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RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL
DOS MATADOUROS DO MUNICÍPIO DE
LARANJAL DO JARÍ-AP
AMAPÁ - 2012
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RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL
1 – INTRODUÇÃO
Aos vinte e nove dias do mês de agosto do ano de dois mil e doze, no
Município de Laranjal do Jarí, a fim de atender ser atendida a solicitação da Promotoria de
Justiça de Calçoene, tendo em vista a Ação Civil Pública nº 0002613-62.2010.8.03.0008 –
2ª Vara de Laranjal do Jarí, onde os Técnicos Geógrafo Francisco Michael de Brito Ribeiro
e o Biólogo Renato Nishida procederam Vistoria Técnica nos Matadouros Particulares do
Município de Laranjal do Jarí, descrevendo com verdade e com todas as circunstâncias o
que encontrar, descobrir e observar.
2 – FUNDAMENTAÇÃO
Objetivando inserir o empreendimento de Matadouros no arcabouço legal e
normativo, foi feita uma análise da legislação ambiental aplicável aos
empreendimentos, em especial quanto a licenciamento, emissões e monitoramento
ambiental.
2.1 – Legislações Federais
o Lei nº 6.938/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente;
o Lei nº 9.605/98 - Lei dos Crimes Ambientais;
o Lei nº 9.433/97 - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
o Resolução CONAMA nº 237/97- Dispõe sobre a regulamentação de
aspectos do licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional
de Meio Ambiente;
o Resolução CONAMA nº 357/05 – Dispõe sobre a Classificação de
Corpos D’água e Diretrizes Ambientais;
o Resolução CONAMA nº 274/00 – Dispõe sobre critérios de
balneabilidade em águas brasileiras;
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o Decreto nº 30.691 de 29 de março1952 – Regulamento da Inspeção
Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA;
2.2 – Legislações Estaduais
o Lei Complementar nº 005/94 - Institui o Código de Proteção ao Meio
Ambiente do Estado do Amapá e dá outras providências;
o Lei nº 0702/02 - Dispõe sobre a Política Estadual de Florestas e demais
Formas de Vegetação do Estado do Amapá e dá outras providências;
o Lei nº 0686/02 - Dispõe sobre a Política de Gerenciamento dos
Recursos Hídricos do Estado do Amapá e dá outras providências;
o Resolução COEMA nº 0001/99 - Estabelece diretrizes para
caracterização de empreendimentos potencialmente causadores de
degradação ambiental, licenciamento ambiental e dá outras
providências;
o Lei Estadual Nº 0869, de 31/12/2004 – Serviço de Inspeção Industrial e
Sanitária de Produtos e Subprodutos de Origem Animal e Vegetal SIE.
3 – OBJETIVO
O presente Relatório Técnico tem por finalidade avaliar os aspectos
sanitários e ambientais das atividades decorrentes de Matadouros Particulares que
atuam no município de Laranjal do Jarí. A necessidade desse Relatório se baseia no
fato que os matadouros além de serem atividades potencialmente poluidoras, podem
constituir em graves riscos à saúde pública.
4 – METODOLOGIA
O procedimento metodológico foi dividido em duas etapas distintas:
levantamento de dados e trabalhos de campo.
Para o levantamento de dados foram consultadas publicações em geral
sobre o tema e assuntos afins a atividades de Matadouros no Brasil.
As caracterizações dos empreendimentos foram feitas a partir de inspeção
e vistoria em campo.
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A etapa de trabalhos de campo foi desenvolvida no dia 29 de agosto de
2012, por técnicos da PRODEMAC, contado ainda com a participação do Médico
Veterinário Heber Luiz Melo e do Sr. Roberto Goés da Silva, Diretor do Departamento
de Inspeção Agropecuária do Município de Laranjal do Jarí.
Durante os trabalhos de campos, foram utilizados instrumentos de
registros de informações: Prancheta, caneta e papel; Trena métrica; Aparelho de GPS
(Garmim GPSmap 76CSx) e Câmera fotográfica digital.
5 – DA VISTORIA
Às 9h do dia 29 de agosto do corrente ano, os assessores técnicos da
Prodemac Francisco Michael de Brito Ribeiro e Renato Nishida se dirigiram a
Secretaria Municipal de Agricultura do município, onde em conversa com o atual
secretario, solicitaram apoio para realizaram vistoria técnica. Nos acompanharam
nesta missão o Médico Veterinário Heber Luiz Melo e o Sr. Roberto Goés da Silva,
Diretor do Departamento de Inspeção Agropecuária do Município de Laranjal do Jari. A
vistoria inseria visita aos dois Matadouros particulares da cidade; MATADOURO
ZANOTTO (E.S.F. FERREIRA) e FRIGORÍFICO IDEAL VALDECY NAST – ME).
5.1 – Vistoria Matadouro Zanoto (E.S.F. FERREIRA).
5.1.1 – Localização do Empreendimento
O empreendimento está localizado na BR 156, Coordenadas S 00°45’03,8’’
e W 052°29’30,2’’.
5.1.2 – Das Benfeitorias
O empreendimento é composto por 01 (um) local aberto e com piso em
alvenaria onde acontece a operação de abate dos animais (insensibilização, sangria,
esfola e evisceração), 01 (um) curral para o gado, 01 (uma) pocilga, 01 (uma) graxaria
e 01 (uma) lagoa de estabilização.
5.1.3 – Do Funcionamento
No momento da vistoria o referido empreendimento encontrava-se em
pleno funcionamento, onde entramos em contato com Sr. Adonias Lima, responsável,
onde mesmo informou que o matadouro funciona nos dias de segunda, quarta, sexta e
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sábado, onde são abatidos cerca de 80 (oitenta) animais por semana. O gado é
proveniente do Estado do Pará (Almerim, Altamira, Monte Alegre). Não foi
apresentada a Guia de Transporte Animal – GTA, do gado que se encontrava no curral
para abate. Ressalta-se que esse documento é obrigatório para monitorar tanto o
controle sanitário dos animais transportados quanto a comercialização desses.
O referido responsável informou que o empreendimento não possui
Licença ambiental, tampouco licenças da Prefeitura e Vigilância Sanitária, contudo o
mesmo informou que o empreendimento está exercendo atividade através de um
Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre o empreendimento e a Promotoria de
Justiça Laranjal do Jarí, datado do dia 29 de setembro de 2010.
5.1.4 - Aspectos Sanitários observados:
O matadouro não dispõe de área suficiente para atender as necessidades
exigidas para o seu funcionamento adequado de acordo com as normas exigidas pelo
RIISPOA (Regulamento de Inspeção Industrial de Subprodutos de Origem Animal) que
regulamenta o funcionamento destes estabelecimentos;
Os pisos não são convenientemente impermeabilizados com material
adequado, eles devem ser construídos de modo a facilitar a coleta das águas residuais
e sua drenagem para a rede de esgoto;
O Local não possui paredes e divisórias revestidas com azulejos, além de
não possuir portas e janelas, o que facilita a entrada de micro e macro vetores,
estando em total desacordo com as normas exigidas pelo RIISPOA, que presa pelas
condições ideais higiênico-sanitárias dos estabelecimentos; (Figura 01)
Não possui forro na dependência, condição exigida onde se realizem
trabalhos manipulação alimentos;
Não dispõe de mesas de aço inoxidável adequadas para os trabalhos de
manipulação de alimentos, além de caixas, bandejas, tabuleiros, e quaisquer outros
recipientes, de aço inoxidável; para o deposito adequado dos resíduos do abate;
(figura 02)
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Figura 01; Dependências com piso e paredes inadequadas alem da ausência de portas e janelas.
Figura 02; Mesas e tabuleiros irregulares onde a carne fica acondicionada.
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Não dispõe de esterilizadores de facas e utensílios que servem para
manipular a carne;
Não existe câmara frigorífica para acondicionamento das carnes, vísceras,
etc, pois a carne fica exposta por cerca de duas horas para depois carregada nos
caminhões e serem distribuída nos frigoríficos do Município.
Não dispõem de rouparia, vestiários, banheiros, privadas, mictórios e
demais dependências necessárias, completamente isolados e afastados das
dependências onde são beneficiados produtos destinados à alimentação humana.
Não existem Equipamentos de proteção Individual para todos os
trabalhadores e os que possuíam estavam incompletos;
A área do empreendimento não possui áreas pavimentadas suficiente,
para o transito de veículos, ocasionando a suspensão de partículas de poeira, material
contaminante que entra em contato com a carne que fica exposta na área de
embarque.
5.1.5 - Aspectos Ambientais observados:
Os efluentes da lavagem dos currais são jogados, in natura, na parte baixa
do terreno, chegando até uma área alagada que dá acesso ao Rio Jarí.
Após a sangria, o sangue, que fica espalhado pelo chão é canalizado por
canaleta para a lagoa de estabilização. (figura 03)
A lagoa de estabilização encontra-se saturada e não possui sistema de
tratamento e contenção de efluentes. Ressalta-se que a referida lagoa está
extravasando efluentes para uma área alagada que interliga ao Rio Jarí. (figura 04)
As carcaças, cabeças e outros dejetos, estão sendo depositados em um
buraco, localizado a cerca de 1,5 km do local de onde acontece o abate, e está
servindo como atrativo a macro-vetores como urubu (Coragyps atratus) e diversos
insetos como moscas. (figura 05)
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Figura 03 ; Lagoa de estabilização.
Figura 04: Bacia de estabilização despejando efluentes sem tratamento no solo.
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Figura 05; Despejo de cabeças, carcaça, chifres a céu aberto.
5.2 – Vistoria Matadouro e Frigorífico Ideal (VALDECY NAST – ME)
5.2.1 – Localização do Empreendimento
O empreendimento está localizado na Br 156, próximo a localidade de
Tira-Couro, Coordenadas S 00° 45’ 22,8’’ W 052°29’ 57,3”.
5.2.2 – Das Benfeitorias
O empreendimento é composto por 01 (um) local em alvenaria onde
acontece a operação de abate dos animais (insensibilização, sangria, esfola e
evisceração), 01 (um) curral, 01 (uma) graxaria e 04 (quatro) fossas sépticas.
5.2.3 – Do Funcionamento
No momento da vistoria o referido empreendimento encontrava-se em
funcionamento, onde entramos em contato com o Sr. Jorge Pereira, responsável, onde
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o mesmo prestou as seguintes informações: o matadouro funciona nos dias de
segunda, quarta, sexta e sábado, onde são abatidos cerca de 20 (oitenta) gados por
semana. O gado é proveniente do Estado do Pará (Altamira). Durante a vistoria não foi
apresentada a Guia de Transporte Animal – GTA, do gado que se encontrava no curral
para abate. Ressalta-se que esse documento é obrigatório para monitorar tanto o
controle sanitário dos animais transportados quanto à comercialização desses.
O referido responsável informou que o empreendimento não possui
Licença ambiental, tampouco licenças da Prefeitura e Vigilância Sanitária, contudo o
mesmo informou que o empreendimento está exercendo atividade através de um
Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre o empreendimento e a Promotoria de
Justiça Laranjal do Jarí, datado do dia 29 de setembro de 2010.
5.2.4 - Aspectos Sanitários observados:
O matadouro não dispõe de área suficiente para atender as necessidades
mínimas exigidas de higiene e saúde para o seu funcionamento adequado que
pudesse estar de acordo com as normas exigidas pelo RIISPOA (Regulamento de
Inspeção Industrial de Subprodutos de Origem Animal) que regulamenta o
funcionamento destes estabelecimentos; (Figura 06)
Os pisos não são convenientemente impermeabilizados com material
adequado, onde eles devem ser construídos de modo a facilitar a coleta das águas
residuais e sua drenagem para a rede de esgoto;
As paredes são mal higienizadas, e revertidas parcialmente com azulejos
em mal estado de conservação, propiciando o acumulo de resíduos, facilitando a
multiplicação de microorganismos tais como bactérias que servem de material
contaminante dentro da sala de abate; estando em total desacordo com as normas
exigidas pelo RIISPOA, que presa pelas condições ideais higiênico-sanitárias dos
estabelecimentos.
Não possui forro na dependência, condição exigida onde se realizem
trabalhos manipulação alimentos;
Não dispõe de mesas de aço inoxidável adequadas para os trabalhos de
manipulação de alimentos, além de caixas, bandejas, tabuleiros, e quaisquer outros
recipientes, de aço inoxidável; para o deposito adequado dos resíduos do abate;
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Figura 06; Abate sem a mínima estrutura de higiene.
Não dispõe de esterilizadores de facas e utensílios que servem para
manipular a carne;
Não existe câmara frigorífica para acondicionamento das carnes, vísceras,
etc, pois a carne fica exposta por cerca de duas horas para depois ser distribuída nos
frigoríficos do Município. (figura 07)
Não dispõem de rouparia, vestiários, banheiros, privadas, mictórios e
demais dependências necessárias, completamente isolados e afastados das
dependências onde são beneficiados produtos destinados à alimentação humana.
Não existem Equipamentos de proteção Individual para todos os
trabalhadores e os que possuíam estavam incompletos;
A área do empreendimento não possui áreas pavimentadas suficientes,
para o transito de veículos, ocasionando a suspensão de partículas de poeira, material
contaminante que entra em contato com a carne que fica exposta na área de
embarque.
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Figura 07; Carne exposta sujeita a contaminação por partículas de poeira e insetos.
5.2.5 - Aspectos Ambientais observados:
Durante a vistoria foi constatado que todos os efluentes, tanto da linha
verde (fezes) como linha vermelha (sangue) são canalizados para 04 (quatro)
fossas, as quais estão completamente cheias, onde os efluentes estão escorrendo
diretamente no solo e se acumulando na parte baixa do terreno, que é uma área
alagada a qual se interliga com o Rio Jarí. (Figura 08 e 09)
As carcaças, cabeças e outros dejetos, estão sendo depositados a céu
aberto, a cerca de 1 km do local de onde acontece o abate, e está servindo como
atrativo a macro-vetores como urubu (Coragyps atratu) e diversos insetos (figura 08)
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Figura 08; Fossas transbordando efluentes in natura no solo.
Figura 09; Efluentes sendo carreados para a parte alagada do terreno que se interliga com o Rio Jari.
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Figura 10; Carcaças, cabeças,chifres, e outros dejetos depositados a céu aberto.
6 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante a vistoria obtivemos a informação que em ambos os
estabelecimentos, segundo os seus responsáveis, estão funcionando sob o Termo de
Ajustamento de Conduta - TAC, assinado em 29 de setembro de 2010, que teve como
signatários a Promotoria de Justiça do Laranjal do Jarí, os Matadouros ZANOTTO
(E.S.F. FERREIRA) e FRIGORÍFICO IDEAL (VALDECY NAST – ME) doravante
denominados compromitentes e a DIAGRO como órgão fiscalizador.
Após analise no referido TAC foi constatado que ambos os Matadouros
não cumpriram a Cláusula Segunda – “Os Compromitentes deverão suspender as
atividades, a partir de dia 04.10.10 até o termino da obra do matadouro público
municipal ou obtenção do licenciamento operacional junto a Secretaria de
Estado do Meio Ambiente ou órgão responsável pela emissão da pertinente
licença, observando toda a documentação e demandas necessárias e suficientes,
atualizadas, para garantir o processo de acordo com as normas pertinentes ao
procedimento, tais quais, cópia do CNPJ da empresa; cópia da inscrição
estadual/municipal; cópia da publicação no diário Oficial do Estado/Município da
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solicitação da licença de operação e projeto de monitoramento dos efluentes
gerados no empreendimento, contendo a proposta de como será feito o
controle.”
Não cumpriram também a Cláusula Terceira – “Os Compromitentes
EMPRESAS V. NAST e G. ZANOTTO permanecerão com a atividades relacionadas
ao abate do animal bovino, afim de evitar o desabastecimento de carne bovina no
Município ou no monopólio/inflacionamento do produto, vez que possuem instalações
mais compatíveis com o mínimo dos padrões legais exigidos, devendo em paralelo
adotar as mesmas providências descritas na Cláusula Segunda”.
Outro ponto importante observado diz respeito à validade do TAC, que de
acordo com a Cláusula Oitava – “A vigência deste termo de ajustamento de conduta
será de 12 (doze) meses, a contar de sua assinatura.”, portanto o prazo para
cumprimento venceu em 29 de setembro de 2011.
No que diz respeito ao Licenciamento Ambiental, ambos os Matadouros
estão exercendo atividades potencialmente poluidoras sem a devida licença ambiental,
além de que, ambos estarem cometendo crime ambiental, através de lançamento de
efluentes sem tratamento no solo e na água o que provoca eutrofização causado pelo
excesso de nutrientes o que leva à proliferação excessiva de algas, que ao entrarem
em decomposição levam ao aumento do número de microorganismos e à conseqüente
deterioração da qualidade da água. Neste caso o Rio Jarí possivelmente pode está
sendo poluído por estes efluentes, pois ambos os matadouros estão localizados
próximos do Rio.
Com relação às condições higiênico-sanitárias, fator indispensável para a
saúde pública, em ambos os matadouros foi constatado que as instalações não são
suficientemente adequadas para atender as exigências previstas no RIISPOA
(Regulamento de Inspeção Industrial de Subprodutos de Origem Animal), os
manipuladores não atendem às exigências mínimas de higiene, além de que todo o
procedimento de abate (insensibilização, sangria, esfola e evisceração) é realizado no
chão, o que coloca em risco a saúde de quem consome produtos provenientes desses
matadouros. Foi constatado também que em ambos os matadouros não constava a
Guia de Transito Animal – GTA, documento utilizado na rastreabilidade de animais
vivos, o qual indica a procedência dos animais, evitando-se assim a comercialização
de animais clandestinos.
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7 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Face aos requisitos técnicos e legais de ordem sanitária e operacional, que
regem a instalação e funcionamento de matadouros de bovinos e bubalinos, e
considerando as condições das instalações higiênico-sanitárias operacionais
encontradas em ambos os estabelecimentos, conclui-se que os Matadouros
ZANOTTO (E.S.F. FERREIRA) e FRIGORÍFICO IDEAL (VALDECY NAST – ME) estão
operando sem as mínimas condições higiênico-sanitárias, uma vez que ambos não
estão respeitando o direito da população em ter acesso a alimentos seguros do ponto
de vista nutricional e sanitário.
Mediante o exposto a alternativa mais prudente a ser adotada é a
paralisação imediata das ações do estabelecimento ate sua completa adequação das
instalações, de todo fluxograma de abate, na higiene dos funcionários e as
adequações ambientais, ficando estes condicionados sua operacionalidade após as
referidas adequações.
Sugerimos que seja solicitado junto a DIAGRO fiscalização, visando
assegurar um mínimo de garantia da carne distribuída à população, e elaboração
Relatório Higiênico Sanitário de ambos os matadouros;
Ao IMAP que proceda a vistoria com emissão de Relatório Circunstanciado,
e Vistoria no despejo de efluentes; alem de notificação dos empreendimentos para
saneamento das irregularidades e licenciamento ambiental;
Ao Batalhão ambiental que proceda a autuação com relação ao despejo de
efluentes e exercício de atividade potencialmente poluidora sem a devida licença
ambiental.
Remessa de cópia deste Relatório Técnico a Excelentíssima Senhora
Euricélia Melo Cardoso - Prefeita de Laranjal do Jarí, cabendo à mesma a conclusão,
urgente, das obras do Matadouro Municipal para solucionar os graves problemas de
ordem higiênico-sanitária e ambiental constatados nos matadouros particulares.
Macapá-AP, 19 de setembro de 2012.
Geogº. Francisco Michael de Brito Ribeiro
Assessor Técnico Prodemac
Biolº. Renato Nishida
Assessor Técnico Prodemac