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Rafael PandolfoAdvogado em Porto Alegre
Conselheiro Titular do CARF/MF
Professor Conferencista do IBET
Conselheiro do CONTEC-FIERGS
Conselheiro da Fecomércio-RS
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Evasão: uso de artifícios ilícitos para
reduzir/eliminar o ônus tributário.• Ex.: nota calçada, adulteração de livros contábeis.
Elisão: uso de estruturas e institutos lícitos
para reduzir/eliminar o ônus tributário.• Ex.: reestruturações societárias, casa e separa.
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Antielisivistas:• Elisão, embora lícita, é ilegítima, pois viola a isonomia,
é maléfica à concorrência e prejudica a arrecadação.
• Estado Liberal Estado Social: tributação dascapacidades contributivas dissociadas da molduralegal
Elisivistas• Elisão é lícita, e seu exercício é legítimo, vez que
ninguém é obrigado a pagar o maior tributo possível.
• A vedação aos planejamentos é papel do legislador,não do aplicador.
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Direito individual – 1ª Geração• É o direito do cidadão de exigir a intangibilidade
do passado e a previsibilidade do futuro.
Direito Difuso – 3ª Geração• É o direito do cidadão de ter um ambiente fértil ao
desenvolvimento econômico, criado pelo respeito
às leis, por leis de redação simples e pela
estabilidade do sistema jurídico.
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A segurança jurídica de um país o torna
atrativo a investimentos, e, por
conseguinte, beneficia os cidadãos deste
país com uma maior gama de
oportunidades econômicas, tanto de
trabalho, quanto de investimento,
proporcionando maior amplitude de
escolhas no exercício da liberdade.
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Art. 116. omissis
Parágrafo único. A autoridade
administrativa poderá desconsiderar atos
ou negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência do
fato gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação
tributária, observados os procedimentos a
serem estabelecidos em lei ordinária.
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Simulação — Art. 149, VII, CTN• Simulação é relatar negócio inexistente.
• Ex.: Nota fria emitida para aproveitar crédito, quandonão ocorreu venda alguma.
Dissimulação — Art. 167, CC• Dissimular é modificar os fatos de modo a ocultar a
realidade.
Dissimulação – Art. 116, Pár. Único, CTN• Dissimular é utilizar fato para confundir a incidência de
fato gerador abstrato através de interpretaçãoabusiva.
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observados os procedimentos a serem
estabelecidos em lei ordinária
Procedimentos a serem estabelecidos, ou
seja, que não existiam à época de
introdução do artigo. Norma de eficácia
contida, portanto. Somente será aplicável
quando for devidamente regulada.
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Contrato oneroso que estabelece uma
obrigação de fazer do contratado em
relação ao contratante,
Serviço se torna personalíssimo quando o
contrato é realizado intuitu personae, ou
seja, o contratado é insubstituível na
prestação do serviço.
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Duas espécies: Morais e Patrimoniais;
Morais: dizem respeito à honra do detentor
e ao controle da utilização da imagem.
Indisponíveis.
Patrimoniais: dizem respeito à exploração
econômica da imagem. Disponíveis.
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São cedidos (dar temporário/locação) os
direitos patrimoniais nos limites do
contrato, mas o dono da imagem mantém
os direitos morais.
É necessário que o detentor dos direitos
de imagem assine todos os contratos
envolvendo o uso de seus direitos de
imagem, decorrência da indisponibilidade
dos direitos morais.
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Direitos Subjetivos
PersonalíssimosDireitos morais de
imagem
PatrimoniaisExploração
econômica da imagem
Serviços
Personalíssimos
(infungíveis)
Impessoais
(fungíveis)
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Art. 87-A. O direito ao uso da imagem do
atleta pode ser por ele cedido ou explorado,
mediante ajuste contratual de natureza civil
e com fixação de direitos, deveres e
condições inconfundíveis com o contrato
especial de trabalho desportivo. (Incluído
pela Lei nº 12.395, de 2011).
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Art. 129. Para fins fiscais eprevidenciários, a prestação de serviçosintelectuais, inclusive os de naturezacientífica, artística ou cultural, em caráterpersonalíssimo ou não, com ou sem adesignação de quaisquer obrigações a sóciosou empregados da sociedade prestadora deserviços, quando por esta realizada, sesujeita tão-somente à legislação aplicávelàs pessoas jurídicas, sem prejuízo daobservância do disposto no art. 50 da Lei no10.406, de 10 de janeiro de 2002 - CódigoCivil.
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Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade
limitada será constituída por uma única pessoa titular da
totalidade do capital social, devidamente integralizado,
que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-
mínimo vigente no País.
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de
responsabilidade limitada constituída para a
prestação de serviços de qualquer natureza a
remuneração decorrente da cessão de direitos
patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou
voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica,
vinculados à atividade profissional.
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Atleta Clube
Empresa do Atleta
Cessão de direito de
imagemDividendos(Isentos)
Vínculo federativo
Salário(27,5%)
Cessão de direito de imagem Pagamento por
uso da imagem do atleta
(14,53%)
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Tributação dos valores recebidos como
pessoa jurídica (tributação menor):• Pessoa Física: tabela progressiva, até 27,5%;
• Pessoa Jurídica: lucro presumido, carga tributária
final de 14,53% (direito de imagem) / 19,53%
(prestação de serviços).
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BEMEP
A
B
C
Bernardo de
Mello
O empresário Bernardo de Mello, sócio
majoritário das empresas A, B e C foi
contratado para prestar serviço de
administração de empresas através da
BEMEP Ltda, da qual era sócio
majoritário, com 99% das quotas.
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BEMEP
A
B
C
Bernardo de
Mello
No entanto, a BEMEP era empresa
fantasma. Não possuía funcionários,
sua sede correspondia a uma das
empresas administradas e não foram
apresentados livros contábeis.
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BEMEP
A
B
C
Bernardo de
Mello
Ainda, a remuneração era paga
diretamente a Bernardo de Mello pelas
empresas administradas.
Acredita-se que o intuito desta estrutura foi
contornar o veto à distribuição de dividendos
a sócios que estavam sujeitas as empresas
A, B e C, pela inadimplência de tributos das
empresas, além de reduzir a tributação.
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Luis Felipe
Scolari
Dona Olga
Sociedade
Esportiva Palmeiras
L.F. Promoções
Serviços e
Participações Ltda.
A empresa L.F. Promoções Serviços e
Participações Ltda., pré-existente ao
planejamento, firmou contrato com a
Sociedade Esportiva Palmeiras, tendo como
objeto a prestação de serviços de técnico de
futebol pelo seu sócio, Luis Felipe Scolari.
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Luis Felipe
Scolari
Dona Olga
L.F. Promoções
Serviços e
Participações Ltda.
O fisco considerou que o que havia, na
realidade, era uma relação entre o
Palmeiras e o técnico, com interposta
pessoa para tentar escapar do vínculo
trabalhista. Sendo assim, alocou a receita
como se do técnico fosse.
Ainda, o fisco identificou que o tipo
societário (empresa ltda.) não era
compatível com a prestação de serviços
intelectuais, motivo que reforçava o
caráter simulatório da estrutura.
Sociedade
Esportiva Palmeiras
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Gustavo
Kuerten
Rodrigo
Kuerten
Guga Kuerten
Participações e
Empreendimentos
Ltda.
B
C
D
E
F
O tenista Gustavo Kuerten constituiu
sociedade com seu irmão, empresário
e também tenista, Rodrigo Kuerten.
As quotas da empresa eram
repartidas igualmente (50%
para cada) e esta proporção era
respeitada na distribuição de
lucros.
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Gustavo
Kuerten
Rodrigo
Kuerten
Guga Kuerten
Participações e
Empreendimentos
Ltda.
B
C
D
E
F
O tenista Gustavo Kuerten cedeu os
direitos patrimoniais à imagem à
empresa, que a explorava mediante
contrato com diversas empresas
As rendas de premiação em
torneios e com patrocinadores
no exterior eram de titularidade
do tenista e tributadas na
pessoa física.
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Gustavo
Kuerten
Rodrigo
Kuerten
Guga Kuerten
Participações e
Empreendimentos
Ltda.
B
C
D
E
F
Fiscalização entendeu que o uso da
sociedade não possuía propósito
negocial, e que as rendas deveriam
ser tributadas na pessoa física do
tenista.
Voto-vencedor do CARF considerou
direito de imagem como serviço,
quando na verdade é cessão de bem.
Ainda, o planejamento possuía
propósito negocial (o irmão cuidava
dos contratos, enquanto o tenista cedia
os direitos de imagem)
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Bernardo de Mello Paz Felipão Gustavo Kuerten
Confusão patrimonial + - -
Contratante
único/vinculado+ + -
Ausência/poucas
despesas+ + n/a
Número de Sócios/
Proporção no Capital+ + -
Incompatibilidade do tipo
societárion/a + n/a
Endereço irregular + - -
Objeto contratual: serviço + + -
Objeto contratual: cessão
de imagem- + +
Funcionários - n/a +
Resultado: Inválido Inválido Inválido
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O elemento mais importante, para o CARF, éa existência de propósito negocial, motivoextratributário predominante. Se o únicomotivo é o tributário, então o Conselho temconsiderado o planejamento um abuso deforma.
Nem sempre o motivo (motivo real)corresponde à motivação (motivo aparente).Sendo assim, é ônus do fisco comprovar quehá diferença entre motivo e motivação, e queaquele é exclusivamente tributário.
![Page 29: Rafael pandolfo 26-05-14- planejamento](https://reader037.vdocuments.pub/reader037/viewer/2022103018/5599b8b61a28ab92658b46cb/html5/thumbnails/29.jpg)
The bridge
www.academiatributaria.com.br29
![Page 30: Rafael pandolfo 26-05-14- planejamento](https://reader037.vdocuments.pub/reader037/viewer/2022103018/5599b8b61a28ab92658b46cb/html5/thumbnails/30.jpg)
Bernardo de Mello• Simulação;
Caso Felipão• Dissimulação
Caso Gustavo Kuerten• Planejamento tributário lícito;
![Page 31: Rafael pandolfo 26-05-14- planejamento](https://reader037.vdocuments.pub/reader037/viewer/2022103018/5599b8b61a28ab92658b46cb/html5/thumbnails/31.jpg)
“Se alguém não sabe para que porto está
velejando, nenhum vento é favorável”
Sêneca