Justiniano Proença Filho
Relato de Caso: Síndrome da Dilatação Proventricular em
Ararinha verde (Ara severa) e Marianinha de Cabeça Preta
(Pionites melanocephala)
São Paulo
2009
2
Centro Universitário da FMU
Justiniano Proença Filho
Relato de Caso: Síndrome da Dilatação Proventricular em
Ararinha verde (Ara severa) e Marianinha de Cabeça Preta
(Pionites melanocephala)
São Paulo
2009
Justiniano Proença Filho
3
Relato de Caso: Síndrome da Dilatação Proventricular em
Ararinha verde (Ara severa) e Marianinha de Cabeça Preta
(Pionites melanocephala)
_______________________________________________
Profª PhD. Cynthia Maria Carpigiani Teixeira
FMU- Orientadora
_______________________________________________
M.V André Grespan
Wildvet Clinica Veterinária
_______________________________________________
M.V Alessandro Ferraz Abdo Bijjeni
Exotic Pets Clinica Veterinária
Trabalho apresentado como tese de conclusão
de curso, do curso de Medicina Veterinária, sob
orientação da Profª Dra Cynthia Maria
Carpigiani Teixeira
4
Dedico não só este trabalho mas
todo meu futuro aos meus pais que são a
base da minha carreira como médico
veterinário, sem eles nada disto seria
possível.
5
Agradeço a professora Cynthia pela paciência,
atenção, orientação e dedicação dada a este
trabalho, aos colegas André, Alessandro e
Arabeli por todos os conselhos durante este
relato, e agradeço a todos os colegas e
amigos que conquistei durante a faculdade por
tornarem estes cinco anos e meio tão
especial. E a minha namorada Juliana por ter
aparecido nesta fase final e tornado ela muito
mais gostosa e leve. Por fim agradeço aos
meus animais de estimação que me
mostraram ao longo da vida o valor que estas
criaturas têm para formação do caráter de um
homem.
6
Resumo
Neste trabalho foram estudadas duas aves que apresentaram sintomas clínicos de
síndrome da dilatação proventricular. Durante o período de estudo foram avaliados
os métodos de tratamento e as possíveis causas etiológicas da doença, foi avaliada
também a eficácia do uso do interferon nestas duas aves e a suspeita de infecção
por bornavírus, não se sabe até hoje a etiologia exata desta doença, porém novos
estudos estão relacionando o bornavirus como agente causador, mas ainda não há
evidencias suficientes para que seja possível tal afirmação.
Palavras – chave: dilatação proventricular, interferon, bornavirus, SDP.
7
Abstract
In this work it was studied a couple of birds that showed clinical symptoms of
proventricular dilatation disease. During the studies period it was valued the means
of treatment and the possible etiological causes of the disease, It was also valued the
efficacy of the use of interferon on those two birds and also the suspect of infection of
the bornavirus, It isn’t known the exact etiology of this disease, however new studies
connect the bornavirus as causer agent, but there are no sufficient evidences to do
such affirmation
Key words: proventricular dilatation, interferon, bornavirus, PDD
8
Lista de Figuras
Figura 1: Esquema do Trato Gastrointestinal das aves.........................................p.10
Paciente da espécie ararinha verde (Ara severa) ..................................................p.14
Figura 3: Exame radiográfico (ara severa)..............................................................p.15
Figura 4: Exame radiográfico da ararinha verde (Ara severa) ...............................p.16
Figura 5: Marianinha de cabeça preta (Pionites melanocephala)...........................p.19
Figura 6: Exame radiográfico simples.....................................................................p.20
Figura 7: Exame radiográfico contrastado para avaliação ....................................p.21
9
Sumário
1. Introdução ....................................................................................................... p.10
2 Relato de Caso................................................................................................. p.14
3 Discussões........................................................................................................ p.23
4 Conclusões........................................................................................................ p.24
5 Referencias....................................................................................................... p. 25
6. Anexos............................................................................................................. p. 26
10
1.INTRODUÇÃO.
O trato gastrointestinal das aves passou por múltiplas mudanças durante a
evolução para se tornar uma estrutura fisiologicamente e anatomicamente única
quando comparada às outras ordens animais. O sistema desenvolveu-se para poder
tirar proveito de características físicas e químicas de uma ampla variedade de
alimentos. Para este fato as aves desenvolveram um bico leve e o ventrículo
muscular que substitui os ossos pesados da maxila, mandíbula e estruturas
dentárias, características comuns entre repteis e mamíferos. O trato gastrointestinal
é composto pelo bico, esôfago, ingluvio (papo), Proventrículo, ventrículo (moela),
intestino, ceco, reto e cloaca (HARRISON; LIGHTFOOT; 2006).
Figura 1: Esquema do Trato Gastrointestinal das aves.
Fonte: http://www.wcs.org/media/image/image-973183673.gif
11
O bico é o substituto das aves para dentes e lábios, forma a entrada da
cavidade oral, tendo como função prender e processar os alimentos serve também
para escalar e para outras funções comportamentais. É composto pela maxila,
mandíbula, a rinoteca e a gnatoteca estas são compostas por queratina, possuem
ao invés de palato a coana que conecta a cavidade oral e nasal. (HARRISON;
LIGHTFOOT; 2006)
A língua é originada da orofaringe e tem como função manipular e ajudar na
deglutição. O esôfago é um tubo de paredes finas que conduz o alimento da
orofaringe ao proventrículo, a parede do esôfago é composta pela mucosa,
submucosa, túnica muscular e camada serosa. (HARRISON; LIGHTFOOT; 2006)
O ingluvio ou papo é uma distensão do esôfago que tem como função armazenar o
alimento geralmente se mantém no lado direito do pescoço. O estomago das aves
consistem em duas estruturas distintas a primeira é o Proventrículo e a segunda é o
ventrículo ou moela. (HARRISON; LIGHTFOOT; 2006)
O Proventrículo tem em seu epitélio dois tipos glandulares principais que compõem
a parede do mesmo, a primeira as glândulas tubulares secretam mouco, a segunda
as glândulas gástricas, secretam pepsina e acido hidroclorídrico. O proventrículo
possui paredes finas, já o ventrículo possui paredes musculares grossas e fortes tem
como função quebrar o alimento mecanicamente o intestino é o local principal para a
digestão enzimática e absorção de nutrientes. O pâncreas é tri lobular na maioria
das espécies. Contem enzimas parecida com os mamíferos como a amilase, lípase
e tripsina. Cloaca uma estrutura de três câmaras que é responsável pela deposição
final dos produtos da digestão, atos reprodutivos e excreção da urina. (HARRISON;
LIGHTFOOT; 2006)
1.1. SÍNDROME DA DILATAÇÃO PROVENTRICULAR.
A síndrome da Dilatação Proventrícular, (SDP) é uma doença progressiva,
variavelmente contagiosa e freqüentemente fatal em psitacídeos relatada
primeiramente durante um surto entre araras nos anos setenta. Tem distribuição
mundial, e são conhecidas mais de cinqüenta espécies já afetadas (BERHANE, et
al; 2001), seus sinais clínicos incluem depressão, perda de peso progressiva,
12
regurgitação intermitente, presença de alimento não digerido nas fezes e sinais
neurológicos, tais como, tremores, ataxia e convulsões (BERHANE, et al.; 2001;
RINDER, et al.; 2009).
Podem ocorrer ainda poliúria e polidipsia, algumas aves mantêm apetite
excelente, mas continuam a perder peso. Pode ocorrer ainda uma diarréia no final
da doença, geralmente como resultado de uma enterite bacteriana ou fúngica
secundaria (RUPLEY; 1999).
A patologia clinica pode revelar uma leucocitose, hipoglicemia,
hipoproteinemia, anemia e elevação dos níveis de CK. A radiologia é útil para
identificar uma dilatação proventricular, freqüentemente exige-se uma radiologia de
contraste para identificar positivamente uma dilatação proventricular e um retardo do
esvaziamento gástrico (RUPLEY; 1999).
A Síndrome da Dilatação Proventricular afeta primeiramente, o sistema
nervoso autônomo do trato digestório superior e médio, incluído esôfago, ingluvio,
Proventrículo, ventrículo, e duodeno. (KISTLER, et a;l. 2008).
Muitos estudos levantam a possibilidade que a SDP pode ser causada por
uma infecção viral. Relatos descrevem partículas virais de tamanhos variados em
tecidos de aves com SDP levaram a suposição que a doença poderia ser causada
pelo Paramixovirus, entretanto dados sorológicos têm mostrado que aves com SDP
possuíam poucos anticorpos para Paramixovirus sorotipos 1-4, 6 e 7, assim como o
vírus da herpes, poliomavírus e o vírus da encefalite aviária. (KISTLER, et al; 2008).
Rupturas espontâneas do Proventrículo e ventrículo são freqüentemente
encontrados em necropsias de animais acometidos pela doença. Encontram-se
também infiltrados linfocitários em nervos periféricos e centrais, emaciação,
distensão proventricular, ventricular ou ingluvial. A musculatura ventricular pode
aprestentar se esbranquiçada (RUPLEY; 1999).
O Bornavírus pertence à família dos RNA vírus, sendo um agente causador
da encefalite e meningoencefalites cujos principais reservatórios são os cavalos e as
ovelhas, apesar de relatos de transmissão artificial em muitas espécies, há pouca
informação sobre infecções em aves ocorridas de forma natural (KISTLER et al.
2008; HONKAVUORI, et al; 2008).
13
O Bornavírus pode infectar a maioria dos animais endotérmicos , incluindo
humanos, infecções geralmente direcionam a persistência do vírus no sistema
nervoso central e pode causar meningoencefalites severas, e doenças neurológicas
graves (HALLENSLEBEN; STAEHELI; 1999)
O seqüenciamento de três partes diferentes do genoma viral possibilitou a
descoberta de ao menos cinco genótipos de bornavírus aviário, entretanto somente
65% (sessenta e cinco por cento) do genoma do bornavírus aviário correspondem às
referências do bornavírus clássico. (RINDER, et al; 2009).
1.2 INTERFERON
Interferona ou interferão ou interferon é um agente antiviral natural que é
sintetizado em resposta a maioria das infecções virais. Estudos mostraram que
células primarias do cérebro de coelhos a interferon exógeno preveniram a infecção
por bornavírus, enquanto que em células pulmonares de ratos o tratamento com
interferon não teve ação inibitória. Entretanto o fraco desempenho em tratar células
já infectadas demonstrou que o alvo exclusivo do interferon era a fase de replicação
do bornavírus. (HALLENSLEBEN; STAEHELI; 1999).
14
2. RELATO DE CASO
2.1 CASO: Ara severa.
Figura 2: Paciente da espécie ararinha verde (Ara severa)
Fonte: arquivo pessoal
2.1.1 Exame clinico.
O paciente é uma ararinha verde (Ara severa) levada pelo proprietário no dia
quatro de março de 2009, Relatando perda de peso, diminuição de apetite e com
fezes com alimento não digerido. A ave alimentava-se de sementes e frutas, peso
corporal de 225 (duzentos e vinte e cinco) gramas. Apresentava perda de
musculatura peitoral evidenciando a quilha esternal à palpação, não apresentando
presença anormal de bactérias em exame coproparasitológico. Foi enviado para
laboratório amostra de sangue para realização de hemograma (Anexo1) e exame
bioquímico (Anexo 2). Como resultado verificou-se um aumento de
Creatinofosfoquinase (CK) e uma leucocitose por heterofilia e presença de linfócitos
reativos. Foi realizado também um exame radiológico contrastado (figuras 3 e 4),
evidenciando um aumento do proventrículo. Assim sendo, foi recomendada a
internação imediata da ave para tratamento intensivo, com a suspeita diagnóstica de
síndrome de dilatação proventricular.
15
Figura 3: Exame radiográfico (Ara severa) vista latero-lateral com contraste
radiográfico.
Fonte: M.V Gabriel Mott
Área demarca aumento do Proventrículo
da ave.
16
2.1.2 Diagnóstico.
Com os resultados dos exames radiológicos e exames séricos foi possível
sugerir que o animal sofre de síndrome de dilatação proventricular, nota se um
aumento considerável no proventrículo e o aumento no nível de CK além de uma
leucocitose que também é característico da síndrome.
2.1.3 Tratamento e Evolução.
Foi utilizado para tratamento Interferon α-2. Com dose de 30 unidades
internacionais (UI) uma vez ao dia durante os primeiros cinco dias, 30 UI duas vezes
por semana durante duas semanas e 30 UI uma vez por semana por mais duas
semanas, (CARPENTER, 2005), Celocoxib 250mg(Celebra®) com dose de 10mg/kg
a cada 12h, Legalon (Silimarina 50 mg em 5 ml) com dose de 150mg/kg a cada 12h,
e sucralfato (Sucrafilm® 2 gramas)com dose de 25mg/kg a cada 12h durante os
primeiros trinta dias
A paciente apresentou melhoras nas primeiras duas semanas, obteve ganho
de peso recebendo alta no dia dezessete de março, com recomendação para
Figura 4: Exame radiográfico da ararinha verde (Ara severa) vista Ventro
Dorsal com contraste radiográfico.
Fonte: M.V Gabriel Mott
Área demarca aumento do
Proventrículo da ave.
17
retorno para a aplicação do interferon nas próximas semanas. Entretanto após 14
dias (primeiro de abril), o paciente retornou para a clinica com queixa de perda de
peso e ausência de apetite.
Foi receitado então enrofloxacina 5% (cinco por cento)30 mg/kg a cada 12
horas e Metronidazol (Flagyl®) 40 mg/ml 10mg/kg a cada 12 horas para prevenir
possíveis infecções secundarias.
Novamente o paciente demonstrou ganho de peso e apetite, registrando após
7 dias (oito de abril), 230 (duzentos e trinta) gramas. No exame radiológico realizado
no dia seguinte (09 de abril), ainda apresentou aumento do Proventrículo (figura 5).
Com isso, foi decidido realizar mesmo protocolo terapêutico por mais dez
dias.
Já que o animal não apresentou qualquer melhora, continuou perdendo peso,
no dia dezesseis de abril foi iniciado a aplicação de óleo de ozônio 0,2 ml através de
sonda até o ingluvio uma vez ao dia durante cinco dias junto com o protocolo
adotado.
Após vinte dias da primeira aplicação do óleo de ozônio foi registrado um
ganho de peso discreto no paciente.
O paciente recebeu alta médica com cento e oitenta e seis gramas, no dia
doze de maio, porém se alimentando bem e registrando ganho de peso com relação
aos registrados anteriormente já sem presença de alimento não digerido nas fezes.
Não foi realizado outro exame radiológico no animal. A ave retornou a clinica no dia
primeiro de junho (53 dias após o ultimo acompanhamento) o proprietário
apresentou como queixa principal, a perda de peso e falta de apetite, foi receitado
então a continuidade com o Celocoxib e aplicações de óleo de ozônio até
recomendações posteriores.
2.1.4 Prognóstico.
Apesar de liberada do tratamento intensivo o prognóstico desta ave é
reservado devido ao histórico de doença avançada, da perda de peso severa que a
18
ave sofreu durante o tratamento e devido ao histórico da ave durante todo o
tratamento.
19
2.2 Caso 2. Pionites melanocephala.
Figura 5: Marianinha de cabeça preta (Pionites
melanocephala)
Fonte http://www.kakatoo.com.br/Marianinha%20CP%2002.JPG
2.2.1 Exame Clínico
Paciente é uma marianinha de cabeça preta (Pionites melanocephala) fêmea
de aproximadamente um ano de idade deu entrada na clinica Wildvet no dia quatro
de março de 2009 com evidências de sementes não digeridas nas fezes e sem
apetite, e pesando 152 (cento e cinqüenta e duas) gramas, foram então requisitados
exames radiológicos, hemograma e exame de bioquímica sérica. Não houve
possibilidade neste caso de exame radiológico contrastado, animal possui um
contactante que não apresentou sintomas.
No exame físico animal apresentava pouca massa muscular à palpação,
quilha esternal evidenciada devido à caquexia, foi realizado exame microscópico das
fezes, porém não foi encontrado nada relevante, foi enviada amostra de sangue para
realização de hemograma e avaliação bioquímica foram requisitados também
exames radiológicos (Figura 6).
Os Resultados dos exames mostraram um aumento dos níveis de CK nos
exames bioquímicos e leucocitose. Apesar de a radiografia ser sem contraste pode
se notar um aumento da silhueta do Proventrículo sendo sugestiva então a suspeita
de dilatação proventricular.
20
.
Figura 6: Exame radiográfico simples
Fonte M.V Gabriel Mott
2.2.2 Diagnóstico
Os resultados obtidos nos exames complementares tais como as evidencias
de aumento do Proventrículo e o aumento nos níveis de CK, e leucocitose
juntamente com as evidencias dos exames físicos sugerem que o animal esteja
sofrendo de síndrome de dilatação proventricular causada por infecção viral, com
agente mais provável segundo os relatos sendo o bornavírus; devido à ausência de
outras evidencias patológicas houve exclusão de outras suspeitas.
2.2.3 Tratamento e Evolução
Foi recomendado de inicio a internação para tratamento intensivo e
observação do animal. Foi utilizado para tratamento Interferon α-2. 30 unidades
internacionais (UI) uma vez ao dia durante os primeiros cinco dias, 30 UI duas vezes
por semana durante duas semanas e 30 UI uma vez por semana por mais duas
semanas, (CARPENTER, 2005), Celocoxib 250 mg (Celebra®) (uma cápsula diluída
Aumento de volume sugerindo
Dilatação do Proventrículo.
21
em 11 ml de soro fisiológico) 10mg/kg, Legalon (Silimarina 50 mg em cinco ml)
150mg/kg a cada 12h, e sucralfato (Sucrafilm® 2 gramas) 25mg/kg a cada 12h,
durante os primeiros trinta dias.
Animal apresentou se no segundo dia de internação o peso de 137 gramas,
porém apresentou melhora considerável durante as primeiras duas semanas sendo
possível o retorno para o proprietário, sendo recomendado o retorno a clinica para
continuação do tratamento e que fosse dada continuidade nas medicações que já
estavam sendo aplicadas diariamente.
Animal não apresentou perda de peso nos retornos. Não foi notado perda de
apetite após alta da internação no dia oito de abril. Ao termino do tratamento com
interferon, realizou se novo exame radiográfico que mostrou diminuição da silhueta
do proventrículo, com este resultado pode se conferir alta médica ao animal e fim do
tratamento.
Figura 7: Exame radiográfico contrastado em decúbito ventro dorsal para
avaliação
Fonte M.V Gabriel Mott
Proventrículo com tamanho
normal.
22
2.2.4 Prognóstico
O prognóstico inicial deste caso foi reservado, porém a resposta do paciente
foi bastante satisfatória, a ave voltou a ganhar peso durante o tratamento e este
peso se manteve após o termino, a radiografia mostrou regressão da inflamação do
Proventrículo
23
3. Discussões
No caso 1 a ave não apresentou resultados satisfatórios apesar de melhora, a
ave mantém-se em um prognóstico de reservado a mal, devido a constante
oscilação de seu peso corpóreo.
Entretanto no caso dois a ave se manteve em boas condições após o
tratamento, os sintomas desapareceram e pode se notar uma regressão do tamanho
do próventrículo, o que nos mostra um bom estado de saúde do animal, permitindo
que afirmemos que o protocolo adotado teve resultados satisfatórios neste caso em
particular.
No caso 2 a ave mostrou boa recuperação, manteve-se estável durante o
tratamento e não demonstrou possuir ainda os sintomas que a levaram à clínica, por
outro lado, a ave do caso 1 não demonstrou boa recuperação, apresentou
momentos de melhora e pouco depois os sinais da doença se manifestavam,
demonstrou apetite caprichoso, nos exames clínicos não demonstrou melhora, e não
demonstrou perda do aumento do Proventrículo no exame radiográfico.
No caso 2 o prognóstico inicial mostrou se reservado, porém a evolução
clinica da ave possibilitou um prolongamento da expectativa de vida do animal, e seu
estado de saúde após o tratamento nos sugere possível controle da síndrome,
contudo no caso 1 a evolução clinica não foi satisfatória, talvez por conta de talvez o
tratamento não ser adequado para a espécie em questão, ou pela idade já adulta da
ave, ou ainda por ela já ter sido apresentada em um estado avançado da doença.
24
4. Conclusões
Podemos por fim afirmar que neste relato o interferon mostrou se eficaz
somente um dos dois casos estudados, entretanto devido a falta de laboratórios
especializados não podemos concluir que o bornavírus é o agente causador desta
enfermidade nestas aves, para que isto fosse possível deveria ser realizado
classificação por PCR para o bornavírus (RINDER; et al. 2009)
Concluímos também que a avaliação final com relação ao paciente do caso 2
é de que o animal hoje desfruta de plena saúde, mas deve se manter a atenção com
relação ao seu estado por conta de possível reinfecção, e que o paciente do caso 1
infelizmente não possui prognóstico favorável, seu estado de saúde atual não nos dá
boas esperanças e até o termino deste relato sua condição não demonstrou ser
satisfatória.
25
5. Referências
Berhane, Y. Perifheal neuritis in psittacine birds with proventricular
dilatation disease. Avian Pathology vol. 30 No. 5 2001 Canada. Disponível em <
http://pdfserve.informaworld.com/349949__713651304.pdf > acessado em 04 abr.
2009
Carpenter, J.W. Exotic Animal Formulary. 3ª Ed. Missouri Elsevier Saunders
c2005 564 p. Bibliografia Comentada: p. 176.
Christopher, R. et al. Histologic evaluation of the crop for diagnosis of
proventricular dialtation syndrome in psittacine birds. Department of Veterinary
Pathology, College of Veterinary Medicine, University of Georgia 1996. Disponível
em < http://jvdi.org/cgi/reprint/8/1/76.pdf > acessado em 31 mar. 2009
Doneley, RJT; Miller, RI; Fanning, TE. Proventricular dilatation disease: an
emerging exotic disease of parrots in Australia. Australian Veterinary Journal Vol.
85 No. 3 Austrália 2007.
Grund, C.H; et al. Avian Paramyxovius Serotype 1 Isolates from the
Spinal Cord of Parrots Display a Very Low Virulence. J. Vet. Med 2002
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2009
Harrison, G. Lightfoot, T. Clinical Avian Medicine. Volume 1. 1ª Ed. Florida:
Spix Publishing 2006 450 p. Bibliografia comentada: p. 411- 416.
Honkavuori, K. S. Novel Borna Virus in Psittacine Birds with
Proventricular Dilatation Disease. Emerging Infectius Diseases vol.14 No. 12 2008
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Kistler , A.L et al. Recovery of divergent avian bornaviruses from cases of
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Rinder, M; et al. Broad tissue and cell tropismo f avian bornavirus in
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Disponível em < jvi.asm.org via Sistema Integrado de Bibliotecas –USP > acessado
em 1 abril 2009
Rupley, A.E. Manual de Clinica Aviária. 1ª Ed São Paulo Editora Roca Ltda.
c1999 (Tradução por Paulo Marcos Agria). 582 p. Bibliografia Comentada p.304-305.
26
6. Anexos.
Anexo 1 - Hemograma do Caso 1 Paciente Ararinha Verde (Ara severa)
realizado pelo laboratório LAB&VET sob responsabilidade da Medica Veterinária
Beatriz Rocha
27
Anexo 2 - Exame bioquímico do Caso 1 Paciente Ararinha Verde (Ara severa),
realizado no laboratório LAB&VET sob responsabilidade da Médica Veterinária
Fernanda Nicoletti
28
Anexo 3 - Hemograma do Caso 1 Paciente Marianinha de Cabeça Preta (Pionites
melanocephala) realizado pelo laboratório LAB&VET sob responsabilidade da
Medica Veterinária Luciana Langraffe
29
Anexo 4 - Exame bioquímico do Caso 2 Paciente Marianinha de Cabeça Preta
(Pionites melanocephala), realizado no laboratório LAB&VET sob responsabilidade
da Médica Veterinária Fernanda Nicoletti