Download - Revista A voz do Povo da Rua
Responsabilidade Social Empresarial
O desafio do século XXI
‘... tudo que fizermos agora é decisivo para a existência da vida na terra e com qualidade.’
EDUCAR PARA TRANSFORMAR
Belo
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O Fundo Social é uma iniciativa do Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte e tem como objetivo captar recursos para ajudar diversos trabalhos sociais.
Com a doação de pessoas solidárias como você, o Fundo Social beneficiará projetos importantes como a Casa de Apoio à Saúde Nossa Senhora da Conceição, que realiza atendimento de pessoas com HIV/Aids e diversos outros projetos e pastorais sociais.
A sua solidariedade pode mudar muitas vidas para melhor!
Você ajuda quando adquire os cadernos, canecas e bolsas ecológicas do fundo social. E também através de doação direta: Banco do Brasil / Agência 3494-0 / Conta 22.222-4
Mais informações: [email protected] Além Paraíba, 208 - Lagoinha - Belo Horizonte - MG
(31) 3422-6122
3
APRESENTAÇÃO Lançar a revista A Voz da Rua é um grande avanço para o Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política (VEASP). Esse novo canal sócioeducativo vem para rea-firmar nossa vocação na assistência aos menos favorecidos. Criado em dezembro de 2004, na 2ª Assem-bléia do Povo de Deus, o VEASP tem como missão organizar, integrar e animar a ação social e política da Arquidiocese de Belo Horizonte, à luz do evangelho e da opção prefe-rencial pelos pobres, sendo presen-ça profética na construção de uma sociedade justa, igualitária e plural, fortalecendo o protagonismo dos
empobrecidos. Através da ”A Voz da Rua – Educar para Transformar”, você conhecerá resultados de impactos das ações sociais que fazem a dife-rença e promovem a reinserção de pessoas. A Revista traz como dife-rencial a participação, como colabo-radores, pessoas em situação de rua na construção do editorial. Elas en-contraram aqui uma oportunidade para promover seu conhecimento e expressar suas ideias, até então sufocadas pela falta de acessibili-dade. Agora a situação se reverte e aqueles que não tinham voz agora são protagonistas de um grito que
APR
ESEN
TAÇ
ÃO
ecoa entre as montanhas de Minas e dá Voz à Rua. Além disso, a Revis-ta tem como objetivo proporcionar geração de trabalho e renda para os colaboradores a partir da venda de exemplares. Nesta edição você vai saber um pouco mais sobre a importância da prática da responsabilidade social, crescente no mundo inteiro e que vem de encontro com as necessidades da população. Além de conhecer pessoas e projetos que fazem a diferença.
Boa Leitura!
O Fundo Social é uma iniciativa do Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte e tem como objetivo captar recursos para ajudar diversos trabalhos sociais.
Com a doação de pessoas solidárias como você, o Fundo Social beneficiará projetos importantes como a Casa de Apoio à Saúde Nossa Senhora da Conceição, que realiza atendimento de pessoas com HIV/Aids e diversos outros projetos e pastorais sociais.
A sua solidariedade pode mudar muitas vidas para melhor!
Você ajuda quando adquire os cadernos, canecas e bolsas ecológicas do fundo social. E também através de doação direta: Banco do Brasil / Agência 3494-0 / Conta 22.222-4
Mais informações: [email protected] Além Paraíba, 208 - Lagoinha - Belo Horizonte - MG
(31) 3422-6122
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EDIT
ORI
AL
EDITORIAL Agir com responsabilidade social é ter consciência que o
crescimento individual pode e deve ocorrer junto com o de tantos
outros. É perceber o pobre não como um distante, separado pela
condição financeira, pela classe social, mas como um irmão, que sofre e
precisa ser amparado.
No Evangelho de Mateus, Jesus traz um ensinamento capaz de
iluminar a compreensão sobre a importância do cuidado com os
pobres: “Em verdade eu vos declaro, todas as vezes que o fizestes a um
destes mais necessitados, que são meus irmãos, foi a mim que o
fizestes” (Mt 25, 40).
A Igreja Católica, a partir de seu serviço social próprio e graças à
colaboração de muitos, dá testemunho desse ensinamento de Jesus. Assim, busca mostrar, aos mais
diversos segmentos da sociedade, que os passos rumo ao Reino de Deus são marcados pelas ações
solidárias.
Hoje, algumas empresas já reconhecem nos projetos de responsabilidade social uma prioridade.
São instituições conduzidas por mentes que conseguem perceber a complexidade e as interconexões
que caracterizam o tempo em que vivemos. Sabem que o crescimento de uma instituição só se sustenta
a partir do desenvolvimento da própria sociedade.
Desta forma, dedicam atenção especial aos projetos que promovem a cidadania, a geração de
emprego e renda, entre outras iniciativas que buscam resgatar a dignidade. Estes exemplos precisam se
multiplicar sempre mais, fazendo da busca pelo crescimento um verdadeiro gesto de esperança.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte
5
É preciso assegurar
que o anseio pelo progresso
hoje não comprometa o futuro
das gerações. Pensando assim,
o VEASP reafirma o compromis-
so com o desenvolvimento sus-
tentável, visando à promoção
simultânea da preservação am-
A realiza-
ção humana tam-
bém passa pelo
comprometimento
solidário em cons-
truir cidadania no
pleno resgate da
dignidade da pes-
soa humana. Esta convicção norteia o nosso
agir e inspira o Vicariato para a Ação So-
cial e Política a conduzir os acontecimentos
para a eficácia da inserção de uma parcela
social, que, desprotegida, veem sua digni-
dade violada e menosprezada.
Este instrumento que chega em suas
mãos traz o eco do clamor de muitos que,
já sem voz, conquistam através dos projetos
“Aurora e Alvorada da Rua” um pouco mais
de amor e solidariedade.
Ler A VOZ DA RUA é ser solidário
com nossos irmãos menos favorecidos e
constatar que a reinserção com dignidade é
um caminho possível.
Pe. Ademir RagazziVigário Episcopal para Ação Social e Política
Dr. Miryam Elizabeth Zárate Morais Coordenadora Social de Projetos
biental e da justiça social na perspectiva de ser instru-
mento de diálogo entre as comunidades civil e política.
Instrumento este que, de maneira eficaz, se mostra
apto para promover e inspirar atitudes de correta e fe-
cunda colaboração, favorecendo o conhecimento mú-
tuo.
Nesta perspectiva o empreendedorismo social é
um campo novo, mas com uma longa tradição no país.
Uma iniciativa inteligente, que envolve empreende-
dores sociais para concretizar o compromisso social
de uma empresa ou de uma família.
O movimento da responsabilidade social está
baseado em princípios éticos que envolvem todas
as relações humanas e de empreendedores. Este é o
ponto mais louvável, pois induz a prática da ética na
sociedade.
6
ÍND
ICE
Revista A voz da RuaUma produção do Vicariato para a Ação Social e PolíticaRua: Além Paraíba, 208 – LagoinhaBelo Horizonte / MG – CEP: 31210-120Contato: (31) [email protected]
ExpedienteDom Walmor Oliveira de AzevedoArcebispo Metropolitano de Belo Horizonte Dom Joaquim Giovani Mol GuimarãesVigário Episcopal para a Comunicação e Cultura
Pe. Ademir RagazziVigário Episcopal para a Ação Social e Política Conselho DiretorPe. Ademir RagazziPe. André Lage de AlvarengaPe. Renê LopesPe. José Geraldo de SouzaPe. Paulo César da Silva Regina Célia Melgaço Malta CostaGestora Administrativo FinanceiroAntônio Carlos MoreiraSupervisor Técnico OperacionalMiryam Zãrete Galvez Coordenadora social de projetos
Projeto Gráfico Diagramação: Walquiria KascherFotos: Mary Lane Vaz e Sheila FigueiredoColaboradores: Alex Maciel, Fernando Luiz Linhares, Luiz Carlos Marques, Marcos Rosa, Nanci Gonçalves, Valdeci BrigidaJornalista Responsável: Hugo Pirez MTb: 12.105/MGTiragem: 4.000 exemplaresImpressão: Gráfica e editora O Lutador
Expediente
Apresentação .............................................................................................................. 3
Editorial .......................................................................................................................... 4
Lançamento .................................................................................................................. 7
Café com Prosa ............................................................................................. 8
Brilho da Aurora ................................................................................................... 9
Notícias: Responsabilidade Social Empresarial .............................................. 10
Cidadania ................................................................................................................... 12
Vida Transformada ........................................................................................ 13
Meio Ambiente ................................................................................................. 14
Minha Vida ............................................................................................................... 16
Eduacar para Transformar ..................................................................... 17
Política Pública .................................................................................................... 18
Comer Bem ........................................................................................................... 19
Índice
7
Um sonho se transformou em realidade e deu Voz à Rua
Um canal de comunicação a favor da inclusão social e da promoção humana
Lançada no dia 21
de março, a revista “A Voz
da Rua – Educar para trans-
formar” surge no cenário mi-
neiro para ser um canal de
comunicação voltado para
a promoção de pessoas em
situação de rua e em vulnera-
bilidade social, apontando ini-
ciativas que visam promover a
inclusão a partir do desenvolvi-
mento humano.
A Revista surgiu a par-
tir de oficinas literárias para a
população de rua, dentro do
projeto Alvorada da Rua. Alex
Maciel, Luiz Carlos Marques, Luiz
Fernando Linhares, Nanci Gon-
çalves, Marcos Rosa e Valdeci
Brigida, colocaram em prática
o conhecimento adquirido nas
oficinas literárias atuando na
produção de conteúdo para a
Revista número zero. Eles deram
Voz à Rua e foram os grandes
homenageados na noite de lan-
çamento.
Durante a solenidade o
bispo auxiliar da arquidiocese
de Belo Horizonte, Dom Luiz
Gonzaga Fechio ressaltou a im-
portância da revista para a
Sociedade. “É uma vitória e
nós não podemos diante dela
dar um fim nessa caminha-
da. É apenas o início do que
vem acontecendo há muito
tempo. O fato de essas cinco
pessoas chegarem aqui quer
dizer que muitos outros podem”.
Para o presidente do
VEASP, padre Ademir Ragazzi, o
lançamento da Revista reafirma
o compromisso da igreja com
os menos favorecidos. “Vivemos
em um mundo onde o ser hu-
mano é excluído por diversos
mecanismos e o VEASP dentro
da pedagogia de Jesus propõe a
sociedade relações mais justas”.
LAN
ÇA
MEN
TO
8
Tecnologia social de comunicação popular e mobilização social em redes para o desenvolvimento local sustentável.
C
AFÉ
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M P
ROSA Tecendo Redes para a Sustentabilidade
Com dois anos de
atuação na comunidade do
bairro da Lagoinha / Bonfim o
Café com Prosa já conquistou
melhorias para o bairro e as
ações não param de acontecer.
A reunião que abriu as
atividades deste ano trouxe
como tema Segurança Públi-
ca em um novo paradigma de
abordagem intersetorial e mul-
tidisciplinar para o desenvolvi-
mento humano e social, que
visam a conjugar as dimensões
de paz, ausência de conflito,
construção da cidadania, saúde
e educação. Juntamente com a
Polícia Militar, os donos de co-
mércio de antiquários imple-
mentaram a Rede de Comer-
ciantes Protegidos, programa
desenvolvido pela PM para for-
mar redes de monitoramento.
Com o propósito de
reavivar a rua Itapecerica, du-
rante o encontro foi definida a
realização do evento “Passarela
Retrô”, que aconteceu no dia
14 de abril. Milhares de pessoas
participaram das atividades de
cultura, lazer e cidadania. A ini-
ciativa foi colocada pelos pró-
prios comerciantes e moradores,
que estão incomodados com a
degradação do local, que como
consequência tem atraído cada
vez mais a ação de contraven-
tores e pessoas vítimas do crack.
Em decorrência disso, as vendas
chegaram a cair em até 90%. A
iniciativa chega para os comer-
ciantes como uma possibilidade
de dar visibilidade ao comercio
de antiguidades e promover
aquela que já foi o se-gundo
centro comercial de Belo Hori-
zonte.
9
Inteligência emocional de pessoas em vulnerabilidade social
BRIL
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DA
AU
RORA
Manutenção preventiva do estado psicológico e emocional das pessoas em situação de rua no bairro Lagoinha
As pessoas em situa-
ção de Rua são crianças, ado-
lescentes, adultos e idosos. O
que leva essas pessoas a vive-
rem nas ruas são as consequên-
cias ou uma opção? Elas estão
nas ruas por inúmeros motivos:
abandono familiar ou até falta
da família, desemprego, desa-
juste social e trans-
tornos psicológicos.
A forma
que estas pessoas
enxergam a vida é
bastante comple-
xa. Pautam-se no
hoje, muitas vezes
não têm sonhos,
nem perspectiva de
mudanças. Em uma situação
de fome precisam conseguir o
que comer, não importa como:
mendigando, comprando ou até
roubando. Quanto ao vestuário,
geralmente só têm o que estão
vestindo, e na maioria das ve-
zes, também estão em péssimo
estado. Sem ter onde guardar
os pertences usam apenas uma
sacola velha ou um saco para
carregar o pouco que têm. A
proteção à noite é feita através
de papelões e plásticos sujos e
rasgados.
Uma das características
biológicas mais importantes dos
seres vivos é preservada nas pes-
soas em situação de rua:
a adaptação ao meio em
que vivem. Moradores
de rua são seres hu-
manos que vivem fora
do contexto social e a
pobreza é um dos fa-
tores que mais contribui
para o desequilíbrio so-
cial.
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Responsabilidade Social Empresarial: O desafio do século XXI
Not
ícia
s
As atitudes que tomarmos agora serão decisivas para a vida no planeta com qualidade
As transformações socioeconômicas
dos últimos 20 anos têm afetado profundamente
o comportamento de empresas, até então acos-
tumadas à pura e exclusiva maximização do lucro.
Mas os impactos devido ao aumento da lucrati-
vidade tem dado destaque a ações de sustenta-
bilidade. Na história da humanidade, sempre que
algo não vai bem, a sociedade se organiza de
forma a enfrentar e minimizar seus problemas.
Mas, com o passar do tempo as pessoas foram
perdendo a noção de responsabilidade. Tudo se
tonou possível, permitido, facilitado. O resultado
disso vemos em grandes desastres ambientais e
na escassez de recursos naturais.
A ideia de responsa-
bilidade social incorporada aos
negócios é, portanto, relativa-
mente recente. Com o surgimen-
to de novas demandas e maior
pressão por transparência nos
negócios, empresas começam
a adotar uma postura mais res-
ponsável em suas ações. Não
existem indicadores que mos-
trem o crescimento em termos
de ações nem de volume de em-
presas envolvidas, mas sabemos
que é um movimento sem volta.
A gestão empresarial esta em
transição, seja pelas mudanças
legais, seja por responsabilidade
voluntaria, mas o fato é que
quanto mais exigentes forem
os consumidores, mais atentas
serão as empresas.
Assumir a prática da res-
ponsabilidade social trata-se
de uma escolha que somente a
raça humana é capaz de fazer.
Segundo Marisa Rio Seoane,
coordenadora do Núcleo de
Responsabilidade social da
Fiemg, a sustentabilidade é um
fator que alavanca a gestão
empresarial. “As empresas
socialmente responsáveis têm
algo mais a ganhar, além do
lucro necessário. As razões
por trás desse paradigma não
interessam apenas ao bem so-
cial, envolve também a melhor
performance nos negócios e
consequentemente maior lucra-
tividade”.
O desenvolvimento in-
dustrial trouxe conforto, am-
pliou as possibilidades de co-
municação. Juntamente com o
desenvolvimento veio também o
esgotamento dos recursos natu-
rais, o tecnicismo que afasta as
pessoas das famílias, a pobreza
e miséria de muitos e a riqueza
excessiva de poucos.
Assumir responsabili-
dades tão complexas é sempre
um grande desafio. Para o sécu-
lo XXI é ainda mais porque tudo
que fizermos agora é decisivo
para a existência da vida na terra
e com qualidade.
12
CID
AD
AN
IAÉ brincando que
famílias de comuni-dade têm fortalecido
o vínculo familiar e social, proporcio-nando aos jovens do bairro do Jatobá IV, um futuro melhor.
Construindo a esperança com crianças e adolescentes
Arte, cultura, lazer, es-
porte, turismo socioeducativo e
atividades de integração fami-
liar são modalidades utilizadas
como ferramentas de desen-
volvimento humano, social e se-
gurança pública no bairro Jatobá
IV, na região do Barreiro.
Desde o ano 2000, foram
beneficiadas 15.000 pessoas da
comunidade. No ano passado,
1.353 pessoas participaram do
programa sendo beneficiadas
com ações do programa so-
cioeducativo Oratório Festivo
Arquidiocesano. Os bons re-
sultados vêm sendo possível
através do Projeto Construíndo
a Esperança com Crianças e
Adolescentes, desenvolvido pelo
Vicariato Episcopal para Ação
Social e Política da Arquidiocese,
por meio de dois convênios com
a Secretaria Municipal Adjunta
de Assistência Social (SMAAS) e
parceria com Secretaria Estadual
de Cultura.
O Oratório Festivo busca
reduzir a desigualdade social
vivida por crianças e adoles-
centes, promovendo a seguran-
ça pública através da psicologia
da Comunicação e tecnologia
da informação. Os resultados
dessa iniciativa são percebidos
nas conquistas profissionais, na
melhoria do rendimento esco-
lar, na diminuição do índicie de
crianças envolvidas no tráfico de
drogas, na conscientização fa-
miliar, na responsabilidade social
e no crescente índice de jovens
que conquistaram o primeiro
emprego.
13
VID
A T
RAN
SFO
RMA
DA
Vida TransformadaA construção de uma carreira incentivada pelo projeto Construindo a Esperança com Crianças e Adolescentes
Meu nome é Cléria
Araújo Souza, tenho 26 anos, e
em 1994 comecei a participar
das atividades do Oratório Fes-
tivo. Naquele ambiente senti que
sonhos, esperança e perspectiva
para as famílias do bairro Jatobá
IV, onde moro, eram construídos
e valorizados. Essa descoberta
foi muito importante para a mi-
nha formação de cidadã.
O tempo passou e a con-
vivência no Oratório Festivo des-
pertou em mim a vocação para
educar. Toda a vivência em um
ambiente que transformou a rea-
lidade da comunidade em que
estou inserida colaborou muito
para a construção do meu perfil
profissional. O magistério
e a pedagogia me incen-
tivaram a ser colabora-
dora na formação de ou-
tras pessoas. Ensinando
recordo-me dos tempos
em que eu participava do
projeto Curumim.
A busca inces-
sante pelo conhecimento,
a valorização do aprendi-
zado e o compromisso
com a educação, que
aprendi com os educa-
dores que passaram pelo
meu caminho, faz de mim
uma profissional realiza-
da e compromissada com
minha missão. Cléria Araújo Souza é educadora infantil da Unidade Municipal de educação
Infantil (UMEI) Jatobá IV
14
MEI
O A
MBI
ENTE Reciclar é preciso
Cuide bem do planeta. Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje
Reduzir, Reciclar e Reutilizar. Essas são as palavras chave da atualidade.
O aumento do consumismo fez aumentar também a geração de resíduos. Na
perspectiva de chamar a atenção dos consumidores, as empresas têm investido,
cada vez mais, em embalagens que enchem os olhos e também as lixeiras. Mas
os resíduos que não utilizamos pode se tornar útil e gerar trabalho e renda para
muitas famílias que vivem da coleta seletiva. Se aderirmos a consciência da reci-
clagem poderemos utilizar cada vez menos os recursos naturais da Terra.
15
Conhecer e conscientizar• Cada ser humano produz em
média 5 kg de lixo por dia;
• No Brasil, todos os dias são
produzidas 24 mil toneladas de
lixo;
• Uma garrafa de plástico pode
levar até um milhão de anos
para se decompor;
• 12 árvores são cortadas para
fazer uma tonelada de papel;
• Pilhas e baterias demoram de
100 a 500 anos para se degradar;
• Para produzir 50Kg de alumínio,
são necessário extrair 5000Kg de
minério bauxita.
Esses são poucos dos mi-
lhares de impactos causados pela
falta de reciclagem do lixo. Agora
que você já sabe um pouco mais so-
bre a importância de ser ecologica-
mente correto, comece a praticar!
Separar o lixo é o primeiro
passo nesse processo.
Procure também progra-
mas organizados de coleta de lixo
em sua cidade e escolha um lugar
adequado para guardar os materiais
recicláveis até a hora da coleta.
Pratique essas iniciativas
para que elas se tornem hábito em
sua vida. Isso vai melhorar, muito, o
ambiente que você vive.
CURIOSIDADE
Apenas 2% do lixo no país é reciclado. O processo de reci-clagem ainda é15 vezes mais caro do que depositar os lixos em aterros. Mas algumas me-didas aqui no Brasil podem reduzir essa diferença como redução ou até mesmo isen-ção fiscal sobre as empresas de reciclagem ou que utilizam
produtos reciclados.
Fonte: curiofisica.com.br
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MIN
HA
VID
A
O primeiro dia de um morador de ruaA Saga do caminhar por uma estrada cheia de obstáculos
O primeiro dia na rua é como a dor de um parto. É como o primeiro dia de aula, só que sem
os pais, sem professores. Ficamos literalmente só.
Sai da Argentina e segui para Salvador/BA, onde trabalhei como músico. Durante dois anos
obtive sucesso, mas depois fiquei doente de dengue. Impossibilitado de trabalhar em decorrência da
doença, aos poucos fui vendendo minhas coisas e baixando o nível de minhas moradias. Sem força e
disposição fui me tornando um fantasma de mim.
Decidi reiniciar minha vida e vim para Belo Horizonte. Sem moradia fui morar nas ruas. Senti
medo, vergonha e fome tinha a impressão que todos sabiam o que eu estava sentindo. Dormi em ban-
cos de praças e debaixo de marquises. Com exceção dos meus sonhos, não tinha mais nada a perder.
Aos poucos fui conhecendo gente, padrinhos, mestres e a arte de se virar.
Viver nas ruas tem um código de ética. Procuramos dormir em conjunto para estarmos protegidos,
partilhamos o pouco que temos – quem não compartilha fica só e vulnerável a todos os riscos que a rua
pode oferecer. Fui muito bem
acolhido. Ofereciam-me comida,
me davam dicas de como me
proteger. O tempo passou e a
vida nas ruas ficou rotineira e
comecei a sentir o maior prazer
que a rua oferece, a liberdade.
Autor: Aldo
17
Desafios mal herdados ao longo da vida podem ser derivados de repressões e distanciamento familiar e provocar a ruptura
A doença de exclusão na infância
EDU
CA
R PA
RA T
RAN
SFO
RAM
AR
É no lar que a crian-
ça deve receber as primei-
ras estratégias para lidar com
as oscilações da vida. Deve-
se aproveitar os estados de
emoções das crianças para en-
siná-las como lidar com as diver-
sidades do cotidiano. Entende-
se que o desenvolvimento da
Inteligência Emocional deve ini-
ciar-se na infância e ser lapidada
dentro do contexto social que
circunda o individuo para que se
forme melhores e mais prepara-
dos profissionais na fase adulta.
Os desafios encontrados
pelas pessoas em situação de
rua são inúmeros e herdados de
um período em que, segundo
relatos, podem derivar de refe-
rências imaturas vivida dentro
do núcleo familiar.
Vale lembrar que a difi-
culdade de reinserção de uma
pessoa nessas condições é dire-
tamente proporcional ao tempo
em que ela vive na rua. A rua vicia.
Ao mesmo tempo em que retira
a dignidade da pessoa, traz uma
sensação de liberdade: não há
convenções a seguir, obrigações
ou compromissos. Sair dela é
uma ruptura, da mesma forma
que entrar nela. Assim, quanto
antes for feito um trabalho para
a saída da rua, maiores serão as
possibilidades de que essa pes-
soa reconstrua sua ressociali-
zação e, com ela, novas relações
de apoio e reconhecimento.
Caros leitores, chama-
mos a atenção de vocês para
uma questão que possa não ser
apenas um problema daqueles
que estão em situação de rua,
mas que talvez esteja ocorrendo
dentro da família de cada um
dos que estão lendo esta ma-
téria neste momento. Uma vida
numa família que não permite
que seus filhos possam expres-
sar suas emoções, seus senti-
mentos e que repreendem em
excesso achando que estão edu-
cando não tem sentido. Família
significa confiança, carinho,
apoio, proteção, entre tantos
outros atributos.
Miryam Elizabeth Zárate Morais – Doutora em
Neuropsicologia
18
POLÍ
TIC
A P
ÚBL
ICA Salvador sedia o 1º Congresso Nacional
do Movimento da População de RuaDurante o evento o governador Jacques Wagner lançou o programa Bahia Acolhe para dar subsídio à população de rua
Pessoas em situação
de rua de dez estados bra-
sileiros se reuniram entre os dias
18 e 21 do mês de março, em
Salvador/BA para o primeiro
Congresso Nacional do Movi-
mento da População de
Rua. O evento propor-
cionou a discussão de
diretrizes para políticas
públicas para pessoas em
situação de rua.
Durante o con-
gresso o governador do
Estado, Jacques Wagner,
lançou o programa Bahia
Acolhe, criado para dar
subsidio à população de rua nas
áreas de saúde, educação, abri-
gamento, acolhimento e trata-
mento de dependentes quími-
cos.
Para a ministra da Se-
cretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da
República, Maria do Rosário
Nunes, o Programa serve como
referência para o Brasil. “Esta-
mos nos dedicando para que ele
possa se integrar aos
esforços dos Governos
Federal e Estadual em
transformar o Brasil em
um país rico, com todas
as pessoas valorizadas,
enfrentando a miséria
extrema e assegurando
os direitos humanos a
toda a população”.
19
CO
MER
BEM
Tenha uma boa alimentação e evite o desperdício
Bolinho de talo de brócolisIngredientes:
1 unidade de cebola média,
picada
6 colheres (sopa) de farinha de
trigo
2 unidades de ovos
A gosto de sal
2 xícaras (chá)
de talos de bró-
colis cozidas
óleo para fritar
Modo de preparo
Bata no liquidificador os talos de brócolis
cozidos juntamente com os ovos. Retire e misture os ingredientes
restantes. Frite as colheradas em óleo quente.
Sarah Mansur Zeilah SilvérioNutricionista
O brócolis é um vegetal cujas folhas, flores e ta-los são comestíveis. É um alimento rico em cál-cio (importante para a for mação e manutenção dos ossos e dentes).Uma boa fonte de vitam inas A e C, que são antioxidantes, e também apre-senta ácido fólico, selênio e potássio (minerais
essenciais para o organismo).
Apoio:
EDUCAR PARA TRANSFORMAR
Realização