UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENFERMAGEM
DALILA BERTANHA UHLMANN
Retorno ao trabalho de pacientes com síndrome
coronariana aguda (SCA)
CAMPINAS
2017
DALILA BERTANHA UHLMANN
Retorno ao trabalho de pacientes com síndrome
coronariana aguda (SCA)
Tese apresentada à Faculdade de Enfermagem da Universidade
Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a
obtenção do título de Doutora em Ciências da Saúde, na Área de
Concentração: Enfermagem e Trabalho.
ORIENTADOR: Profa Dra Neusa Maria Costa Alexandre
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO
FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA
ALUNA DALILA BERTANHA UHLMANN, E ORIENTADA PELA
PROF(a). DR(a). NEUSA MARIA COSTA ALEXANDRE
CAMPINAS
2017
BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE DOUTORADO
DALILA BERTANHA UHLMANN
ORIENTADOR: Profa Dra Neusa Maria Costa Alexandre
MEMBROS:
1. PROF(a). DR(a). Neusa Maria Costa Alexandre – UNICAMP - FENF
2. PROF(a). DR(a). Eugênia Velludo Veiga – EERP - USP
3. PROF(a). DR(a). Jacqueline Rodrigues de Freitas Vianna – CLARETIANO
4. PROF(a). DR(a). Thaís Moreira São – João – UNICAMP - FENF
5. PROF(a). DR(a). Roberta Cunha Matheus Rodrigues – UNICAMP - FENF
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da
Universidade Estadual de Campinas.
A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca examinadora
encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.
Data: DATA DA DEFESA [26/07/2017]
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
“Aqueles que me deram a vida
e que me amam incondicionalmente, meus pais,
Miguel e Neusa.”
A Deus, por me amar incondicionalmente e me conceder graças sem pedir
nada em troca.
Aos meus filhos e marido pela compreensão, paciência, apoio e amor.
A minha família e amigos pela colaboração de tornar este sonho possível.
A minha orientadora Prof(a). Dr(a). Neusa Maria Costa Alexandre, pelo carinho,
paciência, dedicação, disponibilidade, amizade, respeito, confiança, aprendizado
proporcionado e pelas palavras nos momentos certos.
À Prof(a). Dr(a). Roberta Cunha Matheus Rodrigues pelo acolhimento desde o
início, amizade e aprendizado.
À Prof(a). Dr(a). Thaís Moreira São – João pela amizade, acolhimento e
aprendizado.
À CAPES pelo apoio financeiro.
E finalmente, aos pacientes, motivadores dessa pesquisa e imprescindíveis
para sua realização e conclusão.
“E aos meus filhos que são a minha razão de viver.”
Epigrafe
"Nunca, jamais,
desanimeis, embora venham
ventos contrários."
Madre Paulina
Resumo
As doenças cardiovasculares (DCV) representam um grande impacto, em
termos de mortalidade e morbidade para a sociedade brasileira. Esta pesquisa tem
como objetivos: Verificar o tempo de retorno ao trabalho de pacientes com síndrome
coronariana aguda (SCA); relacionar o tempo de retorno ao trabalho destes pacientes
com as variáveis sociodemográficas, clínicas, psicossociais (qualidade de vida,
ansiedade e depressão, impacto da doença no cotidiano) e ocupacionais
(desempenho no trabalho) e correlacionar o desempenho no trabalho com a aptidão
cardiorrespiratória, qualidade de vida relacionada à saúde, ansiedade, depressão e
impacto da doença. O estudo realizado em um ambulatório especializado de
cardiologia de um hospital universitário de grande porte. Foram incluídos 65 pacientes
com diagnóstico clínico de SCA que relataram estar trabalhando no momento da
entrevista. Para a coleta de dados foram utilizados: o questionário de caracterização
sociodemográfica, clínica e ocupacional; Questionário de Avaliação do Desempenho
no Trabalho (WRFQ-Br); Veterans Specific Activity Questionnaire (VSAQ); MacNew
Heart Disease Health-related Quality of Life instrument (MacNew); Escala Hospitalar
de Ansiedade e Depressão (HADS); e o Questionário de Impacto da Doença no
Cotidiano do Valvopata (IDCV). Para análise estatística foram empregados o teste
não-paramétrico de Mann-Whitney com o Pós-teste de Dunn e o coeficiente de
correlação de Spearmam. Em relação aos objetivos os dados do presente estudo
permitem concluir que o tempo de retorno ao trabalho foi de 7,3 meses, maior do que
os relatados em outros estudos. Não foi constatada diferença estatisticamente
significativa na comparação entre o tempo de retorno ao trabalho e as variáveis
sociodemográficas, clínicas incluindo a avaliação da capacidade funcional (em mets)
e psicossociais (QVRS, ansiedade, depressão e impacto da doença). Os indivíduos
que exerciam o tipo de trabalho manual apresentaram um tempo de retorno ao
trabalho mais elevado. Verificou-se que a maioria dos domínios do WRFQ- Br que
avalia o desempenho no trabalho mostrou correlações de forte magnitude com a
QVRS. O desempenho no trabalho apresentou correlação inversamente significativa
com as medidas de ansiedade e depressão, o que mostrou que quanto melhor o
desempenho no trabalho, menor os traços de ansiedade e depressão. Por outro lado,
o desempenho no trabalho foi fracamente correlacionado com a aptidão respiratória e
não evidenciou relação com o impacto da doença. Os dados sugerem a relevância e
necessidade do desenvolvimento de estratégias e novas pesquisas com a finalidade
de promover a reabilitação de trabalhadores com SCA para que estes possam retornar
ao trabalho.
Descritores: Retorno ao Trabalho, Desempenho no trabalho, Qualidade de Vida,
Ansiedade, Depressão, Síndrome Coronariana Aguda.
Linha da Pesquisa: Trabalho, Saúde e Educação.
ABSTRACT
Cardiovascular diseases (DCV) represent a major impact in terms of mortality and
morbidity for Brazilian society. This research aims to: to verify the time to return to
work among patients with acute coronary syndrome (SCA); to relate the time of return
to the work of these patients with sociodemographic, clinical, psychosocial (quality of
life, anxiety and depression, impact of the disease on a daily basis) and occupational
variables (performance at work) and to correlate work functioning with
cardiorespiratory fitness, health-related quality of life, anxiety, depression and disease
impact. The study was carried out in a specialized outpatient clinic of cardiology, a
large university hospital. We included 65 patients, with diagnosis of SCA, who reported
being working at the time of the interview. For data collection were used: a
questionnaire of sociodemographic, clinical and occupational characterization; Work
Role Functioning Questionnaire (WRFQ); the Veterans Specific Activity Questionnaire
(VSAQ); MacNew Heart Disease Health-related Quality of Life instrument (MacNew);
the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS); and the Impact of Disease on
Valvopata's Daily Life Questionnaire (IDCV). Regarding the objectives, the data from
the present study allow us to conclude that the time of return to work was 7.3 months,
higher than those reported in other studies. No statistically significant difference was
found in the comparison between the time of return to work and sociodemographic,
clinical variables including the functional capacity (in mets) and psychosocial (QVRS,
anxiety, depression and disease impact). Individuals who performed the type of
manual work had a higher time to return to work. Most of the WRFQ domains that
evaluate performance at work showed strong correlations with health-related quality of
life. Work performance also showed an inverse correlation with the measures of
anxiety and depression, which showed that the better the performance at work, the
lower the traces of anxiety and depression. On the other hand, performance at work
was poorly correlated with cardiorespiratory fitness and showed no relation to the
impact of the disease. The data suggest the relevance and necessity of the
development of strategies and new research with the purpose of promoting the
rehabilitation of workers with SCA so that they can return to work.
Descriptors: Return to Work, Work Performance, Quality of Life, Anxiety, Depression,
Acute Coronary Syndrome.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracterização sociodemográfica, clínica e ocupacional de pacientes
com síndrome coronariana aguda (n=65) atendidos em serviço
ambulatorial de hospital universitário do interior do estado de São
Paulo. CAMPINAS, 2016..............................................................
51
Tabela 2 Comparação entre o tipo de trabalho e tempo de retorno do trabalho
dos pacientes com síndrome coronariana aguda (n=65).
CAMPINAS, 2016.................................................................................
52
Tabela 3 Análise do desempenho no trabalho, aptidão cardiorrespiratória,
QVRS, ansiedade, depressão, e impacto da doença no cotidiano dos
pacientes com SCA, (n=65) atendidos em serviço ambulatorial de
hospital universitário do interior do estado de São Paulo. CAMPINAS,
2016.................................................................................
53
Tabela 4 Análise de correlação entre as medidas de desempenho no trabalho
e aptidão cardiorrespiratória, qualidade de QVRS, ansiedade,
depressão, impacto da doença no cotidiano dos pacientes com
síndrome coronariana aguda (n=65). CAMPINAS, 2016.....................
55
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AI Angina instável
BDI Inventário de Depressão de Beck
DAC Doença arterial coronária
DCVs Doenças cardiovasculares
FEVE Fração de ejeção ventricular esquerda
HADS Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão
IAM Infarto agudo do miocárdio
IDCV Instrumento para Mensuração do Impacto da Doença no Cotidiano do Valvopata
Km/h Quilômetros por hora
MacNew MacNew Health-related Quality of Life instrument
MET Equivalente metabólico de tarefa
mph/h Milhas por hora
NYHA New York Heart Association
OMS Organização Mundial da Saúde
QLMI Quality of Life after Myocardial Infarction
QV Qualidade de Vida
QVRS Qualidade de Vida Relacionada à Saúde
SCA Síndrome Coronariana Aguda
STEMI Infarto agudo do miocárdio com supra desnível do segmento ST
TECP Teste de Esforço Cardiopulmonar
VSAQ Veterans Specific Activity Questionnaire
WRFQ Work Role Functioning Questionnaire
WRFQ-Br Questionário de Avaliação do Desempenho no Trabalho
Sumário
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 15
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................................. 15
1.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE O RETORNO AO TRABALHO ................................................................................ 18
1.3 APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA EM CORONARIOPATAS .......................................................................... 19
1.5 DEPRESSÃO E ANSIEDADE NO CORONARIOPATA ....................................................................................... 25
1.6 IMPACTO DA DOENÇA NO COTIDIANO ........................................................................................................ 26
2. OBJETIVOS ............................................................................................................................................. 28
3. MÉTODOS ................................................................................................................................................ 28
3.1 TIPO DE ESTUDO ........................................................................................................................................ 28
3.2 LOCAL DO ESTUDO ..................................................................................................................................... 28
3.3 SUJEITOS .................................................................................................................................................... 28
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS. ................................................................................................. 29
3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ...................................................................................................... 30
3.5.1 INSTRUMENTO DE CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA, CLÍNICA E OCUPACIONAL. ........................ 30
3.5.2 QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO NO TRABALHO (WRFQ-BR) .................................... 32
3.5.3 MEDIDA DA APTIDÃO CARDIORESPIRATÓRIA: VETERANS SPECIFIC ACTIVITY QUESTIONNAIRE (VSAQ)
........................................................................................................................................................................... 33
3.5.4 MEDIDA DE QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE: MACNEW HEALTH-RELATED QUALITY OF LIFE
(MACNEW) ........................................................................................................................................................ 34
3.5.5 MEDIDA DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO: ESCALA HOSPITALAR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO (HADS) 34
3.5.6 INSTRUMENTO PARA MENSURAÇÃO DO IMPACTO DA DOENÇA NO COTIDIANO DO VALVOPATA (IDCV)
........................................................................................................................................................................... 35
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................................................ 36
3.7 ASPECTOS ÉTICOS ..................................................................................................................................... 37
4. RESULTADOS ......................................................................................................................................... 38
4.1 ARTIGO ........................................................................................................................................................ 38
5. CONCLUSÃO .......................................................................................................................................... 67
7. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 68
APÊNDICE 1 ................................................................................................................................................ 82
ANEXO 1 ...................................................................................................................................................... 84
ANEXO 2 ...................................................................................................................................................... 85
ANEXO 4 ...................................................................................................................................................... 89
ANEXO 5 ...................................................................................................................................................... 91
ANEXO 6 ...................................................................................................................................................... 94
ANEXO 7 ...................................................................................................................................................... 96
15
1. INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
As doenças cardiovasculares (DCVs) representam a principal causa de óbito
no mundo (1,2) e no Brasil (3, 4) e se encontram entre as doenças de maior impacto
financeiro (1, 5). Atualmente, mais de 80% das mortes por DCVs ocorrem em países de
baixa e média renda per capita. As pessoas com DCVs e outras doenças não-
transmissíveis que residem nestes países têm menos acesso a serviços de saúde
eficazes e equitativos que respondam às suas necessidades, sendo as pessoas mais
pobres as mais afetadas. Como resultado, são diagnosticadas tardiamente e morrem
mais jovens de DCV e outras doenças não transmissíveis, muitas vezes no auge dos
seus anos produtivos (2).
As DCVs são responsáveis por cerca de 20% de todas as mortes em indivíduos
acima de 30 anos (3). São causa importante de incapacidade física e de invalidez e
contribuem significativamente para a pobreza e para o aumento de despesas com
saúde (6). Em relação à área macroeconômica, as DCVs representam uma grande
porcentagem de despesas nas economias de países de baixa e média renda per
capita (2).
Dentre as DCVs, destaca-se a doença arterial coronária (DAC) (7). As principais
manifestações clínicas da DAC são a isquemia miocárdica com lesão celular
reversível (angina) ou irreversível – o infarto agudo do miocárdio (IAM) (8). O termo
síndrome coronariana aguda (SCA) tem sido utilizado para nomear os episódios de
IAM ou angina instável (AI) (9,10). As SCAs decorrem principalmente de ruptura da
placa vulnerável ou de erosão superficial do endotélio (10). O espectro clínico da SCA
abrange a AI, o IAM com supra desnível do segmento ST (STEMI) e o IAM sem
elevação do segmento ST (11, 12).
A taxa de incidência da DAC se eleva com o aumento da idade (4), e pode afetar
os jovens em idade produtiva (2).
16
A licença médica por DAC não é a mais frequênte, mas uma das mais longas.
Soma-se a isso, o fato do IAM ter consequências negativas na área econômica e na
qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) (13).
São escassos os estudos que abordam o retorno ao trabalho, após o IAM (14).
As pesquisas sobre o retorno ao trabalho de pacientes com SCA consideram este
período como o tempo decorrido entre a data do IAM ou angina instável e a data do
retorno às atividades laborais (15, 16).
Há na literatura relato de variáveis que podem influenciar o retorno ao trabalho
após eventos isquêmicos cardíacos. Entre elas, destacam-se as variáveis
sociodemográficas - idade (17, 18), sexo (17), escolaridade (19), situação socioeconômica
(20); as variáveis clínicas - condições de saúde (19), presença de co-morbidade (16),
comprometimento de aspectos físicos (19), não liberação médica (20), percepção da
doença (21); as variáveis psicossociais – comprometimento de aspectos mentais, apoio
familiar (19) e as variáveis ocupacionais, especialmente o tipo de trabalho (22) e a
capacidade funcional (19). A legislação de cada país também pode influenciar no
retorno ao trabalho do paciente com IAM (13).
O conhecimento sobre a relação entre estas variáveis e o tempo médio de
retorno ao trabalho pode facilitar o planejamento e implementação de intervenções
que visem reduzir o tempo de retorno ao trabalho do paciente com SCA. Entretanto,
não foram encontradas pesquisas recentes que tenham explorado estas variáveis
entre os pacientes coronariopatas em seguimento ambulatorial em hospital
universitário na região sudeste do Brasil.
Além da perda de dias trabalhados e prejuízos para o setor produtivo, a DAC
pode influenciar a QVRS destes pacientes (17), podendo acarretar comprometimento
de aspectos físicos, psicológicos e também sociais (16). Sendo assim, a assistência a
esses pacientes deve incluir, além de cuidados relacionados aos aspectos biológicos,
aqueles relacionados às variáveis psicossociais, considerando, especialmente, sua
autopercepção de saúde (23 - 25).
A depressão é comum em pacientes com IAM, e contribui para ocasionar
dificuldades com a retomada ao trabalho (26, 27). Perturbações como depressão,
17
ansiedade e baixa capacidade de trabalho são comuns nos indivíduos com IAM, que
não retornaram ao trabalho (19). Indívíduos que sofreram IAM e que retornaram ao
trabalho apresentam não apenas a melhora da QVRS, mas também benefícios
econômicos, individuais e para a sociedade (17).
As medidas do estado de saúde, incluindo a capacidade funcional, os sintomas
associados com as atividades diárias, e o bem-estar físico ou psicológico, são
amplamente utilizadas na avaliação de intervenções para pacientes com DCVs (28).
Tais medidas são importantes por conter informações sobre como a saúde do
trabalhador afeta sua função no trabalho (29). Assim, compreender os vários fatores,
que podem afetar o processo de retorno ao trabalho, pode ajudar na promoção da
comunicação eficaz entre profissionais de saúde e pacientes (30). A atenção à saúde
desta população se constitui um desafio para os serviços de saúde devido ao impacto
das doenças cardíacas no cotidiano (31).
Assim, investigar as interfaces do processo de retorno ao trabalho, pode
fornecer subsídios importantes para o delineamento de intervenções que possam
atender o trabalhador no retorno ao trabalho e assim colaborar com a manutenção da
capacidade produtiva destas pessoas, bem como otimizar a QVRS e reduzir custos
envolvidos na reabilitação social do coronariopata.
Dessa forma pretende-se neste estudo: Verificar o tempo de retorno ao trabalho
de pacientes com SCA; relacionar o tempo de retorno ao trabalho destes pacientes
com as variáveis sociodemográficas, clínicas, psicossociais e ocupacionais
(desempenho no trabalho, aptidão cardiorrespiratória, QVRS, ansiedade, depressão
e impacto da doença) e correlacionar o desempenho no trabalho com aptidão
cardiorrespiratória, QVRS, depressão e impacto da doença.
18
1.2 Considerações sobre o retorno ao trabalho
No Brasil, a Previdência Social garante a renda do indivíduo quando ele perde
sua capacidade laborativa. Quatorze por cento das aposentadorias por invalidez
concedidas nos últimos três anos ocorreram devido a doenças do aparelho circulatório
(32).
O retorno ao trabalho é um problema para os pacientes com SCA (16). Há
necessidade de esses pacientes serem estimulados ao retorno ao trabalho (33).
Discutir o retorno ao trabalho em uma fase inicial do processo de recuperação pode
motivar os pacientes. Reconhecer e debater os fatores que são importantes para o
retorno ao trabalho, tais como motivação, incentivo da equipe médica e propiciar um
ambiente de trabalho que motive o paciente, podem encoraja-lo a voltar ao trabalho
(16).
Mittag et al. (34) classificam uma série de obstáculos para alcançar um retorno
bem sucedido ao trabalho. Entre eles, três fatores parecem influenciar as taxas de
retorno ao trabalho: (1) fatores do sistema, incluindo o sistema de benefício oferecido
pelas leis trabalhistas; condições do mercado de trabalho; o empregador; as políticas
de trabalho e programas de reabilitação; (2) fatores determinantes, incluindo o tipo de
incapacidade dos trabalhadores e características psicológicas e demográficas e (3)
fatores de modulação, que incluem os efeitos de ambos os sistemas e os fatores
subjetivos.
A necessidade de tratamentos clínico e cirúrgico também pode interferir
diretamente no retorno do indivíduo às suas atividades de vida diária. Além disso, a
capacidade para o trabalho pode estar alterada no retorno, devendo, por esse motivo,
ser avaliada (35).
O conceito de capacidade para o trabalho diz respeito à capacidade que o
trabalhador dispõe para desempenhar suas tarefas, capacidade está condicionada
19
pelas demandas do trabalho, pelo seu estado de saúde e por suas habilidades mentais
e físicas (36, 37).
Além disso, é necessário avaliar o desempenho no trabalho dos pacientes com
SCA no retorno ao trabalho, uma vez que tal avaliação poderá subsidiar intervenções
que possibilitem diminuir as barreiras do retorno ao trabalho e melhorar a QVRS.
Neste sentido o Questionário de Avaliação do Desempenho no Trabalho
(WRFQ-Br) é um instrumento que avalia se a capacidade para o trabalho está alterada
devido a problemas de saúde, relacionados a afecções crônicas, causando impactos
ou limitações nas atividades de trabalho diárias (38). Os trabalhadores podem ser
avaliados antes e após os processos de reabilitação, assim como avaliar a efetividade
dos tratamentos clínicos. Sua aplicação pode também direcionar as adaptações
necessárias para facilitar o retorno do indivíduo ao ambiente de trabalho (35, 38).
Este instrumento foi traduzido e adaptado para o uso cultural em outros
contextos, como para o francês do Canadá, português do Brasil e holandês. As
versões mostraram adequadas propriedades de medida para trabalhadores com
lesões musculoesqueléticas (35) e com doenças crônicas (38 -40).
No Brasil, o instrumento, foi traduzido e adaptado culturalmente junto a
indivíduos com distúrbios osteomusculares (35) e mostrou ser um instrumento com
evidências de validade e confiabilidade para avaliar a saúde relacionada ao trabalho
(35, 38).
Assim, ao considerar o bom desempenho quando aplicado em doenças
crônicas (38 -40), sua utilização junto a pacientes com coronariopatia pode ser útil para
avaliar o desempenho no trabalho desses pacientes.
1.3 Aptidão cardiorrespiratória em coronariopatas
20
A incapacidade funcional é definida como a presença de dificuldade na
capacidade de certas ações e atividades da vida cotidiana, ou mesmo a
impossibilidade para desempenhá-las (41). Pode também ser definida como o impacto
de condições agudas ou crônicas nas funções corporais e na habilidade do indivíduo
atuar de modo esperado e desejado na sociedade (42).
A limitação da capacidade funcional do cardiopata normalmente está presente,
quando o indivíduo apresenta uma ou mais das seguintes afecções cardíacas:
insuficiência cardíaca, insuficiência coronariana, arritmias complexas, hipoxemia e
manifestações de baixo débito cerebral secundárias a uma cardiopatia (43). Em geral,
o critério adotado pela perícia médica para avaliação funcional, em paciente
cardiopata, é baseada na classificação funcional da New York Heart Association
(NYHA) (32, 42).
Esta classificação foi originalmente descrita em 1928 e atualizada em 1994 e
constitui um instrumento de classificação com validade e confiabilidade satisfatórias
(44). A NYHA avalia o efeito sintomático da cardiopatia, permitindo estratificar o grau
de limitação imposto pela doença para realização das atividades cotidianas (44, 45).
Segundo a NYHA, os indivíduos com insuficiência cardíaca são classificados em:
classe I - ausência de sintomas durante atividades cotidianas, com limitação para
esforços semelhante à esperada em pessoas saudáveis; classe II - sintomas
desencadeados por atividades cotidianas; classe III- sintomas desencadeados em
atividades menos intensas que as cotidianas; classe IV - sintomas em repouso (32, 46).
Apesar do valor prognóstico, a determinação da classe funcional da NYHA é de
caráter subjetivo e pode ter viés devido às diferentes interpretações (46). Entretanto,
os pacientes com insuficiência cardíaca e/ou coronariopatia grave, que podem
necessitar de afastamento do trabalho ou aposentadoria por invalidez, estão
classificados nas classes III e IV da NYHA, e, eventualmente, na classe II da referida
classificação, dependendo da idade, da atividade profissional, das características
funcionais do cargo, da coexistência de outras enfermidades e da incapacidade de
reabilitação, apesar de tratamento médico em curso (32, 43).
O teste de esforço cardiopulmonar (TECP), por sua vez, é um procedimento
não invasivo, válido e reprodutível, que objetiva avaliar a aptidão cardiorrespiratória.
21
É considerado padrão ouro para avaliação da aptidão cardiorespiratória ou
desempenho cardiorrespiratório e metabólico, possibilitando avaliação global da
resposta à atividade física e também informações relevantes para a tomada de
decisão clínica (47).
O TECP consiste em submeter o paciente a um esforço físico programado e
individualizado com a finalidade de se avaliar a resposta clínica, hemodinâmica,
autonômica, eletrocardiográfica, metabólica e, eventualmente, ventilatória ao
exercício. Essa avaliação possibilita: reconhecer arritmias cardíacas; detectar
isquemia miocárdica e distúrbios hemodinâmicos induzidos pelo esforço; avaliar a
aptidão cardiorespiratória e a condição aeróbica; diagnosticar e estabelecer o
prognóstico de determinadas DCV; prescrever exercício; avaliar objetivamente os
resultados de intervenções terapêuticas; demonstrar ao paciente e aos seus familiares
as suas reais condições físicas e fornecer dados para perícia médica (48). O TECP é o
mais importante método e o primeiro a ser solicitado logo após a estabilização clínica
de um paciente após IAM, sendo realizado de rotina em pacientes com IAM não
complicados, preferencialmente entre o 5o e o 10o dia pós IAM (49).
Geralmente são utilizados os protocolos atenuados como os de Sheffield
(Bruce modificado), rampa ou Naughton. O teste pode ser realizado com ou sem o
uso de medicamento de ação cardiovascular, dependendo da finalidade do exame. É
indicada a repetição do TECP, após um a dois meses do IAM, usando-se desta vez
um protocolo integral (Bruce), com ou sem medicamentos, no sentido de se tentar
aumentar a sensibilidade para a detecção da isquemia residual (quando não é
detectada nos protocolos atenuados). Em indivíduos sadios os protocolos de Ellestad
e Bruce podem ser aplicados, sendo este último o mais utilizado. Em idosos, ou com
a aptidão cardiorespiratória limitada pela doença, o protocolo de Bruce pode ser
modificado por três minutos sem inclinação. A mais conhecida modificação do
protocolo de Bruce é a sugerida por Shefield, que estabelece o primeiro estágio com
a velocidade de 1,7 mph ou 2,7 Km/h, a mesma do Bruce original, mas sem inclinação,
por três minutos. O segundo estágio é constituído da velocidade de 2,7 Km/h, com
inclinação de 5 %. A partir do terceiro estágio segue-se o protocolo original. Existem
22
serviços que utilizam o Bruce modificado, um estágio inicial com velocidade de uma
milha/hora (1,61 km/h) e 5% de inclinação (pelo fato do 1º estágio do protocolo
clássico ter gasto energético de 5 METS, o que é demasiado para pacientes com
insuficiência cardíaca) (49).
A unidade MET é o gasto energético de repouso, o que equivale a um consumo
de oxigênio de cerca de 3,5 ml.O2 por quilograma de peso corporal por minuto.
Pacientes limitados por sintomas costumam ter uma capacidade de carga de trabalho
de cerca de seis METS ou menos, enquanto os pacientes assintomáticos podem ter
capacidade de sete a 10 METS ou mais. Regularmente homens ativos saudáveis
apresentam entre 12 a 15 METS e atletas de 16-20 METS (50).
O TECP fornece dados, podendo classificar o paciente como: baixo; moderado;
e alto risco para novos eventos cardíacos. Os indicadores de baixo risco pós IAM são:
infradesnível do segmento S-T < 2 mm e dor típica presentes somente em cargas mais
elevadas; elevada tolerância ao esforço (> 9 METS); e resposta adequada da pressão
arterial. Os indicadores de médio risco pós IAM são: infradesnível do segmento S-T >
2 mm; dor típica presente em cargas mais elevadas; razoável tolerância ao esforço (6
a 9 METS); resposta adequada da pressão arterial. Os indicadores de elevado risco
pós IAM são: infradesnível do segmento S-T > 2 mm; dor típica presentes em baixas
cargas; baixa tolerância ao esforço (< 6 METS); resposta inadequada da pressão
arterial (queda intra-esforço e/ou elevação no repouso imediato) (48).
Os pacientes com IAM classificados como baixo risco para novos eventos
cardíacos, geralmente são aconselhados a retornar as suas atividades normais,
incluindo as atividades de trabalho, de seis a oito semanas após o evento isquêmico.
Em uma pesquisa, foram avaliados os resultados de retorno precoce (até duas
semanas) às atividades normais, inclusive o trabalho, em pacientes pós-IAM recem
classificados como baixo risco (ausência de angina; fração de ejeção ventricular
esquerda - FEVE > 40%; resultado negativo para sintomas de isquemia e > 7 METs
no TECP). Foram avaliados dois grupos: um que retornou às atividades normais, em
duas semanas após IAM e outro submetido à reabilitação cardíaca padrão com retorno
às atividades em seis semanas após o IAM. Os resultados evidenciaram que não
23
houve diferença na incidência de re-infarto, revascularização, déficit na função
ventricular, nível de lipídios, índice de massa corporal, tabagismo, ou nos resultados
de TECP, em seis meses após o evento cardíaco. O retorno pleno às atividades
normais, inclusive ao trabalho, em duas semanas, após IAM, mostrou-se seguro em
pacientes de baixo risco (51).
Estudo com 14.305 pacientes indicados para o TECP, que completaram dois
TECPs em até 12 meses, mostrou que a alteração do resultado menor que sete METS
(baixa aptidão cardiorespiratória) para maior que que sete METs (satisfatória aptidão
cardiorespiratória), está associado a um risco 38% menor em todos os tipos de
mortalidade (52).
A avaliação pelo profissional de saúde deve considerar, como um fator central
(embora não exclusivo), a medição do gasto energético exigido pela atividade de
trabalho realizada. Esta avaliação pode ser feita por meio de estudos ergométricos,
mas geralmente isto só ocorre em casos excepcionais. No entanto, embora com algum
grau de aproximação, o gasto de energia da maioria das atividades ocupacionais pode
ser deduzido a partir de tabelas apropriadas e deve ser considerado como um valor
estimado. O retorno ao trabalho pode ser permitido e recomendado se a aptidão
cardiorespiratória do paciente é pelo menos duas vezes a demanda de energia da
atividade de trabalho específica (53).
Apesar de a medida direta ser mais precisa e considerada como padrão ouro,
sua utilização ainda é pouco frequente, por não ser uma medida viável para toda a
população e por apresentar limitações financeiras (54), físicas, restrição de tempo e
maior risco de evento cardiovascular em pacientes com DCV (55, 56).
Os métodos indiretos têm sido empregados a fim de mensurar o grau de
comprometimento da aptidão cardiorespiratória de indivíduos que apresentam DCV
(57, 58). A facilidade, o baixo custo, e a quantidade de informações levantadas tornam
tais instrumentos interessantes para as pesquisas (59).
O Veterans Specific Activity Questionnaire (VSAQ) pode ser utilizado como um
preditor isolado ou associado do prognóstico de pacientes com DCV (60) e para estimar
24
indiretamente a aptidão cardiorespiratória (58, 61, 62). Outra possibilidade de
aplicabilidade do VSAQ seria sua utilização na triagem de pacientes com indicação
para realização do teste de esforço (63). Neste estudo foi utilizado o VSAQ para estimar
a aptidão cardiorespiratória dos pacientes com SCA.
1.4 Qualidade de vida no coronariopata
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu qualidade de vida (QV) como;
a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de
valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações (64).
A QVRS refere-se ao impacto que as condições de saúde e seus sintomas têm
sobre a QV de um indivíduo (65).
O efeito do IAM na QVRS é bastante documentado na literatura (17; 66; 67; 68). O
IAM é um evento que afeta tanto a vida do paciente, como da família e pode ter
influência na QVRS, durante o período de recuperação (69).
Sintomas tais como de angina e dispneia, tem sido associado com à diminuição
da QVRS. A angina persistente após IAM, está relacionada com a redução da QVRS
(70). Entre os pacientes pós IAM, a dispneia é comum e está fortemente associada com
a diminuição da QVRS, re-hospitalização, e redução da taxa de sobrevivência (71).
As medidas de QVRS são úteis quando utilizadas na avaliação de intervenções,
terapias, tratamentos, função física e alívio da dor (67).
Existem basicamente dois tipos de instrumentos para avaliar a QV - os
questionários genéricos que não especificam a doença e são multidimensionais
referentes à base populacional e os questionários específicos para indivíduos que tem
alguma doença, agravo ou intervenção médica (72). Nesta pesquisa utilizou-se o
questionário específico MacNew Heart Disease Health-related Quality of Life
Questionnaire (MacNew) para pacientes com IAM. A versão brasileira do MacNew foi
considerada válida, segura e de simples utilização para avaliar a QVRS de pacientes
que tiveram IAM (73).
25
A QVRS tem sido bastante pesquisada nos últimos anos, trata-se de um tema
atual e relevante, especificamente quando se refere à promoção da saúde (27, 74, 67, 68).
1.5 Depressão e ansiedade no coronariopata
A depressão caracteriza-se por lentidão dos processos psíquicos, humor
depressivo e/ou irritável, redução da energia, incapacidade parcial ou total de sentir
alegria ou prazer, desinteresse, apatia ou agitação psicomotora, dificuldade de
concentração, pensamento de cunho negativo, com perda da capacidade de
planejamento e alteração do juízo da verdade (75, 76). Os sintomas de ansiedade variam
em gravidade, sendo os mais comuns os ataques de pânico: períodos de intensa
ansiedade, geralmente súbita e inesperada, com duração de alguns minutos ou horas
(77). A triagem dos pacientes que apresentam elevado risco de desenvolver um
distúrbio de ansiedade e depressão tem sido proposto a fim auxiliar o diagnóstico e
implementar um tratamento específico (78).
A depressão é comum em quase todas as doenças crônicas, e quando está
presente acaba levando a piores evoluções clínicas, a redução da adesão aos
tratamentos propostos, piora da QVRS e maior morbimortalidade (79). Pacientes com
insuficiência cardíaca e com dispneia apresentam um maior número de sintomas de
depressão do que ansiedade. Já os pacientes com sintoma de angina apresentam
um maior número de sintomas de ansiedade em relação à depressão (67).
Há uma alta prevalência de sintomas de depressão em pacientes com DCVs e
muitas vezes esta não é detectada (80). A triagem visa identificar os sintomas,
permitindo uma intervenção a fim de reduzir o sofrimento (68, 80). Programas de
triagem para depressão e ansiedade em pacientes com DCVs são importantes para
implementar possíveis estratégias de intervenções (68).
A saúde mental e os problemas emocionais após IAM têm sido relacionados
ao fracasso para o retorno ao trabalho (17, 27, 81). Podem causar grande impacto sobre
26
o bem estar e as atividades diárias dos indivíduos, sendo, por esse motivo, alvo de
pesquisa (82).
Os questinários podem ser utilizados para triagem dos pacientes que tem
maiores chances de desenvolver transtornos de ansiedade (78).
Como se tratam de estados mentais difíceis de serem quantificados, inúmeros
esforços têm sido realizados na tentativa de definir operacionalmente e de avaliar
estes dois transtornos (82). Esta avaliação pode ser por meio de escalas subjetivas,
como o Inventário de Ansiedade de Beck, Inventário de Depressão de Beck (BDI) (83),
Escala Analógica Visual (84), Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (Hospital
Anxiety and Depression Scale) – (HADS) (85), ou de maneira objetiva indireta por meio
de parâmetros hemodinâmicos, entre outros (82).
A HADS foi escolhida por ser de fácil compreensão, de rápida aplicação com
reduzido número de itens. Esta escala aborda as variáveis de interesse (ansiedade e
depressão) e tem demonstrado características psicométricas adequadas em
indivíduos com diversos tipos de doenças (85, 86).
1.6 Impacto da Doença no Cotidiano
As DCVs causam grande impacto sobre os indivíduos e suas famílias (2, 87).
A convivência com uma doença crônica como uma DCV, com os sintomas por
ela ocasionados e com o estigma que uma doença cardíaca pode resultar em
comprometimento físico, psicológico e social, uma vez que este paciente convive com
a possibilidade de uma piora de sua condição clínica (23, 25, 88). A SCA é responsável
por causar repercussões físicas e psicoemocionais. É apontada como uma das
principais síndromes que contribuem para o prejuízo da QVRS (89). Sintomas como
fadiga e dispneia resultantes das doenças cardíacas podem causar um efeito negativo
sobre a QVRS; a dor pode contribuir para maiores limitações, ou agir como um
lembrete constante da doença (90). Portanto, a assistência ao paciente com DCV deve
incluir, além de cuidados relacionados aos aspectos biológicos, aqueles relacionados
às variáveis psicossociais, considerando, especialmente, sua autopercepção de
27
saúde (23-25). A atenção à saúde desta população se constitui um desafio para os
serviços de saúde devido o impacto das doenças cardíacas no cotidiano (31).
Pressupondo que o impacto da doença é o resultado da ponderação entre a
percepção do sujeito sobre as consequências por ela impostas nas diferentes
dimensões de sua vida e a avaliação (ruim ou boa), é possível que os indivíduos que
percebam um impacto muito negativo da doença em suas vidas tenham uma pior
percepção de sua QV (91).
Em vários estudos não se encontra a medida do construto “impacto”
propriamente dito, mas considera-se o pressuposto de que quanto maior o impacto da
doença na QV do paciente, pior será a sua QV (92, 93).
O impacto percebido pela doença por indivíduos com valvopatia pode ser
influenciado por variáveis sociodemográficas, como idade e escolaridade e por
variáveis clinicas, como a presença ou não de sintomas e o tratamento com diuréticos
(25).
No presente estudo utilizou-se o Instrumento para Mensuração do Impacto da
Doença no Cotidiano do Valvopata (IDCV), que foi construído e validado por Padilha
et al. (94) e Padilha et al. (91), para avaliar o impacto da valvopatia no cotidiano do
paciente. Posteriormente, no estudo desenvolvido por Rodrigues et al. (95), com
casuística ampliada no estudo de Santos et al. (96), o IDCV foi aplicado a pacientes
com coronariopatia com evidências de confiabilidade e validade.
28
2. Objetivos
São objetivos deste estudo:
• Verificar o tempo de retorno ao trabalho de pacientes com SCA;
• Relacionar o tempo de retorno ao trabalho de pacientes com SCA às variáveis
sociodemográficas, clínicas e ocupacionais, desempenho no trabalho, aptidão
cardiorrespiratória, QVRS, ansiedade, depressão e impacto da doença;
• Avaliar o desempenho no trabalho, a aptidão cardiorrespiratória, QVRS,
ansiedade, depressão, e o impacto da doença cardiovascular;
• Correlacionar o desempenho no trabalho com a aptidão cardiorrespiratória,
QVRS, ansiedade e depressão e o impacto da doença cardiovascular.
3. Métodos
3.1 Tipo de Estudo
Trata-se de estudo exploratório transversal correlacional (97).
3.2 Local do Estudo
O estudo foi realizado em um ambulatório especializado de cardiologia,
subespecialidade de cardiopatia isquêmica, de hospital universitário de grande porte,
localizado em uma cidade do interior do Estado de São Paulo, que atende
exclusivamente os usuários do sistema de saúde pública brasileiro. A instituição
caracteriza-se por atender os pacientes conveniados ao Sistema Único de Saúde,
para a população pertencente aos municípios que integram a sua área de cobertura.
3.3 Sujeitos
A amostra foi obtida por meio de conveniência, constituída pela inclusão
sequencial dos sujeitos atendidos no referido ambulatório, segundo os critérios de
29
inclusão e exclusão, arrolados para a pesquisa no período pré-determinado para a
coleta de dados (de novembro de 2015 a abril de 2016).
Fizeram parte deste estudo pacientes com diagnóstico clínico de SCA, que
relataram atividades laborais no momento da entrevista, independentemente da
situação trabalhista. Os pacientes com SCA que rotineiramente comparecem ao
ambulatório de cardio-isquemia para consultas médicas. Foram identificados por meio
do prontuário e convidados a participar da pesquisa, no dia da consulta médica
agendada no serviço.
Foram excluídos os pacientes que apresentaram dificuldade de compreensão
dos questionários utilizados.
O estado cognitivo foi avaliado por meio de um questionário contendo sete
perguntas pré-estabelecidas e adaptadas do estudo de Pfeiffer (98), sendo elas: 1) Qual
seu nome completo?; 2) Qual o dia, mês e ano que estamos?; 3) Qual é o dia da
semana de hoje?; 4) Qual o nome da cidade que você nasceu?; 5) Como se chama
este lugar?; 6) Qual é a sua idade?; 7) Qual é a sua data de nascimento?. Os dados
foram verificados por meio de um documento de identificação, como a carteira de
identidade ou carteira de motorista. Os participantes que não acertaram a pelo menos
cinco questões foram excluídos do estudo.
3.4 Procedimentos de Coleta de dados.
A coleta de dados foi realizada em uma sala de consultório, pela própria
pesquisadora, por meio de entrevistas, com questionários estruturados e validados.
A coleta de dados foi realizada em apenas uma etapa. Para preencher o
Questionário de caracterização sociodemográfica, clínica e ocupacional (anexo 1) foi
realizada uma entrevista e foram coletados alguns dados do prontuário. Foram
aplicados também o questionário Questionário de Avaliação do Desempenho no
Trabalho (WRFQ-Br) (anexo 2), o Veterans Specific Activity Questionnaire (VSAQ)
(anexo 3), o MacNew Heart Disease Health-related Quality of Life Questionnaire
(MacNew) (anexo 4), a Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) (anexo 5) e o
Impacto da Doença no Cotidiano do Valvopata (IDCV) (anexo 6).
30
Os questionários foram aplicados na seguinte ordem: Questionário de
caracterização sociodemográfica, clínica e ocupacional, MacNew, WRFQ-Br, HDAS,
IDCV e VSAQ.
A entrevista foi individual, visando garantir a uniformidade das informações, uma
vez que a maioria dos sujeitos da população atendidos na instituição apresenta baixo
nível de escolaridade (99).
3.5 Instrumentos de coleta de dados
Foram utilizados o Questionário de Caracterização Sociodemográfica, Clínica e
Ocupacional, o Questionário de Avaliação do Desempenho no Trabalho (WRFQ-Br),
o Veterans Specific Activity Questionnaire (VSAQ), o MacNew Heart Disease Health-
related Quality of Life Questionnaire (MacNew), a Hospital Anxiety and Depression
Scale (HADS) e o Impacto da Doença no Cotidiano do Valvopata (IDCV).
3.5.1 Instrumento de caracterização sociodemográfica, clínica e ocupacional
Foi utilizado o instrumento de caracterização sociodemográfica, clínica e
ocupacional, construído e validado por Mendez et al. (100) e Silva e Baptista (101), sendo
utilizado nesta pesquisa com algumas adaptações. As informações obtidas por meio
deste instrumento foram o nome (somente as iniciais), número de registro (HC), data
da entrevista, idade (em anos), data de nascimento, sexo, escolaridade (em anos,
sendo considerado o nível mais elevado atingido pelo sujeito), situação conjugal
(solteiro, casado, viúvo, desquitado/divorciado, união consensual), raça/cor (branca,
parda, amarela e indígena), situação de trabalho atual. Foram considerados ativos, os
pacientes que relataram estar trabalhando há pelo menos um mês após o evento
isquêmico (IAM ou AI) e os pacientes aposentados e/ou afastados que desenvolviam
alguma atividade de trabalho. Foram considerados inativos os pacientes aposentados
31
compulsoriamente e/ou por invalidez, os afastados por auxílio-doença,
desempregados, não foram inclusos os pacientes que não realizam atividade
remunerada (do lar). Para caracterização dos pacientes ativos foram levantadas
informações sobre o tipo de atividade de trabalho exercida, tempo em que trabalha
neste emprego (meses), carga horária semanal (horas), se esteve afastado do
trabalho, nos últimos 12 meses, data do afastamento do trabalho, data do retorno ao
trabalho, tempo de retorno ao trabalho (meses), tempo que está trabalhando após
SCA (em anos).
O tipo de trabalho foi classificado como manual, misto ou não-manual, conforme
a classificação proposta por Hébert (102) em: trabalho manual - atividade que envolve
manipulação de cargas pesadas e médias por um período de tempo contínuo
(exemplo: trabalhadores florestais, mineiros e a grande maioria dos trabalhadores de
indústria de processamento), e/ou cargas mais leves, mas com uso de postura
estática contínua (exemplo: costureira) e/ou trabalho repetitivo contínuo (exemplo:
trabalhador de matadouro); trabalho misto envolve a manipulação de cargas leves e
postura estática descontínua ou ocasionalmente carga pesada ou média (exemplo:
enfermeiros, bombeiros), também inclusos nesta categoria aqueles que exijam muitos
movimentos e manipulações com carga leve e realizam movimentos repetitivos
(exemplo: cabeleireira) e trabalho não-manual aquele no qual esforço físico é mínimo
(exemplo: gerentes, diretores).
Foram coletadas as seguintes informações para caracterização clínica, por meio
de consulta ao prontuário do paciente: diagnóstico principal (IAM ou angina instável),
quando foi o evento isquêmico (mês e ano). Por meio de entrevista, foram coletadas
as seguintes informações: história de IAM prévio (número e tempo decorrido), fatores
de risco para coronariopatia e condições clínicas associadas (HAS, DM, dislipidemia,
tabagismo, etilismo, acidente vascular encefálico (AVE), terapia de reposição
hormonal e hábitos de vida (tabagismo e etilismo). Também foi registrado o histórico
do tratamento implementado desde o diagnóstico de SCA. Foi questionado se possui
outra (s) doenças(s) e se faz tratamento médico para a(s) mesma(s).
Para avaliação do peso, altura e determinação do Índice de Massa Corporal (IMC):
os pacientes foram pesados e medidos no momento antecedente à entrevista pela
32
pesquisadora, com uso de uma única balança antropométrica (balança eletrônica -
Linha P 150c, marca Líder Balanças), alocada no campo de pesquisa. Durante as
medidas todos os pacientes foram orientados a tirarem os calçados e deixarem os
braços estendidos na lateral do corpo, mantendo a cabeça ereta como o olhar voltado
para frente. O IMC foi calculado pela fórmula = (peso/altura2) (103). As medidas
antropométricas foram anotadas no instrumento de caracterização sociodemográfica,
clínica e ocupacional.
3.5.2 Questionário de Avaliação do Desempenho no Trabalho (WRFQ-Br)
O Work Role Functioning Questionnaire (WRFQ) originou-se dos instrumentos
Work Limitations Questionnaire (WLQ) e Work Limitations – 26 Items (WL-26) (39,35) e
foi traduzido e validado para a língua portuguesa do Brasil, o WRFQ-Br (35). O objetivo
deste instrumento é avaliar a capacidade para o trabalho em relação ao impacto e
limitações decorrentes de afecções crônicas nas atividades de trabalho diárias (38, 104-
106). O WRFQ-Br investiga também se a capacidade no trabalho altera-se após o
término dos tratamentos, o que possibilita a avaliação dos tratamentos clínicos
propostos (107). É composto por cinco demandas de avaliação: Demandas de Plano de
trabalho (Questões: 1,2,3,4 e 5): avaliam as dificuldades do trabalhador em manejar
e planejar suas atividades ocupacionais diárias, desde o início ao término; Demandas
físicas (Questões:13,14,15,16,17 e 18): investigam a habilidade do trabalhador em
executar atividades de trabalho, que incluem cargas físicas, estáticas e dinâmicas;
Demandas mentais (Questões:19,20,21,22,23 e 24): estão relacionadas às exigências
cognitivas (atenção e concentração); Demandas sociais (Questões: 25,26 e 27):
contemplam as interações que o indivíduo deve realizar com seus colegas de trabalho
e com os clientes de seu serviço; Demandas de produção (Questões: 6,7,8,9,10,11 e
12): abrangem a produtividade, a qualidade do serviço e a satisfação no trabalho (106).
Para o cálculo do escore do WRFQ-Br é necessário: verificar a porcentagem
de escolha da opção “Não se aplica ao meu trabalho”. Se superior a 20% das
questões, não será possível calcular o índice. O cálculo do escore para cada demanda
33
é realizado pela razão entre a somatória da pontuação dos itens válidos de cada
subescala, separadamente, e o número de itens do instrumento, o que resultará em
um valor entre zero e quatro. O valor obtido deve ser multiplicado por 25, o que gera
um índice, que varia entre zero e 100%. Este índice reflete a capacidade para o
trabalho do indivíduo de acordo com as funções; quanto maior o índice melhor a
capacidade para o trabalho que desempenha para cada demanda avaliada (35, 106). Foi
utilizada a versão adaptada e validada para a língua portuguesa do Brasil (35).
3.5.3 Medida da aptidão cardiorespiratória: Veterans Specific Activity
Questionnaire (VSAQ)
O VSAQ é um questionário breve, elaborado para determinar o nível máximo
de atividade física diária de acordo com a ocorrência de sintomas cardiovasculares.
Foi originalmente aplicado aos pacientes encaminhados ao teste cardiopulmonar por
razões clínicas (55, 108). Consiste em uma lista de atividades elencadas em ordem
progressiva, de acordo com seu Equivalente Metabólico de Tarefa (MET). No estudo
de validação do VSAQ foi constatado que a inclusão da idade do paciente no escore
melhora a capacidade de prever a tolerância do paciente ao exercício(55).
Dessa forma, foi proposto um nomograma a ser aplicado de acordo com o
resultado obtido com a pontuação VSAQ, que é expresso pela seguinte equação:
METs =4,7 + 0,97 (VSAQ) - 0,06 (idade)
A equação reflete o peso relativo da idade e a pontuação obtida pelo VSAQ
para prever a aptidão cardiorrespiratória (55, 109). O VSAQ é adequado para uso pela
equipe multidisciplinar de saúde no acompanhamento regular de pacientes cardíacos
para avaliar outros aspectos além do clínico, tais como o impacto da doença na vida
diária e o nível de tolerância ao exercício (110). Este instrumento foi desenvolvido na
cultura americana e como o padrão de atividade física dos brasileiros é diferente
daquele observado nos norte-americanos, foi adaptado para a cultura brasileira e
34
validado para cardiopatas (Domingues et al., 2011), tendo apresentado propriedades
de medida satisfatórias (110).
3.5.4 Medida de qualidade de vida relacionada à saúde: MacNew Health-related
Quality of Life (MacNew)
O MacNew consiste da versão modificada do instrumento original Quality of Life
after Myocardial Infarction (QLMI), desenvolvido na língua inglesa para avaliar a
QVRS de pacientes que sobreviveram ao IAM e que tinham indicação para participar
de programa de reabilitação cardíaca (111-114). O instrumento foi adaptado para cultura
brasileira (73) e suas propriedades de medida foram avaliadas em outro estudo (115).
A versão brasileira do MacNew é composta por 27 itens distribuídos em três
domínios: Função Física (13 itens - 6, 9, 12, 14, 16, 17, 19, 20, 21, 24, 25, 26, 27);
Função Emocional (14 itens- 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 12, 13, 15, 18, 23) e Função
Social (13 itens - 2,11,12 13, 15, 17, 20,21, 22, 23, 24, 25, 26). Alguns itens fazem
parte de mais de um domínio. As respostas referem-se a um período de tempo de
duas semanas anteriores. Respostas perdidas não contribuem para o cálculo do
escore. O item 27 (relação sexual) pode ser excluído, sem alterar o escore do domínio.
O escore máximo possível em qualquer domínio é sete (melhor QVRS) e o escore
mínimo possível é um (pior QVRS). Os escores dos domínios são calculados por meio
da média das respostas naquele domínio. Se ocorrer perda de mais de 50% dos itens,
para um determinado domínio, o escore para aquele domínio não é calculado. O
escore global de QVRS pode ser calculado por meio da soma da média de todos os
itens. A perda de um dos domínios implica em impossibilidade de calcular o QVRS
global. Quanto maior a pontuação melhor a QVRS (73).
3.5.5 Medida de ansiedade e depressão: Escala Hospitalar de Ansiedade e
Depressão (HADS)
35
A HADS foi validada para a língua portuguesa do Brasil, por Botega et al. (85).
Embora tenha sido inicialmente proposta para pacientes ambulatoriais na detecção
de estados depressivos e de ansiedade, pode ser aplicada em diversos contextos. A
escala contém 14 questões do tipo múltipla escolha é composta de duas subescalas:
ansiedade (HADS-A) e depressão (HADS-B), com sete itens em cada domínio (116).
Cada item tem uma pontuação que varia de zero a três, sendo que a pontuação global
em cada subescala varia de zero a 21. Para a interpretação dos valores das duas
subescalas, considera-se que quanto maior a pontuação, maior a chance de o
indivíduo desenvolver um transtorno de ansiedade e/ou de depressão (117). A HADS
leva cerca de 2 a 5 minutos para ser respondida (118). O questionário pode ser aplicado
por entrevista pessoal ou autoaplicação (119). Outra forma de análise é considerar
como critério um escore de oito como ponto de corte para HADS-A (valores > 08
considera-se com sintomas de ansiedade e valores < 8, sem sintomas de ansiedade)
e para HADS-D (valores > 08 considera-se com sintomas de depressão e valores < 8,
sem sintomas de depressão) (117).
3.5.6 Instrumento para Mensuração do Impacto da Doença no Cotidiano do
Valvopata (IDCV)
O instrumento IDCV foi desenvolvido originalmente para avaliação de crenças de
pacientes valvopatas (94), mas constatou-se, em estudo posterior, que o conjunto de
afirmativas que o compõe é capaz de avaliar o impacto da cronicidade imposta pela
cardiopatia (96). É composto por duas escalas: Parte A – composta por 14 itens que
medem as percepções relativas ao impacto da doença; Parte B - com 14 itens, mede
a avaliação que o sujeito faz sobre cada consequência da afecção mencionada na
primeira escala (quer ela ocorra ou não em sua vida). Na parte A, o paciente responde
a cada um dos itens utilizando uma escala Likert de cinco pontos, que varia de um
(discordo totalmente) a cinco (concordo totalmente). Na parte B, uma escala tipo Likert
é utilizada, com respostas que variam de um (muito ruim) a cinco (muito bom). Os
itens estão agrupados em quatro domínios: Impacto físico da doença - sintomas (11,12
36
e 13); Impacto da doença nas atividades cotidianas (5,7, 9, 10 e 14); Impacto social e
emocional da doença (2, 3, 4 e 6); e Adaptação à doença (1 e 8) (94).
Para determinar o escore final do IDCV, todos os itens devem ser transformados
na mesma direção. Assim, todos aqueles da parte B e os itens 1, 5 e 8 da Parte A,
que correspondem a percepções relacionadas ao impacto favorável, são invertidos.
Para cálculo do escore, cada item corresponde ao produto dos escores obtidos em
ambas as partes do IDCV, podendo gerar um escore que oscila entre um a 25 para
cada afirmativa avaliada. Quanto mais próximo de um, menor o impacto da doença
percebido pelo indivíduo, e quanto mais próximo de 25, maior é a percepção de
impacto da doença no cotidiano. O escore total do IDCV é calculado pela soma de
todos os produtos obtidos, sendo possível uma variação do escore de 14 a 350.
Quanto maior o escore, maior o impacto negativo percebido pelo indivíduo; quanto
menor o escore, menor a percepção de impacto negativo da doença (94).
3.6 Análise Estatística
Os dados foram inseridos em uma planilha eletrônica no software Statistical
Package for Social Sciences (SPSS), versão 22.0 para Windows; e transferidos para
o programa Statistical Analysis System for Windows, versão 9.4 (Statistical Analysis
System Institute Inc., Cary, NC, USA, 2008), para realização das seguintes análises:
-Descritiva: com confecção de tabelas de frequência, medidas de posição
(média, mediana, mínima e máxima) e dispersão (desvio padrão) para dados de
caracterização sociodemográfica, clínica e ocupacional e para domínios e escore total
dos instrumentos de avaliação do desempenho no trabalho, aptidão
cardiorrespiratória, QVRS, ansiedade e depressão e impacto da doença no cotidiano
do coronariopata;
-Comparação: Foi empregado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney (120),
para comparação do tempo de retorno do trabalho com o tipo de trabalho, com os
sintomas, condições clínicas associadas e hábitos de vida. O pós-teste de Dunn (120),
foi utilizado para comparar o tempo de retorno do trabalho em relação ao tipo de
trabalho;
37
-Correlação: foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman (120) para
verificar a existência de correlação entre o tempo de retorno do trabalho e a
escolaridade, a renda familiar, o tempo que trabalha no emprego, a carga horária, a
avaliação do desempenho no trabalho, a aptidão cardiorrespiratória, QVRS,
ansiedade e depressão e o impacto da doença cardiovascular. Também foi utilizado
o coeficiente de correlação de Spearman para correlacionar o desempenho no
trabalho com a aptidão cardiorrespiratória, QVRS, ansiedade, depressão e impacto
da doença.
Optou-se pela seguinte classificação para avaliar a correlação: 0,1 a 0,29
(fraca), 0,30 a 0,49 (moderada) e maior ou igual a 0,50 (forte) (121).
O nível de significância adotado nas análises foi igual a 5%.
3.7 Aspectos Éticos
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP (parecer número 611.105/2014) (Anexo
7). Todos os pacientes participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Apêndice 1), conforme determinado pela Resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde.
38
4. Resultados
Os resultados deste estudo estão apresentados sob forma de artigo submetido
à publicação em periódico internacional.
4.1 Artigo
Retorno ao trabalho de pacientes com síndrome coronariana aguda
(Submetido à revista Panamericana de Salud Pública)
Resumo
Objetivo: Verificar o tempo de retorno ao trabalho de pacientes com síndrome
coronariana aguda (SCA); relacionar o tempo de retorno ao trabalho destes pacientes
com as variáveis sociodemográficas, clínicas, psicossociais (qualidade de vida,
ansiedade e depressão, impacto da doença no cotidiano) e ocupacionais
(desempenho no trabalho) e correlacionar o desempenho no trabalho com a aptidão
cardiorrespiratória, qualidade de vida relacionada à saúde, ansiedade, depressão e
impacto da doença.
Métodos: Foram incluídos 65 pacientes com SCA, que relataram estar trabalhando
no momento da entrevista. Para a coleta de dados foram utilizados: um questionário
de Caracterização Sociodemográfica, Clínica e Ocupacional; as versões brasileiras do
Work Role Functioning Questionnaire (WRFQ- BR); do Veterans Specific Activity
Questionnaire (VSAQ); do MacNew Heart Disease Health-related Quality of Life
instrument (MacNew); a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HDAS) e o
Impacto da Doença no Cotidiano do Valvopata (IDCV). Para análises estatísticas
foram aplicados o teste não-paramétrico de Mann-Whitney, pós-teste de Dunn e o
coeficiente de correlação de Spearman.
39
Resultados: O tempo médio de retorno ao trabalho foi de 7,3 (12) meses, maior do
que em outros estudos. Não foram constatadas relações entre as variáveis
sociodemográficas, clínicas, os instrumentos (WRFQ- Br, VSAQ, MacNew, HDAS e
IDCV) com o tempo de retorno ao trabalho. Os indivíduos que exerciam o tipo de
trabalho manual apresentaram um tempo de retorno mais elevado. Verificou-se que a
maioria dos domínios do WRFQ-Br que avalia o desempenho no trabalho foi
fortemente correlacionada com a QVRS e inversamente correlacionada com as
medidas de ansiedade e depressão, evidenciando que quanto melhor o desempenho
no trabalho, menos traços de ansiedade e depressão e melhor QVRS. Por outro lado,
o desempenho no trabalho foi fracamente correlacionado com a aptidão
cardiorespiratória e não evidenciou relação com escore total o impacto da doença.
Conclusão: O tempo médio de retorno ao trabalho foi associado ao tipo de trabalho.
Em pacientes com SCA brasileiros em seguimento ambulatorial em hospital
universitário público, quanto melhor o desempenho no trabalho, melhor a QVRS e
menor os traços de ansiedade e depressão. Os dados sugerem a relevância do
desenvolvimento de estratégias e pesquisas com a finalidade de promover a
reabilitação de trabalhadores com SCA para que estes possam retornar ao trabalho.
Descritores: Retorno ao Trabalho, Desempenho no trabalho, Qualidade de Vida,
Ansiedade, Depressão, Síndrome Coronariana Aguda.
ABSTRACT
Objectives: To verify the time to return to work among patients with acute coronary
syndrome (SCA); to relate the time of return to the work of these patients with
sociodemographic, clinical, psychosocial (quality of life, anxiety and depression,
impact of the disease on a daily basis) and occupational variables (performance at
work) and to correlate work functioning with cardiorespiratory fitness, health-related
quality of life, depression and disease impact.
40
Methods: We included 65 individuals, with diagnosis of acute coronary syndrome
(SCA), who reported being working at the time of the interview. For data collection
were used: a questionnaire of sociodemographic, clinical and occupational
characterization; the Work Role Functioning Questionnaire; the Veterans Specific
Activity Questionnaire; the MacNew Heart Disease Health-related Quality of Life
instrument; the Hospital Anxiety and Depression Scale and the Impact of Disease on
Valvopata's Daily Life Questionnaire. For statistical analysis, the non-parametric
Mann-Whitney test, the Dunn post-test and the Spearmam correlation coefficient were
applied.
Results: The mean time to return to work was 7.3 (12) months, higher than in other
studies. We did not find a relation between sociodemographic, clinical variables,
questionnaires (WRFQ, VSAQ, MacNew, HDAS and IDCV) and time to return to work.
The individuals who performed the manual work had a higher turnaround time. Most of
the WRFQ domains that evaluate performance at work showed strong correlations with
health-related quality of life. Work functioning also showed an inverse correlation with
the measures of anxiety and depression. On the other hand, the performance in the
work was poorly correlated with the cardiorespiratory fitness and did not show a
relation with total score the impact of the disease.
Conclusions: The mean time to return to work was associated with the type of work.
Among Brazilian SCA out patients in follow-up at a public university hospital, the better
the performance at work, better the health-related quality of life and the lower the traces
of anxiety and depression. The data suggest the relevance of the development of
strategies and research in order to promote the rehabilitation of SCA workers so that
they can return to work.
Descriptors: Return to Work, Work Performance, Quality of Life, Anxiety, Depression,
Acute Coronary Syndrome.
41
Introdução
As doenças cardiovasculares (DCVs) representam a principal causa de óbito
no mundo e se encontram entre as doenças de maior impacto financeiro (1).
Atualmente, mais de 80% das mortes por DCVs ocorrem em países de baixa e
média renda per capita. As pessoas com DCVs e outras doenças não-transmissíveis
que residem nestes países têm menos acesso a serviços de saúde eficazes e
equitativos que respondam às suas necessidades. Como resultado, são
diagnosticadas tardiamente e morrem mais jovens, muitas vezes no auge dos seus
anos produtivos (1).
As DCVs são causa importante de incapacidade física e de invalidez e
contribuem significativamente para o aumento de despesas com saúde (2). Dentre as
DCVs, destaca-se a doença arterial coronária (DAC), cujas principais manifestações
clínicas são a isquemia miocárdica com lesão celular reversível (angina) ou
irreversível, que caracteriza o infarto agudo do miocárdio (IAM) (3). O termo Síndrome
Coronária Aguda (SCA) tem sido utilizado para nomear os episódios de IAM ou angina
instável (AI) (4).
São escassos os estudos que abordam o retorno ao trabalho após o IAM (5). As
pesquisas de retorno ao trabalho de pacientes com SCA consideram o retorno ao
trabalho como o tempo decorrido entre a data da angina instável ou IAM e a data do
retorno às atividades laborais (6, 7).
Há na literatura relato de variáveis que podem influenciar o retorno ao trabalho
após eventos isquêmicos cardíacos. Entre elas, destacam-se as variáveis
sociodemográficas - idade (8, 9), sexo (8), escolaridade (10), situação socioeconômica
(11); as variáveis clínicas - condições de saúde (10), comprometimento de aspectos
físicos(10), presença de comorbidade (7) não liberação médica (11), percepção da
doença (12); variáveis psicossociais – comprometimento de aspectos mentais, apoio
familiar (10) e as variáveis ocupacionais, especialmente o tipo de trabalho (13) e a
capacidade funcional (10). A legislação de cada país também pode influenciar no
retorno ao trabalho do paciente com IAM (14). O conhecimento sobre a relação entre
42
estas variáveis e o tempo médio de retorno ao trabalho pode facilitar o planejamento
e implementação de intervenções que visem reduzir o tempo de retorno ao trabalho
do paciente com SCA. Entretanto, não foram encontradas pesquisas recentes que
tenham explorado estas variáveis entre os pacientes coronariopatas em seguimento
ambulatorial em hospital universitário na região sudeste do Brasil.
A licença médica por DAC não é a mais frequênte, mas uma das mais longas
(10). Soma-se a isso, o fato desta afecção ter repercussões negativas nos aspectos
físicos, emocionais, sociais, econômicos e na qualidade de vida relacionada à saúde
(QVRS) (7, 10) que pode afetar o cotidiano laboral dos pacientes. Sendo assim, a
assistência a esses pacientes deve incluir, além de cuidados relacionados aos
aspectos biológicos, aqueles relacionados às variáveis psicossociais, considerando,
especialmente, sua autopercepção de saúde (15, 16).
A saúde mental e problemas emocionais após IAM têm sido relacionados ao
fracasso para a volta ao trabalho (8, 17). A presença de episódio depressivo foi
associada ao aumento da chance de não retorno ao trabalho em pacientes com IAM
(18), devido ao forte impacto sobre o bem-estar e, consequentemente, sobre as
atividades de vida diária dos indivíduos, sendo, por esse motivo, objeto de pesquisas
(19).
A necessidade de tratamento clínico e cirúrgico também pode interferir
diretamente no retorno do indivíduo às suas atividades de vida diária. Além disso, a
capacidade para o trabalho pode estar alterada no retorno, devendo, por esse motivo,
ser avaliada (20).
O conceito de capacidade para o trabalho diz respeito à capacidade que o
trabalhador dispõe para desempenhar suas tarefas, capacidade condicionada pelas
demandas do trabalho, pelo seu estado de saúde e por suas habilidades mentais e
físicas (21, 22).
Nesse sentido, o Questionário de Avaliação do Desempenho no Trabalho
(WRFQ-Br) é um instrumento que avalia se a capacidade para o trabalho está alterada
devido a problemas de saúde relacionados a afecções crônicas, o que implica em
impacto/ limitações na execução das atividades de trabalho diárias (23). Os
43
trabalhadores podem ser avaliados antes e após os processos de reabilitação, assim
como pode ser avaliada a efetividade dos tratamentos clínicos. Sua aplicação pode
também direcionar as adaptações necessárias para facilitar o retorno do indivíduo ao
ambiente de trabalho (20,23).
As DCVs tem forte impacto sobre os indivíduos e suas famílias (1). As medidas
do estado de saúde, incluindo a capacidade funcional, os sintomas associados às
atividades de vida diárias, e o bem-estar físico ou psicológico são amplamente
utilizadas na avaliação de intervenções para pacientes com DCV (24). Tais medidas
são importantes, por conter informações sobre como a saúde do trabalhador afeta sua
função no trabalho (25).
Investigar as interfaces do retorno ao trabalho pode, portanto, fornecer
subsídios importantes para o delineamento de intervenções que visem o retorno ao
trabalho, a manutenção da capacidade produtiva destas pessoas, bem como a
otimização da QVRS e a redução dos custos envolvidos na reabilitação social do
paciente com coronariopatia.
Desta forma, este estudo tem como objetivos: verificar o tempo de retorno ao
trabalho de pacientes com SCA; relacionar o tempo de retorno ao trabalho de
pacientes com SCA com as variáveis sociodemográficas, clínicas e ocupacionais,
desempenho no trabalho, aptidão cardiorrespiratória, QVRS, ansiedade, depressão e
impacto da doença; e correlacionar o desempenho no trabalho com aptidão
cardiorrespiratória, QVRS, ansiedade, depressão e impacto da doença.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo transversal exploratório correlacional realizado em um
Ambulatório Especializado de Cardiologia, subespecialidade de cardiopatia
isquêmica, de um hospital universitário de grande porte, localizado no interior do
Estado de São Paulo, que atende apenas a usuários do sistema de saúde pública
44
brasileiro. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer
n.611.105/2014).
A amostragem se deu por conveniência, constituída pela inclusão sequencial dos
sujeitos, no período de novembro de 2015 a abril de 2016. Foram incluídos 65
pacientes com diagnóstico de SCA que relataram estar trabalhando no momento da
entrevista, independente da situação trabalhista. Foram excluídos os pacientes que
apresentaram dificuldade de compreensão dos questionários utilizados. O estado
cognitivo foi avaliado por meio de questionário contendo sete perguntas pré-
estabelecidas e adaptadas do estudo de Pfeiffer (26). Os participantes que não
responderam corretamente a pelo menos cinco questões, foram excluídos do estudo.
A entrevista foi individual e realizada pela pesquisadora principal, em local
privativo, com questionários estruturados e validados. Foram utilizados o Questionário
de Caracterização Sociodemográfica, Clínica e Ocupacional, o WRFQ-Br, o Veterans
Specific Activity Questionnaire (VSAQ), o MacNew Heart Disease Health-related
Quality of Life instrument (MacNew), a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão
(HADS) e o Questionário de Impacto da Doença no Cotidiano do Valvopata (IDCV).
Instrumento de caracterização Sociodemográfica, Clínica e Ocupacional
Foi utilizado o instrumento de Caracterização Sociodemográfica, Clínica e
Ocupacional construído e validado por Mendez et al. (27) e Silva e Baptista (28), com
algumas adaptações para esta pesquisa. As informações obtidas por meio deste
instrumento foram o nome (somente as iniciais), número de registro (HC), data da
entrevista, idade (em anos), data de nascimento, sexo, escolaridade (em anos, sendo
considerado o nível mais elevado atingido pelo sujeito), renda familiar, situação
conjugal (solteiro, casado, viúvo, desquitado/divorciado, união consensual), raça/cor
(branca, parda, amarela e indígena), situação de trabalho atual. Foram considerados
ativos, os pacientes que relataram estar trabalhando há pelo menos um mês após o
evento isquêmico (IAM ou AI) e os pacientes aposentados e/ou afastados que
desenvolviam alguma atividade de trabalho. Foram considerados inativos os
pacientes aposentados compulsoriamente e/ou por invalidez, os afastados por auxílio-
doença, desempregados e do lar (por não exercer atividade remunerada). Para
45
caracterização dos pacientes ativos foram levantadas informações sobre o tipo de
atividade exercida, tempo de trabalho no emprego atual (em anos), carga horária
semanal (em horas), tempo de trabalho após a SCA, se esteve afastado nos últimos
12 meses e tempo de retorno ao trabalho (meses). Foi considerado tempo de retorno
ao trabalho, o tempo decorrido entre a data do evento isquêmico (angina instável ou
IAM) e a data do retorno ao trabalho.
Quanto à caracterização clínica, as informações sobre o diagnóstico principal (IAM
ou angina instável) e a data do evento isquêmico foram obtidas por meio de consulta
ao prontuário. Os dados sobre fatores de risco para coronariopatia e/ou condições
clínicas associadas (hipertensão - HAS, diabetes mellitus - DM, dislipidemia, acidente
vascular encefálico – AVE e terapia de reposição hormonal) e outras comorbidades,
bem como os dados sobre hábitos de vida (tabagismo e etilismo), se fazia
acompanhamento médico para outras doenças e o histórico do tratamento
implementado foram coletados por meio de entrevista.
Para peso, altura e determinação do Índice de Massa Corporal (IMC); os pacientes
foram pesados e medidos no momento antecedente à entrevista, pela pesquisadora,
com uso de uma única balança antropométrica (balança eletrônica - Linha P 150c,
marca Líder Balanças), alocada no campo de pesquisa. Durante as medidas todos os
pacientes foram orientados a tirarem os calçados e deixarem os braços estendidos ao
longo do corpo, mantendo a cabeça ereta como o olhar voltado para frente. O IMC foi
calculado pela fórmula = (peso/altura2) (29).
O tipo de trabalho foi classificado conforme a proposta de Hébert (30), em: trabalho
manual - atividade que envolve manipulação de cargas pesadas e médias por um
período de tempo contínuo e/ou cargas mais leves, mas com uso de postura estática
contínua e/ou trabalho repetitivo contínuo; trabalho misto envolve a manipulação de
cargas leves e postura estática descontínua ou ocasionalmente carga pesada ou
média porém com movimentos repetitivos e trabalho não-manual aquele no qual
esforço físico é mínimo.
Questionário de Avaliação do Desempenho no Trabalho (WRFQ-Br)
46
O Work Role Functioning Questionnaire (WRFQ) originou-se dos instrumentos
Work Limitations Questionnaire (WLQ) e Work Limitations – 26 Items (WL-26) e foi
traduzido e validado para a língua portuguesa do Brasil (20). O objetivo é avaliar a
capacidade funcional do trabalhador em relação ao impacto e limitações decorrentes
de afecções crônicas nas atividades de trabalho diárias. É composto por cinco
demandas de avaliação: Demandas de Plano de trabalho: avaliam as dificuldades do
trabalhador em manejar e planejar suas atividades ocupacionais diárias, desde o início
ao término; Demandas físicas: investigam a habilidade do trabalhador em executar
atividades de trabalho, que incluem cargas físicas, estáticas e dinâmicas; Demandas
mentais: estão relacionadas às exigências cognitivas (atenção e concentração);
Demandas sociais: contemplam as interações que o indivíduo deve realizar com seus
colegas de trabalho e com os clientes de seu serviço; Demandas de produção:
abrangem a produtividade, a qualidade do serviço e a satisfação no trabalho. Para o
cálculo do escore do WRFQ é necessário: verificar a porcentagem de escolha da
opção “Não se aplica ao meu trabalho”, se superior a 20% das questões, não será
possível calcular o índice. O cálculo do escore para cada demanda é realizado pela
razão entre a somatória da pontuação dos itens válidos de cada subescala
separadamente e o número de itens do instrumento, o que resultará em um valor entre
zero e quatro. Para o cálculo do escore total, o valor obtido deve ser multiplicado por
25, gerando um índice, que varia entre zero e 100%. Este índice reflete a capacidade
para o trabalho do indivíduo de acordo com as funções. Quanto maior o índice, melhor
a capacidade para o trabalho que desempenha para cada demanda avaliada (20). Foi
utilizada a versão adaptada e validada para a língua portuguesa do Brasil(20).
Veterans Specific Activity Questionnaire (VSAQ)
O VSAQ é um questionário breve, elaborado para determinar o nível máximo
de atividade física diária de acordo com a ocorrência de sintomas cardiovasculares.
Foi originalmente aplicado aos pacientes encaminhados ao teste cardiopulmonar por
razões clínicas (31,32). Consiste em uma lista de atividades elencadas em ordem
progressiva, de acordo com seu Equivalente Metabólico de Tarefa (MET). No estudo
de validação do VSAQ (32), foi constatado que a inclusão da idade do paciente no
escore melhora a capacidade de prever a tolerância ao exercício. Dessa forma, foi
47
proposto um nomograma a ser aplicado de acordo com a pontuação obtida pelo
VSAQ, expresso pela equação: METs =4,7 + 0,97 (VSAQ) - 0,06 (idade).
A equação reflete o peso relativo da idade e a pontuação obtida pelo VSAQ
para prever a capacidade de realizar atividade física (32). O VSAQ é adequado para
uso multidisciplinar no acompanhamento regular de pacientes com DCV para avaliar
o impacto da doença na vida diária e o nível de tolerância ao exercício (33). Este
instrumento foi desenvolvido na cultura norte americana e como o padrão de atividade
física dos brasileiros é diferente daquele observado nos norte-americanos, este
instrumento foi adaptado para a cultura brasileira e validado para DCV (33), tendo
apresentado propriedades de medida satisfatórias.
MacNew Heart Disease Health-related Quality of Life (MacNew)
Consiste da versão modificada do instrumento original Quality of Life after
Myocardial Infarction (QLMI), originalmente desenvolvido na língua inglesa para
avaliar a QVRS de pacientes com infarto do miocárdio, com indicação para participar
de programa de reabilitação cardíaca (34, 35). A versão brasileira do MacNew é
composta por 27 itens distribuídos em três domínios: Função Física (13 itens - 6, 9,
12, 14, 16, 17, 19, 20, 21, 24, 25, 26, 27); Função Emocional (14 itens- 1, 2, 3, 4, 5, 6,
7, 8, 10, 12, 13, 15, 18, 23) e Função Social (13 itens - 2,11,12 13, 15, 17, 20,21, 22,
23, 24, 25, 26). Alguns dos itens fazem parte de mais de um domínio. As respostas
referem-se a um período de tempo de duas semanas anteriores. Respostas perdidas
não contribuem o escore. O item 27 (relação sexual) pode ser excluído, sem alterar o
escore do domínio. O escore máximo possível em qualquer domínio é sete (melhor
QVRS) e o escore mínimo possível é um (pior QVRS). Os escores dos domínios são
calculados por meio da média das respostas naquele domínio. Se ocorrer perda de
mais de 50% dos itens, para um determinado domínio, o escore para aquele domínio
não é calculado. O instrumento também possui um escore de QVRS global, que pode
ser calculado por meio da soma da média de todos os itens. A perda de um dos
domínios implica em impossibilidade de calcular o QVRS global(36). O instrumento foi
48
adaptado para língua portuguesa do Brasil (36) e teve seu desempenho psicométrico
testado na cultura brasileira em estudo pregresso (37).
Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS)
A HADS foi validada para a língua portuguesa do Brasil, por Botega et al. (38).
Embora tenha sido inicialmente proposta para pacientes ambulatoriais na detecção
de estados depressivos e de ansiedade, pode ser aplicada em diversos contextos (39).
A escala contém 14 questões do tipo múltipla escolha e é composta por duas
subescalas: ansiedade (HADS-A) e depressão (HADS-D), com sete itens em cada
domínio (39). Cada item tem uma pontuação que varia de zero a três, sendo que a
pontuação global em cada subescala varia de zero a 21. Para a interpretação dos
valores das duas subescalas, considera-se que quanto maior a pontuação, maior a
chance de desenvolver um transtorno de ansiedade e/ou de depressão (40). Outra
forma de análise é considerar, o escore oito como ponto de corte para HADS-A
(valores > 08 considera-se com sintomas de ansiedade e valores < 8, sem sintomas
de ansiedade) e para HADS-D (valores > 08 considera-se com sintomas de depressão
e valores < 8, sem sintomas de depressão) (40).
Impacto da Doença no Cotidiano do Valvopata (IDCV)
O instrumento IDCV foi desenvolvido originalmente para avaliação de crenças
de pacientes valvopatas (41), mas constatou-se, em estudo posterior, que o conjunto
de afirmativas que o compõe é capaz de avaliar o impacto da cronicidade imposta
pela cardiopatia (42). É constituído por duas partes: Parte A - composta por14 itens
que medem as percepções relativas ao impacto da doença; Parte B - com 14 itens
que medem a avaliação que pessoa faz sobre cada consequência mencionada na
primeira escala, quer ela ocorra ou não em sua vida. Na parte A, o paciente
responderá a cada um dos itens utilizando uma escala Likert de cinco pontos, que
varia de um (discordo totalmente) a cinco (concordo totalmente). Na parte B, uma
escala tipo Likert é utilizada, com respostas que variam de um (muito ruim) a cinco
(muito bom). Os itens estão agrupados em quatro domínios: Impacto físico da doença
49
– sintomas; Impacto da doença nas atividades cotidianas; Impacto social e emocional
da doença e adaptação à doença. Para determinar o escore final do IDCV é
necessário transformar todos os itens na mesma direção. Assim, todos aqueles da
parte B e os itens 1, 5 e 8 da Parte A, que correspondem a percepções relacionadas
ao impacto favorável, foram invertidos. Para cálculo do escore, cada item corresponde
ao produto dos escores obtidos em ambas as partes do IDCV, podendo gerar um
escore de um a 25 para cada afirmativa avaliada. Quanto mais próximo de um, menor
o impacto da doença percebido pelo indivíduo, e quanto mais próximo de 25, maior é
a percepção de impacto da doença no cotidiano. O escore total do IDCV é calculado
pela soma de todos os produtos obtidos, sendo possível uma variação do escore de
14 a 350. Quanto maior o escore maior o impacto negativo percebido pelo indivíduo;
quanto menor o escore menor a percepção de impacto negativo da doença (41).
Análise estatística
Os dados foram inseridos em uma planilha eletrônica no software Statistical
Package for Social Sciences (SPSS), versão 22.0 para Windows; e transferidos para
o programa Statistical Analysis System for Windows, versão 9.4 (Statistical Analysis
System Institute Inc., Cary, NC, USA, 2008), para realização das seguintes análises:
- Descritiva: com confecção de tabelas de frequência, medidas de posição
(média, mediana, mínima e máxima) e dispersão (desvio padrão) para dados de
caracterização sociodemográficas, clínica e ocupacionais e para domínios e escore
total dos instrumentos de avaliação do desempenho no trabalho, aptidão
cardiorrespiratória, QVRS, ansiedade, depressão e impacto da doença.
- Comparação: foi empregado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney (43),
para comparação entre o tempo de retorno do trabalho e as variáveis clínicas
(sintomas, condições clínicas associadas e hábitos de vida) e variáveis ocupacionais
(tipo de trabalho). O Pós-teste de Dunn (43), foi utilizado para comparar o tempo de
retorno do trabalho com o tipo de trabalho.
- Correlação: foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman (43) para
verificar a existência de correlação entre o tempo de retorno do trabalho e a
50
escolaridade, a renda familiar, o tempo que trabalha no emprego atual, a carga
horária, a avaliação do desempenho no trabalho, a aptidão cardiorrespiratória, QVRS,
ansiedade, depressão e o impacto da doença. Também foi utilizado o coeficiente de
correlação de Spearmam para correlacionar o desempenho no trabalho com a aptidão
cardiorrespiratória, QVRS, ansiedade, depressão e impacto da doença.
Optou-se pela seguinte classificação para avaliar a correlação: 0,1 a 0,29
(fraca), 0,30 a 0,49 (moderada) e maior ou igual a 0,50 (forte) (44).
O nível de significância adotado nas análises foi igual a 5%.
Resultados
A amostra foi constituída em sua maioria por homens (90,7%), com média de
idade 56 (8,5) anos, escolaridade média de 7,3 (3,7) anos, renda familiar média de 3,2
(1,9) salários mínimos, casados (70,7%). Em relação às variáveis clínicas, a maioria
apresentou diagnóstico de IAM (93,8%), sendo que 38,4% relataram os sintomas de
precordialgia, 41,5% informaram palpitação e 43,8% relataram dispneia no último
mês. A condição clínica associada mais frequente foi a HAS (81,5%), seguida pela
dislipidemia (78,4%). Em relação aos hábitos de vida, o tabagismo (69,2%) foi o mais
frequente (Tabela 1).
Quanto às variáveis ocupacionais, todos eram ativos. O tempo médio de
trabalho após a SCA foi de 2,3(2,9) anos, com carga horária média de 42,7(14,3) horas
e tipo de trabalho misto (47,7%) foi o mais frequente. O tempo de retorno ao trabalho
foi em média 7,3 (12) meses após a SCA (Tabela 1).
Tabela 1: Caracterização sociodemográfica, clínica e ocupacional de pacientes com síndrome coronariana aguda (n=65) atendidos em serviço ambulatorial de hospital universitário do interior do estado de São Paulo. CAMPINAS, 2016.
Variáveis n % Média (dp) Mediana
(IQR) Variação
Variáveis Sociodemográficas
Idade (em anos) 65 56 (8,5) 55 (10) 29-74
Sexo
51
Masculino 59 90,7
Feminino 6 9,2
Escolaridade (em anos) 7,3(3,7) 08 (7) 0-15
Renda familiar (em salários mínimos) 3,2(1,9) 2,5 (2,8) 0,9-11,3
Estado civil
Casado 46 70,7
Desquitado/divorciado 8 12,3
Solteiro 5 7,6
União consensual 4 6,1
Viúvo 2 3,0
Raça
Branca 47 72
Outras 18 28
Variáveis clínicas
Diagnóstico principal
IAM 61 93,8
Angina Instável 4 6,1
Sintomas (no último mês)
Precordialgia 25 38,4
Palpitação 27 41,5
Dispneia 28 43,0
Co-morbidades
Obesidade (IMC > 30 kg/m2) 16 24,6
HAS 53 81,5
Diabetes 20 30,7
Dislipidemia 51 78,4
Acidente vascular encefálico (AVE) 2 3,0
Terapia de reposição hormonal 0 0
Outras 19 29,2
Hábitos de vida
Tabagismo (pregresso e atual) 45 69,2
Etilismo (pregresso) 30 20,7
Faz acompanhamento médico para outras doenças 15 23,0
Variáveis Ocupacionais
Tempo que trabalha no emprego atual (em
anos) 12,1(14,1) 6(18,4) 0,08-54
Carga horária (horas) 42,7 (14,3) 40(12) 16-98
Tempo de retorno ao trabalho após SCA (em meses)
7,3(12) 3 (5) 0,1-65
Tempo de trabalho após a SCA (em anos) 2,3(2,9) 1,08(2,4) 0,08-12,4
Tipo de trabalho
Manual 19 29,2
Misto 31 47,6
Não manual 15 23,0
Esteve afastado nos últimos 12 meses?
Não 43 66,1
52
Sim 22 33,8
Quanto as análises de correlação, não foram constatadas correlações entre as
variáveis sociodemográficas (escolaridade, renda familiar, idade), ocupacionais
(tempo que trabalha no emprego e carga horária), clínicas (obesidade -
IMC>30Kg/m2) e instrumentos (WRFQ – Br, VSAQ, MacNew, HADS e IDCV) com o
tempo de retorno ao trabalho.
Não houve diferença entre tempo de retorno ao trabalho e os sintomas
(precordialgia, palpitação, dispneia) co-morbidades (HAS, diabetes, dislipidemia) e os
hábitos de vida (tabagismo). Não foi possível comparar as variáveis (sexo, AVE,
terapia de reposição hormonal e etilismo) com o tempo de retorno ao trabalho devido
ao número reduzidos de indivíduos que envolviam essas variáveis.
O tipo de trabalho foi a única variável que apresentou relação significante com
o tempo de retorno ao trabalho, sendo que aqueles que desenvolviam trabalho manual
relataram tempo de retorno ao trabalho significantemente mais elevado do que
aqueles cujo trabalho era o não manual (Tabela 2).
Tabela 2: Comparação entre o tipo de trabalho e tempo de retorno do trabalho dos
pacientes com síndrome coronariana aguda (n=65). CAMPINAS, 2016.
Variável Tipo de trabalho n Média (dp) Mediana
(IQR) Variação p-valor*
Tempo de retorno Manual 19 9,9 (12,6) 3,0 (9,9) 0,50 -48,0 0,0348
Misto 31 6,8 (11,8) 4,0 (3,9) 0,50 -65,0
Não manual 15 5,0 (12,0) 1,0 (2,5) 0,10 -48,0
* p-valor obtido por meio do teste de Mann-Whitney.
**Pós-teste de Dunn, houve diferença significante entre trabalho manual x trabalho não manual.
Os achados da análise descritiva sobre o desempenho no trabalho, aptidão
cardiorrespiratória, QVRS, ansiedade e depressão e impacto da doença
cardiovascular, são apresentados na Tabela 3.
Tabela 3: Análise do desempenho no trabalho, aptidão cardiorrespiratória, QVRS,
ansiedade, depressão, e impacto da doença no cotidiano dos pacientes com SCA,
53
(n=65) atendidos em serviço ambulatorial de hospital universitário do interior do estado
de São Paulo. CAMPINAS, 2016.
Variável Média (dp) Mediana (IQR) Variação
WRFQ - Domínios
Plano trabalho 87,9(18,9) 85(15) 5-100
Demanda Física 87,3(16,7) 87,5 (8,3) 29,1-100
Demanda Mental 91,5(13,1) 91,6(8,3) 41,6-100
Demanda Social 92,9(9,1) 91,6(8,3) 66,6-100
Demanda de Produção 86,9(15,2) 82,1(14,2) 29,1-100
Escore Total 88,7(13,1) 87,5(10,3) 88,7-100
VSAQ (METS) 7,9(2,3) 6,2(3,1) 3,3-14,2
MacNew - Domínios
Função física 5,7(0,9) 5,2(1,1) 3-7
Função emocional 5,7(0,9) 5,2(1,2) 2,7-7
Função social 5,8(0,9) 5,4(0,9) 2,3-7
Escore Global 5,6(0,8) 5,2 (1,0) 3-6,8
HADS - Escalas
HADS- Ansiedade 5,6(4,2) 3 (4,0) 3-16
HADS-Depressão 3,5(4,2) 0(6,0) 0-15
IDCV - Domínios
Impacto físico da doença – Sintomas 30,4 (21,3) 25,0(39,0) 6 – 75
Impacto da doença nas atividades cotidianas 55,4(29,4) 55,0(48) 8 – 120
Impacto social e emocional da doença 39,6 (22,8) 38,0(38,0) 6 -100
Adaptação à doença 14,6 (8,3) 14,0(15,0) 3 -30
Escore Total 140,1(66,3) 125,0(103,0) 35-320
Em relação ao desempenho no trabalho, observou-se escores elevados em
todos os domínios, indicando bom índice de desempenho no trabalho. O menor escore
de desempenho no trabalho foi observado no domínio Demandas de produção. A
demanda de produção abrange a produtividade, a qualidade do serviço e a satisfação
no trabalho. Contém algumas questões que abordam a dificuldade do indivíduo lidar
com a sobrecarga do trabalho, trabalhar rápido o suficiente, terminar o trabalho no
horário, realizar o trabalho sem cometer erros, sentir que tem feito tudo que é capaz
de fazer, entre outras questões (20,23).
A aptidão cardiorrespiratória, avaliada pelo VSAQ, apresentou valor médio de
7,9, o que indica uma moderada tolerância ao exercício na população estudada.
54
Ao avaliar a QVRS, notou-se valores similares entre as funções físicas (5,7),
emocional (5,7) e social (5,8), indicando elevada QVRS na população estudada,
considerando – se que o escore máximo possível é 7,0.
Quanto à ansiedade e depressão, observando-se que os intervalos possíveis
para cada medida varia entre zero e 21, e quanto maior o valor maior a chance do
indivíduo desenvolver um transtorno de ansiedade e/ou depressão, constatou-se na
presente pesquisa, os que os intervalos obtidos para as medidas de ansiedade e
depressão foram, entre três e 16 e entre zero e 15, respectivamente. Observou-se
também maior pontuação no traço ansiedade (5,6) em relação à depressão. Ao utilizar
o critério sugerido pelos autores da escala (40), que determina o escore 08 como ponto
de corte para a HADS-Ansiedade e a HADS-Depressão, foram constatados valores
≥8 para HADS-Ansiedade em 24,6% dos pacientes e para HADS-Depressão em
21,5% dos pacientes com SCA.
Quanto ao impacto da doença no cotidiano, foi observado um escore total
médio de 140,1(66,3). Considerando-se que o escore total do IDCV pode variar entre
14 e 350, e que o escore 175, divide os resultados em duas categorias: baixo impacto
(escore total < 175) e alto impacto (escore total >175), foi constatado que os pacientes
encontram-se em uma situação de baixo impacto.
Os resultados das análises de correlação entre a medida de desempenho no
trabalho e as variáveis clínicas (aptidão cardiorrespiratória) e variáveis psicossociais
(QVRS, ansiedade, depressão impacto da doença no cotidiano estão apresentadas
na Tabela 4.
Tabela 4: Análise de correlação entre as medidas de desempenho no trabalho e
aptidão cardiorrespiratória, qualidade de QVRS, ansiedade, depressão, impacto da
doença no cotidiano dos pacientes com síndrome coronariana aguda (n=65).
CAMPINAS, 2016.
WRFQ - Br – Domínios
55
Plano trabalho
r* (p)
Demanda Física
r* (p)
Demanda Mental
r* (p)
Demanda Social
r* (p)
Demanda de
Produção
r* (p)
Escore Total
r* (p)
VSAQ (METS) 0,19
(0,11) 0,25
(0,03) 0,26
(0,03) 0,13
(0,35) 0,19
(0,11) 0,27
(0,02)
MacNew- Domínios
Função física 0,75
(<0,0001) 0,67
(<0,0001) 0,64
(<0,0001) 0,39
(0,0041) 0,75
(<0,0001) 0,83
(<0,0001)
Função emocional 0,74
(<0,0001) 0,65
(<0,0001) 0,61
(< 0,0001) 0,41
(0,002) 0,67
(<0,0001) 0,78
(<0,0001)
Função social 0,60
(<0,0001) 0,56
(<0,0001) 0,59
(< 0,0001) 0,41
(0,002) 0,70
(<0,0001) 0,73
(<0,0001)
Escore total 0,77
(<0,0001) 0,68
(<0,0001) 0,64
(<0,0001) 0,41
(0,002) 0,74
(< 0,0001) 0,83
(<0,0001)
HADS- Escalas
HADS – Ansiedade -0,66
(< 0,0001) -0,46
(<0,0001) -0,57
(<0,0001) -0,38
(0,005) -0,62
(< 0,0001) -0,68
(<0,0001)
HADS – Depressão -0,69
(< 0,0001) -0,63
(<0,0001) -0,58
(<0,0001) -0,5113
(<0,0001) -0,64
(< 0,0001) -0,75
(<0,0001)
IDCV- domínios
Impacto físico 0,02
(0,85) -0,04 (0,70)
0,04 (0,72)
-0,02 (0,87)
0,02 (0,84)
0,00 (0,94)
Impacto da doença no cotidiano
0,16 (0,17)
0,12 (0,30)
0,03 (0,79)
0,04 (0,75)
0,12 (0,30)
0,10 (0,40)
Impacto social e emocional
0,18 (0,13)
0,13 (0,28)
0,09 (0,45)
0,14 (0,31)
0,17 (0,1715)
0,13 (0,29)
Adaptação à doença 0,37
(0,001) 0,31
(0,009) 0,31
(0,01) 0,26
(0,06) 0,28
(0,02) 0,39
(0,001)
Escore Total 0,15
(0,20) 0,11
(0,37) 0,07
(0,57) 0,08
(0,54) 0,11
(0,34) 0,10
(0,40)
* Coeficiente de correlação de Spearman
Os resultados mostram que a maioria dos domínios do WRFQ – Br, que avalia
o desempenho no trabalho, apresentou correlações positivas de forte magnitude com
os domínios do MacNew, exceto pelo domínio Demanda Social do WRFQ que
apresentou correlação de moderada magnitude com o domínio Função Social, Física
e Emocional do questionário de QVRS. O desempenho no trabalho também
apresentou correlações inversas significativas de moderada a forte magnitude com as
medidas de ansiedade e depressão, mostrando que quanto melhor o desempenho no
trabalho menor o traço de ansiedade e depressão. Por outro lado, o desempenho no
trabalho foi fracamente correlacionado com a aptidão cardiorrespiratória e não
apresentou correlação com o escore total do impacto da doença no cotidiano.
56
Discussão
A presente pesquisa procurou conhecer determinadas interfaces do retorno ao
trabalho em pacientes com SCA.
Em relação às características sociodemográficas, este estudo encontrou
sujeitos com uma idade média de 56 anos. Pesquisas sugerem que a idade tem sido
associada ao retorno precoce ao trabalho em pacientes com IAM (8, 9).
O nível médio de escolaridade foi de 7,3 anos, sendo maior do que encontrado
em outros estudos (16, 45). A renda familiar média foi de 3,2 salários mínimos, valores
superiores ao encontrado em dois estudos (16, 46) todos na mesma instituição. Este fato
pode ser justificado porque esses estudos envolveram indivíduos cardiopatas ativos e
inativos. Indivíduos mais jovens e com um maior nível de educação, que relatam boas
condições de saúde e alta QVRS também retornam às suas atividades profissionais
com maior frequência (10).
O tempo médio de retorno do trabalho foi de 7,3 meses, tempo superior aos
encontrados em outros estudos, nos quais foi evidenciado que a maioria dos pacientes
com SCA retorna ao trabalho em até seis meses (5, 7). O retorno ao trabalho é um
grande desafio para a saúde do trabalhador. Fatores como: dor, questões
psicossociais, demanda psicológica do trabalho, apoio organizacional, programas de
retorno ao trabalho, modificações nos postos de trabalho e políticas de apoio ao
retorno ao trabalho; mostraram-se na literatura como facilitadores e/ou barreiras de
retorno ao trabalho, e precisam ser observados neste processo. Algumas discussões
precisam ser aprofundadas, principalmente no que se refere às diferenças de retorno
ao trabalho entre pessoas com diferentes tipos de trabalho (47).
No Brasil, poucos são os estudos relacionados à temática “retorno ao trabalho”
e não foi encontrado nenhum estudo que verifica-se o tempo de retorno ao trabalho
do paciente com SCA. Considerado um país em desenvolvimento, onde as DCVs
representam uma grande porcentagem de despesas na economia (1) e a licença
médica por DCV sendo uma das mais longas (14), é preocupante o fato de que poucas
estratégias estejam sendo adotadas para lidar com essa situação, a fim de diminuir o
tempo de retorno ao trabalho do paciente com SCA.
57
Em relação ao tipo de trabalho, o mais frequente foi o misto e manual e a carga
horária média de trabalho foi de 42,7 horas. Os dados do presente estudo mostrou
que os indivíduos que exerciam o tipo de trabalho manual apresentaram um tempo de
retorno maior. As demais variáveis sociodemográficas e clínicas não influenciaram o
tempo de retorno. Variáveis clínicas parecem ter pouca relevância para o retorno no
trabalho (5, 48). Pesquisas mostram que trabalhadores com ocupações mais intelectuais
e com elevada condição socioeconômica, tem uma taxa mais elevada de retorno ao
trabalho, que os trabalhadores braçais, com baixo grau de escolaridade e menor
qualificação profissional (11,13). Este resultado era esperado considerando que os
sintomas relacionados à DAC estão fortemente relacionados aos esforços físicos.
Em relação ao desempenho no trabalho, ressalta-se que a demanda de
produção, que está relacionada com à produtividade e a qualidade de serviço
apresentou menor valor. O valor do escore total do desempenho no trabalho foi de
88,7, similar a trabalhadores submetidos à radioterapia (87,9) (23). Os indivíduos com
IAM profissionalmente ativos tem um grau variável de readaptação ao trabalho (10).
O VSAQ foi utilizado para estimar a aptidão cardiorespiratória, baseado em
sintomas durante as atividades diárias. Destaca-se um estudo com 95 pacientes
cardiopatas estáveis, assintomáticos, sem anormalidades eletrocardiográficas, foi
constatado 4,9 METS (49), valores inferiores aos encontrados no presente estudo. Este
fato pode ser explicado pela inclusão de indivíduos ativos e não ativos. No presente
estudo, também observou-se moderada pontuação na avaliação da VSAQ
considerando – se a idade, indicando moderada tolerância ao exercício.
Em relação à QVRS, observou-se um escore total médio de 5,6 indicando uma
elevada QVRS. Os valores médios dos domínios e do escore total da QVRS foram
maiores do que em outros estudos com pacientes coronariopatas ativos e inativos (37,
50, 51). Isto pode ser causado pelo fato de que os indivíduos que estão trabalhando
apresentam uma classificação menos grave da doença.
Em relação à ansiedade e depressão, observa-se que os valores médios foram
menores em relação a um estudo (51) realizado com 112 pacientes com IAM,
58
encontrando-se valores maior ou igual a oito para a escala de ansiedade em 51,1%
dos pacientes e para a de depressão em 23,1%, valores superiores aos encontrados
no presente estudo. Outro estudo com 48 pacientes (8) com IAM que haviam retornado
ao trabalho observou valores médios para depressão na escala HADS de 3,6,
similares aos encontrados no presente estudo. O mesmo estudo (8) não encontrou
diferenças quanto à ansiedade e depressão em indivíduos que haviam retornado às
suas ocupações em relação aos que não estavam trabalhando. Ao considerar o ponto
de corte sugerido pelo autor (40), observa-se que houve uma ocorrência elevada de
trabalhadores com escores > a 8, na escala HADS do presente estudo, tanto para
ansiedade como para depressão, indicando a necessidade de ações curativas e
preventivas.
Ao analisar o impacto da doença cardíaca no cotidiano, observa-se pelo valor
médio que os pacientes encontram-se numa situação de baixo impacto. Estudo
realizado com 135 pacientes com insuficiência cardíaca evidenciou que a média do
escore total do instrumento IDCV foi de 173,1(52), valor superior ao encontrado no
presente estudo (140,1). A inclusão de pacientes ativos e não ativos pode ter relação
com o achado do estudo anterior. Seria relevante o desenho de novos estudos que
comparem os indivíduos cardiopatas, em diferentes situações de trabalho, a fim de
verificar qual seria o impacto da doença cardíaca nestas distintas situações de
trabalho.
A presente pesquisa, ao correlacionar o desempenho no trabalho com a aptidão
cardiorrespiratória, QVRS, ansiedade, depressão e o impacto da doença
cardiovascular procurou fornecer subsídios para o planejamento de intervenções que
visam o retorno ao trabalho das pessoas acometidas com SCA.
Ao considerar a aptidão cardiorrespiratória do paciente com SCA, verificou-se
que foi fracamente correlacionada com o desempenho do trabalho. Um estudo sobre
retorno ao trabalho, encontrou que pouca atividade física após o IAM pode influenciar
negativamente esse retorno (8). O retorno ao trabalho pode ser permitido e
recomendado se a aptidão cardiorespiratória do paciente é pelo menos duas vezes a
demanda de energia da atividade de trabalho específica (53). Os programas de
59
reabilitação cardíaca devem incluir uma avaliação ocupacional envolvendo as várias
facetas que compõem o desempenho no trabalho.
Em relação à QVRS, sabe-se que além de perda de dias trabalhados e
prejuízos para o setor produtivo, a DAC pode influenciar a QVRS dos pacientes (8). O
IAM pode levar ao comprometimento de aspectos físicos, psicológicos e também
sociais causando grande impacto na QVRS (7). Verificou-se que indívíduos que
sofreram IAM e que retornaram ao trabalho apresentam não apenas a melhora da
QVRS, mas também benefícios econômicos, individuais e para a sociedade (8). O
presente estudo mostrou que o desempenho no trabalho está fortemente
correlacionado com a QVRS.
A presente pesquisa mostrou que os pacientes com melhor desempenho no
trabalho, apresentam menores traços de ansiedade e depressão. A depressão é
comum em pacientes com IAM e contribui para dificuldades com a retomada ao
trabalho (17). O retorno pode ser promovido por meio de intervenções, focando na
redução do estresse emocional e no tratamento dos sintomas depressivos (54). Outras
estratégias, incluindo proporcionar apoio psicológico e uma recomendação médica
para o retorno ao trabalho, devem ser desenvolvidas, para melhorar a autoconfiança
dos doentes e estimulá-los a voltar ao trabalho após o IAM (5). Assim, intervenções
que envolvem não somente o retorno trabalho, mas também programas direcionados
à saúde do trabalhador, particularmente em relação aos distúrbios de ansiedade e
depressão de indivíduos com SCA, podem facilitar o retorno ao trabalho.
Não encontrou-se uma relação entre o desempenho no trabalho e a avaliação
do impacto da doença. Este fato sugere que os indivíduos com SCA que retornaram
às suas atividades ocupacionais não apresentam percepção de consequências da
doença no cotidiano.
Quanto às limitações do presente estudo, pode-se citar problemas em seguir
os pacientes após evento cardíaco devido dificuldades de retorno causadas por
questões socioeconômicas, de transporte e também ligadas à própria organização do
60
sistema de saúde. Destacam-se também os vieses das medidas autorelatadas, como
a desejabilidade social e o viés de memória.
Os dados do presente estudo sugerem que os indivíduos com SCA tiveram um
tempo de retorno do trabalho médio de 7,3 meses. Os indivíduos com SCA que
exercem o tipo de trabalho manual apresentaram um tempo de retorno maior. A
maioria dos domínios do WRFQ que avalia o desempenho no trabalho mostrou
correlações de forte magnitude com a QVRS. O desempenho no trabalho foi
fracamente correlacionado com a aptidão respiratória e não evidenciou relação com o
impacto da doença, em relação ao escore total destes instrumentos. Verificou-se
também uma correlação negativa entre o desempenho no trabalho e a ansiedade e
depressão.
Os dados apontam para a relevância do desenvolvimento de estratégias e
pesquisas com a finalidade de promover a reabilitação de trabalhadores cardiopatas
para que estes possam retornar ao trabalho.
61
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5. CONCLUSÃO
Em relação aos objetivos os dados do presente estudo permitem concluir que:
Os indivíduos com SCA tiveram um tempo de retorno do trabalho médio de 7,3
meses.
Os indivíduos com SCA que exercem o tipo de trabalho manual, apresentaram
um tempo de retorno maior.
O desempenho ao trabalho melhora à medida que a QVRS aumenta.
Parece não haver forte relação entre o desempenho no trabalho e a aptidão
cardiorrespiratória. E não evidenciou relação com o impacto da doença em
relação ao escore total deste instrumento.
A ansiedade e depressão são menores à medida que o desempenho no
trabalho melhora.
68
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110 Domingues GBL, Gallani MCBJ, Gobatto CA, Miura CTP, Rodrigues RCM, Myers
J. Cultural adaptation of na instrument to assess physical fitness in cardiac patients.
Rev. Saúde Públ.. 2011; 45(2): 276-85.
111 Oldridge N, Guyatt G, Jones N, Crowe J, Singer J, Feeny D, et al. Effects on
quality of life with comprehensive rehabilitation after acute myocardial infarction. Am J
Cardiol. 1991; 67: 1084-9.
112 Hillers TK, Guyate GH, Oldridge N, Crowe J, Willan A, Griffith L, Fenny D. Quality
of life after myocardial infarction. J Clin Epidemiol. 1994 Nov;47(11):1287-96
113 Lim LLY, Valenti LA, Knapp JC, Dobson AJ, Plotnikoff R, Higginbotham N, et al.
A self-administered quality of life questionnaire after acute myocardial infarction. J Clin
Epidemiol. 1993; 46(11): 1249 – 1256.
114 Valenti L, Lim L, Heller RF, Knapp J. An improved questionnaire for assessing
quality of life after acute myocardial infarction. Qual Life Res. 1996; 5(1):151-161.
115 Nakajima KM, Rodrigues RCM, Gallani MCBJ, Alexandre NMC, Oldridge N.
Psychometric properties of MacNew Heart Disease Health-related Quality of Life
Questionnaire: Brazilian version. J Advanced Nurs. 2009; 65(5):1084–94.
116 Lisspers J, Nygren A, Söderman E. Hospital Anxiety and Depression Scale (HAD):
some psychometric data for a Swedish sample. Acta Psychiatr Scand. 1997;96
(3):281-6.
117 Zigmond AS, Snaith RP. The Hospital Anxiety and Depression Scale. Acta
Psychiatr. 1983;67(6):361-70.
118 Snaith, RP. The Hospital Anxiety And Depression Scale. Health Qual Life
Outcomes. 2003; 1(1):1-4.
119 Botega NJ, Bio MR, Zomignani MA, Jr CG, Pereira WAB. Transtornos do humor
em enfermaria de clínica médica e validação de escala de medida (HAD) de ansiedade
e depressão. Rev. Saúde Públ.. 1995; 29(50): 359-363.
81
120 Pagano M, Gauvreau K. Princípios de Bioestatística. Ed. Thomson; 2004.
121 Cohen J. Statistical power analysis for the behavioral sciences. 2ª ed. New Jersey:
Lawrence Erlbaum Associates; 1988: 75-108.
82
APÊNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do projeto: Capacidade funcional e qualidade de vida relacionada à saúde
no retorno ao trabalho na Síndrome Coronariana Aguda.
Pesquisadora: Dalila Bertanha Uhlmann.
Objetivos: O(a) Sr.(a) está sendo convidado(a) para participar de uma pesquisa. Esta
tem como objetivo avaliar a) Verificar o tempo de retorno ao trabalho de pacientes
com síndrome coronariana aguda b) Relacionar o tempo de retorno ao trabalho de
pacientes com SCA com as variáveis sociodemográficas, clínicas e ocupacionais,
desempenho no trabalho, aptidão cardiorrespiratória, qualidade de vida relacionada à
saúde, ansiedade, depressão e impacto da doença. c) Correlacionar o desempenho
no trabalho com aptidão cardiorrespiratória, qualidade de vida relacionada à saúde,
depressão e impacto da doença.
Procedimentos: Caso aceite participar o(a) Sr.(a) participará de uma entrevista. E se
for necessário, será agendado uma nova entrevista, no Ambulatório de Cardio-
Isquemia, que serão realizadas pela pesquisadora deste projeto. Também serão
anotados alguns dados do prontuário médico como; o diagnóstico e data da síndrome
coronariana aguda.
Riscos e desconfortos: Informamos que sua participação neste estudo não tem
riscos nem desconfortos. Sua participação não é obrigatória e, mesmo que o (a) Sr.(a)
concorde em participar da pesquisa, pode desistir de participar a qualquer momento,
sem que ocorra qualquer prejuízo no seu atendimento (nas realização de exames,
consultas, internações) aqui na Unicamp. Além disso, o(a) Sr.(a) poderá solicitar
informações sobre a pesquisa sempre que desejar.
Benefícios: Ao participar da pesquisa o(a) Sr.(a) não receberá nenhum benefício
direto. Esperamos que este estudo possa trazer informações importantes sobre o
83
retorno ao trabalho, capacidade funcional, ansiedade, depressão e a qualidade de
vida de pacientes com síndrome coronariana aguda. Entretanto, investigar as
interfaces do retorno ao trabalho nestes pacientes, constitui subsidio importante para
o delineamento de intervenções que visem o retorno ao trabalho, a manutenção da
capacidade produtiva destas pessoas, bem como a otimização da qualidade de vida
e a redução dos custos envolvidos na reabilitação social do coronariopata. O(a) Sr(a)
não receberá qualquer ajuda financeira para participar no estudo.
Custo/reembolso para o participante: Sua participação no estudo não envolve
qualquer tipo de custo ou reembolso.
Confidencialidade da pesquisa: Sua identidade será mantida em sigilo em todas as
apresentações, publicações e qualquer outra forma pela qual este estudo for
divulgado.
DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO
Eu,_____________________________________RG:______________, declaro que
li as informações contidas nesse documento e fui devidamente informado(a) pela
pesquisadora Dalila Bertanha Uhlmann, RG 32772292-7, dos procedimentos que
serão utilizados, riscos e desconfortos, benefícios, custo/reembolso dos participantes,
confidencialidade da pesquisa. Concordo em participar da pesquisa, de forma
voluntária. Foi-me garantido que posso retirar o consentimento a qualquer momento,
sem que isso leve a qualquer penalidade. Declaro ainda que recebi uma cópia do
Termo de Consentimento.
Campinas, _______ de _________________________ de 201__.
_____________________________________
Assinatura da pesquisadora
______________________________________
Assinatura do participante
Em caso de dúvidas, o(a) senhor(a) poderá entrar com contato com a pesquisadora
(19) 998199591.
84
ANEXO 1
Questionário de Caracterização sociodemográfica, clínica e ocupacional Nome: Pront: Data:__/___/____
Idade: _______ anos Data de nascimento:
___/___/____
Sexo: Masculino
Feminino Escolaridade:_______anos
Situação Conjugal: solteiro casado viúvo desquitado/divorciado união consensual
Raça: branca parda amarela indígena Com quem mora: sozinho com cônjuge com filhos com cônjuge e filhos outros
Renda Mensal Familiar:_________SM
Situação de trabalho: (1) ativo (2) aposentado + trabalho (3) auxílio doença (4) aposentado por invalidez
(5) aposentado por tempo de serviço/idade (6) desempregado (7) do lar
Atividade exercida:______________________ Tempo que trabalha neste emprego:_______anos Carga horária
semanal:________
Esteve afastado do trabalho, nos últimos 12 meses? (0) Não (1) Sim
Data do afastamento do trabalho ___/___/_____ Data do retorno ao Trabalho ____/____/_____ motivo
____________________
Tempo de retorno do trabalho pela SCA (meses)___________ Tempo que está trabalhando após SCA (anos)_______
Diagnóstico principal: IAM________________________ Angina Instável________________________________
Quando foi o evento isquêmico (SCA)?: ___/____/_____
Histórico do tratamento implementado desde o diagnóstico:
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________
B. .Dados sobre a classificação da angina:
Teve angina no último mês (0) Não (1) Sim Teve palpitação no último mês (0) Não (1) Sim Teve dispneía no último mês (0) Não (1) Sim
C. Fatores de Risco para coronariopatia HAS (0) Não (1) Sim Diabetes mellitus (0) Não (1) Sim Dislipidemia (0) Não (1) Sim Obesidade (0) Não (1) Sim
IMC=______kg/m Peso:______Kg Alt.:_______m
Terapia de Reposição Hormonal:
(0) não (1) pregressa (2) atual. Há quanto tempo:_____
Tabagismo
(0) Não (1) (1) Atual Cigarros dia_____ (2) Pregresso Tempo de abandono:_______
Etilismo
(0) Não (1) (1) Atual (2) Pregresso Tempo de abandono:_______
AVE (0) Não (1) Isquemico (2)Hemorrágico Faz acompanhamento médico para outros motivos? (1) sim (0) Não Motivos_____________
Fonte: Mendez et al., 2010; Silva e Baptista, 2013.
85
ANEXO 2
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO NO TRABALHO (WRFQ - Br)
Estas questões pedem que você avalie a quantidade de tempo durante as últimas duas
semanas em que você teve dificuldade para executar certas tarefas no trabalho. Marque
com um X o quadrado “Não se aplica ao meu trabalho” somente se a questão descreve
alguma coisa que não é parte do seu trabalho. Nas últimas duas semanas, por quanto
tempo seus problemas físicos ou emocionais tornaram difícil fazer o seguinte? Lembre-
se que estas questões são relacionadas ao seu trabalho e sua saúde.
O tempo
todo (100%)
A maior parte do tempo
Metade do tempo (50%)
A menor parte do tempo
Nenhum momento
(0%)
Não se aplica ao
meu trabalho
01. Dificuldade para trabalhar o número de horas requeridas
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
02. Dificuldade para começar o dia de trabalho
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
03. Dificuldade para iniciar minhas tarefas assim que eu chego ao trabalho
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
04. Dificuldade para realizar meu trabalho sem ter que parar para ter intervalos ou descansos
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
05. Dificuldade para cumprir uma rotina ou um cronograma
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
06. Dificuldade para lidar com a sobrecarga de trabalho
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
07. Dificuldade para trabalhar rápido o suficiente
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
08. Dificuldade para terminar o trabalho no horário
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
09. Dificuldade para fazer o meu trabalho sem cometer erros
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
10. Dificuldade para satisfazer as pessoas que avaliam meu trabalho
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
11. Dificuldade para sentir-me realizado no trabalho
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
12. Dificuldade para sentir que tenho feito o que sou capaz de fazer
□ 0 □ 1 □ 2 □3 □4 □
13. Dificuldade para caminhar ou me movimentar em diferentes locais de trabalho (por exemplo, ir a reuniões)
�0 �1 �2 �3 �4 �
86
O tempo
todo (100%)
A maior parte do tempo
Metade do tempo
(50%)
A menor parte do tempo
Nenhum momento
(0%)
Não se aplica ao
meu trabalho
14. Dificuldade para erguer, carregar ou mover objetos que pesam mais de 4,5kg no trabalho
�0 �1 �2 �3 �4 �
15. Dificuldade para sentar, ficar em pé ou ficar em uma mesma posição por mais de 15 minutos enquanto trabalho
�0 �1 �2 �3 �4 �
16. Dificuldade para repetir os mesmos movimentos enquanto trabalho
�0 �1 �2 �3 �4 �
17. Dificuldade para curvar-me, torcer-me ou esticar-me enquanto trabalho
�0 �1 �2 �3 �4 �
18. Dificuldade para usar instrumentos ou equipamentos manuais (por exemplo, um telefone, caneta, teclado, mouse de computador, furadeira, secador de cabelos ou lixadeira)
�0 �1 �2 �3 �4 �
19. Dificuldade para manter meu pensamento no meu trabalho
�0 �1 �2 �3 �4 �
20. Dificuldade para pensar de forma lógica enquanto trabalho
�0 �1 �2 �3 �4 �
21. Dificuldade para realizar o trabalho cuidadosamente
�0 �1 �2 �3 �4 �
22. Dificuldade para concentrar-me no trabalho
�0 �1 �2 �3 �4 �
23. Dificuldade para trabalhar sem perder o fio de pensamento
�0 �1 �2 �3 �4 �
24. Dificuldade para ler ou usar os olhos com facilidade enquanto trabalho
�0 �1 �2 �3 �4 �
25. Dificuldade para falar com pessoas individualmente, em reuniões ou por telefone
�0 �1 �2 �3 �4 �
26. Dificuldade para controlar meu temperamento com pessoas enquanto trabalho
�0 �1 �2 �3 �4 �
27. Dificuldade para ajudar outras pessoas a concluir o trabalho
�0 �1 �2 �3 �4 �
87
ANEXO 3
Versão brasileira do VSAQ
Este questionário tem como objetivo avaliar sua capacidade para
realização de atividades diárias habituais. A seguir, serão apresentadas várias
atividades do dia-a-dia que aumentam de modo crescente o nível de esforço e
dificuldade necessários para realiza-las. Após a identificação das atividades,
pense cuidadosamente e indique a primeira atividade que, se realizada por um
determinado período de tempo (poucos minutos), causaria cansaço intenso, falta
de ar, dor no peito, ou vontade de parar por exaustão. Se você não realiza
normalmente alguma das atividades em particular, tente imaginar como seria se
você as fizesse.
1 MET Comer e vestir-se. Ficar deitado ou sentado assistindo televisão.
Trabalhar sentado escrevendo, digitar o computador ou falar ao telefone.
2 METs Lavar, passar ou pendurar roupas. Cozinhar, Lavar pratos, mudar a
roupa de cama, levar lixo para fora, regar plantas, costurar a mão. Tomar banho
de chuveiro e secar-se (de pé). Caminhar da casa para o carro ou ônibus. Descer
8 degraus de escada (1 lance). Fazer compras (no mercado, no shopping).
Carregar e arrumar as compras (esforço leve).
3 METs Caminhar devagar (4Km/h) sobre uma superfície plana um ou dois
quarteirões (carregando ou não objetos com menos de 10 kg). Realizar trabalhos
leves/moderados: lavar carro, lavar janelas, limpar garagem, varrer o chão,
carregar criança pequena de aproximadamente 7 Kg (esforço leve).
4 METs Executar trabalhos leves no quintal (por exemplo: juntar e ensacar
grama ou folhas de árvore. Varrer garagem, calçada ou fora de casa. Cuidar de
idoso ou adulto incapacitado (ex. ajudar a dar banho). Andar de bicicleta para
trabalho ou lazer (< 16 Km/h).
5 METs Dançar socialmente (rápido). Caminhar, terreno plano, superfície firme,
ritmo bem rápido (6,5 km/h). Caminhar carregando um peso entre 0,5 e 7 kg em
subidas (Ex.pacote de arroz de 5Kg).
88
6 METs Fazer faxina. Nadar, em lago, oceano ou rio. Caminhar (7 km/h), terreno
plano, superfície firme, ritmo extremamente rápido. Mudar móveis pesados de
lugar (arrastar).
7 METs Subir ladeira a pé. Futebol casual. Correr (7,5 Km/h) ou nadar, em
velocidade lenta, esforço leve a moderado. Carregar compras escada acima.
Carregar um peso de aproximadamente 30 Kg (uma criança).
8 METs Correr, 8 Km/h, moderadamente em superfícies planas (7,5 min.Km-1),
subirescadas rapidamente. Carregar compras e pesos moderados (7 a 18 Kg)
subindo escadas.
9 METs Andar de bicicleta em velocidade moderada. Correr 8,3 km/h (7,1 min.
km-1). Subir morros com peso de 20 kg.
10 METs Nadar em ritmo acelerado, esforço vigoroso. Subir uma ladeira de
bicicleta. Correr a 10 km por hora (6,2 min. km-1). Futebol competitivo. Carregar
peso entre 22 e 34 Kg em subidas.
11 METs Andar de bicicleta em ritmo acelerado e contínuo. Correr 11 Km/h (5,3
min. km-1) ou correr no campo (terreno irregular com subida). Nadar estilo crawl,
velocidade rápida (70m/min), com esforço vigoroso. Carregar uma carga pesada
(ou seja, uma criança) subindo até 2 lances de escada.
12 METs Correr em ritmo acelerado e contínuo (em superfície plana 2 km em
tempo < 10 minutos ou 12 Km/h). Ciclismo estacionário (250 W), esforço muito
vigoroso. Carregar peso superior a 34 kg em subida.
13 METs Realizar qualquer atividade competitiva, incluindo aquelas que
envolvam correr a toda velocidade (muito rápido) e de forma intermitente. Correr
a aproximadamente 13 Km/h (4,6 min.km-1). Correr ou remar competitivamente,
corridas de bicicleta.
89
ANEXO 4
MACNEW - QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA RELACIONADO COM A
SAÚDE NA DOENÇA CARDÍACA
Gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas sobre como você tem se sentido nas duas últimas
semanas.Por favor, marque um “X” no espaço que se refere à sua resposta.
1. Com que freqüência você se sentiu frustrado, impaciente ou irritado durante as duas últimas semanas?
7
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
2. Com que freqüência, durante as duas últimas semanas, você se sentiu inútil ou deslocado do seu ambiente?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
3. Durante as duas últimas semanas, quanto tempo você se sentiu muito confiante e seguro de que poderia lidar com seu problema cardíaco?
Em nenhum momento
Raramente Um pouco do tempo
Uma parte do tempo
Grande parte do tempo
A maior parte do tempo
Todo o tempo
4. Em geral, quanto tempo você se sentiu desencorajado ou no fundo do poço, nas duas últimas semanas?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
5. Quanto tempo, nas duas últimas semanas, você se sentiu relaxado e livre de tensões?
Em nenhum momento
Raramente Um pouco do tempo
Uma parte do tempo
Grande parte do tempo
A maior parte do tempo
Todo o tempo
6. Com que freqüência nas duas últimas semanas você se sentiu desgastado ou sem energia?
4
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
7. Quão feliz, satisfeito ou realizado você se sentiu nas duas últimas semanas?
Muito insatisfeito, infeliz a maior parte o tempo
Geralmente insatisfeito, infeliz
Um pouco insatisfeito, infeliz
Geralmente satisfeito, feliz
Feliz, na maior parte do tempo
Muito feliz, na maior parte do tempo
Extremamente feliz, não poderia estar mais satisfeito
8. Em geral, com que freqüência você se sentiu agitado ou como se você não pudesse acalmar, nas duas últimas semanas ?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
90
9. Em que grau você teve dificuldade para respirar enquanto realizava suas atividades físicas da vida diária, nas duas últimas semanas?
EXTREMA DIFCULDADE DE RESPIRAR
GRANDE DIFICULDADE DE RESPIRAR
DIFICULDADE DE RESPIRAR
DIFICULDADE MODERADA
UM POUCO DE DIFICULDADE DE RESPIRAR
PEQUENA DIFICULDADE DE RESPIRAR
SEM DIFICULDADE DE RESPIRAR
10. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você sentiu vontade de chorar?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
11. Com que freqüências, nas duas últimas semanas você se sentiu mais dependente do que era antes do problema cardíaco?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
12. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu incapaz de realizar suas atividades sociais ou atividades sociais com sua família?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
13. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você sentiu que os outros não tinham a mesma confiança em você como tinham antes do problema cardíaco?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
14. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você teve dores no peito durante as atividades do dia-a-dia?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
15. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu inseguro ou com pouca auto-confiança?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
16. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você sentiu-se incomodado com cansaço ou dores nas pernas?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
17. Nas duas últimas semanas, quanto você se sentiu limitado para praticar esportes ou exercitar-se, devido ao seu problema cardíaco?
Extremamente limitado
Muito limitado
Bastante limitado
Moderadamente limitado
Um pouco limitado
Muito pouco limitado
Sem qualquer limitação
18. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu apreensivo ou com medo?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
19. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você sentiu-se tonto?
91
7
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
20. Em geral, nas duas últimas semanas, quanto você se sentiu restringido ou limitado por causa do seu problema cardíaco?
2
Extremamente limitado
Muito limitado
Bastante limitado
Moderadamente limitado
Um pouco limitado
Muito pouco limitado
Sem qualquer limitação
21. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu inseguro sobre a quantidade de exercícios ou atividades físicas que você deveria estar fazendo?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
22. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você sentiu que sua família estivesse sendo super-protetora com você?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
23. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu como uma carga para outras pessoas?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
24. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu excluído de atividades com outras pessoas devido ao seu problema cardíaco?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
25. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você se sentiu incapaz de manter contatos sociais por causa de seu problema cardíaco?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
26. Em geral, nas duas últimas semanas, quanto você tem se sentido limitado em suas atividades físicas por causa do seu problema cardíaco?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
27. Com que freqüência, nas duas últimas semanas, você sentiu que seu problema cardíaco afetou suas relações sexuais?
Todo o tempo A maior parte do tempo
Grande parte do tempo
Uma parte do tempo
Um pouco do tempo
Raramente Em nenhum momento
ANEXO 5
92
ESCALA HADS - AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO
1. Eu me sinto tensa (o) ou contraída (o):
( ) a maior parte do tempo[3] ( ) boa parte do tempo[2] ( ) de vez em quando[1] ( ) nunca [0]
2. Eu ainda sinto que gosto das mesmas coisas de antes:
( ) sim, do mesmo jeito que antes [0]
( ) não tanto quanto antes [1]
( ) só um pouco [2] ( ) já não consigo ter prazer em nada [3]
3. Eu sinto uma espécie de medo, como se alguma coisa ruim fosse acontecer
( ) sim, de jeito muito forte [3] ( ) sim, mas não tão forte [2]
( ) um pouco, mas isso não me preocupa [1]
( ) não sinto nada disso[1]
4. Dou risada e me divirto quando vejo coisas engraçadas
( ) do mesmo jeito que antes[0]
( ) atualmente um pouco menos[1]
( ) atualmente bem menos[2]
) não consigo mais[3]
5. Estou com a cabeça cheia de preocupações
( ) a maior parte do tempo[3] ( ) boa parte do tempo[2] ( ) de vez em quando[1] ( ) raramente[0]
6. Eu me sinto alegre
( ) nunca[3] ( ) poucas vezes[2] ( ) muitas vezes[1] ( ) a maior parte do tempo[0]
7. Consigo ficar sentado à vontade e me sentir relaxado:
( ) sim, quase sempre[0] ( ) muitas vezes[1] ( ) poucas vezes[2] ( ) nunca[3]
8. Eu estou lenta (o) para pensar e fazer coisas:
( ) quase sempre[3] ( ) muitas vezes[2] ( ) poucas vezes[1] ( ) nunca[0]
9. Eu tenho uma sensação ruim de medo, como um frio na barriga ou um aperto no estômago:
( ) nunca[0] ( ) de vez em quando[1] ( ) muitas vezes[2] ( ) quase sempre[3]
10. Eu perdi o interesse em cuidar da minha aparência:
( ) completamente[3] ( ) não estou mais me cuidando como eu deveria[2]
( ) talvez não tanto quanto antes[1]
( ) me cuido do mesmo jeito que antes[0]
11. Eu me sinto inquieta (o), como se eu não pudesse ficar parada (o) em lugar nenhum:
( ) sim, demais[3] ( ) bastante[2] ( ) um pouco[1] ( ) não me sinto assim[0]
12. Fico animada (o) esperando animado as coisas boas que estão por vir
( ) do mesmo jeito que antes[0]
( ) um pouco menos que antes[1]
( ) bem menos do que antes[2]
( ) quase nunca[3]
13. De repente, tenho a sensação de entrar em pânico:
( ) a quase todo momento[3] ( ) várias vezes[2] ( ) de vez em quando[1] ( ) não senti isso[0]
14. Consigo sentir prazer quando assisto a um bom programa de televisão, de rádio ou quando leio alguma coisa:
( ) quase sempre[0] ( ) várias vezes[1] ( ) poucas vezes[2] ( ) quase nunca[3]
RESULTADO DO TESTE
93
Ansiedade: [ ] questões (1,3,5,7,9,11,13) Depressão: [ ] questões (2,4,6,8,10,12 e 14)
Escore: 0 – 7 pontos: improvável, 8 – 11 pontos: possível – (questionável ou duvidosa), 12 – 21 pontos:
provável.
Fonte: Botega et al. 1995.
94
ANEXO 6
INSTRUMENTO PARA MENSURAÇÃO DO IMPACTO DA DOENÇA NO
COTIDIANO DO VALVOPATA (IDCV)
Instruções: Este é um questionário para avaliação das pessoas com problemas no
coração sobre as consequências da doença em sua vida. Avalie cada afirmação,
escolha um número para cada uma que melhor corresponda a sua concordância com
as afirmações. Quanto maior o número que você escolher maior será sua concordância
com as afirmações. Não existem respostas certas ou erradas, o que importa é sua
opinião pessoal sobre as questões. Avaliação que o paciente faz do impacto da doença
sobre sua vida – Ao considerar todas as consequências da doença do coração na sua
vida o (a) Sr(a) avalia o impacto da doença como: 1. muito ruim 2. ruim 3. não sabe
responder 4. bom 5. muito bom Parte A. Para cada uma das frases sobre o impacto da
valvopatia, responda se: 1. discorda 2. discorda parcialmente 3. não sabe responder 4.
concorda parcialmente 5. concorda totalmente
1 2 3 4 5
1. Depois que fiquei com problema no coração, passei a dar mais atenção à minha saúde.
2. O problema no coração me tornou dependente de outras pessoas.
3. Esse meu problema no coração prejudicou a minha capacidade de trabalhar como antes.
4. Agora fico mais irritado e nervoso por causa do problema no coração.
5. Eu vivo bem com esse meu problema do coração.
6. Eu me sinto muito angustiado, depois que fiquei com problema no coração
7. Depois que fiquei com problema no coração passei a ficar com medo de que alguma coisa aconteça comigo.
8. Minha vida sexual ficou a mesma de antes do problema no coração.
9. Por causa do problema no coração, passei a ter dificuldade para dormir.
10. Por causa do problema no coração, sinto muita dificuldade para fazer os serviços do dia a dia.
11. Por causa do problema no coração, tenho muita falta de ar.
12. Por causa do problema no coração, sinto muito cansaço.
13. Por causa do problema no coração, tenho períodos de tontura.
14. Ter um problema no meu coração me deixa preocupado
95
Parte B. Avalie se cada consequência expressada em cada uma das frases é: 1. muito
ruim 2. ruim 3. não sabe responder 4. bom 5. muito bom.
1 2 3 4 5
1. Dar mais atenção à minha saúde, depois que fiquei com problema no coração, é
2. O problema no coração ter me tornado dependente de outras pessoas é
3. O meu problema no coração não tem me deixado mais trabalhar como antes, é
4. Ficar mais irritado e nervoso por causa do problema no coração é
5. Viver bem com o problema do coração é 6. Sentir muito angustiado, depois ter o problema no coração é
7. Passar a ficar com medo de que alguma coisa aconteça comigo, depois de ter o problema no coração, é
8. Minha vida sexual ter ficado a mesma de antes do problema no coração, é 143
9. Ter dificuldade para dormir devido o problema no coração é
10. Sentir muita dificuldade para fazer os serviços do dia a dia, devido o problema no coração, é
11. Ter muita falta de ar, devido o problema no coração, é
12. Sentir muito cansaço, devido o problema no coração, é
13. Ter períodos de tontura, devido o problema no coração, é
14. Ficar preocupado por ter um problema no meu coração, é
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ANEXO 7
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