Secretaria Federal de Controle Interno
Unidade Examinada: S LUIZ QUITUNDE GAB
PREFEITO
Introdução
1. Introdução
Este Relatório trata do resultado de ação de controle desenvolvida em função de situações
presumidamente irregulares, ocorridas no município de São Luís do Quitunde/AL, apontadas
à Controladoria-Geral da União - CGU, que deram origem ao Processo nº
00202.000398/2015-01.
A fiscalização teve como objetivo analisar a execução local dos recursos alocados no Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação – Fundeb.
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 8 a 11 de setembro de 2015 sobre a
aplicação de recursos federais do programa 2030 – Educação Básica / 0E36 – Complementação
da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais da Educação – Fundeb.
Durante o período de execução da presente Ordem de Serviço, foram emitidas seis
Solicitações de Fiscalização, parcialmente respondidas, cuja ausências mais significativas
foram o não fornecimento dos processos licitatórios e respectivos contratos, além de parte dos
processos de pagamentos com recursos do Fundeb, sobretudo dos anos de 2014 e 2015,
restringindo o exame das referidas despesas e a avaliação quanto ao cumprimento das normas
regentes do sobredito Programa.
Relatório de Demandas
Externas
Número do relatório: 201504252
Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao
Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e
registros fotográficos, além de análise documental.
Cumpre destacar que visando oportunizar ao Gestor Municipal apresentar esclarecimentos
sobre as ocorrências levantadas pela CGU, foi disponibilizada, por meio do Ofício nº
18277/2015/CGU-Regional/AL, de 2 de dezembro de 2016, a versão preliminar do presente
Relatório, concedendo dez dias para sua manifestação, contudo, decorrido o mencionado
prazo, o Município não apresentou qualquer resposta.
1.1. Informações sobre a Ação de Controle
Ordem de Serviço: 201504252
Número do Processo: 00202.000398/2015-01
Município/UF: São Luís do Quitunde/AL
Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO
Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão
Unidade Examinada: S LUIZ QUITUNDE GAB PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: R$ 65.674.564,59
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito responsável pela
tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela existência
de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte, a competência primária para adoção de medidas corretivas dos fatos
apresentados a seguir pertence ao executor do recurso federal descentralizado. Esclarece-
se que as situações relatadas são decorrentes de levantamentos necessários à adequada
contextualização das constatações relatadas na primeira parte.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas
ministeriais. Destinam-se, ainda, para ciência dos Órgãos de Defesa do Estado com vistas à
tomada de providências no âmbito das respectivas competências. Esta Controladoria não
realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas
constatações.
2.2.1. Acumulação Ilegal de cargos públicos. Infringência ao disposto no art. 37, XVI,
da Constituição de 1988.
Fato
Consultando a base de dados da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS de 2014,
relativamente ao universo dos docentes do quadro efetivo de São Luís do Quitunde/AL,
totalizando 298 profissionais do magistério, foram constatadas impropriedades a seguir
detalhadas:
a) existência de professores possuidores de mais de 2 (dois) vínculos funcionais com a
Administração Pública, com infringência ao disposto no art. 37, XVI, da Constituição de 1988.
b) existência de servidores com mais de um cargo público que, somadas as jornadas
individuais, ultrapassam 60 horas/semana, teto pacificado no âmbito no STJ a partir do
julgamento do MS 19.336/DF, DJe de 14/10/2014, em atendimento ao Princípio da Eficiência
da Administração Pública – art. 37, caput, c/c inciso XVI da Constituição Federal.
c) existência de servidores da Prefeitura de São Luís do Quitunde/AL acumulando cargos que
não se enquadram nas hipóteses elencadas no art. 37, XVI, da Constituição 1988:
O STJ, na questão posta, tem jurisprudência pacificada (originais sem grifo):
RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. ACUMULAÇÃO DE CARGOS.
AGENTE DE POLÍCIA E PROFESSOR. DESCABIMENTO. NATUREZA DE CARGO TÉCNICO NÃO
CARACTERIZADA. ART. 37, XVI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
1. É vedada a acumulação do cargo de professor com o de agente de polícia civil do Estado da Bahia, que não
se caracteriza como cargo técnico (art. 37, XVI, "b", da Constituição Federal), assim definido como aquele que
requer conhecimento específico na área de atuação do profissional, com habilitação específica de grau
universitário ou profissionalizante de 2º grau.
2. Recurso ordinário improvido.
(RMS 23.131/BA, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em
18/11/2008, DJe 09/12/2008)
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL.
ACUMULAÇÃO DE CARGOS. CARGO TÉCNICO. CONCEITUAÇÃO.
AUSÊNCIA DE PROVAS. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS.
A despeito de o impetrante realmente não ter logrado demonstrar que o cargo por ele ocupado no respectivo
instituto (Assistente de Administração) teria natureza técnica para os fins de acumulação com o cargo de
professor por ele também exercido, a jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que “cargo técnico”
“...requer familiaridade com a metodologia empregada no exercício do mister, a fim de demonstrar
conhecimento específico em uma área artística ou do saber...” (RMS 7570/PB, DJ 22.11.99, Rel. Min. Gilson
Dipp).
Nesse contexto, é inconstitucional a acumulação entre um cargo de natureza burocrática com outro de professor.
Recurso desprovido.
(RMS 15.660/MT, Rel. Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em
05/08/2003, DJ 01/09/2003, p. 303)
A tabela abaixo sintetiza as ocorrências verificadas na base da Relação Anual de Informações
Sociais – RAIS de 2014:
Tabela – Relação de servidores com vínculos funcionais em desacordo com o art. 37,
XVI, da Constituição de 1988 Item Servidor Jornada maior
que 60h/semana
Ocupante de cargo não
acumulável
Exerce mais de 2
vínculos públicos
1 ***.444.174-** SIM
(120h/semana)
SIM
(CBO 519940 – Leiturista)
SIM
2 ***.372.614-** NÃO SIM
(CBO 334110 – Inspetor
de Alunos)
SIM
3 ***.274.534-** SIM
(85h/semana)
SIM
(CBO 334110 – Inspetor
de Alunos)
SIM
4 ***.905.054-** SIM
(80h/semana)
SIM
(CBO 334110 – Inspetor
de Alunos)
SIM
5 ***.121.514-** SIM
(75h/semana)
NÃO SIM
6 ***.081.884-** SIM
(80h/semana)
SIM
(CBO 334110 – Inspetor
de Alunos)
SIM
7 ***.720.864-** SIM
(129h/semana)
SIM
(CBO 411010 – Assistente
Administrativo)
SIM
8 ***.763.935-** SIM
(75h/semana)
NÃO SIM
9 ***.305.064-** SIM
(94h/semana)
NÃO SIM
10 ***.093.704-** SIM
(75h/semana)
NÃO SIM
11 ***.791.854-** SIM
(65h/semana)
NÃO NÃO
12 ***.254.644-** SIM
(65h/semana)
NÃO NÃO
13 ***.404.914-** SIM
(69h/semana)
NÃO NÃO
14 ***.863.124-** SIM
(69h/semana)
NÃO NÃO
15 ***.040.464-** SIM
(65h/semana)
SIM
(CBO 411010 – Assistente
Administrativo)
NÃO
16 ***.469.814-** SIM
(65h/semana)
NÃO NÃO
17 ***.591.484-** SIM
(80h/semana)
NÃO NÃO
18 ***.166.994-** SIM
(80h/semana)
NÃO NÃO
19 ***.436.294-** SIM NÃO NÃO
Tabela – Relação de servidores com vínculos funcionais em desacordo com o art. 37,
XVI, da Constituição de 1988 Item Servidor Jornada maior
que 60h/semana
Ocupante de cargo não
acumulável
Exerce mais de 2
vínculos públicos
(69h/semana)
20 ***.656.164-** SIM
(65h/semana)
SIM
(CBO 411010 – Assistente
Administrativo)
NÃO
21 ***.782.364-** SIM
(65h/semana)
NÃO NÃO
22 ***.012.764-** SIM
(65h/semana)
NÃO NÃO
23 ***.500.544-** SIM
(65h/semana)
NÃO NÃO
24 ***.481.874-** SIM
(65h/semana)
NÃO NÃO
25 ***.554.934-** SIM
(65h/semana)
SIM
(CBO 334110 – Inspetor
de Alunos)
NÃO
26 ***.229.544-** SIM
(65h/semana)
SIM
(CBO 334110 – Inspetor
de Alunos)
NÃO
27 ***.148.864-** SIM
(65h/semana)
SIM
(CBO 411010 – Assistente
Administrativo)
NÃO
28 ***.733.454-** SIM
(65h/semana)
SIM
(CBO 334110 – Inspetor
de Alunos)
NÃO
29 ***.419.704-** SIM
(80h/semana)
NÃO NÃO
30 ***.036.924-** SIM
(84h/semana)
NÃO NÃO
31 ***.879.904-** SIM
(80h/semana)
NÃO NÃO
32 ***.736.954-** SIM
(84h/semana)
NÃO NÃO
33 ***.437.814-** SIM
(65h/semana)
NÃO NÃO
34 ***.615.774-** SIM
(65h/semana)
SIM
(CBO 411010 – Assistente
Administrativo)
NÃO
35 ***.874.794-** SIM
(69h/semana)
SIM
(CBO 411010 – Assistente
Administrativo)
NÃO
36 ***.877.384-** SIM
(65h/semana)
NÃO NÃO
37 ***.373.574-** SIM
(65h/semana)
NÃO NÃO
38 ***.392.014-** SIM
(84h/semana)
NÃO NÃO
39 ***.492.624-** SIM
(65h/semana)
NÃO NÃO
40 ***.045.594-** SIM
(84h/semana)
SIM
(CBO 411010 – Assistente
Administrativo)
NÃO
41 ***.299.194-** NÃO SIM
(CBO 411010 – Assistente
Administrativo)
NÃO
42 ***.699.344-** NÃO SIM NÃO
Tabela – Relação de servidores com vínculos funcionais em desacordo com o art. 37,
XVI, da Constituição de 1988 Item Servidor Jornada maior
que 60h/semana
Ocupante de cargo não
acumulável
Exerce mais de 2
vínculos públicos
(CBO 334110 – Inspetor
de Alunos)
43 ***.201.864-** NÃO SIM
(CBO 334110 – Inspetor
de Alunos)
NÃO
44 ***.274.474-** NÃO SIM
(CBO 334110 – Inspetor
de Alunos)
NÃO
Fonte: RAIS de 2014
Quadro de Responsáveis:
CPF Nome Cargo Observação
***.444.054-** B.S.A. Secretário Municipal de
Educação
Não exigiu de seus subordinados a
verificação regular das possíveis
acumulações ilícitas de cargos
públicos
***.077.704-** E.P.S. Prefeito Como responsável pela emissão da
RAIS ao Ministério do Trabalho,
deveria determinar a inspeção
periódica das possíveis
acumulações ilícitas
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Considerando-se que não houve nova manifestação da unidade examinada sobre esta
constatação, após a que está transcrita no campo ‘fato’, a análise do Controle Interno consta
registrada no referido campo.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Não disponibilização de informações concernentes à execução local das metas
constantes do Plano Nacional de Educação, de que trata a Lei nº 13.005, de 25 de junho
de 2014.
Fato
A equipe de fiscalização da CGU-Regional/AL, objetivando inteirar-se sobre o grau de
implementação, em âmbito municipal, das metas contidas no Plano Nacional de Educação -
PNE, instituído pela Lei Federal nº 13.005, de 25 de junho de 2014, expediu a Solicitação de
Fiscalização nº 2/2015, de 25 de agosto de 2015, sobretudo quanto às metas com prazo de
cumprimento em 1 ano, contado da vigência da sobredita lei.
Abaixo, os itens solicitados:
“3. Demonstrar as medidas administrativas e técnicas encetadas pela Administração
municipal para cumprimento da Meta 1 do PNE: “universalizar, até 2016, a educação
infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a
oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por
cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE.”
Indicadores Meta
Brasil
Estágio
Brasil
Estágio
Nordeste
Estágio
Alagoas
Estágio Leste
Alagoano Estágio São Luis do
Quitunde/AL 1A – Percentual da
população de 4 e 5 anos que frequenta a
escola
100% 81,4% 87% 75,6% 79,4% 53,6%
1B – Percentual da
população de 0 a 3 anos que frequenta a
escola
50% 23,2% 19,2% 20,7% 15,9% 9,2%
Fonte: http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php, acessado às 15:50h do dia 25 de agosto de 2015
4. Demonstrar as medidas administrativas e técnicas em curso para observância
tempestiva dos indicadores educacionais (IDEB), fomentando a qualidade da educação
básica em todas as etapas e modalidades de que trata a Meta 7 do PNE, sobretudo quanto à
série histórica dos resultados do 9º ano, que não atingiram a meta programada pelo Governo
Federal:
Ano Meta Projetada IDEB observado
2011 2,9 2,0
2013 3,3 *
2015 5,2** A realizar Fonte: http://ideb.inep.gov.br/resultado/, acessado às 15:55h do dia 25 de agosto de 2015
* número de participantes na Prova Brasil insuficiente para que os resultados sejam divulgados
** média nacional proposta para o IDEB pela Meta 7 do PNE
5. Demonstrar as medidas administrativas e técnicas encetadas pela Administração
municipal para cumprimento da Meta 9 do PNE: “elevar a taxa de alfabetização da
população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos
por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto
e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional.”. Segundo o
Portal Cidades@, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (link:
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=270850&idtema=16&sea
rch=alagoas|sao-luis-do-quitunde|sintese-das-informacoes, acessado às 16:00h do dia 25 de
agosto de 2015), há 32.412 habitantes em São Luis do Quitunde/AL, sendo 19.113 habitantes
alfabetizados (58,97% do total).
6. Demonstrar a atuação municipal no cumprimento à Meta 15 do PNE: “garantir,
em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no
prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais
da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica
possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de
conhecimento em que atuam.”
7. Demonstrar a execução local da estratégia 20.11 da meta 20 do PNE: “aprovar,
no prazo de 1 (um) ano, Lei de Responsabilidade Educacional, assegurando padrão de
qualidade na educação básica, em cada sistema e rede de ensino, aferida pelo processo de
metas de qualidade aferidas por institutos oficiais de avaliação educacionais.”
A Prefeitura, até o encerramento dos trabalhos, não se manifestou quanto ao empenho do
Poder Público para elevação dos indicadores do PNE.
A propósito, a sonegação de informações aos integrantes do Sistema de Controle Interno do
Poder Executivo Federal, no exercício das atribuições inerentes às atividades de fiscalização
enseja a responsabilização administrativa, civil e penal ao agente público que, por ato
comissivo ou omissivo, der causa a embaraço, constrangimento ou obstáculo, nos termos do
art. 26 da Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001.
Quadro de Responsável:
CPF Nome Cargo Observação
***.444.054-** B.S.A. Secretário Municipal de
Educação
É a autoridade, em âmbito
municipal, que monitora o
cumprimento das metas do Plano
Nacional de Educação – PNE, cuja
omissão revelou a baixa
implementação do índice mínimo
pactuado pelo Município
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Considerando-se que não houve nova manifestação da unidade examinada sobre esta
constatação, após a que está transcrita no campo ‘fato’, a análise do Controle Interno consta
registrada no referido campo.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.3. Jornada escolar inferior a 800 horas em 200 dias letivos, estabelecida na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Fato
A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, dispõe em seu art. 24, inciso I, que a educação
básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada com “carga horária mínima anual
será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho
escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver”.
A Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação – CEB/CNE, em diversas
soluções de consulta, vem reiterando a necessidade de cumprimento da jornada escolar em
200 dias letivos, com 800 horas de atividades pedagógicas. Abaixo, entendimento do
colegiado em alusão (excertos):
PARECER CNE/CEB Nº 5/97, aprovado em 7 de maio de 1997
“Inovação importante aumentou o ano letivo para 200 dias de trabalho efetivo, excluído o
tempo reservado aos exames finais, quando previstos no calendário escolar. É um avanço que
retira o Brasil da situação de país onde o ano escolar era dos menores. Também é novo o
aumento da carga horária mínima para 800 horas anuais. É de se ressaltar que o dispositivo
legal ( art. 24, inciso I) se refere a horas e não horas-aulas a serem cumpridas nos ensinos
fundamental e médio. Certamente, serão levantadas dúvidas quanto à correta interpretação
dos dispositivos que tratam desta questão.”
PARECER CNE/CEB Nº 12/97, aprovado em 8 de outubro de 1997
“Portanto, não há como fugir deste entendimento: o legislador optou por aumentar a carga
horária anual, no ensino regular, para um mínimo de oitocentas horas que serão totalizadas
em um mínimo de duzentos dias por ano. Sobre isto, não há ambiguidade. Apenas projetos
autorizados com base no art. 81 (cursos experimentais) poderão ser objeto de tratamentos
diferenciados. Quanto aos cursos noturnos, a matéria está sendo objeto de estudo
particularizado no CNE. Oportunamente merecerá pronunciamento específico.”
PARECER CNE/CEB Nº 38/2002, aprovado em 4 de novembro de 2002
“1. O estabelecimento de ensino tem obrigação de, independentemente da forma de
organização curricular, oferecer um mínimo anual de 200 dias letivos, excluído o tempo
reservado aos exames finais, quando houver.”
PARECER CNE/CEB Nº 21/2012, aprovado em 5 de dezembro de 2012
“Veja-se: a LDB não obriga que as escolas guardem qualquer período sem atividades letivas
ao final de um semestre. Apenas obriga a que haja, no mínimo, 800 horas anuais de atividades
letivas, distribuídas em, no mínimo, 200 dias letivos.”
Sobre o conceito de hora-aula, o próprio colegiado já se posicionou a respeito, nos seguintes
termos:
“A LDB estabelece que no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, o efetivo trabalho letivo
se constitui de 800 horas por ano de 60 minutos, de 2.400 horas de 60 minutos para o Ensino
Médio e da carga horária mínima das habilitações por área na Educação Profissional. Esse
é um direito dos estudantes. Ao mesmo tempo, a LDB estabelece que a duração da hora-aula
das disciplinas é da competência do projeto pedagógico do estabelecimento. O total do
número de horas destinado a cada disciplina também é de competência do projeto
pedagógico. No caso da pergunta do CEFET/GO, que manifesta a decisão de dedicar um
mínimo de 60 horas para uma disciplina, modulando-a em aulas de 45 minutos, o mínimo de
aulas a ser ministrado deverá ser o de 80 aulas.” (PARECER CNE/CEB Nº 8/2004, aprovado
em 8 de março de 2004)
Algumas unidades escolares da rede municipal apresentaram sua grade horária com redução
na jornada mínima estabelecida na LDB.
A título de exemplo, o Colégio Adevan Verçosa e Silva (código INEP nº 27031691), que
responde por 16,92% do alunado matriculado no ensino fundamental de São Luís do
Quitunde/AL, distribuiu suas turmas em 4 (quatro) turnos: matutino, intermediário, vespertino
e noturno, e em todos não há o cumprimento da jornada escolar, partindo do princípio da
exigência legal e do entendimento esposado pela CEB/CNE:
Quadro – Relação dos horários de aulas na Escola Adevan Verçosa e Silva em 2015
Turno Horário Diário
Duração
diária
(A)
Duração
Mínima Anual
(B)
Dias Letivos
Necessários
para atingir
a exigência
legal (B/A)
Dias letivos
cumpridos
Matutino
07:10h – 10:40h
(com 10min de
intervalo)
3h30min 800h/ano, ou
48.000min/ano
228,57 dias
letivos
200 dias letivos
Intermediário
11:00h – 13:50h
(com 10 min de
intervalo)
2h50min 800h/ano, ou
48.000min/ano
282,36 dias
letivos
Vespertino
14:00h – 17:30h
(com 10min de
intervalo)
3h30min 800h/ano, ou
48.000min/ano
228,57 dias
letivos
Noturno
19:00h – 22:10h
(com 10min de
intervalo)
3h10min 800h/ano, ou
48.000min/ano
252,63 dias
letivos
Fonte: informações prestadas pela direção da escola
É importante salientar que o intervalo concedido aos corpos discente e docente, equivalente à
refeição intrajornada, não possui a equivalência preconizada pela Câmara de Educação Básica
do Conselho Nacional de Educação, estampada no PARECER CNE/CES Nº 261/2006,
aprovado em 9 de novembro de 2006: “E mais, na hora escolar brasileira, tornou-se prática
consagrada destinar-se, a cada hora, dez minutos aos chamados ‘intervalos’. Esse esquema
de 50 + 10, em verdade, se enraíza no próprio racionalismo pedagógico, fazendo parte da
atividade educativa.”
Quadro de Responsável:
CPF Nome Cargo Observação
***.444.054-** B.S.A. Secretário Municipal de
Educação
É a autoridade, em âmbito
municipal, que deve acompanhar o
cumprimento rigoroso da jornada
escolar mínima, evitando a
realização de turnos que não
contemplam horário mínimo
diário
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Considerando-se que não houve nova manifestação da unidade examinada sobre esta
constatação, após a que está transcrita no campo ‘fato’, a análise do Controle Interno consta
registrada no referido campo.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.4. Prejuízo de R$ 1.274.252,80 decorrente da não utilização dos veículos da frota
própria de veículos destinados ao transporte escolar, privilegiando a contratação de
serviços terceirizados.
Fato
Segundo Censo Escolar de 2014 – aplicável para fins de cálculo do repasse federal para
execução local do Pnate em 2015 -, São Luís do Quitunde/AL dispunha de 1.340 alunos da
rede municipal e 385 alunos da rede estadual beneficiados com o transporte gratuito oferecido
em compartilhamento de responsabilidades entre a União e o município, totalizando 1.725
alunos.
De acordo com os registros no Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, para execução
de seu múnus público, a Administração municipal dispunha de seis veículos, a seguir
discriminados:
Tabela – Relação dos veículos da PM de São Luís do Quitunde/AL obtidos junto ao
Denatran Placa Marca/modelo Número de assentos
LBZ3840 M. BENZ/OF 1620 48
NML0852 MARCOPOLO/VOLARE V8L ESC 26
NMM1034 VW/15.190 EOD E.S.ORE 60
NMM1074 VW/15.190 EOD E.S.ORE 60
OHF4516 VW/15.190 EOD ESCOLAR HD 60
OHF4536 VW/15.190 EOD E.S.ORE 60
Fonte: Denatran
Considerando a capacidade de cada veículo, sua frota poderia transportar, por dia, até 942
alunos (total de assentos da frota x 3 turnos escolares).
Já a frota terceirizada, a partir de 10 de junho de 2015, passou a realizar 43 rotas, cada rota
composta de um veículo de grande porte, com 44 assentos disponíveis por veículo. Portanto,
há potencial de transporte de até 5.676 alunos/dia (total de assentos da frota x 3 turnos
escolares).
Ampliando a análise quantitativa acerca da capacidade da frota escolar (própria +
terceirizada), tem-se os seguintes números:
Tabela – Capacidade total da frota, comparando-a com os assentos necessários à
condução do alunado das redes municipal e estadual de educação básica
Hipóteses Capacidade total
instalada
Excesso de assentos
(ref. aos números do Censo
Escolar/2014)
Todos os veículos realizando
transporte para um único turno escolar
2.206 assentos 481 assentos, ou 21,8%
Todos os veículos realizando
transporte para dois turnos escolares
4.412 assentos 2.687 assentos, ou 155,7%
Todos os veículos realizando
transporte para três turnos escolares
6.618 assentos 4.893 assentos, ou 283,6%
Fontes: Relação dos veículos escolares próprios e terceirizados e Denatran
Em quaisquer dos três cenários aventados, o número de assentos disponíveis é superior à
demanda oficial para 2015.
No caso sob análise, há três rotas perfazendo os três turnos escolares (matutino, vespertino e
noturno), treze rotas perfazendo dois turnos escolares (matutino e/ou vespertino e/ou noturno),
e 27 rotas perfazendo um turno escolar (matutino ou vespertino ou noturno).
Substituindo as três rotas com três turnos escolares e três das treze rotas mais extensas com
dois turnos escolares, pelos veículos do acervo patrimonial municipal, seriam transportados
até 3.008 alunos, como se vê abaixo:
Tabela – Possibilidade de transporte de alunos com a frota oficial de São Luís do
Quitunde/AL
Rotas da frota
própria
Número de
assentos
Nº da Rota original na Ata de Registro
de Preços nº 10/2015
Quantidade
máxima de
alunos
transportados
V1 60 lugares 1
(matutino, vespertino e noturno)
180
V2 60 lugares 9
(matutino, vespertino e noturno)
180
V3 60 lugares 32
(matutino, vespertino e noturno)
180
V4 60 lugares 22
(matutino e/ou vespertino e/ou noturno)
120
V5 48 lugares 23
(matutino e/ou vespertino e/ou noturno)
96
V6 26 lugares 16
(matutino e/ou vespertino e/ou noturno)
52
Total de alunos: 808
Fonte: Painel de Controle do MEC -
http://painel.mec.gov.br/painel/detalhamentoIndicador/detalhes/municipio/muncod/2708501
Tabela – Potencial de transporte com o serviço terceirizado Nº da Rota original na Ata
de Registro de Preços nº
10/2015
Turnos escolares Número de
assentos
Quantidade máxima de
alunos transportados
2 Vespertino 44 lugares 44
3 Matutino e vespertino 44 lugares 88
4 Matutino e vespertino 44 lugares 88
5 Vespertino 44 lugares 44
6 Vespertino 44 lugares 44
7 Vespertino 44 lugares 44
8 Matutino e vespertino 44 lugares 88
10 Matutino 44 lugares 44
11 Matutino 44 lugares 44
Tabela – Potencial de transporte com o serviço terceirizado Nº da Rota original na Ata
de Registro de Preços nº
10/2015
Turnos escolares Número de
assentos
Quantidade máxima de
alunos transportados
12 Vespertino 44 lugares 44
13 Noturno 44 lugares 44
14 Matutino e vespertino 44 lugares 88
15 Matutino e vespertino 44 lugares 88
17 Matutino 44 lugares 44
18 Vespertino 44 lugares 44
19 Vespertino 44 lugares 44
20 Vespertino 44 lugares 44
21 Noturno 44 lugares 44
24 Vespertino 44 lugares 44
25 Vespertino 44 lugares 44
26 Vespertino e noturno 44 lugares 88
27 Noturno 44 lugares 44
28 Vespertino e noturno 44 lugares 88
29 Matutino e vespertino 44 lugares 88
30 Vespertino e noturno 44 lugares 88
31 Vespertino 44 lugares 44
33 Matutino e vespertino 44 lugares 88
34 Matutino e vespertino 44 lugares 88
35 Matutino e vespertino 44 lugares 88
36 Noturno 44 lugares 44
37 Matutino 44 lugares 44
45 Vespertino 44 lugares 44
47 Vespertino 44 lugares 44
48 Vespertino 44 lugares 44
49 Noturno 44 lugares 44
50 Noturno 44 lugares 44
51 Noturno 44 lugares 44
52 Noturno 44 lugares 44
Total de alunos: 2.200
Fonte: Relação das rotas ofertadas pela Prefeitura com o serviço terceirizado
Considerando as rotas que poderiam ser efetuadas com os veículos oficiais, a quilometragem
percorrida nelas e o valor R$/km cobrado pela contratada (R$ 3,90), o uso do plantel
automotivo da Prefeitura reduziria o gasto diário em R$ 3.279,12. A tabela a seguir demonstra
esta situação:
Tabela – Valor diário estimado com a substituição de parte da frota terceirizada pela
frota própria registrada no Denatran Rotas da frota
própria Percurso diário (em km)
R$/km na Ata de
RP nº 10/2015 Valor diário (em R$)
1 126 3,90 491,40
9 234,4 3,90 914,16
16 28 3,90 109,20
22 175,6 3,90 684,84
23 162,8 3,90 634,92
32 114 3,90 444,60
Total: 3.279,12
Fonte: Relação das rotas ofertadas pela Prefeitura com o serviço terceirizado
E expandindo para o ano letivo, composto por 200 dias, haveria economia de R$ 655.824,00
(R$ 3.279,12 x 200 dias letivos).
Posteriormente, consultando dados oficiais do FNDE, obtidos no Painel de Controle do MEC
- http://painel.mec.gov.br/ -, foi constatado que, pelo Programa Caminho da Escola, deveriam
existir treze veículos de grande porte, ao custo total de R$ 2.809.100,00, adquiridos entre 2008
e 2015, sendo dez unidades provenientes de recursos do FNDE e três unidades com recursos
próprios.
Tabela – Relação de veículos pertencentes ao Município de São Luís do Quitunde/AL
Ano Recursos FNDE Recursos próprios
(estados/municípios)
Total
Escolar rural Urbano acessível Escolar rural
Ônibus Valor (R$) Ônibus Valor
(R$)
Ônibus Valor
(R$)
Ônibus Valor (R$)
2008 1 172.700,00 - - - - 1 172.700,00
2011 5 1.081.400,00 - - - - 5 1.081.400,00
2012 - - 1 132.000,00 - - 1 132.000,00
2014 3 730.000,00 - - 2 423.000,00 5 1.153.000,00
2015 - - - - 1 270.000,00 1 270.000,00
Total
Geral
9 1.984.100,00 1 132.000,00 3 693.000,00 13 2.809.100,00
FONTE: Adaptado do FNDE/Sigarp e PAR (link
http://painel.mec.gov.br/painel/detalhamentoIndicador/detalhes/municipio/muncod/2708501, acessado em
17/11/2016)
Como se observa até 2013, existiam sete ônibus e similares; em 2014 foram agregadas cinco
unidades à frota oficial, totalizando doze ônibus e similares; e em 2015, foi adensado ao
quadro mais uma unidade, totalizando treze ônibus e similares.
Haveria, portanto, sete veículos disponíveis no município, cujo uso poderia refletir na redução
dos gastos com a educação básica, estando totalmente disponíveis em 2015 para transporte
dos alunos da rede de ensino municipal que residem na área rural, em substituição ao serviço
terceirizado em mais 7 rotas.
Assim, considerando que: (i) durante os 80 dias letivos iniciais o sistema de transporte de
alunos foi realizado também por pessoa jurídica contratada pela Administração municipal,
objeto do Pregão Presencial nº 8/2014, utilizado para Registro de Preços promovido pela
Prefeitura de São José da Laje/AL; e que (ii) durante os 120 dias letivos seguintes o sistema
de transporte de alunos foi realizado também por pessoa jurídica contratada pela
Administração municipal, objeto do Pregão Presencial nº 10/2015; fazer a substituição da
empresa terceirizada em 7 rotas por ônibus oficiais, resultaria em uma potencial economia de
R$ 618.428,80 ao Erário, conforme demonstrado nas tabelas a seguir:
Tabela – Inclusão dos veículos registrados no Portal do PNE/MEC, em substituição
aos veículos da frota terceirizada (primeiros 80 dias letivos de 2015) Veículos
da
Prefeitura
Rota Turno Km diário
(A)
Dias
letivos (B) R$/km (C)
Valor total
(A*B*C)
V1
Frutuoso –
Santa Helena
– Retiro (R6)
Noturno 110 80 3,40 29.920,00
V2
Duas Barras –
Poço Dantas –
Papuã – Amor
– Cachoeira
(R7)
Noturno 144 80 3,40 29.920,00
V3
Assentamento
Sílvio Viana –
Duas Barras –
Amor (R15)
Matutino 144 80 3,40 39.168,00
V4
Papuã – Poço
Dantas –
Barrinha –
Catucá –
Amor (R16)
Vespertino 144 80 3,40 39.168,00
V5 Feliz Deserto
(R25) Vespertino 110 80 3,40 39.168,00
V6
Lagoa
Vermelha
(R28)
Vespertino 102 80 3,40 27.744,00
V7
Bananal –
Conceição
Nova – Os
Bois –
Mariano –
Guanabara
(R41)
Vespertino 106 80 3,40 28.832,00
Total: 233.920,00
Tabela – Inclusão dos veículos registrados no Portal do PNE/MEC, em substituição aos
veículos da frota terceirizada (últimos 120 dias letivos de 2015) Veículos
da
Prefeitura
Rota Turno Km diário
(A)
Dias letivos
(B) R$/km (C)
Valor total
(A*B*C)
V1
Santa Rosa –
Arruado do
Quilombo –
Guindaste
(R1)
Matutino
Vespertino
Noturno
126 120 3,90 58.968,00
V2
Nova Reforma
– Santa
Mônica (R13)
Noturno 124,2 120 3,90 58.125,60
V3
Bananal –
Conceição da
Serra –
Mumbuca –
Lua Nova
(R25)
Vespertino 105,6 120 3,90 49.420,80
V4
Fazendas
Gameleira,
Ipiranga e
Vespertino
Noturno 135,2 120 3,90 63.273,60
Conceição
Nova (R26)
V5
Fazendas
Retiro e Santa
Helena (R27)
Noturno 110,4 120 3,90 51.667,20
V6
Granja – Goiti
– Garabú –
Santo Inácio I
e II (R32)
Matutino
Vespertino
Noturno
114 120 3,90 53.352,00
V7
Santa Mônica
– Raiz – Amor
– Duas Barras
– Poço Dantas
(R45)
Vespertino 106,2 120 3,90 49.701,60
Total: 384.508,80
Estima-se, portanto, que a não utilização dos 13 veículos, disponíveis na frota municipal, dos
quais 7 sequer foram regularizados junto ao Departamento de Trânsito, tenha gerado um
prejuízo de R$ 1.274.252,80.
Vale salientar que a Prefeitura de São Luís do Quitunde procedeu aos pagamentos do
transporte escolar utilizando das fontes de recurso Fundeb, Pnate e Geite (programa estadual
de transporte estadual), podendo-se estimar o prejuízo inerente a cada fonte, com base na
proporção de recursos empregados, conforme indicado na tabela a seguir:
Tabela – Fontes de recurso utilizadas pela Prefeitura Fonte de pagamento do
transporte escolar
Valor Proporção Prejuízo
Proporcional
GEITE* 234.335,60 10,22% 130.202,04
FUNDEB-40%** 1.795.663,37 78,3% 997.710,27
PNATE*** 263.381,32 11,48% 146.340,49
Total: 2.293.380,29 100% 1.274.252,80
Observações:
* Programa estadual de repasse de recursos para atendimento à clientela estudantil de Alagoas, apurado com
base exclusivamente dos processos físicos disponibilizados e analisados pela CGU.
** Com base nos pagamentos em favor da empresa contratada, de acordo com o extrato bancário da
agência/conta corrente nº 1139-8/19.830-7, já que os processos de pagamento apresentados pela prefeitura
totalizaram apenas R$ 1.705.348,97.
*** Valor obtido mediante consulta ao Sistema de Gestão de Prestação de Contas – SiGPC, correspondendo
a pagamentos efetuados entre os anos de 2014 e 2015
Por fim, ressalta-se que a estimativa realizada considerou apenas a substituição de cada
veículo da frota própria por um veículo terceirizado, podendo haver prejuízo financeiro
superior, caso haja otimização do uso dos veículos fornecidos pelo Governo Federal em razão
de sua capacidade de lugares.
Quadro de Responsáveis:
CPF Nome Cargo Observação
***.444.054-** B.S.A. Secretário Municipal de
Educação
Não exigiu de seus subordinados a
verificação da oferta de assentos
no sistema de transporte de alunos
contratados pela Prefeitura,
culminando com pagamento por
espaços ociosos nos ônibus
***.077.704-** E.P.S. Prefeito Como dirigente máximo
municipal, procedeu ao
pagamento de despesas com
transporte de alunos sem as
precauções necessárias para a
compatibilização entre o universo
de estudantes e o número de
assentos disponibilizados nas
frotas terceirizada e própria
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Considerando-se que não houve nova manifestação da unidade examinada sobre esta
constatação, após a que está transcrita no campo ‘fato’, a análise do Controle Interno consta
registrada no referido campo.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.5. Rotas com percursos similares para transporte de alunos com quilometragens
diferenciadas, ocasionando prejuízo de R$ 343.808,00.
Fato
Desde junho de 2014, a Prefeitura de São Luís do Quitunde/AL mantém contrato de prestação
de serviço de transporte de alunos com a empresa Luciano Lima Lopes e Cia Ltda. – ME
(CNPJ nº 06.097.298/0001-86), mediante celebração de instrumentos contratuais sucessivos:
o primeiro, vigente por um ano, contado a partir de 9 de junho de 2014, com valor unitário a
R$ 3,40/km rodado, por intermédio de adesão da Ata do Pregão Presencial nº 8/2014, oriundo
da Prefeitura de São José da Laje/AL, e o segundo, vigente também por um ano, contado a
partir de 9 de junho de 2015, com valor unitário a R$ 3,90/km rodado, por intermédio do
Pregão Presencial nº 10/2015.
Examinando as rotas realizadas pelo mencionado fornecedor do serviço nos dois períodos
contratuais, foi constatada divergência na distância percorrida para os mesmos trechos,
existindo situações em que embora haja mais localidades abrangidas, ainda assim percorre
trecho menor em comparação à rota similar.
Tabela – Comparativo da quilometragem de rotas similares Ata do Pregão Presencial nº 8/2014
(jun/2014-mai/2015)
Pregão Presencial nº 10/2015
(jun/2015-mai/2016)
Número da
rota Descrição da rota Percurso
Número
da rota Descrição da rota Percurso
14
Camurim, Bigode,
Sacramentinho e
Adubeira
100km 14 Camurim, Sacramento,
Bigode e Adubeira 36,8km*
Tabela – Comparativo da quilometragem de rotas similares Ata do Pregão Presencial nº 8/2014
(jun/2014-mai/2015)
Pregão Presencial nº 10/2015
(jun/2015-mai/2016)
Número da
rota Descrição da rota Percurso
Número
da rota Descrição da rota Percurso
23 Camurim, Bigode e
Adubeira 100km
25 Feliz Deserto 110km 2 Feliz Deserto e Quebra 81,4km*
30 Paraíso 106km 18 Paraíso 78,2km
4 Agrovila São
Frutuoso 110km 31
Assentamento Frutuoso
(via Matriz) 89,6km
28 Lagoa Vermelha 102km 5 Fazenda Lagoa
Vermelha 52,2km
40 Lagoa Vermelha 102km 6
Fazenda Lagoa
Vermelha e Arruado
Aurelino
53,4km
34
Santa Luzia do
Riachão e Bom
Destino
84km 54**
Faz. Bom Destino e
Assent. Santa Luzia do
Riachão e
11km*
47 Planalto e Santa Cruz 110km 53**
Faz. Santa Cruz,
Planalto, São Francisco
e Araújo
35km*
35 Gameleira, Ipiranga e
Conceição Nova 70km
16
Fazendas Gameleira,
Ipiranga e Conceição
Nova
14km*
26
Fazendas Gameleira,
Ipiranga e Conceição
Nova
67,6km*
Fonte: planilhas anexadas aos processos de pagamento relativos aos meses de março e julho de 2015
Observações:
* estas quilometragens correspondem ao percurso efetuado em um turno escolar, compatibilizando-as com
os percursos do contrato anterior
** são trechos realizados por automóvel van, mas possuindo localidades com elevado grau de identidade
em comparação às rotas do contrato anterior
A tabela acima expõe que as rotas do antigo contrato estavam infladas, havendo correção das
mesmas a partir do contrato atual.
O preço desta falha grave é que o município pagou por serviço não prestado no montante de
R$ 343.808,00, ajustando o trajeto das rotas da Ata do Pregão Presencial nº 8/2014 para
quantitativos pactuados no Pregão Presencial nº 10/2015. É o que segue:
Tabela – Valor impugnado, considerando o menor trajeto de rotas similares Número
da rota Descrição da rota Percurso
Gasto anual
(em R$)*
Gasto anual ajustado
(em R$)**
14 Camurim, Bigode,
Sacramentinho e Adubeira 100km 68.000,00 25.024,00
23 Camurim, Bigode e Adubeira 100km 68.000,00 25.024,00
25 Feliz Deserto 110km 74.800,00 55.352,00
30 Paraíso 106km 72.080,00 53.176,00
4 Agrovila São Frutuoso 110km 74.800,00 60.928,00
28 Lagoa Vermelha 102km 69.360,00 35.496,00
40 Lagoa Vermelha 102km 69.360,00 36.312,00
34 Santa Luzia do Riachão e Bom
Destino 84km 57.120,00 7.480,00
47 Planalto e Santa Cruz 110km 74.800,00 23.800,00
35 Gameleira, Ipiranga e
Conceição Nova 70km 47.600,00 9.520,00
Totais: 675.920,00
(A)
332.112,00
(B)
Diferença (A-B): 343.808,00
Observação:
* fórmula: percurso da APP nº 8/2014 x R$ 3,40/km x 200 dias letivos
** fórmula: percurso do PP nº 10/2015 x R$ 3,40/km x 200 dias letivos
Fonte: Relação de rotas realizadas pelo serviço de transporte de estudantes terceirizado pela Prefeitura
Vale salientar que a Prefeitura de São Luís do Quitunde procede ao pagamento do transporte
escolar utilizando das fontes Fundeb, Pnate e Geite (programa estadual de transporte estadual),
podendo-se estimar o prejuízo inerente a cada fonte, com base na proporção de recursos
empregados, conforme indicado na tabela a seguir:
Tabela – Fontes de recurso utilizadas pela Prefeitura Fonte de pagamento do
transporte escolar
Valor – R$ Proporção Prejuízo
Proporcional – R$
GEITE* 234.335,60 10,22% 35.130,00
FUNDEB-40%** 1.795.663,37 78,3% 269.193,66
PNATE*** 263.381,32 11,48% 39.484,34
TOTAL: 2.293.380,29 100% 343.808,00
Observações:
* Programa estadual de repasse de recursos para atendimento à clientela estudantil de Alagoas, apurado com
base exclusivamente dos processos físicos disponibilizados e analisados pela CGU.
** Com base nos pagamentos em favor da empresa contratada, de acordo com o extrato bancário da
agência/conta corrente nº 1139-8/19.830-7, já que os processos de pagamento apresentados pela prefeitura
totalizaram apenas R$ 1.705.348,97.
*** Valor obtido mediante consulta ao Sistema de Gestão de Prestação de Contas – SiGPC, correspondendo
a pagamentos efetuados entre os anos de 2014 e 2015
Ressalta-se que o escopo dessa análise restringiu-se às rotas com trajetos similares, havendo
outras rotas passíveis de verificação, a fim de conferir a real extensão de seus percursos, sendo
possível computar-se prejuízos ainda maiores.
Quadro de Responsáveis:
CPF Nome Cargo Observação
***.444.054-** B.S.A. Secretário Municipal de
Educação
É o responsável pela aprovação
dos termos de referência/projetos
básicos dos processos licitatórios
com recursos alocados à educação
pública, inclusive na contratação
de serviço de transporte de
estudantes da rede pública de
educação básica, sendo incapaz de
proceder à comparação das
distâncias de rotas contratadas
anteriormente com aquelas
pretendidas no último certame
avaliado pela CGU
***.077.704-** E.P.S. Prefeito Como dirigente máximo
municipal, procedeu ao
pagamento de despesas com
transporte de alunos sem as
precauções necessárias para a
CPF Nome Cargo Observação
compatibilização entre as
distâncias percorridas pelas rotas,
haja vista distorção relevante da
quilometragem
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Considerando-se que não houve nova manifestação da unidade examinada sobre esta
constatação, após a que está transcrita no campo ‘fato’, a análise do Controle Interno consta
registrada no referido campo.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.6. Subcontratação total dos serviços de transporte de alunos. Ocorrência de
prejuízo estimado em R$ 705.581,00. Discrepância de preços entre as rotas
operacionalizadas entre os anos de 2013 a 2016.
Fato
A Prefeitura de São Luís do Quitunde/AL, tencionando a execução indireta do serviço de
transporte de alunos matriculados nas redes municipal e estadual de ensino, com
estabelecimentos localizados em seu município, efetuou contratação por intermédio do Pregão
Presencial nº 8/2014, utilizado para Registro de Preços promovido pela Prefeitura de São José
da Laje/AL.
Com vigência a partir de 9 de junho de 2014, o instrumento contratual firmado entre a
Administração municipal e a empresa Luciano Lima Lopes e Cia Ltda. – ME (CNPJ nº
06.097.298/0001-86), tinha como objeto previsto no Parágrafo Primeiro da Cláusula Primeira
a “locação dos ônibus destinados ao transporte escolar da Rede Municipal de Educação”,
atendendo a 47 rotas, sendo 43 veículos de grande porte (ônibus), com capacidade de 44
assentos, e mais 4 veículos comportando 12 passageiros.
Em consulta ao Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, observou-se que a
mencionada empresa possui somente um veículo com características de transporte de alunos
- M.BENZ/OF 1318, placa CPR8472, ano 1990 -, possibilitando afirmar que a frota
disponibilizada para atendimento à demanda da Administração municipal foi proveniente de
subcontratação total e que, na qualidade de intermediadora do serviço, auferiu lucro e
despendeu com despesas indiretas (p. ex.: Remuneração de pessoal administrativo; Transporte
do pessoal administrativo; Aluguel da sede; Imposto predial, taxa de funcionamento; Despesas
com água, luz e telefone; Material de escritório; Manutenção de equipamentos de escritório)
e despesas fiscais.
Destaca-se que segundo enuncia o Informativo de Licitações e Contratos nº 200, do Tribunal
de Contas da União, a subcontratação integral do objeto é irregular:
“A subcontratação total do objeto, em que se evidencia a mera colocação de interposto entre
a Administração Pública contratante e a empresa efetivamente executora (subcontratada), é
irregularidade ensejadora de débito, o qual corresponde à diferença entre os pagamentos
recebidos pela empresa contratada e os valores por ela pagos na subcontratação integral.”
Cabe destacar que, durante o exercício de 2013, a Prefeitura de São Luís do Quitunde/AL
operou o sistema de transporte de estudantes da educação básica pública, residentes no
município, por intermédio de contratação individualizada, abrangendo motorista, veículo,
combustível e lubrificantes.
A partir de junho de 2014, optou-se pela contratação de pessoa jurídica responsável pela
execução do serviço, responsabilizando-se, de forma global, pelo cumprimento do objeto
avençado, o que elevou o emprego de recursos públicos.
Para avaliar a compatibilidade de preços entre os tipos de contratação vigentes nos anos de
2013 a 2015, investigaram-se rotas com percursos similares, tendo sido identificados trajetos
que, mesmo com preços unitários atualizados pela variação do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo - IPCA, ficaram com preços unitários inferiores àqueles ulteriormente
contratados pelo Poder Público Municipal, por meio do Pregão Presencial nº 8/2014 e do
Pregão Presencial nº 10/2015.
Cumpre esclarecer que embora a comparação tenha sido efetuada em periodicidade anual (12
meses), são exigidos do ente político, segundo art. 24 da Lei nº 9.394/1996 – LDB, 200 dias
letivos previstos no calendário escolar da rede de educação básica, que são distribuídos à
média de 20 dias letivos por mês, contabilizando 10 meses de atividade letiva,
desconsiderando-se os períodos de férias escolares.
Assim, na comparação entre 2013 e maio de 2014, foi detectado custo excessivo da ordem de
R$ 49.147,06, equivalente a 20 dias letivos, totalizando R$ 491.470,60 nos 200 dias letivos
exigidos pela LDB, conforme tabela a seguir:
Tabela – Preços de rotas similares realizadas em 2013 e entre junho/2014 e maio/2015
Descrição das rotas em 2013 Descrição das rotas entre
jun/2014 e mai/2015***
Trajeto Contratado
(CPF)
Valor
original/mês*
Valor
atualizado/mês** Item Trajeto Valor*
Santa Luzia
do Riachão
– Bom
Destino –
Papua
***.921.764-
** 3.675,00 3.909,28 34
Santa
Luzia do
Riachão –
Bom
Destino
5.712,00
Coronha –
Cachoeira
***.226.074-
** 3.168,00 3.369,96 43
Coronha –
Cachoeira 5.168,00
Tabela – Preços de rotas similares realizadas em 2013 e entre junho/2014 e maio/2015
Descrição das rotas em 2013 Descrição das rotas entre
jun/2014 e mai/2015***
Trajeto Contratado
(CPF)
Valor
original/mês*
Valor
atualizado/mês** Item Trajeto Valor*
Bananal –
Conceição
da Serra –
Bois –
Mariano –
Tapuia
***.716.744-
** 3.591,00 3.819,93 20
Bananal –
Conceição
da Serra –
Tapuia
6.847,60
Paraíso ***.716.024-
** 3.145,00
3.345,50 9 Paraíso 6.847,60
3.345,50 30 Paraíso 6.847,60
Camurim –
Bigode –
Sacramento
– Adubeira
***.342.994-
** 2.530,00 2.691,29 14
Camurim –
Bigode –
Sacrament
o –
Adubeira
6.460,00
Frutuoso ***.869.234-
** 4.180,00 4.446,48 4
Agrovila
São
Frutuoso
7.106,00
Lagoa
Vermelha
***.865.834-
** 2.152,50*
2.289,72 28 Lagoa
Vermelha 6.589,20
2.289,72 40 Lagoa
Vermelha 6.936,00
Coronha –
Cachoeira
***.226.074-
** 3.168,00 3.369,96 43
Coronha –
Cachoeira 5.168,00
Raiz –
Catuca -
Amor
***.567.594-
** 3.300,00 3.510,38 24
Raiz –
Catuca -
Amor
6.201,60
Feliz
Deserto –
Quebra
***.275.714-
** 1.815,00* 1.930,71 25
Feliz
Deserto –
Quebra
7.106,00
Santa Luzia
do Riachão
– Bom
Destino
***.946.974-
** 4.000,00
4.255,00 26
Santa
Luzia do
Riachão –
Bom
Destino
5.712,00
4.255,00 34
Santa
Luzia do
Riachão –
Bom
Destino
5.712,00
Planalto –
Santa Cruz
– Barreiros
***.001.874-
** 3.969,00
4.222,03 36 Planalto –
Santa Cruz 7.480,00
4.222,03 47 Planalto –
Santa Cruz 7.480,00
Santa Rosa
– Guindaste
– Pindoba
***.661.774-
** 2.660,90 2.830,54 17
Santa Rosa
–
Guindaste
3.876,50
Totais (em R$): 58.103,04 107.250,10
Diferença (em R$) 49.147,06
Observações:
* o valor corresponde ao trajeto percorrido em um turno, a fim de compatibilizar com as rotas;
** Atualizado pelo Incide Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulado de junho/2013 a
maio/2014.
*** o valor/rota representa a execução do serviço por 20 dias úteis
Estendendo a atualização do preço do transporte de 2013 até maio de 2015, marco inicial do
segundo instrumento contratual sob análise, e utilizando dos mesmos critérios anteriormente
descritos, o gasto passível de impugnação foi de R$ 21.411,04 em 20 dias letivos, ou de R$
214.110,40, considerando o encerramento contratual em maio/2016, momento em que
completou 200 dias letivos. Segue:
Tabela – Preços de rotas similares realizadas em 2013 e entre junho/2015 e maio/2016
Descrição das rotas em 2013 Descrição das rotas entre jun/2015
e mai/2016***
Trajeto Contratado
(CPF)
Valor
original/mês*
Valor
atualizado/mês** Item Trajeto Valor*
Paraíso ***.716.02
4-** 3.145,00
3.628,96 18 Paraíso 6.099,60
3.628,96 30 Paraíso 6.847,60
Camurim –
Bigode –
Sacramento
– Adubeira
***.342.99
4-** 2.530,00 2.919,32 14
Camurim –
Bigode –
Sacramento
– Adubeira
5.740,80
Frutuoso ***.869.23
4-** 4.180,00 4.823,23 31
Assentamen
to Frutuoso 6.988,80
Lagoa
Vermelha
***.865.83
4-** 2.152,50 2.483,73 5
Lagoa
Vermelha 4.071,60
Peri-Peri –
Sacramento
***.666.33
4-** 2.500,00
2.884,71 29 Fazenda
Peri-Peri 3.572,40
2.884,71 30 Fazenda
Peri-Peri 3.572,40
Feliz
Deserto –
Quebra
***.275.71
4-** 1.815,00 2.094,30 23
Feliz
Deserto –
Quebra
6.349,20*
Mumbaça –
Mariano –
Tapuia
***.802.75
4-** 2.887,50 3.331,84 22
Fazendas
Mariano,
Tapuia e
Mumbaça
6.848,40*
Totais (em R$): 28.679,76 50.090,80
Diferença (em R$) 21.411,04
Observações:
* o valor corresponde ao trajeto percorrido em um turno, a fim de compatibilizar com as rotas;
** Atualizado pelo Incide Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulado de junho/2013 a
maio/2015.
*** o valor/rota representa a execução do serviço por 20 dias úteis.
Assim sendo, a realização do serviço de transporte escolar mediante subcontratação total do
objeto acarretou um prejuízo de R$ 705.581,00.
Vale salientar que a Prefeitura de São Luís do Quitunde procede ao pagamento do transporte
escolar utilizando das fontes de recurso Fundeb, Pnate e Geite (programa estadual de
transporte estadual), podendo-se estimar o prejuízo inerente a cada fonte, com base na
proporção de recursos empregados, conforme indicado na tabela a seguir:
Tabela – Fontes de recurso utilizadas pela Prefeitura Fonte de pagamento do
transporte escolar
Valor – R$ Proporção Prejuízo
Proporcional – R$
GEITE* 234.335,60 10,22% 72.095,65
FUNDEB-40%** 1.795.663,37 78,3% 552.453,49
PNATE*** 263.381,32 11,48% 81.031,85
TOTAL: 2.293.380,29 100% 705.581,00
Observações:
* Programa estadual de repasse de recursos para atendimento à clientela estudantil de Alagoas, apurado com
base exclusivamente dos processos físicos disponibilizados e analisados pela CGU.
** Com base nos pagamentos em favor da empresa contratada, de acordo com o extrato bancário da
agência/conta corrente nº 1139-8/19.830-7, já que os processos de pagamento apresentados pela prefeitura
totalizaram apenas R$ 1.705.348,97.
*** Valor obtido mediante consulta ao Sistema de Gestão de Prestação de Contas – SiGPC, correspondendo
a pagamentos efetuados entre os anos de 2014 e 2015
Por fim, destaca-se que a estimativa realizada teve como escopo apenas as rotas com trajetos
similares, entre as contratações comparadas, sendo possível prejuízo ainda maior, se
considerado o custo da intermediação da empresa contratada sobre as demais rotas.
Quadro de Responsáveis:
CPF Nome Cargo Observação
***.444.054-** B.S.A. Secretário
Municipal de
Educação
Referendou - com sua autorização para tramitação dos
pagamentos - as despesas com preços manifestamente
superiores, e sem respaldo legal para tanto, gerando
prejuízo aos cofres municipais
***.077.704-** E.P.S. Prefeito Como dirigente máximo municipal, procedeu à
contratação, como signatário, em preços
manifestamente superiores àqueles anteriormente
contratados, encerrando o ciclo das despesas públicas
com a efetivação dos gastos mediante concordância e
transferência à conta do fornecedor do serviço
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Considerando-se que não houve nova manifestação da unidade examinada sobre esta
constatação, após a que está transcrita no campo ‘fato’, a análise do Controle Interno consta
registrada no referido campo.
##/AnaliseControleInterno##
3. Consolidação de Resultados
Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais não está
adequada e exige providências de regularização por parte dos gestores federais.
Do montante fiscalizado de R$ 65.674.564,59, sendo R$ 20.973.240,24 em 2013, R$
22.845.875,53 em 2014 e R$ 23.855.448,82 em 2015, foi identificado prejuízo estimado em
R$ 1.819.357,43, aos recursos do Fundeb, havendo ainda R$ 504.284,37 referentes a outras
fontes de recurso (Geite e Pnate), totalizando um prejuízo de R$ 2.323.641,80.
Destacam-se, a seguir, as situações de maior relevância quanto aos impactos sobre a
efetividade do Programa/Ação fiscalizado:
a) Acumulação Ilegal de cargos públicos. Infringência ao disposto no art. 37, XVI, da
Constituição de 1988.
b) Prejuízo de R$ 1.274.252,80 decorrente da não utilização dos veículos da frota própria de
veículos destinados ao transporte escolar, privilegiando a contratação de serviços
terceirizados.
c) Rotas com percursos similares para transporte de alunos com quilometragens diferenciadas,
ocasionando prejuízo de R$ 343.808,00; e
d) Discrepância de preços entre as rotas operacionalizadas entre os anos de 2013 e 2016.
Ocorrência de prejuízo no valor de R$ 705.581,00.