Objetivo:
Entender os efeitos da Renda Básica de Cidadania para a juventude.
Pressuposto:
A disponibilização de uma Renda Básica para a Juventude funcionaria como um instrumento de empoderamento, cidadania e desenvolvimento, podendo contribuir para o fortalecimento do Sistema de Proteção Social Brasileiro.
Método:
A análise empírica foi construída a partir do eixo temático: Renda Básica de Cidadania, Proteção Social e Política de Juventude. A investigação pautou-se numa abordagem de pesquisa qualitativa. Os resultados aqui apresentados são frutos de pesquisa bibliográfica e revisão sistemática em torno do tema.
Situando o Objeto:
O caminho percorrido para a construção da análise procurou problematizar os mecanismos de operacionalização das políticas sociais destinadas aos jovens, fundados a partir de critérios de elegibilidades/exclusão e princípios de estigmatização. É dentro deste cenário, caracterizado pela ineficiência das políticas públicas no enfrentamento das situações de miserabilidade e segregações, que a materialidade da lei 10.835/2004 (Renda Básica de Cidadania – RBC) surge como uma ação pública de caráter universal, alicerçada nos princípios da justiça social e igualdade, buscando a correção das trajetórias de assimetrias, abandonos e processos de exclusão, vivenciados pelos sujeitos.
BLOCOS DE ANÁLISE
1). JUVENTUDE
1.1). Marco Conceitual: Juventude do que se trata?
Como a categoria juventude pode ser compreendida a partir de vários referenciais, utilizaremos o conceito definido e defendido por Groppo (2000), que trabalha juventude enquanto categoria social, pois: “Tal definição faz da juventude algo mais do que uma faixa etária ou uma “classe de idade”, no sentido de limites etários restritos – 13 a 20 anos, 17 a 25 anos, 15 a 21 anos, etc.” (p.7). Sendo assim, o termo juventude perpassa a questão da faixa etária, pois, configura-se, ao mesmo tempo, uma representação sócio-cultural e uma situação social.
- Organização Mundial da Saúde (OMS): 19 a 24 anos
-IBGE: 15 a 24 anos
1.2). Contexto:
1.2.1.Fragilidade Conceitual:-Divergências Teóricas-“Invisibilidade”
1.2.2.Percepção de Transitoriedade/ Fase de Passagem
1.2.3. Ambivalência no discurso (Proteção versus Ameaça)
1.2.4. Diversidade Juvenil (manifesta-se nas escolhas, adesões, identidades, ou seja, nas condições de existência e reprodução) – Juventudes
1.2.5.Exposição a Vulnerabilidades (abandono, relações sexuais desprotegidas, situação de rua, violências, envolvimento com drogas, desemprego etc)
As Políticas de Juventude
Reforçam estigmas e estereótipos
1.3. Políticas de Juventude 1.3.1.Percepções presentes na formulação
Ameaça x Proteção / Prevenção x Direito: As iniciativas públicas deveriam prevenir ou conter a violência e as condutas de risco de jovens de camadas populares.
- Juventude como autora de atos violentos/ Indicadores de criminalidade, sobretudo na década de 90 (políticas de juventude como problemas sociais a serem combatidos, Sposito e Carrano, 2003): Controle Social do Tempo e Políticas Repressivas
- Juventude como vítima de atos Violentos (Njaine, 1999; Minayo e Njaine, 2001): Proteção
- Jovens como atores estratégico do desenvolvimento (Gonçalves e Catharino, 2008; Castro e Aquino, 2008 ): O crescimento da população jovem impulsiona o desenho de políticas destinadas a este segmento, em busca do “protagonismo” juvenil.
1.3.2.Características Introdutórias
“(...) as ações voltadas apenas para a pobreza absoluta tendem a enclausurar os pobres na pobreza, estigmatizando-os com seus mecanismos controladores e rebaixando o seu status de cidadania” (Potyara , 2004:56)
-Condicionalidades/ Ênfase na Renda- Políticas Fragmentas - Ausência de Intersetorialidade-Manutenção de imaginários fundados nos estigmas e estereótipos: Jovens pobres como outsiders – “os de fora” (Elias, 2000)- Dificuldades de Concepções : O que é Juventude? Qual é o público – Alvo?
2. POLÍTICA SOCIAL E PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL
2.1. Caracterização:
-Padrão Clientelista, Meritocrático e Patrimonialista-Ação focalizada nos segmentos mais vulnerabilizados da população- Critérios de elegibilidade centrados na renda- Déficit de Burocracia
3. RENDA BÁSICA DE CIDADANIA - LEI Nº. 10.835/2004
3.1. Caracterização- A quem se destina?
3.2. Concepções na Operacionalização- Universalização- Justiça Social- Cidadania - Liberdade ( Sen, 2000)-Potencialização dos Direitos Humanos- Ação Complementar a política social
3.3.Dificuldades
4. RBC E O EMPODERAMENTO JUVENIL
4.1. Empoderamento
-Ação coletiva desenvolvida pelos indivíduos quando participam de espaços privilegiados de decisões, de consciência social dos direitos sociais;- Possibilita a liberdade de decisão e escolhas.
4.2. O diálogo da RBC com a Juventude : Possibilidades
- Mudança no Olhar sobre o Jovem- Desenvolvimento da liberdade e Autonomia ( Escolhas)- Possibilidades de Ampliação de Capitais Sociais, Culturais e Econômicos- Redução das Relações Assimétricas- Dignidade Humana
(...) No caso, por exemplo, de uma moça que não vê alternativa para a sua sobrevivência que não seja vender o seu corpo. Ou de um jovem que para ajudar o sustento de si próprio e da família se vê levado a se tornar um “aviãozinho” de uma quadrilha de narcotráfico. Ou ainda, de um trabalhador no meio rural que só consegue um trabalho em condições semelhantes à da escravidão. Se estiver em vigência a Renda Básica de Cidadania para essas pessoas e para todas em suas famílias, elas certamente poderão dizer não para quem oferece aquela única alternativa, e esperar um pouco mais até que surja uma oportunidade mais de acordo com sua propensão ou vocação. (SUPLICY, E. M. Do programa bolsa família à renda básica de cidadania: para os trabalhadores da agricultura familiar e para meus netos)
EXPOSITORES:
ERIKA CATHERMOLMESTRANDA EM POLÍTICA SOCIAL
UNIVERSIDADE FEDERAL [email protected]
MARCO ANTONIO RAMOS CANELAMESTRANDO EM POLÍTICA SOCIAL
UNIVERSIDADE FEDERAL [email protected]