-
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL
REQUISITOS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
E EXPLOSÃO EM UNIDADES DE
ARMAZENAMENTO E BENEFICIAMENTOS DE
PRODUTOS AGRÍCOLAS E INSUMOS: ESTUDO
COMPARATIVO
ALBERTO MARQUES DE SOUZA JUNIOR
SINOP
MATO GROSSO – BRASIL
2016
-
ALBERTO MARQUES DE SOUZA JUNIOR
REQUISITOS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO
EM UNIDADES DE ARMAZENAMENTO E BENEFICIAMENTOS
DE PRODUTOS AGRÍCOLAS E INSUMOS: ESTUDO
COMPARATIVO
Orientador: Prof. Me. Vinícius José Santos Lopes
Co-orientadora: Profa. Dra. Roberta Martins Nogueira
Trabalho de Curso apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT - Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências para obtenção do Título de Engenheiro Agrícola.
SINOP
2016
-
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a)
autor(a).
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.
S729r SOUZA JUNIOR, ALBERTO MARQUES DE.REQUISITOS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E
EXPLOSÃO EM UNIDADES DE ARMAZENAMENTO EBENEFICIAMENTOS DE PRODUTOS AGRÍCOLAS EINSUMOS: ESTUDO COMPARATIVO / ALBERTOMARQUES DE SOUZA JUNIOR. -- 2016
74 f. : il. color. ; 30 cm.
Orientadora: Vinícius José Santos Lopes.Co-orientadora: Roberta Martins Nogueira.TCC (graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental) -
Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de CiênciasAgrárias e Ambientais, Sinop, 2016.
Inclui bibliografia.
-
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................................ 4
ABSTRACT ...................................................................................................................................... 5
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 8
2.1. Potencial de risco de incêndio e explosões em uma unidade armazenadora. 8
2.2. Normas para combate a incêndio e explosões em silos. ................................. 9
2.3. Exigências para obtenção do alvará de prevenção contra incêndio e pânico do corpo de bombeiros militar ........................................................................................ 10
2.4. Metodologias de elaboração de projeto de combate a incêndio e pânico em uma unidade armazenadora ........................................................................................... 11
2.4.1. Medidas de segurança contra incêndio e explosões .................................. 13
2.4.2. Acesso de viatura do corpo de bombeiros na edificação ........................... 13
2.4.3. Segurança estrutural contra incêndio ............................................................ 13
2.4.4. Compartimentação horizontal e vertical. ....................................................... 13
2.4.5. Controle de materiais e acabamento............................................................. 14
2.4.6. Saídas de emergência ..................................................................................... 14
2.4.7. Plano de intervenção de incêndio .................................................................. 14
2.4.8. Brigada de incêndio .......................................................................................... 14
2.4.9. Iluminação de emergência .............................................................................. 15
2.4.10. Monitoramento de gases e poeira ............................................................. 15
2.4.11. Alarme de incêndio ....................................................................................... 15
2.4.12. Sinalização de emergência ......................................................................... 16
2.4.13. Extintores ....................................................................................................... 16
2.4.14. Hidrantes e mangotinhos ............................................................................ 16
2.4.15. Instrução Técnica N° 27/ 2015 ................................................................... 17
2.4.16. Exigências específicas da Norma Técnica do Corpo de Bombeiros N° 44/2016 17
2.4.17. Resumo de exigências e normativas incluídas nas adequações de combate a incêndio e pânico. ......................................................................................... 21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 26
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 37
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 39
ANEXOS ....................................................................................................................................... 41
-
4
RESUMO
O estudo compara divergências normativas entre atual e antiga norma técnica para regularização das medidas de combate a incêndio e explosão em uma unidade de armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas no município de Sinop no estado de Mato Grosso. Foram identificados e dimensionados os sistemas de prevenção de combate a incêndio e pânico previstos na lei estadual de combate a incêndio e pânico do estado de Mato Grosso, Lei 8.399/2005 e também normatizados pela Norma Técnica do Corpo de Bombeiros N° 44 de 2016 – Unidades de Armazenamento e Beneficiamento de Produtos Agrícolas e Insumos, onde foram verificadas e comparadas suas divergências com as impostas pela Instrução Técnica N° 27 de 2015 – Armazenamento em Silos. As diferenças existentes entre normativas estão principalmente no detalhamento da NTCB n° 44, facilitando o correto dimensionamento dos preventivos. Algumas exigências impostas pela IT n° 27 retiradas na NTCB n° 44, pode gerar reduções nos custos para execução dos preventivos sem prejudicar consideravelmente a segurança do trabalhador, porém as exigências específicas na NTCB n° 44 sobre as dimensões dos túneis pode gerar problemas para adequação das unidades construídas fora da vigência e sem comparação legal de existência da edificação.
PALAVRAS-CHAVE: Comparação; Adequação; Prevenção; Segurança; Normativa.
-
5
ABSTRACT
The study compares regulatory divergences between current and former technical norm for regularization of fire and explosion control measures in one storage and processing unit of agricultural products in Sinop city, state of Mato Grosso. Were identified and dimensioned firefighting prevention and panic system provided in firefighting and panic state law of Mato Gross, law 8.399/2005 and also normatized by Technical Norm Fire Department N° 44 of 2016 – Storage and Processing Units of Agricultural Products and inputs, where were realized and compared their differences with those imposed by Technical Instruction N° 27 of 2015 – Silo Storage. The differences that exist between normatives are mainly in the detail of NTCB n° 44, facilitating the correct preventive dimensioning. Some requirements imposed that by IT n° 27 withdraw of NTCB n° 44, can lead reduction costs for preventives execution without harming considerably laborer security, however the specific requirements of NTCB n° 44 about the tunnels dimensions can cause problems of adequation for built out of operation and without legal comparison existence of the building.
KEYWORDS: Comparison, Adequation, Prevention, Safety, Normative.
-
6
1. INTRODUÇÃO
Com o crescimento da população mundial, a demanda por alimentos se torna
cada vez maior, e com isso a necessidade de aumento da produção existente. De
acordo com Faroni (1997) os cereais e leguminosas constituem a maior fonte de
alimentação para o homem. Qualquer modificação na disponibilidade e qualidade dos
grãos ou seus derivados é imediatamente acusado, com grandes repercussões
socioeconômicas.
Devido ao crescimento acelerado da demanda por alimentos e por
consequência o crescimento da oferta de cereais, a cada ano que se passa o déficit na
capacidade de armazenamento tem se tornado outro fator preocupante. Segundo a
Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB (2005), a produção agrícola é 34%
maior que a capacidade de armazenagem brasileira, concentrando os maiores déficits
nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Com a necessidade de aumento da capacidade estática de armazenamento de
grãos, o governo vem buscando incentivar a ampliação e a modernização do setor, por
meio de financiamento à armazenagem (MAIA et al., 2013).
Devido as condições e má gestão do trabalho têm-se observado diversos
acidentes graves em unidades armazenadoras, de acordo com Rangel Júnior (2011)
existe dentro de uma unidade armazenadora o risco de asfixia por gases provenientes
da decomposição dos grãos, soterramento de pessoas nas operações de limpeza das
moegas, armazéns graneleiros ou silos, incêndios e explosões. Com isso começam a
se desenvolver leis e normativas para as unidades de armazenamento de grãos, na
tentativa de proporcionar o aumento da qualidade e segurança do trabalhador.
Uma das áreas de segurança do trabalho de suma importância, que vem
expandindo nos últimos anos, com efetivação de novas normas, ampliação da
fiscalização e na produção de soluções e projetos é a área de combate a incêndio e
pânico.
Segundo a Lei n° 10.402 (MATO GROSSO, 2016) o órgão que compete à
fiscalização dos processos de segurança contra incêndio e pânico no estado de Mato
Grosso é o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMT), Diretoria de Segurança Contra
Incêndio e Pânico (DSCIP), e Seções de Segurança Contra Incêndio e Pânico
(SSCIP), que além de analisar e fiscalizar indústrias e comércio com projeto
aprovado, emitem alvarás de combate a incêndio que são exigidos para obtenção de
alvarás de funcionamento da indústria ou comércio pelo órgão da cidade local em que
a unidade está localizada, sendo assim completamente necessário para
regulamentação e o funcionamento legal da indústria ou comércio.
-
7
Atualmente às unidades de armazenamento e secagem de grãos tem buscado
a adequação perante a legislação de combate a incêndio e pânico através da
elaboração dos respectivos projetos e execução dos preventivos mínimos exigidos
(BEZERRA JUNIOR, 2014).
Até fevereiro de 2016 a normativa imposta no Estado de Mato Grosso para
armazenamento em silos era a Instrução Técnica N° 27/ 2015 (IT n° 27) do Corpo de
Bombeiros da Policia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP), em 2016 entrou em
vigor a Norma Técnica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso – nº
44/2016 (NTCB n° 44) que trata sobre Unidades de Armazenamento e
Beneficiamentos de Produtos Agrícolas e Insumos.
Devido à alteração nas normativas, onde as mesmas apresentam divergências
nas cobranças e também devido ao desconhecimento pelas montadoras das unidades
referentes às normativas de combate a incêndio e pânico da região onde a unidade
será implantada, muitas vezes as unidades apresentam diversas irregularidades, o
que deixa as em condições de reprovação do projeto e até possíveis interdições para
funcionamento.
Diante do exposto objetiva-se com este estudo comparar as alterações de
exigências em projeto de combate a incêndio e pânico entre as normas IT N° 27 de
2015 e a NTCB N° 44 de 2016, visando à regularização à nova norma imposta para
novas e existentes unidades para armazenamento e beneficiamento de grãos e
insumos.
-
8
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Potencial de risco de incêndio e explosões em uma unidade armazenadora. O fluxo de grãos dentro de uma unidade de armazenamento de grãos
escoa desde a moega (recebimento) até a expedição. De acordo com a Instrução
Técnica N°.27 (SÃO PAULO, 2011) o processo de armazenamento de grãos em
uma unidade, resumidamente, esta dividida em:
Moega: espaço destinado ao recebimento de grãos;
Elevadores agrícolas: equipamentos de transporte de grãos no sentido
vertical;
Máquina de Limpeza; equipamento com sistema de peneiramento
oscilatório que efetua a limpeza e a pré-limpeza, retirando o máximo de
impurezas dos grãos;
Secador: equipamento que por meio de utilização de ar quente retira a
umidade dos grãos;
Esteira transportadora: são correias de estrutura metálica com longarinas
de vigas ‘’U’’ ou “L”, fixadas nos pisos por cavaletes parafusados, com a
finalidade de transportar grãos no sentido horizontal, a grandes distancias;
Silo: estrutura destinada ao armazenamento de cereais e seus derivados,
sementes oleaginosas, sementes agrícolas, legumes, açúcar, farinhas,
entre outros produtos. Os silos podem ser horizontais ou verticais,
metálicos ou de alvenaria.
Redler: Tipo de transportador que utiliza uma corrente para o transporte de
grãos no sentido horizontal;
Rosca sem fim: equipamento destinado ao transporte horizontal de
carga e descarga de grãos nos silos, maquinas de limpeza, secadores e outros
equipamentos;
Segundo Tavares e Jean (2010), o silo como qualquer outro espaço
confinado é um local ou área não projetada para ocupação humana e possui meios
limitados de entradas e saídas, contendo ventilação insuficiente para excluir os
contaminantes. Possui pequenas concentrações de oxigênio, como forma de
prevenção e combate aos organismos patológicos aeróbicos que possam danificar
os grãos.
Toda a movimentação dos grãos dentro dos processos de uma unidade
armazenadora levanta uma quantidade significante de poeira que devido à
-
9
quantidade e dimensões das partículas, podem gerar atmosferas com potencial a
incêndio ou até mesmo explosões dependendo da quantidade enclausurada no
determinado local (RANGEL JUNIOR, 2011).
A atmosfera dentro de um silo é formada pela proporção comburente e
combustível ótima faltando somente a energia de ignição para que se inicie um
incêndio dentro da unidade de armazenamento de grãos (CORPO DE
BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2008). A
decomposição de grãos também podem gerar gases inflamáveis como metanol,
propanol ou butanol (RANGEL JUNIOR, 2011).
Uma explosão causada por poeira de grão pode gerar prejuízos
irreversíveis ao patrimônio como paradas no processo produtivo e o pior, muitas
pessoas são mortas ou ficam permanentemente incapacitadas para o trabalho,
além do alto prejuízo para o empregador (TAVARES; JEAN, 2010).
Na maioria das vezes, a falta de informação, e o manejo inadequado,
configuram em os principais motivos dos incêndios provocados em unidades,
sendo agravado pelas grandes distancias entre a maioria das unidades e o quartel
dos combatentes devidamente treinados para o combate ao incêndio.
2.2. Normas para combate a incêndio e explosões em silos. Uma das primeiras Legislações criadas pelo estado de Mato Grosso foi o
Decreto Estadual n° 857 de 29 de Agosto de 1984, Especificação para Instalação
de Proteção Contra Incêndio, com finalidade de fixar os critérios básicos
indispensáveis ao fornecimento de uma razoável segurança aos ocupantes de
uma edificação em caso de incêndio, bem como, minimizar a probabilidade de
propagação do fogo para prédios vizinhos e diminuir os danos (MATO GROSSO,
DECRETO ESTADUAL N° 857, 1984).
De acordo com O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso
(2016), a atual legislação que rege sobre o estado é a Lei de Segurança Contra
Incêndio e Pânico n° 10.402 (MATO GROSSO, 2016), tendo como objetivos: “I – fixar os critérios mínimos de segurança necessários à prevenção e proteção contra
incêndio e pânico no Estado de Mato Grosso
II – proteger a vida dos ocupantes das edificações, instalações e locais de risco, em
caso de incêndio, explosões e pânicos;
III – impedir e dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e
ao patrimônio;
IV – proporcionar meios de controle e extinção do incêndio;
V – dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros Militar.”
-
10
Para o combate a incêndio e pânico no estado de Mato Grosso, foram
criadas as Normas Técnicas do Corpo de Bombeiro (NTCB), com base na Lei
citada, tais normas são separadas de forma detalhada para a total compreensão
desde os procedimentos administrativos até o correto dimensionamento das
adequações, devendo proporcionar uma total segurança aos trabalhadores.
De acordo com NTCB 01/ 2016 para regularização de uma edificação
juntamente ao corpo de bombeiros, deve-se primeiramente ser elaborado um
projeto por engenheiro de segurança do trabalho registrado ao CREA, respeitando
as respectivas normas técnicas pertinentes à classificação da edificação na Lei n°
10.402. Posteriormente esse projeto deve ser protocolado de acordo com os
processos administrativos citados na Norma Técnica do Corpo de Bombeiros de n°
01, o projeto então será analisado, caso aprovado posteriormente é realizado a
execução do projeto, logo então deve ser solicitada uma vistoria técnica pelo
proprietário da unidade, após a vistoria e se não forem constatadas irregularidades
que necessitem correção e uma nova vistoria é emitido o Alvará de Prevenção
Contra Incêndio e Pânico, a qual é exigida para emissão do alvará de
funcionamento da unidade na cidade em que está localizada.
Quando ausente a normativa referente a uma determinada indústria ou
comércio o CBMMT podem ser adotadas normativas nacionais ou de outros
estados para análise do local (CBMMT, 2016).
A antiga norma adotada na análise de projetos de combate a incêndio e
pânico, para unidades de armazenamento de grãos e similares era a Instrução
Técnica N° 27 (SÃO PAULO, 2015) do Corpo de Bombeiros da Policia Militar do
Estado de São Paulo (CBPMESP), que tem como objetivo estabelecer as medidas
de segurança para a proteção contra incêndios e explosão em silos, aplicando-se
a toda unidade destinada à armazenagem de cereais e seus derivados, sementes
oleaginosas, sementes agrícolas, legumes, açúcar, farinhas entre outros produtos.
No entanto atualmente foi imposta à NTCB N° 44 (MATO GROSSO, 2016), uma
normativa do Estado de Mato Grosso.
2.3. Exigências para obtenção do alvará de prevenção contra incêndio e pânico do corpo de bombeiros militar De acordo com a Lei n° 10.402 (MATO GROSSO, 2016) o Alvará de
Prevenção Contra Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros Militar será expedido
pelo CBMMT, desde que as edificações, instalações e locais de risco vistoriados
estejam com suas medidas de segurança contra incêndio e pânico projetadas e
instaladas de acordo com o respectivo processo aprovado, ou ainda, desde que
-
11
sanadas as observações apontadas em vistoria técnica. O Alvará terá validade de
01 (um) ano, a contar de sua expedição, renovável sucessivamente pelo mesmo
período após manutenção dos preventivos e edificações.
Nas futuras construções de edificações, instalações e locais de risco,
caberá ao autor ou responsável técnico, apresentar o detalhamento técnico dos
projetos e instalações das medidas de segurança contra incêndio e, ao
responsável pela execução da obra, o fiel cumprimento do que foi projetado
(MATO GROSSO, LEI N° 10.402, 2016).
Os proprietários ou responsáveis pelo uso das edificações, instalações e
locais de riscos obrigam-se a manter as medidas de segurança contra incêndio e
pânico em perfeitas condições de uso, providenciando sua adequada manutenção
e conservação, sobre pena de notificação, multa e cassação do Alvará de
Prevenção Contra Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros, independentemente
das responsabilidades civis e penais cabíveis (MATO GROSSO, LEI N° 10.402,
2016).
2.4. Metodologias de elaboração de projeto de combate a incêndio e pânico em uma unidade armazenadora De acordo com Bezerra Junior (2014) para elaboração do projeto é
realizada primeiramente uma classificação do local proposto, onde é devidamente
imposta à classe segundo legislação vigente, esta etapa é realizada com base na
Lei 10.402 de 2016, onde as edificações, instalações e locais de risco são
classificadas conforme sua ocupação, altura da edificação, e sua carga de
incêndio.
Conforme disposto na Lei n° 10.402 (MATO GROSSO, 2016) para
unidades de armazenamento de grãos a ocupação é de grupo M de divisão M-5
onde pertencem todas as agroindústrias como silos, secadores de grãos,
armazéns e similares.
Pela Lei n° 10.402 (MATO GROSSO, 2016) a classificação das edificações
quanto à altura é realizado da seguinte forma:
Tipo I: denominada edificação térrea somente quando a edificação
apresentar um pavimento.
Tipo II: denominada edificação baixa e somente quando altura inferior a
seis metros.
Tipo III: edificação de baixa-média altura quando apresentar de seis a
doze metros.
-
12
Tipo IV: edificação de média altura quando apresentar de doze a vinte e
três metros.
Tipo V: edificação mediamente alta quando apresentar de vinte e três a
trinta metros.
Tipo VI: edificação alta quando apresentar altura maior que trinta
metros.
De acordo com a Lei n° 10.402 (MATO GROSSO, 2016) na classificação
das edificações quanto à carga de incêndio é dividida em risco baixo, quando a
carga de incêndio apresenta até trezentos megajoules por metro quadrado, risco
médio quando a carga esta de trezentos a mil e duzentos megajoules por metro
quadrado e risco alto quando a carga apresenta valores acima de mil e duzentos
megajoules por metro quadrado. De acordo com a NTCB n° 07 (2009) em casos
que a edificação possuir materiais combustíveis com potenciais caloríficos
semelhantes e uniformemente distribuídos é exigido o calculo de carga de
incêndio específica do local, que para unidades armazenadoras de grãos, o
produto armazenado gera tal material.
Quando devidamente classificada uma unidade armazenadora de grãos, é
possível extrair da própria lei o conteúdo que deverá conter o projeto a ser
protocolado no CBMMT. Para unidades de armazenamento de grãos o projeto
deverá apresentar as medidas de prevenção (MATO GROSSO, LEI N° 10.402,
2016):
Medidas de segurança contra incêndio e explosões;
Acesso de viatura do corpo de bombeiros na edificação;
Segurança estrutural contra incêndio;
Compartimentação horizontal;
Compartimentação vertical;
Controle de materiais e Acabamento;
Saídas de emergência;
Plano de intervenção de incêndio;
Brigada de incêndio;
Iluminação de emergência;
Monitoramento de gases e poeiras;
Alarme de incêndio;
Sinalização de emergência;
Extintores;
Hidrantes e mangotinhos;
-
13
2.4.1. Medidas de segurança contra incêndio e explosões Deverão ser tomadas medidas de prevenção, combate a incêndio e
para o monitoramento, supressão e alívio de explosões de gases ou poeiras
que devam ser inclusas no Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico,
inclusive, os tipos de válvulas, dispersores, neutralizantes e dispositivos de
alívio e outras instalações (MATO GROSSO, LEI N° 10.402, 2016).
2.4.2. Acesso de viatura do corpo de bombeiros na edificação Para dimensionamento do acesso de viatura do corpo de bombeiros na
edificação é utilizado a Instrução Técnica n° 06 do CBPMESP, que tem como
objetivo prescrever condições mínimas para o acesso de viaturas de bombeiros
nas edificações e áreas de risco, visando o emprego operacional do Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, IT N° 06,
2011).
2.4.3. Segurança estrutural contra incêndio Para análise e dimensionamento da segurança estrutural contra
incêndio é utilizado a Instrução Técnica n° 08 (SÃO PAULO, 2011) que trata
sobre a Resistência ao fogo dos elementos de construção e tem como objetivo
estabelecer as condições a serem atendidas pelos elementos estruturais e de
compartimentação que integram as edificações, quanto aos Tempos
Requeridos de Resistência ao Fogo (TRRF), para que, em situação de
incêndio, seja evitado o colapso estrutural por tempo suficiente para possibilitar
a saída segura das pessoas e o acesso para as operações do Corpo de
Bombeiros (SÃO PAULO, IT N° 08, 2011).
2.4.4. Compartimentação horizontal e vertical. Para compartimentação horizontal é utilizada a Instrução Técnica n° 09
do CBPMESP que trata sobre compartimentação horizontal que se destina a
impedir a propagação de incêndio no pavimento de origem para outros
ambientes e compartimentação vertical tendo como objetivo impedir a
propagação de incêndio no sentido vertical, ou seja, entre pavimentos elevados
consecutivos (SÃO PAULO, IT N° 09, 2011).
Para realização da compartimentação é utilizado diversos materiais,
para isolamento dos ambientes a não propagação do fogo em caso de incêndio
-
14
local, estes materiais vão desde porta corta fogo, parede corta fogo ou outros
materiais com a função de isolamento entre edificações.
2.4.5. Controle de materiais e acabamento
Para o controle de materiais e acabamento é utilizado a Instrução
Técnica n° 10 do CBPMESP, tendo como objetivo principal estabelecer as
condições a serem atendidas pelos materiais de acabamento e de revestimento
empregados nas edificações, para que, na ocorrência de incêndio, restrinjam a
propagação de fogo e o desenvolvimento de fumaça (SÃO PAULO, IT N° 10,
2011).
2.4.6. Saídas de emergência
Norma Técnica do Corpo de Bombeiros n° 13 do CBMMT, que tem
como o objetivo estabelecer os requisitos mínimos necessários para o
dimensionamento das saídas de emergência para que sua população possa
abandonar a edificação, em caso de incêndio ou pânico, e permitir acesso de
guarnições de bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas
(MATO GROSSO, NTCB N° 13, 2013, p. 02).
2.4.7. Plano de intervenção de incêndio Para o plano de intervenção de Incêndio é utilizada a Instrução Técnica
n° 16 do CBPMESP com o objetivo fornecer informações operacionais das
edificações ou áreas de risco ao Corpo de Bombeiros para aperfeiçoar o
atendimento de ocorrências, utilizando de alocação de plantas de risco de
incêndio nas remediações das edificações, visando proteger a vida, o meio
ambiente e o patrimônio, bem como viabilizar a continuidade dos negócios
(SÃO PAULO, IT N° 16, 2011, p. 02).
De acordo com a IT n° 16 (SÃO PAULO, 2011) as plantas
dimensionadas no projeto devem ser expostas em locais visíveis e de fácil
acesso na edificação, com demonstração em planta das áreas de risco, vasos
sobre pressão, riscos elétricos, hidrantes, informações sobre escadas e
rampas, acessos para viatura do corpo de bombeiros e dentre outras dentro do
sistema de proteção de combate a incêndio e pânico.
2.4.8. Brigada de incêndio
Em projeto é alocado onde será o encontro dos brigadistas do local, que
quando exigido é necessário treinamento de uma parcela de funcionários, para
-
15
que em possíveis incêndios possam tomar atitudes para interromper, orientar,
ou minimizar os efeitos até a chegada do corpo de bombeiros local (MATO
GROSSO, NTCB N° 44, 2016).
2.4.9. Iluminação de emergência Para o dimensionamento do sistema de iluminação de emergência é
utilizado a Norma Brasileira 10898 que tem como objetivo fixar as
características mínimas exigíveis para as funções e que se destina o sistema
de iluminação de emergências a ser instalado em edificações, ou em outras
áreas fechadas sem iluminação natural (ABNT, NBR 10898, 1999). A iluminação é utilizada juntamente com as rotas de fugas e saídas
finais das edificações, procurando sempre iluminar pontos estratégicos como
placas de sinalizações, extintores, hidrantes e saídas finais.
2.4.10. Monitoramento de gases e poeira
Para atendimento desta exigência é utilizado a Norma Regulamentadora
de n° 33 com o tema de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços
Confinados, com objetivo principal de estabelecer os requisitos mínimos para
identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir
permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem
direta ou indiretamente nesses espaços (GUIA TÉCNICO NR 33, 2013). De acordo com o Guia Técnico NR 33 (2013), um espaço confinado
sujeito à probabilidade da existência ou formação de misturas explosivas pela
presença de gases, vapores, poeiras ou fibras combustíveis misturadas com ar
e considerado como “área classificada”.
Em áreas classificadas os cuidados devem ser redobrados, devendo
existir vigia próximo ao local de acesso do espaço confinado, de forma a
controlar a entrada e saída dos trabalhadores, acionar os movimentadores de
pessoas, acionar a equipe de salvamento em caso de emergência e não entrar
no espaço confinado em hipótese alguma (GUIA TÉCNICO NR 33, 2013).
2.4.11. Alarme de incêndio
NBR 17240 que trata sobre Sistemas de detecção e alarme de Incêndio
com o objetivo de definir os parâmetros de dimensionamento para a adequada
implantação do alarme de incêndio (ABNT, NBR 17240, 2010).
-
16
2.4.12. Sinalização de emergência A sinalização de emergência é disposta na edificação de forma a
orientar de maneira simples a saída dos ocupantes em caso de incêndio e
pânico deixando a edificação em segurança. São analisadas a disposição das
placas com suas respectivas distancias, para que em casos emergênciais os
ocupantes sempre tenham em seu alcance de visão uma sinalização. As
dimensões e raio de alcance à visão das placas são definidas pela NBR 13434-
1 e 13434-3, onde definem, tamanho das placas, tamanho das letras, cores e
materiais a serem usados pelos fabricantes das placas (ABNT, NBR 13434,
2004). Dependendo das placas que serão adotadas na execução de projeto, é
realizada a distribuição da sinalização pela edificação.
2.4.13. Extintores
A distribuição dos extintores pela edificação é realizada de acordo com
a Norma Técnica do Corpo de Bombeiros n° 18 do CBMMT, onde tem o
objetivo de estabelecer critérios para proteção contra incêndio em edificações e
áreas de risco por meio de extintores de incêndio, para o combate a princípios
de incêndios (MATO GROSSO, NTCB N° 18, 2016, p. 03).
Os extintores são somente utilizados pelas pessoas do local de incêndio
para a eliminação do incêndio somente em sua etapa inicial, quando em
escalas maiores são utilizados outros sistemas como os hidrantes e
mangotinhos (MANUAL DE OPERAÇÃO DE COMBATE A INCÊNDIO).
2.4.14. Hidrantes e mangotinhos Para o dimensionamento de Hidrantes e Mangotinhos é utilizado a
Norma Técnica do Corpo de Bombeiros n° 19 do CBMMT com o objetivo de
fixar as condições necessárias exigíveis para o dimensionamento, instalação,
manutenção, aceitação e manuseio, bem como as características dos
componentes de sistemas de hidrantes para uso exclusivo de combate a
incêndio em edificações, instalações e locais de risco (MATO GROSSO, NTCB
N° 19, 2015, p. 02).
Os hidrantes são dimensionados de acordo com o nível de risco que
fornece a edificação a incêndios, tais níveis definidos na classificação realizada
juntamente com a lei 8399/ 2005.
-
17
2.4.15. Instrução Técnica N° 27/ 2015 Esta instrução trata sobre Armazenamento em Silos com o objetivo de
estabelecer as medidas de segurança para a proteção contra incêndios e
explosão em silos (SÃO PAULO, IT N° 27, 2015, p. 651). Até meados de 2016, pela ausência de normas especificas a unidade
armazenadoras, era utilizada, para analise e dimensionamento dos projetos
elaborados no estado de Mato Grosso, a instrução técnica pertencente ao
estado de São Paulo.
2.4.16. Exigências específicas da Norma Técnica do Corpo de Bombeiros N° 44/2016 A partir de 2016 começou a ser utilizada a nova norma elaborada pelo
Estado de Mato Grosso, definido como Norma Técnica do Corpo de Bombeiros
N° 44 do CBMMT com a função estabelecer as medidas de segurança para
proteção contra incêndios e explosão em unidades de armazenagem e
beneficiamento (MATO GROSSO, NTCB N° 44, 2016, P. 03).
De acordo com a NTCB n° 44 (MATO GROSSO, 2016) esta norma
aplica-se a toda estrutura de recebimento, beneficiamento e armazenagem de
produtos agrícolas e seus derivados, que devem ser regulados de acordo com
a classificação e suas respectivas normas técnicas em conjunto com ás
exigidas nesta norma.
2.4.16.1. Estrutura O material de construção das estruturas da unidade armazenadora
deve atender ao tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF) de 120
minutos sendo este o tempo para evacuação antes da possibilidade de
colapso da edificação. A cobertura do silo deverá ser dotada de vedação
contra água, cada silo deve ter respiros na cobertura para propicias a saída
dos gases aquecidos e do pó. Esses respiros devem ser curvados ou
inclinados para evitar a entrada de água Os silos devem ser construídos de
forma enfraquecida na cobertura em relação ao corpo, de forma a permitir a
separação neste ponto em caso de explosão no seu interior (MATO
GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p. 05).
-
18
2.4.16.2. Acessos aos silos, elevadores e túneis de qualquer natureza
Os silos verticais deverão possuir escadas do lado externo de TRRF
de 120 minutos que permitam acesso às janelas de inspeção (MATO
GROSSO, NTCB N° 44, 2016, P. 05).
As escadas com degraus sem espelho devem ter largura mínima de
0,80 m, profundidade mínima de 0,15 m, estrutura vazada, altura máxima
entre degraus de 0,25 m, plataforma de descanso com 0,80 m de
comprimento a cada 3,0 m de altura, angulo máximo de 60° entre o plano
horizontal e a linha que une as quinas dos degraus ou pontas dos bocéis
(MATO GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p. 06).
As escadas têm como objetivo a evacuação e acesso do CBMMT ao
topo dos silos.
2.4.16.3. Guarda corpos Para diminuição de acidentes e pânico nas edificações é obrigatória
guarda corpos nas escadas externas, nas escadas de acesso ao topo, junto
ao bocal de alimentação do silo, e nas passarelas de interligação entre silos
(MATO GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p. 07).
2.4.16.4. Acesso ao interior do silo Junto às janelas de inspeção do teto e das laterais, deverá ser
prevista plataforma externa com arestas mínimas de 2,00 m x 1,00m. As
janelas de inspeção deverão possuir área mínima de 1,20 m², sendo que
uma das dimensões deve ter o mínimo de 1,0 m (MATO GROSSO, NTCB
N° 44, 2016, p. 07).
Deverá ser prevista estrutura que permita o ancoramento dos
equipamentos de resgate com resistência mínima de 50 KN Esta estrutura
deverá ter os pontos de ancoragem a uma altura de, no mínimo, 2,00 m
acima do nível da janela de inspeção superior para o trabalho de resgate e
acesso do CBMMT (MATO GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p. 07).
2.4.16.5. Distâncias máximas a serem percorridas A distância máxima a ser percorrida dentro dos túneis de
manutenção até a evacuação da edificação, não deverá ultrapassar 100 m.
Quando for previsto duas entradas nos túneis, a escada utilizada como
-
19
entrada secundária poderão ser escadas verticais (MATO GROSSO, NTCB
N° 44, 2016, p. 08).
2.4.16.6. Afastamento entre edificações As áreas de apoio deverão estar isoladas das estruturas que
recebem, movimentam, beneficiam e armazenam cereais à uma distancia
mínima de 50 metros e os depósitos de lenha devem estar no mínimo 20
metros de distância, caso não atendam as distâncias deverá ser realizada
compartimentação entre as edificações (MATO GROSSO, NTCB N° 44,
2016, p. 08).
2.4.16.7. Brigadistas A brigada de incêndio deve possuir quantidade de brigadistas de 2
pessoas quando a população for 2, 4 pessoas quando a população for 4, 6
pessoas quando a população for 6, 6 pessoas quando a população for 8, 8
pessoas quando a população for 10, e acima de 10 deverá acrescer 1
pessoa para cada 10 pessoas na população. Os brigadistas devem possuir
treinamento principal na evacuação da edificação e o primeiro combate de
incêndio (MATO GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p. 09).
As instalações e os equipamentos deverão contar com um
constante programa de limpeza e manutenção para retirar o acúmulo de
poeira e evitar que tais locais estejam sujeitos ao fogo e explosões (MATO
GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p. 09).
2.4.16.8. Sistema de detecção e alarme Em cada acesso aos túneis, nas entradas dos armazéns deverão
ser instalados acionadores de alarme. Deverão ser instalados detectores de
temperatura, ou outro adequado ao ambiente, ao longo dos túneis de
manutenção (MATO GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p. 09).
2.4.16.9. Extintores de incêndio Os espaços confinados com possíveis acumulações de poeiras não
devem possuir extintores portáteis, uma vez que a movimentação do ar
nestes locais com concentração de pó pode incorrer em explosão (MATO
GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p. 10).
-
20
2.4.16.10. Proteção por hidrantes As edificações deverão ser protegidas por pelo menos um sistema
de hidrantes. Além da reserva técnica dimensionada para o sistema de
hidrantes, deverá ser previsto para uso exclusivo do Corpo de Bombeiros
um reservatório com altura manométrica mínima de 10 m de coluna de
água, expedição de 63 mm e volume mínimo de 72 m cúbicos, esta reserva
deve estar afastada de qualquer estrutura no mínimo 15 m e no máximo 30
m da estrutura de maior risco (MATO GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p. 10).
2.4.16.11. Locais confinados A poeira gerada deve ser constantemente retirada de todos os
pontos de produção de pó, todos os locais confinados devem ser providos
de exaustores ou ventiladores à prova de explosão.
A ligação dos equipamentos de transporte e dos exaustores deve
ser dependente entre si, de tal forma que não seja possível a
movimentação dos produtos sem o acionamento dos exaustores.
Todos os equipamentos onde a poeira fica confinada devem ser
dotados de alivio de explosão, esses dispositivos devem ser indicados em
planta na cor vermelha (MATO GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p. 10).
2.4.16.12. Secadores Os secadores devem ter um sensor de temperatura regulado para
limitar o ar introduzido em seu interior a uma temperatura segura, devem
possuir também dispositivos para fechamento total e efetivo das entradas
de ar, de forma que possibilitem a extinção de chamas nos produtos
agrícolas presentes em seu interior através do abafamento (MATO
GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p. 11).
2.4.16.13. Disposições gerais Indicadores de pontos aquecidos devem ser instalados em todos os
silos, o número e a localização dos detectores devem estar de acordo com
as especificações do fabricante (MATO GROSSO, NTCB N° 44, 2016, p.
13).
Para controle da temperatura da massa de grãos armazenada na
edificação, de forma que mantenham a qualidade do produto, já é utilizado
sistema de indicadores de temperatura na maioria das unidades
armazenadoras, atendendo assim às exigências do CBMMT.
-
21
2.4.17. Resumo de exigências e normativas incluídas nas adequações de combate a incêndio e pânico. No quadro 1 é apresentado as exigências feitas pela classificação da lei
10.402 de 2016, e as respectivas normativas utilizadas para dimensionamentos
e adequação da unidade armazenadora de grãos:
Quadro 1. Exigências Impostas pela Lei Estadual de Combate a Incêndio e Pânico para uma Unidade Armazenadora localizada no estado de Mato Grosso. Exigências Impostas Para Unidades
Armazenadora no Estado do Mato Grosso
Normativa Utilizada para
dimensionamento dos requisitos exigidos
Acesso de viatura do corpo de bombeiros
na edificação
Instrução Técnica n° 06 / 2011 – Acesso
de Viatura na Edificação - norma do
CBPMESP
Segurança estrutural contra incêndio
Instrução Técnica n° 08 / 2011 –
Resistencia ao fogo dos elementos de
construção - norma do CBPMESP
Compartimentação horizontal e
Compartimentação Vertical
Instrução Técnica n° 09 / 2011 –
Compartimentação Horizontal e Vertical -
norma do CBPMESP
Controle de Materiais e acabamento
Instrução Técnica n° 10 / 2011 – Controle
de materiais de acabamento e de
revestimento - norma do CBPMESP
Saídas de emergência
Norma Técnica do Corpo de Bombeiros n°
13 / 2013 – Saídas de emergência -
norma do CBMMT
Plano de intervenção de incêndio
Instrução Técnica n° 16 / 2011 – Plano de
emergência contra incêndio - norma do
CBPMESP
Brigada de Incêndio ABNT NBR n° 14276 / 2007 – Brigada de
Incêndio
Iluminação de emergência ABNT NBR n° 10898 / 1999 – Iluminação
de emergência
Monitoramento de gases e poeiras
Norma Técnica do Corpo de Bombeiros n°
44 / 2016 – Unidades de Armazenamento
e Beneficiamentos de Produtos Agrícolas
e Insumos - norma do CBMMT
Alarme de incêndio ABNT NBR n° 17240 / 2010 – Alarme de
Incêndio
Sinalização de Emergência ABNT NBR n° 13434 / 2004 – Sinalização
de Emergência
-
22
Extintores. Norma Técnica do Corpo de Bombeiros n°
18 / 2016 – Extintores - norma do CBMMT
Hidrantes e mangotinhos
Norma Técnica do Corpo de Bombeiros n°
19 / 2015 – Hidrantes e Mangotinhos -
norma do CBMMT
-
23
3. MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizado o dimensionamento dos preventivos para combate de incêndio e
pânico da unidade. O estudo foi feito com base nas plantas arquitetônicas de uma
unidade armazenadora de grãos de nível fazenda localizada na região Médio-norte de
Mato Grosso, com capacidade estática aproximada de 120 mil sacas, dividida em dois
silos verticais cada um com um volume de 4797,98 m³ de grão. A unidade é composta
ainda por:
2 silos de armazenamento;
1 silo pulmão com volume de 1102,58 m³;
1 silo de expedição com volume aproximado de 100,00 m³;
1 secador;
1 pré-limpeza;
1 fornalha com ciclone antifagulhas;
2 moegas;
setor administrativo com classificação;
1 balança;
Figura 1. Layout de edificações e equipamentos e fluxo de veículos na unidade
armazenadora.
-
24
Figura 2. Fluxograma do fluxo de grãos dentro de uma unidade armazenadora.
As instalações foram adequadas às exigências cobradas pela lei de segurança
contra incêndio e pânico de Mato Grosso n° 10.402 de 2016, e normativas respectivas
às exigências impostas pela lei, incluindo a Norma Técnica do Corpo de Bombeiros N°
44 de 2016, do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso.
As plantas arquitetônicas foram confeccionadas com auxilio do software
Autodesk AutoCad 2010 para representação em 2D dos elementos preventivos da
estrutura da unidade, assim como símbolos e detalhes. O dimensionamento dos
Sistemas de Hidrantes foi realizado utilizando o software AltoQi Hydros V4.
-
25
Os requisitos de prevenção de combate a incêndio e pânico relacionados à
unidade foram dimensionados de acordo com a classificação relativa à ocupação,
descrita na lei 10.402 (MATO GROSSO, 2016), destinada a edificação utilizada,
apoiando-se nas normativas estaduais direcionadas ao dimensionamento da classe
imposta.
O dimensionamento dos preventivos da unidade armazenadora, com base na
classificação e de acordo com a legislação pertinente, foi realizado por meio de análise
comparativa entre normativa especifica do estado de Mato Grosso para Unidades de
Armazenamento de Grãos e Similares, em relação à Instrução Técnica n° 27/ 2015 do
Estado de São Paulo.
O estudo comparativo foi dividido nas seguintes etapas, pelas quais também foi
realizado o dimensionamento das adequações pertinentes ao projeto e, os demais
requisitos pertinentes:
Primeira etapa realizada foi o dimensionamento das rotas de fuga e saídas de
emergência;
Segunda etapa o dimensionamento dos sistemas de hidrantes.
Terceira etapa arquitetônicos e complementares.
A adequação foi feita com base na NTCB n° 44, sendo as exigências previstas
na lei, comparadas a IT n° 27, com análise das diferenças significativas ou acréscimo
de exigências.
-
26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A classificação da unidade armazenadora quanto à ocupação, altura e carga de incêndio foi realizada de acordo a Lei 10.402 / 2016, e estão representadas nos
quadros abaixo:
Quadro 2. Classificação da edificação, instalação e local de risco quanto à ocupação de acordo com a Lei 10.402/2016.
Grupo Ocupação/Uso Divisão Descrição Exemplos
M especial M-5 agroindústria
silos, secadores de
grãos, armazéns e
similares.
Quadro 3. Classificação da edificação quanto à altura de acordo a Lei 10.402/2016.
Tipo Denominação Altura
III edificação de baixa-média altura 6,00 m < H ≤ 12,00 m
Quadro 4. Classificação das edificação e áreas de risco quanto à carga de incêndio de acordo
com a Lei 10.402/2016.
Risco Carga de Incêndio M m-²
Alto Acima de 1.200
A carga de incêndio da unidade armazenadora foi obtida com a razão entre o
produto da sua capacidade estática e seu potencial calorifico específico sobre a área
do piso do compartimento, obtendo um resultado de 81.376,48 MJ m-², sendo superior
a 1.200 MJ m-² classificando a edificação como de alto risco.
A unidade armazenadora não possui portões nas divisas com a rua, sendo
assim o acesso de viatura na edificação considerado livre, atendendo todas as
exigências de tamanhos mínimos requeridos dos portões na Instrução Técnica n° 06
do CBPMESP, para acesso da viatura do corpo de bombeiro as edificações não
constam especificações na norma NTCB n° 44 e IT n° 27 portanto, não constam
especificações para acesso da viatura do corpo de bombeiros comparáveis entre
normas.
A segurança estrutural contra incêndio pela NTCB 44 exige que o material deva
suportar um tempo total de 120 min sobre chama direta antes que perca suas funções
estruturais, e também que os silos sejam construídos de forma enfraquecida na
cobertura em relação ao corpo, de forma a permitir a separação em caso de explosão
-
27
no seu interior. As medidas de segurança estrutural contra incêndio pela IT n° 27 são
exatamente as mesmas exigidas pela NTCB n° 44.
Devido às exigências de estrutura e medidas de controle de incêndio, os
materiais utilizados na construção do silo são praticamente em sua totalidade,
incombustíveis podendo existir apenas em áreas de apoio que estão afastadas mais
de 50 metros da unidade de armazenamento. O controle de materiais e acabamento
foi realizado utilizando a IT n° 10, e obteve como resultado a classificação de todo o
material utilizado na unidade e áreas de apoio como Classe I, classe que se enquadra
todos os materiais incombustíveis.
Não existe orientações sobre controle de materiais e acabamento na NTCB 44
e IT 27, somente exigências relacionadas às estruturas da edificação, oque afeta
indiretamente o controle de materiais e acabamento, porém no estado de Mato Grosso
e Estado de São Paulo, tais medidas são dimensionadas de acordo com a IT n° 10,
não apresentando assim diferenças na adequação entre as normativas e para às
unidades de armazenamento de grãos.
As saídas de emergência foram dimensionadas de acordo com algumas das
exigências da NTCB n° 44, em que as distancias máximas a serem percorridas dentro
dos tuneis não passe de 100 m, os valores encontrados para os túneis de manutenção
dos silos em distância máxima a serem percorridas até a saída final foi de 39,40 m. As
saídas das áreas de secador e fornalha que pela NTCB n° 13 não deve ultrapassar de
40 m, dimensionou-se para uma distância máxima de 38,10 m. Foram dimensionadas
escadas com degraus do lado externo dos silos, para acesso ao topo e janelas de
inspeções laterais, sendo exigido pela NTCB n° 44 e IT n° 27 que o material de
fabricação das escadas tenha um tempo requerido de resistência ao fogo de 120
minutos em chama direta.
As escadas externas dimensionadas para acesso ao topo dos silos, são no
total 3 escadas, 2 para acesso às janelas de inspeção lateral dividida em cada silo e 1
para acesso ao topo dos silos. São escadas com degraus sem espelho, sendo cada
degrau com largura de 0,80 m, profundidade de 0,20 m, estrutura vazada para não
haver acúmulo de produtos agrícolas, e altura de 0,24 m. Foi dimensionado uma
plataforma de descanso à uma distância de 3,0 metros com medidas de 0,80 m de
largura e 1,00 m de comprimento, o ângulo da escada em relação ao piso da
edificação apresentou um valor de 52°.
Foi dimensionado guarda corpos nas escadas para acesso ao topo do silo e
acesso ao túnel localizado abaixo dos silos. Plataformas, em torno do topo do silo e
junto ao bocal de alimentação, para acesso às janelas de inspeção e manutenção dos
silos.
-
28
Dimensionou-se também uma passarela para passagem de um silo para o
outro, possibilitando assim somente uma escada nos dois silos, reduzindo o custo na
adequação das escadas externas para acesso ao topo dos silos.
As medidas usadas para dimensionamento das escadas, corrimão, plataforma
de descanso e passarela na unidade armazenadora, foram obtidos com exigências
mínimas realizada pela NTCB n° 44, contendo exemplos detalhados de como devem
ser as dimensões, materiais e características das escadas nas unidades
armazenadoras. Pela IT n° 27 somente é exigido que escadas internas devam ser do
tipo enclausurada e com acesso por porta corta fogo, e escadas externas com acesso
por porta corta fogo, não existindo tópico algum exigindo a existência das escadas na
unidade. Escadas para acesso ao topo dos silos sendo elas adequadas pela IT n° 27,
são escadas com valores financeiros mais altos, devido a necessidade de porta corta
fogo que é fabricada com materiais que bloqueiam a entrada do fogo por um tempo
determinado, podendo possibilitar a saída mais segura do topo do silo, já em relação
as dimensões e características dos degraus não existem especificações fixadas.
É exigido pela NTCB n° 44, que os tuneis tenham altura mínima de 2,0 m e
largura mínima de 0,80 m de espaço livre entre os equipamentos e uma das paredes
laterais, o que pode dificultar a adequação das unidades existentes anteriormente ao
lançamento da normativa que apresentam valores menores que o exigido, não foi
encontrado nenhuma isenção para as edificações existentes, requerendo assim a
adequação dos tuneis, oque pode gerar grandes custos à unidade que terá que
aumentar largura e profundidade em local de difícil acesso e geralmente em base
concretada. Anteriormente com a IT n° 27 não era exigido dimensões nos túneis,
sendo assim uma exigência exclusiva da atual norma.
Os túneis de acesso ao sistema de transporte da unidade armazenadora deste
estudo apresentam alturas com 10 cm inferiores aos exigidos na profundidade do silo,
sendo assim necessário o aumento da profundidade oque pode ser inviável para uma
edificação existente. Devido à irregularidade da profundidade dos túneis, é sugerida
para comissão técnica a adoção de sistemas citados na NR 33, para complementarem
a ausência da profundidade exigida, permitindo a regularização dos demais
preventivos da unidade. Tais sistemas podem ser sistemas de controle e
monitoramento de gases, sprinklers e vigia próximo ao local de acesso do espaço
confinado, de forma a controlar a entrada e saída dos trabalhadores, acionar os
movimentadores de pessoas, acionar a equipe de salvamento em caso de emergência
e não entrar no espaço confinado em hipótese alguma.
O plano de intervenção de incêndio foi dimensionado utilizando a Instrução
Técnica n° 16, sendo ela uma planta com as principais informações do sistema de
-
29
segurança contra incêndio e pânico, não dependendo ou afetando significamente as
unidades armazenadoras de grãos dimensionados pela NTCB n° 44 ou IT n° 27,
porém existem nas unidades armazenadoras, características próprias como áreas de
poeiras e gases confinados que não fazem parte do sistema de segurança, porém são
de suma importância a serem apresentados na planta, devido ao risco proporcionado
por estas áreas.
A brigada de incêndio adequada a silos e similares de acordo com NTCB 44
deve ser de acordo com o quadro abaixo:
Quadro 5. Números de brigadistas em função da população fixa de acordo com NTCB 44.
População fixa Até 2 Até 4 Até 6 Até 8 Até 10 Acima de 10
quantidade de
brigadistas 2 4 6 6 8
acrescer 01 para
cada 10 pessoas
O nível de treinamento da brigada deverá ser avançado e com módulos de
resgate de vitimas em espaços confinados e resgate em altura.
Não é especificado brigada na IT 27, sendo utilizado anteriormente para
dimensionamento a NBR 14276, não possuindo especificidade direcionada a silos ou
similares.
A abordagem da brigada de incêndio pela NTCB n° 44 reduz conflitos que
existiam pela ausência de especificações para às unidades armazenadoras de grãos
das brigadas dimensionadas com outras normativas.
Pela NTCB n° 44 e IT n° 27 é exigido que o sistema de iluminação de
emergência seja à prova de pó e explosão nos lugares que tiverem formação de
poeira, suas alturas e distribuição são feitas de acordo com a NBR 10898, fornecendo
aclaramento para a sinalização de emergência, extintores, hidrantes, e saídas finais,
de forma a facilitar o manuseio do sistema de segurança e a saída do ocupante da
edificação.
Para o monitoramento de gases e poeiras dimensionados de acordo com as
novas exigências mínimas feita pela NTCB n° 44, ficou estabelecido um total de 10
respiros na cobertura dos silos para propiciar a saída dos gases aquecidos e do pó, 01
exaustor à prova de explosão para cada silo nas suas respectivas extremidades para a
retirada de gases e poeiras renovando a atmosfera interna, diminuindo o risco de
incêndio e explosões. Foi exigido também à representação em prancha com cor
vermelha de todos os equipamentos onde existe poeira confinada e estrutura com
alivio de explosão, 01 sensor de temperatura externo em cada silo, 02 sensores nos
tuneis dos silos e 01 sensor no secador ligado a um sistema de regulagem e entrada
-
30
de ar a uma temperatura segura juntamente com venezianas para fechamento total e
efetivo das entradas de ar no secador, provocando abafamento e extinção de
possíveis focos de incêndio no secador. As exigências para o monitoramento de gases
e poeiras e referente aos sensores de temperaturas estabelecidas na NTCB n° 44 não
apresentam diferenças significativas em relação à IT n° 27.
Pela IT n° 27 é exigido que os dutos de transporte de poeira devem ser
dotados de sistema de detecção e de extinção de faísca o que é exigido pela NTCB n°
44 somente em casos que os dutos coletores de pó seja do tipo filtro de manga.
Referente à distribuição do sistema de detecção e alarme estabelecido pela
NTCB n° 44 foi instalado próximo ao acesso ao túnel do silo um acionador manual de
alarme, e também detectores de temperatura ao longo dos túneis de manutenção,
secador e silos. As exigências pela IT n° 27 são exatamente as mesmas feitas pela
NTCB n° 44.
A sinalização de emergência foi dimensionada pensando nas saídas finais,
destinando a população para fora da edificação com uma mínima distância percorrida,
utilizando placas que mostram o sentido da saída final em conjunto com o sistema de
iluminação de emergência.
Na distribuição dos extintores é exigido pela NTCB 44 que não tenha nenhuma
unidade dentro dos túneis, devido a evitar o aumento da turbulência do ar com
concentração de pó, oque pode alimentar possíveis focos de incêndio e podendo gerar
explosões. As demais áreas foram distribuídas hidrantes conforme exigido na NTCB
18 sistema de proteção por extintores de incêndio.
O sistema de proteção por hidrantes foi dimensionado utilizando o conceito de
hidrantes externos estabelecido pela norma técnica de proteção por hidrantes de Mato
Grosso e o risco oferecido pela edificação a possíveis incêndios ou explosões. Como á
edificação foi classificada como risco alto, o dimensionamento requerido para os
hidrantes é demonstrada no quadro abaixo:
Quadro 6. Vazões e pressões mínimas em função do risco que a edificação apresenta de acordo com NTCB 19.
Risco
Diâmetro do esguicho na posição de
maior vazão (mm)
Tipo de mangueira de acordo
com a NBR 11861
Diâmetro das
mangueiras (mm)
Vazão (L min-1)
Pressão (mca)
Alto 19 3, 4 ou 5 63 300 17
As vazões e pressões exigidas são na ponta do esguicho acoplado à mangueira.
-
31
O reservatório de água exclusivo do sistema de hidrantes da unidade
armazenadora foi dimensionado de acordo com o exigido na NTCB 19 onde se refere
á Sistemas de Hidrantes e Mangotinhos, o volume mínimo dimensionado para o
reservatório é apresentado no quadro abaixo:
Quadro 7. Volume mínimo de água do reservatório para risco alto de acordo com NTCB 19.
Risco 1 hidrante instalado Até 5 hidrantes instalados
Acima de 5 hidrantes instalados
Alto 18 m³ 36 m³ 72³
É necessário que as mangueiras e jato de água dos hidrantes alcance toda a
edificação, com exceção do setor administrativo e balança que pela distancia existente
entre a unidade armazenadora é considerado uma área isolada do risco principal,
sendo então classificada como uma edificação onde não necessita existência de
hidrantes. Foram necessários 02 hidrantes externos para atingir toda a edificação,
cada um com 60,0 m de comprimento de mangueira, com um esguicho de água de
10,0 m, atingindo um raio em relação a cada hidrante de 70,0 m de comprimento, e
esguicho sólido de 19 mm. O reservatório de água para os hidrantes ficou
estabelecido em 36 m³ de água, oferecendo 60 min de água a uma vazão média de
300 l.min-¹. Além dos hidrantes externos foi adicionado um hidrante de recalque, que
tem a finalidade de fornecer água para o sistema de hidrantes quando o reservatório
esvaziar, utilizando o reservatório do caminhão de bombeiros ou outro disponível. É
recomendado um aumento no diâmetro das tubulações da central de controle e
sucção do sistema de hidrantes, para uma redução da velocidade da água
internamente à tubulação.
Além dos hidrantes externos dimensionado na unidade armazenadora com
reservatório próprio, foi dimensionado um reservatório extra de uso exclusivo do corpo
de bombeiros, onde foi exigido na saída deste reservatório uma expedição de 63 mm e
altura manométrica mínima de 10,0 m de coluna de agua, além do volume mínimo do
reservatório de 72 m³ (72.000 litros) e afastamento de qualquer estrutura de no mínimo
15,0 m e no máximo 30,0 m da estrutura de maior risco.
Para o sistema do reservatório extra, exigido no sistema de hidrantes, foi
necessário uma bomba de 1.5 CV para movimentação do fluxo na pressão desejada
de 10 metros de coluna de água na saída do reservatório, já para o sistema de
hidrantes onde há necessidade de 17 m de coluna de água no esguicho da mangueira,
foi necessário uma bomba de 10 CV para atingir as necessidades do sistema exigido.
Pela IT 27 o dimensionamento dos hidrantes era feito de acordo com a norma
específica para hidrantes no estado de São Paulo ao qual era utilizada esguicho
-
32
regulável para os hidrantes, oque aumentava a potência da bomba requerida para
atingir as vazões mínimas exigidas, já no estado de Mato Grosso é utilizada á NTCB
19 específica para hidrantes, onde para unidades armazenadoras de grãos é adotado
hidrantes externos à edificação com esguicho sólido de 19 mm, oque fixa a potência
da bomba em valores menores.
As áreas de apoio, administrativo e balança estão afastadas das estruturas da
unidade armazenadora em 76,81 m, e os depósitos de lenha estão a 20,00 m de
afastamento.
Pela IT n° 27 é exigido a adoção de sistema de chuveiros automáticos nas
áreas de túneis de ar quente dos secadores de grãos, túneis de serviço de quaisquer
natureza e locais confinados. Pela NTCB n° 44, não foi feita exigências referentes a
chuveiros automáticos, o controle em locais confinados será somente por exaustores
para retirada de gases e poeiras.
Pela IT n° 27 é exigido um afastamento de 4 m entre secador e fornalha, o que
inviabilizava muitas unidades existentes a terem seus alvarás emitidos, com a NTCB
n° 44 não é especificado distâncias entre fornalha e secador, devido a já adoção das
unidades locais à sistemas antifagulhas localizados entre fornalha e secador,
oferecendo a segurança necessária para a eliminação de fagulhas antes da entrada
do ar no secador
As medidas de prevenção de combate a incêndio e pânico exigidos pela Lei n°
10.402 são demonstradas em um quadro resumo comparando as exigências
existentes, inexistentes, com ou sem diferenças entre normas feitas pela NTCB n° 44
com as feitas pela IT n° 27. (Quadro 8).
Quadro 8. Resumo das comparações de normativas IT n° 27 e NTCB n° 44.
Exigências Impostas Para Unidades Armazenadora
no Estado do Mato Grosso
Situação na Unidade Armazenadora em Estudo
Comparativo entre NTCB n° 44 e IT n° 27
Acesso de viatura do corpo de bombeiros na
edificação Saídas e acessos livres
Cobranças inexistentes nas duas normativas,
utilizando outras normativas para
dimensionamento
Segurança estrutural contra incêndios
TRRF de 120 minutos, silos construídos de forma enfraquecida na cobertura.
Existentes nas duas normativas com cobranças
exatamente iguais.
Compartimentação horizontal e
Não se aplica devido as dimensões horizontais e
Cobranças inexistentes nas duas normativas,
-
33
compartimentação vertical verticais serem menores que a mínima exigida
utilizando outras normativas para
dimensionamento
Controle de materiais e acabamento
Todos os materiais foram classificados como
incombustíveis sendo eles Classe I pela IT n° 10.
Cobranças inexistentes nas duas normativas,
utilizando outras normativas para
dimensionamento
Saídas de Emergência
Distâncias máximas a serem percorridas nos túneis de 100 metros,
escadas para acesso às janelas de inspeção
laterais e ao topo do silo, com degraus, corrimão,
passarelas, plataforma de descanso e materiais de
fabricação.
Todas exigências em relações às escadas dimensionadas, são
existentes somente na NTCB n° 44, pela IT n° 27 especificado para escadas externas a necessidade de enclausuramento e acesso
por porta corta fogo.
Plano de intervenção de Incêndio
Criado planta de incêndio, com identificação do
sistema de prevenção de incêndio e pânico da
unidade armazenadora, devendo essa ser fixada em local visível e de fácil
acesso.
Cobranças inexistentes nas duas normativas,
utilizando outras normativas para
dimensionamento
Brigada de incêndio
Definido a quantidade de brigadistas de acordo com o número de funcionários
fixos da unidade
Especificado pela NTCB n° 44, ausente na IT n° 27
Iluminação de emergência Exigido que seja a prova de explosão e poeira nos
lugares com formação
Exigência imposta nas duas normativas, com
dimensões de instalações definidas em outra
normativa
Monitoramento de gases e poeiras
10 respiros no topo de cada silo, 01 exaustor para
retirada de gases e poeiras em cada silo,
representação em planta das áreas com alivio de
explosão, sensor de temperatura em cada silo,
Existentes nas duas normativas com cobranças
exatamente iguais.
-
34
sensor no secador com controle de entrada de ar
Alarme de Incêndio Exigido acionador manual
próximos ao acesso ao túnel do silo
Existentes nas duas normativas com cobranças
exatamente iguais.
Sinalização de emergência
Dimensionadas com sinalização de orientação
das rotas de fugas e preventivos existentes nos
locais
Cobranças inexistentes nas duas normativas,
utilizando outras normativas para
dimensionamento
Extintores
Extintores de pó e agua distribuídos na edificação
espaçados a cada 15 metros, inexistentes em áreas com confinamento
de poeiras e gases
Brevemente comentado em ambas normativas de
forma igual.
Hidrantes
Dimensionados sistema de hidrantes externos com 2
hidrantes com diâmetro de esguicho de 19 mm, e 60 metros de mangueiras,
oferecendo cobertura de toda a edificação,
dimensionado também um reservatório extra além do destinado ao sistema de
hidrantes, para uso exclusivo do corpo de
bombeiros
Existentes nas duas normativas com diferenças entre cobranças e novas exigências pela NTCB n°
44..
-
35
Quadro 9. Comparativo das exigências específicas entre normativas de combate a incêndio e pânico.
Exigências específicas feitas pela NTCB n° 44
ou IT n° 27
Situação na Unidade
Armazenadora em Estudo
Exigência existente ou ausente na NTCB n° 44
Exigência existente ou ausente na IT
n° 27
Altura mínima dos túneis de 2,0 m e largura de 0,80 m
de espaço livre entre
equipamentos e uma das paredes
laterais
Solução por comissão técnica
do corpo de bombeiros
Existente Ausente
Sistema de detecção e
extinção de faísca. Adequado
Existente, porém somente quando coletores de pó
utilizem filtro manga.
Existente
Reservatório de agua exclusivo para o corpo de bombeiros, além do reservatório
para o sistema de hidrantes.
Adequado Existente Ausente
Diâmetro do esguicho de 19
mm Adequado Existente Ausente
Chuveiros automáticos
(sprinklers) nas áreas de túneis de
ar quente dos secadores de
grãos, túneis de serviço de
quaisquer natureza e locais confinados
Adequado Ausente Existente
-
36
Afastamento de 4 metros entre
secador e fornalha Adequado Ausente Existente
-
37
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As adequações das unidades armazenadores perante a segurança contra
incêndio e pânico, sofreu em fevereiro de 2016 uma alteração de normativas, o
que gera um tempo de adaptação das montadoras, e dos projetos dimensionados
pelos profissionais habilitados, devido a isso a unidade armazenadora pode ficar
inadequada às exigências impostas, gerando transtornos como multas, perda de
alvará e até interdição da unidade. Desde 2011 a setor agroindustrial tem utilizado
normativa estadual e de outros estados para o dimensionamento das adequações
em unidades de armazenamento de grãos, sendo a norma especifica para
unidades armazenadoras do estado de São Paulo. Com a base no estudo
comparativo apresentado, conclui-se que:
As exigências referentes à estrutura da unidade armazenadora não diferiram
significativamente entre as normativas.
O acesso aos silos, elevadores e túneis de quaisquer naturezas tiveram
mudanças na área de acesso ao topo dos silos.
Verificou-se exclusiva da NTCB n° 44, quanto à dimensões mínimas
especificas de comprimento e profundidade dos túneis de manutenção,
podendo gerar problemas para adequação das unidades irregulares existentes
antes do lançamento da normativa, sendo assim necessário sugestão para
comitê técnico adoção de medidas descritas na NR 33 para compensação de
tal exigência.
Em relação às distâncias máximas a serem percorridas, está definida na
própria normativa NTCB n°44, e ausente na IT n° 27 .
As plataformas e as janelas de inspeção foram adequadas a tamanhos
especificados pela NTCB n° 44.
É exigido pela NTCB n° 44 um reservatório extra além do reservatório do
sistema de hidrantes, exigência exclusiva da NTCB n° 44.
É exigido pela IT n° 27 chuveiros automáticos em locais com gases e poeiras
confinados, pela NTCB n° 44 não existe tal exigência.
Pela IT n° 27 é exigido um afastamento de 4 metros entre secador e fornalha,
tal exigência inexistente na NTCB n° 44.
Alguns dos dimensionamentos não difere de forma significativa entre as
normativas.
Com este estudo comparativo foi possível concluir que pela falta de
especificação e detalhes nas exigências impostas na IT n° 27, algumas adequações
-
38
eram aprovadas mesmo faltando com alguns cumprimentos com as normativas,
devido a esta alteração para uma norma mais detalhada, varias exigências que antes
eram existentes agora são de fato cobradas pelo CBMMT, isto devido a um maior
detalhamento oferecido pela nova NTCB n° 44, que facilita não só a análise no corpo
de bombeiros, mas também o correto dimensionamento pelo profissional habilitado.
Também foi possível concluir que a retirada de algumas exigências impostas na IT n°
27, pode reduzir o custo das adequações e diminuir o impacto dos preventivos de
segurança sobre o processo da unidade. Algumas exigências impostas a mais pela
NTCB n° 44, podem gerar problemas em unidades que foram construídas pós-
lançamento da norma em fevereiro de 2016 e que não estão de acordo com as
exigências impostas. Contudo ocorreu uma melhora nos objetivos de proteção contra
incêndio e pânico com a nova normativa NTCB n° 44, onde a segurança
proporcionada pelos dimensionamentos exigidos está mais coerente com as
características especificas de uma unidade armazenadora de grãos, melhorando a
segurança do trabalhador sem prejudicar significativamente o processo de
armazenamento e beneficiamento da indústria.
-
39
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Sistema de Iluminação de Emergência: Rio de Janeiro. 1999. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 17240, de 2010. Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio – Projeto, Instalação, Comissionamento e Manutenção de Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio – Requisitos: Rio de Janeiro. 2010. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14276, de 2007. Brigada de incêndio – Requisitos: Rio de Janeiro. 2007. BEZERRA JUNIOR. A. Regularização de Medidas de Combate á Incêndio e Explosão em Unidade Armazenadora, Estudo de Caso em Sinop – MT. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso _ Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop, 2014. FARONI, L R A. Situação da Armazenagem No País e no Mundo e Suas Perspectivas. UFV, 2009, Disponível em: < ftp://www.ufv.br/Dea/Disciplinas/Leda/ENG370/Sit%20Armaz%20Pais_mundo.doc GARCIA, S A L; NETO, F K. Guia Técnico NR – 33, Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados. Disponível em: http://acesso.mte.gov.br/ MAIA, G. B. S.; PINTO, A. R.; MARQUES; C. Y. T.; LYRA, D. D.; ROITMAN, F. B. Panorama da armazenagem de produtos agrícolas no Brasil. Revista do BNDES 40, 2013, Disponível em: MATO GROSSO, Governo do Estado. Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Corpo de Bombeiros Militar, Diretoria de Serviços Técnicos. Lei de Segurança Contra Incêndio e Pânico n° 8.399. Mato Grosso, 2005. Disponível em: < http://www.bombeiros.mt.gov.br/> MATO GROSSO, Governo do Estado. Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Corpo de Bombeiros Militar, Diretoria de Serviços Técnicos.. Norma Técnica do Corpo de Bombeiros N° 01, de 2008. Procedimentos administrativos. Corpo de Bombeiro – MT, NTCB 01. Disponível em: < http://www.bombeiros.mt.gov.br/> MATO GROSSO, Governo do Estado. Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Corpo de Bombeiros Militar, Diretoria de Serviços Técnicos.. Norma Técnica do Corpo de Bombeiros N° 44, de 2016. Unidades de Armazenamento e Beneficiamentos de Produtos Agrícolas e Insumos. Disponível em: < http://www.bombeiros.mt.gov.br/> MATO GROSSO, Governo do Estado. Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Corpo de Bombeiros Militar, Diretoria de Serviços Técnicos.. Norma Técnica do Corpo de Bombeiros N° 13, de 2013. Saídas de Emergências. Disponível em: < http://www.bombeiros.mt.gov.br/>
-
40
MATO GROSSO, Governo do Estado. Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Corpo de Bombeiros Militar, Diretoria de Serviços Técnicos.. Norma Técnica do Corpo de Bombeiros N° 18, de 2016. Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio. Disponível em: < http://www.bombeiros.mt.gov.br/> MATO GROSSO, Governo do Estado. Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Corpo de Bombeiros Militar, Diretoria de Serviços Técnicos.. Norma Técnica do Corpo de Bombeiros N° 19, de 2016. Sistema de Proteção Por Hidrantes e Mangotinhos. Disponível em: < http://www.bombeiros.mt.gov.br/> MATO GROSSO, Governo do Estado. Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Corpo de Bombeiros Militar, Diretoria de Serviços Técnicos.. Norma Técnica do Corpo de Bombeiros N° 07, de 2009. Carga de Incêndio. Disponível em: < http://www.bombeiros.mt.gov.br/> RANGEL JUNIOR, E. Atmosfera Explosiva. 2008. Revista O Setor Elétrico, 2008, Disponível em: . SANTOS, J. S. M. Manual de Operação de Combate a Incêndio. Disponível em: SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Instrução Técnica Nº 27, de 2015. Armazenamento em Silos. São Paulo, 2015. Disponível em: < http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/>. SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Instrução Técnica N° 06, de 2011. Acesso de viatura na edificação e áreas de risco, 2011. Disponível em: < http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/>. SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Instrução Técnica N° 08, de 2011. Resistência ao fogo dos elementos de construção, 2011. Disponível em: < http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/>. SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Instrução Técnica N° 09, de 2011. Compartimentação horizontal e compartimentação vertical, 2011. Disponível em: < http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/>. SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Instrução Técnica N° 10, de 2011. Controle de Materiais de Acabamento e de Revestimento, 2011. Disponível em: < http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/>. SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Instrução Técnica N° 16, de 2011. Plano de Emergência Contra Incêndio, 2011. Disponível em: < http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/>. RIO DE JANEIRO. Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. Prevenção e Combate a Incêndio, 2008. Disponível em: . TAVARES, B; JEAN, M. O Perigo da Poeira Vegetal Produzindo na Movimentação e Armazenagem de Grãos nos Silos e os Métodos de Prevenção. Artigo disponível em: < http://connepi.ifal.edu.br/>
-
41
ANEXOS
-
42
MEMORIAL DE CALCULO E DESCRITIVO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÃNICO
Este memorial tem como objetivo descrever as medidas de segurança
para incêndio e pânico dimensionados para uma unidade de armazenamento e
beneficiamento de produtos agrícolas e insumos, localizada no munícipio de
Sinop – MT.
1. CÁLCULO DA CARGA DE INCÊNDIO ESPECÍFICA
Para determinação da carga de incêndio específica para armazéns e
silos é utilizada a seguinte expressão:
∑MiHiA
Onde: – valor da carga de incêndio específica, em megajoules por metro quadrado de área de piso. Mi – massa total de cada componente do material combustível, em quilograma. Hi – potencial calorífico específico de cada componente do material combustível. A – área do piso do compartimento, em metro quadrado.
Tabela 1A. Calculo da carga de incêndio específica. Material Grãos Massa total em kg (M) 7.200.000 Kg Potencial calorífico (H) - 17 MJ.Kg-1 Área (Af) 1.800,00 m²
Carga de Incêndio específica 77.498,27 MJ.m-2
2. ACESSO DE VIATURA NA EDIFICAÇÃO Os acessos de viatura na edificação são dimensionados para estabelecer
as condições mínimas para o acesso de viaturas de bombeiros nas edificações e
áreas de risco, visando o emprego operacional do corpo de bombeiros.
Esta medida de segurança foi dimensionada atendendo à IT n° 06 do Corpo
de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, adotada pela Portaria n°
001/DSCIP/CBMMT/2011.
-
43
Tabela 2A. Dimensões exigidas e existentes de vias e portões. VIAS
Largura Exigida 6,00 m Prevista/Existente 10,0 m
Altura livre Exigida 4,50 m
Prevista/Existente Livre
Capacidade de suporte Exigida 25 ton
Prevista/Existente 50 ton Tipo de contorno Circular
PORTÕES
Largura Exigida 4,00 m Prevista/Existente 4,50 m
Altura Exigida 4,50 m
Prevista/Existente 5,00 m
3. SEGURANÇA ESTRUTURAL CONTRA INCÊNDIO A segurança estrutural contra incêndio teve como metodologia utilizada o
atendimento das tabelas elaboradas a partir de resultados obtidos em ensaios de
resistência ao fogo, disponíveis na IT N° 08, e as classificações da edificação
quanto sua ocupação.
Esta medida de segurança foi dimensionada atendendo a IT n° 08 do Corpo
de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, adotada pela Portaria n°
001/DSCIP/CBMMT/2011.
Tabela 3A. Tempo requerido de resistência ao fogo. MOEGAS / SECADOR / SILOS / GRANELEIRO
Divisão Altura da edificação TRRF Material utilizado I-3 22,72 m 60 Tijolos Cerâmicos
Tabela 4A. Informações do tempo requerido de resistência ao fogo.
Edificação em geral Divisão Altura Informações do TRRF Exigido Existente
I-3 22,72 60
Estabilidade ≥ 2 Estanqueidade ≥ 2
Isolação térmica 2 TRRF 120
. Tabela 5A. Espessura e TRRF específico dos materiais existentes e previstos.
Pilar Viga Laje Paredes com função Outros
-
44
estrutural 11,5 cm 13,0 cm
4. COMPARTIMENTAÇÃO HORIZONTAL
A compartimentação horizontal se destina a impedir a propagação de
incêndio no pavimento de origem para outros ambientes no plano horizontal.
Esta medida de segurança foi dimensionada atendendo à IT n° 09 do
Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, adotada pela
Portaria n° 001/DSCIP/CBMMT/2011.
Tabela 6A. Informações para compartimentação horizontal.
Divisão Altura (m) Área da
edificação (m²)
Área de compartimentação
(m²) Método de
compartimentação
TRRF da parede
ou material
I-3 0,00 1.504,12 7.500,0 Não se aplica Não se aplica ITENS DE COMPARTIMENTAÇÃO
Não se aplica Devido a área da edificação ser inferior a área de compartimentação o método de compartimentação não se aplica a esta edificação e
consequentemente os itens de compartimentação.
5. COMPARTIMENTAÇÃO VERTICAL
Esta medida de segurança foi dimensionada atendendo à IT n° 09 do Corpo
de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, adotada pela Portaria n°
001/DSCIP/CBMMT/2011.
As edificações são térreas, e por não apresentarem dimensões em planta
maior que a área máxima permitida para compartimentação no plano vertical, ficam
isentas da mesma, pois atendem as exigências da tabela do anexo B.
6. CONTROLE DE MATERIAIS DE ACABAMENTO
O Controle de Materiais de Acabamento (CMAR) destina-se a estabelecer
padrões para o não surgimento de condições propícias do crescimento e da
propagação de incêndios, bem como da geração de fumaça. O CMAR é exigido
em razão da ocupação da edificação, e em função da posição dos materiais de
acabamento, materiais de revestimento e materiais termo acústicos.
-
45
Esta medida de segurança foi dimensionada atendendo à IT n° 10 do Corpo
de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, adotada pela Portaria n°
001/DSCIP/CBMMT/2011.
Tabela 7A. Classificação dos materiais para controle de materiais e acabamento.
Grupo/Divisão
FINALIDADE DO MATERIAL Piso
(Acabamento/ Revestimento)
Paredes e divisórias (Acabamento/ Revestimento)
Teto e forro (Acabamento/ Revestimento)
I-3 Classe I, II-A, III -A ou IV-A Classe I ou II-A Classe I ou II-A
DESCREVER O MATERIAL UTILIZADO (Previsto/Existente)
Piso Paredes e divisórias Teto e forro Classe I Classe I Classe I
A classificação segue em detalhes na Planta de Incêndio em Anexo.
7. SAÍDAS DE EMERGÊNCIA Esta medida de segurança foi dimensionada atendendo à NTCB 13 do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso.
As edificações são classificadas quanto às dimensões em planta e
características construtivas, de acordo, respectivamente, com as Tabelas 1 e 2
abaixo.
Tabela 8A. Classificação da edificação quanto às suas dimensões em planta
SECADOR / MOEGA / ADM / CONTROLE / CLASSIFICAÇÃO Natureza do Enfoque Código Pa