Relatório
Agrupamento de Escolas
Padre Bartolomeu de Gusmão
LISBOA
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Área Territorial de Inspeção
do Sul
2016 2017
Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão – LISBOA
CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO
Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC
Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos, Lisboa • • •
Escola Básica Engenheiro Ressano Garcia, Lisboa • •
Escola Básica Rainha Santa Isabel, Lisboa • •
Escola Básica n.º 72 de Lisboa •
Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão – LISBOA
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1 – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa do Agrupamento de Escolas
Padre Bartolomeu de Gusmão – Lisboa,
realizada pela equipa de avaliação, na sequência
da visita efetuada entre 30 de janeiro e 2 de
fevereiro de 2017. As conclusões decorrem da
análise dos documentos fundamentais do
Agrupamento, em especial da sua autoavaliação,
dos indicadores de sucesso académico dos alunos,
das respostas aos questionários de satisfação da
comunidade e da realização de entrevistas.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este documento um
instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao
identificar pontos fortes e áreas de melhoria,
este relatório oferece elementos para a
construção ou o aperfeiçoamento de planos de
ação para a melhoria e de desenvolvimento de
cada escola, em articulação com a administração
educativa e com a comunidade em que se insere.
A equipa de avaliação externa visitou as quatro
escolas que constituem o Agrupamento.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
Níveis de classificação dos três domínios
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes
nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2016-2017 está disponível na página da IGEC.
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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO
O Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão foi constituído em 1999, situa-se na cidade de
Lisboa e abrange as freguesias de Campo de Ourique e da Estrela. É constituído pelas quatro escolas
anteriormente identificadas e encontra-se atualmente sediado na Escola Básica e Secundária Josefa de
Óbidos. Foi avaliado, em maio de 2010, no âmbito do primeiro ciclo de avaliação externa das escolas.
No ano letivo de 2016-2017, o Agrupamento é frequentado por 1733 crianças, alunos e formandos: 110
na educação pré-escolar (cinco grupos); 614 no 1.º ciclo do ensino básico (26 turmas); 366 no 2.º ciclo (14
turmas), 464 no 3.º ciclo (442 no ensino regular – 19 turmas; 22 no curso de educação e formação – uma
turma), 172 no ensino secundário (158 nos cursos científico-humanísticos – 10 turmas; 14 num curso
profissional – uma turma). Estão ainda matriculados cinco alunos no 1.º ciclo e dois no 3.º ciclo na
modalidade de ensino doméstico.
O Agrupamento oferece o ensino especializado da música, em regime articulado, a alunos do ensino
básico (duas turmas do 2.º ciclo e três do 3.º ciclo). Dispõe de duas unidades de apoio especializado para
a educação de alunos com multideficiência e surdocegueira congénita e de duas unidades de ensino
estruturado para a educação de alunos com perturbações do espectro do autismo, dando uma resposta
educativa especializada, ao longo de todo o percurso escolar, para os que apresentam as problemáticas
referidas.
Da população global de crianças e alunos, são oriundos de outros países 4,8%, designadamente do Brasil
e Cabo-Verde e não beneficiam de auxílio económico da ação social escolar 65%. No que respeita às
habilitações académicas dos pais e das mães dos alunos do ensino básico, 30% têm formação superior e
23% de nível secundário, sendo estas percentagens de 23% e 29%, respetivamente, entre os do ensino
secundário. Quanto à sua ocupação profissional, 29,6% no ensino básico e 35,5% no ensino secundário
exercem atividades de nível superior ou intermédio.
A prestação do serviço educativo é assegurada por 156 docentes, dos quais 82,7% pertencem aos
quadros. As funções não docentes são desempenhadas por 54 trabalhadores, sendo 44 assistentes
operacionais, 9 assistentes técnicos e uma técnica superior (psicóloga). Destaca-se a percentagem de
profissionais (docentes e não docentes) cuja faixa etária se inscreve no intervalo dos 40 aos 60 anos e
cuja antiguidade é superior a 10 anos de tempo de serviço.
De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência,
referentes ao ano letivo de 2014-2015, quando comparado com as outras escolas públicas, o
Agrupamento, embora não seja dos mais favorecidos, apresenta valores das variáveis de contexto
bastante favoráveis, nomeadamente no que respeita à idade média dos alunos no 4.º ano de
escolaridade, à média do número de alunos por turma no 12.º ano, à percentagem de raparigas e à
percentagem de alunos que não beneficiam de auxílios económicos no 4.º, no 6.º e no 9.º ano e à média do
número de anos da habilitação dos pais e das mães.
3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
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3.1 – RESULTADOS
RESULTADOS ACADÉMICOS
As atividades realizadas na educação pré-escolar, na promoção às aprendizagens significativas, têm por
base as áreas de conteúdo das orientações curriculares com a aplicação de metodologias ativas e de
diferenciação pedagógica. Todavia, não está ainda generalizada a utilização de registos de observação e
informação que conduza à reformulação da ação educativa e fundamente uma avaliação para as
aprendizagens.
No ano letivo de 2014-2015, são de salientar os resultados da avaliação externa a português e a
matemática nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e no secundário, bem como a taxa de conclusão do 6.º ano
de escolaridade, que se encontram acima dos valores esperados, quando comparados com os das escolas
com variáveis de contexto análogo. São também de registar os resultados da avaliação externa em
matemática do 4.º ano e em história do 12.º ano, que estão em linha com os valores esperados. Contudo,
situam-se aquém do esperado os resultados nas provas de avaliação externa em português do 4.º ano e
as taxas de conclusão dos 4.º, 9.º e 12.º anos.
Em termos de evolução, ao longo do triénio de 2012-2013 a 2014-2015, é de realçar a tendência de
melhoria nos resultados observados na avaliação externa a português dos 6.º e 12.º anos e a matemática
dos 6.º e 9.º anos. Todavia, os resultados na avaliação externa a português e na taxa de conclusão do 4.º
ano mostram uma tendência de agravamento.
Os resultados observados situam-se globalmente em linha com os valores esperados, determinados para
o triénio em análise, o que mostra a possibilidade de melhoria e de maior sustentabilidade da ação
educativa, tendo em conta que o Agrupamento apresenta valores das variáveis de contexto favoráveis.
No triénio de 2013-2014 a 2015-2016, as taxas de sucesso dos cursos de educação e formação e dos
vocacionais foram de 94%, 82% e 100%. Os dois cursos profissionais de Técnico de Vendas, cujos ciclos
de formação foram concluídos no referido triénio, apresentam taxas de conclusão baixas (29% e 42%).
A análise e a reflexão sistemáticas sobre os resultados académicos são realizadas em sede do conselho
pedagógico, dos departamentos curriculares, dos grupos disciplinares e dos conselhos de docentes e de
turma, com vista à implementação de medidas de promoção do sucesso escolar. A reflexão sobre os
resultados mais centrada na identificação das causas de insucesso intrínsecas aos processos de ensino e
de aprendizagem, e menos em fatores extrínsecos, poderá permitir a conceção de estratégias de
melhoria mais eficazes.
É de salientar, com base na informação disponibilizada pelo Agrupamento, a inexistência de abandono
escolar no último triénio.
RESULTADOS SOCIAIS
O desenvolvimento cívico e a aprendizagem para a cidadania democrática têm sido fomentados, da
educação pré-escolar ao ensino secundário, com a divulgação e o cumprimento das regras de conduta e
de convivência, na área de conteúdo da formação pessoal e social (de forma integrada e transversal) e na
disciplina de educação para a cidadania. A esta tem sido dada uma atenção especial no que respeita ao
seu planeamento, integrando, ao longo dos 2.º e 3.º ciclos, temas por ano de escolaridade ligados à
identidade e à democracia e às diferentes dimensões (humana, política e ambiental, entre outras).
É de salientar a valorização da interação entre gerações, como forma de promover a formação pessoal e
social de crianças e de alunos, com o seu envolvimento na realização de atividades em lares de idosos,
com o apoio da Associação Resgate. No mesmo sentido, o currículo é contextualizado com atividades e
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projetos variados, de que são exemplos Estórias Pintadas, Histórias Encenadas para a Infância, Escola
a Escola Pró Ambiente, Escola Ciência Viva e Geração Soma.
As crianças e os alunos participam em ações de solidariedade, como são exemplo a recolha de alimentos,
roupas e brinquedos a favor de famílias carenciadas da sociedade local. Porém, este envolvimento não
está generalizado, pelo que importa estimular a participação dos alunos através da assembleia de
delegados de turma e da constituição de uma associação de estudantes, de forma a discutirem assuntos
do seu interesse e da vida da escola e a realizarem atividades da sua iniciativa, principalmente de cariz
solidário e de voluntariado, potenciando a assunção de responsabilidades, a autonomia e o
desenvolvimento do sentido crítico. Deste modo, foi superado parcialmente o ponto fraco referido na
avaliação externa anterior: “A ausência de auscultação e de incentivo à participação dos alunos na vida
escolar”.
O trabalho efetuado pelos diretores de turma e pelos professores tutores em articulação com a equipa
multidisciplinar tem tido alguns efeitos positivos na dissuasão de comportamentos perturbadores das
aprendizagens, em particular nos casos em que é aplicada a medida de ordem de saída dos alunos da
sala de aula, com o seu encaminhamento para a sala de estudo informal. Contudo, a tipificação das
ocorrências de indisciplina, especialmente nos 2.º e 3.º ciclos, permitiria a análise e a reflexão sobre as
metodologias utilizadas ao nível dos processos de ensino e de aprendizagem para uma intervenção mais
eficaz. Assim, foi superado parcialmente o ponto fraco referido na avaliação externa anterior: “A
inexistência de acompanhamento e monitorização dos casos de indisciplina existentes e a sua evolução”
A oferta das modalidades de Desporto Escolar, designadamente voleibol e boccia, bem como remo e vela
(com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa), promove nos alunos valores associados a uma cidadania
ativa, com repercussões positivas na sua motivação e inclusão escolares.
O trabalho desenvolvido no âmbito do Programa de Apoio à Promoção e Educação para a Saúde, em
articulação com o Agrupamento de Centros de Saúde Lisboa Ocidental e Oeiras, tem abordado
temáticas muito relevantes para a prevenção de comportamentos de risco e para a divulgação de hábitos
e estilos de vida saudáveis, como por exemplo, diabetes, tabagismo, alimentação, primeiros socorros,
higiene corporal e saúde oral.
É realizado o acompanhamento do percurso dos alunos que concluem os cursos profissionais, o que
permite conhecer as respetivas taxas de empregabilidade e o impacto das aprendizagens para melhorar
estes cursos. Todavia, não está implementado um procedimento sistemático de seguimento dos alunos
após a escolaridade, que poderia contribuir, de forma mais abrangente, para uma melhoria da prestação
do serviço educativo.
RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
No âmbito da presente avaliação externa e em resposta aos questionários aplicados à comunidade
educativa, a satisfação de alunos, pais e encarregados de educação e trabalhadores, expressa no
predomínio dos níveis de concordância e de concordância total, traduz-se em médias globais
relativamente elevadas, em particular no que se refere aos alunos do 1.º ciclo, aos pais e aos docentes.
No respeitante aos itens “Gosto desta escola/Gosto de trabalhar nesta escola/Gosto que o meu filho ande
nesta escola/Gosto que o meu filho frequente este JI”, o grau de satisfação é mais elevado, sendo o
destaque também dos alunos do 1.º ciclo, dos pais e dos docentes.
No início do presente ano letivo, realizou-se na biblioteca da escola-sede, a celebração do Dia do
Diploma, tendo sido entregues os certificados aos alunos que concluíram o ensino secundário, no ano
letivo anterior, e destacado o mérito dos dois alunos com os melhores resultados académicos. Contudo,
não se concretizou a atribuição de prémios de mérito, como previsto no regulamento interno, para
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valorizar o sucesso dos alunos de todos os níveis de ensino com os melhores desempenhos académicos e
cívicos e o respetivo reconhecimento público em cerimónia aberta à comunidade.
A oferta formativa em áreas como vendas e comércio, no âmbito dos cursos profissionais e de educação e
formação, tem em conta os interesses dos alunos e algumas necessidades da sociedade local. Os 15
alunos que concluíram com sucesso os dois cursos profissionais, no triénio de 2013-2014 a 2015-2016,
tiveram emprego na área de formação. Assim, foi superado o ponto fraco referido na avaliação externa
anterior: “A insuficiente oferta educativa que não cobre as diferentes necessidades dos alunos”.
O Agrupamento é reconhecido pela sociedade local e pela autarquia como um parceiro disponível e
empenhado, demonstrado na sua participação em projetos, designadamente Crise Económica e Má
Nutrição nas Crianças e Escola a Escola Pró Ambiente da Câmara Municipal de Lisboa, que envolvem a
comunidade educativa.
As atividades de animação e apoio à família, na educação pré-escolar, e as de enriquecimento curricular,
no 1.º ciclo, resultam das parcerias com as juntas de freguesia de Campo de Ourique e da Estrela. De
igual modo, são exemplos desta interação, positiva e concertada, a oferta de apoio escolar aos alunos na
escola-sede, a dinamização do projeto Utilização dos Computadores em Contexto de Sala de Aula e de
atividades de férias (Piscina na Escola e Acampar na Escola) e a colaboração na realização da exposição
Os Polacos em Portugal nos Anos de 1940-1945.
Em suma, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta
uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.
Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Resultados.
3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
As atividades desenvolvidas no âmbito dos planos de ações de melhoria de 2013-2014 e de 2016-2017,
para reforçar o acompanhamento e a monitorização dos processos de ensino e de aprendizagem dos
ensinos básico e secundário, têm contribuído para a articulação vertical do currículo.
A realização das provas de referenciação nos 5.º e 7.º anos, iniciada no presente ano letivo em algumas
disciplinas para avaliar capacidades e competências, permite também a articulação dos docentes e
veiculação de informação respeitante à transição entre estes ciclos de ensino, de forma a melhorar a
ação educativa.
Efetivamente, as provas de referenciação e os testes de avaliação interna têm permitido tomar algumas
decisões relativas à sequencialidade das aprendizagens na transição entre ciclos de ensino. Todavia, não
são ainda formalizadas as decisões respeitantes à articulação vertical do currículo, pelos docentes dos
diferentes níveis de educação e de ensino, a integrar no plano de estudos para o desenvolvimento do
currículo.
A articulação horizontal do currículo está presente nos projetos curriculares de grupo com uma
abordagem integrada e globalizante das áreas de conteúdo e nos planos de trabalho de turma, em
especial na preparação e no desenvolvimento de atividades. Porém, a interdisciplinaridade pode ainda
ser reforçada, designadamente nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, através do trabalho desenvolvido nos
conselhos de turma, para que conduza a uma melhoria das aprendizagens.
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Deste modo, foi superado parcialmente o ponto fraco referido na avaliação externa anterior: “A frágil
articulação curricular que não garante a sequencialidade das aprendizagens ao longo dos diferentes
níveis de educação e de ensino”.
A contextualização do currículo decorre da caracterização dos grupos e das turmas, das avaliações de
diagnóstico e da realização de atividades e projetos diversificados que integram o plano anual,
proporcionando a crianças e a alunos aprendizagens significativas, como por exemplo o projeto Geração
Soma com o envolvimento de alunos com necessidades educativas especiais, as idas ao teatro, a Semana
da Leitura, o Dia do Pi, as Estórias Pintadas e Exponho Expondo-me, entre outros.
Os projetos curriculares de grupo e os planos de trabalho de turma integram informação sobre o
percurso educativo e escolar das crianças e dos alunos que é transmitida nas reuniões realizadas para o
efeito, com consequências na definição de estratégias para a uniformização de critérios de atuação dos
professores perante situações comportamentais e nos casos especiais de acompanhamento dos alunos
com dificuldades de aprendizagem.
A articulação entre o ensino e a avaliação é desenvolvida com o recurso à implementação das diferentes
modalidades de avaliação, prevalecendo, nos ensinos básico e secundário, a avaliação sumativa das
aprendizagens. A coerência entre estes dois processos é garantida através da realização conjunta de
matrizes e de testes sumativos, assim como da construção dos respetivos critérios.
O trabalho colaborativo entre os docentes é promovido pelos contactos informais e na realização de
reuniões regulares, envolvendo os departamentos curriculares, os grupos disciplinares e os conselhos de
docentes e de turma para a elaboração de planificações e de instrumentos de avaliação e para a
preparação de projetos e atividades, bem como na implementação das assessorias. No entanto, é ainda
insuficiente a colaboração sistemática que conduza à diversificação de estratégias de ensino, à
aprendizagem cooperativa e às metodologias ativas, de modo a reforçar a autonomia e o sucesso
educativo dos alunos.
PRÁTICAS DE ENSINO
As atividades educativas e do ensino são adequadas às capacidades e aos ritmos de aprendizagem das
crianças e dos alunos e têm em conta as características dos grupos e das turmas, indicadas nos
respetivos projetos curriculares de grupo e nos planos de trabalho de turma. Na educação pré-escolar a
organização do ambiente educativo (tempo, espaço e grupo), construído com base nas orientações
curriculares, evidencia a implementação de práticas de diferenciação pedagógica e de aprendizagem
cooperativa.
Porém, é ainda limitado o recurso a ações estruturantes, como, por exemplo, generalizar as práticas de
diferenciação pedagógica em sala de aula, devidamente planeadas, nos ensinos básico e secundário, e,
na educação pré-escolar, a utilização do portefólio das crianças, assim como as estratégias de abordagem
integradoras das várias áreas de conteúdo, designadamente a metodologia de projeto.
As respostas dadas aos alunos com necessidades educativas especiais são asseguradas pelo trabalho em
rede dos diferentes profissionais (docentes da educação especial, titulares e diretores de turma,
psicóloga, professores de apoio educativo, famílias e parceiros do Agrupamento). As unidades de ensino
estruturado e de apoio especializado têm melhorado as condições de inclusão social e escolar dos alunos
que as frequentam.
As práticas destinadas a reforçar a qualidade das respostas educativas a estes alunos são consistentes e
assentam no trabalho conjunto liderado pelos docentes com formação especializada, viabilizando a
aplicação de metodologias e estratégias de intervenção multidisciplinares. Assim, é diligenciado o acesso
às terapias necessárias, especificamente da fala, ocupacional, psicomotricidade, natação adaptada e
boccia, bem como as assistidas com cavalos (hipoterapia).
Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão – LISBOA
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De igual modo, é promovida a inclusão com a implementação de projetos e atividades com estes alunos
que envolvem a comunidade educativa, especialmente o projeto Geração Soma e a integração na equipa
de futebol. No último triénio, as taxas de sucesso dos alunos com necessidades educativas especiais
mantiveram-se globalmente constantes nos três ciclos do ensino básico, com valores entre 88% e 100%.
O Agrupamento dinamiza um conjunto de iniciativas que enriquecem as aprendizagens de crianças e de
alunos, incentivando à melhoria dos seus desempenhos como o demonstra o plano anual de atividades.
Destacam-se, exposições dos seus trabalhos à comunidade (árvores e coroas de Natal) e concursos, como
o PANGEA e o Matematik, as Olimpíadas da Gramática, da História e da Biologia.
O desenvolvimento das atividades práticas, de base laboratorial e experimental tem fomentado uma
atitude positiva face à aprendizagem das ciências, assumindo, ao nível curricular, maior expressão no
3.º ciclo e no ensino secundário, com o envolvimento dos alunos na construção do seu próprio saber. No
entanto, nos 1.º e 2.º ciclos é ainda diminuto o recurso ao trabalho de caráter prático, em especial,
experimental e laboratorial com consequências numa menor utilização de metodologias investigativas e
de resolução de problemas.
As dimensões artística e estética são valorizadas, com a oferta de projetos e atividades que motivam
crianças e alunos e concorrem para a sua formação integral. O Agrupamento promove o ensino artístico
especializado da música em regime articulado, em parceria com a Academia Musical dos Amigos da
Criança, com a realização de concertos para a comunidade (Centro Cultural de Belém, Igreja de Santa
Catarina e Universidade Nova de Lisboa) e, em especial, o Concerto de Janeiras na escola-sede. No
mesmo sentido, são oferecidos os projetos Pequenos Artistas e Grandes Pintores (eTwinning) e Com Arte,
Boca Aberta II, Histórias Encenadas para a Infância na educação pré-escolar, a educação musical no 2.º
ciclo e a oficina de artes no 3.º ciclo.
O Agrupamento dispõe de recursos tecnológicos, como os computadores e o correio eletrónico, por
exemplo, cujo nível de utilização em contexto educativo é variável, pois depende do apetrechamento das
várias escolas. Deste modo, a partilha articulada destes recursos, especificamente dos computadores,
poderia facilitar a sua rendibilização para uma melhoria das aprendizagens das crianças e dos alunos.
Consequentemente, foi superado parcialmente o ponto fraco referido na avaliação externa anterior: “A
reduzida partilha de recursos entre as várias unidades do Agrupamento”.
A biblioteca da escola-sede é valorizada e utilizada enquanto polo de dinamização cultural e artística e
espaço agregador de conhecimento, no desenvolvimento de competências no âmbito do português, no
apoio ao currículo, na formação de leitores críticos e na construção da cidadania de crianças e de alunos.
Contudo, é ainda limitado o seu contributo para o reforço da interdisciplinaridade, em articulação com
os conselhos de docentes e de turma e com os departamentos curriculares.
As experiências de observação da prática letiva são realizadas no âmbito da implementação das
assessorias em sala de aula, decorrentes dos planos de ações de melhoria de 2013-2014 e de 2016-2017
estando também prevista a supervisão/intervisão colaborativa entre professores, como uma das
atividades a incrementar no plano de ação estratégica de 2016-2018. Assim, importa planificar a
referida atividade de modo a implementar a observação/supervisão da prática letiva em sala de
atividades/aula com foco enquadrador (feedback aos alunos e tempo de aprendizagem, por exemplo),
promovendo o desenvolvimento profissional através da partilha de experiências e da reflexão
aprofundada sobre a ação para a melhoria das práticas letivas.
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
Os processos avaliativos são objeto de reflexão por parte do conselho pedagógico, dos departamentos
curriculares e dos grupos disciplinares e estão devidamente consignados nos respetivos planos de
atividades. Os docentes elaboram os instrumentos (incluindo fichas de autoavaliação dos alunos) e
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definem as ponderações e os critérios para todos os níveis de educação e ensino, que são divulgados
junto dos alunos e dos pais e encarregados de educação. Assim, foi superado o ponto fraco referido na
avaliação externa anterior: “A inexistência de critérios gerais de avaliação dos alunos”.
Na educação pré-escolar é dada relevância à avaliação diagnóstica e formativa, com a utilização de
metodologias de natureza descritiva, tendo por base as áreas de conteúdo das orientações curriculares,
permitindo às educadoras conhecer as aprendizagens realizadas pelas crianças, de modo a adequar as
tarefas propostas.
A análise da validade e da fiabilidade dos instrumentos de avaliação é realizada com o recurso a
matrizes comuns, sendo a aferição dos instrumentos e dos processos avaliativos resultado da realização
conjunta, designadamente de provas de referenciação e testes de avaliação interna e dos respetivos
critérios de correção.
Nos ensinos básico e secundário são utilizadas as diferentes modalidades de avaliação, incluindo a
formativa, sendo, contudo, dada especial importância à sumativa. Deste modo, torna-se reduzida a
possibilidade de efetuar uma reflexão mais consistente a respeito da função reguladora da avaliação,
para o desenvolvimento do currículo, bem como a redefinição das escolhas didáticas que permitam uma
maior diferenciação pedagógica.
O Agrupamento tem implementado diversas medidas de promoção do sucesso, entre as quais os apoios
educativos, as assessorias, a sala de estudo informal, as tutorias e o projeto pedagógico específico que
permite o desdobramento a português e a matemática em duas turmas do 3.º ciclo. Todavia, não é
assegurada a monitorização e avaliação sistemáticas das medidas de promoção do sucesso
implementadas, o que não permite conhecer a sua eficácia e o seu contributo para a qualidade do
sucesso.
No último triénio, as taxas de sucesso dos alunos que beneficiaram destas medidas apresentam
involução no 1.º ciclo e um aumento significativo nos 2.º e 3.º ciclos, oscilando entre 53% e 92%, o que põe
em evidência a necessidade de melhorar o trabalho a realizar com estes alunos.
A ação célere e concertada dos diretores de turma e dos professores titulares de turma em articulação
com as famílias, com os técnicos especializados e com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, bem
como as tutorias e os apoios educativos prestados, têm contribuído para a inexistência de abandono
escolar.
Em suma, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta
uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes,
o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO
LIDERANÇA
O projeto educativo está em vigor desde 2012, tendo sido aprovado um conjunto de objetivos gerais e de
linhas orientadoras, pelo conselho pedagógico, para os anos letivos de 2015-2016 e de 2016-2017, em
consonância com as metas das três áreas de intervenção definidas no referido projeto. Este identifica
uma visão que define a política educativa do Agrupamento, expressa, designadamente na promoção do
sucesso escolar, no desenvolvimento de atitudes e valores e na inclusão dos alunos com necessidades
educativas especiais. No entanto, a sua atualização permitiria conferir maior coerência aos documentos
Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão – LISBOA
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estruturantes, nomeadamente organizando o plano de estudos para o desenvolvimento do currículo em
torno das prioridades identificadas e com base nas decisões decorrentes da análise vertical do currículo.
O plano anual de atividades e o projeto educativo estão articulados através dos mencionados objetivos
gerais e linhas orientadoras, o que confere alguma congruência a estes documentos estruturantes.
Contudo, a sua atualização e uma relação mais objetiva e direta, aquando da seleção das atividades
para a construção do plano anual, permitiriam que este possa ser utilizado na avaliação do primeiro.
Deste modo, foram superados os pontos fracos referidos na avaliação externa anterior: “A inexistência
dos documentos estruturantes da orientação educativa do Agrupamento e de definição de metas
comuns” e “A frágil visão estratégica a médio e longo prazo”.
A liderança do diretor mostra-se empenhada, coerente e ajustada com alguma partilha de funções pelos
elementos da direção, de forma a promover um diálogo permanente para a tomada de decisões na
melhoria da qualidade e no trabalho motivado dos diferentes profissionais. As lideranças intermédias,
valorizadas e legitimadas pela direção, conhecem as suas competências e estão empenhadas na
melhoria da prestação do serviço educativo.
É de realçar o contributo muito positivo do conselho geral, em estreita relação com a direção, que
acompanha e avalia a implementação das ações previstas nos documentos estruturantes,
designadamente as atividades de enriquecimento curricular, promovendo a prestação de contas e a
melhoria do sucesso escolar e do funcionamento do Agrupamento.
As parcerias estabelecidas com instituições, empresas e associações têm permitido uma boa mobilização
dos recursos da comunidade e a sua partilha pelas várias escolas do Agrupamento e contribuído para a
melhoria da qualidade da educação e do ensino e para o desenvolvimento social e cultural das crianças e
dos alunos. A Câmara Municipal de Lisboa tem apoiado a realização de atividades desportivas e de
projetos e as juntas de freguesia de Campo de Ourique e da Estrela estão comprometidas na
requalificação das instalações destinadas à educação pré-escolar e ao 1.º ciclo.
No mesmo sentido, são exemplos desta colaboração os protocolos com a Academia Musical dos Amigos
da Criança, com o Ginásio Clube Português, com a Escola Superior de Educação João de Deus e com a
Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, entre outros.
É de salientar a participação dos pais e encarregados de educação, dos seus representantes e
associações, nos conselhos de turma, no conselho geral e em iniciativas, em conjugação com a direção,
nomeadamente em algumas visitas de estudo que propõem, organizam e acompanham, em atividades
como dança, xadrez e ensino de guitarra, em pequenos melhoramentos dos espaços físicos, como
pinturas, e na implementação de projetos como o Expressarte (teatro e música), contribuindo para a
formação integral de crianças e de alunos. Foi, assim, superado o ponto fraco, identificado neste âmbito,
referido na avaliação externa anterior.
Os projetos Pequenos Cientistas na Cozinha, Sementes da Europa e Pequenos Artistas e Grandes
Pintores, no âmbito da ação eTwinning do Programa Erasmus, envolvendo as crianças da educação pré-
escolar com as de diversos países da Europa têm repercussões muito positivas nas suas aprendizagens.
De assinalar também a mobilidade de professores de várias escolas da Galiza com o objetivo de
observarem a prática letiva no Agrupamento, o que permite alguma troca de experiências entre os
docentes. Todavia, a adesão a programas internacionais que permitam a mobilidade de alunos e de
professores poderá potenciar o desenvolvimento de competências pessoais e sociais e um maior
conhecimento da dimensão europeia da educação.
GESTÃO
A distribuição de serviço não docente tem como critérios o perfil, em termos das suas competências e a
adequação à função, bem como as suas preferências, principalmente nas unidades de ensino estruturado
Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão – LISBOA
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e de apoio especializado, visando o seu bem-estar, o que se reflete nas relações interpessoais que se
estabelecem e no serviço prestado. Os serviços administrativos funcionam com uma gestão por áreas,
não estando prevista a rotatividade de funções. O trabalho desenvolvido por estes trabalhadores é
reconhecido e valorizado pela comunidade educativa e pela direção.
No que respeita aos docentes e à organização de grupos e de turmas e dos respetivos horários obedecem
a critérios definidos, prevalecendo a continuidade pedagógica e o acompanhamento das turmas ao longo
do 2.º, do 3.º ciclo e do ensino secundário, por parte dos diretores de turma, de modo a facilitar a inclusão
dos alunos e a ligação com as famílias.
O Agrupamento realizou o levantamento das necessidades de formação para a elaboração do respetivo
plano em articulação com o Centro de Formação Calvet de Magalhães. O plano de ação estratégica de
2016-2018 contempla um conjunto de áreas (diferenciação pedagógica, tutorias, mediação escolar, entre
outras) a ter em conta para promover o desenvolvimento profissional de docentes e não docentes,
designadamente através da realização de oficinas de formação, de modo a tornar consequente as ações
de melhoria a implementar.
No triénio de 2013-2014 a 2015-2016, de um modo geral, a formação deu resposta a algumas
necessidades sentidas de forma a incrementar a melhoria das práticas dos profissionais. Para os
docentes, incidiu em áreas como os novos programas de português e de matemática, quadros interativos
e plataforma Moodle, diferenciação curricular e desporto, saúde e cidadania. No que respeita aos não
docentes, foram dinamizadas ações sobre segurança e saúde no trabalho, POC – Educação, mediação e
gestão de conflitos, primeiros socorros e necessidades educativas especiais, entre outras.
Os circuitos de informação e comunicação interna e externa são adequados. Destacam-se, a página web,
a afixação em locais apropriados, o correio eletrónico, o software de gestão escolar e o Jornal RÉS-VÉS.
Estes circuitos podem ser ainda rentabilizados para, de forma estratégica, consolidar uma imagem de
qualidade do Agrupamento. Deste modo, foi superado o ponto fraco referido na avaliação externa
anterior: “A deficiente circulação de informação limitando o conhecimento e a participação dos
profissionais do Agrupamento e da comunidade educativa em geral”.
AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
A autoavaliação tem vindo a ser um processo desenvolvido pelos diferentes profissionais, desde o ano
letivo de 2010-2011, após a intervenção no âmbito do primeiro ciclo de avaliação externa das escolas.
Nesse ano letivo foi constituída a equipa de autoavaliação (Núcleo do Observatório da Qualidade) que
elaborou um projeto definidor da respetiva política e ultimou um relatório fundado na análise
documental e em entrevistas e questionários realizados à comunidade educativa.
Este diagnóstico possibilitou, em julho de 2011, a sistematização de dados úteis ao desenvolvimento
organizacional e à autorregulação e promoção da melhoria e constituiu, em 2012, uma base importante
para a elaboração do projeto educativo, ainda em vigor.
Deste modo, a autoavaliação tem sido uma prática dinâmica realizada nas reuniões dos órgãos e
estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, incidindo na análise e reflexão sobre as
aprendizagens das crianças e os resultados escolares e na apresentação de propostas para a melhoria da
ação educativa, em particular, nas medidas de promoção do sucesso. Estas práticas foram privilegiadas
no trabalho desenvolvido pela equipa de autoavaliação, enquanto se manteve em funções (até ao ano
letivo de 2014-2015), e pelas orientações claras e concisas plasmadas nos planos de ações de melhoria de
2013-2014 e de 2016-2017.
A partir do referido ano letivo, o processo de autoavaliação passou a ser liderado pelo conselho
pedagógico no que respeita, por exemplo, à identificação de pontos fortes e fracos, oportunidades e
constrangimentos, à monitorização dos referidos planos e à execução do plano anual de atividades
Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão – LISBOA
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através do respetivo relatório. Assim, foi superado o ponto fraco referido na avaliação externa anterior:
“A ausência de um processo de autoavaliação que possibilite a identificação e conhecimento sustentado
dos pontos fortes e fracos, oportunidades e constrangimentos que garantam a sustentabilidade da ação e
o progresso do Agrupamento”.
Neste sentido, importa constituir uma equipa e atualizar o projeto que explicite a política de
autoavaliação do Agrupamento, com o envolvimento da comunidade educativa. A planificação de cada
uma das ações previstas no plano de ação estratégica de 2016-2018, em especial, das que incidem nos
processos de ensino e de aprendizagem, de forma a realizar a sua monitorização e avaliação final,
constituindo ciclos contínuos de melhoria, poderá contribuir para uma maior qualidade das respostas
educativas e para o desenvolvimento sustentado do Agrupamento.
Em resumo, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta
uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.
Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Liderança e Gestão.
4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:
Contextualização do currículo com a caracterização dos grupos e das turmas e a realização de
atividades e projetos diversificados e inclusivos que integram o plano anual, proporcionando a
crianças e a alunos aprendizagens significativas;
Trabalho em rede desenvolvido pelos diferentes profissionais, incluindo os das unidades de
ensino estruturado e de apoio especializado, com a comunidade educativa e com os vários
técnicos das entidades parceiras, para a aprendizagem e a inclusão das crianças e dos alunos
com necessidades educativas especiais;
Valorização das dimensões artística e estética, com a oferta de projetos e atividades que
motivam crianças e alunos e concorrem para a sua formação integral;
Estabelecimento de parcerias e de protocolos com instituições, empresas e associações e a
participação dos pais e encarregados de educação, que têm contribuído para a melhoria da
qualidade do ensino e para o desenvolvimento social e cultural de crianças e de alunos;
Práticas de autoavaliação com diagnóstico organizacional e análise e reflexão, sobre as
aprendizagens das crianças e os resultados escolares, realizadas pelos diferentes órgãos e
estruturas, que permitiram a elaboração e a implementação dos planos de ações de melhoria.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus
esforços para a melhoria são as seguintes:
Reforço da participação dos alunos na dinamização de atividades da sua iniciativa,
principalmente de cariz solidário e de voluntariado, e a valorização do sucesso daqueles que
têm os melhores desempenhos académicos e cívicos;
Formalização das decisões respeitantes à articulação vertical do currículo, abrangendo os
diferentes níveis de educação e de ensino, a integrar no plano de estudos para o
desenvolvimento do currículo;
Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão – LISBOA
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Intensificação da colaboração sistemática que conduza à diversificação das estratégias de
ensino, associada à observação/supervisão da prática letiva em sala de atividades/aula, para a
promoção do desenvolvimento profissional docente;
Atualização do projeto de autoavaliação, coordenado pela respetiva equipa, com o envolvimento
da comunidade educativa e a planificação de cada uma das ações previstas no plano de ação
estratégica de 2016-2018, contribuindo para uma maior qualidade das respostas educativas e
para o desenvolvimento sustentado do Agrupamento.
08-06-2017
A Equipa de Avaliação Externa: Dulce Campos, João Nunes e Pedro Rodrigues
Concordo.
À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.
A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área
Territorial de Inspeção do Sul
Maria Filomena Aldeias
2017-07-10
Homologo.
O Inspetor-Geral da Educação e Ciência
Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação
nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,
Série II, de 22 de abril de 2016