Relatório
Escola Profissional de
Agricultura e
Desenvolvimento Rural
de Cister
ALCOBAÇA
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Área Territorial de Inspeção
do Sul
2016 2017
Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Cister – ALCOBAÇA
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1 – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-Escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para
a avaliação externa. Neste âmbito, foi
desenvolvido, desde 2006, um programa nacional
de avaliação dos jardins de infância e das Escolas
básicas e secundárias públicas, tendo-se
cumprido o primeiro ciclo de avaliação em junho
de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das Escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze Escolas e
agrupamentos de Escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa da Escola Profissional de
Agricultura e Desenvolvimento Rural de Cister –
Alcobaça, realizada pela equipa de avaliação, na
sequência da visita efetuada entre 21 e 23 de
novembro de 2016. As conclusões decorrem da
análise dos documentos fundamentais da Escola,
em especial da sua autoavaliação, dos indicadores
de sucesso académico dos alunos, das respostas
aos questionários de satisfação da comunidade e
da realização de entrevistas.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para a Escola,
constituindo este documento um instrumento de
reflexão e de debate. De facto, ao identificar
pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório
oferece elementos para a construção ou o
aperfeiçoamento de planos de ação para a
melhoria e de desenvolvimento de cada Escola, em articulação com a administração educativa e com a
comunidade em que se insere.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização da Escola, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
O relatório da Escola apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2016-2017 está disponível na página da IGEC.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
Níveis de classificação dos três domínios
EXCELENTE – A ação da Escola tem produzido um impacto
consistente na melhoria das aprendizagens e dos resultados
dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos
fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em
resultado de práticas organizacionais consolidadas,
generalizadas e eficazes. A Escola distingue-se pelas práticas
exemplares em campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da Escola tem produzido um impacto
consistente na melhoria das aprendizagens e dos resultados
dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos
fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em
resultado de práticas organizacionais generalizadas e
eficazes.
BOM – A ação da Escola tem produzido impacto na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. A Escola apresenta uma
maioria de pontos fortes nos campos em análise, em
resultado de práticas organizacionais eficazes.
SUFICIENTE – A ação da Escola tem produzido um impacto
reduzido na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos
alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de
aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e
envolvem áreas limitadas da Escola.
INSUFICIENTE – A ação da Escola tem produzido um impacto
muito reduzido na melhoria das aprendizagens e dos
resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares.
Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes na
generalidade dos campos em análise. A Escola não revela
uma prática coerente, positiva e coesa.
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2 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
A Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Cister (EPADRC) está inserida numa
propriedade rústica, situada no limite urbano da cidade de Alcobaça, ocupando uma superfície de cerca
de 35 hectares. A EPADRC compreende um Centro Escola, que integra uma Sala Museu, e um Centro
de Exploração Agropecuária onde é ministrada a componente prática da formação agrária, dispondo
para tal de diversas infraestruturas de apoio e uma superfície agrícola utilizável distribuída pelos
setores vitivinícola, hortofrutícola, florestal, de mecanização e de produção animal. Foi criada com o
objetivo de dinamizar a atividade agrícola na zona Oeste, tendo em vista a preparação de técnicos de
nível médio, habilitados para a gestão de explorações agropecuárias, tendo sido avaliada, no primeiro
ciclo de avaliação externa das escolas, em novembro de 2010.
No ano letivo de 2016-2017, a população escolar é de 242 alunos, estando 178 a frequentar os cursos
profissionais de nível IV: 32 do curso de Técnico de Agropecuária (duas turmas), 66 do curso de Técnico
de Produção Agrária (quatro turmas), 45 do curso de Técnico de Restauração na variante de Cozinha/
Pastelaria (três turmas) e 35 do curso de Técnico de Restauração na variante de Restaurante/Bar (três
turmas). Frequentam os cursos de educação e formação do ensino básico 64 alunos: 31 no curso de
Empregado de Bar/Barman (duas turmas, uma delas do tipo 3), 10 no curso de Cozinha, de nível 2 (uma
turma) e 23 no curso de Operador de Máquinas Agrícolas (uma turma).
Da totalidade dos alunos, 2% são de nacionalidade estrangeira. No que respeita à ação social escolar,
56% não beneficiam de auxílios económicos. No entanto, os cursos oferecidos são financiados pelo
Programa Operacional Potencial Humano (POPH), sendo os alunos apoiados a nível de alimentação,
transporte e alojamento. Em relação às tecnologias de informação e comunicação, uma elevada
percentagem de alunos possuem computador com ligação à internet – 93% nos cursos de educação e
formação e 88% nos profissionais.
Os dados da formação académica dos pais e das mães dos alunos dos cursos de educação e formação
revelam que 10% têm habilitação de nível secundário e 2% têm formação superior. No que diz respeito à
formação dos encarregados de educação dos alunos dos cursos profissionais, 5% possuem habilitações de
nível superior e 11% o ensino secundário. Quanto à sua ocupação profissional, 2% no caso dos cursos de
educação e formação e 8% no dos cursos profissionais, exercem atividades de nível superior e
intermédio.
A prestação do serviço educativo é assegurada por 41 docentes, dos quais 54% pertencem aos quadros e
56% lecionam há 10 ou mais anos. Quanto aos não docentes, totalizam 21 trabalhadores (14 assistentes
operacionais e sete assistentes técnicos), sendo de registar a inexistência de um serviço de psicologia.
3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – RESULTADOS
RESULTADOS ACADÉMICOS
No final de cada período e do ano letivo, em sede de conselho de turma e de curso são feitos registos dos
resultados por aluno, por turma e por disciplina, considerando os valores globais e percentuais de
indicadores como os módulos em atraso e as taxas de sucesso, entre outros, que são posteriormente
compilados pelo observatório de estatística sem que, contudo, esses procedimentos deem origem a uma
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análise focalizada nos processos, que permita estabelecer indicadores orientados para a qualidade do
ensino, das aprendizagens e da formação profissional.
Tendo em consideração os dados disponibilizados pela Escola, verifica-se que os cursos de educação e
formação de tipo 2, ministrados na área de Cozinha, concluídos em 2014 e 2015, registam uma melhoria
nas taxas de conclusão, com valores de 58% e 77%, respetivamente, sendo que, no último ano, a
totalidade dos alunos prosseguiu a sua formação nos cursos profissionais. Já no curso de Empregado de
Bar (2013-2014) a taxa de conclusão (48%) foi inferior à taxa de desistência (52%), registando uma taxa
de prosseguimento de estudos de 60% (seis alunos). No curso de Operador de Máquinas Agrícolas,
ministrado em 2012-2013 e 2013-2014, as taxas de conclusão e de desistência mantiveram-se estáveis
(50%), mas registou-se uma melhoria (de 85% para 100%) no número de alunos que optou por continuar
a sua formação nos cursos de nível IV.
Nos anos letivos de 2012-2013 e 2013-2014 foram oferecidos os cursos de tipo 3 de Empregado de Bar e
de Operador de Máquinas Agrícolas, sendo os resultados dos formandos, nos indicadores em apreço,
globalmente mais satisfatórios do que nos seus congéneres de tipo 2. Apesar disso, se nestes dois anos,
no curso de Empregado de Bar se registou uma diminuição quer da taxa de conclusão (100%; 85%) quer
da taxa de prosseguimento de estudos (70%; 61%), já no curso de Operador de Máquinas Agrícolas
verificou-se uma melhoria (83%; 94% e 73%; 81%, respetivamente) em ambas as taxas.
Entre 2014 e 2016, a EPADRC também disponibilizou cursos vocacionais com taxas de conclusão de
58% na área da Restauração e de 46% (nos cursos de dois anos) e de 84% (no curso de um ano) no caso
do curso vocacional de Agrícola, sendo de sublinhar que a totalidade dos alunos que concluiu estes
cursos optou por prosseguir a sua formação nas áreas afins dos cursos oferecidos pela Escola.
Nos cursos profissionais do ensino secundário, tendo como referência os ciclos de formação concluídos
entre 2012 e 2015, todos apresentam taxas de conclusão com uma tendência descendente, apesar de, no
último ano, as variantes de Restaurante/Bar e Cozinha/Pastelaria do curso de Restauração e o de
Técnico de Produção Agrária terem melhorado ligeiramente em relação aos resultados obtidos em 2014.
Registam-se taxas médias de conclusão de 74,8% – Técnico de Produção Agrária, 68,5% – Técnico de
Apoio à Infância, 60% – Técnico de Restauração – variante de Cozinha/Pastelaria e 32,4% – Técnico de
Restauração – variante Restaurante/Bar, sendo esta uma taxa manifestamente baixa, o que deverá
suscitar a reflexão dos responsáveis.
Apesar de as taxas de conclusão anual de todos os cursos serem globalmente superiores às registadas a
nível nacional, é importante considerar que dos 290 formandos que iniciaram os cursos no período em
análise, apenas 179 (61,7%) os concluíram no respetivo ciclo de formação, dado que os remanescentes
desistiram ou não terminaram por terem módulos em atraso. Verifica-se, assim, a urgência de uma
atuação mais consistente por parte da Escola no sentido de motivar os jovens para a importância de
obterem uma qualificação profissional dentro do período previsto para a sua conclusão.
As taxas médias de desistência são de considerar, uma vez que apresentam valores de 33,4% (2013),
21,6% (2014) e 26,2% (2015). Apesar disso o curso de Técnico de Restauração na variante de Cozinha/
Pastelaria apresenta uma tendência descendente e o curso que define a matriz da EPADRC, o de
Técnico de Produção Agrária, evidencia uma tendência ascendente (4,8%; 28,6% e 18,2%), o que deverá
suscitar uma reflexão dos responsáveis visando uma inversão desta tendência. Ao invés, as taxas de não
conclusão, decorrentes de módulos em atraso, embora registem valores bastante inferiores, são
comparativamente mais elevadas no curso de Técnico de Restauração variante Restaurante/Bar, (11,8%
– 2013; 35,7% – 2014 e 20% – 2015), onde se verifica uma taxa média de 24,2%.
Atendendo a que estes cursos estão particularmente vocacionados para a qualificação profissional,
privilegiando a inserção dos alunos no mercado de trabalho, reconhece-se que nesta Escola este
propósito tem sido conseguido, uma vez que se regista alguma estabilidade nas taxas de
empregabilidade, da generalidade dos cursos ministrados entre 2013 e 2015. Dos 179 formandos que
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concluíram os respetivos cursos, 133 (74,3%) ficaram empregados, e destes, 88 (66,1%) na respetiva área
de educação e formação, traduzindo este indicador uma tendência ascendente ao longo do mesmo
período, apesar de em 2015 a taxa ter sido um pouco inferior à registada no ano anterior.
O prosseguimento de estudos não tem sido priorizado pelos alunos, uma vez que, nos ciclos de formação
em análise, apenas 29 formandos (16,2%) escolheram essa via, sendo de assinalar que essa é uma opção
quase exclusiva dos formandos de Técnico de Produção Agrária (24,9%) e de Técnico de Apoio à Infância
(20,7%).
Face aos resultados alcançados, torna-se imperioso que a análise e reflexão sobre os mesmos incidam na
identificação objetiva das causas explicativas do sucesso e do insucesso dos alunos, de modo a que os
responsáveis possam definir planos de ação eficazes, que garantam a monitorização sistemática e
consistente das medidas implementadas.
RESULTADOS SOCIAIS
A Escola assegura aos alunos um percurso abrangente, que os torna capazes de enfrentar o mundo do
trabalho nas suas diversas vertentes. Neste sentido, são incentivados a participar em diferentes
atividades e projetos, constantes do plano anual e relacionados com as áreas de formação, quer através
de visitas de estudo, assentes nos contextos de aprendizagem (Expojardim, Feira do Cavalo Oeste
Lusitano, Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais) quer, ainda, pela organização de
eventos como a Feira Agrícola EPADRC e a Semana da Restauração, os quais se apresentam com forte
impacto no meio local. Esta prática constitui-se, objetivamente, numa clara aposta do saber-fazer,
preparando os jovens para o desenvolvimento de capacidades ligadas ao mercado laboral e que a Escola
direciona como potenciais saídas profissionais.
No que concerne ao envolvimento dos alunos na vida escolar, embora esta seja refletida e idealizada
como favorável ao desenvolvimento pessoal e social dos mesmos, ainda não é promovida uma prática
que assegure a sua participação nos vários órgãos, nomeadamente, no conselho geral, nos conselhos de
turma e na equipa de autoavaliação. Os formandos não se sentem motivados para a criação de uma
associação, optando por se constituírem em comissões, no entanto, responsabilizam-se e envolvem-se na
organização de eventos da sua iniciativa, ou promovidos institucionalmente.
Regista-se uma notória facilidade de comunicação entre alunos, direção e os diretores de turma/
orientadores educativos, havendo práticas informais de auscultação em relação aos assuntos do seu
interesse e quanto a decisões que lhes dizem respeito. Contudo, não existe uma prática regular de
reuniões entre a direção e os alunos, designadamente com os delegados de turma, no sentido de os
corresponsabilizar de forma sistemática, promovendo a assunção de responsabilidades. Este é pois um
aspeto que merece a reflexão dos responsáveis.
O espírito solidário e o exercício de cidadania são expressos em ações pontuais, como a entrega de um
cabaz de Natal a instituições locais, ou relacionadas com a celebração de dias festivos. As áreas
trabalhadas no âmbito do projeto Educação para a Saúde (sexualidade, violência no namoro, igualdade
de género, relações interpessoais) visam incrementar hábitos de vida saudáveis e promover o
desenvolvimento de atitudes e valores. No entanto, os impactos deste trabalho revelam-se, ainda, pouco
consistentes do ponto de vista da apropriação por parte dos alunos.
De uma forma geral, verifica-se o cumprimento das regras estabelecidas e o reconhecimento da
autoridade exercida pela direção da Escola. Todavia, de acordo com os dados referentes a 2015-2016,
existem situações pontuais de condutas menos adequadas, nomeadamente em sala de aula, sobretudo
nas turmas dos cursos vocacionais e de educação e formação, pelo que alguns comportamentos têm sido
objeto de censura disciplinar. Apesar de, genericamente, a comunidade educativa ter a perceção de que
este é um fenómeno que tem vindo a aumentar, perturbando o normal funcionamento das aulas, não há
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uma monitorização sistemática dos dados que permita, de forma apropriada e rigorosa, analisar e tomar
decisões no sentido de uma atuação concertada e sustentada. A prevenção da indisciplina é, pois, uma
área a carecer de reorientação ao nível das práticas letivas, das metodologias de intervenção com a
implementação de um serviço de psicologia e orientação, assim como da dinamização de sessões de
formação no âmbito da gestão de conflitos, abrangendo pessoal docente e não docente.
A Escola procede ao acompanhamento regular do percurso escolar e profissional dos alunos, após
conclusão dos respetivos cursos, no que respeita à tipologia das empresas, bem como aos dados relativos
à empregabilidade dos que concluíram os cursos profissionais, o que contribui para o conhecimento do
impacto da escolaridade.
RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
Da análise detalhada das respostas aos questionários de satisfação aplicados no âmbito do presente
processo de avaliação externa, constata-se que os aspetos relacionados com a acessibilidade e
disponibilidade da direção e dos professores, o ambiente de trabalho, a abertura à comunidade, a
aprendizagem através das experiências e visitas de estudo, a limpeza dos espaços e o gosto em trabalhar
na Escola são áreas que evidenciam maiores índices de satisfação. Por sua vez, os aspetos percecionados
como menos satisfatórios são o comportamento dos alunos, o serviço do refeitório, a frequência e o
apetrechamento da biblioteca e a segurança.
A valorização dos sucessos dos alunos ocorre de forma mais simbólica no início de cada ano letivo, no
Dia do Diploma, momento em que são distinguidos, em cerimónia pública, os alunos que terminam o
seu percurso na Escola. Essa valorização é ainda sustentada pela atribuição de prémios alcançados por
via de vários concursos, como por exemplo com o trabalho Ler o Património – Mosteiro de Alcobaça, ao
nível da biblioteca escolar, Prémio de Inovação Conventual e O Melhor Doce de Pêra Rocha, entre
outros.
Também a divulgação dos trabalhos dos alunos pela sua participação em eventos locais e de âmbito
nacional, em exposições e no jornal “O Quintas”, constitui uma forma de estimular a melhoria das
aprendizagens e projetar a imagem da Escola.
As parcerias e os projetos estabelecidos com entidades externas, nomeadamente com empresas que
acolhem alunos durante a formação em contexto de trabalho e a Câmara Municipal de Alcobaça são
adequados à realidade e ao meio envolvente nos domínios cultural e social, porquanto a oferta formativa
e profissional permite a formação de técnicos, que contribuem para o desenvolvimento da região. A
cedência de objetos da Sala Museu para a exposição temporária Tempo(s) de Escola, é outra das
iniciativas que releva a abertura da EPADRC às iniciativas locais e que tem permitido à sociedade
reconhecer o seu papel no desenvolvimento regional, dando assim forte projeção à sua imagem.
Em síntese, a ação da Escola tem produzido impacto na melhoria das aprendizagens e dos resultados
dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em
análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da
classificação de BOM no domínio Resultados.
3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
A especificidade modular dos cursos profissionais implicou uma organização das estruturas de gestão
pedagógica em conselhos de componente de formação (sociocultural, científica e técnica), onde têm
assento docentes dos diferentes grupos de recrutamento. Na ação destas estruturas sobressai,
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particularmente, a conceção, a implementação e a avaliação do plano anual de atividades da respetiva
componente, que privilegia a articulação de saberes adequados ao perfil de desempenho dos vários
cursos ministrados.
Em sede de conselho de curso são definidas as linhas de atuação pedagógica, tendo em vista a adequação
das diferentes disciplinas do plano curricular à realidade da oferta educativa da Escola.
A gestão articulada do currículo é facilitada pela continuidade pedagógica, pela promoção de reuniões de
curso e pelas discussões informais entre professores. Para o mesmo fim concorrem, a realização de
projetos integradores envolvendo disciplinas de diferentes componentes, como por exemplo Jantares
Pedagógicos, Piquenique de Leituras, ou Pessoa(s) Com Sabor, assim como a existência de um dossiê,
acessível a todos os docentes em suporte digital, onde são arquivados os documentos afetos à atividade
pedagógica designadamente planificações, materiais didáticos, testes e trabalhos realizados pelos
formandos. No entanto, as práticas de articulação horizontal nem sempre são patenteadas pelos
documentos, carecendo, por isso, de maior sistematização e planeamento de modo a que os docentes
potenciem a autonomia didática e pedagógica favorecida pela apresentação do currículo em sequências
alternativas, com impactos em aprendizagens cognitivamente mais significativas.
Sublinha-se o cuidado e a consistência na seleção de iniciativas que fomentam a contextualização do
currículo e a abertura ao meio, em particular visitas de estudo a entidades diretamente relacionadas
com os cursos oferecidos, à Feira Nacional do Cavalo na Golegã e a monumentos de interesse público,
como ao Convento Nacional de Mafra, no âmbito do estudo da obra O Memorial do Convento. Destaca-
se, ainda, a participação em eventos locais e nacionais, como a Feira Agrícola – AGROPORTUGAL –
FIL, no desenvolvimento de projetos em contexto de trabalho e na prestação de serviços à comunidade,
como por exemplo A EPADRC vai à Granja, entre outros.
A coerência entre ensino e avaliação assenta na uniformização de critérios e procedimentos avaliativos e
na utilização sistemática do diagnóstico e da modalidade formativa como mecanismos de regulação do
processo de ensino e de aprendizagem.
A organização e o desenvolvimento da formação em contexto de trabalho obedecem a um plano
individual de formação ou roteiro de atividades, elaborado pelos professores orientadores e tutores das
entidades de acolhimento. Estes planos fazem parte integrante dos contratos de formação subscritos
pela Escola e pelos formandos e preveem objetivos, conteúdos, programação, formas de monitorização e
direitos e deveres dos intervenientes, entre outros. A sua realização ao longo dos três anos do ciclo de
formação, em entidades públicas e privadas protocoladas, promove a consolidação de conhecimentos
técnicos e desenvolve as capacidades relacionais e no âmbito da saúde e segurança no trabalho, aspetos
amplamente corroborados pelos representantes das entidades de acolhimento.
A conceção e o desenvolvimento dos projetos elaborados pelos formandos, individualmente ou em grupo,
no âmbito da prova de aptidão profissional (PAP) e da prova de avaliação final (PAF), são elementos
estruturantes do futuro profissional dos alunos e revelam ligação com o contexto de trabalho e a
integração de saberes e competências das diferentes disciplinas, sendo de sublinhar como positiva a sua
conceção a partir do 2.º ano no caso da PAP, como forma de incrementar a qualidade do projeto final.
O trabalho colaborativo é uma prática instituída revelando-se, sobretudo, na dinamização de projetos e
atividades. As formas de colaboração, ainda que muitas vezes desenvolvidas informalmente, têm
permitido estabelecer uma dinâmica consistente de partilha de práticas pedagógicas, facilitando a
reflexão sobre a eficácia das metodologias implementadas.
PRÁTICAS DE ENSINO
A EPADRC aspira desenvolver nos seus formandos um saber fazer que lhes permita contribuir para o
desenvolvimento da região. Nesse sentido, os docentes organizam as suas práticas letivas potenciando a
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utilização dos recursos existentes, designadamente o Centro de Exploração Agropecuária, o bar e a
cozinha de aplicação enquanto espaços privilegiados de promoção de aprendizagens significativas. Na
generalidade das disciplinas, os alunos são envolvidos ativamente no desenvolvimento de tarefas
estimulantes como sejam trabalhos de grupo e de pesquisa ou apresentações orais.
As aulas de apoio, o acompanhamento extraordinário a alunos propostos a exame, os workshops, os
ateliês, os planos de recuperação de faltas e de módulos em atraso, são algumas medidas que
evidenciam a importância dedicada à promoção do sucesso escolar. Este é, aliás, um dos objetivos
priorizados pelo projeto educativo e operacionalizado através do plano de ação, documento que prevê
também um vasto conjunto de atividades do âmbito da diferenciação pedagógica em sala de aula.
Apesar disso, os resultados ainda não refletem os impactos das medidas desenvolvidas, o que deverá
suscitar uma reflexão em torno das causas de insucesso inerentes aos processos de ensino e de
aprendizagem, de modo a potenciar uma maior adequação das respostas encontradas.
O desenvolvimento do profissionalismo é fomentado através da organização de serviços de catering e
beberetes, em momentos como o Magusto Sénior, de projetos integradores como o Há Gastronomia e de
eventos como a Feira Agrícola da EPADRC ou as Jornadas Técnicas de Suinicultura, que mobilizam
vários agentes do setor. Também a participação em visitas de estudo e concursos possibilitam o
alargamento e a consolidação de outras aprendizagens. Neste âmbito, sublinha-se ainda a formação em
contexto de trabalho, sempre que possível, realizada em empresas e instituições próximas das áreas de
residência dos alunos, escolhidas em articulação com os professores orientadores, e o facto de estarem
claramente definidos critérios para a distribuição dos formandos pelas diversas entidades de
acolhimento, como garante da transparência e da equidade do processo.
A adequação das respostas educativas às necessidades especiais dos alunos tem dependido
exclusivamente do empenho pessoal de cada docente, uma vez que a Escola não dispõe de qualquer
técnico especializado para o efeito, nem de professores com formação neste domínio. Apesar disso, os 10
alunos referenciados no presente ano letivo beneficiam de um plano de intervenção, pautado pela
adequação às suas especificidades, que passa pelo desenvolvimento de apoios educativos personalizados,
tutorias e adequações na avaliação, concertado entre os docentes dos respetivos conselhos de turma e as
famílias.
A parceria realizada com a autarquia, designadamente com o Centro de Atendimento a Jovens – CAJ, é
um indicador da atenção dedicada a estes alunos. O trabalho desenvolvido é, globalmente, favorecedor
da inclusão e da sua autonomização. Contudo, não há práticas de monitorização do sucesso destes
jovens, o que inviabiliza uma avaliação sobre os efetivos impactos que as medidas aplicadas possam
estar a ter. Este é outro dos aspetos que carece de uma intervenção por parte dos responsáveis.
A valorização da dimensão artística ocorre aquando da comemoração de dias festivos, em que é dada
oportunidade de os alunos mostrarem os seus talentos em áreas como o teatro, a música e o
entretenimento, mas também em momentos mais formais, através da participação no festival
Books&Movies, promovido pela Câmara Municipal de Alcobaça, com a apresentação de peças teatrais e
poesia, no âmbito de um encontro com escritores.
Se na anterior avaliação externa “as condições de funcionamento” da biblioteca eram apontadas como
“comprometedoras do desenvolvimento dos seus principais objetivos”, esse é um aspeto superado desde
janeiro de 2016. A proatividade dos responsáveis possibilitou a sua integração na rede de bibliotecas do
concelho de Alcobaça e a candidatura a um projeto inovador que permitirá não só a sua integração na
Rede de Bibliotecas Escolares como também a requalificação de um espaço e a dinamização de um
modelo mais informal e mais interativo. As atividades aí dinamizadas promovem a leitura com a
organização de concursos e outras iniciativas e complementam o trabalho realizado em sala de aula,
mostrando-se particularmente vocacionada para a dinamização de projetos integradores e relevantes do
ponto de vista artístico e cultural, contribuindo para a formação integral dos jovens. Apesar da
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relevância das propostas deste serviço, e do dinamismo evidenciado pela página do facebook, há ainda
algum trabalho a fazer no domínio da formação de utilizadores e da sensibilização dos alunos para a
importância da rentabilização deste recurso nas suas vertentes informativa, educativa, cultural e
recreativa.
Em sede de conselho de curso e de conselho de direção de turma é feito o balanço do cumprimento das
planificações modulares e dos resultados alcançados, nomeadamente no que diz respeito ao número de
módulos em atraso por aluno e turma. A discussão em torno das práticas pedagógicas e o trabalho inter
pares que ocorre de modo regular, mas informal, consubstanciam-se como as únicas formas de
acompanhamento da atividade docente. Não obstante estas práticas e o reconhecimento da sua
relevância do ponto de vista colaborativo, não se encontram instituídos procedimentos de supervisão
pedagógica em contexto de aula, visando o desenvolvimento profissional dos docentes, com impactos nas
aprendizagens dos alunos, aspeto que carece de aprofundamento por parte dos respetivos
coordenadores. As lideranças intermédias não podem, assim, garantir a qualidade da prestação do
serviço educativo, por não disporem de práticas sistemáticas de auto e hétero regulação do trabalho
desenvolvido pela generalidade dos docentes que coordenam.
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
Os docentes implementam as diferentes modalidades de avaliação (diagnóstica, formativa e sumativa),
utilizando uma pluralidade de práticas e instrumentos, como por exemplo, observação de competências
técnicas, serviços em contexto real de formação, questões aula, relatórios de atividades experimentais,
trabalhos de pesquisa e testes. A avaliação diagnóstica realizada sempre no início de cada módulo tem
servido sobretudo para aferir conhecimentos prévios e não tanto para definir o perfil de aprendizagem
dos alunos, de modo a facilitar a adequação das metodologias de ensino, aspeto que poderá ser
potenciado, sobretudo para dar uma resposta cabal aos objetivos específicos do plano de ação.
Os critérios de avaliação estão definidos no regulamento interno e são do conhecimento dos formandos e
dos encarregados de educação, que os consideram justos. Contudo, no que respeita à análise da validade
dos instrumentos de avaliação, há ainda um caminho a fazer no sentido de se garantir a sua fiabilidade,
uma vez que não estão instituídos quaisquer mecanismos como sejam a elaboração conjunta de provas
de avaliação ou a sua correção partilhada, nas disciplinas em que efetivamente esses cenários seriam
possíveis. Por conseguinte, a calibração de testes e classificações, bem como a justiça e a equidade do
processo avaliativo, apresenta margem para progressos no que respeita ao rigor, objetividade e
normalização.
No que toca à formação em contexto de trabalho, o apuramento das classificações está previsto no
respetivo regulamento e prevê ponderações para cada um dos anos, estando igualmente definidos
descritores que balizam o desempenho em cada um deles, o que permite reduzir a subjetividade dos
juízos avaliativos e garantir uma avaliação mais justa e mais transparente.
A monitorização da gestão e desenvolvimento do currículo restringe-se à verificação do cumprimento dos
conteúdos e das cargas horárias dos módulos das diferentes disciplinas. Assim sendo, a reflexão
sistemática sobre as práticas docentes com impactos no ajustamento das planificações de acordo com as
dificuldades de aprendizagem identificadas, com definição de planos de recuperação individuais quando
necessário, é um aspeto que carece de desenvolvimento. No que concerne ao acompanhamento da
formação em contexto de trabalho, este é realizado pelo professor orientador que monitoriza a execução
do plano de trabalho individual, nomeadamente através de deslocações periódicas às entidades de
acolhimento.
Sublinha-se que as medidas educativas e ou atividades de recuperação adotadas, para as situações de
alunos com dificuldades em atingir os objetivos, são bastante diversificadas. Contudo, e tal como foi
também diagnosticado pela equipa de autoavaliação, como não há uma cultura consistente de
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monitorização, sistemática e generalizada, que permita, no decurso dos processos, e de forma
fundamentada, repensar e reformular estratégias e procedimentos, desconhece-se, com rigor, a eficácia
das medidas de promoção do sucesso escolar que têm vindo a ser implementadas. A inexistência de
procedimentos de monitorização sistemática da eficácia dessas medidas leva a que a Escola vá optando
por adotar umas medidas em detrimento de outras com base em análises meramente empíricas ou
considerando as eventuais limitações decorrentes do reduzido número de docentes disponíveis para as
assegurar.
Apesar de se registar uma certa estabilidade nas taxas médias de desistência, o problema subsiste,
principalmente junto do grupo de formandos que atinge a maioridade e opta por ingressar no mercado
de trabalho, alegando dificuldades económicas da família, sendo de facto este um constrangimento que a
Escola assume não poder contornar.
Em suma, a ação da Escola tem produzido impacto na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos
alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em
análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de
BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO
LIDERANÇA
Os documentos estruturantes da ação educativa foram concebidos em consonância com a missão
plasmada no projeto educativo 2016-2019 e colocam a tónica na inclusão socio escolar de todos e no
desenvolvimento local e regional, com base na formação ministrada pela Escola. O projeto educativo
apenas apresenta os objetivos centrais, remetendo a sua operacionalização para o plano de ação que
define, entre outros aspetos, as atividades e as metas anuais. No entanto, a forma como estas estão
delineadas não promove a melhoria dos desempenhos, uma vez que não preveem o aumento gradual dos
valores definidos. Por outro lado, a não identificação dos responsáveis por cada atividade condiciona o
compromisso com a respetiva consecução. Apesar disso, é notória alguma evolução ao nível do
planeamento da ação educativa, podendo considerar-se superado o ponto fraco assinalado, neste âmbito,
na anterior avaliação externa.
As atividades constantes do plano anual são estrategicamente programadas, em consonância com os
princípios matriciais e valores plasmados no projeto educativo, privilegiando iniciativas e projetos que
favorecem a qualidade do sucesso educativo, a preservação dos recursos naturais e das espécies
autóctones e o empreendedorismo.
O diretor e a sua equipa assumem-se como líderes democráticos, que tomam as decisões tendo em
consideração o consentimento de todos, promovendo um ambiente de flexibilidade e de valorização de
cada indivíduo enquanto elementos de uma equipa de trabalho. Os docentes e não docentes manifestam
motivação e envolvimento nas iniciativas em que estão implicados, sublinhando a relevância e o
contributo do reconhecimento público que o diretor faz aquando da conclusão de cada projeto.
A abertura e a disponibilidade manifestada junto dos diferentes elementos da comunidade, bem como o
desenvolvimento do sentido de pertença são características também muito valorizadas na atuação
destes responsáveis.
Os coordenadores de componente e de curso desempenham as suas funções em consonância com o
estatuído no regulamento interno. Contudo, poderão ser criadas novas dinâmicas de trabalho que
reforcem o papel dos respetivos líderes destas estruturas, sobretudo enquanto garantes da qualidade do
serviço educativo prestado.
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O conselho geral carece de proatividade, não se assumindo efetivamente como um órgão de direção
estratégica. A eficácia do trabalho desenvolvido na EPADRC poderá ser potenciada pela mobilização da
comunidade educativa, particularmente dos seus representantes no conselho geral, para a importância
das respetivas participações e pela congruência de esforços de todos os que estão, ainda que de forma
indireta, implicados no processo educativo.
Importa sublinhar que o diretor assume que a sustentabilidade da Escola depende por um lado da
qualidade dos técnicos que forma e da sua aceitação pelo mercado de trabalho e por outro do incremento
da sua marca identitária de matriz agrária, estando, por isso, representada na Cooperativa Agrícola de
Alcobaça (Granja de Cister e Sabores da Terra), e apresentando, em sinergia com a Associação
Portuguesa de Escolas Profissionais Agrícolas, propostas à tutela no sentido de elevar os padrões de
qualidade da formação agrícola nacional.
No que toca à mobilização da comunidade, destaca-se a forte ligação ao mundo laboral, às empresas e o
desenvolvimento de projetos inovadores, como a proteção de espécies vegetais e animais (o malhado de
Alcobaça), ou a recriação de receitas tradicionais com base na utilização de produtos da região, muitas
vezes distinguidas a nível nacional. Também a presença habitual em feiras, exposições e certames tem
contribuído para a divulgação da Escola e para a construção de uma muito boa imagem junto da
comunidade, potenciando dinâmicas empreendedoras, e fazendo dela uma referência não só na região,
mas também a nível nacional.
GESTÃO
Os critérios presentes na gestão e afetação dos recursos humanos são equitativos, procurando ajustar-se
o perfil das pessoas às tarefas a executar, salvaguardando o bem-estar e as competências dos
envolvidos. Na distribuição de serviço docente predomina o princípio da continuidade pedagógica,
critério que, face a constrangimentos como a mobilidade e um quadro de docentes reduzido, é de difícil
aplicação, o que origina a acumulação de diversas funções e cargos pelo mesmo docente, levando a que
nem sempre os respetivos conteúdos funcionais sejam eficazmente assumidos.
A distribuição dos recursos materiais é equilibrada e ajustada às necessidades de cada contexto, sendo
de sublinhar a enorme proatividade na promoção de iniciativas que geram recursos financeiros que são
aplicados na conservação e requalificação dos espaços, com particular destaque para a criação de uma
adega, da Sala Museu e outros espaços tendo em vista o bem-estar da comunidade e a adequação
logística às práticas educativas.
Entre os assistentes técnicos e operacionais, a distribuição de tarefas é feita com a supervisão da
direção, tendo em conta o perfil e as competências profissionais de cada um, verificando-se a
flexibilidade de horários, de modo a responder eficazmente às necessidades da comunidade escolar.
A Escola identifica as necessidades de formação e, em colaboração com o Centro de Formação de
Associação de Escolas dos Concelhos da Nazaré/Alcobaça, procura dar as melhores respostas tendo em
vista os objetivos constantes do projeto educativo. Apesar de não existir uma formação regular e
sistemática, os docentes frequentam, sempre que possível, formação no âmbito das didáticas específicas
e mais recentemente no das inteligências múltiplas em contexto de sala de aula visando a eficiência do
seu desempenho. Apesar disso, a maioria dos professores nunca frequentou qualquer formação
especificamente direcionada para o ensino profissional, designadamente para a avaliação e para a
gestão modular do currículo. Esta será pois uma área a privilegiar, no sentido de potenciar a motivação
e mobilização do pessoal docente para novas formas de organização pedagógica, reforçando os impactos
nas práticas letivas e nos resultados dos formandos. Os assistentes técnicos têm realizado formação no
âmbito das aplicações informáticas para a gestão e administração escolar, sendo também
disponibilizada, quando possível, formação aos assistentes operacionais.
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Os circuitos de informação interna e externa facilitam a comunicação entre todos os intervenientes,
tornando-a rápida e eficiente. A página web do Agrupamento, a disponibilização de endereços de correio
eletrónico para docentes e não docentes, bem como a plataforma Moodle, potenciam a partilha e o
trabalho colaborativo. É de sublinhar a existência de um plano geral de divulgação da EPADRC, cujas
atividades (elaboração do Suplemento EPADRC para o Jornal Região de Cister; inserção de notícias nas
redes sociais ou a organização da Semana da Restauração) concorrem para a promoção da Escola na
região, com impactos na atração de novos alunos.
AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
A “fraca consistência dos processos autoavaliativos” foi um dos aspetos estratégicos identificados na
anterior avaliação externa como sendo de intervenção prioritária para garantir o desenvolvimento e a
sustentabilidade da EPADRC. No período que mediou as duas avaliações externas, a Escola manteve
procedimentos de recolha de dados, designadamente em sede de conselho de turma e de coordenação de
componente, sistematizados pelo observatório de estatística, sem que, contudo, houvesse lugar a uma
análise integrada e consequente dos documentos produzidos neste âmbito. Estas práticas conviveram
com processos informais de acompanhamento do desempenho dos docentes e das respetivas estruturas,
que permitiram conhecer, ainda que de modo empírico, os pontos fortes e as áreas de melhoria e que,
consoante o caso, foram dando lugar a intervenções pontuais no sentido de, respetivamente, consolidar
ou resolver as situações detetadas.
No presente ano letivo foi designada uma equipa que, com base na triangulação de informação obtida e
sem definir uma metodologia específica para a análise e recolha de dados, aplicou questionários de
satisfação à comunidade, analisou documentos e elaborou um relatório cuja recente conclusão não lhe
permitiu ainda produzir impactos assinaláveis, para além da constatação da necessidade de alargar e
aperfeiçoar os mecanismos de monitorização, aspetos em que se encontram já a trabalhar.
Embora sendo de assinalar a mobilidade docente e o reduzido número de elementos que compõem os
quadros da Escola como fatores que, efetivamente, obstaculizam um desenvolvimento mais estruturado
do domínio da autoavaliação, afigura-se ainda como um desafio a participação em formação neste
âmbito, o alargamento da equipa a outros elementos da comunidade educativa e a sua crescente
autonomização relativamente ao órgão de direção, no que diz respeito à sua constituição, com o objetivo
de tornar o processo mais abrangente, isento e participado, sendo igualmente importante a divulgação
quer do relatório quer do modelo a adotar.
No sentido de dar maior consistência ao processo de autoavaliação, ultrapassando o ponto fraco
assinalado, serão ainda aspetos a considerar, por parte dos responsáveis, uma abordagem mais plural e
sistemática de recolha e interpretação de dados do desempenho da Escola. Nesse sentido, poderão ser
tidos em conta aspetos como a eficácia das medidas de promoção do sucesso escolar, as várias dimensões
da indisciplina, entre outros, que, tal como é feito no que concerne aos resultados académicos, possam
promover a análise e a reflexão por parte das estruturas e órgãos e a respetiva conceção e
implementação de planos de ação devidamente estruturados e passíveis de promover uma efetiva
melhoria da qualidade das aprendizagens e do desempenho global da organização.
Em conclusão, a ação da Escola tem produzido impacto na melhoria das aprendizagens e dos resultados
dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em
análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da
classificação de BOM no domínio Liderança e Gestão.
4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho da Escola:
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A dinamização de uma pluralidade de atividades e projetos, alguns deles integradores, com
forte impacto no saber-fazer, preparando os jovens para o desenvolvimento de capacidades
ligadas ao mundo do trabalho;
O reconhecimento, por parte de diferentes instituições locais e regionais e das entidades
empresariais parceiras, da qualidade do serviço educativo e formativo prestado, com reflexos
positivos na inserção dos formandos no mercado de trabalho;
Os prémios e distinções alcançados por via da participação em concursos, como estímulos à
melhoria das aprendizagens e projeção da EPADRC;
As relações interpessoais positivas e a promoção de iniciativas mobilizadoras da comunidade, o
que contribui para a existência de um bom ambiente de trabalho e para a identificação com os
valores da Escola;
O estilo de liderança do diretor e dos elementos da sua equipa, promotor da motivação, do
envolvimento e do empenho dos docentes e não docentes, com impacto no incremento do
trabalho colaborativo e no bom ambiente educativo;
A ação da direção na captação de recursos financeiros e na instituição de canais de publicitação
e comunicação eficazes, que tem contribuído para o reconhecimento da comunidade educativa
pelo trabalho realizado e para a imagem social da EPADRC;
A rede de parcerias estratégicas que viabilizam respostas contextualizadas às necessidades dos
alunos e da Escola, tornando-a sustentável, valorizando-a e projetando-a a nível local e nacional
no âmbito dos cursos que ministra.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde a Escola deve incidir prioritariamente os seus esforços
para a melhoria são as seguintes:
Identificação objetiva das causas explicativas do sucesso e do insucesso dos alunos, com vista à
definição de planos de ação eficazes, que garantam a monitorização sistemática e consistente
das medidas implementadas;
Definição de uma estratégia concertada e sustentada ao nível da prevenção da indisciplina e a
dinamização de formação no âmbito da gestão de conflitos, para pessoal docente e não docente,
com reflexos na melhoria dos comportamentos, na responsabilização dos alunos e na criação de
ambientes mais propícios às aprendizagens;
Aferição de critérios e instrumentos de avaliação de forma a garantir a calibração de testes e
classificações, bem como a justiça e a equidade do processo avaliativo;
Incremento da responsabilização das lideranças estratégicas e intermédias através da
implementação de processos sistemáticos de auto e hétero regulação do trabalho desenvolvido e
das suas repercussões na melhoria do serviço educativo prestado;
Conceção e desenvolvimento de um processo de autoavaliação centrado nas áreas da prestação
do serviço educativo com impactos na melhoria efetiva da qualidade das aprendizagens e do
desempenho global da organização.
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03-02-2017
A Equipa de Avaliação Externa: Carla Bernardes, Eugénia Ferrão e João Calado
Concordo.
À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.
A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área
Territorial de Inspeção do Sul
Maria Filomena Aldeias
2017-03-14
Homologo.
O Inspetor-Geral da Educação e Ciência
Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação
nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,
Série II, de 22 de abril de 2016