REDEMOCRATIZAÇÃODO BRASIL
MÓDULO 13 | A TRANSIÇÃO DO SÉCULO XX PARA XXI
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No final dos anos 1970 a Ditadura Militar Brasileira dava sinais de esgotamento. A crise econômica que assolava o mundo depois de 1973 (Crise do Petróleo) impossibilitava o “Milagre Brasileiro” de continuar. A pressão popular por democracia somava-se aos problemas econômicos e levava os militares a iniciar a abertura “lenta, gradual e segura” desde o governo Geisel.
Em 1979 a Lei da Anistia perdoou os inimigos da Ditadura e permitiu que muitos intelectuais e artistas voltassem de seus exílios no exterior. No início dos anos 80, o pluripartidarismo e as eleições diretas em estados e capitais voltava. Havia o desmanche gradual de todo o aparelho de censura e repressão da ditadura.
Mesmo com a derrotada da Emenda Dante de Oliveira (1984), proposta de emenda nascida do movimento Diretas Já em 1984, o regime militar chegaria ao fim na última eleição indireta de nosso país em 1985, quando Tancredo Neves e José Sarney venceram o pleito para presidência.
Iniciava o período da Redemocratização, que teria que conviver com a herança militar do endi-vidamento e a inflação. Desde então, constrói-se mais um capítulo da história do Brasil.
Campanha Diretas Já, 1984.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-01-24/maior-mov-
imento-popular-da-historia-do-brasil-diretas-ja-completa-30-anos.html
A partir da eleição, ainda indireta, de Tancredo Neves para presidente do Brasil, os militares final-mente se afastavam do poder. O país entrava em um período de redemocratização, mas com uma enorme herança do regime ditatorial que havia se seguido, havia a grande disparidade social e uma imensa dívida externa que nos assombra até hoje. A economia brasileira era marcada pela superin-flação. Ainda, na esfera política, houve a doença do presidente, que não chegou a assumir, falecendo, e cedendo lugar a seu vice, José Sarney, primeiro presidente deste novo período, mas que já tinha sido um dos grandes nomes dentro da ARENA.
Nesta fase da história do Brasil, vemos nosso país a procura da democracia, do ajuste econômico e social, ainda vamos ver o Brasil se inserindo no processo de globalização e adotando a política neoliberal.
GOVERNO SARNEY (1985-89)
O governo de José Sarney foi marcado pela busca de métodos para o combate à inflação, prin-cipalmente com o lançamento do plano cruzado, do ministro Dílson Funaro.
P L A N O C RU Z A D O ( 1 9 8 6 )
— Combate à inflação;
— Congelamento de preços por um ano;
— Reajuste salarial e abono;
— “Gatilho salarial”
— Consequências do plano: ágio, desabastecimento.
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N OVO S P L A N O S E C O N Ô M I C O S
1986 | Plano Cruzado II: descongelamento de
preços e inflação;
1987 | Plano Bresser: congelamento de preços e
salários por 90 dias;
1989 | Plano Verão: devido à expectativa de novo
congelamento, os empresários promoviam um
aumento de preços, desencadeando o crescimento
da inflação, que chegou a 1764% no último anos do
governo Sarney.
M O R ATÓ R I A
Em 1987, devido aos problemas econômicos, o Brasil acabou por declarar a “Moratória Técnica” (impossibilidade de pagar os juros da dívida externa).
C O N S T I T U I Ç ÃO D E 1 9 8 8
Um dos pontos positivos do governo Sarney foi a promulgação da nova constituição brasileira, que colocou (pelo menos em teoria) o nosso país como um dos mais democráticos do mundo.
CARACTERÍSTICAS:
— democracia liberal, com separação dos 03 poderes
e eleição direta dos principais cargos;
— possibilidade de 2º turno nas eleições para cargo de presidente, governador e municípios com mais de 200.000 eleitores;
— voto obrigatório entre 18 e 70 anos, facultativo a analfabetos e jovens dos 16 aos 18 anos;
— liberdade sindical e garantia do direito de greve;
— nacionalismo econômico, com reserva de deter-minadas atividades ao Estado;
— intervenção do Estado na economia;
— direitos trabalhistas e assistência social para população;
— descentralização administrativa e financeira;
— racismo considerado crime inafiançável;
— previa plebiscito para 05 anos após promulgação da constituição para definir forma de governo: presidencialismo, parlamentarismo ou monarquia.
GOVERNO COLLOR (1990-92)
Collor surgiu nas eleições de 1989 como um fenômeno. Praticamente desconhecido, concor-rendo por um partido criado às pressas para sua candidatura (o PRN), era o candidato ideal que os setores conservadores queriam para evitar a ascensão da esquerda (diga-se: Lula) ao poder.
Com um discurso bastante populista, Collor conseguia a simpatia da população. Ele se dizia “o caçador de marajás”, o representante dos “descam-isados”, fazia Cooper, andava de jet-ski, era jovem, boa-pinta. Mas não é só isso: recebeu o apoio descarado de alguns setores da mídia.
Collor derrotou Lula nas primeiras eleições diretas para presidente que o Brasil teria desde a ditadura. Vejamos o que fez Collor...
Imagem:Collor e Roseane
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E C O N O M I A – P L A N O C O L LO R ( 1 9 9 0 )
— Reintroduzia o Cruzeiro e congelava os preços.
Para evitar o desabastecimento confiscou todas
as poupanças e contas correntes acima de 50 mil
cruzeiros, por um prazo de 18 meses.
— Corte nos gastos públicos, com demissão de
funcionários do governo e aumento de impostos;
— Anúncio de privatizações e diminuição dos
impostos de importação.
Com isso, o plano pretendia tornar a economia brasileira mais eficiente, com um Estado mais “enxuto” e um setor privado voltado para a adequação à concorrência com produtos estrangeiros. Pretendia também a entrada de grande volume de merca-dorias importadas a preços baixos, uma vez que seus impostos haviam sofrido cortes, para, assim, favorecer a queda da inflação.
Nos primeiros meses, o plano obteve a queda da inflação e a contenção do consumo; logo em seguida, no entanto, o país mergulhou em profunda recessão. O nível de atividade industrial despencou com a concorrência estrangeira, só agravando o quadro social. As demissões se multiplicaram num nível alarmante, tendência mantida nos anos seguintes.
VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo.História para o Ensino Médio. Scipione, 2001.
P L A N O C O L LO R I I ( 1 9 9 1 )
Nova tentativa de conter inflação, com conge-lamento de preços e salários e aumento das taxas de juros.
I M P E AC H M E N T
Em 1991 foram feitas denúncias de que Paulo César Farias, o PC, amigo pessoal de Collor e tesoureiro de sua campanha, estaria pressionando dirigentes de estatais para realização de negócios favoráveis a grupos particulares.
Em 1992, Pedro Collor, irmão do presidente, denunciava que Fernando Collor era beneficiário de transações financeiras obscuras, levando o Congresso Nacional a instalação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o funcio-namento do chamado ”Esquema PC”.
Descobriu-se que homens de negócio forne-ciam dinheiro para Collor e alguns parlamentares em troca de favores governamentais.
O “caçador de marajás” era na verdade um “caçador de si mesmo”. A descoberta do Esquema PC levou milhares de pessoas às ruas em protesto contra o presidente. Collor renunciaria antes de ser afastado. Em seu lugar assumiria seu vice-pres-idente, o mineiro Itamar Franco.
GOVERNO ITAMAR FRANCO (1992-94)
Assumiu o poder após Collor, seu vice, Itamar Franco. No seu governo ocorreu um período de tranquilidade política com economia dando sinais de melhora, voltando a crescer chegando a atingir, em 1994, a taxa de 5%.
Porém, o grande destaque do Governo Itamar Franco ficou por conta do novo plano econômico, o P l a n o R e a l , d o ministro Fernando Henrique Cardoso.
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O P L A N O R E A L
— Contenção da inflação sem congelamento de preços ou confiscos;
— Criação da URV (Unidade Real de Valor) como moeda referência para o futuro Real;
— Real: equivalência com o Dólar (1x1);
— Abertura econômica.
GOVERNO FHC (1994-2002)
FHC obteve êxito em seu plano de combate à inflação e isso auxiliou sua vitória eleitoral em 1º turno contra Lula e outros candidatos.
A grande marca do governo FHC foi a adesão ao Neoliberalismo, observe os principais acontecimentos:
— Privatizações: Companhia Siderúrgica Nacional, Companhia Vale do Rio Doce, Telefonia;
— Fim do monopólio da Petrobrás sobre a extração e o refinamento de petróleo no Brasil;
— Abertura econômica – Globalização;
— Falência de empresas brasileiras;
— Aumento do desemprego;
— Mercosul inicia em 1995 – União Aduaneira entre Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina;
— 1997: Emenda constitucional permite reeleição;
— Segundo Mandato: vitória em 1º turno;
— 1999: Itamar Franco (governador de MG) decreta
moratória de MG por 90 dias. Consequência: fuga de
capitais do país, queda na bolsa de valores, desval-
orização do real;
— Questão fundiária MST x Governo;
— Economia “recomendações” do FMI.
GOVERNO LULA (2003-2010)
Em 2002, foi eleito Luís Inácio Lula da Silva, líder histórico da oposição e um dos fundadores de seu partido (PT). Lula chegou ao poder representando um anseio por mudanças, por reformas sociais. O ex-operário subiu ao poder com propostas alterna-tivas ao Neoliberalismo. Apesar de sua proposta, o novo governo seguiu a cartilha do FMI, promov-endo reformas questionáveis como as reformas da previdência e tributária.
Do ponto de vista da política externa, o governo Lula demonstrou forte liderança em seu bloco regional, o Mercosul, e apontou para a liderança entre os países em desenvolvimento.
P R I N C I PA I S D E S TAQ U E S
— Aproximação com os países em desenvolvimento
(China, África do Sul, México, Índia, etc.);
— Fortalecimento do MERCOSUL e não adesão
à proposta da ALCA (Área de Livre Comércio das
Américas);
— Programas sociais: Bolsa Escola, Bolsa Família,
Fome Zero;
— Contexto de crescimento da classe média e
diminuição dos brasileiros abaixo da linha da miséria;
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— PAC – programa de aceleração do crescimento;
— Brasil = liderança da América Latina e um dos
líderes do G20 (grupo de “oposição” ao G8);
— Investimentos em Universidades Federais, com
a expansão dos campi e criação do Pro-UNI.
— Escândalos de Corrupção, com destaque para
o “Mensalão” (julgado em 2013);
— Grande aprovação popular, encerrando o mandato
com aprovação de 83%.
GOVERNO DILMA ROUSSEFF (2011-16)
Aparece como sucessora do Presidente Lula, depois de ser Ministra da Casa Civil do ex-presi-dente. Assume dando continuidade ao projeto de governo do PT, com a manutenção do Bolsa-família, dos investimentos em áreas públicas, prosseguim-ento do PAC (em sua segunda fase, o PAC 2).
D E S TAQ U E S
— Dilma tornou-se a primeira mulher a discursar na
abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas
(ONU), em 2012;
— Corte de impostos sobre os produtos da cesta
básica;
— Cortes no IPI (imposto sobre produção indus-
trial) para incentivar a produção e consumo;
— Redução da tarifa de energia elétrica;
— Sofreu impeachment – pedaladas fiscais.
MICHEL TEMER (2016-)
Desde o Impeachment de Dilma, seu vice-pres-idente Michel Temer assumiu a função presiden-cial. Existe um grande debate sobre o afastamento de Dilma, com o antagonismo de opiniões girando em torno de Impeachment vs. Golpe.
De qualquer modo, Temer tem levado adiante medidas de austeridade, como a flexibilização das leis trabalhistas, a lei da terceirização, o congela-mento de investimentos em educação e saúde por 20 anos e tenta aprovar a Reforma da Previdência.
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1. (ENEM 2015) Não nos resta a menor dúvida de que a principal contribuição dos diferentes tipos de movimentos sociais brasileiros nos últimos vinte anos foi no plano da reconstrução do processo de democratização do país. E não se trata apenas da reconstrução do regime político, da retomada da democracia e do fim do Regime Militar. Trata-se da reconstrução ou construção de novos rumos para a cultura do país, do preenchimento de vazios na condução da luta pela redemocratização, constitu-indo-se como agentes interlocutores que dialogam diretamente com a população e com o Estado.
GOHN, M. G. M. Os sem-terras, ONGs e cidadania.São Paulo: Cortez, 2003 (adaptado).
No processo da redemocratização brasileira, os novos movimentos sociais contribuíram para
a) diminuir a legitimidade dos novos partidos políticos então criados.
b) tornar a democracia um valor social que ultra-passa os momentos eleitorais.
c) difundir a democracia representativa como obje-tivo fundamental da luta política.
d) ampliar as disputas pela hegemonia das enti-dades de trabalhadores com os sindicatos.
e) fragmentar as lutas políticas dos diversos atores sociais frente ao Estado.
2. (ENEM 2014)
A discussão levantada na charge, publicada logo após a promulgação da Constituição de 1988, faz referência ao seguinte conjunto de direitos:
a) Civis, como o direito à vida, à liberdade de expressão e à propriedade.
b) Sociais, como direito à educação, ao trabalho e à proteção à maternidade e à infância.
c) Difusos, como direito à paz, ao desenvolvimento sustentável e ao meio ambiente saudável.
d) Coletivos, como direito à organização sindical, à participação partidária e à expressão religiosa.
e) Políticos, como o direito de votar e ser votado, à soberania popular e à participação democrática.
EXERCÍCIOS REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL
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3. (ENEM 2011)
A análise da tabela permite identificar um inter-valo de
a) 1940-1950 – direito de voto para os ex-escravos.
b) 1950-1960 – fim do voto secreto.
c) 1960-1970 – direito de voto para as mulheres.
d) 1970-1980 – fim do voto obrigatório.
e) 1980-1996 – direito de voto para os analfabetos.
4. (ENEM 2016) Batizado por Tancredo Neves de “Nova República”, o período que marca o reen-contro do Brasil com os governos civis e a democ-racia ainda não completou seu quinto ano e já viveu dias de grande comoção. Começou com a tragédia de Tancredo, seguiu pela euforia do Plano Cruzado, conheceu as depressões da inflação e das ameaças da hiperinflação e desembocou na movimentação que antecede as primeiras eleições diretas para presidente em 29 anos. O álbum dos presidentes: a história vista pelo JB. Jornal do Brasil, 15 nov.1989.
O período descrito apresenta continuidades e rupturas em relação à conjuntura história anterior. Uma dessas continuidades consistiu na
a) Representação do legislativo como a fórmula do bipartidarismo.
b) Detenção de lideranças populares por crimes de subversão.
c) Presença de políticos com trajetórias no regime autoritário.
d) Prorrogação das restrições advindas dos atos institucionais.
e) Estabilidade da economia com o congelamento anual de preços
5. (ENEM 2011)
Movimento dos Caras-Pintadas
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 17 abr. 2010 (adaptado). (Foto: Reprodução/Enem)
O movimento representado na imagem, do início
dos anos de 1990, arrebatou milhares de jovens
no Brasil.
Nesse contexto, a juventude, movida por um forte
sentimento cívico,
a) aliou-se aos partidos de oposição e organizou a
campanha Diretas Já.
b) manifestou-se contra a corrupção e pressionou
pela aprovação da Lei da Ficha Limpa.
c) engajou-se nos protestos relâmpago e utilizou
a internet para agendar suas manifestações.
d) espelhou-se no movimento estudantil de 1968
e protagonizou ações revolucionárias armadas.
e) tornou-se porta-voz da sociedade e influen-
ciou no processo de impeachment do então pres-
idente Collor.
6. (UFJF) Leia o texto abaixo e, em seguida, responda
o que se pede:
“Na cidade do Rock em Jacarepaguá 200 mil jovens
se comprimiam enquanto acontecia a apresentação
do grupo Barão Vermelho na noite de terça-feira,
15 de janeiro de 1985. Muitos estavam vestidos
de verde e amarelo ou empunhavam bandeiras do
Brasil. Era o primeiro Rock in Rio e havia um intenso
clima de brasilidade no palco e na multidão. Aqueles
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milhares e milhares de jovens vibraram e choraram
de emoção, quando após interpretar “Pro dia nascer
feliz”, Cazuza deu sua mensagem final: ‘Que o dia
nasça feliz para todo mundo amanhã. Em um Brasil
novo, uma rapaziada esperta. Valeu’
(NOBLAT, Ricardo). http://noblat.oglobo.globo.com/artigos/noticia/2015/01/pro-dia-nascer-feliz.html
A mensagem final de Cazuza na primeira edição do
Rock in Rio, em 1985, remete à ideia de um “Brasil
novo”, que estava sendo construído no contexto da
transição da ditadura à democracia no Brasil. Sobre
o contexto mais amplo dos anos 1980, é CORRETO
afirmar que:
a) ocorreram as manifestações em torno das “Diretas
Já!” e aprovação da emenda Dante de Oliveira que
permitiu aos brasileiros elegerem, pela primeira
vez, de forma direta Tancredo Neves como Presi-
dente da República.
b) foram realizados os julgamentos relacionados
com a Lei da Anistia, de 1979, que possibilitaram
condenar militares acusados de cometer crimes
durante a ditadura militar.
c) após o fim do bipartidarismo em 1979, que
limitava as disputas aos partidos Arena e MDB,
aconteceram, nos anos 1980, as primeiras eleições
com sistema pluripartidário.
d) este período foi marcado pelo enfraquecimento
de movimentos sociais, em especial dos sindicatos,
que perderam a força política que possuíam nos
anos 1960 e 1970.
e) os governos de João Figueiredo e de José Sarney
desenvolveram planos econômicos que estabili-
zaram a moeda e enfrentaram os problemas infla-
cionários do país naquela conjuntura.
7. (FGV) “[A Década Perdida] pode ser a década de
1980, mas pode ser também uma década ‘expan-
dida’, começando em 1982, com a moratória mexi-
cana, e terminando em 1994 com o Plano Real. Ou
começando mesmo antes, em 1979, quando teve
início, com o catastrófico episódio da pré-fixação da
correção monetária, toda uma série de feitiçarias
cuja expressão mais madura seria os choques heterodoxos, dos quais o Cruzado e o Collor seriam os mais assustadores. A Década Perdida parece, portanto, uma década longa, até porque foi sofrida no campo econômico e pontilhada de frustrações no plano político.”
(FRANCO, Gustavo. A década perdida e a das reformas. Jornal do Brasil, 30/01/2000)
O sofrimento no campo econômico e as frustrações no plano político a que o autor se refere são:
a) Os altos índices de inflação que o país apresen-tava na época, o desemprego e a crise social, aliados ao fortalecimento da ditadura militar no governo João Figueiredo.
b) O descontrole inflacionário, os altos índices de desemprego, o fracasso de sucessivos planos econômicos e, no plano político, a derrota da emenda das Diretas Já e a morte de Tancredo, entre outros fatos.
c) A sucessão de planos econômicos que fracassaram no combate ao processo inflacionário, o alto índice de desemprego no período e a decepção provocada pela eleição direta de Tancredo Neves.
d) A escalada inflacionária e a recessão, gerando desemprego e crise social, o que levou o governo a adotar medidas repressivas para controlar a esca-lada de violência, como o fechamento do Congresso e a imposição do Pacote de Abril.
e) A estagnação da economia do país, o desem-prego e os altos índices inflacionários, no campo econômico, e, no plano político, as sucessivas vitórias da ARENA e do PDS nas eleições legisla-tivas e executivas no início da década.
8. (ESPM) Com a volta dos militares aos quartéis e redemocratização do Brasil, o presidente José Sarney convocou uma Assembleia Nacional Consti-tuinte, que foi eleita em novembro de 1986. Em 5 de outubro de 1988 foi promulgada aquela que ficou conhecida por “Constituição Cidadã”. Assi-nale entre as alternativas aquela que apresenta novidades incorporadas ao texto constitucional brasileiro em 1988:
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a) Ampliação da cidadania com a extensão do direito de voto aos analfabetos; criação do “habeas-data” que permite ao cidadão obter informações rela-tivas à sua pessoa, constantes de registros oficiais.
b) Ampliação da cidadania com a extensão do direito de voto aos maiores de 16 anos - voto facultativo; fim da unicidade sindical.
c) Fim da unicidade sindical; obrigação das empresas estrangeiras manterem no mínimo 2/3 de empre-gados brasileiros.
d) Instituição da reeleição para a presidência da república e mandato presidencial de cinco anos.
e) Voto universal obrigatório para maiores de 18 anos (exceto analfabetos, soldados e cabos); o direito do presidente baixar decretos com força de lei.
9. (UERJ) Há dois modelos clássicos de organização [do Estado]: o do Estado Unitário ou centralizado e aquele do Estado Federal. (...) No caso do Brasil, há uma estrutura federativa pela Constituição. Apesar de ter passado por períodos de maior ou menor funcionamento como uma federação, todas as Constituições da República definiram a divisão de poderes e de atribuições das escalas territo-riais do Estado.
(adaptado de CASTRO, Iná Elias de. “Geografia e política”. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005).
Dois momentos da História do Brasil nos quais o federalismo adquiriu menor e maior intensidade, respectivamente, são:
a) República Velha e Estado Novo
b) Regime Militar e Período pós-1988
c) Segundo governo Vargas e Governo Dutra
d) Governo de Juscelino Kubitschek e Período 1930-37
10. (UFPR) “E as esperanças vão sendo frustradas uma a uma: as Diretas Já, a eleição de Tancredo, o Plano Cruzado, o Plano Collor. E agora o Plano Real, que, passada a euforia, vai revelando sua verda-deira face. O resultado é um só: a ruptura do elo
que ligava, precariamente, é verdade, o esforço
produtivo coletivo à luta individual. Com isso, a
auto-estima do povo brasileiro declina, a ideia de
nação esmaece. As manifestações deste fenômeno
são perceptíveis claramente na substituição da
figura do cidadão pelo contribuinte e, especial-
mente, pela do consumidor. Volta a se impor avas-
saladoramente a identificação entre modernidade
e consumo ‘padrão primeiro mundo’. O cosmopolit-
ismo das elites globalizadas, isto é, seu american-
ismo, chega ao paroxismo, transmitindo-se à nova
classe média, que alimenta a expectativa de combinar
o consumo ‘superior’ e os serviçais que barateiam
seu custo de vida.”
(MELLO, João Manuel Cardoso de e NOVAIS, Fernando A. Capital-ismo tardio e sociabilidade moderna. In: “História da vida privada
no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea”. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 655-656.)
Com base na leitura do texto, que aborda eventos
ocorridos nos últimos vinte anos do século XX no
Brasil, considere as afirmativas a seguir:
1. O texto registra várias iniciativas na mobilização
política e no plano da regulamentação da economia
que, frustradas, levaram a população brasileira em
geral a encarar com descrédito os rumos do país no
derradeiro instante do século passado.
2. O texto destaca o fortalecimento da ideia de
nação no fim do século XX, que resultou na ampli-
ação da auto-estima nacional e na preponderância
da ação coletiva organizada, em detrimento da
atuação interessada em atingir objetivos pura-
mente individuais.
3. O texto assinala que a nova classe média urbana,
ao assumir um comportamento vinculado ao “padrão
primeiro mundo”, afastou-se da influência até então
determinante do modo de vida norte-americano.
4. Percebe-se no texto uma crítica explícita à
imposição de um consumismo que subordina os
interesses humanos a sua capacidade de consumo,
gerando uma expectativa que reduz o bem-estar à
quantidade de objetos e bens adquiridos.
Assinale a alternativa correta:
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a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
11. (PUCCAMP) Para responder à questão, analise
o gráfico a seguir:
A eleição presidencial de 1989 foi um marco impor-
tante de redemocratização do Brasil. No processo
histórico das últimas décadas, essa eleição repre-
sentou o resultado
a) do embate político entre as forças de direita e
de esquerda, que disputavam o controle do movi-
mento pelas “diretas já” desde a eleição, pelo sufrágio
universal, do presidente Tancredo Neves, em 1985.
b) das lutas políticas de setores progressistas da
sociedade brasileira, que objetivavam resgatar o
direito ao voto direto para presidência da República
que tinha sido abolido pelo Ato Institucional no 2,
em 1965.
c) do planejamento político delineado pelo pres-
idente Castelo Branco, que definiu, no Ato Insti-
tucional no 3, retomada do processo democrático
para o final da década de 1990.
d) da luta armada realizada por grupos trotskistas
e leninistas, que conseguiram neutralizar a ação do
aparelho militar, abrindo espaço para a ação dos
setores democráticos que defendiam o direito ao
voto direto.
e) da vitória da atuação dos juristas pela institu-
ição do estado democrático no Brasil, que conse-
guiram estabelecer as primeiras eleições diretas,
por meio do sufrágio universal, na história do país.
12. (PUCCAMP) Observe os dados do gráfico:
Nos últimos anos, a população brasileira familiar-
izou-se com análises e discussões sobre modelos
econômicos, sobretudo pela série de planos
econômicos estabelecidos no Brasil nas décadas
de 1980 e 1990. Numa perspectiva histórica sobre
a implantação desses planos e de acordo com os
dados do gráfico, pode-se afirmar que
a) o Plano Cruzado trouxe prejuízos incalculáveis
para os trabalhadores, uma vez que provocou uma
redução brutal da oferta de trabalho.
b) os planos Cruzado e Real beneficiaram os
trabalhadores rurais, em razão da queda vertigi-
nosa do desemprego no campo, que caiu de 7,81%
para 4,39% e de 5,90% para 4,42%.
c) o Plano Real provocou o aumento das taxas
de desemprego nas regiões metropolitanas, em
razão, entre outras, da política de juros altos, da
redução do deficit público e da política de privat-
izações das estatais.
d) o Plano Collor, ao favorecer a abertura da
economia, promoveu um grande crescimento
econômico, razão pelo qual verifica-se uma queda
acentuada da taxa de desemprego.
e) os planos não alteravam os níveis de desem-
prego, uma vez que as medidas estabelecidas
não atingiam os diferentes setores produtivos da
economia brasileira.
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13. (UERJ)
(NOVAES, Carlos E. e LOBO, César. “História do Brasil para principiantes”. São Paulo: Ática, 1999.)
A charge acima nos remete às eleições presiden-
ciais de 1989, vencidas por Fernando Collor, que
governou de 1990 até seu impeachment em 1992.
Uma característica da política econômica imple-
mentada por esse governo que o diferencia dos
anteriores é:
a) estatização das indústrias de base
b) adoção do ortodoxismo monetário
c) aumento do número de empresas estatais
d) abertura da economia aos produtos estrangeiros
14. (FGV) “O Plano Collor foi o mais violento ato
de intervenção estatal na economia brasileira, na
segunda metade do século. No entanto, ao estran-
gular a inflação, ele abriu as portas para uma ampla
liberalização”. (Jayme Brener, “Jornal do século XX”)
Sobre esse plano, inserido em uma ordem neolib-
eral, é correto afirmar que:
a) se pautou pela ampliação do meio circulante, por
meio do aumento dos salários e das aposentadorias;
liquidou empresas públicas e de economia mista
que geravam prejuízo; estabeleceu uma política
fiscal de proteção à indústria nacional.
b) criou um imposto compulsório sobre os inves-
timentos especulativos para o financiamento da
infraestrutura industrial; liberou a importação dos
insumos industriais e restringiu a importação de
bens de consumo não-duráveis.
c) estabeleceu-se uma nova política cambial, com um
controle mais rígido realizado pelo Banco Central;
demissão em massa de funcionários públicos concur-
sados; aumentou a renda tributária por meio da
criação do Imposto sobre Valor Agregado.
d) objetivou a privatização de empresas estatais;
diminuiu as restrições à presença do capital
estrangeiro no Brasil; gerou a ampliação das impor-
tações e eliminaram-se subsídios, especialmente
das tarifas públicas.
e) aumentou a liberdade sindical com uma ampla
reforma na CLT e revogou a opressiva lei de greve;
recriou empresas estatais ligadas à exploração e
refino de petróleo; congelou os capitais especula-
tivos dos bancos e dos investidores estrangeiros.
15. (CFTMG) Analise a imagem:
A charge retrata a(o)
a) salto da violência nos grandes centros urbanos,
decorrente da falta de políticas de segurança pública.
b) ascensão de um governo marcado por escândalos
políticos, terminando na deposição do presidente.
c) sucesso do Brasil nas Olimpíadas de Barcelona,
graças ao forte investimento no setor esportivo por
parte do governo.
d) situação econômica agravada pela inflação,
fazendo o povo exercitar novas alternativas diante
dos aumentos de preços.
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16. (CFTMG) A questão a seguir refere-se a um
trecho do discurso de posse do Presidente Fernando
Collor de Melo em 1990.
“Entendo assim o Estado não como produtor,
mas como promotor do bem estar coletivo. Daí a
convicção de que a economia de mercado é a forma
comprovadamente superior de geração de riqueza,
de desenvolvimento intensivo e sustentado.[...]
Não abrigamos, a propósito, nenhum preconceito
colonial ante o capital estrangeiro. Ao contrário:
tornaremos o Brasil, uma vez mais, hospitaleiro em
relação a ele […] Não nos anima a ideia de discrim-
inar nem contra nem a favor dos capitais externos,
mas esperamos que não falte seu concurso para a
diversificação da indústria, a ampliação do emprego
e a transferência de tecnologia em proveito do
Brasil. Em síntese, essa proposta de modernização
econômica pela privatização [...] é a esperança de
completar a liberdade política, reconquistada com
a transição democrática, com a mais ampla e efetiva
liberdade econômica”.
(Discurso Pronunciado por Sua Excelência o Senhor Fernando Collor, Presidente da República Federativa do Brasil na Cerimônia
de Posse no Congresso Nacional em 15 de marco de 1990).
Esse texto explicita que o governo conduzira suas
ações com base na(o)
a) queda constante das taxas de juros, visando
elevar o poder de compra e o controle da inflação.
b) fortalecimento da indústria nacional sob o
controle do Estado com o objetivo de aquecer o
mercado interno.
c) política de abertura econômica com práticas
neoliberais implementadas a partir de sucessivos
planos estatais.
d) incentivo a uma política de bem-estar, ampli-
ando serviços sociais e direitos trabalhistas para
intensificar a produção.
17. (FUVEST) O presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), disse nesta segunda-feira [30/5] que o
impeachment do ex-presidente Fernando Collor de
Mello foi apenas um “acidente” na história do Brasil.
Sarney minimizou o episódio em que Collor, que
atualmente é senador, teve seus direitos políticos
cassados pelo Congresso Nacional. “Eu não posso
censurar os historiadores que foram encarre-
gados de fazer a história. Mas acho que talvez esse
episódio seja apenas um acidente que não devia
ter acontecido na história do Brasil”, disse o pres-
idente do Senado.
Correio Braziliense, 30/05/2011.
Sobre o “episódio” mencionado na notícia
acima, pode-se dizer acertadamente que foi um
acontecimento
a) de grande impacto na história recente do Brasil
e teve efeitos negativos na trajetória política de
Fernando Collor, o que fez com que seus atuais
aliados se empenhem em desmerecer este episódio,
tentando diminuir a importância que realmente teve.
b) nebuloso e pouco estudado pelos historiadores,
que, em sua maioria, trataram de censurá-lo, imped-
indo uma justa e equilibrada compreensão dos fatos
que o envolvem.
c) acidental, na medida em que o impeachment
de Fernando Collor foi considerado ilegal pelo
Supremo Tribunal Federal, o que, aliás, possibil-
itou seu posterior retorno à cena política nacional,
agora como senador.
d) menor na história política recente do Brasil, o que
permite tomar a censura em torno dele, promovida
oficialmente pelo Senado Federal, como um episódio
ainda menos significativo.
e) indesejado pela imensa maioria dos brasileiros,
o que provocou uma onda de comoção popular e
permitiu o retorno triunfal de Fernando Collor à cena
política, sendo candidato conduzido por mais duas
vezes ao segundo turno das eleições presidenciais.
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18. (UEMG) Eleito em novembro de 1989, chega ao poder, no Brasil, um presidente de raízes cari-ocas e de carreira política em Alagoas (onde admin-istrou o Gazeta Alagoana), vindo de um pequeno partido, o PRN (Partido da Reconstrução Nacional). Durante o governo de Fernando Affonso Collor de Mello, vários escândalos eclodiram, enfraquecendo a base aliada e a aceitação popular, em meio aos protestos dos “caras pintadas”, nome pelo qual ficou conhecida a juventude desse período, que saiu às ruas clamando pelo impeachment do presidente. O movimento popular surtiu efeito, e o presidente Collor deixou o poder.
O que motivou a retirada de Fernando Collor da presidência da república?
a) A rede de corrupção montada por Collor e por seu tesoureiro, Paulo César Farias, conhecida como “Esquema PC”.
b) A demissão de uma grande aliada de Collor, a ministra Zélia Cardoso de Mello, que, temendo sofrer represália, deixou o Ministério da Fazenda.
c) O fracasso da abertura econômica para produtos importados, que reduziu impostos para promover a modernização da indústria brasileira.
d) Os escândalos deixados por Collor no governo de Alagoas, que só foram descobertos após ele ter assumido a presidência.
19. (UFF) Em outubro de 1994, embalado pelo sucesso do Plano Real, Fernando Henrique Cardoso foi eleito Presidente da República. Em seu discurso de despedida do Senado, se comprometia a acabar com o que denominava “Era Vargas”: “(...) Eu acredito firmemente que o autoritarismo é uma página virada na história do Brasil. Resta, contudo, um pedaço do nosso passado político que ainda atra-vanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas.” (14/12/1994)
O presidente eleito governou o Brasil por dois mandatos, iniciando a consolidação da política neoliberal no país, principiada pelos presidentes ColIor e Itamar Franco. Sobre os dois mandatos (1995-2002), pode-se afirmar que se caracterizam
a) pela manutenção do poder aquisitivo dos que se aposentavam; estabelecimento do monopólio nacional sobre as telecomunicações, através das empresas estatais; e nacionalização do sistema financeiro.
b) pelo elevado crescimento econômico, com média anual de cerca de 5% ao ano; grande investimento em infraestrutura e educação; distribuição de renda; e aumento da capacidade econômica do Estado.
c) pela política social de inclusão, com a criação da Bolsa Família; facilitação do ingresso de carentes na Universidade; restrição aos investimentos estrangeiros; e elevados incentivos à agricultura familiar.
d) pelo rompimento com a política econômica orig-inada pelo “Consenso de Washington”; consoli-dação do sistema financeiro estatal; e reforço da legislação trabalhista gestada na primeira metade do século XX.
e) pelo limitado crescimento econômico; privat-ização das empresas estatais; diminuição do tamanho do Estado; e apagão energético, que levou ao racio-namento e ao aumento do custo da energia.
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20. (UFRN) Voltei nos braços do povo. A campanha
subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos
grupos nacionais (...) Quis criar a liberdade nacional
na potencialização de nossas riquezas através da
Petrobrás; mal ela começa a funcionar, a onda de
agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada
até o desespero. Não querem que o trabalhador seja
livre. Não querem que o povo seja independente.
Carta-testamento do presidente Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954. DEL PRIORE, Mary et al. “Documentos de história do
Brasil: de Cabral aos anos 90”. São Paulo: Scipione, 1997. p. 98-99.
O Estado começou a ser transformado para tornar-se
mais eficiente, evitar o desperdício e prestar serviços
de melhor qualidade à população. (...) Fui escol-
hido pelo povo (...). Para continuar a construir uma
economia estável, moderna, aberta e competitiva.
Para prosseguir com firmeza na privatização. Para
apoiar os que produzem e geram empregos. E assim
recolocar o País na trajetória de um crescimento
sustentado, sustentável e com melhor distribuição
de riquezas entre os brasileiros.
Discurso de posse do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2 de janeiro de 1999. CARDOSO, F.H. Por um Brasil solidário. “O
Estado de São Paulo”, 2 jan. 1999.
Os pronunciamentos de Getúlio Vargas e Fernando
Henrique Cardoso foram proferidos em momentos
históricos diferentes. Contudo, os dois governantes
têm em comum o fato de
a) sentirem-se pressionados pelas forças
democráticas para adotarem um modelo político
capaz de assegurar a estabilidade das instituições
políticas.
b) obterem o apoio em massa dos trabalhadores
para a implementação de suas respectivas políticas
estatais.
c) sofrerem campanhas contrárias às suas ações
políticas, lideradas por movimentos nacionais com
o apoio clandestino de grupos internacionais.
d) referirem-se ao apoio popular para legitimar
suas ações, uma vez que chegaram ao poder através
do voto direto.
21. A atuação do Estado no Brasil difere nos governos
de Getúlio Vargas e Fernando Henrique Cardoso
(FHC), uma vez que
a) para Vargas, ao Estado cabia explorar as riquezas
nacionais, base para a construção de uma nação
forte; para FHC, ao Estado cabe estimular os inves-
timentos privados, que inserem o país na economia
internacional.
b) para Vargas, o Estado tinha a função de orga-
nizar os trabalhadores em sindicatos internacio-
nais; para FHC, o Estado situa-se acima das classes
sociais, estando assim impossibilitado de intervir
nas questões trabalhistas.
c) Vargas concebia um Estado capaz de promover
a aliança entre a burguesia nacional e a burguesia
internacional; FHC concebe um Estado indepen-
dente em relação aos diferentes grupos econômicos.
d) Vargas estimulou a criação de empresas privadas
com capital nacional em substituição às empresas
públicas; FHC defende a privatização das empresas
estatais como meio de manter a estabilidade da
economia.
22. (PUC)
I. “Na relação Estado/mercado, o presidente opta
pelo privilégio deste, fonte do dinamismo, da modern-
ização, dos gastos racionais - o mercado como
melhor alocador de recursos , em contraposição
ao Estado ineficiente, desperdiçador, irracional.
Bastaria o Estado ser passado a limpo, para que
a crise brasileira fosse superada, conduzida pela
economia privada, livre das travas do Estado”.
II. “Não é uma estabilidade ancorada num desen-
volvimento econômico que, ao expressar a força de
nossa economia, pudesse determinar a paridade
com o dólar pela equiparação das duas economias.
É um mecanismo basicamente financeiro, que se
apoia na entrada maciça de capitais especulativos,
pressionando o preço do dólar para baixo.”
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Os textos identificam, respectivamente, uma crítica
à política
a) intervencionista do presidente Ernesto Geisel
e ao II Plano Nacional de Desenvolvimento.
b) autoritária do presidente João Batista Figue-
iredo e ao Plano Cruzado II.
c) liberal do presidente Fernando Collor de Mello
e ao Plano Brasil Novo.
d) neoliberal do presidente Fernando Henrique
Cardoso e ao Plano Real.
e) populista do presidente Itamar Franco e ao
Plano Verão.
23. (CEFETSC) Muitos historiadores costumam
chamar Nova República o período compreendido
entre o final da ditadura militar no Brasil (1985) e
os dias de hoje. Sobre este período, assinale a alter-
nativa CORRETA:
a) O Presidente Luís Inácio Lula da Silva foi o único
Presidente da Nova República a se reeleger para
o cargo.
b) Em 1988, foi promulgada a nova Constituição do
Brasil, a qual garante alguns direitos fundamentais
para os cidadãos como direito de votar, de partic-
ipar de partidos políticos, de praticar uma religião,
ter educação, saúde, previdência social, lazer e
segurança pública.
c) O Presidente Fernando Collor de Melo cumpriu
totalmente o seu mandato.
d) José Sarney foi o primeiro Presidente deste
período eleito diretamente pelo voto popular.
e) A República Nova tem como principal carac-
terística o fim dos conflitos sociais e o decréscimo
das desigualdades sociais. Assim, sindicatos e movi-
mentos sociais, como o MST, não demonstraram
nenhuma resistência aos projetos apresentados
pelos governantes do período.
24. (UFU) A respeito das manifestações sociais ocorridas no Brasil entre 1983 e 1993, assinale a alternativa correta.
a) Entre os mais significativos movimentos, estão o dos consumidores em defesa do congelamento de preços no Plano Cruzado e o dos estudantes “caras-pintadas”, que ocuparam as ruas exigindo o impeachment do presidente Collor, investigado por corrupção e enfraquecido pelo fracasso na política econômica de combate à inflação.
b) A campanha das “Diretas-Já”, iniciada após a derrota da emenda Dante de Oliveira pela eleição direta para presidente, reuniu políticos e intelec-tuais na chamada Aliança Liberal, tendo sido forte-mente impulsionada pela mídia televisiva.
c) A década de 1980 pode ser identificada como a década dos movimentos sindicais operários, após a fundação da CUT, Central Única dos Trabalhadores. Isto deveu-se à desmobilização dos servidores públicos, ao enfraquecimento do movimento ecológico após a morte do líber seringueiro Chico Mendes e à diminuição dos saques, invasões de terras e terrenos.
d) A comoção social observada com a morte e o enterro do presidente Tancredo Neves, cuja eleição selou o fim da ditadura, tornou-se símbolo de mobi-lização nacional popular, possibilitando a vitória das esquerdas na constituinte de 1988 contra o chamado “Centrão”, sobretudo com os avanços obtidos na legislação sobre a Reforma Agrária.
25. (PUCMG) O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, do governo Lula), lançado em 2007 pela Ministra da Casa Civil Dilma Rouseff, tem inspi-ração nas teses de desenvolvimentistas criadas na década de 60:
a) pela OEA (Organização dos Estados Americanos).
b) pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
c) pela CEPAL (Comissão Econômica para América Latina).
d) pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
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26. (PUCRS) Considere as afirmativas a seguir, sobre fatos relacionados à política interna do Governo Luís Inácio Lula da Silva.
I. Foi criado o programa “Primeiro Emprego”, como forma de combater o trabalho infantil e o escravo, em expansão em várias regiões do país.
II. Ampliaram-se, através do ProUni, as vagas no ensino superior, para acolher alunos provenientes do ensino público e com renda familiar reduzida.
III. O Programa Fome Zero, taxado por vários repre-sentantes da sociedade civil de assistencialista, tem sido criticado pelos entraves burocráticos e pela forma de controle adotada para a concessão dos benefícios, que dificultam a expansão do programa.
IV. O Governo Federal reduziu significativamente os impostos visando a diminuir a carga tributária sobre a classe média e a produção industrial.
Estão corretas as afirmativas
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV
27. (UFU)
A foto anterior, publicada na “Folha de S. Paulo”, em 07 de maio de 2005, mostra imagens de uma marcha dos trabalhadores sem-terra, entre Goiânia e Brasília.
Ao final da marcha, representantes do movimento foram recebidos em audiência pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Sobre os significados políticos dessa marcha e sobre o relacionamento entre o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e o governo Lula, assi-nale a alternativa correta.
a) A defesa do “impeachment” do Presidente Lula, em função das denúncias de corrupção no seu governo, foi a principal bandeira levantada pelo movimento dos trabalhadores sem-terra, na marcha de Goiânia à Brasília.
b) Na audiência com o Presidente da República, os representantes do movimento dos trabalhadores sem-terra entregaram-lhe um documento que continha, entre outras reivindicações, a necessi-dade do governo aumentar significativamente o número de famílias assentadas até o fim de seu mandato, além de liberar crédito especial para os trabalhadores assentados.
c) A marcha de Goiânia à Brasília unificou as orga-nizações dos trabalhadores sem-terra que exter-naram, em documento, a sua completa desconfiança em relação ao Presidente da República, consideran-do-o representante dos setores conservadores da sociedade brasileira, portanto, sem nenhuma cred-ibilidade para implementar os assentamentos de reforma agrária pretendidos.
d) A decisão do Presidente Lula de compor seu governo com ministros do campo progressista foi determinante para lhe assegurar maioria no Congresso Nacional, possibilitando o cumprimento das promessas de campanha relativas ao número de assentamentos de reforma agrária e colocando fim aos conflitos e à violência no campo. Por isso, a marcha objetivou explicitar o apoio do movimento ao Presidente da República.
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28. (UDESC) Observe a charge abaixo:
Fonte: Angeli. Folha de São Paulo, 11/3/2011.
A charge de Angeli relaciona dois momentos espe-
cíficos da história do Brasil. Assinale a alternativa
que contém estes momentos.
a) Ditaduras da América Latina e direito das famílias
de saberem o que aconteceu com seus parentes
desaparecidos.
b) Golpe militar de 1964 e Lei da Anistia.
c) Golpe militar de 1964 e Projeto de Lei que cria
a Comissão Nacional da Verdade.
d) Guerrilha do Araguaia e direito de pedir inden-
ização pelos danos causados pela ditadura
militar.
e) Criação do AI-5 e movimentos de resistência,
sobretudo os estudantis marcados por Maio de 1968
29. (IFRS) Observe a imagem a seguir.
A crítica social presente na charge está relacionada
diretamente com o contexto social vivido no Brasil
nos dois últimos anos. Sobre o mesmo, podemos
afirmar que a charge
a) faz referência à insatisfação da torcida brasileira
em decorrência da derrota humilhante sofrida pela
seleção nacional frente à alemã, fator que estimulou
greves e protestos em grande escala nas principais
cidades do país.
b) ressalta o protesto realizado por uma grande
parcela da população que, indignada com os
gastos empreendidos para a realização do mundial,
procurou frequentar outros tipos de espetáculos
durante as partidas de futebol, o que resultou em
uma das Copas com menor presença de público em
todos os tempos.
c) foi influenciada pelas manifestações políticas
realizadas por vários dos jogadores de futebol que
estiveram no Brasil, algo que repercutiu no amad-
urecimento político dos cidadãos brasileiros que
se preparavam para votar nas eleições estaduais
e federais do ano passado.
d) sugere que os gastos para a preparação da Copa
em um país cujas cidades ainda carecem de alguns
serviços de qualidade provocaram críticas de uma
parcela da população que, no entanto, assim mesmo
se interessou pelos jogos da Copa, fato observado
pela grande presença de público, evidenciando a
contraditória paixão pelo futebol que caracteriza
parte dos brasileiros.
e) mostra o otimismo do brasileiro que, sempre
manifestando paixão pela seleção nacional, apoiou
completamente a Copa aqui realizada, valorizando
todas as obras necessárias ao evento, não aceitando
as críticas realizadas pela FIFA contra os preparativos
feitos pelo Comitê Organizador do evento.
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30. (UERJ) Os ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, e Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, afirmaram que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia o direito dos empregados domésticos ajuda a elim-inar o “resquício da escravidão” que há no Brasil. Os dois discursaram em evento do Conselho Nacional do Ministério Público. Gilberto Carvalho citou o livro Casa grande e senzala, do sociólogo Gilberto Freyre, sobre os relacionamentos históricos dos homens brancos com índios e africanos. O ministro disse que a PEC ajuda a encerrar a “casa grande e senzala” que o país vivia.
Adaptado de g1.globo.com, 03/04/2013.
No texto, destaca-se uma justificativa para a rele-vância da lei que visa a garantir novos direitos aos empregados domésticos.
De acordo com o texto, a criação dessa lei se rela-ciona principalmente ao seguinte fator:
a) exclusão política dos grupos populares
b) hierarquização social nas condições de trabalho
c) desvalorização econômica dos empregos formais
d) discriminação étnica nas qualificações profissionais
GABARITO: 1B; 2B; 3E; 4C; 5E; 6C; 7B; 8A; 9B; 10B; 11B; 12C;
13D; 14D; 15B; 16C; 17A; 18A; 19E; 20D; 21A; 22D; 23B; 23A;
24A; 25C; 26C; 27B; 28C; 29D; 30B.