do Projeto Educativo da minha escola.
1 2 3 4 5
17. Na minha escola não há uma preocupação sistemática com as questões da cidadania.
1 2 3 4 5
18. Na minha escola cada professor preocupa-se apenas
com os alunos.
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19. Está envolvida/o em projetos na sua escola? Sim Não
Se sim, indique o nível de responsabilidade nesse(s) projeto(s)
a) Coordenação b) Membro da equipa c) Colaboração pontual
20. Indique qual a natureza desse(s) projeto(s):_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
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Oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento profissional no local de trabalho 21. Indique em que medida concorda ou discorda dos itens que a seguir se apresentam e que se relacionam com as oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento profissional no seu local de trabalho.
Discordo totalmente
Discordo
Às vezes concordo, às
vezes discordo
Concordo Concordo
totalmente
1. Na minha escola, há oportunidades para desenvolver um trabalho criativo.
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2. Na minha escola, tenho oportunidades para desenvolver
um determinado tipo de projeto, mesmo que outros o desconheçam.
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3. Tenho oportunidades para aumentar a minha formação.
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4. Tenho oportunidade para aprender algo de novo.
1 2 3 4 5
5. O meu trabalho está frequentemente a mudar e preciso de me atualizar constantemente.
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6. Na minha escola, os professores preocupam-se com a sua formação/desenvolvimento profissional no sentido de
dar resposta às mudanças na vida da escola.
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3
4
5
7. Não tenho oportunidades para me desenvolver
profissionalmente de forma contínua.
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8. Na minha escola/agrupamento existe uma política global em termos de desenvolvimento profissional.
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9. A formação contínua deve centrar-se no desenvolvimento de destrezas e de atividades centradas
na sala de aula.
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10. A formação contínua deve ter em conta uma perspetiva de desenvolvimento da escola.
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11. A formação contínua deve centrar-se no
desenvolvimento individual.
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12. A formação contínua deve responder a necessidades a
curto prazo.
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13. Sinto-me encorajado/a para participar em atividades de desenvolvimento profissional.
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14. A formação contínua deve responder a necessidades a longo prazo.
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Se pretender acrescentar algum comentário sobre os temas abordados, por favor, utilize o espaço que se segue (pode utilizar o verso da folha).
Muito obrigada pela sua colaboração.
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Guião da Entrevista Inicial (outubro 2006) – Professores do Grupo de Investigação
______________________________________________________________
Destinatários: Professores do 2º ciclo do Ensino Básico, em exercício no âmbito do
Projeto PIEF.
Tema: A importância das dinâmicas colaborativas em contexto escolar.
Contexto: O trabalho colaborativo numa equipa pedagógica.
Responsável: Manuela Ventura Santos
Objetivos Gerais:
1. Identificar/compreender dinâmicas de colaboração existentes na escola;
2. Conhecer as conceções dos professores sobre a colaboração;
3. Identificar os fatores que favorecem e/ou dificultam o trabalho colaborativo
entre os docentes na escola (contextos, condições, sujeitos…)
4. Conhecer as potencialidades no interior da equipa no que respeita à colaboração
entre os seus membros
Blocos Temáticos:
A: Legitimação da entrevista
B1: Dinâmicas de colaboração na escola
B2: Fatores que influenciam a colaboração nas escolas
B3. Conceções pessoais acerca da colaboração
C: A equipa pedagógica da turma PIEF
D: Validação da entrevista
Estratégia: Entrevista semidiretiva
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Blocos
Temáticos
Objetivos
específicos
Perguntas/
orientações para
perguntar
Notas
Bloco A
Legitimação da
entrevista
- Informar o
entrevistado acerca da investigação, assim
como dos objetivos e
contexto da entrevista.
- Motivar o
entrevistado.
- Garantir a confidencialidade das
informações prestadas.
- Solicitar a ajuda do
professor, pois a sua
colaboração é
imprescindível para o êxito do trabalho.
- Solicitar permissão
para gravar
Bloco B1
Dinâmicas de
colaboração na
escola
- Compreender a
importância que é
atribuída aos processos de colaboração entre
profissionais na escola.
- Caraterizar as
práticas colaborativas
entre profissionais
existentes na escola.
- Em seu entender, que
lugar ocupa a
colaboração entre os profissionais nesta
escola?
- Que problemas
identifica ao nível da
colaboração aqui na
escola?
- Pode caraterizar as
circunstâncias em que se desenvolvem as
situações de
colaboração que referiu?
- Tentar perceber quais
são os contextos onde a
colaboração está mais presente
(departamentos,
conselhos de turma, projetos, parcerias,
protagonistas, etc.);
- Tentar compreender a importância do formal
e do informal;
- Tentar saber das
razões que levam as
pessoas a colaborar; se existem mentores ou
impulsionadores dessa
colaboração - como
são aceites e se difundem o seu
entusiasmo;
- Saber o papel
desempenhado pelos
órgãos de gestão nas
dinâmicas de
3
colaboração;
- Saber se a colaboração se
restringe aos
professores do quadro
da escola ou agrega aqueles que estão de
passagem;
- Não esquecer o
formal e o informal.
Bloco B2
Fatores que
influenciam a
colaboração nas
escolas
- Identificar os fatores considerados
desencadeadores da
colaboração nas escolas.
- Identificar fatores considerados
inibidores da
colaboração nas
escolas.
- Conhecer os fatores
que favorecem e dificultam a
colaboração na escola-
caso.
- Equacionar desejos e sugestões de mudança
neste âmbito.
- Em seu entender, quais são os fatores
que podem ser
potenciadores da colaboração entre
profissionais nas
escolas?
- E quais serão aqueles
que dificultam ou
impedem a colaboração?
- E nesta escola, que fatores intervêm neste
âmbito da
colaboração?
- Quanto a si, que
estratégias poderiam
ser desenvolvidas nesta escola para potenciar a
colaboração entre
profissionais?
- Que estratégias lhe
parecem ser pertinentes
traçar para o desenvolvimento da
colaboração entre
professores e entre estes e outros técnicos
nesta escola?
- Tentar perceber se a
colaboração no interior
das equipas pedagógicas/ou em
processos intencionais
de formação é uma
estratégia considerada.
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Bloco B3
Conceções pessoais
acerca da
colaboração
- Conhecer o modo
como o entrevistado define o trabalho
colaborativo.
- Perceber como o entrevistado se revê
nos processos de
colaboração em que participa.
- Compreender a importância que atribui
à colaboração no seu
dia a dia profissional.
- O que é para si
trabalho colaborativo?
- Pode relatar uma
experiência de
colaboração
profissional que tenha sido significativa para
si?
- Em seu entender quais são as mais-
valias do trabalho em
colaboração?
- E quais as
dificuldades que se lhe
deparam no trabalho de colaboração
profissional?
- Para si, qual o perfil
de professor que mais
se adequa ao trabalho em equipa?
- Que lugar ocupa a
colaboração no seu dia a dia profissional?
- Como se vê a si
próprio(a) no interior de uma situação de
colaboração?
- Neste bloco tentar
perceber os quadros de referência do
entrevistado em
relação à colaboração:
. adesão, ou não
adesão;
. conciliação do trabalho com os outros
e a necessidade de
autonomia e de respeito pela
individualidade;
. colaboração e
desenvolvimento profissional;
. coerência entre
princípios e práticas …
Bloco C
A equipa
pedagógica da
turma PIEF
- Caraterizar o clima de trabalho na equipa
pedagógica.
- Compreender os princípios pedagógicos
e as linhas orientadoras
da equipa.
- Identificar
necessidades de apoio
e de formação sentidas.
- Equacionar
potencialidades no interior da equipa no
que respeita à
colaboração entre os seus membros.
- Passando agora para a equipa pedagógica da
turma PIEF, como
descreve o ambiente de
trabalho que tem sentido até agora?
- Do trabalho realizado até agora podem
identificar-se algumas
ideias orientadoras
para o trabalho da equipa ao longo do
ano?
Quais?
- Quais as principais
necessidades sentidas junto dos alunos?
- E quais as principais
- Tentar perceber as expetativas do
entrevistado acerca dos
colegas e da sua
capacidade de colaboração.
- Tentar perceber se já se esboçam orientações
de trabalho com a
turma, princípios
orientadores, um plano de trabalho ...
- Tentar identificar dimensões onde
intervir.
- Tentar perceber a
abertura do
entrevistado à
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necessidades sentidas
pelos professores para
lidarem com esta turma?
- Quanto a si próprio
(a), quais as suas principais
dificuldades?
- Em que sente que
pode vir a ser ajudado
(a) pelos seus colegas?
- Com que outras
ajudas gostaria de
contar?
- O que espera desta
experiência profissional?
- O que desejaria que acontecesse no interior
da equipa pedagógica
para que esta
experiência fosse um fator de
desenvolvimento
profissional para si próprio (a)?
- Que outras
experiências semelhantes já teve ao
longo da sua carreira?
Como decorreram?
colaboração no interior
do grupo e à mudança.
- Tentar percecionar
eventuais experiências
de trabalho em equipa
estimulantes ou, pelo contrário, frustrantes e
o modo como o
entrevistado lida com elas.
Bloco D
Validação
da
entrevista
- Verificar as reações
dos entrevistados e recolher outras
sugestões
- Que comentário faria
a esta entrevista?
- Há aspetos
pertinentes que não tenham sido referidos
nesta entrevista e que
gostaria de abordar?
- Saber se existem
aspetos pertinentes que não foram referidos e
que o entrevistado
gostasse de abordar.
- Agradecer a
disponibilidade dos entrevistados, assim
como o imprescindível
contributo.
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Transcrição de uma entrevista inicial – Professora Diana (P2) outubro de 2006
P: Que lugar ocupa a colaboração entre os profissionais nesta escola?
R: Um lugar mais importante. Se não houver colaboração não se consegue fazer um
trabalho com os miúdos, dentro da escola… e dar a conhecer a escola à comunidade, se
não houver colaboração não se consegue.
Não há em todas as escolas colaboração entre os professores. Em várias escolas por
onde passei, onde eu possa dizer que há 100% de colaboração, não há; desta não
conheço muito bem, ma em várias escolas por onde passei há, normalmente, dois
grupos distintos: há o grupo dos efetivos… pode ser que colaborem entre si mas não
colaboram muito com os novos que aparecem na escola; quando o corpo docente é mais
jovem, há mais colaboração talvez por falta de experiência e o facto de querermos
ajudarmo-nos uns aos outros existe mais colaboração…. Normalmente os poucos
momentos em que há colaboração é nos Departamentos, mas ainda mais nos Conselhos
de Turma. Nos Departamentos depende, por onde eu tenho passado muito raramente
nos departamentos se trocam opiniões e materiais; acontece entre dois ou três
professores do departamento, mas não no departamento em geral. Os departamentos
servem para informações, plano de atividades e pouco mais. Nos Conselho de turma
“dão-se as notas” e às vezes quando há aqueles casos complicados… mas tem de haver
casos complicados, porque se não houver também dos alunos pouco se fala… se houver
casos complicados aí temos que falar dos alunos mas não… tendo em conta a
experiência que estou a ter agora, nada que se compare, nada...
P: Que problemas identifica então, aqui na escola, a nível da colaboração?
R: Eu acho que é por falta de disponibilidade, pré-disposição dos professores. se
juntarem… e depois como não existe espaço no horário para isso acontecer, há sempre
dois ou três que dão o seu tempo para a escola… mas a maioria não dá e … eu, por
exemplo, por questões familiares, depois que tenho filhos também noto menos tempo,
menos disponibilidade… Se estiver contemplado no horário é fácil e nós
disponibilizamos automaticamente esse tempo porque está contabilizado se não é
complicado, por exemplo, como acontece agora nas escolas… haver reuniões só a partir
das 6 e meia… e quem tem filhos tem de os ir buscar às sete, torna-se impossível. Os
horários deviam estar organizados de modo a que houvesse um tempo destinado para
reuniões, talvez quinzenais, para haver colaboração, é muito, muito importante! Mesmo
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que alguns professores pensem juntar-se nalguma hora fora do horário é sempre a
correr, nunca se está totalmente disponível para o trabalho; enquanto que se estivesse
contabilizado no horário, a disponibilidade é total e é muito mais fácil, é mais fácil.
P: Mas há alguns momentos de colaboração na escola.
R: Felizmente já passei por escolas, por uma escola em que isso acontecia muito
frequentemente, normalmente sempre com o mesmo grupo de professores e é muito
mais atrativo fazer isso quando se está vários anos… dois anos, três anos na mesma
escola em que se conhece a comunidade escolar e os alunos em particular… é mais fácil
organizar esses momentos de colaboração entre os vários órgãos da escola e entre os
professores, é mais fácil. Essa colaboração tinha a ver com projetos, com clubes que nós
sabíamos que os miúdos daquele contexto gostavam e aí havia vontade e faziam-se
muitas coisas… quando não se conhece é complicado uma pessoa envolver-se sem
saber com o que pode contar… Esses projetos eram definidos normalmente em
Conselho Pedagógico… Havia grupos de professores que se organizavam, formulavam
um projeto, esse projeto era apresentado em Conselho Pedagógico e depois era
contemplado.
P: Na sua opinião quais são os fatores que poderão potenciar a colaboração entre
os profissionais?
R: O conhecimento da comunidade escolar, o conhecimento da população- escola, a boa
vontade dos colegas e a organização da escola…a nível dos horários e da interação dos
órgãos de gestão e o resto da população-escolar; acho que é muito importante a presença
do órgão de gestão dentro do meio escolar – não só dentro do gabinete, mas do lado de
fora… para apoiar, aconselhar… muitas vezes há ideias e se não tivermos um suporte
dos órgãos de gestão essas ideias ficam por terra… e se houver uma ajuda… «Sim, vai
para a frente, faz assim, ou faz de outra maneira que é melhor, dá outro ânimo para
continuar com os projetos.
P: Na sua opinião quais são os fatores que dificultam a colaboração entre os
profissionais?
R: A individualização do trabalho. Haver muita individualização do trabalho dos
professores; cada um fazer o seu trabalho e não partilhar ideias, opiniões.
3
Parece que por vezes há receio de partilhar ideias… dizer coisas mal ditas… e acho que
aí entra a liderança… Se houver um líder ou líderes que consigam ouvir, respeitar e
ajudar… criticar mas construtivamente, acho que é muito mais fácil nós partilharmos
ideias, mesmo correndo o risco de não serem aceites… e se isso acontecer acho que se
torna mais fácil.
P: Na sua opinião quais as estratégias que poderiam ser desenvolvidas nesta escola
para potenciar a colaboração?
R: Eu acho que era motivar os professores, que os professores também precisam de ser
motivados… motivar os professores a envolver-se na escola e nos projetos da escola.
Existir também mais apoio técnico… muitas vezes nós sentimos falta de … nós não
dominamos tudo… sentimos falta de apoio técnico, às vezes sinto; mas, na minha
perspetiva, se os professores andarem motivados, motivam os alunos, conseguem
motivar os funcionários e conseguem motivar os pais com quem têm que contar. E os
professores podem ser motivados, por exemplo, se forem reconhecidos… haver um
espaço daquele espaço de encontro em que eles possam partilhar as ideias e aprimorar o
trabalho e depois serem reconhecidos a nível da comunidade… não ficar: «Pronto, okey,
foi um projeto engraçado, foi aquele projeto que acabou…» Para se ser reconhecido, lá
está, tem de haver um trabalho muito colaborativo dentro da escola, não pode ser cada
um… tem de ser em conjunto.
P: O que é para si trabalho colaborativo?
R: É um trabalho de entreajuda a nível dos problemas, das dificuldades, das facilidades
também, da organização, da entreajuda em termos de trabalho. É isto para mim o
trabalho colaborativo.
P: Pode relatar-me uma experiência de colaboração que tenha sido significativa
para si?
R: Posso. Tive numa escola onde estive oito anos, por isso é que eu falei da importância
dos anos de estar da comunidade…em que todos os anos me envolvi em projetos, todos
os anos, porque conhecia bem a comunidade, sabia do que eles gostavam; entrei num
projeto da ARISCO, aventura na cidade, durante três anos e depois fui sempre entrando
naqueles cursos de educação e formação em que se nota muito trabalho colaborativo,
que é muito parecido com o PIEF… Estive um ano com o que se chamava nono mais
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um e estive dois anos (foi o tempo do curso) do curso de educação formação de agente
de desporto… Gostei muito, muito, muito … Lá está, tínhamos no horário aquele
tempinho, para nos juntarmos todas as semanas… para colaborarmos. Na altura das
atividades todos os professores convergiam para uma certa atividade e como era ligado
com a área do desporto, muitas vezes na escola todos os eventos desportivos eram
organizados pela nossa turma e todos os professores, independentemente da área que
estivessem a lecionar, se juntavam para a organização destes eventos, sempre.
A nível da sala de aula também elaborávamos materiais, planificávamos em conjunto.
Aliás, o grupo de professores no início é que teve que fazer o currículo das várias áreas
disciplinares e foi feito sempre em conjunto para que houvesse uma articulação entre
todas as áreas – interdisciplinaridade.
Esta experiência marcou-me muito no âmbito da colaboração e agora o PIEF!
P: Então, quais as mais-valias do trabalho colaborativo?
R: Acho que proporciona melhor ambiente de ensino, uma maior satisfação do
professor e dos alunos, potencia os interesses e as habilidades que os alunos todos
têm… normalmente dizem que não têm qualidades nenhumas e nós conseguimos
através da colaboração de todos evidenciar essas qualidades e potenciá-las e levar a que
eles gostem doutras coisas que eles pensavam no início nunca vir a gostar e acho que
para nós é um enriquecimento pessoal e profissional ímpar, que não se pode comparar
com nada… nem as ações de formação, nem os cursos que nós tirámos… nada disso se
compara ao enriquecimento que nós temos… quando colaboramos uns com os outros e
incluindo os alunos, quando colaboramos todos… acho que crescemos muito, muito, a
nível pessoal e profissional.
P: Quais as dificuldades sentidas pelos professores no trabalho colaborativo?
R: Eu ainda não encontrei muitas… eu ainda não encontrei…
P: Qual o perfil de professor para trabalhar em equipa?
R: Um professor que tenha um espírito aberto a novas ideias… um professor que tenha
gosto em ajudar os outros, em partilhar os seus conhecimentos e em receber os
conhecimentos dos outros… e que tenha vontade de crescer e de evoluir.
P: Que lugar ocupa a colaboração no seu dia a dia?
5
R: Ocupa o lugar todo, é o que está em primeiro lugar! É. Neste momento no PIEF, é.
P: Como se vê no interior da equipa?
R: Para mim, foi um teste à minha pessoa. Eu por natureza sou uma pessoa tímida e por
natureza tenho constrangimentos em me abrir com pessoas que eu não conheço e em
situação de colaboração em que me sinto em pé de igualdade com todos, tenho
facilidade em fazer isso. Para mim foi e está a ser um desenvolvimento próprio muito
grande; estou a conseguir ultrapassar muitas coisas que eu não conseguia até entrar em
ambiente de colaboração. Tornei-me mais flexível, mais aberta a ouvir os outros e a
mostrar-me a mim própria e a mostrar-me a mim própria… que era complicado, até
começar a colaborar… Eu tinha dificuldade em integrar-me em grupos em que havia
colaboração aberta entre todos… era complicado eu revelar-me, ou eu partilhar as
minhas ideias ou os meus sentimentos e agora é muito mais fácil!
P: Pode referir-me o ambiente de trabalho na equipa PIEF?
R: Eu acho que é um ambiente saudável em que todos os momentos que nós temos e
não só nas reuniões que temos semanalmente… mas todos os momentos que nós temos,
nós utilizamos para nos ajudarmos uns aos outros… e para partilhar e para adequar
práticas e mesmo atitudes dentro da sala de aula face aos nossos alunos… Por isso tem
sido um ambiente muito, muito bom.
P: NO PIEF Há vários contextos colaborativos. Pode-me caraterizar cada um
deles?
R: Temos uma reunião semanal em que se faz uma articulação das práticas de cada
projeto… (nós trabalhamos por projetos) em cada projeto nós fazemos uma adequação
das atividades, dos materiais… fazemos o ponto da situação, o que é necessário
adequar, como se está em termos de timing, se está muita coisa atrasada, se precisamos
de mais um tempo… tentamos arranjar soluções… nunca são soluções… para situações
concretas dos alunos que podem estar a prejudicar… não só a eles próprios mas também
o ambiente da turma… de comportamento ou mesmo de conhecimentos. Normalmente
nesta turma é de comportamento, em termos de conhecimentos não têm grandes
dificuldades de aquisição… mas em termos de comportamento às vezes é complicado!
E pronto, essa reunião ajuda-nos… e dá-nos segurança porque todas as decisões são
tomadas em conjunto… portanto, ninguém se expõe sozinha à frente de ninguém…há
6
sempre uma equipa por trás e isso … tudo o que é dito aos alunos, tudo o que é feito, é
feito em conjunto, portanto a força é muito maior… tudo é decidido em
conjunto…tentamos uniformizar as práticas que temos dentro da sala para não haver
discrepâncias… é muito importante! Acho que é muito importante a reunião semanal!
Neste momento estamos no segundo projeto! Este projeto vai até ao Natal. Tem a ver
com o mundo do trabalho e então achamos que é muito importante para eles e então
alargámos o espaço; normalmente dura três semanas, este é um bocadinho maior; agora
antes do términos do projeto que está a decorrer, começamos a preparar o 3º projeto;
como agora temos a interrupção letiva preparamos o 3º projeto.
P: As tutorias são outro momento colaborativo. Pode caraterizá-las’
R: As tutorias normalmente são utilizadas para… ou auxiliar os colegas que estão a dar
aulas, em caso de necessidade, ou fazer os planos semanais e diários das nossas aulas
em par pedagógico e vermos o que é que se ajusta mais… articulamos as práticas…
Portanto temos esse momento para ver a nossa planificação semanal e diária e vermos o
que é que se ajusta mais… No início fazemos o plano do projeto mas nunca sabemos o
evoluir…temos que ir adequando e então todas as tutorias… normalmente encontramo-
nos semanalmente… embora falemos todos os dias… o que é necessário para amanhã,
mas adequamos todas as semanas nessa hora de tutoria… adequamos as aulas seguintes,
o plano da aula… tendo em conta o evoluir da situação dentro da aula… Eu leciono
viver em Português, comunicar em língua estrangeira e TIC, sempre em parceria.
P: E dentro da sala de aula como funciona o par pedagógico?
R: Eu acho que esta é a parte mais complicada! Felizmente… comecei a trabalhar já o
ano passado com a colega que estou a trabalhar este ano… (mas o ano passado não nos
conhecíamos) mas felizmente nós completamo-nos uma à outra…as nossas formas de
agir e de pensar completam-se um bocadinho! E então conseguimos uma boa dinâmica
entre as duas dentro da sala… quando o par pedagógico não funciona… torna-se muito
complicado!
Estes miúdos conseguem aperceber-se de tudo, de tudo! E se há um momento em que
eles se apercebem que uma das pessoas «está a remar para um lado e a outra…» está
tudo… aí acabou! Nós normalmente tentamos, durante as planificações aula a aula,
distribuir entre as duas as tarefas. Normalmente no Inglês eu fico com a parte
maior…Por exemplo, se nós estamos a iniciar um conteúdo, uma matéria, eu fico com
7
essa parte porque a Nélia tem menos formação em Inglês e portanto eu fico com essa
parte e ela serve como auxiliar de todos os alunos até acabar a exposição e depois
dividimos esse auxílio entre as duas. No Português é mais fácil e dividimos mais entre
as duas, porque ela também domina bem a Língua Portuguesa… e então dividimos…
quando temos mais dificuldades… dividimos materiais, construímos os materiais em
conjunto, acompanhamos de forma individualizada os alunos.
P: São definidas linhas orientadoras para cada projeto?
R: Normalmente o tema do projeto é discutido em equipa, tentamos que seja sempre um
tema atual sem estar desligado dos interesses deles… e depois dentro desse tema geral,
cada área disciplinar tenta adequar os seus conteúdos a esse tema. Portanto, eu posso…
e como nós temos essa facilidade… é uma das grandes facilidades do PIEF… nós não
temos aqueles conteúdos rígidos que temos que lecionar, como no ensino normal; eu
posso adequar um conteúdo que esteja no final do 6º ano mas que tenha tudo a ver com
aquele projeto e posso ir buscá-lo e dar nessa altura e adequá-lo a esse momento… ou
ao contrário… deixar um que normalmente é dos primeiros que eu dou e deixá-lo para o
fim porque faz mais sentido, ali naquele momento, de acordo com os interesses dos
alunos.
P: Quais as dificuldades sentidas junto dos alunos?
R: Têm necessidades de caráter afetivo, de atenção, de valorização, de autoestima. Eles
não têm uma baixa autoestima deles, têm uma baixa autoestima dos conhecimentos que
eles têm… Para eles, eles não sabem nada, nunca fizeram nada, portanto, nunca vão
conseguir nada… e a nossa grande luta é combater isso e mostrar-lhes que eles são
capazes de atingir alguma coisa… e como normalmente no seio familiar é
complicado… não têm a atenção da família, não têm nenhum gesto de carinho…não
têm nada, são grandes necessidades que nós sentimos. Há alguns alunos ali que se as
coisas estiverem um bocadinho mais complicadas…um sorriso, uma festa no ombro…
muda radicalmente o comportamento! Carências afetivas que muitas vezes se vão
repercutir no comportamento… e muitas vezes o comportamento que eles têm na aula é
muito condicionado pelo que aconteceu na noite anterior em casa, por exemplo; e está a
acontecer neste momento com alguns alunos em que as coisas não estão a correr muito
bem… há um aluno que agora está a passar uma fase muito difícil… que as coisas em
8
casa estão muito, muito complicadas! E isso refletiu-se logo, imediatamente no
comportamento na escola, na aula, com os colegas, com os professores, logo!
P: Quais as dificuldades sentidas pelos professores?
R: Falta-nos apoio a nível psicológico, os conhecimentos psicológicos… nós muitas
vezes queremos ajudar, queremos fazer e não sabemos qual é a melhor forma de…
falta-nos um bocadinho de apoio… Eles têm apoio do técnico e também nos falta um
bocadinho a nós… falta-nos um bocadinho a nós e eu sinto essa necessidade, às vezes…
porque… utilizo o quê? O meu bom senso que às vezes pode não ser o correto naquela
altura, não é? Pode não ser o procedimento correto! E pronto, acho que é essa a maior
dificuldade! Eles são agressivos, mas dentro do contexto de sala ainda não houve assim
muitas situações de agressividade… mas se acontecer uma situação mais complicada
nós não sabemos muito bem como lidar durante a situação e após a situação, não é?
Porque as coisas podem tomar proporções… porque eles não têm noção quando devem
parar… e eu sinto um bocadinho falta desses conhecimentos, desse apoio…
P: São essas as suas principais dificuldades?
R: Sem dúvida, essa falta de apoio… que já referi.
P: Pensa que pode ser ajudada pelos seus colegas?
R: Sim, sim, na partilha das nossas ideias. Por exemplo, eu numa situação faria isto… e
alguém pode achar que não é aquela a melhor forma…porque já passou por uma
situação idêntica ou …já conhece os alunos de outros anos e sabe qual é a melhor
forma, então sim, aí é uma mais-valia para mim eu saber a opinião dos outros colegas.
P: Com que outras ajudas gostava de contar?
R: Um técnico para os professores… um psicólogo. Acho que fazia falta de vez em
quando haver um momento para nós termos também esse apoio psicológico.
P: O que espera desta experiência profissional?
R: Já é muito rica… e eu espero que continue a ser sempre mais rica… e que continue a
dar-me prazer em fazer… porque até agora tem estado a dar e por isso eu continuei este
ano… e continuo a gostar muito do que faço… e quero continuar!
9
P: O que desejaria que acontecesse no interior da equipa para que esta experiência
fosse um fator de desenvolvimento profissional?
R: Não sei. Tendo em conta as mais-valias que eu vou tendo, neste momento eu não
sei… Só continuar a ter o apoio que temos tido… e a ajuda que temos dado uns aos
outros, acho que… neste momento, eu não… eu no sinto assim falta de uma coisa que
me leve a pensar: «Isto não está a surtir efeito». Penso que estou a desenvolver-me
profissionalmente… é uma experiência muito rica!
P: Quer acrescentar mais algum aspeto que considere pertinente?
R: A única coisa que eu gostava de acrescentar é que eu acho que este tipo de projetos,
mesmo sem a denominação PIEF, mas que era importante existir este funcionamento
nas escolas todas e penso que os momentos de encontro que nós temos em contexto
PIEF deveria existir em todos s contextos…eu acho que este modelo deveria ser
adotado nas escolas regulares…mesmo em termos de transmissão de conhecimentos,
porque eu sinto que neste momento eu ensino mais do que estivesse presa a um livro, a
uma matéria, a um programa rígido que… por muito que se queira adequar, tem que se
cumprir, porque no final temos que justificar por que não o cumprimos! E este modelo
dá-nos abertura para não só ensinar os conteúdos gramaticais e vocabulares e seja o que
for… mas experiência de vida… e adequar tudo isto à vida… e com este modelo
consegue-se! Com este modelo consegue-se desenvolver realmente competências.
Porque no ensino regular nós desenvolvemos teoricamente competências mas todas elas
são ligadas ao ensino. e com este modelo não, nós conseguimos ver mesmo em termos
de competências, de trabalho de grupo, de sociabilidade, de organização… conseguimos
vê-los a fazer isso! Se conseguem ou não conseguem.
Temos também um projeto curricular de turma que não tem nada a ver com o projeto
curricular de turma que existe no ensino regular. O ano passado fui animadora de
projeto e tive de coordenar o projeto curricular de turma… eu tinha tido uma direção de
turma, portanto, também tinha feito um projeto curricular de turma e quando olhei: «O
projeto curricular de turma é isto…».
Na escola regular o que acontece com o projeto curricular de turma é fazer pequenos
resumos das várias disciplinas, acoplar tudo e pronto, está feito! Aqui não, nós
começamos por definir as dificuldades que eles têm nas várias disciplinas, fazer uma
caraterização da turma, mas muita aprofundada, eles têm muitos elementos, coisas que
por vezes nos faltam nas outras turmas, porque não temos a facilidade de conhecimentos
10
que temos aqui, porque sabemos do meio familiar de onde vêm, o que está por detrás
deles… no ensino regular isso não acontece… e é muito importante para sabermos
como lidar com eles…caraterizamos os alunos individualmente, depois fazemos a
avaliação intermédia, por cada projeto fazemos uma avaliação, em cada avaliação são
registadas as dificuldades e as estratégias, para colmatar essas dificuldades, coisa que
nos outros projetos curriculares de turma normalmente, na teoria isso é para acontecer,
na prática não acontece. E depois temos as planificações todas, temos os materiais todos
que são partilhados e que são feitos em par pedagógico, temos todas as informações dos
alunos a nível do apoio social escolar… nas outras turmas tem o Diretor de Turma e
mais ninguém tem… E depois uma vantagem que nós temos no PIEF é o controlo do
dinheiro, que é o animador de projeto que controla e que nos dá a possibilidade de gerir
da melhor forma os materiais. No ensino regular esse dinheiro é para os livros e aqui
não… como não há livros… é para os outros materiais todos: fichas, cartolinas. No
início do ano compramos o material (cada um tem o seu estojo, o seu dossiê que fica
sempre na escola). Este projeto curricular não tem mesmo nada a ver com o do ensino
regular!
P: Quer fazer algum comentário à entrevista?
R: Gostei de fazer, gostei.
Entrevistadora: Muito obrigada.
1
Guião da Entrevista Final (junho 2007) – Professores do Grupo de Investigação
______________________________________________________________
Destinatários: Professores do 2º ciclo do Ensino Básico, em exercício no âmbito do
Projeto PIEF.
Objetivos Gerais:
1. Identificar/compreender as mudanças operadas durante o projeto;
2. Refletir sobre a evolução do projeto;
3. Analisar os efeitos do projeto.
Blocos Temáticos:
A: Legitimação da entrevista
B1: O Projeto – mudanças operadas: Dinâmicas de formação/colaboração
B2: O Projeto: Balanço
C: Validação da entrevista
Estratégia: Entrevista semidiretiva
Blocos
Temáticos
Objetivos específicos
Perguntas/
orientações para
perguntar
Notas
Bloco A
Legitimação da
entrevista
- Informar o
entrevistado acerca da
investigação, assim
como dos objetivos e
contexto da entrevista.
- Motivar o
entrevistado.
- Garantir a
confidencialidade das
informações prestadas.
- Solicitar a ajuda do
professor, pois a sua
colaboração é
imprescindível para o
- Solicitar permissão
para gravar
2
êxito do trabalho.
Bloco B1
O Projeto –
mudanças operadas:
- Dinâmicas de
formação/
colaboração
- Caraterizar as
mudanças operadas
nas dinâmicas de
formação/colaboração
- Equacionar desejos e
sugestões de mudança
neste âmbito.
- Que balanço faz da
dinâmica de formação
em colaboração?
- Considera que a
formação em contexto
de colaboração operou
mudanças em si?
- Tentar perceber se a
metodologia seguida
era a esperada;
Tentar perceber se
introduziam alterações
- Compreender a
importância atribuída à
reflexão:
reuniões Técnico-
pedagógicas
“Tutoria de Pares”
Reflexões escritas
…
Bloco B2
O Projeto:
Balanço
- Analisar o projeto.
- Perceber as
representações acerca
de colaboração
- Que balanço faz do
projeto?
- Como define
colaboração?
- Tentar perceber se o
projeto correspondeu
às expetativas iniciais
- Tentar perceber se ao
longo do projeto
existiram fatores que
inibiram e/ou
promoveram a
colaboração;
Tentar perceber se a
colaboração contribuiu
para o
desenvolvimento
profissional dos
professores
- Tentar perceber se ao
longo do projeto
poderiam existir outras
estratégias para
potenciar as práticas
colaborativas.
3
- Caraterizar as
práticas colaborativas
- Conhecer o impacto
do projeto
Como definiria agora
práticas colaborativas?
- Quanto a si, que
outras estratégias
poderiam ser
desenvolvidas para
potenciar as práticas
colaborativas?
- Qual o impacto do
projeto em si?
- E na equipa?
- E nos alunos?
- Tentar perceber o
impacto do projeto na
prática letiva dos
professores e nos
alunos;
- Tentar perceber as
alterações verificadas;
- Tentar perceber se
têm disponibilidade
para continuar a
trabalhar, em
colaboração, de forma
sistemática.
Bloco C
O Projeto:
Balanço
- Verificar as reações
dos entrevistados e
recolher outras
sugestões
Que comentário faria a
esta entrevista?
- Há aspetos
pertinentes que não
tenham sido referidos
nesta entrevista e que
gostaria de abordar?
Saber se existem
aspetos pertinentes que
não foram referidos e
que o entrevistado
gostasse de abordar.
- Agradecer a
disponibilidade dos
entrevistados, assim
como o imprescindível
contributo.
1
Transcrição de um extrato de uma entrevista final – Professora Ema (P1) junho de
2007
P: Que balanço faz da dinâmica de formação em colaboração? Houve evolução?
R: Muito… muito positivo… e a evolução foi grande… O par-pedagógico trabalhou em
colaboração estreita com a investigadora… conseguimos trabalhar em conjunto.
Na “Tutoria” discutimos as nossas ideias… Refletimos sobre as coisas práticas de sala
de aula… as estratégias… os materiais iam sendo adaptados conforme as necessidades
dos alunos.
Nas aulas trabalhámos mesmo em parceria… e conseguimos que os alunos estivessem
permanentemente ocupados… concorremos as duas para o mesmo objetivo… apoiar os
alunos… desenvolver competências.
P:Qual o impacto do projeto em si?
R: Fez-me desenvolver profissionalmente… a minha autoestima foi sendo cada vez
maior… aprendi novas formas de trabalhar e de interagir com os alunos…
P: E na equipa?
R: Na reunião de equipa partilhávamos saberes… construção de novos saberes em
conjunto. Também houve momentos de formação com as outras equipas…Reflexão
sobre as atividades que estavam a ser desenvolvidas
P: E nos alunos?
R: Nos alunos… a evolução notou-se muito…. Muito mais participativos… a exposição
mostrou bem… sala de aula cheia de trabalhos dos alunos.
P:O papel da investigadora foi importante?
R: Um olhar exterior é muito importante… A observação das aulas pela investigadora
foi uma mais-valia… para depois, em conjunto, podermos refletir…
…
1
Guião de entrevista - alunos
______________________________________________________________
Destinatários: Alunos do Ensino Básico, no âmbito do Projeto PIEF.
Tema: A importância das dinâmicas colaborativas em contexto escolar.
Contexto: O trabalho colaborativo numa equipa pedagógica.
Responsável: Manuela Santos
Objetivos Gerais:
- Conhecer as conceções dos alunos acerca da colaboração;
- Identificar os contextos formativos onde o aluno vivenciou experiências de
colaboração com os pares;
- Percecionar o modo como realizar os processos e os resultados do trabalho
colaborativo (trabalho de grupo, de pares …) com os colegas.
Blocos Temáticos:
A. Legitimação da entrevista
B. Conceções pessoais acerca da colaboração
C. Contextos formativos vivenciados
D. A turma PIEF
E. Validação da entrevista
Estratégia: Entrevista semi-diretiva
2
Blocos
Temáticos
Objetivos
específicos
Perguntas/
orientações para
perguntar
Notas
Bloco A
Legitimação da
entrevista
- Informar o
entrevistado acerca
da investigação,
assim como dos
objetivos e contexto
da entrevista.
- Motivar o
entrevistado.
- Garantir a
confidencialidade
das informações
prestadas.
- Solicitar a ajuda do
aluno, pois a sua
colaboração é
imprescindível para o
êxito do trabalho.
- Solicitar permissão
para gravar
Bloco B
Conceções pessoais
acerca da
colaboração
- Conhecer o modo
como o entrevistado
define o trabalho
colaborativo.
- Compreender a
importância que
atribui à colaboração
no seu dia a dia
escolar
- O que é para ti
trabalho
colaborativo?
- Na tua opinião,
quais são os aspetos
positivos do trabalho
em colaboração?
- E quais são os
aspetos negativos?
Neste bloco tentar
perceber do
entrevistado as
conceções em
relação à
colaboração:
- aspetos positivos,
aspetos negativos -
adesão, ou não
adesão…
Bloco C
Contextos
formativos
vivenciados
- Caraterizar as
práticas
colaborativas
vivenciadas pelo
entrevistado
- Conhecer os
resultados obtidos
com o trabalho
colaborativo
- Podes relatar uma
experiência de
trabalho em
colaboração com os
teus colegas que
tenha sido
significativa para ti?
Onde? Em que
disciplina (s)?
Neste bloco tentar
caraterizar as práticas
colaborativas
implementadas e
conhecer os
resultados obtidos
3
- Podes explicar os
resultados obtidos
neste tipo de
trabalhos?
Bloco D
A turma PIEF
- Caraterizar o
trabalho realizado em
contexto de sala de
aula
- Compreender as
necessidades sentidas
pelos alunos
- Passando agora
para a turma PIEF,
como descreves o
ambiente de trabalho
que tem sentido até
agora?
- Do trabalho feito
até agora podes
descrever o que
realizaste em
conjunto com os teus
colegas?
- Gostaste da
experiência?
- Quais as principais
necessidades que
sentiste junto dos
teus colegas?
Tentar perceber se o
trabalho realizado em
sala de aula se
desenvolve numa
perspetiva
colaborativa
Tentar percecionar
eventuais
experiências de
trabalho colaborativo
muito positivas ou,
pelo contrário,
negativas
Bloco E
Validação
da
entrevista
- Verificar as reações
dos entrevistados e
recolher outras
sugestões
Solicitar um
comentário sobre a
entrevista.
Saber se há aspetos
pertinentes que não
foram abordados na
entrevista e sugerir
outras abordagens
Agradecer a
disponibilidade dos
entrevistados, assim
como o
imprescindível
contributo.
1
Transcrição de um extrato de uma entrevista a um grupo de alunos (E 1)1 –junho
de 2007
P: Gostaram das atividades que realizaram durante o ano? Gostaram da
experiência?
Um aluno: Gostei. Aprendi muitas coisas. Gostei de fazer o poema coletivo, poemas de
amor… Tarefas variadas.
Outro aluno: Sim. Uma experiência nova que nunca pensei ter…Gostei dos trabalhos
que fiz… em grupo… em colaboração com os colegas e professores.
O terceiro aluno: Foi uma experiência importante… Para fazer as atividades…
organizaram-se grupos… Gostei da maneira como as professoras desenvolveram o
trabalho delas e como ensinaram as coisas aos alunos.
P: Na sala de aula havia colaboração?
Um aluno: Sim, colaborámos uns com os outros. Muito trabalho de grupo… Se um
aluno precisa… a turma está para ajudar. As duas professoras também são uma equipa.
Outro aluno: Fizémos trabalho a pares. As professoras incentivavam a colaborar…
O terceiro aluno: Gostei de trabalhar a pares e em grupo. Os professores apoiaram.
Organizávamo-nos melhor… São duas professoras… Foi muito bom!
P: Notaram alguma evolução?
Um aluno: Senti mais apoio das professoras… Trabalhos mais interessantes… Viu-se
na exposição…
Outro aluno: Sim, sim… Temos evoluído… Começámos a trabalhar mais em
grupo…ajudar os outros que tinham mais dificuldades. As professoras dão mais atenção
aos alunos na sala de aula…
1 Grupo de três alunos.
2
O terceiro aluno: Há mais colaboração. Houve muito trabalho em equipa. O trabalho
em grupo até melhorou o nosso comportamento…Tenho sentido uma grande evolução
na leitura e na escrita.
1
Guião de entrevista de follow-up – (junho 2009)
_____________________________________________________________
Destinatários: Par-Pedagógico da área disciplinar VIVER EM PORTUGUÊS
envolvido no processo colaborativo em contexto de trabalho (set. de 2006 a junho
de 2008)
OBJETIVOS GERAIS:
- Caraterizar as práticas colaborativas que estão a implementar em contexto de sala de
aula;
- Constatar a continuidade do processo formativo - colaborativo em contexto de
trabalho;
- (Re) conhecer as aprendizagens realizadas;
- Compreender o modo como interpretam a experiência colaborativa no PIEF no seu
percurso profissional;
- Equacionar as eventuais mudanças nas conceções e nas práticas pedagógicas
decorrentes da experiência no projeto;
- Reconhecer o potencial da transferibilidade para a prática noutros contextos.
Blocos Objetivos
específicos Questões Notas
Bloco A
Legitimação da
entrevista
- Informar o
entrevistado acerca
dos objetivos e
contexto da
entrevista.
- Motivar o
entrevistado.
- Garantir a
confidencialidade das
informações
prestadas.
- Solicitar permissão
para gravar
2
- Solicitar a ajuda do
professor, pois a sua
colaboração é
imprescindível para o
êxito do trabalho.
Bloco B
Importância das
práticas colaborativas
no ensino atual
Conhecer as
representações atuais
acerca da colaboração
nas práticas
pedagógicas
Recolher dados
acerca das estratégias
colaborativas usadas
no processo de ensino
Avaliar o impacto das
estratégias
colaborativas nas
aprendizagens dos
alunos
Que importância tem
para si a colaboração
no processo
educativo?
Que espaço têm as
estratégias
colaborativas na
organização das
atividades de
aprendizagem?
Quais as estratégias
colaborativas que está
a implementar em
sala de aula?
Que tipo de recursos
mobiliza para as
atividades
colaborativas?
Como avalia a
resposta dos seus
alunos ao trabalho
colaborativo?
Como vê o impacto
da colaboração nas
aprendizagens dos
alunos?
Colaboração
Competição
Individualização
Coletivização
Frequência de
utilização;
Razões/finalidades da
seleção de estratégias
colaborativas
Diversificação em
função das turmas
Trabalho de grupo;
“tutorias”; projetos;
escrita coletiva …..
Adesão; entusiasmo;
frustração
Produtos
a nível cognitivo e
a nível sócio-afetivo
3
Bloco C
Trabalho
colaborativo com
colegas
Conhecer o trabalho
colaborativo
desenvolvido com os
pares no ano letivo
transato
Valorar as
experiências
colaborativas
recentes
Em que tipo de
experiências de
colaboração com
os/as colegas
participou durante
este ano letivo?
Como avalia essas
experiências?
Planificação
partilhada
Codocência
Observação e
reflexão de aulas
Projetos
….
Saber se são
sistemáticas ou
ocasionais
Levar o entrevistado
a refletir sobre o
valor destas
experiências no seu
trabalho docente
Bloco D
O impacto da
experiência formativa
vivida na “tutoria de
pares” de 2006 a
2008
Equacionar as
eventuais mudanças
nas conceções e nas
práticas pedagógicas
decorrentes da
experiência no
projeto
Recordando o
trabalho que foi
desenvolvido entre
2006 e 2008 na
“tutoria de pares”
PIEF, pode
estabelecer a
comparação entre a
importância que dava
à colaboração das
suas salas de aula,
antes e depois dessa
experiência?
E o trabalho em
colaboração com os/
seus colegas, houve
algumas mudanças?
De que tipo?
A que atribui essas
4
Identificar
competências e
saberes
desenvolvidos com a
experiência
Reconhecer o
potencial de
transferibilidade das
aprendizagens para a
prática noutros
contextos
mudanças?
O que retém de mais
importante para si na
experiência de
colaboração que
vivemos as três ao
longo daquele tempo?
Que tipo de
competências sente
que desenvolveu
naquele espaço de
colaboração da
tutoria que eu fui
apoiando e
acompanhando?
Se houvesse nova
oportunidade,
gostaria de participar
numa experiência do
mesmo tipo? Porquê?
Em que é que esta
experiência se
distingue de outras
experiências
profissionais em que
tem participado?
O que sente que
aprendeu com esta
experiência?
Que aspetos dessa
aprendizagem
transpôs durante este
ano letivo para o seu
trabalho docente?
Existe algum aspeto
que gostaria de
retomar e que ainda
não o fez? Porque
pensa retomá-lo?
5
Quando e como
pensa vir a fazê-lo?
Bloco E
Validação
da entrevista
- Verificar as reações
dos entrevistados e
recolher outras
sugestões
- Que comentário
faria a esta
entrevista?
- Há aspetos
pertinentes que não
tenham sido referidos
nesta entrevista e que
gostaria de abordar?
Saber se existem
aspetos pertinentes
que não foram
referidos e que o
entrevistado gostasse
de abordar.
- Agradecer a
disponibilidade dos
entrevistados, assim
como o
imprescindível
contributo.
1
Transcrição de uma entrevista de follow-up - junho de 2009
P: Que importância atribui à colaboração no processo educativo?
R: No processo educativo é indispensável a colaboração, essencial … a partilha…. a
reflexão conjunta… seja em PIEF seja em outro contexto de ensino-aprendizagem, em
qualquer escola, porque eu acho que sem a colaboração entre os vários professores e
entre os professores e os alunos não conseguimos realizar as aprendizagens que
pretendemos… é impossível. A colaboração entre os professores repercute-se na sala de
aula com os alunos…Se começamos a puxar as nossas… a nossa matéria só para nós e
não dar conhecimento dos nossos… conhecimentos individuais aos outros professores, à
equipa de trabalho que está connosco, acaba por haver uma repetição e uma saturação
dos miúdos porque estão sempre a ouvir a mesma coisa… aulas diferentes mas sempre a
mesma coisa e começam a desinteressar-se e se houver uma colaboração cada um dá um
bocadinho da sua formação profissional e da sua formação pessoal e é muito mais
enriquecedor, tanto para os professores como para os miúdos. Há um crescimento
mútuo. Repito: a colaboração é essencial no processo educativo, essencial! São
essenciais momentos formativos. E no projeto PIEF onde estou a trabalhar… se não
houver colaboração…não funciona, quer dizer, não funciona nada bem…
P: Qual o espaço que ocupam as estratégias colaborativas na organização das
atividades de aprendizagem?
R: EM PIEF é o pilar! Em PIEF as estratégias colaborativas têm de ser utilizadas para
desenvolver os projetos. Como nós funcionamos por projetos se não colaborarmos uns
com os outros o projeto nunca vai funcionar! Nunca haverá um produto final que
englobe as várias áreas disciplinares, que leve os miúdos a interessar-se e a gostar de
estar cá dentro… Primeiro temos de colaborar, para transpor essa colaboração para os
miúdos. Se não utilizarmos estratégias colaborativas na aula… os alunos desinteressam-
se… desmotivam-se. Nunca haverá um produto final que englobe as várias áreas
disciplinares… Temos de levar os miúdos a interessar-se e a gostar de estar no projeto,
na escola.
Em grupo (reunião técnico-pedagógica) nós planificamos o projeto, globalmente, tendo
em conta os interesses dos alunos, para depois em par-pedagógico nos debruçarmos
sobre as estratégias, que têm de ser diversificadas, lúdicas, colaborativas, a utilizar na
sala, pensando que, só assim, atingimos o nosso objetivo. Em PIEF, quando estamos a
2
organizar as nossas atividades a colaboração está sempre presente… enquanto que no
regular… isso já não acontece tanto.
P: Quais as representações que tem do ensino regular?
R: Não funciona assim. Deveria funcionar, mas não funciona. Se funcionasse como no
PIEF era muito mais enriquecedor para os miúdos e para nós professores. Primeiro,
porque nós ficaríamos com outro tipo de conhecimentos… de outras áreas que não são a
nossa em termos de conhecimentos científico-pedagógicos e em termos pessoais
também porque havia muito mais interação entre os professores… e não existe… O
ensino dito regular é muito mais individualista, cada um pensa nos seus objetivos, na
sua avaliação, nos papéis que tem para preencher e não pensa no mais importante:
alunos. Porque ao preparar, em colaboração com os pares, as atividades, os alunos
beneficiam com isso! Eu também já tenho alguma experiência de ensino regular.
Raramente tinha a colaboração dos professores que trabalhavam comigo, muito
raramente… Aqui no PIEF é completamente diferente, aqui é o oposto, quase! Aqui nós
convergimos todos os nossos conhecimentos para um projeto comum, tendo em conta as
necessidades dos miúdos e a adaptação que é preciso fazer, sempre! Quando estamos a
organizar as nossas atividades a colaboração é crucial, quer a nível de equipa técnico-
pedagógica, quer a nível de par-pedagógico. Refletimos em par-pedagógico e em
equipa, todas as semanas. A reflexão feita entre o par-pedagógico é transferida para toda
a equipa. Estes momentos de reflexão funcionam como espaços formativos, de
crescimento pessoal e profissional.
P: Para si a colaboração é crucial. Quais as estratégias colaborativas que está a
implementar em sala de aula?
R: Sempre. O trabalho de grupo, o trabalho de pares, há sempre o projeto-turma e
depois dentro desse projeto-turma o projeto de pares ou de pequenos grupos para
alcançar o produto final. Fazemos pesquisas, fazemos também escrita continuada; este
ano inventámos uma história, uma história de vida da nossa mascote que fizemos em
powerpoint. Fizemos escrita coletiva: esta história foi feita totalmente em escrita
coletiva: a partir de uns cartões com imagens, todos escolheram as personagens,
encadearam a história e depois daí nasceu a nossa mascote que foi ao concurso nacional
de mascotes e o teatro de fantoches que foi apresentado pelas várias escolas, onde os
alunos faziam formação vocacional.
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Agora, na sala de aula, a colaboração está sempre presente, sempre presente, no dia a
dia, é uma realidade, está interiorizada…
Por vezes também acontece que os alunos com mais competências quando estão a
trabalhar a pares e terminam uma tarefa primeiro que os colegas quando estes precisam
de ajuda vão auxiliá-los, vão ser “tutores” dos colegas.
Inicialmente não foi fácil implementar o trabalho colaborativo entre os alunos; não
gostavam de trabalhar a pares ou em grupo, não tinham confiança em si próprios,
diziam não serem capazes… mas foi mudando esta atitude e agora já trabalham em
conjunto com motivação.
P: Que tipo de recursos mobiliza para implementar as atividades colaborativas?
R: Vários. Utilizamos materiais pedagógicos que nós temos: imagens, cartões e mapas
de histórias, revistas, jornais, computadores para pesquisa, powerpoint, biblioteca da
escola – todos os recursos a que nós possamos ter acesso, nós rentabilizamos na aula,
para os miúdos terem acesso também e poderem desenvolver tarefas de acordo com os
seus gostos e expetativas.
P: Como avalia a resposta dos alunos ao trabalho colaborativo
R: Muito boa. Aderem muito bem. Ainda que… aqueles logo quando entram, às vezes
colocam resistências em trabalhar com colegas que não conhecem… isso dura a
primeira semana, muito por falta de autoestima, mas depois aderem. Por vezes estão
reticentes em mostrar o que não sabem, ou o que sabem, ou serem criticados, mas
depois aderem. Talvez tenham receio de não serem capazes de concretizar a atividade,
mas depois aderem com entusiasmo porque veem os produtos da sua atividade realizada
a pares, atividade colaborativa. Este ano aconteceu, já depois das aulas terem terminado,
os miúdos virem cá terminar projetos que eles tinham, projetos que ficavam para a
escola (remodelação da casa de banho) - eles depois de terminarem as aulas vieram
terminar o que não tiveram tempo de terminar!
Neste momento, para os alunos, o trabalho colaborativo é uma realidade que está
sempre presente. Quando chegam à aula perguntam: o que vamos fazer hoje em
conjunto?
P: Como vê o impacto da colaboração nas aprendizagens dos alunos?
R: A todos os níveis. A nível pessoal, a nível social, a nível cognitivo porque aprendem
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muito mais, trabalhando em grupo ou em pares, têm um ambiente muito mais… não é
saudável, mas é… sentem-se bem, sentem-se acolhidos, sentem que estão todos a
trabalhar para o mesmo… que não são os professores de um lado e os alunos do outro…
sentem que nós somos todos… não só os pares pedagógicos que estão em sala de aula,
mas toda a equipa… que todos funcionamos em conjunto, para o mesmo lado, todos
estamos com a mesma ideia, com as mesmas intenções. Todas as atividades
colaborativas desenvolvidas em viver em português são motivo de reflexão ou em
contextos informais (intervalos) ou em contextos formais (reuniões semanais) e essa
reflexão vai-se repercutir na sala de aula. Penso que o impacto da colaboração foi
visível na aprendizagem dos alunos, a vários níveis: sócioafectivo, comportamental…
Neste grupo, este ano, notaram-se muito esses efeitos.
O resultado das aprendizagens dos alunos são visíveis a vários níveis: expressão oral,
leitura (compreensão), escrita (compreensão e produção)… mudança também a nível do
saber estar, das regras de comportamento…
Mas para se verificarem alguns resultados o trabalho colaborativo e a reflexão entre
pares tem contribuído muito. Tem sido muito positiva a troca de ideias que temos vindo
a desenvolver…
P: Agora vamos falar sobre o trabalho colaborativo desenvolvido com os pares
durante este ano letivo: 2008/2009. Em que tipo de experiências de colaboração
participou?
R: Participei em várias experiências colaborativas: na reunião técnico-pedagógica
semanal, onde todos planificamos, em conjunto, planificação partilhada por todos, onde
todos refletimos sobre os constrangimentos que vamos encontrando, onde todos
refletimos sobre o que estamos a desenvolver em sala de aula, onde todos refletimos
sobre o que está a resultar melhor ou pior a vários níveis (sala de aula, contexto de
trabalho dos alunos…) nos momentos de encontro semanais entre o par-pedagógico
(tutorias) onde se reflete sobre as atividades a implementar em sala de aula, onde se
discute o que resultou, o que não resultou, o que é necessário mudar…O motivo pelo
qual aquela atividade não resultou tão bem, o porquê…, colocamos as nossas dúvidas,
sempre no sentido de melhorar… no sentido de fazer com que os alunos trabalhem em
sala de aula com empenho e em conjunto… O “tronco” é feito na reunião semanal e
depois é “desmembrado” nas tutorias por cada par-pedagógico e no interior da sala de
aula – par-pedagógico-codocência.. Na sala de aula, este ano, a codocência também
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funcionou bem. Nós tínhamos alguns alunos com algumas necessidades– eu estava mais
ocupada com os alunos com menos dificuldades e o meu par pedagógico dedicava-se
aos alunos que precisavam de algumas bases do 1º ciclo… e o que aconteceu… houve
planos individuais para esses miúdos, ela ocupou-se muito principalmente em relação
ao inglês, que eles não tinham bases nenhumas, e dava espaço para que os outros
avançassem no percurso deles e aqueles começassem a ganhar algumas competências
em relação aos outros. Nós funcionamos mesmo em conjunto na sala de aula e
distribuímos as nossas tarefas de acordo com as necessidades dos alunos: enquanto uma
pode estar com um grupo de alunos a tirar dúvidas, outra pode estar a apoiar outro
grupo que está a desenvolver outra atividade. Às vezes um pouco a pedagogia
diferenciada… Na sala de aula o nosso trabalho tem de ser articulado… e os alunos
percebem isso.
Também outra experiência colaborativa é a reflexão que fazemos após as aulas
decorrente da observação feita. Quando saímos da aula fazemos logo o balanço do que
aconteceu ali: o que correu bem, o que correu mal, o que é preciso adaptar, o que é
preciso fazer de outra forma, isso fazemos logo na altura, quando terminamos a aula. Há
momentos em que esta reflexão se estende durante todo o intervalo, principalmente se
ficámos menos satisfeitas, ou mais satisfeitas, com alguma coisa que aconteceu de
diferente. Mas sou muito sincera, durante a aula não estamos muito preocupadas em
fazer uma observação tendo em conta o nosso desempenho. Cada uma vai gerindo as
aprendizagens e no final temos a preocupação de ver o que é necessário adaptar para a
seguinte, em termos de estratégias, materiais, isto, aula a aula.
P: Todas as experiências de colaboração que me referiu são pontuais?
R: Não, não, são do início ao final do ano, sempre, sistemáticas, já está bem
sedimentado este procedimento. Já não sabíamos proceder de outro modo… Está
instituído um processo colaborativo, a reflexão conjunta!
P: Como avalia essas experiências?
R: Para mim são fundamentais aqui em PIEF, que todos os dias aprendo um bocadinho
com os meus pares e quando voltar ao ensino regular vou levar muita coisa daqui que eu
quero aplicar, que não se faz e que eu quero aplicar; não sei como, não sei se vou
conseguir mas… E estou a falar da colaboração com os colegas em vários contextos,
com os miúdos, dar-lhes um espaço para eles intervirem no seu processo de ensino-
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aprendizagem, acho que isso é muito importante – preparar a atividade tendo em conta a
colaboração – centrar o ensino-aprendizagem nos alunos. É essencial a troca de
experiências e eu se regressar ao ensino regular as minhas práticas terão de passar
obrigatoriamente por isso. Parece que já não sei ser professora doutra forma!
Tenho-me enriquecido e crescido muito, muito!
P: Vamos passar agora para a experiência formativa que vivemos durante dois
anos (2006 a 2008) – a tutoria.
Recordando o trabalho que foi desenvolvido nesse período, pode estabelecer a
comparação entre a importância que dava à colaboração das suas salas de aula,
antes e depois dessa experiência?
R: Ai, sim! Totalmente! Antes de eu ter esta experiência de reflexão, muita positiva, eu
fazia parte de um grupo de professores, dava-me muito bem com toda a gente,
trocávamos umas ideias em reuniões semanais e tudo se ia desenvolvendo… Houve
diferenças, houve diferenças substanciais… Apesar de nós partilharmos ideias,
avaliações informais sobre os alunos e tudo isso, nunca houve uma reflexão sobre o que
se ia desenvolvendo. Mesmo naquelas disciplinas em que havia par-pedagógico, não
havia trabalho colaborativo sistemático entre pares, cada um trazia umas ideias e aquilo
ia-se desenvolvendo… planificações partilhadas nem pensar, cada um fazia as suas e…
em termos de materiais havia alguma troca de materiais… se o grupo fosse um grupo
coeso e se se entendesse e se as coisas funcionassem bem havia, caso contrário não
havia e cada um fazia o que achava melhor para a sua aula, ou não fazia… em termos de
sala de aula não havia nada colaborativo, não era só dar a matéria na minha sala de aula,
não, porque além do PIEF, tive experiências com CEFs, tive experiências em escolas
TEIP e isso já me deu uma bagagem diferente de lidar com os miúdos e de os pôr
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, mas haver a partilha de planificações,
de avaliações, no geral não havia essa preocupação da colaboração, da partilha, nada
disso. No 1º ano do PIEF foi um ano muito, muito complicado, primeiro por causa da
turma que tínhamos que era muito complicada, o espaço era inacreditável para se
trabalhar, o que condicionou muito o trabalho, muito. As pessoas que estavam
envolvidas… também nunca sentimos apoio, nunca se instituiu essa colaboração entre
nós… entre nós equipa nunca se instituiu essa colaboração, apesar de termos um tempo
destinado para isso. Eu com o meu par com quem ainda hoje estou trabalhávamos,
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porque sentíamos necessidade disso… trocávamos impressões, apoiávamo-nos muito
uma à outra, mas com o resto da equipa era complicado. Eu fui animadora de projeto
nesse ano e tive muitos, muitos problemas em conseguir que a equipa trabalhasse em
conjunto, porque ninguém estava muito disposto a fazer cedências… pois para trabalhar
em equipa é preciso disponibilidade e foi muito complicado. O segundo e terceiro anos
foi diferente, felizmente! Em termos de equipa notei muita diferença… Ali estava a
trabalhar em equipa. A reflexão nas reuniões semanais, a reflexão nas “tutorias” sobre
as atividades a desenvolver… E o sentimento de pertença a uma equipa influencia, logo
à partida, o trabalho em sala de aula, porque uma pessoa entrega-se muito mais.
Enquanto no primeiro ano, o projeto era o mesmo, era o PIEF, os objetivos seriam os
mesmos, a entrega não era igual, porque as condições não eram iguais. No 2º e 3º ano a,
já com o trabalho colaborativo implementado, de uma forma sistemática, tanto nas
reuniões como em tutoria, como na sala de aula como com os miúdos, a entrega é
totalmente diferente e a nossa predisposição para colaborar, para partilhar, para inovar é
diferente!
Houve mudanças significativas de relação, de relação entre equipa, o que se refletiu no
trabalho, o trabalho tornou-se muito mais produtivo, tanto para nós, como para os
miúdos, nós conseguíamos ver o reflexo do nosso trabalho nos miúdos, coisa que não
estávamos acostumadas a ver – os alunos mais motivados, trabalhos realizados mais
criativos…
Não esquecer que a presença da Manuela permitiu contribuiu para que os espaços
formativos funcionassem… Refletimos muito de modo a melhorar o ensino-
aprendizagem.
P: A que atribuis essas mudanças – 1º ano e após tutoria 2006-2008?
R: Às reflexões contínuas que fomos efetuando…Eu penso que tem a ver com a equipa
de trabalho, e com o modo de atuação da mesma, a nível da partilha… com a nossa
entrega que não é igual à anterior e que tem vindo sempre a aumentar… nós já quase
que instituímos que fazemos parte do PIEF e da vida daqueles miúdos e que os miúdos
fazem parte da nossa vida… e as planificações… e os projetos… e as atividades, o
fazer, o refazer, tudo isso já faz parte de nós… Portanto, eu sinto-me parte integrante de
processo que está sempre a ser analisado e reformulado, com a contribuição de todos…
e o seu empenho e entusiasmo. E não esquecer… que esta mudança deve-se, sem
dúvida, ao trabalho colaborativo que fomos desenvolvendo nos últimos dois anos, com
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a presença da Manuela, como já disse. A experiência formativa que tivemos em
conjunto foi muito positiva, muito, muito e influenciou… maneiras de atuar, contribuiu
para a mudança… foi determinante para o sucesso do trabalho. Penso que encontrámos
novos caminhos e ficámos com vontade de estar continuamente a procurar outros… a
pensar sempre sobre a nossa ação de professor… a pensar e a repensar como atuar…
P: E na experiência de colaboração que vivemos as três ao longo daquele tempo, o
que retém de mais importante para si?
R: Eu acho que foi a partilha… a troca de experiências… a reflexão sobre conceitos, os
momentos formativos que vivi… Eu aprendi tanta coisa nessas tutorias, aprendi mesmo!
Atividades a implementar em sala de aula, como atuar perante dificuldades, o
reformular, o readequar de situações… Essa partilha ajudou-me em muitos aspetos e um
deles foi a… refletir sobre as estratégias a utilizar… não recear ir à procura e utilizar…
se calhar, num primeiro momento parece não ser viável, mas até vai funcionar. Se não
funcionar pode-se readequar… Esta partilha ajudou-me muito, a mim, pessoalmente,
ajudou-me muito a não ter receio de experimentar e de ir à procura e de tentar…
Inicialmente eu pensava que muitas coisas era impossível fazer em sala de aula, por
exemplo, o trabalho em grupo em sala de aula… o colocar os alunos a fazer a
apresentação de trabalhos em powerpoint, a fazer exposições… A nossa criatividade
repercutiu-se nos alunos, na sala de aula… Este processo foi fundamental! Fiquei
diferente!
P: Que tipo de competências sente que desenvolveu naquele espaço de colaboração
da tutoria que eu fui apoiando e acompanhando?
R: Eu acho que para mim, pessoalmente, foi o saber arriscar, que eu não sabia, e era
muito contida nas coisas que fazia, aprendi a refletir… Comecei a aprender a não ter
medo de arriscar, e de procurar coisas novas, a aprender coisas novas, em conjunto.
Aprender a refletir sobre o que estava a fazer… e a não ter medo de falhar e depois
pensar: mas porque falhei? Aprendi a necessidade que temos em readequar, a fazer de
outra maneira… um processo de melhoria… acho que foi fantástico e isso deveu-se à
“tripla “ que fizemos… Deu-nos muito apoio e transmitiu-nos muita segurança… A
maior competência que eu consegui desenvolver foi essa: ser capaz de refletir e dizer:
não resultou esta atividade: o que fazer para a readequar? Na próxima aula o que e como
fazer? Acho que foi a maior competência que eu consegui desenvolver!
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P: Se houvesse nova oportunidade, gostaria de participar numa experiência do
mesmo tipo? Porquê?
R: Gostaria, gostaria, gostaria; gostaria que fosse contínua…acho que foi muito
enriquecedor a todos os níveis: pessoal, profissional… partilhámos muitos problemas –
estávamos perante alunos problemáticos- partilhámos muitas experiências, construímos
muitos materiais… foi muito enriquecedor…
P: Em que é que esta experiência se distingue de outras experiências profissionais
em que tem participado?
R: Experiência profissional em que participei… Parecida, que não é parecida foi o
estágio. Em que tinha a coordenadora de estágio comigo, mas esta foi completamente
diferente! No estágio havia alguém que exigia e que nos dizia: isto está mal, isto está
bem, não dizia porquê e aqui houve partilha de conhecimentos, houve entreajuda,
formámos um grupo, refletimos em conjunto, tudo era partilhado, nada era imposto.. As
experiências não têm comparação, a única comparação é vir uma pessoa do exterior…
mas no estágio esse elemento tem um olhar avaliativo e aqui é para proporcionar a
reflexão, é para evoluir, para crescer, trabalho conjunto, inquietações partilhadas, o abrir
de caminhos em conjunto…
P: O que sente que aprendeu com esta experiência?
R: Muita, muita coisa! Saber-ser, saber-estar, saber-aprender, saber partilhar… saber
refletir… Saber estar com os alunos. Foi uma aprendizagem contínua…
P: Que aspetos dessa aprendizagem transpôs durante este ano letivo para o seu
trabalho docente?
R: Na seleção de materiais, por exemplo, levar os alunos a querer saber mais… Há uma
coisa que me marcou muito quando nós estávamos nos espaços formativos… que foi na
altura em que nós tratámos a temática do amor e aí fizemos coisas excecionais… a
trabalhar em conjunto: os alunos fizeram poemas… E este ano tentámos fazer também
textos coletivos, a partir nas ideias que já tínhamos. anteriores… com base no que
desenvolvemos no ano anterior. Já conseguimos coordenar melhor porque já tínhamos
tido a experiência dos poemas e então este ano foi mais fácil fazer essas atividades
lúdicas no coletivo… O recolher de material para que os miúdos alarguem os horizontes
um bocadinho, para além dos conhecimentos que têm… Este ano, logo no primeiro
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projeto, centrámos as atividades nos alunos. Tínhamos uma linha orientadora, mas
centrámos nos alunos, este ano, já! As atividades colaborativas implementadas no ano
anterior… foram transferidas para este ano, indo sempre aplicando, refletindo e
readequando. Também fizemos troca de experiências com outros Piefs no final do ano
letivo. Os alunos apresentaram trabalhos em powerpoint. Nós já temos interiorizado o
espírito colaborativo e os alunos sentem isso!
P: Existe algum aspeto que gostaria de retomar e que ainda não o fez?
R: Penso que estamos a retomar todos os aspetos do ano anterior, a nível da
colaboração, só que nas tutorias ainda não refletimos sobre conceitos.. importantes –
análise de textos teóricos…
P:Porque pensa retomá-lo?
R: Porque considero enriquecedor para o par pedagógico e também para toda a equipa.
P: Quando e como pensa vir a fazê-lo?
R: Penso vir a fazê-lo logo no início do ano letivo. Refletimos no par-pedagógico e
fazemos a devolução para as reuniões técnico-pedagógicas.
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Transcrição de um extrato de notas de campo - Reunião semanal da equipa
técnico- pedagógica
Nesta reunião todos os elementos da equipa começam por discutir/refletir, ainda
que informalmente, sobre o comportamento da turma ao longo dos projetos. A Inês
(animadora de projeto) e a Catarina (diretora de turma), ao ouvirem a opinião dos
colegas “os alunos já estão muito melhor… portam-se melhor …” afirmam que “apesar
de já se verificarem melhorias ao nível do comportamento dos alunos, é necessário
continuar a refletir sobre as medidas implementadas e a implementar. Ainda não está
tudo completamente bem”
E a reunião continua com a intervenção da Inês:
- Vamos iniciar o 4º projeto “Respeitar a Diferença”. Temos que o pensar, na sua
globalidade e depois continuar a refletir sobre as ações a desenvolver. Têm sido muito
proveitosas, nestas reuniões, as reflexões que temos vindo a fazer com a ajuda da
investigadora. O par-pedagógico “Viver em Português” ao dar-nos conta das atividades
que desenvolveu nas sessões de “tutoria” e na sala de aula (durante o 3º projeto)
contribuiu para que o trabalho colaborativo fosse um objetivo comum a alcançar. Os
professores das diferentes áreas disciplinares têm tido essa preocupação… Que o
trabalho colaborativo seja uma realidade.
O par-pedagógico “Viver em Português” refere ainda o seguinte:
- Tal como no 3º projeto, vamos continuar a trabalhar em conjunto com a
investigadora nas tutorias e nas aulas, o que se torna muito enriquecedor, uma vez que
trocamos ideias e refletimos sobre o modo de agir na sala de aula, reajustando, algumas
vezes, as estratégias delineadas.
Neste momento a coordenadora de projeto salienta:
- Sim, é verdade, no seio da equipa a reflexão tem sido sistemática… Certamente
que tem contribuído para a melhoria das práticas em sala de aula… mas nem todos os
alunos têm o comportamento mais correto. Tem que se continuar a trabalhar para tornar
os alunos mais autónomos e motivados. Continuar a implementar atividades
motivadoras e que digam “alguma coisa “ aos alunos.
2
- Isso é que, por vezes, é muito difícil. Os alunos são muito instáveis. Num dia
podem estar muito bem, fazem as atividades solicitadas, gostam muito, mas no outro
dia, o comportamento não permite que isso aconteça (a maioria não concretiza o que é
pedido, estão muito desatentos) – refere o par-pedagógico de Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC).
- Pois, daí termos de continuar a trabalhar todos em conjunto num processo de
melhoria… melhoria de comportamento e atitudes. Implementar um trabalho
interdisciplinar – reforça a coordenadora do projeto.
Seguidamente, a animadora de projeto relembra ainda o seguinte:
- Nesta reunião, além de delinearmos os conteúdos de cada área disciplinar (Viver
em Português, Comunicar em Língua Estrangeira, Matemática e Realidade, Homem e
Ambiente, Educação Artística e Artes Plásticas, Área Projeto, Saúde, Higiene e
Segurança no Trabalho, Educação Física, TIC) e salientarmos as competências a
desenvolver, temos de preparar a visita de estudo ao Pavilhão do Conhecimento e
Museu de História Natural já marcada há algum tempo e pensar o trabalho feito pelos
alunos, após a realização da mesma.
E o par-pedagógico de “Viver em Português” adianta:
- Pensamos que os alunos têm de ser capazes de (i) usar corretamente a língua
portuguesa para comunicar de forma adequada e para estruturar um pensamento
próprio; (ii) pesquisar, selecionar e organizar a informação; (iii) cooperar com outros
em tarefas e projetos comuns. Podemos começar a desenvolver a interdisciplinaridade…
Após a visita de estudo ao Pavilhão do Conhecimento e Museu de História Natural
todas as áreas disciplinares podem contribuir para a elaboração de um trabalho conjunto
com a turma – no sentido dos alunos darem conta do que observaram na exposição.
- Muito boa ideia. Podemos trabalhar em conjunto e articulação – adiantam as
professoras Catarina e Olga, professoras de Educação Física e Formação para a
Cidadania, respetivamente.
Toda a equipa concordou com a realização de um trabalho conjunto e
interdisciplinar referindo, a título exemplificativo, como cada área poderia contribuir
para um trabalho final:
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- Em “Viver em Português” os alunos podem elaborar uma notícia – referem as
professoras Ema e Diana.
- Sim, eles vão ter que descrever as tarefas que realizaram durante a visita e para
isso precisam do apoio dos professores de todas as áreas disciplinares (Viver em
Português, Matemática e Realidade, Homem e Ambiente, Educação Artística e Artes
Plásticas, Área Projeto, Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho e TIC) – refere a
animadora de projeto.
- E este trabalho pode ser feito a pares, não acham? – perguntam as professoras
Ema e Diana.
Após alguns momentos de troca de opiniões, toda a equipa concorda que o
trabalho interdisciplinar deve ser feito a pares.
Ainda relativamente à preparação da visita de estudo a diretora de turma refere o
seguinte:
- Não acham necessário a equipa elaborar um folheto - guião da visita, no sentido
de informar os alunos relativamente aos objetivos?
- Acho que é uma boa ideia. Nesse folheto também devem constar algumas regras
que os alunos devem ter em conta… - refere a coordenadora de projeto.
- Podemos também colocar umas questões que os alunos podem responder durante
a exposição “Uma questão de sexos”.
Assim, a equipa começa por delinear, em conjunto, os objetivos (Observar
diferentes fenómenos científicos; sensibilizar para a preservação do ambiente e das
espécies; adquirir competências pessoais e sociais adequadas aos espaços visitados).
Discute também (i) as regras que deveriam figurar no folheto (Respeitar as pessoas e os
locais; Falar baixo; Cuidar a linguagem; Ler e cumprir as indicações à entrada dos
locais a visitar), (ii) as questões a colocar aos alunos para responderem por escrito e a
(iii) informação pertinente a incluir relativa à exposição “Os Dinossáurios”.
Por último, as professoras Diana e Olga (TIC) referem:
- Com estes elementos que estivemos a pensar em conjunto, os alunos podem
fazer o folheto nas nossas aulas, com a nossa ajuda, claro. E assim ficou decidido.
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Síntese: (diagnóstico a nível da equipa técnico-pedagógica) – A equipa relembra ser
necessário continuar a pensar estratégias que contribuam para um melhor
comportamento da turma (apesar de já se verificarem aspetos positivos). Refere também
as mais-valias do trabalho colaborativo e reflexivo que tem vindo a desenvolver-se,
decorrente do feedback das atividades implementadas nas sessões de “tutoria” e na sala
de aula (investigadora e par-pedagógico “Viver em Português”).
Seguidamente a equipa prepara a visita de estudo ao Pavilhão do Conhecimento e
Museu de História Natural: (i) competências a desenvolver (ii) trabalho a realizar pelos
alunos, antes (folheto com elementos pensados pelos professores) e após a visita,
(darem conta do que observaram na exposição, as tarefas que realizaram), de modo a
promover a interdisciplinaridade.
Transcrição de um extrato de notas de campo – “Tutoria de pares” - Reunião de
trabalho colaborativo com o par-pedagógico. Viver em Português
Nesta “Tutoria de Pares” é elaborada, em conjunto, (investigadora e professoras
Ema e Diana) a planificação do 4º projeto “Respeitar a Diferença” da área disciplinar
“Viver em Português”, com base no que foi delineado na reunião técnico-pedagógica.
Questionamos:
Que ação desenvolver? Como iremos proceder? Que métodos utilizar?
Qual a tarefa a executar?
A Diana relembra:
- Não esquecer que durante o 3º projeto os alunos demonstraram algumas
dificuldades a nível da: leitura, da escrita e da participação na aula (ausência de
concentração, motivação).
- Os alunos devem ser capazes de adquirir métodos e técnicas de trabalho em grupo,
obedecer a regras básicas de comunicação; ler e apropriar-se da mensagem geral de um
texto e recolher pormenores solicitados; produzir textos – adianta a mesma professora.
No âmbito da temática do projeto definimos as seguintes estratégias:
-Identificar os PALOP;
- Localizar os países;
- Recolher informações específicas sobre os países;
- Ler e produzir textos.
Assim, consideramos essencial, continuar a implementar o trabalho cooperativo
(em pares ou grupo), atividades de leitura (compreensão da escrita) e de escrita.
Como atividades a desenvolver na sala de aula, no sentido de fomentar o trabalho
em grupo, decidimos que os alunos (a pares) iriam construir um mapa-mundo com as
informações relativas aos PALOP - bandeira, número de habitantes, capital, outros
dialetos falados no país. (estas informações seriam recolhidas pelos alunos na sala de
aula).
Delineámos ainda outras atividades no sentido de desenvolver as competências da
leitura e da escrita:
- Leitura e análise de textos;
- Produção escrita de textos.
Nesta tutoria refletimos ainda sobre as ações a desenvolver nas aulas dos dias 26 e
28 de fevereiro – ações ainda decorrentes do 3º projeto - a turma tinha uma visita de
estudo programada para o Pavilhão do Conhecimento - no dia 27 de fevereiro e então
decidimos analisar, no dia 26, com a turma, o folheto – guião da visita – (conteúdo
elaborado por toda a equipa, e organização feita nas aulas de TIC) .
E perguntamos:
- Para quê fazê-lo?
Concluímos ser necessário informar/orientar os alunos previamente1, dar a
conhecer os objetivos da visita, as regras a cumprir, as questões elaboradas e as
informações acerca dos dinossauros.
E como fazê-lo?
Decidimos que, em primeiro lugar, a pares, os alunos procediam à leitura e
interpretação do referido folheto (objetivos e regras), para depois, apresentarem e
explicarem as suas ideias à turma.
No final é necessário reforçarmos alguns aspetos a ter em conta no dia da visita,
designadamente a nível das regras e explicar também as questões que integram o
folheto. – salientam as professoras.
Decidimos ainda na aula a seguir à realização da visita de estudo elaborar uma
notícia sobre a mesma (a pares) para o divulgarem à turma e começar a descrever, por
1 Os alunos levavam este guião para a exposição para irem respondendo às questões que aí estavam
formuladas.
escrito, (e também a pares), as tarefas que tiveram que concretizar na visita ao Pavilhão
do Conhecimento2.
Síntese: (diagnóstico a nível da “Tutoria de pares”) – Nesta sessão relembrámos
algumas dificuldades evidenciadas pelos alunos a nível da leitura, da escrita e da
participação e refletimos sobre as ações a desenvolver e a forma de o fazer durante o
quarto projeto. Pensámos ainda no modo de preparar os alunos para a visita de estudo e
nas atividades subsequentes a implementar.
2 Ficou decidido na reunião técnico-pedagógica que a descrição das tarefas iria ser feita numa perspetiva
interdisciplinar (com a contribuição de todas as áreas).
1
Transcrição de um extrato de notas de campo - Observação de aulas - Par-pedagógico
Viver em Português
A professora Diana, no início da aula, recolhe os telemóveis e relembra:
- Todos têm de entregar o telemóvel, não se esqueçam!
Um aluno reage dizendo:
- Sempre a mesma coisa! Mas porquê? Eu quero o meu telemóvel!
- As regras são para cumprir – responde a professora.
Seguidamente a professora Ema distribui o folheto relativo à visita de estudo a
realizar e vai dando algumas indicações aos alunos:
- Vão ver duas exposições: Pavilhão da Ciência: uma questão de sexos e Museu de
História Natural: Dinossauros;
- Têm que estar na escola às 8 e 45 com um lanche – o almoço é fornecido pela
escola.
Seguidamente a mesma professora pede aos alunos para lerem, a pares, os objetivos
da visita, as regras a cumprir constantes no folheto distribuído, para finalmente,
com a contribuição de todos, se destacarem as ideias mais importantes.
Um aluno pergunta:
- São os mesmos pares? Vou continuar a trabalhar com o mesmo par?
- Sim, ainda são os mesmos pares – responde a professora Ema.
- Não se esqueçam de cumprir algumas regras essenciais: (i) falar um de cada vez,
(ii) pedir a palavra, (iii) não falar alto…) – reforça a professora Diana.
Os alunos demoram algum tempo a começar a ler o folheto, a pares. Reina alguma
agitação na sala.
2
Um par, após a leitura, diz não ter percebido nada dos objetivos.
As duas professoras, que circulam pela sala esclarecem os alunos referindo que o
primeiro objetivo tem a ver com as diferenças entre os homens e as mulheres e que,
por exemplo, o último, tem a ver com as competências sociais – saber-estar.
E alguns alunos continuam a ler o folheto, enquanto outros estão desconcentrados.
Após a leitura, a professora Ema interpela os alunos:
- Já leram os objetivos? As regras? Qual a vossa opinião?
- Nós temos de nos portar bem, já sabemos! Ser respeitadores – diz um par de
alunos.
- Agora ter de escrever durante a visita não é bom! – diz um aluno.
- Penso que a exposição vai ser “fixe”. Vou gostar de ver os dinossauros! – diz
outro aluno.
- Vocês sabem alguma coisa sobre dinossauros? – pergunta a professora Diana.
Alguns alunos vão respondendo afirmativa e negativamente e dizem que a galinha e
o dragão descendem dos dinossauros.
E a mesma professora continua a dirigir-se aos alunos falando sobre o folheto
distribuído e referindo o seguinte:
- Relativamente à exposição “Uma questão de sexos” – Pavilhão do Conhecimento-
têm umas perguntas no folheto – há lá várias experiências, mas para o guião
escolhemos 12; após a realização das experiências é que poderão responder às
questões (não se esqueçam de levar o folheto para a exposição).
Por exemplo:
- “Emprego ideal – qual o emprego ideal? Já alguém fez testes psicotécnicos para
fazer o despiste do curso que quer seguir? Para ver a tendência profissional? (Quem
não sabe muito bem o que quer no futuro pode ser que isto ajude)”.
3
- “Distinguir os instrumentos (recordem o que foi dado na aula de música) – são dez
os instrumentos”;
- “Os homens crescem até que idade? Qual o seu IMC? – relação entre o peso e a
altura;
Quais são os sentidos?”
Através do diálogo professora/alunos com base no folheto distribuído, os alunos
compreendem o seu conteúdo e apresentam algumas ideias referentes ao mesmo.
Finalmente, as professoras salientam as regras necessárias a ter em conta durante a
realização da visita dizendo:
- Não se esqueçam que as regras que leram são todas para cumprir. Queremos que
seja um dia muito agradável para todos.
Síntese da aula – Nesta aula foi lido, a pares, o folheto elaborado antes da visita de
estudo. Através do diálogo professoras/alunos estes interpretam-no e esclarecem
algumas ideias.
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
PIEF Programa Integrado de Educação e Formação)
1
Categorias
Subcategorias
Indicadores
Unidades de registo
Dinâmicas de
colaboração
na
escola-caso
Lugar que ocupa a colaboração entre
os profissionais
Pouca
colaboração/depende
dos grupos e das pessoas que os integram/ dos
coordenadores de
Departamento/Conselhos de Turma
Individualismo/pouca
partilha
Colaboração entre os
professores mais jovens
Colaboração fomentada pelo Conselho Executivo
(...) Não há grande
colaboração... por vezes
dentro do grupo há alguma
colaboração com alguns
colegas... partilha de
fichas... mas isso depende
muito da relação pessoal...
(...) P1
(...) Não há 100% de
colaboração entre os
professores, não há… Há o
grupo dos efetivos... pode
ser que colaborem entre si
mas não colaboram muito
com os novos que
aparecem na escola
Quando o corpo docente é
mais jovem, há mais
colaboração talvez por
falta de experiência e o
facto de querermos
ajudarmo-nos uns aos
outros. (...) P2
(...) Nesta escola parece-
me... tem muito a ver com
os grupos disciplinares
envolvidos... e com os
coordenadores de
departamento... Mas o
Conselho Executivo, em si,
penso que fomenta a
colaboração (...) P3
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
PIEF Programa Integrado de Educação e Formação)
2
Dinâmicas de
colaboração
na
escola-caso
Problemas identificados
a nível
da colaboração
Falta de hábito de
trabalhar em
grupo/espaço de partilha
Trabalho isolado
Ausência de uma cultura
de partilha
Falta de Formação
(...) Parece-me que
colaboração não há muito...
(...) P4
(...) Há pouca afinidade
entre as pessoas... por
vezes as relações são muito
conflituosas... há muito
individualismo... pouca
partilha... (...) P5
(...) O que eu sinto nesta
escola é que quando são
iniciativas dos
departamentos, quando se
unem com determinado
objetivo, há grupos de
pessoas, quase sempre as
mesmas, que se unem para
atingir esse fim. A nível
dos Conselhos de Turma a
prática colaborativa às
vezes sim, outras vezes,
não, depende também das
pessoas que os integram
(...) P6
(...) Eu acho que nós não
estamos habituados a
trabalhar em grupo.
Às vezes exigimos aos
miúdos que trabalhem em
grupo quando nós próprios
não estamos habituados a
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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3
Dinâmicas de
colaboração
na
escola-caso
Problemas identificados a nível
da colaboração
Ausência de tempos comuns nos horários
para reuniões
Falta de condições na
escola
Horários mal
estruturados
A carga e a incompatibilidade
horárias
Poucos
incentivos/elogios
Colaboração com os
colegas/pontual
esse método de trabalho...
Acho que tem a ver com
essa dificuldade. E depois
trabalhar em grupo exige
um certo tempo para reunir
e eu acho que nós estamos
habituados a trabalhar em
casa, sozinhos... não
estamos muito habituados
a ter esse espaço para
partilhar"
Não há tempos comuns nos
horários para reunir (...) P1
(...) Falta de
disponibilidade, pré-
disposição dos professores
para se juntarem... não
existe espaço no horário
para isso acontecer; há
sempre dois ou três que
dão o seu tempo para a
escola mas a maioria não
dá. Se esse tempo estiver
contabilizado no horário é
mais fácil... nós
disponibilizamos
automaticamente esse
tempo.
Os horários deviam estar
organizados de modo a que
houvesse um tempo
destinado para reuniões,
talvez quinzenais, para
haver colaboração; é
muito, muito importante!
(...) P2
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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4
Dinâmicas de
colaboração
na
escola-caso
Circunstâncias em que
se desenvolvem as situações de colaboração
Reuniões de
Departamento e os
Conselhos de Turma
Atividades
extra-curriculares
(...) A nível dos
Departamentos... os
colegas não são tão abertos
à colaboração... falta de
formação... falta de
paciência...
Também a nível das
pessoas em si que
trabalham isoladamente
(...) P3
(...) Nós não temos uma
cultura de partilha.
"Ninguém gosta de dizer:
estou com dificuldade…
têm receio que as pessoas
pensem que é falta de
competência.
Depois há outra coisa: a
pessoa já está farta da
escola e quer ir para casa,
porque aqui a escola não
oferece condições... não é
aliciante... a pessoa já está
cansada e a falta de
equipamento, a falta de
espaço, a falta de
ambiente... a pessoa quer ir
para casa (...) P4
(...) Falta de tempo"
Muitas vezes os horários
dos professores são mal
estruturados.
O facto de serem mal
estruturados por vezes
também tem a ver com o
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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5
Dinâmicas de
colaboração
na
escola-caso
Circunstâncias em que
se desenvolvem as situações de colaboração
Circunstâncias em que
se desenvolvem as situações de colaboração
Iniciativas dos Departamento
problema de não haver
salas de aula disponíveis.
A organização da escola...
também podia haver mais
incentivos, elogios, o que
por vezes é bom (...) P5
(...) Pouca disponibilidade
horária para reunir... Mas
não é só a carga horária, é
a incompatibilidade
horária.
A carga e a
incompatibilidade
horárias... (...) P6
(...) Por vezes no grupo há
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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6
Dinâmicas de
colaboração
na
escola-caso
alguma colaboração com
alguns colegas... mas isso
depende da relação
pessoal... que se tem com
os colegas... pouco
instituído…
Nós, professores do 3º
ciclo, tendo em vista
quando analisámos os
resultados de exame do 9º
ano, pensámos que
tínhamos que fazer
qualquer coisa…
Convocámos então uma
reunião para professores de
Matemática de 1º, 2º e 3º
ciclos e nesta reunião
decidimos estabelecer os
conteúdos e as
competências ao longo dos
três ciclos e depois arranjar
estratégias para que as
coisas melhorem, fazer
atividades que pudessem
ser feitas no 1º, 2º e 3º
ciclos - o problema da
quinzena, ou o problema
da semana -
este é um dos exemplos
que eu dou de colaboração
entre professores.
Os momentos formais de
colaboração são apenas as
reuniões de Departamento
e os Conselhos de Turma,
que nem sempre correm da
melhor forma, também é
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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preciso dizer isso (...) P1
(...) Os poucos momentos
em que há colaboração é
nos Departamentos mas
ainda mais nos Conselhos
de Turma. Nos
Departamentos depende...
muito raramente se trocam
opiniões e materiais;
acontece entre dois ou três
professores do
departamento em geral. Os
departamentos servem para
informações, plano de
atividades e pouco mais.
No Conselho de Turma
dão-se notas... se não
houver casos complicados,
dos alunos pouco se
fala (...) P2
(...) Estive envolvida em
atividades não letivas
como a dinamização da
rádio escolar, dinamização
do baile de finalistas… e
nesse aspeto, tudo o que eu
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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8
precisei… de colaboração
de colegas, obtive. Mas é
claro que não foi a nível de
ensino propriamente dito…
A nível de ensino
propriamente dito já
aconteceu querer organizar
provas de orientação… em
que precisamos de
perguntas, dos vários
grupos disciplinares e as
pessoas… muitas vezes
não respondem muito
bem… Então, assim as
coisas não funcionam.
Agora atividades extra-
curriculares correu tudo
bem” (...) P3
(...) Só se for nas
planificações… alguns
colegas… na troca de
materiais… na partilha de
problemas… com quem se
tem mais empatia… (...)
P4”
(...) Nesta escola a
colaboração é mais a nível
dos Conselhos de Turma e
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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das reuniões de
Departamento, mas não
chega o que é feito, porque
os professores não chegam
a refletir sobre o que há a
refletir... há pouco tempo...
há heterogeneidade nos
professores... variam muito
de Conselho de Turma para
Conselho de Turma...
Colaboração… não é muito
colaboração… é mais a
nível dos conselhos de
turma e das reuniões de
departamento, mas… não
se reflete muito…(...) P5
(...) O que eu sinto nesta
escola é que há
colaboração quando são
iniciativas dos
departamentos, quando
grupos de pessoas se unem
com determinado objetivo,
quase sempre as mesmas,
para atingir um fim. A
única vez que
funcionávamos em
colaboração era na semana
do Departamento
(iniciativas aprovadas em
Conselho Pedagógico) em
que organizávamos em
conjunto,
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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calendarizávamos várias
atividades musicais e
desportivas com algum
carácter lúdico e formativo
e funcionava - semanas da
Química, maratonas da
leitura, as semanas das
expressões plásticas e
artísticas, em que fizeram
exposições de trabalhos
dos alunos… momentos de
colaboração com projetos.
a nível dos Conselhos de
Turma às vezes sim, outras
vezes não, depende
também das pessoas que os
integram (...) P6
Categorias
Subcategorias
Indicadores
Unidades de registo
Fatores potenciadores da
colaboração entre profissionais nas escolas
Disponibilidade a nível
dos horários
Espaço de reflexão nos horários dos professores
(...) Eu acho que realmente
também tem de haver logo
disponibilidade nos
horários.
Acho que tinha que haver,
nos horários dos
professores, momentos em
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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Fatores que
influenciam a
colaboração nas escolas
Fatores potenciadores da colaboração entre
profissionais nas escolas
Conhecimento da
população escola e da
comunidade
A organização da escola
Interação dos órgãos de
gestão e o resto da população - escolar;
A Formação dos
professores/
ética profissional
Bom ambiente de trabalho
que as pessoas pudessem
estar reunidas e … não
digo horas, reuniões - era
um espaço de reflexão, um
espaço no horário dos
professores onde eles
pudessem estar, naquela
hora, a partilhar ideias, a
refletir e a colaborar.
Porque sem tempo, para as
pessoas se reunirem, é
evidente que não dá! E a
partir destas reflexões
poder-se-iam construir
materiais… identificar
dificuldades, definir
estratégias… (...) P1
(...) O conhecimento da
comunidade escolar, o
conhecimento da
população- escola, a
organização da escola… a
nível dos horários e da
interação dos órgãos de
gestão e o resto da
população-escolar; acho
que é muito importante a
presença do órgão de
gestão dentro do meio
escolar – não só dentro do
gabinete, mas do lado de
fora… para apoiar,
aconselhar… muitas vezes
há ideias e se não tivermos
um suporte dos órgãos de
gestão essas ideias ficam
por terra… e se houver
uma ajuda… «Sim, vai
para a frente, faz assim, ou
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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Fatores que
influenciam a
colaboração nas escolas
Criação de momentos de
partilha formais e
sistemáticos
Momentos não-formais
Disponibilidade pessoal
e temporã
Falta de organização dos
horários
Falta de espaços na escola
Falta de hábitos de trabalho em grupo/
Ausência da cultura do
trabalho em grupo
faz de outra maneira que é
melhor, dá outro ânimo
para continuar com os
projetos. (...) P2
(...) Para já, a formação dos
professores, a ética
profissional… Para mim a
ética profissional é um
defeito que eu aponto, os
professores não são unidos
e isso nota-se quando há
greves, quando há
contestação… Cada pessoa
luta por si e não se juntam
todos… É marcada uma
reunião, uns queixam-se de
uma hora, outros queixam-
se de outra…Há pouca
coesão profissional! Se
houvesse coesão, esta
potenciaria a participação!
Também para potenciar a
colaboração é preciso
também ter em conta a
elaboração dos horários,
melhor organização
(...) P3
(...) Para já tem de haver
um bom ambiente de
trabalho na escola - um
bom ambiente entre
colegas. Se houver bom
ambiente de trabalho e se
forem criados momentos
específicos de partilha
formais, sistemáticos aí
sim! Se não houver é
difícil um colega, por
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Fatores que
influenciam a
colaboração nas escolas
Fatores que
influenciam a
colaboração nas escolas
Fatores que dificultam
a colaboração entre profissionais
nas escolas
Fatores que dificultam a colaboração entre
profissionais nas escolas
Individualização do trabalho dos
professores/Ausência de
partilha de ideias
Ausência de liderança eficaz
A falta de ética
profissional/
Profissionalismo dos professores
Cultura de
individualismo
A indisponibilidade
iniciativa própria, ir juntar-
se com outro para
trabalhar, cada um trabalha
em casa! Esses momentos
formais devem ser
instituídos pelas escolas,
momentos semanais
porque senão será difícil os
professores juntarem-se.
para troca de materiais,
elaboração de
planificações, visitas de
estudo…
Não são só os momentos
formais… A escola até
pode forçar, mas se eu não
tiver empatia com essa
colega se calhar as coisas
não vão resultar na mesma,
mesmo que a escola crie
esses momentos!
(...) P4
(...) Sem dúvida uma
melhor organização dos
horários, da escola… Mas
um outro fator que não
potencia a colaboração (...)
P5
(...) É a disponibilidade…
quer disponibilidade de
tempo, quer
disponibilidade pessoal…
O que potencia a
colaboração entre os
profissionais é mesmo a
disponibilidade temporal e
pessoal (...) P6
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Fatores que
influenciam a
colaboração nas escolas
Estratégias poderiam ser
desenvolvidas para
potenciar a colaboração entre profissionais na
escola
temporal e a pessoal.
Criar condições:
Elaboração de horários/ organização de espaços
na escola que fomentem
a colaboração
Sensibilização dos professores para o
trabalho em grupo
Motivar os professores
para o trabalho colaborativo/reforço
positivo
(...) É que nós na escola
nem sequer temos local
para isso, também passa
por aí! Não temos um local
de trabalho com condições:
com computadores, com
materiais… isso não
existe!
Além da falta de
organização dos horários e
a falta de espaços na escola
há outros fatores que
dificultam a colaboração
entre os profissionais: acho
que tem a ver com os
próprios profissionais, da
falta de hábitos de trabalho
em grupo Não há cultura
do trabalho em grupo. No
geral, por muitas escolas
que eu tenho passado, acho
que não… não temos muito
essa cultura! (...) P1
(...) Haver muita
individualização do
trabalho dos professores;
cada um fazer o seu
trabalho e não partilhar
ideias, opiniões.
Parece que por vezes há
receio de partilhar ideias…
dizer coisas mal ditas… e
acho que aí entra a
liderança… Se houver um
líder ou líderes que
consigam ouvir, respeitar e
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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15
Fatores que
influenciam a
colaboração nas escolas
Estratégias poderiam ser
desenvolvidas para
potenciar a colaboração
entre profissionais na escola
Desenvolver atividades dentro do horário letivo
e serem avaliadas
Dinâmicas de grupo a nível de escola e inter-
escolas
Ações de formação
fomentadoras de práticas colaborativas
Balanço e planificação do trabalho
Trabalho colaborativo
entre técnicos e
professores!
ajudar… criticar mas
construtivamente, acho que
é muito mais fácil nós
partilharmos ideias, mesmo
correndo o risco de não
serem aceites… e se isso
acontecer acho que se torna
mais fácil.
(...) P2
(...) A falta de condições
das escolas, a falta de ética
profissional, de
profissionalismo dos
professores, a sua falta de
disponibilidade… A falta
de exigência com o nosso
trabalho! Mas a ética
profissional é fundamental!
Ainda há muito aquela
noção que vai para
professor quem não
consegue fazer mais nada
(...) P3
(...)” Há pessoas que não
gostam de trabalhar em
grupo.. E para além da
atitude… se a escola não
criar esses momentos…
Nós não temos uma
cultura… eu acho que nós
não temos uma cultura que
nos leve a partilhar, não
temos! A cultura é de
individualismo e depois a
escola também não reúne
condições, como já disse!
Nós nas escolas não temos
nem espaços nos horários,
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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16
nem equipamentos, nem
ambiente, para reunirmos
todas as semanas. (...) P4
(...).Falta de afinidade
entre as pessoas… os
horários não permitem
muito as reuniões
conjuntas… é o facto dos
professores trabalharem
muito individualmente e…
por vezes haver rivalidades
dentro do mesmo grupo
(...) P5
(...) Sem dúvida, a
indisponibilidade temporal
e a indisponibilidade
pessoal.
(...) estratégias no sentido
dos horários e da
organização de espaços na
escola onde nós
pudéssemos realmente
trabalhar.
E depois passar também
por uma sensibilização dos
professores… para a
importância do trabalho de
grupo. Geralmente os
grupos que funcionam
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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melhor é porque o
delegado de grupo diz: Tal
dia vamos reunir para fazer
isto (...) P1
(...) Eu acho que era
motivar os professores, que
os professores também
precisam de ser
motivados… motivar os
professores a envolver-se
na escola e nos projetos da
escola. E os professores
podem ser motivados, por
exemplo, se forem
reconhecidos… haver um
espaço daquele espaço de
encontro em que eles
possam partilhar as ideias e
aprimorar o trabalho e
depois serem reconhecidos
a nível da comunidade…
não ficar. Para se ser
reconhecido, lá está, tem
de haver um trabalho muito
colaborativo dentro da
escola, não pode ser cada
um… tem de ser em
conjunto. (...) P2
(...) A primeira era criar
condições na escola.
Talvez desenvolver
atividades dentro do
horário letivo - núcleos que
há de fotografia, de
teatro… e ser obrigatório
essas atividades serem
avaliadas…
Não podemos esquecer as
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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condições das escolas!
Como é que elas podem
fomentar o cooperativismo
sem terem salas próprias
para isso, sem terem um
anfiteatro para preparar
uma exposição? (...) P3
(...) Os encontros
semanais… mas não acho
que os professores devam
trabalhar mais… devia
haver duas
horas…incluídas no
horário
(...) P4
(...) Não sei, se calhar
dinâmicas de grupo, a nível
de escola e até inter-
escolas… e depois ações
de formação se calhar mais
direcionadas… com o
intuito de fomentar práticas
colaborativas… Há muitas
ações de formação que se
vão fazendo e que não nos
enriquecem tanto como
isso… Nós fazemos as
ações de formação porque
precisamos dos créditos…
Se calhar podiam ser mais
direcionadas para
problemas detetados na
escola, na sala de aula…
(...) P5
(...) as estratégias para
potenciar a colaboração
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
PIEF Programa Integrado de Educação e Formação)
19
entre profissionais… um
espaço semanal de balanço
e planificação do trabalho.
Só assim se pode fazer um
projeto curricular de turma
como deve ser, em que
todos participam no
projeto, não é o diretor de
turma a fazê-lo sozinho no
fim do ano, que é o que
acontece efetivamente. A
outra questão é: todas as
escolas deveriam ter um
técnico, ao nível da
psicologia, a tempo inteiro
Não há um trabalho
colaborativo entre técnicos
e professores!
(...) P6
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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Categorias
Subcategorias
Indicadores
Unidades de registo
Conceções e
experiências vividas no
âmbito da colaboração
Conceção de trabalho colaborativo
Partilha/interajuda
Concretização de um
objetivo comum/ensino
eficaz
Saber ouvir
Capacidade de iniciativa
Apoio/confiança
É haver uma partilha…
cada um tem os seus
conhecimentos… e às
vezes têm conhecimentos
que fazem falta aos outros
colegas, não é? Ao pela
experiência, pelos cursos
que frequentaram… é essa
partilha de
conhecimentos… de forma
a ajudarmo-nos uns aos
outros… a interajuda…
não estou só a falar a nível
de fichas, porque às vezes
existe indisciplina, o
comportamento também
faz falta saber como é que
se faz em certas situações
de indisciplina… se bem
que não há receitas, mas
penso que faz muita falta
essa partilha e interajuda.
(...) P1
(...) É um trabalho de
interajuda a nível dos
problemas, das
dificuldades, das
facilidades também, da
organização, da interajuda
em termos de trabalho (...)
P2
(...) É um trabalho em que
todos os profissionais
colaborem no sentido da
concretização de um
mesmo objetivo, e o
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
PIEF Programa Integrado de Educação e Formação)
21
Conceções e
experiências vividas no
âmbito da colaboração
Conceções e
experiências vividas no
âmbito da colaboração
Conceção de trabalho
colaborativo
Relato de uma experiência de
colaboração profissional
significativa
Parceria:
Escola/Professores/
Técnicos/Comunidade
Ano de estágio/
discussão
Partilha de materiais
Envolvimento em
projetos/
Cursos de educação e formação
objetivo neste caso é um
ensino eficaz, mas
exigente; colaboração é
todos trabalharem para o
mesmo objetivo, todos se
prestarem a isso, saberem
ouvir! Ter capacidade de
iniciativa, querer ensinar e
querer aprender
(...) P3
(...) O trabalho
colaborativo… é a partilha
é a confiança é… o apoio e
em situações difíceis e
complicadas (...) P4
(...) Trabalho
colaborativo… Para mim é
um grupo a trabalhar todo
para o mesmo fim,
objetivo…
(...) P5
(...) A nível de escola
trabalho colaborativo é
tudo aquilo que eu possa
fazer em parceria com
alguém ou alguma entidade
que contribua para o
sucesso do aluno – um
objetivo comum que é o
sucesso do aluno.
Mas o colaborativo não
pode passar só pelos
professores! Como digo,
tem de ser um trabalho de
pessoas, de entidades, de
técnicos, de comunidade, é
muito mais… (...) P6
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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Conceções e
experiências vividas no
âmbito da colaboração
Relato de uma experiência de
colaboração profissional
significativa
Espírito de partilha
numa escola
Conselho de docentes, o
Conselho Pedagógico e
os Conselhos de ano
Trabalhar em colaboração com a
(...) O ano em que houve
mais colaboração foi no
ano de estágio, porque
partilhávamos materiais
discutíamos as coisas
muito em grupo, as
planificações…
Na escola onde disse que
fazíamos os testes em
conjunto, nesse ano
também tivemos partilha
de materiais, troca de
ideias… e também
funcionava, mas também
éramos só duas, talvez por
isso… Noutra escola
também onde estive nós
colaborávamos bastante
uns com os outros. No
grupo de Matemática
éramos só duas e
partilhávamos os materiais
todos e tudo correu, muito,
muito bem.
(...) P1
(...) Tive numa escola onde
estive oito anos em que
todos os anos me envolvi
em projetos, todos os anos,
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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23
Conceções e
experiências vividas no
âmbito da colaboração
Relato de uma
experiência de colaboração profissional
significativa
técnica
Centro de Recursos/
Projeto CRIAR
Integração de um aluno
na comunidade
porque conhecia bem a
comunidade, sabia do que
eles gostavam; entrei num
projeto da ARISCO,
aventura na cidade, durante
três anos e depois fui
sempre entrando naqueles
cursos de educação e
formação em que se nota
muito trabalho
colaborativo, Gostei muito,
muito, muito … Lá está,
tínhamos no horário aquele
tempinho, para nos
juntarmos todas as
semanas… para
colaborarmos. Na altura
das atividades todos os
professores convergiam
para uma certa atividade e
todos os professores,
independentemente da área
que estivessem a lecionar,
se juntavam para a
organização destes
eventos, sempre.
A nível da sala de aula
também elaborávamos
materiais, planificávamos
em conjunto. Aliás, o
grupo de professores no
início é que teve que fazer
o currículo das várias áreas
disciplinares e foi feito
sempre em conjunto para
que houvesse uma
articulação entre todas as
áreas –
interdisciplinaridade.
Esta experiência marcou-
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
PIEF Programa Integrado de Educação e Formação)
24
Conceções e
experiências vividas no
âmbito da colaboração
Mais-valias do trabalho
em colaboração
Repercussão positiva
nos alunos
Melhor ambiente de
ensino
Maior satisfação do
professor e dos alunos
Potencia os interesses e as habilidades que os
alunos
Enriquecimento pessoal e profissional
Enriquecimento da
me muito no âmbito da
colaboração (...) P2
(...) Estive noutra escola
em Évora de que gostei
muito! No Alentejo é outro
espírito, outra qualidade de
vida, as pessoas estão em
conjunto, fala-se sobre as
aulas, é outro espírito…
(...) P3
(...) Foi numa escola onde
nós tínhamos o Conselho
de docentes, o Conselho
Pedagógico e os Conselhos
de ano e aí funcionava
mesmo! Fazíamos muitos
acetatos, construíamos…
fazíamos tudo, tudo, juntas.
E além disso eu ainda tinha
outra questão: eu tinha um
aluno autista, eu ainda
trabalhava em colaboração
com a técnica que estava
sempre a acompanhar o
aluno e planificava todas as
semanas também com ela!
Eu todas as semanas me
encontrava com a técnica
que acompanhava o aluno
e com a professora de
educação especial,
reuníamos as três e então
eu dizia o que estava a
pensar fazer aquela semana
e adaptávamos aqueles
momentos em que o aluno
estava em sala de aula,
Portanto, aí a colaboração
era mesmo efetiva! (...) P4
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
PIEF Programa Integrado de Educação e Formação)
25
Conceções e
experiências vividas no
âmbito da colaboração
Perfil do professor que mais se adequa ao
trabalho em equipa
escola e alunos
Goste de partilhar; Goste
de ouvir outras opiniões;
Goste de ajudar os
outros;
Goste de partilhar os
seus conhecimentos;
Tenha vontade de
crescer e de evoluir;
Seja aberto;
Comunicativo; Disponível;
Tome a iniciativa.
Tenha uma boa Autoestima
Gostar daquilo que faz; Ser sociável
Ser aberta a novas experiências…à
mudança
(...) Nesta escola foi
realmente trabalhar no
Centro (...) P5
(...) Estive três anos no
Conselho Executivo e três
anos conheci este aluno
que não tinha interesse
nenhum pelas atividades
escolares.
Entretanto, o ano passado,
foi um dos meninos que
veio para PIEF no ao longo
do ano foi tendo sempre
um reforço positivo da
nossa parte e depois a
questão da integração na
formação vocacional foi
fundamental, porque era
um miúdo que não
acreditava nele, o miúdo
começou a sentir-se
valorizado, começou a
interessar-se pela escola,
começou a trabalhar e no
final do ano… ele já esteva
numa empresa a fazer a
parte da formação
vocacional, completamente
integrado, a trabalhar…
E hoje o aluno é um
homem. Está encaminhado,
é um miúdo muito
responsável em termos
profissionais. Foi a
experiência de um aluno…
dificuldades
(...) P6
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
PIEF Programa Integrado de Educação e Formação)
26
Conceções e
experiências vividas no
âmbito da colaboração
Lugar que ocupa a colaboração no dia-a-dia
profissional do professor
entrevistado
Total (PIEF)
É o que está em primeiro
lugar
Ocupa bastante
Ocupa muito espaço no meu dia
a dia
(…) O trabalho
colaborativo repercute-se
nos alunos… Porque nós
ao sentirmo-nos melhor e
mais apoiados e termos o
nosso trabalho mais
facilitado também
conseguimos apoiar mais
os alunos. E quando nós
estamos mais unidos, os
alunos também sentem
isso! Mesmo se o Conselho
de Turma estiver unido
acho que os alunos também
sentem isso. (...) P1
(…) Acho que proporciona
melhor ambiente de ensino,
uma maior satisfação do
professor e dos alunos;
potencia os interesses e as
habilidades que os alunos
todos têm… é um
enriquecimento pessoal e
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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27
Conceções e
experiências vividas no
âmbito da colaboração
Como se vê o professor a si próprio no interior
de uma situação de
colaboração
Gosto de:
ouvir a opinião dos
outros;
ouvir coisas novas; chegar a um consenso…
Sem
constrangimentos
Flexível/aberta
Um bocadinho
individualista
Muito exigente comigo
própria
profissional ímpar, que não
se pode comparar com
nada… nem as ações de
formação, nem os cursos
que nós tirámos… nada
disso se compara ao
enriquecimento que nós
temos… quando
colaboramos uns com os
outros e incluindo os
alunos, quando
colaboramos todos… acho
que crescemos muito,
muito, a nível pessoal e
profissional. (...) P2
(...) o aprendermos em
conjunto, em colaboração,
vai-nos enriquecer de tal
modo, que ficamos melhor
preparados para enfrentar
situações novas…!
Também a escola, com o
trabalho conjunto dos
professores ficará mais rica
a nível de atividades e os
alunos também (...) P3
(...) O trabalho
colaborativo tem mais-
valias junto dos alunos,
porque o trabalho é muito
mais enriquecido (...) P4
(...) O trabalho
colaborativo tem mais-
valias! Ele traz-nos para a
escola! eu sentia-me
enriquecida, sentia-me
valorizada (...) P5
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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28
(...) o sucesso dos alunos!
(...) P6
(…) Tem de ser uma
pessoa que goste de
partilhar, Que goste de
ouvir outras opiniões, que
seja aberta… (...) P1
(…) Um professor que
tenha um espírito aberto a
novas ideias… um
professor que tenha gosto
em ajudar os outros, em
partilhar os seus
conhecimentos e que tenha
vontade de crescer e de
evoluir. (...) P2
(…) Aberto, extrovertido,
muito comunicativo,
competente, disponível,
tanto para ouvir como
para… um professor que
tome a iniciativa… (...) P3
(…) Acho que é preciso ter
uma boa autoestima.
Depois tem de gostar
daquilo que faz; Também
há aquelas qualidades que
é o ser sociável, o saber
ouvir, não ser muito
arrogante, estar disponível,
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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29
ser aberto! (...) P4
(…) Têm que se dar um
pouco…abrir aos outros…
aprender a gerir…
partilhar… ter empatia…
(...) P5
(…) Para já acho que tem
de ser uma pessoa aberta a
novas experiências…à
mudança (...) P6
(…) Neste momento ocupa
muito no âmbito do PIEF.
É total! É colaboração na
sala de aula e é
colaboração fora da sala de
aula… (...) P1
(…) Ocupa o lugar todo, é
o que está em primeiro
lugar, neste momento no
PIEF. (...) P2
(…) Este ano ocupa
bastante, porque o PIEF
funciona de maneira
diferente -
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
PIEF Programa Integrado de Educação e Formação)
30
A nível do PIEF há
colaboração (...) P3
(…) É total! Aliás, se não
fosse esta colaboração eu
este ano não tinha
continuado no PIEF,
provavelmente! (...) P4
(…) Neste momento ocupa
muito espaço no meu dia a
dia…neste projeto…
Ocupa praticamente todo o
meu tempo (...) P5
(…) Olha… ocupa de tal
maneira que tenho o dia
livre à segunda-feira mas
ainda não houve nenhuma
segunda-feira em que eu
não viesse para a escola
trabalhar! (...) P6
(...) Eu gosto de ouvir a
opinião dos outros e gosto
de ouvir coisas novas e…
ver que essas coisas me
podem realmente ajudar. -
gosto de chegar a um
consenso…
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
PIEF Programa Integrado de Educação e Formação)
31
(...) P1
(...) Tenho
constrangimentos em me
abrir com pessoas que eu
não conheço e em situação
de colaboração em que me
sinto em pé de igualdade
com todos, tenho facilidade
em fazer isso. Tornei-me
mais flexível, mais aberta a
ouvir os outros e a mostrar-
me a mim própria que era
complicado, até começar a
colaborar
(...) P2
(…) Talvez, um bocadinho
individualista!
Sem dúvida que, por vezes,
poderia ser mais aberta ao
grupo
mas eu considero-me uma
pessoa bastante aberta à
colaboração… e acabo por
colaborar. (...) P3
(…) Eu envolvo-me muito
naquilo que faço!.(...) P4
(…) Eu sou muito exigente
comigo própria (...) P5
(…) Eu sinto a
responsabilidade… Tenho
uma maneira de ser que é::
não gosto de falhar… e sou
muito exigente… Mais
comigo do que com os
outros. (…) P6
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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32
Categorias
Subcategorias
Indicadores
Unidades de registo
A equipa pedagógica
da turma PIEF
Como descreve o ambiente de trabalho
que tem sentido até
agora na equipa
pedagógica da turma PIEF
Ambiente de trabalho muito bom, saudável que
permite:
- consensos
- a cooperação
- a entreajuda
- a partilha
(...).O ambiente de trabalho
tem sido bastante bom; é
importante as coisas serem
feitas em consenso…
partilhar… opiniões,
ideias, obter o melhor
resultado possível! (...) P1
(...) Eu acho que é um
ambiente saudável em
todos os momentos que nós
temos e não só nas
reuniões que temos
semanalmente; todos os
momentos que nós temos,
nós utilizamos para nos
ajudarmos uns aos
outros… e para partilhar e
para adequar práticas e
mesmo atitudes dentro da
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
PIEF Programa Integrado de Educação e Formação)
33
sala de aula face aos
nossos alunos… Por isso
tem sido um ambiente
muito, muito bom.
(...) P2
(...) Muito bom… A nível
de professores nota-se uma
grande entreajuda
.(...) P3
(...) Há muito bom
ambiente de trabalho, nós
damo-nos muito bem e isso
é essencial! Essencial!
O clima é muito bom,
ótimo!
(...) P4
(...) Gosto do ambiente. É
um ambiente de trabalho,
acho … de amizade, que já
se formaram laços de
amizade, cumplicidade…
Neste momento é bom,
muito bom, de cooperação,
de entreajuda, de partilha.
(...) P5
(...) É muito bom. Já tive o
ano passado uma
experiência, tenho este ano
outra experiência, outro
grupo de trabalho; acho
que o ano passado correu
bem, mas penso que este
ano temos equipa para
correr melhor.
(...) P6
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Categorias
Subcategorias
Indicadores
Unidades de registo
A equipa pedagógica
da turma PIEF
Linhas orientadoras para
o trabalho da equipa
O tema do projeto é discutido em equipa -
tema atual de acordo
com os interesses dos alunos
Delinear os temas dos
projetos a desenvolver,
as competências
essenciais, as competências gerais
Estabelecer regras e o
seu cumprimento
(...) nós temos uma
reunião semanal, porque
temos necessidade de nos
reunirmos e de
trabalharmos e
discutirmos. Nessas
reuniões também
delineámos os temas dos
projetos a desenvolver, as
competências essenciais, as
competências gerais, as
atividades, as visitas…
tudo isso nós definimos.
Aqui é realmente muito
importante o trabalho de
equipa É essencial haver
uma partilha, neste caso
com todos os professores,
saber o que é que cada um
está a dar, o que é que se
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35
A equipa pedagógica
da turma PIEF
Linhas orientadoras para
o trabalho da equipa
Articular práticas de
cada projeto
Adequar atividades e materiais
Uniformizar as práticas que temos dentro da sala
para não haver
discrepâncias
Estratégias a
implementar/
definidas em conjunto
Interdisciplinaridade
passa mesmo a nível de
regras, o estabelecimento e
o cumprimento dessas
regras, como fazê-las
cumprir, isso é tudo muito
importante. (...) P1
(...) reunião semanal em
que se faz uma articulação
das práticas de cada
projeto… (nós trabalhamos
por projetos) em cada
projeto nós fazemos uma
adequação das atividades,
dos materiais… fazemos o
ponto da situação, o que é
necessário adequar, como
se está em termos de
timing, se está muita coisa
atrasada, se precisamos de
mais um tempo… é muito
importante! Acho que é
muito importante a reunião
semanal!
Normalmente o tema do
projeto é discutido em
equipa, tentamos que seja
sempre um tema atual sem
estar desligado dos
interesses deles… e depois
dentro desse tema geral,
cada área disciplinar tenta
adequar os seus conteúdos
a esse tema. (...) P2
(...) Linhas orientadoras!.
Definimos os temas, as
regras da sala de aula. Aqui
funcionamos por projetos
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36
A equipa pedagógica
da turma PIEF
Linhas orientadoras para o trabalho da equipa
que têm a duração de um
mês, um mês e meio… e
em cada projeto falamos de
estratégias, formas de
abordar, todos em
conjunto. As atividades são
todas programadas. Cada
disciplina, cada par
pedagógico, em cada
projeto, tem de entregar
uma planificação. Em cada
projeto estão os objetivos,
competências essenciais,
atividades desenvolvidas,
avaliação, recursos. É tudo
delineado na reunião
semanal (...) P3
(...) Na reunião técnico-
pedagógica que se realiza
todas as semanas nós
definimos o tema do
projeto Tentamos também
que o trabalho seja… que
haja uma
interdisciplinaridade;
temos produtos que são
pensados e que depois
podem servir para ser
trabalhados em várias
disciplinas.
E depois também há as
visitas de estudo que
planificamos juntas… e
depois também podem ser
trabalhadas em várias
disciplinas!
Depois também temos os
objetivos e as
competências para cada
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37
tema… competências
essenciais; os conteúdos…
e nós selecionamos para
cada tema aquilo que
consideramos essencial.
(...) P4
(...) Trabalhamos por
projetos, Aí são definidas
as linhas orientadoras, as
temáticas…
(...) P5
(...) Nós costumamos ter
uma reunião de
“brainstorming” na reunião
da equipa técnico -
pedagógica. Perguntamos:
Qual vai ser o próximo
projeto? O que é que vai
acontecer? Em termos de
atualidade o que é que vai
acontecer? Tudo questões
muito práticas… de acordo
com os interesses dos
alunos. (...) P6
Categorias
Subcategorias
Indicadores
Unidades de registo
A equipa pedagógica
da turma PIEF
Par- pedagógico/
Funcionamento na sala de aula
Fazer uma breve
exposição da matéria
Apoiar os alunos
(...).A parceria, nós
normalmente o que
fazemos é uma breve
explicação da matéria, nós
fazemos uma breve
exposição da matéria,
(nalguns casos sou eu,
noutros pode ser a
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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38
A equipa pedagógica
da turma PIEF
Par- pedagógico/ Funcionamento na sala
de aula
individualmente
Apoio entre as
professoras das disciplinas
professora do 1º ciclo),
para todos os alunos.
Depois há uns que vão
mais à frente, outros vão
mais atrás, depois isso
depende do ritmo de cada
um e vamos tentando tirar
as dúvidas e ajudar
individualmente os alunos.
(...) P1
(...) Nós normalmente
tentamos, durante as
planificações aula a aula,
distribuir entre as duas as
tarefas. Normalmente no
Inglês eu fico com a parte
maior…Por exemplo, se
nós estamos a iniciar um
conteúdo, uma matéria, eu
fico com essa parte porque
a outra colega tem menos
formação em Inglês e
portanto eu fico com essa
parte e ela serve como
auxiliar de todos os alunos
até acabar a exposição. No
Português é mais fácil e
dividimos mais entre as
duas, porque ela também
domina bem a Língua
Portuguesa… e então
dividimos…,
acompanhamos de forma
individualizada os alunos.
(...) P2
(...) O par pedagógico
funciona… um professor é
efetivamente dessa
disciplina e o outro é o
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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39
A equipa pedagógica
da turma PIEF
Par pedagógico/
Funcionamento na sala
de aula
complemento que
normalmente dá outra
disciplina, mas acompanha
sempre o outro professor;
(...) P3
(...) na aula começa uma a
falar ou começa outra a
falar… depois quando é
uma área que não domino
muito bem, por exemplo, o
Inglês, eu não sou
professora de inglês, no
inglês eu tenho mais
dificuldade, então
normalmente a minha
colega dinamiza a aula,
explica e eu estou a dar
apoio, vou-me sentando ao
lado daqueles ou que têm
mais dificuldades ou que
têm pior comportamento…
converso com eles, tento
acalmá-los, há ali
elementos que precisam de
apoio individualizado…
E depois há aulas em que
sou eu que dinamizo a aula
e a outra colega fica mais a
dar apoio, ou na mesma
aula trocamos de papéis,
não está nada assim
definido… (...) P4
(...) Somos sempre duas
em sala de aula…
ajudamos uma à outra (...)
P5
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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40
(...) às vezes dividimos as
tarefas … (...) P6
Categorias
Subcategorias
Indicadores
Unidades de registo
Tutorias de pares
Tutorias: planificação
das atividades pelo par
pedagógico;
Planos semanais e
diários
Trabalho sobre os
conteúdos da disciplina
(...) Temos as horas de
tutoria para nos reunirmos
(o par-pedagógico) para
planificar, que acaba por
não ser suficiente porque…
a Matemática… são muitas
fichas, acaba por haver
sempre muito trabalho em
atraso! (...) P1
(...) As tutorias
normalmente são utilizadas
para fazer os planos
semanais e diários das
nossas aulas em par
pedagógico e vermos o que
é que se ajusta mais…
articulamos as práticas…
Portanto temos esse
momento para ver a nossa
planificação semanal e
diária e vermos o que é que
se ajusta mais… No início
fazemos o plano do projeto
mas nunca sabemos o
evoluir…temos que ir
adequando e então todas as
tutorias… normalmente
encontramo-nos
ANÁLISE DE CONTEÚDO - PROFESSORES
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41
Tutorias de pares
Preparação e construção de materiais
semanalmente… embora
falemos todos os dias… o
que é necessário para
amanhã, mas adequamos
todas as semanas nessa
hora de tutoria…
adequamos as aulas
seguintes, o plano da
aula… (...) P2
(...) As tutorias seriam
para o par pedagógico
trabalhar sobre os
conteúdos daquela
disciplina…só que muitas
vezes temos que colmatar
as dificuldades que se
passam na sala de aula;
temos alunos com mau
comportamento que têm
que trabalhar
individualmente com os
professores (...) P3
(...) Nas tutorias
planificamos e
selecionamos os materiais,
tais como fichas, textos,
preparamos filmes,
acetatos,
… as planificações são
feitas a pares (...) P4
(...) As tutorias… nós
reunimos, mas muitas
vezes vai até para além
dessas horas. Normalmente
até à noite na Internet
mandamos os documentos,
uns para os outros, depois
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42
Conceito de
desenvolvimento profissional
Colaboração
Reflexão
Aprendizagem
vamos acertando…
selecionando (...) P5
(...) Estamos organizados
em projetos, vamos
planificando dois a dois.
Os temas dos projetos e
são relacionados com os
interesses dos alunos e com
a atualidade. (...) P6
(...) Participar em projetos… colaborar… é
desenvolvimento
profissional. (...) P1
(...) Desenvolvimento
profissional… é
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colaborar… trabalhar em
conjunto (...) P2
(...) É refletir… sobre a
prática! (...) P3
(...) Aprender… Trabalho
de equipa!
(...) P4
(...) Processo, em
conjunto…. (...) P5
(...) Aprendizagem (...) P6
VIVER EM PORTUGUÊS
FICHA DE VERIFICAÇÃO DE LEITURA
Leia com muita atenção o texto “D. PEDRO e D. Inês de Castro”
A) Assinale com verdadeiro (V) ou falso (F) as afirmações seguintes.
AFIRMAÇÕES V/F
1. D. Pedro I era filho de D. Afonso IV.
2. A história de D. Pedro e de D. Inês de Castro é uma das mais famosas do mundo.
3. D. Pedro I teve uma ligação amorosa com uma senhora espanhola,
D. Constança.
4. D. Pedro I foi o 2º rei de Portugal.
5. D. Pedro I só teve um cognome: “O Justiceiro”.
6. D. Pedro I apaixonou-se por uma dama de companhia de D. Constança – D. Inês de
Castro.
7. D. Afonso IV pensava que D. Inês tinha uma boa influência sobre o príncipe.
8. O povo tinha medo da influência de D. Inês de Castro.
9. D. Afonso IV não afasta D. Pedro de D. Inês de Castro.
10. D. Afonso IV condenou D. Inês de Castro à morte.
11. D. Inês de Castro foi morta em Lisboa.
12. Após a morte de D. Inês de Castro, D. Pedro revoltou-se contra o pai.
13. D. Inês foi morta na Quinta das Lágrimas.
14. O povo gosta muito do rei D. Pedro.
15.Após subir ao trono, D. Pedro I vinga a morte de D. Inês de Castro.
16. D. Pedro I mandou executar, de forma cruel, os ex-conselheiros do pai.
17. D. Pedro I elevou D. Inês de Castro a rainha, depois de morta.
18. D. Pedro I perdeu o seu grande amor e não voltou a casar-se.
19. D. Pedro I e D. Inês de Castro estão sepultados no Mosteiro de Alcobaça, ao lado
um do outro.
20. Esta história trágica inspirou os poetas portugueses.
1
POEMA Primavera. São os pássaros a chilrear São também as flores a abrir… É o sol a brilhar… É a natureza a sorrir!
O aluno
Mário
ACRÓSTICOS
Humano
Urbano
Grande
Ousado
Fotógrafo
Esperto
Romântico
Namoradeiro
Amigo
Natural
Desastrado
Elegante
Sonso
Pensar
Realizar
Estar atento
Verificar
Estar disponível
Não desistir
Imaginar
Resolver
1
POEMA COLETIVO
AMOR/AMIZADE
Conheço-te desde pequeno
E já não te consigo ver com a mesma amizade…
Quando passo por ti na cidade
Fico logo apaixonado.
Tu és o amor da minha vida.
Quando fico triste
Fico sempre a pensar em ti!
Penso nos teus olhos
Onde queria mergulhar…
Quero amar-te!
Para nesse oceano nadar…
Nos caminhos por onde andei,
Muitas pessoas encontrei…
Mas foi a ti que sempre adorei!
Hoje o dia não me pertence,
Não foi esta a história que escrevi…
Não consigo dormir,
Não consigo acordar,
A cabeça só está a pensar em ti!...
Quando eu estou contigo…
O meu coração fica perdido…
E com os teus olhos fico logo caído!
1
ESPAÇO DE CRIATIVIDADE
PRIMAVERA
São os gaios que fazem
a Primavera.
São também as flores
nos galhos.
É o vento, mansinho,
no pinhal.
É o sol
nas laranjeiras.
Domingos de Oliveira
A:
1. Lê atentamente o poema Primavera.
2. Agora é a tua vez de construir um poema com uma estrutura formal semelhante
(utilizando palavras do campo lexical e semântico de Primavera):
São ---------------------------------------
São também ----------------------------------------
É -------------------------------------------------------
É ------------------------------------------------------
O aluno
----------------------
GUIÃO- Atividade de Pesquisa
Pesquisa alguns elementos sobre o escritor José Saramago:
1. Local e data do seu nascimento
___________________________________________________________________
2. Estudos efetuados
___________________________________________________________________
3. Qual o seu primeiro emprego
___________________________________________________________________
4. Que outras profissões exerceu
___________________________________________________________________
5. Ano em que escreveu o Memorial do Convento
___________________________________________________________________
6. Local onde reside atualmente
___________________________________________________________________
7. Ano em que recebeu o Prémio Nobel da Literatura
___________________________________________________________________
1
Provérbios no Memorial
“A expressão por provérbios é o modo de comunicação típico das sociedades orais cujos
conhecimentos foram fixados e cristalizados em fórmulas curtas, poéticas e geralmente
rimadas para mais fácil memorização e transmissão; cultural oral“.
Fernando Ribeiro de Mello, Nova Recolha de Provérbios Portugueses e Outros Lugares-
Comuns, Edições Afrodite, Lisboa, 1988, p. 61
Atividade nº 1: Provérbios
Associa as frases das duas colunas, de modo a formares os respetivos provérbios
presentes no Memorial do Convento
Exemplo: 1-d
1 - Olho vê,
a) - é para todos”
2 - “ O sol, quando nasce,
b) - é sempre o bom exemplo”
3 - “ Para grandes males,
c) - seu tempo “
4 - “ A melhor lição
d) - mão pilha”
2
5 - “ Quem corre de gosto
e) - lava a outra”
6 -“ De noite todos os gatos
f) - grandes remédios”
7 - “O mal e o bem
g) - não cansa “
8 - “O hábito
h) - à face vem “
9 -“ Uma mão
i) - são pardos”
10 -“ Mas tem cada coisa
j) - não faz o monge”
3
Provérbios subvertidos no Memorial
Atividade nº 2: Provérbios subvertidos
No enunciado discursivo de Saramago há provérbios que aparecem muitas vezes
subvertidos.
1. Escreve o provérbio correto na coluna da direita.
Provérbio subvertido
Provérbio correto
“Ainda agora a procissão vai na praça”
(Cap. I, p, 11)
“Dai a César o que é de Deus e a Deus o
que é de César” (Cap. XIII, p. 155)
“Fazer o bem olhando a quem” (Cap.
XVII, p. 223)
“Que de louco todos temos um pouco”
(Cap. XVI, p. 197)
FICHA – FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA
A – RELAÇÃO SEMÂNTICA ENTRE AS PALAVRAS
COMPLETA O SEGUINTE TEXTO LACUNAR:
1) As palavras que têm significados diferentes mas que se escrevem e pronunciam da
mesma maneira chamam-se ------------------------;
(Ex: rio/rio)
2) As palavras com idêntica grafia mas pronúncia e significado diferentes chamam-se -----
-----------------;
(Ex: pregar um sermão/pregar uma tábua)
3) As palavras que se pronunciam da mesma maneira, mas se escrevem de maneira
diferente e o seu significado também é diferente chamam-se ---------------------;
(Ex: coser/cozer)
4) As palavras que têm significado diferente mas que se aproximam tanto na escrita
como na grafia chamam-se -------------------------;
(Ex: descrição/discrição; emigrante/imigrante; perfeito/prefeito; eminente/iminente)
5) Quando uma mesma palavra em cada frase pode apresentar aceções diferentes
estamos perante a ---------------------------- ou --------------------------------------------------;
(Ex: Teve um bom resultado/Ele não está bom da cabeça/ Ele é bom rapaz
1
GRELHA DE AVALIAÇÃO - TRABALHO DE GRUPO
Ano:
Turma: Grupo:
Tema/Assunto:
Deve ser atribuída ao grupo uma classificação de 1 a 5 nos parâmetros a seguir indicados:
Parâmetros
A minha
opinião
A opinião
dos colegas
A opinião
do professor
1. Participa na
estrutura do trabalho
2. Participa na
exposição do trabalho
3. Sabe ouvir os
outros
4. Pede a palavra
antes de intervir
5. Aceita opiniões
diferentes das suas
6. Partilha ideias e
conhecimentos com
os colegas de grupo
7. Cumpre as tarefas
definidas pelo grupo
8. Mostra interesse e
motivação
9. É assíduo e pontual