ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO
REUNIÃO ORDINÁRIA DE 24/09/2015
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Aos vinte e quatro dias do mês de setembro de dois mil e quinze, no
Auditório da Quinta do Prado, sob a Presidência de António Manuel Marinho
Gomes, Secretariado por Manuel Maria Fernandes e Maria da Graça Teixeira
Fernandes Silva Mourão, respetivamente 1.º e 2.º Secretários, reuniu
ordinariamente a Assembleia Municipal de Celorico de Basto, nos termos do n.º 1
do artigo 27º da Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro. ---------------------------------------
Quando eram quinze horas e quinze minutos o Sr. Presidente da
Assembleia Municipal declarou aberta a sessão. ---------------------------------------------
Faltaram por motivo justificado os Senhores Deputados Municipais: José
Joaquim Carvalho da Silva, Maria Emília M. Bragança Fonseca Carvalho e
Hernâni Alberto de Lemos Bastos. ----------------------------------------------------------------
I – PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA
PONTO N. 1 – APROVAÇÃO DA ATA DA SESSÃO ORDINÁRIA DE 26 DE
FEVEREIRO DE 2015. -------------------------------------------------------------------------------
Posta a votação foi a mesma aprovada por unanimidade. ------------------------
PONTO N. 2 – INFORMAÇÕES. ------------------------------------------------------------------
PONTO N. 3 – OUTROS. ---------------------------------------------------------------------------
Pelo Sr. Presidente da Mesa da Assembleia Municipal foi comunicado aos
Srs. Deputados para quem deseja-se inscrever-se para este ponto, o fazer. ---------
Foi entregue ao Sr. Presidente da Mesa um requerimento apresentado pelo
Sr. Deputado Mário Fernando Andrade de Sousa, do seguinte teor: Mário
Fernando Andrade Sousa, Deputado Municipal do Partido Socialista, vem requerer
a suspensão do mandato, por seis meses, devido a questões profissionais que
não lhe permitem exercer a sua função em plenitude, nomeadamente contacto
com os eleitores, preparação das reuniões e presença nas mesmas. Pede
deferimento. Celorico de Basto, 24 de setembro de 2015. ---------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Carlos Manuel da Silva Magalhães que
começou por referir que a lavagem dos contentores do lixo ainda se mantém na
via pública e mais grave ainda é que continuam a derramar as águas dessas
lavagens para a rua. Por isso apelo aqui mais uma vez para que seja resolvido
rapidamente esse problema de saúde pública. Sr. Presidente da Câmara, queria-
lhe perguntar se o empréstimo a médio e a longo prazo na Caixa Geral de
Depósitos, pedido pela Qualidade de Basto e que veio aqui a aprovação nas duas
últimas reuniões, foi aprovado pelo Tribunal de Contas? E já agora que estamos a
falar da Qualidade de Basto, pergunto-lhe se sabe quantos funcionários vão ser
despedidos? Tenho de reconhecer que se nota uma certa animação na sede do
concelho. Gostaria de perguntar ao Sr. Presidente da Câmara se esse movimento
fez com que aumentasse a taxa de ocupação do Parque de Campismo? Sr.
Presidente da Câmara, já manifestei o meu profundo estado de tristeza com o
abandono de alguns edifícios e equipamentos públicos. Recentemente houve dois
acidentes graves na ecopista, acidentes estes devido á falta de manutenção. Nada
disto aconteceria se se fizesse o que deveria ser feito. Por isso apelo novamente
que se faça o que se deve. E como o Sr. Presidente bem disse, não podemos
estar a criar e a construir equipamentos novos esquecendo aquilo que já existe. E
já agora questiono o Sr. Presidente da Câmara, se existe algum seguro específico
para a utilização da ecopista? ----------------------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Eduardo Fernando de Magalhães, que
começou por dizer que como hoje vamos falar de água e saneamento, aproveito
para falar também sobre o futuro do Concelho. Estamos com quarenta anos
passados sobre Abril de 1974, com o atual figurino das Autarquias. E esta
Assembleia ou mesmo a Câmara Municipal, nunca teve sequer uma reunião para
refletir o que fazer com o Município, o que fazer para manter o número de pessoas
para não haver desertificação permanente. O que fazer para haver melhor
qualidade de vida e ter crescimento. Nunca houve essa reflexão nem ao nível da
Assembleia Municipal nem ao nível da Câmara Municipal, apenas vamos fazendo
os documentos que são obrigatórios. Temos o PDM, porque nos foi imposto.
Fazemos um orçamento anual porque nos é imposto. Um plano de atividades
porque nos é imposto. Tudo o resto não fazemos. E portanto, chegamos aqui e
temos o concelho ainda sem distribuição de água ao domicílio na sua totalidade,
ainda com uma parte significativa sem essa distribuição. Temos ainda uma quota
altíssima de saneamento por fazer. Chegamos a esta altura com alguns parques
empresariais, é verdade, mas alguns deles muito mal tratados, muito mal
conservados e por preencher. Temos apenas três parques relativamente
pequenos e com todos esses problemas. Chegamos a esta altura e ainda com as
acessibilidades por fazer. Continuamos sem ter o nó de ligação á autoestrada,
agora que é tão simples. Continuamos sem ter uma ligação ao Arco de Baúlhe.
Continuamos sem uma ligação a Felgueiras. Eu sei que aqui a responsabilidade
não é do Município, mas o certo é que uns conseguem outros não conseguem.
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Alguma coisa temos que fazer para mudar isto. Entretanto continuamos sem poder
de compra. O concelho está nos últimos lugares no poder de compra. A par disto,
podíamos dizer não fizemos mas a Autarquia goza duma grande saúde financeira,
tem os cofres cheios, como agora está na moda dizer-se, mas também não.
Também a Autarquia se foi endividando ao longo dos anos e uma dívida
relativamente pesada que se vem pagando com enorme esforço e que se vem
diminuindo. E isto também vem a propósito e porque todos os anos é assim vem o
IRS, vem o IMI, taxas e impostos para pagar. E olhando para as taxas e impostos,
nós fixamos sempre as taxas, ou pelo menos é proposta da Câmara e depois
votada, pelos máximos. Olhamos para o IRS, vai para o máximo. A Taxa Municipal
de Direitos de Passagem, vai para o máximo. E depois no IMI, tem sido um
esforço enorme para conseguir baixar alguma coisa em termos deste imposto.
Sabemos nós que há dez anos atrás este imposto era residual, não existia. E isto
essencialmente, porquê? Porque não temos planificação, não temos um plano. E
então não sabemos se mantendo as taxas é bom. Teremos mais receitas
mantendo? Ou pelo contrário se baixássemos as taxas poderia ajudar a fixar mais
pessoas, poderia ajudar mais empresas e poderia ajudar ao crescimento? É isto
que é preciso discutir é isto que é preciso conversar. Porque não basta ter taxas
altas, porque com o período de austeridade que nós temos vindo a viver, as
pessoas vão saindo e cada vez ficam menos pessoas no País e no Município. Nós
olhamos para o lado e a dada altura estamos quase sozinhos. Uma Vila deserta e
as Freguesias sem pessoas, sobretudo os mais jovens. Uma questão
extremamente preocupante para os Municípios e para o País em geral, a perda de
população. Vamos ficando cada vez menos e então em termos de população ativa
isso começa a complicar-se imensamente. E isto leva-nos para a questão da falta
de natalidade e desta para a desertificação. São problemas extremamente sérios
que é necessário discutir e apelo ao Sr. Presidente de Câmara, que é quem gere o
Concelho, para discutir estas problemáticas, conversarmos e ver o que é possível
fazer e depois planificar e tentar remediar isto que é coisa que nós não temos
vindo a fazer. Nós estamos sempre com o pior, taxas altas, menor qualidade de
vida e menor poder de compra. Reparem nesta diferença quando falamos da taxa
do IRS de 5% reservado á Autarquia. Lisboa tem 2,5%. O cidadão que vive em
Lisboa paga metade desta taxa para o Município, para além de ter todas as outras
condições em termos de qualidade de vida e rentabilidade. Comparando com o
concelho mais pobre do País, paga metade de nós o que é estranho. Sem me
alongar mais, é importante a reflexão a planificação a ajuda que precisamos
sobretudo para resolver estas matérias. A questão da água e do saneamento está
a resolver-se agora fruto do protocolo estabelecido e estão cá os Senhores
Técnicos e Representantes da Empresa, para nos falar desta questão da água e
do saneamento. Mas é esta reflexão que tem de ser feita, como é que chegamos a
esta altura com as coisas por fazer? -------------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Mário Fernando Andrade de Sousa que
disse trazer hoje ao período de antes da ordem do dia, dois assuntos. Um
relacionado com a abertura de valas nas estradas municipais para a colocação do
saneamento. Valas que são abertas por todo o lado e que nunca mais é colocado
o pavimento. E não digam que é preciso tempo para a compactação dos terrenos,
porque até eu que não percebo nada do assunto sei que isso pode ser feito de um
dia para o outro. Não se pode chegar a uma freguesia e rebentar os caminhos
todos e as pessoas que se amanhem. Porque é necessário fazer um ou dois de
cada vez, mas deixando sempre uma saída possível. Eu neste momento ou
compro um todo o terreno ou só consigo ir para a minha casa pela freguesia
vizinha de Vale de Bouro, porque todas as entradas possíveis pela minha
freguesia estão todas rebentadas. E agora sei lá quando vão ser arranjadas. A
segunda questão também tem a ver com obras e tem a ver com as obras de
Fermil, ou do Fundo da Feira de Fermil. São piores do que as de S. Torcato, que
nunca mais terminam, as de S. Torcato já terminaram. São feitas por
administração direta da Câmara. Os funcionários vão lá uma semana e vão dois
meses embora, para outro lado e temos ali obras que já se arrastam há vários
meses, com prejuízo para as pessoas. Temos de nos habituar a ser pessoas que
fazem um planeamento e o cumprem. Uma obra é para chegar lá fazer-se,
colocar-se o pavimento no sítio e quando estiver pronta vai-se para outra. Não
podemos começar obras em todo o lado e não as terminar. Eu sei que o
saneamento não é feito por administração direta da Câmara Municipal, mas como
é feito em vias municipais a Câmara tem o poder fiscalizador e deve chamar a
atenção para que esses pavimentos sejam colocados no sítio logo após serem
retirados, porque são vias de acesso a habitações e as pessoas têm muito
prejuízo se não o poderem fazer. -----------------------------------------------------------------
Usou da palavra o Sr. Presidente da Câmara, que relativamente às
questões colocadas pelo Sr. Eng.º Carlos que falou na questão dos contentores
que são lavados na via pública, na altura foi chamada a atenção para que os
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serviços acompanhassem essa situação. Fico obviamente surpreendido com esta
informação e certamente vamos fazer eco e um acompanhamento redobrado para
que isso não se repita. Em relação aos funcionários da Qualidade de Basto,
obviamente toda e qualquer entidade com a autonomia que tem pode e deve fazer
uma reestruturação se assim o entender. Está em curso, de acordo com as
informações que me são prestadas, uma reestruturação no sentido de maximizar o
modelo de funcionamento em termos de aproveitamento máximo dos seus
recursos humanos. Não posso dizer aqui porque não tenho esses dados a
quantidade de pessoas que saem ou que entram na Empresa Municipal.
Relativamente á questão do Tribunal de Contas, parece-me que não carece de
parecer vinculativo do Tribunal de Contas, mas de qualquer das formas não posso
dizê-lo aqui de forma objetiva porque não estou com esse dossiê em mãos, esse
dossiê está com o Conselho de Administração da Empresa Municipal. Em relação
ao Parque de Campismo. O Parque de Campismo teve uma fase inicial em que
trabalhou extremamente bem e depois teve uma fase diria menos boa. Inclusive
há uns meses atrás houve lá um incêndio num bungalow e houve lá também
algumas questões de manutenção que fizeram que se passasse uma fase menos
boa. Entretanto essas questões têm vindo a ser resolvidas e tem-se vindo a
recuperar aquilo que é o funcionamento e também o número de pessoas que o
utilizam e a faturação. Embora reconheça e pela informação que tenho, houve ali
uma fase menos boa. Em relação á ecopista. A ecopista tem uma equipa de
manutenção diária permanente nos seus vinte e quatro quilómetros. E a verdade é
esta quando acabam de fazer os vinte e quatro quilómetros têm que
imediatamente começar na outra ponta. E é evidente quando há um crescimento
muito rápido da vegetação às vezes acontece problemas dessa natureza. E
também há a vandalização de alguns espaços públicos nomeadamente também a
ecopista. Nós ao nível do seguro temos segurado tudo aquilo que é nosso em
termos de património. Coloca a questão eventualmente se quem por lá circula se
estará a salvaguarda de algum seguro? Eu julgo que o seguro que nós temos é
capaz de não chegar aí, mas também tenho que ter uma informação mais precisa
sobre isso. Relativamente às reflexões apontadas pelo Sr. Dr. Eduardo
Magalhães, que falou sobre a qualidade de vida e o emprego. É evidente que nós
não somos os arautos de que tudo está bem, mas também não podemos
embarcar naquela lógica de que tudo está mal. E devo dizer que nos últimos
tempos em coisa de poucas semanas foram criados aqui em Celorico de Basto,
criados efetivamente, cerca de cem postos de trabalho. Cem postos de trabalho
podem parecer pouco, é coisa pouca. Mas se isto fosse replicado à escala
Nacional ou seja, se a todos os territórios do nosso País acontecesse o que está a
acontecer aqui nestas últimas semanas, falaríamos de cinquenta mil postos de
trabalho. Cinquenta mil postos de trabalho no país parece que já têm um eco e um
significado muito importante. Aqui no concelho tem um significado muito
importante. Deixem que vos diga que nas próximas semanas darei conta de
notícias bastante boas na área do emprego. Isto pode parecer paradoxal mas a
verdade é esta, nós aqui dentro do nosso concelho nunca tivemos tanto emprego
como temos agora. Nós nunca tivemos a área industrial a funcionar e temos
agora. O setor do turismo começa agora a funcionar e nunca o tivemos. Nós
vivemos sempre no passado, dependentes do exterior. As pessoas trabalhavam
na construção civil e obras públicas. A maior parte delas ia á semana e vinha ao
fim de semana, outras de quinze em quinze dias e de mês a mês. E os postos de
trabalho que existiam e dos quais as pessoas estavam dependentes, eram nos
concelhos vizinhos, no Porto, em Lisboa, Algarve ou até em Espanha e era assim
que funcionava a nossa economia. Por isso quando eu digo nunca houve tanto
emprego no nosso concelho esta é uma verdade insofismável e os dados estão aí
e apontam que nunca houve tanto emprego cá dentro como existe agora. Quem
nos dera que nos concelhos vizinhos e no País a realidade fosse a mesma e não
acontecesse todos os problemas que tem vindo a acontecer num passado recente
com certeza que nós estaríamos numa posição nitidamente melhor. E quem dera
também que outros Municípios que estão à nossa volta pudessem porventura
também ter estes padrões de apresentar investimento. E por isso dizer que sobre
esta matéria, só do emprego, acho que temos vindo a percorrer um percurso muito
interessante. Depois falou sobre a questão das contas do Município. Ainda ontem
estive a ver um documento que é publicado pela DGAL (Direção Geral das
Autarquias Locais), que diz que para o Município de Celorico de Basto existe um
limite de endividamento de dezasseis milhões cento e vinte e um mil euros ou seja
o Município pode endividar-se até este ponto. Não pode é ultrapassar porque
quebra a lei para as Autarquias Locais. E em Junho, e porque agora já temos mais
folga, dizia a DGAL que nós tínhamos uma dívida de quinze ponto seis, dizia
porque agora, neste momento, já temos à volta de quinze milhões. Que quer isso
dizer? Quer dizer que nós se quiséssemos ir à banca recorrer ao empréstimo
podemos fazê-lo, não temos limitações. E para o ano se quisermos recorrer a
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mais empréstimos podemos fazê-lo. Fecharemos o ano com cerca de catorze
ponto quatro, catorze ponto cinco milhões de euros de dívida. Relativamente às
ligações rodoviárias, é um problema complicado, complexo e difícil. Estamos a
trabalhar em conjunto com outros Municípios, não desistimos. Têm sido feitas
diligências bastante positivas, mas não vale a pena estar a fazer eco delas. Em
relação às questões da natalidade e da população ativa. O Dr. Eduardo
Magalhães tocou numa das questões que neste momento mais se fala no País. Se
se fala no País é óbvio que Celorico não podia ficar à margem deste processo tão
preocupante. Fala-se tanto daquilo que é a reestruturação do sistema de
segurança social para o futuro e porque é que se fala muito sobre isso? Fala-se
exatamente porque este é um problema gravíssimo que temos no nosso País. Nós
não temos natalidade que no futuro sustente uma população ativa que sustente
aquelas pessoas que vão estar como pensionistas. E este é um problema que
como disse e bem, nos deve juntar a todos para discutir e ver quais são as
melhores opções independentemente de pensamentos ou ideologias partidárias.
Acho que há aqui uma lógica que nos deve unir a todos para termos um sistema
que funcione para o futuro, tanto em termos de natalidade como até em termos de
funcionamento da área da segurança social e da sua reformulação. E essa lógica
que falou das pessoas conversarem e dialogarem para estabelecerem pontes é
muito importante e essencial. E eu não me desvio a ouvir sugestões ou a ter
conversações no sentido de promover não só a natalidade mas aquilo que nós
possamos dar como imputes para melhorar esta questão do sistema da segurança
social no nosso País. É uma preocupação que está ligada a todos. Falos na
questão da taxa do IMI em Lisboa, onde penso que será de zero ponto quatro. Se
no IRS poupam a derrama é muito alta e cá é zero. Podemos pegar nos
indicadores, nas taxas e vemos aqui diferenças, não podemos é pegar numa e
com isso generalizar. O Sr. Professor Mário falou em questões muito importantes
e preocupantes. Aliás resulta dessa mesma preocupação que nós tenhamos
proposto ao Sr. Presidente da Assembleia que inclui-se aqui um ponto na ordem
dos trabalhos. Temos aqui metade dos Membros Executivos das Águas do Norte,
o Sr. Vice-Presidente e um Sr. Vogal do Conselho de Administração, que estão
aqui presentes e com certeza que esse ponto também é para que estas questões
sejam aqui devidamente apresentadas, esclarecidas e que as pessoas saibam
com o que podemos contar, porque de facto temos tido aqui um conjunto de
situações menos positivas, como relatou, que nós queremos ser esclarecidas aqui.
II – PERÍODO DA ORDEM DO DIA
PONTO N. 1 – AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ÁGUAS E SANEAMENTO DO
CONCELHO DE CELORICO DE BASTO. -----------------------------------------------------
O Sr. Presidente da Mesa informou da presença na sala de dois Membros
do Conselho de Gestão das Águas do Norte que vão passar a apresentar o
trabalho e depois se houver questões a colocar devem fazê-lo, para que sejam
prestados os devidos esclarecimentos. ----------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara para fazer um breve
enquadramento. Disse o Sr. Presidente da Câmara que solicitou ao Sr. Presidente
da Assembleia que incluísse um ponto específico sobre esta matéria porque
achava que era fundamental, que não só na Câmara onde nós discutimos também
como ponto único, também aqui se discutisse e as pessoas pudessem ter maior
informação possível e pudessem assim confrontar as pessoas envolvidas seja a
Câmara Municipal, seja neste caso as Águas do Norte, Noroeste. E por isso está
aqui o Sr. Vice-presidente do Conselho de Administração, Engenheiro Martins
Soares e também o Sr. Administrador, Engenheiro Álvaro Carvalho, que trazem
outro técnico a acompanhá-los, para estarem disponíveis, para primeiro
eventualmente e se for esse o entendimento da Assembleia Municipal, fazer uma
apresentação e depois estarem disponíveis para todas as questões que sejam
colocadas. Entendo que o processo tem tido muitas questões que têm falhado e
desde o início que tenho feito o alerta de forma continuada, insistente e pertinente,
para um conjunto de situações que tem corrido de forma menos boa, para não
dizer mal. Nomeadamente desde o início o call center não funcionava e que ainda
hoje tem muitos problemas. Depois a reparação das avarias, muito tempo para
reparar essas avarias. Muito tempo para reparar as fugas de água. Contratos com
pessoas que cederam águas de furos e minas para reservatórios, contratos que
não foram renovados e que a água não foi para os reservatórios e depois houve
falhas de água. Poucos foram os reservatórios no concelho que não tiveram falhas
de água. E não foi só por ser um ano muito seco, mas isto não chega, essa
justificação não chega. Houve aqui coisas que podiam ter sido evitadas e de facto
o processo aí também não correu muito bem. Depois temos a parte final que é a
das faturas, porque aquilo que se verificou é que houve umas estimativas
inflacionadas. Fizeram estimativas, calcularam as faturas e enviaram para a casa
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das pessoas e as pessoas estão a pagar com base em estimativas que não estão
corretas. E ainda por cima foram emitidas, porque nós demos por ela, faturas que
tinham erros. Faturas que ao sétimo metro cúbico de consumo passavam para o
3.º escalão e depois viemos a verificar que eram quinhentas e sessenta faturas.
Eu próprio mandei um e-mail a dar conta disto. Chegamos a uma situação em que
de facto o serviço estava a piorar. As contas que estavam a ir para casa das
pessoas estavam a ser maiores. Feito o balanço tem de haver um ponto de ordem
à mesa e um esclarecimento sobre esta matéria porque isto assim não dá para
continuar. Nós tínhamos um acordo feito no sentido de melhorar e alargar os
serviços e os preços não oscilarem muito e afinal de contas o que temos aqui é,
perante as pessoas faturas muito elevadas e um serviço que está a funcionar
bastante mal. Em Agosto por causa da rutura dos reservatórios tive que assumir a
responsabilidade da questão dos reservatórios, porque mais ninguém na altura
conseguia resolver esta questão. Juntei os funcionários da Câmara e fomos nós
que tratamos de resolver o problema do abastecimento de água. Posto isto, esta
intervenção foi só para fazer um breve enquadramento para o ponto que vai ser
apresentado. --------------------------------------------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Vice-presidente do Conselho de Administração
das Águas do Norte, que começou por referir que esta parceria com a Águas do
Norte é público/pública, ou seja cem por cento do Estado. É uma empresa da qual
faz parte como acionistas o Estado e um conjunto de Municípios entre os quais o
Município de Celorico de Basto. E é nessa condição que devemos ir aos Órgãos
Autárquicos, prestar contas e dizer o que foi feito, o que está feito, o que está a
correr bem e o que está a correr mal. Disse também que gostava de falar dos
cinco meses que levam de exercício no Município de Celorico de Basto. Disse
também que há de facto um conjunto de falhas grandes tendo elencado algumas
delas, como o call center e a faturação e referido o que a Empresa fez ou está a
fazer para resolver esses problemas. Também referiu algumas vantagens que
trouxe o sistema nomeadamente no tarifário onde os escalões foram ajustados.
Está também disponível o tarifário para famílias numerosas. Também a tarifa
social. Existe também os ramais de água e saneamento gratuitos até vinte metros.
A questão dos contratos que são também gratuitos. A alteração do titular do
contrato deixou também de ser paga. Estas são algumas das vantagens que aqui
trouxemos. Disse também que está a ser feito um grande esforço no sentido de
nos próximos dois meses fazer os ajustamentos e as correções. De seguida fez a
apresentação com projeção do abastecimento de água ao Município de Celorico,
referindo que fica disponível para quaisquer esclarecimentos. ---------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara para falar da questão da
gestão das obras, pois não é admissível ter casos de quase quatro meses de
estradas onde nem sequer a primeira camada de pavimento foi colocada. O
transtorno que isso dá à circulação automóvel e às pessoas que vivem à volta
dessas ruas. Outra questão fundamental é como é que depois os arruamentos vão
ficar? Porque são acessibilidades municipais e se elas ficarem mal, daqui a meio
ano ou um ou mais anos, quem vai ter que gastar o dinheiro na intervenção é o
erário público municipal. E o erário público municipal não tem capacidade para
andar a intervir em estradas que ficam da forma como se tem visto. Era só esta
nota de rodapé que queria deixar. ----------------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Mário Fernando Andrade de Sousa,
que disse que em relação à apresentação que foi aqui feita e às palavras do Sr.
Presidente, parece que há aqui um conflito entre a Câmara Municipal e a Empresa
Águas do Norte. O Sr. Presidente tem estado aqui a denunciar uma série de
questões e acho que não está a correr bem esta parceria. Quando estas coisas
acontecem, normalmente denuncia-se o contrato, se existir contrato que também
não sei se existe, entre as Águas do Norte ou Águas do Nordeste, já não sei o que
é que aprovamos aqui. Eu acho que nunca aqui aprovamos nada em relação às
Águas do Norte. Depois desta apresentação eu quase que me atrevo a dizer que
nós não estamos em época de crise, ou que isto não se passa no Portugal de
2015. Vinte e dois milhões de abastecimentos. Vamos fazer noventa quilómetros
de condutas em alta. Vamos buscar a água á Barragem da Venda Nova. Isto ou é
campanha eleitoral ou um filme de ficção. Eu não sei o que é que se passa aqui
mas nós temos tudo cheio de água no nosso concelho. Nascentes que depois
terão de ser canalizadas para o rio, porque não irão servir para mais nada. Isto
não tem pés nem cabeça. Não tenho estudos, porque não é a minha área, que
possam sustentar a minha opinião mas empiricamente, parece-me completamente
desnecessário. E sobretudo quando eu vejo que só se anda a fazer saneamento
onde é ao baixo. Na mesma rua faz-se saneamento até á elevação. Quando
começa a descer para o outro lado já não se faz porque é preciso uma estação
elevatória, é preciso bombagem ou qualquer coisa do género. Só se faz ao baixo
para não se gastar dinheiro porque aí a própria lei da gravidade encarrega-se de
transportar os dejetos. E quando se faz isso na mesma rua, duas casa vizinhas,
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uma terá o saneamento a outra não, porque a inclinação é oposta e já não tem.
Quando não há dinheiro para isso, vamos gastar vinte e dois milhões em água e
saneamento? Eu não sei onde o irão buscar, não faço a mínima ideia qual é a
fonte de financiamento desta empresa. Creio que serão os consumidores a pagar
isto. Isto irá refletir-se nas faturas da água, do saneamento, dos resíduos sólidos e
líquidos. Creio que nós iremos ainda assistir a próximos capítulos e depois vamos
falando quando isto se começar a desenvolver. ----------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Carlos Manuel da Silva Magalhães, que
colocou a primeira questão ao Sr. Presidente da Câmara. Foi aprovado nesta
Assembleia com o voto contra do CDS, a adesão às Águas do Noroeste.
Pergunto-lhe concretamente como justifica perante esta Assembleia a
transferência desse contrato para as Águas do Norte? Porque é que não
apresentou a esta Assembleia a aprovação dessa transferência? Foi aqui
exaustivamente detalhada a obra que será feita, contudo o que interessa no
momento é que o sistema funcione. E o sistema tem falhas graves. Pretendia ser
esclarecido de que forma vão prevenir os problemas que foram aqui elencados,
como por exemplo as constantes faltas de água e a demora excessiva nas
reparações das avarias. Pergunto concretamente que medidas vão ser tomadas? -
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Eduardo Fernando Magalhães que
disse pretender apenas alguns esclarecimentos. Quando é que vamos ter as
questões da água e do saneamento prontas? Depois dizer que algumas
freguesias ainda não têm abastecimento de água, pergunto se está a haver
alguma preocupação para abastecer essas freguesias no imediato? A evolução
dos preços, ou seja a progressão dos preços nos próximos anos, o que se está a
pensar nesse sentido? Quando é que vamos ter a água da barragem da Venda
Nova ligada ao nosso Município? Eram estes os esclarecimentos que pretendia. –
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Basto S.
Clemente que disse relativamente ao presente assunto que a preocupação
demonstrada pelo Município foi também a demonstrada pelas Juntas de Freguesia
junto das Águas do Norte. Nós tivemos uma reunião com as Águas do Norte onde
estavam representadas as Juntas de Freguesia do Concelho, eleitas pelo PSD,
pelo PS e por Independentes, onde discutimos este assunto, pois é uma
preocupação de todos e muito séria o que estava a acontecer com a água. Foi-nos
prometido que tudo ia ser feito para o bem e para melhor do Concelho. É claro que
temos que acreditar e dar um voto de confiança às Águas do Norte para que
essas correções sejam feitas. Outra das preocupações que demonstramos foi
relacionada com a faturação. Queria perguntar, para quando a ligação da água em
alta no Concelho? Há investimentos que estão a ser feitos, mas para quando
novos investimentos? Gostávamos de saber, porque para nós é importante uma
vez que temos de informar os nossos Munícipes, para quando o alargamento da
rede quer da água quer do saneamento no Concelho? -------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara para responder a uma
questão que lhe foi dirigida, que foi a questão da transferência da parceria que
existia entre as Águas do Noroeste e as Águas do Norte. Obviamente nós não
fomos ouvidos nem fomos achados para essa transferência. Isso foi uma
transferência determinada pelo Estado Português. Não sei que configuração legal
é que na altura foi estabelecida. Inclusive, pedi aos consultores jurídicos da
Autarquia para ter essa informação que está, digamos, tecnicamente avaliada mas
foi tomada esta decisão de forma unilateral. E o Sr. Engenheiro Martins Soares,
pode dizer especificamente qual foi a configuração que fundamentou esta
transferência das Águas do Noroeste para as Águas do Norte. --------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Vice-Presidente do Conselho de Administração
das Águas do Norte, que começou por dizer que o Governo aprovou a
reestruturação do setor da Água em Portugal. Essa reestruturação implicou a
redução do número de empresas que geriam os sistemas municipais, Empresas
Públicas. Empresas que estavam integradas no Grupo Águas de Portugal. Só para
dar uma ideia no Norte existiam quatro empresas que desenvolviam aqui a sua
atividade. Era as Águas do Noroeste, as Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro,
as Águas do Douro e Paiva e a SIMDOURO, Saneamento do Grande Porto. O
Governo aprovou a sua reestruturação do setor e criou um conjunto de outras
balizas legais dentro do setor da água, como por exemplo tornar a entidade
reguladora ERSAR, como entidade independente, que já o é desde o ano
passado. No âmbito dessa reestruturação através do Decreto-Lei n,º 93/2015 de
29 de Maio, agregou estas quatro empresas numa única chamada Águas do
Norte. Tendo passado para as Águas do Norte todas as obrigações, direitos e
deveres das anteriores quatro empresas. Esse mesmo decreto-lei fez por exemplo
com que a sede da empresa que antes era em Barcelos, passasse para Vila Real.
Portanto nós estamos no fundo a fazer o cumprimento daquilo que é o decreto-lei
da agregação e que não fez só isto no Norte, fez também no centro do País ao
juntar a Zona de Aveiro, de Coimbra e Leiria, numa única em presa chamada
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Águas do Centro Litoral e fez também na Zona de Lisboa e Vale do Tejo, ao juntar
a Epal a Zona da Costa do Estoril da Península de Setúbal, do Alentejo e da Beira
Interior e criou as Águas de Lisboa e Vale do Tejo. Um dos grandes objetivos
desta reestruturação é de facto reduzir as tarifas e harmonizar a tarifa entre o
Litoral e o Interior. Para terem uma ideia antes desta reestruturação um metro
cúbico de água vendida em alta na zona do Porto custava trinta e oito cêntimos e
na zona de Trás-os-Montes custava setenta e um cêntimos e mesmo assim dava
a de setenta e um dava prejuízo, tinha de crescer para um euro. O Governo
entendeu e bem que devia haver uma harmonização de tarifas e essa
harmonização só pode ser feita se for a mesma empresa a gerir no litoral e no
interior. Quanto às questões que foram levantadas. A questão de que nós temos
de facto muita água e de não tem pés nem cabeça a questão dos vinte e dois
milhões de euros. Poi não é a sensação que tenho nem a sensação de outras
pessoas que aqui vieram, porque de facto estão preocupadíssimos com a
qualidade da água. O facto de ter aqui, ali ou acolá uma mina que dá boa água a
gestão operacional dessas minas é brutal. Não é possível fazer uma gestão
adequada de acordo com a lei utilizando todas estas quarenta e três captações,
não é possível. A partir de Novembro deste ano passam a ser obrigatórias as
análises de radioatividade. Sr. Deputado em muitas destas minas, em muitas
destas origens não se faziam as análises às questões essenciais e portanto a
gestão operacional de ter quarenta e dois sítios onde se capta a água para
abastecer uma população de dezanove mil habitantes, isso é que não tem pés
nem cabeça. Ir buscar á zona de Vieira do Minho e trazê-la e estende-la para que
o Município de Celorico, possa ter de facto qualidade de água e continuidade.
Aproveitando as palavras do Sr. Dr. Eduardo, isto é sustentabilidade, isto é
perspetiva e reflexão para o futuro. O Município de Celorico fica em termos de
abastecimento de água e de saneamento com as infraestruturas necessárias para
proceder ao seu desenvolvimento sem que haja aí qualquer constrangimento.
Quanto á questão das faltas de água e das reposições de avarias, tem toda a
razão verificou-se. Estamos a fazer um grande esforço no sentido de eliminar isso.
Houve um conjunto de avarias que resultou das próprias obras. Em muitos sítios
nós não conhecíamos, porque não existia cadastro ou aquele que existia não
estava fidedigno, sobre o sítio onde passava a conduta de água. E portanto ao
fazer a conduta, ao fazer o coletor de saneamento em muitos casos aconteceram
ruturas que depois naturalmente cria sempre uma questão operacional porque é
preciso fechar, purgar e reparar e tudo isso tem atraso. E em muitos casos
aconteceu e estamos também a fazer um grande esforço no sentido de o reparar,
é que essas avarias foram reparadas mas a reposição dos pavimentos demorou
mais tempo. Hoje a reposição dos pavimentos das obras já está a acontecer. Não
é possível fazê-lo no dia seguinte, tem que haver área de compactação. Pode é
fazer-se um piso provisório, um piso preliminar, meter paralelo, meter brita, mas
realmente estava a acontecer um espaço muito grande entre isso e o definitivo. A
Câmara chamou a atenção da Empresa e a Empresa foi junto do empreiteiro fazer
um esforço e está a ser feito um esforço para que de facto essa reposição no caso
das obras seja tão rápida quanto possível. Foi perguntado também quando é que
nós teríamos água a partir da Venda Nova? O nosso objetivo é que em 2016 já
tenhamos o arranque das obras para trazer a água para baixo. E gostaríamos
muito que algures no final de 2017 as primeiras áreas do Município de Celorico já
pudessem estar a ser abastecidas por essa infraestrutura. A primeira prioridade é
até á sede do Concelho e é essa onde nos vamos concentrar de facto para poder
chegar tão rápido quanto possível. No contrato da Águas do Norte já está lá
previsto este investimento. Não se trata de um milagre de arranjar vinte e dois
milhões de euros, já estava previsto este conjunto de investimento assim como os
restantes que lá estavam, de saneamento que também já estavam aprovados e
que foram aprovados nesta Assembleia. Foram os Senhores Deputados que
aprovaram a adesão na altura ás Águas do Noroeste na alta com este conjunto de
investimentos, de saneamento e de água e no caso da parceria com estes
investimentos que estão previstos dos três milhões. Portanto não se trata aqui de
nenhum milagre, trata-se apenas de cumprir o que está contratualizado.
Perguntaram também a questão do alargamento da rede de saneamento. A nossa
parceria, e quem está a estabelecer as prioridades de investimento é naturalmente
a Câmara Municipal. Nós tínhamos um plano de investimentos para esta primeira
fase que estão em curso. Estão todos eles em curso e iniciamos já os trabalhos
com o Município para desenvolver as próximas prioridades de água e de
saneamento no território. Portanto prevemos que algures no final do mês de
Outubro possamos ter de facto essas redes e essas prioridades definidas até
porque está para ser lançada uma candidatura para apoio a investimentos de rede
domiciliária para territórios de baixa densidade, onde naturalmente nós queremos
apresentar estes projetos para poderem vir a ser financiados, baixando
naturalmente o impacto sobre os consumidores na sua fatura e na sua tarifa.
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Penso que respondi a tudo, mas naturalmente estou disponível para outros
esclarecimentos que pretendam. ------------------------------------------------------------------
Pediu a palavra o Sr. Deputado Eduardo Fernando de Magalhães para
solicitar um pequeno esclarecimento. Quanto à questão das freguesias que estão
sem água, se estão a pensar chegar com a água a essas freguesias, que também
não são muitas? Disse também que ultimamente em locais onde habitualmente
não havia rebentamentos, agora há rebentamentos muitas vezes. Será que tem a
ver com a variação da pressão de água? Não sei qual a razão, mas há aqui
alguma razão porque há condutas que estão a rebentar constantemente. Depois
na questão da progressão dos preços durante os próximos anos. Se poder dar
alguma ajuda parece-me que também era interessante. E nada mais. -----------------
Foi dada a palavra novamente ao Sr. Vice-presidente do Conselho de
Administração das Águas do Norte que disse que se teria de ver caso a caso
porque no território da Região Norte o Município de Celorico é de facto um dos
Municípios que maior taxa de atendimento e de rede de abastecimento tem. Tem
uma taxa que rondará se não mesmo ultrapassará os noventa por cento. Portanto
podemos estar a falar de casos pontuais e teríamos que ver exatamente quais são
essas questões. Porque de facto em termos de rede para permitir o acesso às
pessoas tem uma taxa muito elevada para a média nacional. Quanto a essas
situações que estão se água, nós já identificamos duas ou três, na qual já existe
rede mas não existe origem de água, ou seja a rede está instalada, porque foi
instalada e bem quando a estrada foi asfaltada ou remodelada e estamos agora a
estudar origens temporárias para poder abastecer e colocar essas redes que
estão secas hoje, a funcionar, esta é uma das prioridades. Quanto ás restantes
naturalmente esse plano de investimento está trabalhado com o Município com
base nas prioridades que o Município tem e que estão desenhadas. Quanto á
questão das avarias também teria que se ver caso a caso. Porque há avarias que
resultam das obras e pela inexistência de cadastro. Há avarias que aconteceram
porque de facto houve uma redução significativa das origens de água e do grande
consumo e há aquelas que acontecem naturalmente. Quanto á questão dos
preços. Os preços estão fixados para os próximos cinco anos. O Estado ao dar
liberdade e ao considerar a ERSAR como entidade independente á ERSAR
permite-se agora fazer o chamado regulamento tarifário dos serviços de águas e
resíduos. Já fez e já publicou o Regulamento Tarifário dos Resíduos Sólidos
Urbanos. O que é que diz o Regulamento dos Resíduos Sólidos Urbanos, diz que
o Município deve apurar todos os gastos que tem com os resíduos sólidos urbanos
e deve ao longo dos próximos cinco anos fazê-lo repercutir nos cidadãos, nos
consumidores e portanto tem cinco anos para o fazer. E diz outra coisa, diz que
agora nos próximos cinco anos o Município ao trazer à Assembleia Municipal o
seu tarifário, deve estar acompanhado de parecer da ERSAR sobre o mesmo ou
de demonstração que o pediu e que não houve esse parecer. E a ERSAR pode
dizer, muito bem não temos os preços, mas os preços não estão a utilizar o
princípio do poluidor/pagador, ou o princípio do utilizador/pagador, e esse é o
objetivo. A ERSAR vai um pouco mais longe e diz há aqui famílias que dada a sua
carência económica devem ter tarifas sociais. E a mesma coisa está a acontecer
no setor das águas. E no limite daqui a cinco anos a lei que a Assembleia da
República aprovou e que dá independência á ERSAR, está lá escrito que se o
Município não cumprir esse Regulamento das Águas a ERSAR pode fixar
administrativamente os preços e as tarifas a praticar naquele Município
substituindo-se à própria Assembleia Municipal. A ERSAR diz o Município pode ter
a sua estratégia de dizer a tarifa de água e resíduos devia custar um euro, mas eu
só quero praticar cinquenta cêntimos e é possível fazer isso. O que tem é que
inscrever no seu orçamento uma rúbrica de forma autónoma, apoio social aos
serviços de resíduos e desde que seja feito não há nenhum problema. Porque o
Município pode ter políticas de atração de pessoas e de empresas. Esta
divergência que existe hoje nos tarifários do País que há de 1 para 30, vai
naturalmente harmonizar-se ao longo dos próximos cinco anos. No nosso caso os
tarifários foram previstos para os próximos cinco anos já com crescimentos
resultados. O Município desta parceria que menos crescimento tem é o Município
de Celorico de Basto. Já o disse aqui também em 2013, e está previsto que o seja
ao longo dos próximos cinco anos e acima desses crescimentos a única coisa que
pode acontecer é a taxa de inflação que o regulador pública. Para o ano de 2016 o
regulador já informou que a taxa de inflação é de 1,2%, e é essa a tarifa que será
praticada, o aumento que será praticado em toda a parceria no ano de 2016. Acho
que prestei os esclarecimentos que me foram solicitados. ---------------------------------
Pediu a palavra o Sr. Deputado Mário Fernando Andrade de Sousa para
dizer que não sabe e não é de admirar o que é que custa mais se é explorar a
água no concelho se é ir buscá-la a Vieira do Minho. Também não faço ideia o que
é que custa mais tratar se é água de nascente em Celorico de Basto se é água de
Barragem de Vieira do Minho. Não tenho esses dados, foram apenas questões
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que me surgiram. Em relação á taxa de cobertura da água no nosso concelho é de
facto muito boa, é superior a 90%, só que isto é uma questão de médias, se num
lado está a 100% noutros lados está a zero. Nós temos duas freguesias a zero e
temos que nos preocupar com essas pessoas, que é o básico. Soube também que
há dias foi colocado um tubo subterrâneo para ir abastecer uma queijaria,
passando à porta das pessoas e nenhuma tem acesso a essa água, vai direto
para a queijaria. Essas pessoas também merecem que se pense um bocadinho
nelas. Eu bem sei que muitas vezes estão em locais onde é difícil fazer chegar a
água e fazer os ramais, mas queria deixar aqui esta anotação. --------------------------
Usou da palavra o Sr. Presidente da Câmara para dizer que nós queríamos
e queremos todos que nos seja prestado um bom serviço, um serviço de
qualidade. Queremos claramente um alargamento da rede de saneamento e da
rede de abastecimento de água. Porque temos freguesias nomeadamente
Caçarilhe e Infesta, mas também Basto Santa Tecla, uma parte de Gémeos, uma
parte de Vale de Bouro e Ribas e outras pequenas partes sem abastecimento de
água, o serviço não está completo. Queremos uma coisa que é fundamental, os
preços certos da faturação. O 2.º escalão teve um alargamento em metros cúbicos
e isso é bom. Para as famílias numerosas há três metros cúbicos que podem
acrescentar a cada escalão sem saltar de escalão. Isto é bom que as pessoas
além dos benefícios sociais que possam ir buscar, é bom que saibam e se
informem de alguns benefícios que existem para as pessoas a este nível. E
finalmente queria dizer que tem de haver uma relação de confiança que não é só
entre a Câmara, as Juntas de Freguesia e a Assembleia Municipal. Uma relação
de confiança entre os Munícipes e as Águas do Norte. As Águas do Norte é uma
empresa pública de capitais unicamente públicos, está confirmado legalmente que
nunca poderá deixar de ser, a não ser que os Municípios assim o autorizem e
como tal tem de fazer um trabalho no sentido de que esta confiança exista. E de
facto este período de tempo não foi nada bom. Espero que com as imensas
conversas e reuniões que existiram neste período de tempo, com a vinda à
Câmara e aqui á Assembleia Municipal, a partir de agora que tudo entre nos eixos,
num bom caminho e que esta relação de confiança resulte naquilo que nós todos
defendemos e queremos que é o benefício para os nossos Munícipes. ----------------
Não havendo mais perguntas a fazer o Sr. Presidente da Mesa deu por
terminada a análise e discussão deste ponto, agradecendo os esclarecimentos
prestados pelo Vice-presidente do Conselho de Administração das Águas do
Norte, bem como a presença dos demais Técnicos. -----------------------------------------
PONTO N. 2 – PEDIDO DE APOIO POR PARTE DA UNIÃO DE FREGUESIAS
DE BRITELO, GÉMEOS E OURILHE, PARA A REALIZAÇÃO DO EVENTO “DIA
DA FREGUESIA”. ------------------------------------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara que começou por explicar
que uma coletividade pode fazer um pedido destes e não precisa vir aqui á
Assembleia Municipal, mas um pedido de uma Junta de Freguesia é obrigatório vir
á Assembleia. É um apoio meramente logístico para uma iniciativa nobre e
positiva. Acho que faz todo o sentido o apoio que foi dado e portanto acho que
deve ser ratificado. ------------------------------------------------------------------------------------
Ninguém quis usar da palavra. ------------------------------------------------------------
Posto o assunto a votação foi o mesmo aprovado por unanimidade. ----------
PONTO N. 3 – DEFINIÇÃO DAS TAXAS DO IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE
IMÓVEIS (IMI) A COBRAR NO EXERCÍCIO DO ANO ECONÓMICO DE 2016. ----
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara, que referiu que a proposta
da Câmara Municipal é no sentido de por duas vias propor descidas. Por uma via
que é para todos, que é descer de 0,0335% para 0,033%. Isto em grosso modo
significa uma descida de um e meio por cento para todos que é o impacto que tem
nas contas e no orçamento de cada um. E depois no dia 15 deste mês chegaram
os dados da Direção de Finanças que nos permitiram fazer estimativas sobre o
impacto do IMI familiar. Nós anteriormente não tínhamos esses dados, porque não
nos eram ditos os agregados familiares, os valores envolvidos, as avaliações e
não era possível ter uma estimativa do impacto orçamental daquilo que fosse
proposto. E portanto foi possível com base nos dados que foram enviados para os
Municípios fazer as contas e ter uma estimativa para esta proposta que é
apresentada. Para quem tenha um dependente tem um desconto de 5%, para
quem tem dois, tem 7,5% e para quem tem três ou mais, tem 10%. Estas medidas
significam em termos globais uma diminuição na receita de cerca de oitenta mil
euros. É preciso dizer que é um esforço acrescido no sentido de que deixa de
haver a receita de oitenta mil euros para a Câmara Municipal. ---------------------------
Usou da palavra o Sr. Deputado Carlos Manuel Silva Magalhães que disse
que em 26 de fevereiro do corrente ano apresentou aqui uma proposta que nem
sequer foi admitida a votação. Tenho de agradecer essa amabilidade a todos os
elementos da bancada do PSD. E fico expectante para ver as disposições que
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terão na votação de hoje. Quase que adivinho que subitamente mudaram de
opinião. Nesse mesmo dia o Sr. Presidente disse que a margem era muito curta
para não dizer quase zero. Por isso pergunto-lhe Sr. Presidente da Câmara. Qual
foi o motivo da sua súbita mas boa mudança de opinião relativamente ao IMI
familiar? O Sr. Presidente disse nesse mesmo dia que o que se verificava com o
IMI era um aumento quase diminuto e quase residual. Disse até que esperava
uma ligeira diminuição da receita do IMI de 2014 a cobrar em 2015. Bem, cá
estaremos para ver essa diminuição. A verdade é que o IMI de 2013 para 2014
representou um aumento de receita de mais de oitenta e dois mil euros, ou seja
esse foi o tal aumento residual que o Sr. Presidente da Câmara falava. Um
aumento residual de 7,5%. Caso para dizer que oitenta e dois mil euros são uma
gota no oceano. Mas vamos a contas. Se tivermos em conta as receitas do IMI de
2014 que foram um milhão e cento e oitenta mil euros, pois ainda não temos os
valores de 2015 a proposta de diminuição que o Sr. Presidente da Câmara aqui
apresentou 0,005% representa um decréscimo de dezassete mil e seiscentos
euros de receita para o Município. Ora se tivermos em conta que existem pelo
menos três mil e quinhentos imóveis não isentos de IMI o que certamente até
serão mais, avaliados pelas regras definidas no Código do IMI, os proprietários
vão poupar a magnifica quantia de cinco euros por ano em cada imóvel, os tais
1,5% que o Sr. Presidente falava. Por isso Sr. Presidente é caso para dizer que o
valor que vão poupar os Celoricenses é uma verdadeira fortuna. Quanto ao IMI
familiar, no documento que nos foi remetido ontem, não são esclarecidas quais as
reduções que vão existir, temos que consultar as redes sociais para completarmos
essa informação o que tem as suas vantagens. E foi nas redes sociais que fiquei a
saber que a redução que se propõe é apenas metade do que a lei permite. Mas
isso Sr. Presidente o Sr. não diz aos seus fregueses, talvez porque não convém,
talvez porque não é popular. Pois como alguém dizia, com a verdade me enganas.
E realmente dizer que se podia reduzir muito mais não ia despertar tanta
efusividade aos Celoricenses. Mas enfim, podia fazer-se mais pelos Celoricenses.
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Mário Fernando Andrade de Sousa,
para dizer que ainda bem que o Sr. Presidente da Câmara veio ao encontro das
propostas que a oposição tem apresentado nesta Câmara. É melhor tarde que
nunca. É melhor pouco que nada e é caminhando que se faz o caminho. Vamos
esperando que qualquer dia a proposta que foi feita pelo Executivo do Governo da
República, PSD/CDS de aplicar o coeficiente familiar seja cumprido na íntegra em
Celorico de Basto e não só metade. Como agora e como o Eng.º Carlos disse as
redes sociais são tão boas de certeza que não há necessidade de continuar a
publicar a revista Municipal e esse dinheiro chega e sobra para aplicar o
coeficiente familiar na totalidade e deixarmo-nos de rodriguinhos e de brincadeiras
com o bolso das pessoas. ---------------------------------------------------------------------------
Usou da palavra o Sr. Presidente da Câmara para referir que como tudo na
vida temos que ter dados e fazer contas. Se há contas que são mais simples de
fazer, há outras que são mais complexas, nomeadamente o número de agregados
envolvidos, o valor das avaliações e isso é que nos permite nós termos uma
avaliação objetiva do impacto orçamental. Há ai sítios onde as pessoas estão
habituadas a tomar medidas no escuro, ou seja, primeiro tomam as medidas e
depois é que vão ver o que é que aquilo vai dar. É importante para quem está a
gerir o erário público que a primeira coisa que faça antes de tomar uma medida,
seja fazer as contas e só depois tomar a medida. Mas porque é que só agora se
toma esta medida? É sempre assim, há sempre uma altura para tomar uma
medida. Também há dois anos se reduziu de 0,35% para 0,335% o IMI. Porque é
que foi? Decidiu-se na altura. Com certeza que não foi por má gestão. E depois
deste tempo todo poderá haver esta possibilidade de fazer esta ligeira descida
porque se calhar a gestão também não foi assim tão má quanto isso. Porque se
ela fosse má eu seria obviamente o primeiro a não subscrever esta proposta. É
evidente que todos defendem que as taxas e os impostos sejam os mais baixos
possíveis. E eu também. Eu acho que quanto mais baixos for tanto melhor e nós
estamos lá muito próximos. Aqui em Celorico é metade do que a lei permite, em
Cabeceiras também é metade do que a lei permite. Em Braga por exemplo é 10%
para quem tenha dois filhos ou mais, para quem tem um filho não tem apoio. Eu
pessoalmente tenho uma visão contrária, acho que quer tenha um filho, dois ou
três, acho que devem ter o benefício, mas respeito a decisão que foi tomada em
Braga. Por exemplo em Famalicão quem tem dois filhos é de 15%, quem tem três
ou mais filhos é de 20% e quem tem um filho é zero. Em Viseu é a mesma coisa.
Também aceito que essas lógicas sejam feitas. Quem faz estas contas na maior
parte das vezes chega à conclusão que o maior número de agregados familiares
tem um filho. E por isso é que muitas vezes excluem um filho e aparecem com
estas coisas nos jornais a dizer nos fazemos o desconto de 15%, nós fazemos de
20% e esquecem o maior número de casais ou de pais que têm um só filho. Eu
acho que não se devia estar a excluir quem tem um filho para se aplicar taxas de
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15% e 20%, para quem tem dois, três ou mais filhos. Acho que aqui há que ser
prudente. E caso esta medida tenha impacto que está calculado e nós tenhamos
capacidade para o suportar, assim o prevemos, vamos verificar no futuro se
podemos fazer mais. Porque a redução é pequena mas estou certo que não é
contra ela. Já estamos a ficar muito próximos do limite mínimo do IMI e eu tenho a
certeza que lá chegaremos a esse ponto. Aos bocadinhos vamos fazendo o nosso
caminho de forma consistente e de forma correta. Por isso dizer que feitas as
contas e analisando aquilo que é a nossa consolidação orçamental dum ano e
perspetivando também já, porque é preciso dizer, nós já estamos a trabalhar há
algum tempo no orçamento do próximo ano e obviamente ao trabalhar no
orçamento do próximo ano é que nós podemos analisar o enquadramento desta
medida naquilo que são as contas para o próximo ano. E tudo está interligado.
Não é muito bom em fevereiro, março ou abril, estar a discutir medidas para o ano
a seguir. Eu acho que as medidas devem ser discutidas na altura própria, quando
se está a fazer contas ao orçamento. Por isso é que a lei define que até novembro
é que se devem aprovar estes impostos. É na altura em que se faz o orçamento e
em que se consolida e se tem uma perceção da execução orçamental. Quer isto
dizer que para o próximo ano nesta altura nós já vamos ter uma perceção do
impacto absolutamente correta destas medidas sem fugir ao euro e vamos
perceber se temos mais margem para dar folga ou não, ou eventualmente inverter.
Eu espero que não, tenho essa convicção e tenho as contas feitas que nos
permite que esta medida se concretiza. Dizer que ela é curta e que deu dezassete
mil e quinhentos euros, vai dar um pouco mais, mas é só de uma conta, é preciso
somar á outra conta. Isso é a redução de 1,5%, depois há que fazer a redução da
questão das famílias e isso são mais umas dezenas de milhares de euros. Por
isso é que eu referi que estamos a falar de um valor de perto de oitenta mil euros.
E oitenta mil euros não é a revista Municipal. A revista Municipal custa bem
menos. Este investimento que é um investimento nas famílias não é de 20 nem de
30 nem de 40 mil euros, é de mais, somamos as parcelas e temos esse resultado.
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Carlos Manuel da Silva Magalhães,
para dizer ao Sr. Presidente da Câmara que já que dispõe dos números exatos,
que compare o IMI de 2011 com a receita do IMI de 2014, se calhar vai ser
surpreendido com os números. Sr. Presidente, pergunto-lhe concretamente, qual
foi a receita do IMI em 2014? Foi ou não um milhão e cento e oitenta mil euros? E
houve ou não um aumento de 2013 para 2014 de oitenta e dois mil euros? ----------
Usou da palavra o Sr. Presidente da Câmara para referir que as receitas do
IMI não era aquilo que muitas vezes se propalou, que era a triplicar, quadruplicar
ou quintuplicar. É evidente que a receita do IMI já disse aqui várias vezes a receita
do IMI aumentou. Mas não aumentou aquela proporção dantesca que se falava.
Falava-se nessa altura reduzir para o mínimo, mas eu dizia, vamos com calma,
vamos ver a execução orçamental, vamos ver a margem que temos e vamos ver a
capacidade com que ficamos e se calhar é á luz exatamente disso mesmo que eu
dizia que hoje estamos aqui todos para apreciar e aprovar exatamente estas
medidas. Porque se assim não fosse se calhar não tínhamos condição de as
poder aprovar. ------------------------------------------------------------------------------------------
Posto o assunto a votação a votação foi o mesmo aprovado por
unanimidade. -------------------------------------------------------------------------------------------
PONTO N. 4 – TAXA MUNICIPAL DE DIREITOS DE PASSAGEM (TMDP), NO
ANO DE 2016. -----------------------------------------------------------------------------------------
Usou da palavra o Sr. Presidente da Câmara para dizer que a proposta da
Câmara Municipal era de manter esta taxa. ----------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Eduardo Fernando de Magalhães para
dizer que esta taxa o irrita sempre. Porque é que devemos pagar uma taxa
destas? Uma empresa por passar com um cabo num espaço público, espaço
público esse que muitas vezes fomos nós que cedemos da nossa propriedade,
passa lá um cabo e por alma de quem é que o consumidor final tem de pagar uma
taxa de 0,25%? Depois Sr. Presidente, esta taxa parece que é fixa, mas também é
variável. O 0,25% é o ponto mais alto desta taxa. Que fossem as empresas a
pagar esta taxa é evidente que acabava sempre por sair sempre do bolso do
consumidor, mas agora repercutir esta taxa na faturação isto é uma coisa incrível,
uma coisa do outro mundo. O que é que nós pretendemos com a taxa? Apenas
dinheiro para os nossos cofres e para as nossas despesas. Ou também podem às
vezes funcionar, em termos mais apelativo para que possamos revitalizar alguma
coisa em termos do aumento da população ou a fixação de pessoas, ou de mexer
com a economia. O que é que pretendemos com ela? Sr. Presidente, deverá
pensar-se um pouco sobre esta taxa para o próximo ano se é possível reduzi-la
também. --------------------------------------------------------------------------------------------------
Usou da palavra o Sr. Deputado Mário Fernando Andrade de Sousa, para
dizer que ao contrário do colega esta taxa não o enerva, acho é que é
completamente estúpida. Ela passa nas nossas propriedades e não nos pagam
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nada, nós é que temos de pagar á empresa. Colocam os postes não pedem
autorização e nós ainda pagamos por colocarem os postes nos nossos quintais.
Acho que não tem qualquer legitimidade. Acho que é uma taxa completamente
ilegal. E além disso eu sei que rende uns bons cobres porque agora cada vez há
mais ligações a operadoras e isso paga-se. Também gostava de perguntar ao Sr.
Presidente em que estado é que está a fibra ótica, porque acho que também paga
direitos de passagem? Eu sei que se fez muito investimento mas creio que não
está ligada em lado nenhum. Não sei se tem alguma informação que nos possa
dar, ou se já está ligada em algum lado que eu não saiba. Eu sei que na minha
zona por exemplo, está lá nos postes mas dizem que ainda não há ligação. Acho
que o Município tem que pensar em acabar com esta taxa ou então as operadoras
que não possam repercutir estas taxas nos consumidores diretamente, porque
isso não tem lógica nenhuma porquanto elas não pagam aos proprietários dos
terrenos por onde passam. Por isso elas não podem repercutir às pessoas aquilo
que elas próprias não pagam. ----------------------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara para dizer que na fibra
ótica já há ligação nos edifícios públicos. Relativamente aos privados aguarda-se
a concessão para que seja feita essa mesma exploração. ---------------------------------
Posto o assunto a votação foi o mesmo aprovado por maioria com os votos
a favor do PSD e dez votos contra, sendo nove votos do PS e um voto do CDS. ---
PONTO N. 5 – PROPOSTA DE MANUTENÇÃO DE PERCENTUAL DE 5% NO
IRS DOS SUJEITOS PASSIVOS COM DOMICÍLIO FISCAL NO CONCELHO DE
CELORICO DE BASTO RELATIVAMENTE AOS RENDIMENTOS DO ANO
IMEDIATAMENTE ANTERIOR. -------------------------------------------------------------------
Usou da palavra o Sr. Presidente da Câmara que referiu que naturalmente
também nós gostaríamos de desonerar, conforme também o Estado Português,
esperamos que possam a vir a desonerar os contribuintes, também gostaríamos
nós que não criamos esta medida, este imposto mas que nos foi transferido na
altura. Gostaríamos de poder baixar, contudo nesta altura, neste momento, ainda
não temos condições para prescindir desta receita. -----------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Carlos Manuel da Silva Magalhães,
para dizer que mais uma vez está aqui plasmado que o Executivo Municipal não
tem uma política definida para o incentivo á fixação das famílias no concelho de
Celorico de Basto. É um facto que os cidadãos Portugueses pagaram muito mais
IRS em 2015 do que pagaram em 2014, mas isso não é o reflexo de existirem
mais e melhores empregos, é sim o reflexo de estarmos a pagar mais impostos.
Mas o Município tem uma visão míope do problema e a argumentação é que não
é preciso reduzir os impostos, poi na ótica deste executivo existem inúmeras
ações de apoio social que são suficientes para resolver os problemas dos
Celoricenses. Quase que nos leva a pensar que estas ditas inúmeras ações de
apoio social é o suficiente para fixar as famílias em Celorico de Basto. Mas isso
não é verdade, essa não é a realidade. Temos de fazer mais para fixar os que cá
estão e fixar os que para cá queiram vir. Neste sentido, minhas Senhoras e meus
Senhores, fica aqui registado que o CDS de Celorico de Basto é claramente a
favor da diminuição drástica da carga fiscal municipal. E fica aqui registado que
mais uma vez o Município prefere não aliviar a carga fiscal aos Celoricenses. ------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Mário Fernando Andrade de Sousa,
para referir que não nos podemos esquecer que estamos ainda com um enorme
aumento de impostos. Que estamos ainda a pagar sobretaxa em IRS e que isso
inflacionou e muito as receitas do Município em IRS no percentual de 5%. E se a
Câmara Municipal não pode neste período, que recebe muito, no tempo das vacas
gordas em termos de receita de IRS, diminuir, nunca vai chegar a diminuir. Nós
temos pelas notícias que li nos jornais, não sei se corresponde ou não á verdade,
mas por aquilo que li, temos cerca de setenta Câmaras que cobram zero destes
cinco por cento e temos cerca de oitenta ou noventa que cobram taxas variadas,
desses cinco por cento de que pode dispor o Município. Portanto eu acho que é
mais que justo que as populações do interior e estamos a falar no IRS, que só
pagam aqueles que trabalham. Podemos classificar isto em três grupos. Aqueles
que não têm rendimento ou têm rendimentos baixíssimos, que não pagam nada e
ainda usufruem dos apoios todos. Temos um grupo muito alto que não paga nada
porque não tem rendimentos, vive dos rendimentos das propriedades, dos
rendimentos que não são declarados. Temos casos aberrantes, como um que
conheço, o de um patrão de uma fábrica de calçado tem uma filha que tem o
subsídio todo e uma empregada que trabalha lá a arranjar sapatos, tem uma filha
que tem de subsídio zero. Porque a filha da empregada declara que é
trabalhadora por conta de outrem e a filha do patrão não declara e tem o subsídio
todo. Aquilo que nos motiva é que são agregados familiares que ganham cada um
seiscentos, setecentos e oitocentos euros, que pagam tudo neste País. Pagam os
impostos todos. Os filhos não têm direito a livros da Câmara Municipal, não têm
direito a subsídio, não têm direito a nada. São estes riquíssimos de Portugal os
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REUNIÃO ORDINÁRIA DE 24/09/2015
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que ganham estre setecentos e novecentos euros, são esses afortunados que não
têm direito a nada. E não têm direito sequer que a Câmara Municipal reduza o IRS
deles num por cento. Pessoas que ganham mil euros e pagam duzentos e muitos
euros de IRS mensal, são pessoas que pagam muito de IRS e que deveria haver
aqui um alívio. E isto é muito fácil de acomodar nas contas do Município, porque o
Sr. Presidente disse que está a reduzir drasticamente as dívidas do Município.
Assim é fácil, não se faz nada e tem-se uma receita altíssima. Não sei se é para
isso que existe uma Câmara Municipal, não sei se é esse o sentido que queremos
continuar. Nós estamos a ficar cada vez mais desertificados. A única solução será
mesmo agora a questão dos refugiados para voltarmos a povoar estes concelhos.
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Eduardo Fernando de Magalhães, para
dizer que este imposto é um presente com algum veneno, porque a Autarquia
pode fixar este imposto no 5% e é bom para quem gere a Autarquia mas é mau
para as pessoas. Se o baixar fica bem com os Munícipes mas depois sente
alguma perda de receita. Por isso é que é preciso saber para onde queremos ir e
ponderarmos claramente como vamos utilizar e rentabilizar este imposto. Porque
no fundo o que está em causa é precisamente a questão do bem-estar das
pessoas. Este dinheiro vai sair das pessoas, vai sair dos Munícipes. De cada um
sai cinco por cento que vai ficar num bolo para ser gerido e devolvido outra vez a
esses Munícipes. É preciso que esse dinheiro seja convenientemente
rentabilizado porque é tirado individualmente para ser gerido de forma global. Por
isso é que é extremamente importante traçar o caminho para onde queremos ir e
com rumo. Porque senão não sabemos porque é que agora levamos com o 5% do
IRS, porque é que levamos 0,25% na Taxa de Direitos de Passagem e depois
baixamos o IMI. Afinal o porquê disto tudo? Qual o caminho que nós traçamos e
até onde vamos com isto? Ou não será melhor deixar o dinheiro no bolso das
pessoas e cada um geri-lo á sua maneira? Estas decisões são extremamente
importantes e por isso Sr. Presidente é que ás vezes falo na questão da discussão
e da participação dos Munícipes nestas discussões porque parece-me é
extremamente importante. Democratizar os órgãos e a sociedade parece-me a
mim muito importante. Todos nós teríamos a ganhar se ouvíssemos mais as
pessoas e ponderássemos esta questão. Nós deixamos as pessoas mais pobres.
Será que nós ao gerirmos isto, ao rentabilizarmos isto, as pessoas vão ficar
melhor e haverá melhor qualidade de vida? É nisso que nós temos que pensar. ----
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara, para dizer que este
assunto não é uma questão de gosto, porque se fosse uma questão de gosto, eu
já tinha dito que ninguém pagava nada. Eu fico até um pouco admirado por aquilo
que ouvi por parte de quem representa o CDS, dizer algo do género. Devemos
baixar, devemos ter os impostos mais baixos. Há uma coisa que nós nunca
devemos esquecer que é o equilíbrio orçamental, as contas. Muitas das vezes por
causa de se esquecerem das contas é que se entra num deslizamento tão
complexo que depois se perde o domínio das contas públicas. Cabe-nos a todos
nós propor as medidas, mas saber qual é o impacto dessas medidas. Ora se não
há capacidade orçamental para propor essas medidas como é que elas se
propõem? Só porque se acha que era bom? Que ficava bonito? Que as pessoas
pagavam menos e ficavam satisfeitas? Isso era o que nós todos gostaríamos. Eu
gostava de poder dizer que a partir de agora os impostos são tudo no mínimo. E
até parece que nós criamos aqui um imposto. Nós não criamos imposto nenhum é
o que é. E não esqueçam uma coisa é que há 60% das pessoas que não são
envolvidas por esta medida. Porque há 60% das pessoas que pagam impostos
infelizmente quase nulos, para não dizer nulos. E se houvesse aqui uma redução
do IRS, qual era a medida em que isso os iria afetar, as pessoas que têm menor
rendimentos? Era zero, esta é a verdade. Eu não sou fundamentalista, se
houvesse margem se houvesse possibilidade gostaria que isso se pudesse
repercutir naquilo que é o orçamento familiar. Nesta altura acho que nós não
temos condições de ir numa lógica dessas embarcando em algo que nós não
sabemos sequer o impacto orçamental. Aprovamos uma medida anteriormente
que sabemos qual é o impacto mas esta questão aqui não sabemos. Sendo certo
que seja qual foi o impacto nós não estaremos para já preparados para ele. Há um
velho ditado que diz que o caminho faz-se caminhando. E nós com ponderação
temos vindo a fazer o nosso caminho. Eu acho que com calma e ponderação
vamos conseguir fazer aquilo que importa fazer. Sendo certo que também nós não
podemos servir de contra peso daquilo que é porventura alguma asfixia do Estado
Português em relação às famílias e às pessoas. Se a carga de impostos é grande
para as famílias e para as pessoas que não se pense que uma Autarquia tem uma
vida tão diferente daquilo que é a vida das empresas e das famílias. As Autarquias
também têm vidas complexas. A Câmara Municipal não tem aqui nenhum sítio
especial onde vá buscar dinheiro ou fabrique dinheiro para dar resposta a estas
vontades que as pessoas têm. Porque são vontades que acabam por envolver
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REUNIÃO ORDINÁRIA DE 24/09/2015
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toda a gente. Por isso quem me dera chegar aqui e dizer, fizemos as contas e nós
conseguimos assegurar o funcionamento do nosso Município e conseguimos
prescindir dos 5% a que temos direito e reduzir já para o mínimo o IMI e manter a
derrama no mínimo. Há dezenas de Municípios que têm a derrama. A derrama é
um imposto que não é muito amigo das empresas. E como sabem quem produz
emprego são também as empresas. Por isso há que ter consideração por esta
lógica de não ter derrama, havendo muitos concelhos por aqui perto que tem
derrama. -------------------------------------------------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Carlos Manuel da Silva Magalhães,
para dizer que o CDS conhece o impacto desta medida e o impacto desta medida
é insignificante. Mas já que o Sr. Presidente conhece os números melhor do que
ninguém diga qual é o valor que espera de receita com esta taxa? ---------------------
Usou da palavra o Sr. Presidente da Câmara para dizer que já tinha referido
isso e que é preciso fazer as contas e não atirar números de um lado para o outro.
Enquanto se está a preparar o orçamento para o próximo ano é exatamente nessa
altura que se fazem as contas. Dizer que é arredondado a 20 mil ou 50m mil, eu
nessas coisas não embarco. Para mim os valores que são, são os valores
específicos e são aqueles que estão a ser trabalhados neste momento para o
orçamento de 2016. Se quiser nós fornecemos-lhe os dados daqui a alguns dias,
estamos a acabar. Estamos a preparar o orçamento que virá aqui para que as
pessoas possam colocar questões e perguntas e esmiuçar os dados todos. ---------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Carlos Manuel da Silva Magalhães,
para dizer que tinha perguntado concretamente os números mas se tivesse
dúvidas que se reportasse aos números de 2014. Porque realmente a gente para
justificar que está a par destes valores e deste impacto que esta taxa tem o Sr.
Presidente terá que responder qual é o valor de 2014. ------------------------------------
Usou da palavra o Sr. Presidente da Câmara para dizer que para a próxima
Assembleia se calhar vai tirar dois ou três dias para decorar os números todos. Os
serviços da Câmara estão sempre disponíveis para fornecerem os dados, mas se
acharem que o Presidente da Câmara, a função dele é servir de computador, para
a próxima Assembleia podemos fazer aqui um jogo de números. -----------------------
Posto o assunto a votação foi o mesmo aprovado com os votos a favor do
PSD, oito votos contra, sete votos do PS e um voto do CDS e duas abstenções do
PS. --------------------------------------------------------------------------------------------------------
PONTO N. 6 – PROPOSTA PARA CELEBRAÇÃO DE ACORDOS DE
EXECUÇÃO A CELEBRAR ENTRE O MUNICÍPIO DE CELORICO DE BASTO E
AS JUNTAS DE FREGUESIA REFERENTE À DELEGAÇÃO DE
COMPETÊNCIAS PREVISTA NO ARTIGO 132, N.º 1 ALÍNEA B) DA LEI N.º
75/2013, DE 12 DE SETEMBRO. -----------------------------------------------------------------
Usou da palavra o Sr. Presidente da Câmara para referir que este assunto
já veio aqui à Assembleia e aquilo que queria resumir é que sobre o ponto de vista
prático uma vez aprovado aqui e pelos Órgãos das Freguesias, será assinado e a
verba que estava prevista para o ano inteiro será paga uma tranche já
imediatamente a seguir à assinatura e outra tranche até ao final do ano. -------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Carlos Manuel da Silva Magalhães para
dizer que o Grupo Municipal do CDS quer deixar clara a posição que tem sobre a
matéria Delegação de Competências, para que não haja confusões futuras e para
que não venham aqui os ditos entendidos na matéria dizer o contrário, pois a
posição que o Grupo Municipal do CDS tem é a posição que está expressa na Lei.
Ou seja, que as competências já se encontram atribuídas. Por isso votarei a favor
do presente acordo de execução que tem por objeto exclusivo assegurar a
limpeza das vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros, objeto este definido
na alínea b) do n.º 1 do artigo 132º da Lei 75/2013 de 12 de setembro. ---------------
Usou da palavra o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Basto S. Clemente
para dizer que ia intervir sobre este ponto porque acha que as Freguesias têm
lutado por esta questão e essa luta foi útil. Aquando do início deste processo
viemos aqui reclamar estas pretensões, agora também devemos na altura própria
saber reconhecer as mesmas. Como todos sabem no distrito de Braga temos 14
concelhos e 347 freguesias e até ao mês de Junho do presente ano apenas 57
freguesias do nosso distrito tinham a lei das competências atribuídas pelas
Câmaras Municipais. Ou seja, 290 não tinham o que quer dizer que apenas dois
concelhos no distrito de Braga tinham as competências atribuídas. Com a
aprovação hoje para a celebração destes acordos são mais 15 e passaremos a
ser 72. Isto não é tudo, hoje não devemos aqui dar-nos por satisfeitos pela
aprovação da celebração destes acordos, não devemos fazer isso. Nós, Juntas de
Freguesia, devemos lutar para que consigamos fazer mais e melhor pelas nossas
freguesias. Mas também temos que ser conscientes daquilo que cada concelho
pode. Neste momento somos o terceiro concelho do distrito de Braga que está a
passar algumas competências para as Juntas de Freguesia. Tivemos uma reunião
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REUNIÃO ORDINÁRIA DE 24/09/2015
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onde estivemos todas as Juntas de Freguesia, não medimos aqui qualquer cor
política. Lutamos em conjunto, quer os do PSD, quer os Independentes, quer os
do PS, para que se chegasse a uma realidade e chegamos. Não chegamos a tudo
aquilo que pretendemos, é verdade, mas também acredito que a Câmara
Municipal não consiga tudo o que pretende do Governo Português. Nós
pretendíamos mais, mas estamos a chegar lá e o caminho faz-se caminhando.
Esta medida em certa parte vai vir apoiar em muito cada freguesia deste concelho
porque nós estamos neste momento a despender verbas próprias das freguesias
para poder executar alguns serviços que estão descritos neste protocolo. Acho
que devemos apoiar esta medida. O Município estando na disponibilidade de
celebrar estes acordos para nós é importante e isso é muito bom. Fico satisfeito
por chegarmos a um entendimento onde possamos hoje aprovar aqui uma medida
que vai ajudar as Freguesias o que para nós é muito importante. -----------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Eduardo Fernando de Magalhães para
dizer que temos os concelhos fora da lei pois a lei não e cumprida. Depois temos
as Juntas de Freguesia a viver de caridade. Eu não sei até porque só depois das
coisas aferidas é que teremos mais consciência e sobretudo teremos os
resultados, se a lei é uma boa lei ou é uma lei menos boa. O que eu sei é que é
uma lei que aprofunda a democracia. O que eu sei é que é uma lei que
descentraliza poderes. E quando nós reivindicámos a descentralização do poder
central fazemo-lo em nome dessa democracia. Quando fazemos da Câmara
Municipal para as Freguesias, fazemos a mesma coisa ou seja, a aprofundar a
democracia. Isto é Abril. Andamos a fazê-lo mas vai muito devagar. Já ouvi várias
vezes hoje aqui que o caminho se faz caminhando e é verdade. O grande
problema é que Celorico caminha demasiado devagar. Se esta delegação de
competências é boa e interessante e o Presidente de Câmara achou que é, eu
também acho que é interessante. Mas, porque é que se não fez há um ano?
Porque é que se não fez ontem? E porque é que se há de fazer hoje ou amanhã?
Mas mais, é que a lei não nos diz que o Presidente de Câmara pode delegar ou a
Câmara pode delegar. Não. A lei diz que estas competências deixaram de ser da
Câmara Municipal e são da freguesia, ponto final. Agora a Câmara é que tem o
dinheiro, é a parte rica. As Freguesias são pobres e vivem da caridade. Vejamos o
artigo 132º “Consideram-se delegadas nas Juntas de Freguesia as seguintes
competências das Câmaras Municipais …”, não há aqui lugar para dúvida, não há
dúvida nenhuma. Mesmo que assim não fosse sabemos nós que queremos
aprofundar a democracia. Nós queremos estar mais próximos das pessoas e a
forma de estar mais próximo é através das Freguesias. E ao estar mais próximos
gerimos necessariamente melhor e vamos economizar, vamos gastar menos
dinheiro. Vamos poder pegar no dinheiro que nos sobra e fazer outros
investimentos. Este é o interesse da lei é o objetivo desta lei. Não podemos é ter
Câmaras impreparadas ou Juntas impreparadas. Se há descentralização de
poderes vamos usá-los. Alivia a Câmara, alivia o Presidente da Câmara que tem o
concelho para gerir e não são estas pequenas coisas que é o objetivo do
Presidente. O objetivo do Presidente de Câmara é pegar no concelho pobre como
o nosso e transformá-lo amanhã num concelho rico, num concelho de bem estar,
de alegria, de felicidade e de prazer. É isso que o Presidente da Câmara quer
fazer é isso que nós todos queremos fazer. Mas este é trabalho para se fazer Sr.
Presidente de Câmara, é delegar estas competências para as Juntas de Freguesia
trabalharem para depois o Sr. Presidente de Câmara poder pegar nos grandes
problemas do concelho e resolvê-los juntamente com a Câmara Municipal. As
Juntas de Freguesia não têm que andar aqui a pedir de caridade, não. Têm que
exigir o que é vosso ao Presidente da Câmara. É por isso que foram eleitos, para
trabalharem pela freguesia o melhor possível, foi por isso que lhes confiaram o
voto. Façam isso. --------------------------------------------------------------------------------------
Usou da palavra o Sr. Deputado Mário Fernando Andrade de Sousa que
começou por referir que o Sr. Presidente da Câmara anterior dizia que um euro
gasto na Administração Local era rentabilizado dez vezes mais do que na
Administração Central e eu concordo plenamente. Mas acho que o que é verdade
na transferência do poder Central para as Câmaras, também é verdade na
transferência de dinheiro das Câmaras para as Juntas de Freguesia. E depois esta
discussão de transferência de competências já azedou. Nós estamos a meio do
mandato e isto é de 2013. Foram eleitos há exatamente dois anos e nós ainda
andamos aqui a discutir isto. Já devia estar decidido e resolvido há muito tempo.
Esta questão das transferências de competências já foi muito falada e não vale a
pena falar mais nesta lei. Já toda a gente sabe que isto são competências das
Juntas e não da Câmara. Agora falta saber é se isto é um acordo de execução de
todos os caminhos da freguesia ou de metade, já que só é uma competência que
é transferida e se essa transferência é inteira ou se é só metade. Sabe a muito
pouco. Eu neste momento não estou em nenhuma Junta de Freguesia, mas acho
que sabe a muito pouco. Olhando para a lei e vendo todas as competências que
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REUNIÃO ORDINÁRIA DE 24/09/2015
Nº04/2015 Fls. 31
são da Junta, os senhores Presidentes de Junta ficam todos apenas, como o Sr.
Presidente da Câmara dizia aqui há uns anos, como limpa valetas, é muito pouco.-
Usou da palavra o Sr. Presidente da Câmara para dizer que ficou
surpreendido com as palavras do Sr. Presidente da Junta de Basto S. Clemente
por ter referido que no distrito de Braga doze concelhos estão completamente fora
deste processo. Sabia que eram bastantes mas não sabia que eram tantos. Sobre
esta questão queria dizer que a regra é quando trazemos uma proposta de
alteração, trazemos os dados. Quando não se trás proposta de alteração a
questão é diferente. Aqui nesta proposta de alteração que é no sentido de
alteração do orçamento, da disponibilidade financeira, aquilo que é o valor
estimado para este investimento são cerca de cento e vinte mil euros. Quando se
falou nos impostos e deixem-me deixar esta nota de rodapé, as Juntas de
Freguesia também recebem um bocadinho de IMI. E quanto mais se baixar o IMI
menos IMI vai ter às Juntas de Freguesia e isso não depende da vontade da
Câmara Municipal, o IMI é direto. Quanto mais baixo forem as taxas de IMI, o
orçamento das freguesias é também mais baixo. Porque depois, aquilo que disse
e bem esse tal euro que depois falha é esse euro que depois não é bem
multiplicado sob o ponto de vista da boa gestão. E é evidente que eu considero
que os Senhores Presidentes de Junta conseguem gerir e bem esses euros.
Falaram que estávamos a tratar deste assunto a meio do mandato. Eu disse que a
medida é com efeitos a partir de janeiro. Se a tomada de posse foi em Outubro e
se aquilo que podia ser feito era no ano de 2014, poderá dizer-se no limite é que
houve um ano em que não houve ação sobre esta matéria. Não se pode dizer que
foi metade do mandato porque a medida é tomada com efeitos retroativos aqui a
partir de janeiro. E isso é o lado bom também para os senhores Presidentes de
Junta que vão ter obviamente à escala dos seus caminhos nas suas freguesias,
vão ter a verba tendo em conta o comprimento dos caminhos que tem para tratar
nas suas freguesias. O valor total é de cento e vinte mil euros. Dizer que sei que
as Juntas de Freguesia estão a fazer esse serviço e com esse dinheiro vão fazer
um serviço de forma eficaz e eficiente. Dizer também que cento e vinte mil euros
não deixa de ser muito dinheiro para a Câmara Municipal de Celorico de Basto.
Dizer que ao assumir este compromisso de cento e vinte mil euros pressupõe-se
que o mesmo continue no próximo ano, não é cento e vinte mil euros por um
mandato. -------------------------------------------------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Mário Fernando Andrade de Sousa,
para dizer que nós temos que ser um bocadinho sérios nas discussões que aqui
fazemos e eu hoje estou a ver isto enviesado. O Sr. Presidente da Junta de Basto
S. Clemente veio aqui falar do distrito de Braga. Nós estamos numa Comunidade
ou noutra conforme nos convém? Nós estamos na Comunidade do Tâmega e
Sousa. E na Comunidade Tâmega e Sousa, todos os concelhos já fizeram as
delegações de competências e já assinaram os protocolos todos. Portanto nós ou
estamos num lado ou estamos no outro. Ou é conforme nos convém? A
transferência do IMI para as Juntas de Freguesia não incide sobre os prédios
rústicos e nós aqui estamos a falar de prédios urbanos? Agora é assim? No tempo
em que fiz parte da Junta eram só prédios rústicos. Então de há dois anos para cá
também tem prédios urbanos. Muito obrigado. ------------------------------------------------
Posto o assunto a votação foi o mesmo aprovado por unanimidade. ----------
PONTO N. 7 – PROJETO DE REGULAMENTO MUNICIPAL DA REDE DE
PERCURSOS PEDESTRES. ----------------------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara que delegou no Sr.
Vereador Professor Carlos Peixoto a apresentação deste assunto. Disse o Sr.
Vereador que este Regulamento visa apenas ordenar e fazer cumprir as normas
europeias e vem na sequência da apresentação de vários percursos pedestres no
concelho. A partir de agora com este Regulamento eles podem ser apresentados
quer sejam pelas Juntas de Freguesia ou Associações, têm é que cumprir este
Regulamento, tal como a Câmara o tem que cumprir. A Câmara já tem um
percurso e está a elaborar mais dois. Um dos que já está é o percurso do Castelo
de Arnoia que já cumpriu este Regulamento. Este Regulamento inova em algumas
coisas, mas cumpre as normas europeias. Prevê a avaliação prévia da Comissão
Municipal da Defesa da Floresta, porque ele tem sentido de proteger o meio
ambiente e a segurança das pessoas e veio preencher essa lacuna. ------------------
Ninguém quis usar da palavra. ------------------------------------------------------------
Posto o assunto a votação foi o mesmo aprovado por maioria com os votos
a favor do PSD e PS e um voto contra do CDS. ----------------------------------------------
O Sr. Deputado do CDS fez a seguinte declaração de voto: Carlos Manuel
da Silva Magalhães, eleito pelo CDS-PP, vota contra porque a presente proposta
de Regulamento Municipal da Rede de Percursos Pedestres, permite o
licenciamento por parte da Câmara Municipal, de percursos pedestres em
propriedade privada de terceiros alheios ao projeto, o que viola o direito de
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO
REUNIÃO ORDINÁRIA DE 24/09/2015
Nº04/2015 Fls. 33
propriedade protegido pela Constituição Portuguesa. Celorico de Basto, 24 de
setembro de 2015. ------------------------------------------------------------------------------------
PONTO N. 8 – 10.º RELATÓRIO SEMESTRAL DE ACOMPANHAMENTO DA
EXECUÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO FINANCEIRO. ----------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara para dizer que
relativamente a este plano acha que a avaliação deste Relatório Semestral do
Plano de Saneamento Financeiro, contratualizado em 2010, é um plano que
demonstra os indicadores extremamente positivos relativamente ao que estava
previsto e em relação à conjuntura que mudou radicalmente desde 2010. Acho
que conseguimos cumprir em grande linha e em grande medida aquilo que nos
propusemos fazer e alcançar esse é um mérito de todos aqueles que se
empenharam neste processo. Está aqui a Dr.ª Paula Oliveira e se a Assembleia
Municipal o entender ela poderá fazer uma sintética apresentação do plano. --------
O Sr. Presidente da Mesa perguntou aos Srs. Deputados presentes se
autorizavam a Dr.ª Paula Oliveira a fazer uma sintética apresentação deste
documento, tendo recebido resposta afirmativa. ----------------------------------------------
Antes da apresentação do documento, o Sr. Deputado Carlos Manuel da
Silva Magalhães, pediu a palavra para dizer que vão ser colocadas questões e há
questões que devem ser respondidas como é devido pelo Sr. Presidente da
Câmara. Portanto o que for técnico é técnico, o que é político é político. --------------
Foi dada a palavra á Dr. Paula Oliveira que disse que o Décimo Relatório
de Saneamento Financeiro é relativo ao primeiro semestre de 2015 em que vamos
analisar o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo Plano e Estudo
de Saneamento. Uma das medidas era reduzir vinte e nove trabalhadores até
2018 e até ao final do primeiro semestre de 2015 houve uma redução de trinta e
sete trabalhadores. Quanto aos custos com pessoal foram um bocadinhos
superiores ao previsto no estudo devido por um lado ao facto da Câmara desde a
elaboração do estudo ter começado a contratar diretamente os Professores das
AEC’S, quando anteriormente eram contratados pela Empresa Municipal. Também
a Caixa Geral de Aposentações aumentou de 15% os vencimentos para 23,75% e
também houve um aumento da taxa com a Segurança Social. Quanto a rúbricas
variáveis relativas a custos com pessoal houve um cumprimento com a margem
de 51%. Em relação aos custos de comunicações houve cumprimento com uma
margem de 20%. Em relação a custos com seguros também se cumpriu com uma
margem de 35%. Em relação a custos com os combustíveis houve um
cumprimento com uma margem de 1,67%. Por um lado houve um bocadinho de
redução de custos com os combustíveis neste primeiro semestre de 2015, por
outro lado também se colocaram os painéis solares na Piscina Municipal coberta e
no Estádio, que permitiram poupança em termos de energia e de gaz. Em termos
de publicidade também superou com a meta de 3%. Custo com material de
escritório superou-se em 54%. Prémios, condecorações e ofertas, superou-se em
35%. Em deslocações e estadas ficou acima do valor, embora não seja
significativo porque temos a referir que no primeiro semestre de 2015, houve a
primeira vez a participação na primeira Feira Internacional de Gastronomia e
Vinhos que se realizou na Expolux no Luxemburgo. Em termos de ferramentas e
utensílios cumpriu-se com a margem de 40%. Em subsídios para instituições sem
fins lucrativos também se cumpriu com a meta de 34%. Quanto a investimentos o
valor ficou superior em 248% em relação ao previsto devido à de duas grandes
obras no primeiro semestre que tiveram grande impacto nas contas que foi a
ampliação da Biblioteca e a construção da Piscina descoberta da Vila de Celorico.
De notar no entanto que estas obras tiveram uma comparticipação em fundos
comunitários de 85% o que também levou a uma execução superior do lado da
receita em relação ao previsto. A despesa total ficou acima do previsto
essencialmente devido à despesa com o investimento. A despesa corrente foi
superior em 5% mas não podemos esquecer os aumentos nas taxas do IVA e o
aumento da Caixa Geral de Aposentações. Quanto á venda de terrenos e edifícios
o valor superou também o montante previsto que era de zero e tivemos uma
execução de trezentos e vinte e nove mil euros. Em termos de receita também
superou em 37%. Um valor que foi acima da despesa que foi de 31% e a receita
em 37%. De notar que a despesa corrente foi superior em 5% e a receita corrente
em 17,74% e a receita de capital superior em 111%, que também estava
associada aos subsídios ao investimento que tinham a ver com as obras que
foram realizadas. O prazo médio de pagamentos foi de 13 dias, segundo
informação da DGAL. --------------------------------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Carlos Manuel da Silva Magalhães para
dizer que a função do Presidente da Câmara perante esta Assembleia é defender
os números. Se não prepara esses números para estas Assembleias Municipais,
nós não temos culpa. Mas pelo que já aqui demonstrou só apresenta os números
que lhe convêm. Agora não se pode é tocar à campainha e fugir. Se o Sr.
Presidente da Câmara diz que o CDS não conhece os números, não conhece os
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO
REUNIÃO ORDINÁRIA DE 24/09/2015
Nº04/2015 Fls. 35
impactos orçamentais, tem que provar. Tem que apresentar os números para
contrapor. Por isso Sr. Presidente da Câmara, durante este mandato conte com as
minhas perguntas sobre números. E por falar em números, muito objetivamente
questiono-o no seguinte: No ponto dois ponto um, redução do quadro de pessoal,
é plasmada a redução de seis funcionários entre 31 de Dezembro de 2014 e 30 de
Junho de 2015. Também é um dado adquirido que os funcionários públicos
infelizmente têm os seus salários congelados há vários anos. Então gostaria de
ser esclarecido pelo Sr. Presidente de Câmara a que se deve o aumento de quase
sessenta e dois mil euros de custos com o pessoal? As avenças aprecem
plasmadas nestes custos? Se sim quantas, quais e os seus custos? Dos poucos
conhecimentos que tenho de contabilidade sei que a rúbrica “Outros”, deve ser
evitada e devem-se caracterizar as despesas e as receitas o mais possível. É
certo que nem sempre é fácil, mas também é certo que por vezes é conveniente
existir a rúbrica “Outros”. Assim, na tabela seis, sem saber o que são os “Outros”,
ficámos a saber que os “Outros” estão a gastar menos. Sr. Presidente da Câmara,
gostava que me explicasse se na tabela 7, o porquê dos custos com a publicidade
do segundo semestre de 2014, serem tão díspares em relação ao primeiro
semestre de 2014 e ao primeiro semestre de 2015? Neste caso ficava mais
apresentável. Comparam-se os custos em semestres não homólogos ou seja, faz-
se a conclusão comparando-se o segundo semestre de 2014 com o primeiro de
2015. Mas já não é o caso dos subsídios para instituições sem fins lucrativos. Na
leitura da tabela 12 e na leitura do gráfico11, verificámos que deu jeito comparar o
limite previsto no plano de saneamento financeiro com resultado do primeiro
semestre de 2015. Bom ou mau sinal é um facto é que os subsídios para
instituições sem fins lucrativos tem aumentado como se depreende da leitura do
gráfico 11. Mas a conclusão do relatório é que temos uma redução de 33,79%.
Enfim, deve ter sido lapso. Sr. Presidente da Assembleia, como já aqui referi por
repetidas vezes, já pedi que os esclarecimentos dos Técnicos que aqui vêm
fiquem registados em ata e por repetidas vezes isso não aconteceu. E como quem
tem que prestar contas a esta Assembleia é o Sr. Presidente da Câmara, pretendo
que as respostas às minhas questões sejam auferidas pelo responsável político da
gestão do nosso concelho. --------------------------------------------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara que começou por dizer
que já percebeu o tónico desta intervenção. Quando não há muitas coisas que
pegar muitas das vezes eu percebo que tenha que se fazer um exercício para ver
se pega em alguma coisa. Eu compreendo a dificuldade. É difícil pegar em alguma
coisa. Então pega-se neste documento que é eminentemente técnico e vamos
perguntar ao Presidente da Câmara porque é que houve a variação do primeiro
semestre para o segundo semestre da área da publicidade, porque é que houve
essa discrepância? Foi pela faturação que foi feita nesse período. Porque esse
documento é técnico e o que está aqui espelha aquilo que foi faturado. Não é
aquilo que se escolheu é o que foi faturado. E sabe porquê? Este documento não
é uma opção minha. Isto é um documento feito pelos Técnicos é uma súmula
técnica. Isto não é um documento político. Isto não é nenhuma opção isto é um
relatório feito pelos Técnicos da Câmara que são pagos ao final do mês para fazer
o seu trabalho. Era o que mais faltava se os Técnicos que fazem e trabalham o
relatório não viessem aqui, poder ajudar este Órgão a ficar devidamente
esclarecido. Porque aqui o que está acima de tudo em causa é as pessoas antes
de votarem ficarem devidamente esclarecidas. Não são opções políticas. Isto aqui
é um relatório, é o que aconteceu. E se alguém tem alguma dúvida, porque é que
não há de vir os Técnicos? Mas porque é que tem mais despesas se tem menos
pessoas no pessoal? Então as pessoas não estão atentas aquilo que sai na
comunicação social? Não se sabe que os encargos com a Segurança Social que
eram mais baixos e dispararam estrondosamente para as Autarquias? E não foi
nem um, dois, três ou quatro pontos percentuais, mas isso está aí escrito. Se está
aí escrito quer que eu vá ao ponto de ler? É preciso ir lá ler? Aquilo que está aqui
escrito, feito tecnicamente para ficarem devidamente esclarecidos, é preciso que
eu vá lá ler? No ponto onde está o pessoal, se eu estiver enganado Dr.ª Paula
corrija-me, não está referenciado a questão dos encargos de 15 para 23, não está
referenciado isso? É bom também uma pessoa ler o documento antes de colocar
as questões dirigidas ao Presidente da Câmara. Porque isto de vir colocar
questões sem ler o documento acho que dá mau aspeto. ---------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Carlos Manuel da Silva Magalhães,
para dizer ao Sr. Presidente da Câmara que não gostou da tónica e que a acha
desajustada de todo. Disse ainda que o que interessa saber aqui é porque é que
foi faturado. É óbvio que está faturado, os números resultam de faturas. --------------
Posto o assunto a votação foi o mesmo aprovado com os votos a favor do
PSD e do PS e um voto contra do CDS. --------------------------------------------------------
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO
REUNIÃO ORDINÁRIA DE 24/09/2015
Nº04/2015 Fls. 37
PONTO N. 9 – PEDIDO DE CEDÊNCIA DO EDIFÍCIO DA ANTIGA ESCOLA
PRIMÁRIA DE CARVALHO A TÍTULO DEFINITIVO POR PARTE DA UNIÃO DE
FREGUESIAS DE CARVALHO E BASTO SANTA TECLA. ------------------------------
Usou da palavra o Sr. Presidente da Câmara que disse ser da mais
elementar justiça que as Juntas de Freguesia tenham espaços próprios onde
possam desenvolver as suas atividades. A Junta de Freguesia, neste caso de
Carvalho e Basto Santa Tecla, não tem um espaço próprio onde possa
desenvolver as suas atividades vive num espaço, digamos, emprestado. A forma
que se afigurou mais simples para poder utilizar o edifício é um contrato de
cedência do imóvel durante um período de trinta e cinco anos (35 anos), porque
para fazer a escritura poderia ser prejudicial em relação aos objetivos e propósitos
que a Junta de Freguesia tem. Por isso em sede de Câmara Municipal houve o
entendimento de que poderíamos e deveríamos propor a cedência da utilização do
espaço durante trinta e cinco anos e depois daqui a trinta e cinco anos com
certeza que deve ser renovado nessa altura por quem aqui estiver. --------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Mário Fernando Andrade de Sousa
para dizer que vota a favor e que dá os parabéns ao Sr. Presidente da Junta de
Carvalho, porque defendeu o património da sua freguesia. Vai rentabilizá-lo e vai
dar-lhe uso. Conseguiu a Escola Primária e ainda dinheiro para a arranjar. Ao
contrário do da minha Freguesia que deixou vender a Escola e se calhar é com
esse dinheiro que se vai pagar esta. -------------------------------------------------------------
Posto o assunto a votação foi o mesmo aprovado por unanimidade. ----------
PONTO N. 10 – PEDIDO DE APOIO POR PARTE DA UNIÃO DE FREGUESIAS
DE CARVALHO E BASTO SANTA TECLA. --------------------------------------------------
Usou da palavra o Sr. Presidente para dizer que a Escola Primária de
Carvalho, tem o telhado que está em condições muito complicadas e precisa de
ser substituído. Em termos de reestruturação e requalificação do edifício é preciso
gastar ali algum dinheiro para por aquilo disponível para a comunidade. E aquilo
que foi solicitado foi que a Autarquia pudesse colaborar com uma verba de vinte
mil euros, que nós propomos que seja validado aqui na Assembleia Municipal. -----
Ninguém quis usar da palavra. ------------------------------------------------------------
Posto o assunto a votação foi o mesmo aprovado por unanimidade. ----------
PONTO N. 11 – PROCEDIMENTO TENDENTE À DESAFETAÇÃO DE UMA
PARCELA DE TERRENO COM A ÀREA DE 125 M2, SITA NO LUGAR DE
ARBONÇA – FREGUESIA DO REGO. ---------------------------------------------------------
O Sr. Presidente da Câmara delegou o uso da palavra no Sr. Vereador
Professor Carlos Peixoto. Referiu o Sr. Vereador que esta situação não é para
resolver uma situação de algum erro que possa ter existido. Aqui é apenas e
porque o processo já estava autorizado e para o terminar e ir à hasta pública e o
terreno poder ser adquirido pela pessoa em causa. -----------------------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Deputado Carlos Manuel da Silva Magalhães,
para dizer que o Regulamento Municipal de Operações Urbanísticas de Celorico
de Basto, foi publicado em Diário da República em26-08-2013. Melhor dizendo foi
publicado durante o decurso do mandato do executivo que está em curso.
Portanto Vossas Excelências devem conhecer bem o documento. Este
Regulamento define no seu artigo 77º com bastante clareza quais os alinhamentos
que devem existir. Contudo por repetidas vezes têm vindo aqui requerimentos
semelhantes que são um verdadeiro contorno à lei. Assim, por repetidas vezes
terei de dizer que estas propostas violam grosseiramente a lei. Partindo do
princípio que as cedências que forem definidas no RMOU, foram definidas com o
propósito de beneficiar o bem comum, pois penso que se dúvidas houvessem já
teria sido aqui apresentada uma alteração ao referido Regulamento. Mas como
isso não aconteceu e como li e reli o Regulamento em causa e não encontrei
nenhuma alínea ou artigo que referisse que é possível desafetar uma parcela do
domínio público com a justificação da inutilidade para o interesse público, o que se
está aqui a fazer é uma tremenda ilegalidade. Ora vejamos os processos de
licenciamento que só são aprovados se forem evidenciadas as cedências para o
domínio público exigidas no RMOU. A fundamentação utilizada atestando que a
parcela de terreno pertence ao domínio público não tem qualquer utilidade para o
interesse público. É inócua e não tem base legal. Neste caso concreto a parcela
em causa vendida em hasta pública, para além de prejudicar o interesse comum,
por exemplo inviabilizar um futuro alargamento dos arruamentos, prejudica
também o requerente em causa. Pois imagine-se que na hasta pública existe
alguém que não o requerente que compra a dita parcela. Neste caso o requerente
ficará sem acesso e sem confrontação com a via pública. Assim gostava que o Sr.
Presidente ou o Sr. Vereador me explicasse como garante que na hasta pública só
vai haver um interessado? E gostava que me explicassem porque é que aceitou a
justificação que a parcela a desafetar não tem interesse para o domínio público e
como justifica perante esta Assembleia e perante os Celoricenses que não está a
prejudicar o bem comum? ---------------------------------------------------------------------------
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO
REUNIÃO ORDINÁRIA DE 24/09/2015
Nº04/2015 Fls. 39
Foi dada a palavra ao Sr. Vereador que referiu que relativamente ao
Regulamento e em princípio vão sendo alterados e vão sendo ajustados áquilo
que são as necessidades do Concelho e é natural que este também o venha a ser.
E também nestas circunstâncias tenho conhecimento que estão a ser previstas
alterações precisamente por algumas questões que colocou que são pertinentes.
Mas em tudo há exceções e em tudo a Câmara pretende e procura ser justa neste
caso, para os particulares. Ao dizer se de uma forma cega fizéssemos valer o
regulamento, muitos problemas deste não seriam resolvidos. Nós para chegar a
esta conclusão e para pedir aqui esta desafetação do domínio público, claro que
ouvimos os pareceres dos Técnicos, os pareceres Jurídicos e o parecer da Junta
de Freguesia, na questão dos alinhamentos, que eventualmente numa alteração
ao regulamento deixará de ser prevista essa situação. Neste momento a Câmara
de Celorico ouve sempre as Juntas de Freguesia. E elas sabem melhor que
ninguém se esse caminho é sujeito ou não a alargamento. Depois aquilo que
acontece é que existe muitos gabinetes técnicos que não são só de Celorico e que
trabalham connosco que muitas vezes por desconhecimento apresentam aqui
cedências ao domínio público demasiado extensas e demasiado penalizadoras
para o próprio requerente. Se me pergunta também se em hasta pública existe o
perigo de aparecer vários compradores? Claro que existe e isso é óbvio que vai
aparecer. Mas a pessoa que faz este pedido que é a única que vais ser
beneficiada neste caso e não pode haver prejuízo público, porque isso os nossos
serviços jurídicos também verificaram, naturalmente tem esse perigo e eu isso não
posso dizer que não vai acontecer. ---------------------------------------------------------------
Ninguém quis usar da palavra. ------------------------------------------------------------
Posto o assunto a votação foi o mesmo aprovado por maioria com os votos
do PSD e PS, quatro votos contra, sendo três do PS e um do CDS e uma
abstenção do PS. --------------------------------------------------------------------------------------
O Sr. Deputado do CDS fez a seguinte declaração de voto: Carlos Manuel
da Silva Magalhães, eleito pelo CDS-PP, vota contra porque entende que esta
proposta viola grosseiramente o Regulamento Municipal das Operações
Urbanísticas, bem como o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação, poi não
apresenta nenhuma fundamentação legal para desafetar propriedade do domínio
público. Celorico de Basto, 24 de setembro de 2015. ---------------------------------------
PONTO N. 12 – INFORMAÇÃO DA ATIVIDADE MUNICIPAL NOS TERMOS DA
ALÍNEA C) DO N.º 2 DO ARTIGO 25º DA LEI 75/2013, DE 12 DE SETEMBRO. –
Tomado conhecimento. ---------------------------------------------------------------------
III – PERÍODO DE INTERVENÇÃO DO PÚBLICO
Pediu a palavra o Sr. Francisco Lemos de Fervença para dizer que a sua
intervenção ia ser breve. Referiu que está aqui nesta Assembleia Municipal para
pedir ajuda ao Sr. Presidente da Câmara, uma vez que não conseguiu contactá-lo
de outra forma. Sr. Presidente sinto-me triste e envergonhado e gostava que me
ajudasse a receber o que é meu, pois trabalhei para duas instituições que o Sr.
sabe quais são e até agora nada recebi e o dinheiro está a fazer-me falta. Peço-
lhe Sr. Presidente que me ajude a resolver o meu problema. -----------------------------
Foi dada a palavra ao Sr. Presidente da Câmara que disse que toda a gente
o conhece num aspeto que é bastante simples da sua vida que é quem pretende
falar comigo não é nada difícil. Reservo inclusive um dia da semana onde
qualquer pessoa pode ir falar comigo. Eu prefiro falar pessoalmente e gosto de
receber as pessoas e nunca me refugiei nem escondo de ninguém. Quem quiser
tratar de assuntos, o que quer que seja que tenha na vida pode fazê-lo
diretamente comigo. Mas também se acha que o deve fazer de outra forma é livre
de o fazer onde quiser. Eu estou sempre disponível para falar com quem quiser
falar comigo e aplica-se para todos naturalmente. -------------------------------------------
IV – APROVAÇÃO DA ATA EM MINUTA
Aprovada por unanimidade. ---------------------------------------------------------------
E nada mais havendo a tratar, quando eram 18,30 horas, o Exm.º Senhor
Presidente da Assembleia Municipal declarou encerrada a Sessão, da qual para
constar se lavrou a presente acta, aprovada em minuta, e assinada pelos
Membros da Mesa á qual foram dados poderes pela Assembleia Municipal. ---------
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