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CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO E MULTISCIPLINARIDADE
Mestrado Profissionalizante
Disciplina: Estratégias de Didáticas de Novas Tecnologias em EAD
Professora Dra. Lúbia de Medeiros Maia Sousa Alunos: Anderson Oliveira de Araújo Maria do Rosário Michelson Borges Rosangela Cacho Roseane Ataíde Sandra Accioly
Núcleo: Natal/RN
2014
Relatório sobre a aula onde foi discutido o texto de Juliana Ricarte Ferraro sobre “Uma Nova Didática: A
Didática Digital”
No dia 01 de novembro de 2014, na disciplina Estratégias de Didáticas de Novas
Tecnologias em EAD, administrada pela professora Dra Lúbia de Medeiros Maia Sousa,
coube-nos a discussão do texto “Uma Nova Didática: A Didática Digital’, escrito por
Juliana Ricarte Ferraro, em que chegamos a um consenso: aos poucos, a Educação a
Distância está perdendo o estigma de ensino de baixa qualidade, emergencial e
ineficiente na formação do cidadão, “sendo considerada pela sociedade atual uma das
formas mais abrangentes e universais de formação e especialização profissional, capaz
de atender a todos aqueles que procuram manter-se atualizados em relação às
permanentes mudanças na ordem econômica mundial. Nesta nova sociedade, tanto as
mudanças sociais quanto as TCIs vêm se desenvolvendo em ritmo acelerado, criando,
juntamente com novos estilos de vida, novas formas de ver o mundo e de consumir,
novas maneiras de ensinar e aprender”. (FERRARO, 2010)
A EAD pode ser definida como uma modalidade de educação, mediada por
tecnologias, onde professores e alunos estão separados fisicamente, mas há uma relação
entre eles e onde a construção do conhecimento se dá por meio de interações sobre o
conteúdo apresentado e através de diversos recursos didáticos. Assim, a Educação a
Distância é a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica, nos
processos de ensino e aprendizagem, ocorre com a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades
educativas em lugares ou tempos diversos. (Decreto 5.622, de 19.12.2005).
Algumas características das EAD para entender melhor esse conceito são:
professor e aluno não têm contato pessoal, é uma forma sistematicamente organizada de
ensino, utiliza-se de tecnologias como TV, computadores, internet, rádio e outros. Para
que aconteça o ensino/aprendizagem, o aluno se desenvolve através do incentivo ao
diálogo; há alguns encontros entre alunos e professores com objetivo de socialização e
determinada prática didática; o aluno participa de forma autônoma, ou seja, o auto
estudo acompanhado de uma supervisão do seu professor à distância e também do seu
tutor onde acontece um ensino reflexivo e também com probabilidade revolucionária.
Portanto, em Educação a Distância destacamos o processo de educação-
aprendizagem como um todo, em que a relação entre o estudante e a construção
compartilhada do conhecimento se dá por meio das interações dialógicas, não somente
com o conteúdo formal apresentado, mas também com seus colegas de turma virtual,
com seu tutor e seu professor a distância. (SOTO, 2009, p.12).
A Educação à Distância, deve ser entendida como uma modalidade de educação
que veio para “democratizar” o conhecimento, onde este deve estar disponível para
todas as pessoas que queiram conhecê-lo, não importando onde essas mesmas pessoas
vão estar, do tempo que elas dispõem ou de práticas de ensino ultrapassadas e
tradicionais.
Desse modo, a Educação a Distância deve ser compreendida como uma “prática
educativa situada e mediatizada, uma modalidade de se fazer educação, de se
democratizar o conhecimento”, em que o conhecimento deve estar disponível a quem se
dispuser a conhecê-lo, independentemente do lugar, do tempo e de engessadas
estruturas formais de ensino. (PRETI, 1996, p.28).
A EAD não veio para substituir a educação regular, elas são modalidades
distintas, cada qual com suas finalidades, mas que se completam e não podem ser
desvinculadas uma da outra.
A Educação à Distância tem em sua base a ideia de democratização e facilitação
do acesso à escola, não a ideia de suplência ao sistema regular estabelecido, nem
tampouco a implantação de sistemas provisórios, mas em sistemas fundados na
Educação Permanente... (ALONSO, 1996, p.58).
A EAD visa a facilitar o acesso à escola, ou seja, para que o maior número
possível de pessoas tenha acesso à educação, ela surgiu como uma opção para atender
um público com perfil diferenciado e a diversas necessidades que foram surgindo
durante a evolução da educação. Indivíduos que já atuam no mercado de trabalho, que
residem em lugares distantes ou de difícil acesso e com pouco tempo para estudar,
portanto ela é flexível, de fácil adaptação, eficaz e com grande abertura, pois supera
barreiras territoriais, a grande falta de tempo dos dias atuais e respeita o ritmo de
aprendizagem do aluno. Desse modo, a crescente demanda por educação, devido não
somente à expansão populacional como sobretudo às lutas das classes trabalhadoras por
acesso à educação, ao saber socialmente produzido, concomitantemente, com a
evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos, está exigindo mudanças a nível
da função e da estrutura da escola e da universidade. (PRETI, 1996, p.16).
No ensino á distância, professores e alunos, têm papéis fundamentais para que o
ensino-aprendizagem aconteça de forma eficaz e com qualidade. Para os professores é
essencial que sejam, além de conhecedores de conteúdo, que também tenham uma
importante mediação pedagógica. Os docentes têm a função de propor atividades que
desenvolvam nos alunos um processo reflexivo, que possibilite um trabalho
colaborativo e investigativo. Além de fornecer múltiplas fontes de informação, de
mediar um processo de aprendizagem que privilegie a construção do conhecimento do
aluno e uma avaliação formativa, de oportunizar e explorar os diferentes contextos e
experiências dos mesmos, de estar atento a participação do aluno nos ambientes virtuais
e de saber acolhe-lo, entendendo e lembrando-se, sempre, que o aluno a distância,
encontra-se distante, muitas vezes "solitário" e com dificuldades.
Para o aluno cabe o papel de participante ativo nos ambientes de aprendizagem.
Ele precisa estar atento as atividades propostas pelo seu professor e por seu tutor, muita
disciplina em relação á horários de estudo, dedicação, compromisso, seriedade e
concentração para realizar essas mesmas tarefas propostas, ser um pesquisador
autônomo e ao mesmo tempo dentro de um contexto de coletividade, explorando todas
as potencialidades de comunicação e interação das tecnologias, sendo estimulado a
buscar em diversas fontes de informação, em estabelecer conexões para a constituição
de uma rede para a realização de trabalhos colaborativos. Muito diferente do que se
pensa o ensino á distância não é uma modalidade mais fácil do que a presencial, o aluno
precisa estar preparado para realizar as avaliações para que se obtenham os resultados
necessários para sua aprovação.
Portanto, o fato de o curso ser presencial ou a distância não altera o grau de
disciplinamento e controle de tempo de execução das atividades. Na verdade, o
controle, no curso a distância, torna-se mais preciso e consistente, e sua persistência
demonstra que o controle dos corpos pode ser exercido mesmo na ausência destes.
(ALONSO, 1996, p.58).
A história da educação no Brasil é marcada pelo elitismo onde estudar sempre
foi um privilégio de poucos, se tinha a necessidade de manter as pessoas longe de
qualquer conhecimento que as beneficiasse com a elucidação de fatos, principalmente
políticos, onde quem menos pensa, é pensado, portanto ficando alienado e sob os
comandos de um governo onde o principal objetivo é reforçar a desigualdade social, por
isso a educação nunca foi incentivada em nosso país.
Devido, à forma como foi feita a colonização em terras brasileiras e, mais, a
evolução da distribuição social, do controle político, aliadas ao uso de modelos
importados de cultura, condicionaram a evolução da educação escolar no Brasil. A
necessidade de manter os desníveis sociais teve, desde então, na educação escolar um
instrumento de reforço das desigualdades. (ALONSO, 1996, p.57).
As modificações ocorridas na educação e em nossa sociedade ao passar do
tempo, dentre elas o desenvolvimento tecnológico e o aperfeiçoamento de novas
maneiras de pensar sobre o saber e o processo pedagógico, têm sido visto
principalmente nas ações dos alunos no ambiente escolar, o que tem se tornado uma
dificuldade para a prática docente, algumas já bem ultrapassadas, resultando no
comprometimento do processo ensino-aprendizagem. Dessa forma, faz-se necessário à
busca de uma nova reflexão no processo educativo, onde o educador passe a se atualizar
e vivenciar essas transformações de forma a beneficiar suas ações podendo buscar novas
formas didáticas e metodológicas de promoção do processo ensino-aprendizagem com
seu aluno, para que este mesmo educador não seja colocado como um mero expectador
dos avanços estruturais de nossa sociedade, mas um instrumento motivador desse
processo.
Assim, como uma possibilidade para reverter este quadro, é urgente pensar em
mudanças na formação inicial, principalmente de professores, para que eles possam
criar um efeito cascata, com repercussão em todos os níveis de ensino. Não há como se
ter significativas transformações se não se entender que as tecnologias são catalisadoras
de mudanças que englobam: as práticas pedagógicas, o currículo, a avaliação, o papel de
professores e alunos, e o uso propriamente das tecnologias (SCHLÜNZEN, 2006, p.21).
Com a chegada da EAD e também de outras tecnologias, a concepção de
educação sofreu uma grande e significativa revolução, pois antes os métodos
tradicionais e práticas pedagógicas engessadas, onde o professor é tão somente a
autoridade máxima dentro do âmbito escolar, o único dominante do conhecimento e que
se julga preparado para repassar tal conhecimento, vai dando lugar ao
interacionismo/construtivismo onde aluno e professor se complementam, onde o
professor ajuda o aluno a construir o conhecimento e esse também provém dessa
interação de ambos, acontecendo um ensino reflexivo, crítico, desafiador e estimulante.
Segundo Freire, “a educação tem caráter permanente. Não há seres educados. Estamos
todos nos educando. Existem graus de educação, mas estes não são absolutos”.
(FREIRE, 2005, p.13).
Com essa nova concepção de educação, onde o ensino é centrado no aluno e não
no professor, as novas tecnologias vão se interagindo com esse novo contexto,
facilitando a aprendizagem com métodos dinâmicos, onde a informação chega aos
alunos em questão de segundos, grupos de debates, fóruns e outros métodos atualizados
fazendo com que o aluno se torne mais autônomo, desenvolvendo a iniciativa, ajudando
na disciplina, se tornando mais responsável, organizado, com automotivação, persistente
e dedicado, pois com uma nova perspectiva para a educação, também surge o indivíduo
que a cada dia busca se tornar letrado, não alienado, tecnologicamente capacitado para
se inserir com qualidade e eficácia dentro de uma sociedade altamente exigente e em
constante transformação.
Com essa nova demanda, por uma educação mais tecnológica, atualizada, rápida
e de fácil acesso, vem acontecendo algumas mudanças. A educação presencial está
incorporando tecnologias, funções, atividades que eram típicas da educação à distância,
e a EAD está descobrindo que pode ensinar de forma menos individualista, mantendo
um equilíbrio entre a flexibilidade e a interação, assim uma e outra se beneficiando do
que há de melhor em cada modalidade de ensino.
As novas tecnologias da comunicação e da informação tiveram um grande
impacto na concepção de educação e nas sociedades modernas, onde a globalização da
informação está transformando o modo de agir e pensar do mundo e a EAD traz consigo
um grande avanço na democratização e universalização da educação, pois ajuda a
combater o elitismo da escola e torna possível a inclusão social. Mas discutir sobre
educação à distância no Brasil ainda é uma tarefa árdua, pois há uma grande resistência
das pessoas sobre esse tema devido a uma cultura ligada as tradições, portanto, é preciso
vencer essa cultura de resistência. “Falar sobre Educação à Distância no Brasil é, ainda
hoje, um ato de muita coragem. São vários trabalhos sobre esse tema, mas a resistência
a ele tem, necessariamente, uma base cultural bastante forte” (ALONSO, 1996, p.57).
A EAD não é uma modalidade educacional nova, como muitos podem pensar,
ela é conhecida desde o século XIX, mas somente nas últimas décadas foi lhe dada à
devida atenção por parte da educação. A educação a distancia – EAD é uma forma de
ensino que ganhou forças, após a elaboração da lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB), com o intuito de desenvolver práticas que torne
possível a educação ser passada a todos. Essa modalidade passou por algumas gerações,
basicamente podemos citar três e mais importantes: Ensino por correspondência, onde o
material didático chegava aos alunos através dos correios, ao qual se destacava no Brasil
o Instituto Universal Brasileiro; Teleducação/Telecursos onde o ensino ocorre através
de meios de comunicação como rádio ou TV e por último os ambientes interativos, onde
se destaca o computador, que através dele, se acessa a internet e aos mais variados
recursos tecnológicos que possibilita a interação do sujeito com todo o mundo. Sendo
assim, a EAD não é um fenômeno recente na educação brasileira. Por meio de cursos
por correspondência em revistas ou virtuais, surgidos a partir do momento em que se
tornaram disponíveis os computadores pessoais, essa forma de ensino vem,
timidamente, frequentando há mais de 50 anos o espaço educacional brasileiro. Sua
institucionalização como modalidade de ensino data da década de 1990, quando passou
a ser oferecida em estabelecimentos oficiais. ALONSO, 1996, p.57
O ensino a distância apresenta, como em todos os processos didáticos, pontos
positivos e negativos, No decorrer desse artigo vamos conhecer alguns desses pontos,
vantagens e desvantagens dessa modalidade educacional que vem cada vez mais
ocupando seu espaço, buscando atender as novas demandas da educação que vem
acontecendo em ritmo acelerado por causa do crescente avanço das novas tecnologias
de comunicação e informação.
Entre os pontos positivos da EAD podemos citar:
- A inclusão de pessoas com necessidades especiais, que por algum tipo de deficiência
física ou mental não podem ter acesso á uma escola convencional.
- Democratização do acesso ao conhecimento, porque através da educação à distância
pessoas que moram em lugares distantes, isolados ou de difícil acesso conseguem de
maneira segura e prática estudarem devido à internet ser acessada de praticamente todos
os lugares contribuindo assim para a inclusão social.
- Flexibilidade de horário, onde os alunos têm liberdade de escolher os melhores
horários para estar acessando essas aulas, uma boa opção para quem trabalha e não tem
como frequentar aulas presenciais em horários convencionais.
- Facilidade de acesso a cursos de graduação e pós-graduação, a EAD permite que um
maior número de pessoas tenha acesso a esses cursos, oferecidos por instituições de
grande prestígio acadêmico, sem que tenham de viajar grandes distâncias ou sair de casa
para estudar.
- Baixo custo, pois nessa modalidade à uma redução acentuada de impressão de
trabalhos, onde também a pouco ou nenhum gasto com deslocamento, porque na
maioria das vezes o aluno estuda em sua própria casa e mensalidades mais em conta se
comparadas com instituições de ensino convencionais.
- Ensino de qualidade, pois as informações transmitidas via EAD são rápidas e
atualizadas, o acesso à internet possibilita uma fonte de estudo, pesquisa e
conhecimento inesgotável, fundamental para que haja um ensino/aprendizado eficaz,
auxiliando assim para um desenvolvimento intelectual onde o próprio aluno constrói seu
conhecimento.
- Conforto do anonimato, onde o aluno por não estar sendo observado tem mais
liberdade de questionar e participar.
- Autonomia na hora do aprendizado, o aluno pode escolher o seu próprio ritmo de
aprendizagem, possibilita que ele se aprofunde em conteúdos que ele sentir mais
dificuldades, se dedicando a pesquisas, participando de fóruns, debates onde pode
comparar seus pontos de vista abrindo assim caminhos para novos desafios.
- Maior acessibilidade de materiais em formato digital de forma organizada e prática
para consultas, pesquisas e estudos e facilidade de aprendizagem no formato
multimídia, pois esta ferramenta está disponível na internet sendo bem prática e fácil de
se manusear.
- Criação coletiva do conhecimento, a partir da disposição do material nas plataformas e
fluxos de informações livres e rápidos para os alunos, onde se quebra o paradigma que
coloca o professor como único possuidor e transmissor do saber, assim todos podem
juntos construir o conhecimento.
Entre os pontos negativos podemos citar:
- Dependência da tecnologia, os cursos oferecidos dependem da internet para que
funcionem, onde eventuais problemas relacionados a essa tecnologia podem prejudicar
a eficácia do ensino e os alunos precisam estar capacitados para usufruir dessa
tecnologia.
- Falta de comprometimento e disciplina dos alunos, por não haver a presença física de
um professor os alunos que possuem dificuldade em se organizar, pouca concentração e
falta de dedicação aos estudos podem comprometer a qualidade do curso, não
solucionar eventuais dúvidas, ou seja, não ter um aproveitamento em 100% das aulas.
- Não há o relacionamento humano entre aluno e professor, com a falta desse
relacionamento o aluno pode se sentir desmotivado e haver dificuldade na
aprendizagem e na compreensão dos conteúdos transmitidos.
- Não há interação física entre os alunos, com isso há falta de competição e o
compartilhamento das informações fica limitado, há também uma grande perda no
sentido da socialização.
- O alto índice de evasão dos alunos é outro ponto negativo na EAD, estudos apontam
que 60% dos ingressantes no ensino á distância desistem de seus cursos antes do
momento da conclusão.
Desse modo, embora seja possível encontrar significativas iniciativas de EAD de
sucesso, é importante indicar que a maioria dos cursos EAD está reproduzindo ainda as
abordagens tradicionais de ensino presencial, transmitindo informações e esperando que
a mesma seja transformada em conhecimento pelo aprendiz, esquecendo-se de criar
condições para que esta construção aconteça. Segundo Valente, isso está fazendo com
que “o aluno sinta-se frustrado, sentindo-se sozinho – provavelmente algumas das
causas que podem explicar a alta taxa de evasão dos cursos de EAD” (VALENTE,
2003, p. 139).
O cenário tecnológico dos dias atuais, principalmente com a internet permite um
melhor desenvolvimento da EAD, além disso, aprimoraram-se as ferramentas para
criação dos ambientes virtuais ou as chamadas plataformas, que em primeiro lugar
servem para organizar as atividades que vão ser desenvolvidas por alunos e professores
e também oferecem recursos de comunicação e interação entre os participantes, como
exemplos podemos citar: TelEduc, Moodle, E-Pro-Info, Tidia-AE entre outros.
Esses ambientes virtuais além dos recursos citados acima possuem também
fóruns de debate e dúvidas, correio, salas de bate-papo, locais para publicação de
trabalhos, avisos, transmissão de conteúdos, onde se prioriza a comunicação e interação
de alunos e professores, fazendo com que essa modalidade de ensino se torne rápida,
precisa e atualizada visando uma construção de conhecimento autônoma e auto
avaliativa.
O governo brasileiro tem vários programas do MEC para a EAD, mas para que
esses programas sejam implantados, necessita-se vencer os obstáculos do preconceito
contra essa modalidade educacional e enfrentar barreiras políticas, culturais,
tecnológicas, muitas dessas herdadas da falta de conhecimento e informação sobre o
ensino a distância que se tem entendido por uma educação de “massa”, pobre de
qualidade, pouco exigente na parte avaliativa, ou seja, uma fábrica de diplomas, um
conceito errôneo e falido. Mas mesmo com essas perspectivas errôneas e toda a falta de
informação e preconceito relacionada ao ensino a distância o governo brasileiro vem
empenhando-se para implementar a EAD e incentivar a sua procura.
Então, o ensino a distância é um modelo de ensino que está sendo implementado de
forma generalizada tanto pelo governo federal quanto pelos governos estaduais em
todos os seus níveis, ou seja, desde o ensino fundamental até a pós-graduação, com
maior ênfase nos cursos de graduação. (BEZZERA NETO; SANTOS BEZERRA, 2010,
p.13).
Algumas iniciativas foram tomadas em relação à EAD pelo governo entre elas a
que podemos citar que é a que mais se destaca e está caminhando é o sistema UAB –
Sistema Universidade Aberta, também por sua abrangência, que tem por objetivo não
propor a criação de uma nova instituição de ensino superior, mas sim fazer parcerias
com instituições de ensino superior já existentes possibilitando levar o ensino superior
público de qualidade aos municípios brasileiros que não possuem cursos de formação
superior ou que os cursos que são oferecidos não são suficientes para atender todos as
pessoas daquela determinada região visando que cada vez mais pessoas tenham acesso à
formação superior. Além disso, outras ações do governo podem ser encontradas em
relação à EAD como a (SEED) Secretaria de Educação a Distância que vem fortalecer e
dar subsídios a essa modalidade de ensino no Brasil.
O que se espera ser feito pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) é uma
fiscalização contínua e rígida para inibir cursos de baixa qualidade. Além disso, deve
também o MEC incentivar programas de capacitação de professores de curso a
distância, além de outros investimentos que sejam necessários para que o Brasil possa
tratar com maturidade e excelência o importante fenômeno da educação à distância. O
ensino convencional brasileiro também é alvo de rotineiras críticas. A qualidade de
diversos cursos superiores é colocada a prova e frequentemente os resultados obtidos
não são satisfatórios.
Em relação às políticas públicas relacionadas à educação, precisa-se apontar que
no Brasil estão surgindo diversos investimentos nesta área com a adoção de programas
que auxiliam a qualificação do ensino em todos os níveis. A educação somente pode
melhorar e crescer com estas iniciativas governamentais e assim deixará de ser
privilégio das classes elitizadas e dominantes. A EAD ainda necessita de políticas
públicas diretamente relacionadas para ela, já que algumas instituições de ensino ainda
necessitam de investimentos para a informatização de suas salas de aula. O Brasil é um
país com uma grande extensão territorial, podemos dizer que à “Brasis” dentro do Brasil
e temos uma população que vive em regiões bastante diferenciadas. Sabemos também
que o conhecimento, estudo, informação dá chances de uma melhor qualidade de vida,
nos dias atuais somente 13% da população brasileira tem formação superior, é um
número muito baixo e outro dado desanimador é que por volta de 60% dos municípios
do Brasil não tem instituições de ensino superior, são dados que precisam ser
melhorados urgentemente, para que as pessoas tenham melhores oportunidades de
trabalho, que se reduza o índice de pobreza e diminua os problemas socioeconômicos
que nosso país enfrenta como alto índice de violência e grande desigualdade social,
elevar á qualidade de mão-de-obra especializada, aumente a expectativa de vida de
forma digna, que forme cidadãos críticos e conscientes, dentre outros pontos positivos
que estão relacionados á educação.
A EAD representa para o Brasil nos dias atuais uma grande transformação na
educação, pois se mostra uma alternativa capaz de atender uma população que por
vários motivos não tem acesso ao conhecimento, é uma ferramenta muito interessante
para ser utilizada nesse cenário como o brasileiro, pois através da EAD pessoas que
residem em locais menos favorecidos poderão ingressar em um curso superior, tendo
oportunidade de se qualificarem, mas para que isso aconteça´, efetivamente, o Brasil
precisa avançar buscando se aprimorar cada vez mais nessas novas tecnologias da
comunicação e da informática, aumentando o incentivo do governo aos programas de
Educação à Distância e buscar parcerias entre instituições educacionais.
Entretanto, a Educação a distância é um recurso de extrema importância para
atender a grandes demandas de alunos de forma mais efetiva que outras modalidades e
sem riscos de redução na qualidade de ensino, mas, por outro lado, a EAD, em algumas
situações, é utilizada para fins rentáveis, causando o preconceito quanto a esse método
de ensino (NUNES, 1994, p.83).
Mas a Educação a Distância não deve ser vista como uma solução de emergência
para os problemas educacionais no Brasil e sim deve ser considerada como uma ajuda
para melhorar a qualidade do ensino presencial em todos os níveis. Deve se lembrar
também que a educação a distância ainda não está totalmente aberta para toda a
população brasileira. O nosso país é muito grande e que há cidades que sequer possuem
asfalto, escolas, postos de saúdes, dentre outros recursos básicos. Assim, a
democratização do ensino a distância ainda é uma quimera para a população brasileira.
Sendo assim, um dos limites da EAD continua sendo a exclusão digital, uma das
facetas da exclusão social no Brasil, dado que grandes parcelas da sociedade ainda não
têm acesso a computador ou mesmo a infraestrutura que possibilite sua utilização.
(BEZERRA NETO; SANTOS BEZERRA, 2010, p. 151).
A sociedade atual está vivendo um confronto com o desenvolvimento acelerado
que ocorre a sua volta, onde as descobertas ocorrem em frações de segundos,
ocasionando certo desgaste e comprometimento das ações voltadas para o
aprimoramento do ensino, colocando a sala de aula como um ambiente de pouco
estímulo na construção do conhecimento. Mas o ensino a distância é algo que não pode
ser desconsiderado pela população brasileira. A EAD é uma realidade e ao que tudo
indica, ela veio para ficar. Nos dias atuais, já é possível até mesmo os cursos superiores
presenciais oferecem uma porcentagem das disciplinas da estrutura curricular na
modalidade à distância. Observando que a busca pelo conhecimento não tem sido o foco
de interesse principal da sociedade, pois a atualização das informações tem ocorrido de
forma acessível a todos os segmentos satisfazendo de uma forma geral aos interesses
daqueles que as buscam. Sendo assim, a escola tem alternativa rever suas ações e o seu
papel no aprimoramento da sua prática educativa, sendo que, uma análise sobre seus
conceitos didático-metodológicos precisa ser feita, de forma a adequar sua postura
pedagógica ao momento atual e principalmente colocar-se na posição de organização
principal e mais importante na evolução dos princípios fundamentais de uma sociedade,
cumprindo assim sua função transformadora e idealizadora de conhecimentos.
Com esse trabalho percebemos que a educação à distância (EAD) possui pontos
positivos e negativos e que ainda á grandes desafios a serem superados pelo Brasil em
relação a essa prática de ensino. Contudo, é inegável que cada vez mais cursos e
disciplinas são oferecidos na modalidade a distância. Ainda existem alguns preconceitos
e obstáculos relacionados ao ensino a distância que podem ser superados, desde que
exista interesse e boa vontade do Estado, da sociedade e dos envolvidos diretamente
com o processo de ensino aprendizagem. Sabe-se que a educação é movida por vontades
políticas, por isso, para que a EAD caminhe de forma eficaz e próspera faz-se
necessário que o governo trate a questão com a atenção que lhe seja devida. É preciso
ter engajamento da sociedade e dos governantes para que um país como o Brasil não
apresente índices tão ruins no setor educacional.
REFERÊNCIAS
ALONSO, Kátia M. A Educação Distância o Brasil: a busca da identidade . In: PRETI, O. (Org.) Educação Distância: inícios e indícios e um processo. Cuiabá: EdUFMT, 199 6. p57-58.
BEZERRA NETO, Luiz; BEZERRA, Maria Cristina dos Santos. Ensino a distância: solução ou novos desafios para a educação? In
Ferraro Juliana, Uma Nova Didática: A Didática Digital.
Freire Paulo, Pedagogia da tolerância, organizada por Ana Maria Araújo Freire (2005), p13 São Paulo: Editora Unesp.vencedora do Prêmio Jabuti, 2006, 2o lugar, Categoria Educação.
NUNES, I. B. Noções de Educação a Distância. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/ 21015548/ Artigo-1994-Nocoes-de-Educacao -a-Distancia -Ivonio-Barros-NUNES>. Acesso em: 01 novembro 2014
PRETI, O. Educação a Distância: uma prática educativa mediadora e mediatizada. Cuiabá: NEAD/IE –UFMT. 1996.p28.