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GUA,NA CEMIG, MAIS UMA FONTE DEENERGIA LIMPA E GRANDES NMEROS.Pensar no futuro fez da Cemig uma das maisfortes referncias no mercado mundial. Investindo
no seu crescimento sustentvel, a Cemig hoje
a maior empresa integrada do setor eltricobrasileiro. Com negcios em 23 estados brasileiros
e no Chile, a Empresa ampliou suas participaes
no setor eltrico, sendo ainda a terceira maior
em gerao e transmisso e a maior em
distribuio de energia no Brasil. Na Cemig,
ampliar negcios investir cada vez mais
em energias alternativas e compromissos
renovveis com nossos investidores,
a sociedade e o meio ambiente.
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ndicendice
PROJETOS ESTRATGICOS
CHAMADAS DA ANEEL
GESTO TECNOLGICA
Caminhos do desenvolvimento
Chamada 1
Em busca da excelncia
Metodologias avanadas Linha 1
Operao diferenciada Linha 2
Decises acertadas Linha 3
Mudanas que geram melhorias Linha 4
Modelo de auto desempenho Linha 5
Chamada 3Calculadora a postos
Chamada 5Transmisso em alta-tenso
Chamada 6Por um fio
Chamada 8Mudar preciso
Chamada 10Usinas do Futuro
Chamada 11
Mais inteligncia na rede
Chamada 13Energia vinda do sol
Compartilhando o conhecimento
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ExpedienteExpediente
Pesquisa e Desenvolvimento TecnolgicoInformativo do Programa de Gesto Estratgica de Tecnologia da Cemige dos Projetos de P&D Aneel
Sede da Cemig, em
Belo Horizonte
Diretoria
Diretor-Presidente:Djalma Bastos de Morais
Diretor Vice-Presidente:Arlindo Porto Neto
Diretor Comercial:Jos Raimundo Dias Fonseca
Diretor de Distribuio e Comercializao:Jos Carlos de Mattos
Diretor de Desenvolvimento de Negcios:Fernando Henrique Schuffner Neto
Diretor de Finanas e Relaes com Investidores:Luiz Fernando Rolla
Diretor de Gs:Fuad Jorge Noman Filho
Diretor de Gesto Empresarial:Frederico Pacheco de Medeiros
Diretor de Gerao e Transmisso:
Luiz Henrique de Castro Carvalho
Diretora Jurdica:Maria Celeste Morais Guimares
Diretor de Relaes Institucionais e Comunicao:Luiz Henrique Michalick
ImpressoDidtica Editora do Brasil
Tiragem15 mil exemplares
Foto de capaEugenio Paccelli
Superintendncia de Tecnologia eAlternativas Energticas
Alexandre Francisco Maia Bueno
Editada pela Superintendncia deComunicao Empresarial
Av. Barbacena, 1.200 - 19 andar - BeloHorizonte-MG - [email protected] -www.cemig.com.br
Editor ResponsvelLuiz Henrique Michalick - Reg. N 2.211
Coordenao de EdioElizeth Nunes da Silva
EdioLicia Linhares e Fernanda Maria
RevisoCludia Rezende
Projeto Grfico editora!
EditoraoPress Comunicao Empresarial
Fotografia
Eugenio Paccelli
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EditorialEditorial
UMA HISTRIA DE INCENTIVO AO DESENVOLVIMENTO
Ao completar 60 anos, a Companhia Energtica de Minas Gerais Cemig se orgulhade promover, constantemente, a integrao do setor energtico com as empresasde desenvolvimento de tecnologia e a rea acadmica, por meio de seus projetosde Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). Atravs de polticas e aes frente deseu tempo, fundamentais para o domnio nacional da tecnologia de gerao,transmisso e distribuio de energia eltrica, a Companhia sempre teve um papel
fundamental na vanguarda tecnolgica do setor energtico brasileiro.
Com isso, alcanamos o reconhecimento dos rgos reguladores, das demaisempresas do setor, de universidades e institutos de pesquisa e tambm dosconsumidores, principal razo dos investimentos em novas tecnologias.
H quatro anos, dentro do novo marco regulatrio, a Agncia Nacional de EnergiaEltrica (Aneel) introduziu inovaes com a modernizao de seu Programa dePesquisa & Desenvolvimento, voltado para o setor energtico brasileiro. Com isso,os investimentos em P&D passaram a ser priorizados para os temas consideradosestratgicos, por meio das Chamadas de Projetos de P&D Estratgico. J so quase
R$ 500 milhes investidos em 32 projetos de P&D, aprovados no mbito das 13chamadas de pesquisa j realizadas pela Aneel.
Participar de forma ativa dessas chamadas a oportunidade que faltava para quea Cemig permanea na vanguarda do processo de evoluo tecnolgica do setorenergtico nacional.
Um exemplo disso o Programa Brasileiro de Rede Eltrica Inteligente, no quala Cemig est executando um amplo estudo sobre a viabilidade e a aplicao datecnologia de smart grid ao sistema eltrico nacional. Nesse caso, o Brasil sequerapresenta atrasos tecnolgicos em relao a outros pases, mas precisamosconhecer como essa inovao pode se incorporar realidade brasileira, com suas
necessidades e caractersticas peculiares. Mas h inmeros outros exemplos,como a pesquisa de linhas de transmisso de alta tenso em longas distncias,o desafio de superar os obstculos para interligao da gerao distribuda aosistema eltrico, a busca da melhoria no planejamento do desempenho da geraoe transmisso e na metodologia de definio de tarifas.
Portanto, como os leitores podero perceber nesta stima edio da Revistade Pesquisa & Desenvolvimento, o Grupo Cemig, por meio de suas subsidiriasintegrais, controladas e coligadas, tem assumido uma posio de protagonistanesse novo momento do setor. Essa presena se baseia na crena, que norteou asaes da Cemig nessas seis dcadas: a de que os setores da Companhia, de formageral, representam para a Empresa o que ela representa para a sociedade, ou seja,
ser uma ferramenta para o crescimento e o desenvolvimento de todos.
Arlindo Porto NetoDiretor Vice-Presidente
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Ricardo Guimares apoia
o incentivo da Cemig
para o desenvolvimento
da cincia e da
tecnologia em Minas.
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Estar, em 2020, entre os dois maiores grupos
de energia do Brasil, em valor de mercado, com
presena relevante nas Amricas e lder mundial
em sustentabilidade do setor . guiada por essa
viso que a Cemig tem investido e estruturado a sua
rea de pesquisa. Hoje, o Programa de Pesquisa e
Desenvolvimento (P&D) do Grupo Cemig recebe
investimentos anuais de R$ 70 milhes, nmero que
comprova o seu vigor e sua importncia na construo
do direcionamento estratgico do Grupo.
Alinhado s diretrizes de crescimento empresarial e
sustentabilidade, Alexandre Bueno, superintendente
de Tecnologia e Alternativas Energticas, reitera o
compromisso da Empresa de caminhar no sentido
das energias limpas e renovveis. Trabalhamos no
desenvolvimento da energia elica, solar e, tambm,na explorao do gs natural, que, apesar de ser um
combustvel fssil, at duas vezes menos poluente
do que o carvo, por exemplo, explica. Alm disso,
tambm, apostamos na expanso da gerao de
energia oriunda da biomassa, principalmente aquela
vinda de forma residual, como o aproveitamento de
gases de carvoaria e siderurgia.
Participar de forma ativa das Chamadas de Projetos de
P&D Estratgicosrealizadas pela Agncia Nacional de
Energia Eltrica (Aneel), cujos projetos so voltadospara o desenvolvimento da rea energtica do pas,
revela-se a oportunidade ideal para que a Cemig
continue na vanguarda do processo de evoluo
tecnolgica que tem beneficiado todo o setor. Das 13
chamadas realizadas pela agncia desde 2008, 11 esto
em andamento, estando a Cemig presente em 9. Essa
participao se justifica pela nossa crena de que o
programa de pesquisa deve agir como uma alavanca de
sustentabilidade, crescimento e eficincia operacional,
argumenta o superintendente.
Nesta edio da Revista P&D, o leitor receber
um panorama completo sobre o andamento e os
resultados das Chamadas de P&D Estratgicos em que
CAMINHOS DO DESENVOLVIMENTOPrograma de P&D da Cemig tem participao ativa nas Chamadas de Projetosde P&D Estratgicos realizadas pela Aneel
Segundo Alexandre
Bueno, a Cemig
est presente em 9
das 11 chamadas
de Projetos de P&D
Estratgico emandamento
Chamadas de Projetos de P&D Estratgicos so editais publicados pelaAneel, convidando as empresas de energia eltrica a se pronunciaremquanto ao interesse em financiar/executar um projeto de P&DEstratgico. Projeto Estratgico aquele cujo tema ou escopo escolhido de grande relevncia para o setor de energia eltrica e apresenta,normalmente, elevada complexidade e grandes investimentos, o querequer a atuao conjunta e articulada de vrias empresas da rea ede instituies de pesquisa, alm do acompanhamento da Aneel e deentidades intervenientes. Nos editais, so apresentadas caractersticasdo projeto a ser proposto, tais como motivao, objetivos, premissas,resultados esperados e prazo de execuo. Alm disso, eles determinamcritrios para a participao, como designao de uma empresaproponente, entidades executoras e composio da equipe. A propostade projeto estratgico construda pela empresa interessada passa poruma avaliao inicial da agncia e, caso seja aprovada, sua execuo acompanhada por meio de reunies peridicas.
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O engajamento da Cemig ao
liderar e participar de vrios
projetos indiscutvel, diz
Mximo Pompermayer
a Cemig est presente. Dentre eles, AlexandreBueno destaca o da Chamada 10, sobre redes
inteligentes, e o da Chamada 13, que trata
de energia solar. Em ambos os temas, ns
j atuvamos em iniciativas internas. Por
isso, participar das chamadas que visam ao
aperfeioamento dessas tecnologias foi um
movimento natural, explica o superintendente.
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CHAMADAS PARA O CRESCIMENTO
Em 2008, quase 10 anos aps a sua criao, o
programa de P&D regulado pela Aneel passou
por uma importante reviso. At ento, os
projetos aprovados eram aqueles que surgiam
a partir de demandas e necessidades de
instituies de pesquisa e empresas do setor
energtico. Com a Resoluo Normativa
n 316, foram definidos temas prioritrios
e estratgicos para nortear as pesquisas,
reduzindo, significativamente, a disperso dosinvestimentos realizados.
Direcionamos recursos para projetos de
maiores relevncia e contedo tecnolgico.
Uma das consequncias dessa orientao
foi o aumento substancial do valor mdio
dos projetos, subindo de R$ 550 mil, na
fase anterior, para cerca de R$ 2 milhes,
atualmente, esclarece Mximo Pompermayer,
superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento
e Eficincia Energtica da Aneel. Para ele, o
engajamento da Cemig ao liderar e participar
de vrios projetos estratgicos indiscutvel.
Na Chamada 13, por exemplo, alm de ser a
proponente de um dos projetos aprovados, a
Cemig j tinha se antecipado ao tema, com
o projeto de Energia Solar Fotovoltaica, na
cidade de Sete Lagoas, cujo escopo e modelo
de implantao foram subsdios importantes
para a elaborao da chamada pblica, observa
Mximo. As 13 chamadas de pesquisa realizadas
pela agncia desde 2008 deram origem a 32
projetos, que permitiram investimentos da
ordem de R$ 490 milhes em temas de grande
importncia para o futuro do setor eltrico
nacional.
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Tratar um problema de alta complexidadede relevncia, que influencia nas decises deoperao de todas as usinas produtoras de energiano Brasil. Esse o desafio de cinco projetosestratgicos que contam com a colaboraodas diretorias de Gerao e Transmisso e deComercializao da Cemig, em parceria comorganizaes e institutos de pesquisa. O esforoconjunto e coordenado de vrias empresas dosetor de energia eltrica de entidades executorastem como objetivo desenvolver ferramentas para
auxiliar a realizao do planejamento da operaoenergtica do Sistema Interligado Nacional (SIN),que abrange as regies Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte do Norte do pas, queainda caracterizada por sistemas isolados.
Atualmente, o Operador Nacional do Sistema(ONS) emprega os softwares Newave (modelopara otimizao hidrotrmica para subsistemasequivalentes interligados) e Decomp (modelopara otimizao da operao de curto prazo combase em usinas individualizadas), desenvolvidospelo Centro de Pesquisas de Energia Eltrica(Cepel), para o clculo do despacho hidrotrmico,isto , a quantidade de energia necessria a serproduzida, em cada instante, pelas hidreltricas etermeltricas do SIN.
Esse modelo, desenvolvido no final dos anos 1980,apresenta limitaes para acompanhar o padrotecnolgico atual. O racionamento de energiaocorrido em 2001 reforou a necessidade de se
EM BUSCA DA EXCELNCIA
Cemig participa das cinco linhas de pesquisa para a melhoria dossistemas que controlam o despacho hidrotrmico
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repensar essas metodologias, propondomodelos de acordo com os anseios dasociedade e capazes de operar em temposde escassez ou abundncia energtica. Osprojetos de Pesquisa e Desenvolvimento(P&D) nessa rea so importantes paraviabilizar o atendimento ao mercado deenergia eltrica com menor custo possvel,com garantia de oferta energtica equalidade ambiental.
Para alcanar esse objetivo, o sistemaprecisa considerar muitas variveis: adificuldade de prever a disponibilidade degua (afluncias futuras s usinas), queser somada ao estoque disponvel (volumearmazenado nos reservatrios), com ainterdependncia temporal (correlaoserial das vazes fluviais) e espacial (em
relao operao das usinas hidreltricaslocalizadas em diversas regies); o tamanhoe a quantidade dos reservatrios de guaassociados s usinas; as restries ao usoda gua dos reservatrios para gerao
de energia eltrica devido a outras atividades(uso mltiplo), como navegao, irrigao,saneamento, e as questes quanto s funesno lineares, como a produtividade das usinase a funo de custos das termeltricas, quetrazem dificuldades modelagem matemtica.
De acordo com o Banco de Informaes deGerao da Agncia Nacional de EnergiaEltrica (Aneel), atualmente, existem 182usinas hidreltricasno pas, divididas entreaquelas com reservatrios e as conhecidascomo fio dgua, presentes em quatro regiesgeoeltricas. No entanto, a expectativa deque esse nmero cresa. Apenas em 2012, 11usinas hidreltricas esto sendo construdase outros 11 empreendimentos, outorgadosentre 1998 e 2012, ainda no tiveram as obras
iniciadas. Existem, ainda, 424 pequenascentrais hidreltricas e 375 centrais geradorashidreltricas. Esse conjunto responsvel por65,72% da matriz eltrica brasileira.
Nesse cenrio repleto de variveis, as opespara a operao no futuro so influenciadaspelas decises tomadas no presente. Almda possibilidade de aperfeioamento dosmodelos oficiais, os cinco projetos quecontam com a colaborao da Cemigbuscam novas abordagens e solues,permitindo aprimoramentos nos processosassociados ao planejamento e programaoeletroenergtica, atendendo ao mercado deenergia eltrica com menor custo possvele garantindo a oferta futura de recursosenergticos.
Nas prximas pginas, ser possvel conhecermais sobre cada uma das linhas de pesquisa que
viabilizam a implantao de novos sistemas.Para cada projeto, foi formado um ComitTcnico, com representantes de empresasproponentes e cooperadas (caso da Cemig) etambm de instituies executoras.
Cemig investe em
projetos de P&D que
buscam otimizar a
operao das usinas
produtoras de energia
no Brasil
Quanto capacidadede regularizao, asusinas hidreltricas sodivididas em dois tipos:usinas com reservatriode acumulao, quepossuem capacidade deregularizar as vazesde um ms, um ano oumesmo de vrios anos,e usinas a fio dgua, ouseja, sem capacidadede regularizaoou com volumesuficiente somentepara regularizao dedescargas semanais oudirias.
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da energia armazenada. Para o professorda UFJF, Andr Lus Marques Marcato, pormeio dessas novas tcnicas, conseguiremosobter resultados referentes ao planejamentooperacional de cada usina.
A melhoria das tcnicas de otimizao para o
despacho hidrotrmico vital para o sistemaeltrico brasileiro. Ele ir permitir o uso maiseficiente dos recursos disponveis, sinalizara melhor estratgia de investimentos e,
METODOLOGIAS AVANADASProjeto cria plataforma computacional que servir como alternativa aoSIN para administrar com mais preciso os despachos hidrotrmicosnecessrios em mdio e longo prazos
Para Henrique Braga,
o desafio adequar a
metodologia atual de
distribuio de energia a
um novo cenrio
Em um pas de dimenses continentais como oBrasil, levar energia que apresente os mesmosnveis de qualidade em todos os estados dafederao um desafio grande. Para melhoraro planejamento do desempenho do sistema degerao e transmisso, est sendo propostauma metodologia de trabalho que possacomplementar a atual. Batizada de ProgramaoDinmica Estocstica (PDE) Fast Convex Hull,ela baseada em sistemas de energia integradoscom tcnicas inteligentes. Paralelamente, foiconstrudo um softwareque permitir a melhoriada gesto da distribuio dos blocos de energiaque so gerados por cada usina.
Contando com a cooperao de 19 empresas,entre elas, a Cemig, o projeto tem comoproponente a Duke Energy International eGerao Paranapanema S/A e conta com aPontifcia Universidade Catlica do Rio deJaneiro (PUC Rio) e a Universidade Federal deJuiz de Fora (UFJF) como instituies executoras.O nosso maior desafio fazer com que ametodologia atual, definida h mais de trsdcadas, possa acompanhar um cenrio muito
diferente, caracterizado por transformaeseconmicas e climticas, afirma HenriqueNunes Braga, da Gerncia de PlanejamentoEnergtico da Cemig.
Com esse intuito, professores e alunos doprograma de ps-graduao em EngenhariaEltrica atacaram o desafio da otimizaodo sistema. A partir de uma tese de doutoradoorientada em conjunto pela PUC Rio e pelaUFJF, eles apresentaram a metodologia de PDE
Fast Convex Hull,na qual possvel explorara questo por meio da reamostragem deestados e de modelos estatsticos, ideais paraa construo de cenrios artificiais de evoluo
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ainda, definir o Preo de Liquidao dasDiferenas (PLD), impactando no valor dacadeia de suprimento de energia eltrica.Isso importante para avaliar e preversituaes como a que vivenciamos no incio de2008, quando houve a elevao do preo daenergia eltrica em algumas regies do pas,completa o professor da PUC Rio ReinaldoCastro Souza.
NOVA FERRAMENTA
Como produto final dessa linha de pesquisa,foi construda uma plataforma computacionalque cria exemplos de cenrios hidrolgicos,possibilitando, assim, o melhor planejamentoda operao nos horizontes de mdio elongo prazos. O sistema permite umaatuao mais pr-ativa dos agentes do SINe a proposio permanente de mudanas eaprimoramentos metodolgicos na cadeia demodelos computacionais, pontua o professor
Reinaldo. Segundo ele, um ganho adicional dotrabalho foi o aumento da interao entre as
empresas do setor e o meio acadmico. Issoajuda a melhorar a qualificao da formao demo de obra, observa.
Nos ltimos anos, a anlise de risco nasoperaes comerciais realizadas pelos agentesde gerao passou a ser considerada commuito mais cuidado pelas empresas, e orisco est diretamente associado ao uso dosrecursos energticos resultante da deciso dodespacho hidrotrmico do SIN.
Para Anderson Mitterhofer, gerente de Risco,Portflio & Crdito da Duke Energy, a iniciativa uma grande oportunidade oferecida ao setor.O programa uma ferramenta importantepara o desenvolvimento da indstria deenergia eltrica nacional, e o tema abordado um dos pontos principais do modeloimplantado, com impacto na operao dosistema eletroenergtico brasileiro e, tambm,no mercado, conclui. O estudo teve incio em
janeiro de 2010 e foi concludo em dezembrode 2011.
Reinaldo Souza acredita
que a interao entre
o meio acadmico e o
setor de energia ajuda a
qualificar a mo de obra
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OPERAO DIFERENCIADAProjeto cria softwareque considera a produtividade detalhadade cada hidreltrica
Criado como uma alternativa aos programasNewave e Decomp, utilizados oficialmenteno setor eltrico brasileiro, o softwareHydrolab prope uma nova maneira de operar
as usinas. Esse programa de computadorrecebeu a implementao do modelo de
Generalizaes
devem ser
evitadas na hora
de representar as
caractersticas das
hidreltricas, pontua
Jos Ricardo Mendes
Otimizao do despacho hidrotrmico combase em nico cenrio futuro de vazes
afluentes (cenrio previsto a partir da sriehistrica de vazes).
Otimizao do despacho hidrotrmico com base em 200cenrios futuros de energias afluentes (vazes afluentes sotransformadas em energias afluentes devido agregaode usinas hidreltricas em subsistemas equivalentes).
Otimizao do Despacho Interligado Nacional(Odin), constitudo de trs mdulos principais:otimizao do despacho hidrotrmico,simulao do despacho hidrotrmico e
previso de vazes.
O modelo apresenta uma proposta comusinas individualizadas, alimentadopor previso de vazes para a operaoenergtica de mdio prazo do SistemaInterligado Nacional (SIN), sendo umaalternativa ao modelo atual, que estocstico, equivalente e linearizadopor partes. Para avaliar o desempenhodo modelo Odin, foram realizados testes
comparativos com os modelos em vigor,por meio da simulao no histrico devazes. Jos Ricardo Mendes, da Gerncia dePlanejamento Energtico da Cemig, explicaque o mdulo de otimizao desenvolvido,que ganhou o nome de Sinopt, baseia-se emmodelagem determinstica, individualizadae no linear. Esse tipo de abordagem podeser considerado mais adequado. No modeloatual, usinas hidreltricas so agregadaspara reduzir o nmero de variveis no
processo de otimizao. Todavia, a agregao
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implica a necessidade de simplificaesexpressivas na modelagem do problema,representando de forma imprecisa ascaractersticas operacionais das hidreltricase a interdependncia entre elas, explica JosRicardo.
De acordo com Donato Filho, diretor deRegulao da EDP Bandeirante, a empresaoptou por ser a proponente no projeto devido vontade de contribuir para os processos
de aperfeioamento das metodologias queinfluenciam na precificao da energia.Para qualquer atividade empresarial,incluindo a gerao e a comercializao deenergia, fundamental que o processo deformao de preos seja compreensvel,transparente e consistente, afirma. Apesarde reconhecer as qualidades do sistemaatual, Donato acredita que h sempre espaopara melhorias nos processos que envolvemmodelos computacionais. O projeto contou,
ainda, com a Universidade Estadual deCampinas (Unicamp) como executora e coma cooperao de 18 companhias, entre elas, aCemig.
Quantidade de energiaproduzida (em MW-mdios) por unidade devazo turbinada (emm/s), em uma usinahidreltrica.
Para Donato Filho, o
processo de definio
de preos, em qualquersetor empresarial, deve
ser trasparente
INVESTIMENTO RECONHECIDO
O trabalho revelou que o modelo estocstico,utilizado atualmente e que representaa incerteza das vazes afluentes futurasatravs de mltiplos cenrios hidrolgicos,no mais adequado que o modelodeterminstico proposto. Por outro lado, autilizao de uma metodologia no linear,em que a produtividadede cada hidreltrica varivel em relao vazo e ao nvel do
reservatrio, mostrou-se mais eficiente,segundo os pesquisadores. A no linearidadee a no agregao permitem modelar maisdetalhadamente os parmetros do problema(caractersticas das hidreltricas, custos decombustvel das termeltricas e outros),representando de forma mais fidedigna arealidade fsica.
Os pesquisadores, que comearam asatividades em dezembro de 2009 e
finalizaram em janeiro de 2012, concluramque o otimizador do P&D forneceu polticasoperativas de mnimo custo, mas com
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O Odin proporciona,
entre outras vantagens,um clculo da gerao
termeltrica mais estvel
ao longo do tempo
importantes diferenas em relao aosotimizadores oficiais. Ao contrrio doNewave, o Odin considera a sazonalidade dagerao hidreltrica de forma mais aderenteao mercado de energia, proporcionando umclculo da gerao termeltrica mais estvelao longo do tempo. Os nmeros fornecidospelo Odin permitiro tambm mantermaior quantidade de gua armazenadanos reservatrios, com um custo menor emais estvel, considerando o horizonte deplanejamento.
O professor Secundino Soares Filho, daUnicamp, afirma que a parceria com asempresas financiadoras (proponentes ecooperadas) foi fundamental para viabilizaro projeto. Ele explica que, em alguns testesde comparao com o modelo atual, aproposta resultou em uma reduo de 7,5%no custo esperado de operao, aumentode 26% na energia armazenada final,
reduo de 10% no valor esperado do customarginal de operao (CMO) e de 30% nasua volatilidade. Alm disso, o modeloOdin proporcionou expressiva diminuiode risco e de profundidade de deficit que
indica a probabilidade da ocorrncia defalta de energia. Na comparao com omodelo Decomp para o Programa Mensalde Operao Eletroenergtica (PMO)de setembro de 2011, por exemplo, foiobservada maior estabilidade no CMO,explica.
O trabalho foi premiado em primeiro lugarno Congresso de Inovao Tecnolgica emEnergia Eltrica (Citenel), realizado em
agosto de 2011, em Fortaleza (CE). Essaconquista consolida o sucesso do projeto,que se deve, em grande parte, participaodas empresas cooperadas, com importanteatuao da Cemig, observa Donato. Oestudo traz como inovao uma metodologiadiferenciada e transparente para o despachohidrotrmico do SIN, com operao maiseconmica e segura, alm de uma alternativapara a formao de preos mais estveise benefcios de comercializao. Isso tudo
feito com a integrao das ferramentasde previso, otimizao e simulao,interfaces amigveis de comunicao com ousurio e menor tempo de processamentocomputacional, conclui Jos Ricardo.
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DECISES ACERTADASSoftware criado para a melhoria dos despachos hidrotrmicosaposta em interface amigvel e sistema de suporte deciso
Seguindo o exemplo dos demais softwares
desenvolvidos a partir da Chamada Pblica
01/2008 da Aneel, o Sistema de Suporte
Deciso (SSD Hidroterm) tambm investe
em uma abordagem individualizada da
produo das usinas. Contudo, a proposta
inova ao investir na criao de uma tcnica
de otimizao aplicada ao planejamento da
operao energtica de mdio prazo do Sistema
Interligado Nacional (SIN).
Os resultados parciais demonstram a
viabilidade da metodologia proposta, j que
utiliza uma plataforma computacional moderna,
com recursos que a caracterizam como um
Sistema de Suporte Deciso, com interfaceamigvel e gerenciamento de banco de dados,
A operao da
usina hidreltrica de
Trs Marias poder
ser beneficiada
pelo trabalho feito
pela Cemig, em
parceria com outrasinstituies
afirma Paulo Barbosa, professor da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp).
Os pesquisadores esto desenvolvendo
um ambiente computacional com recursosmodernos de banco de dados e interface
com o usurio, permitindo a obteno de
variveis relevantes para o planejamento
hidrotrmico e a definio do custo operativo
dos subsistemas. O projeto, que comeou em
setembro de 2010 e ainda est em andamento,
ser aplicado no planejamento da operao do
conjunto de usinas trmicas e hidrulicas do
SIN, considerando os limites de intercmbio
entre os subsistemas e outras restries
tpicas da operao de curto e mdio prazos.A expectativa de que, ao final do projeto, o
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resultado caracterize um sistema computacionalrobusto, focado no planejamento da operao
do sistema hidrotrmico brasileiro, no horizonte
de mdio prazo, alternativo ao modelo atual,
acredita Paulo Barbosa.
Nessa linha, a empresa proponente foi a
Companhia Energtica de So Paulo (Cesp), com
a cooperao de 17 empresas, e tendo como
executora a Fundao para o Desenvolvimento
Tecnolgico da Engenharia FDTE (USP/
Unicamp). As etapas so desenvolvidas deforma cooperativa, evitando, ao mesmo
tempo, redundncias e lacunas. Outro objetivo
estabelecer um amplo dilogo com os
agentes do setor eltrico brasileiro, para que
sejam incorporados no modelo os anseios
da comunidade tcnica, com a realizao de
workshopse cursos abertos aos tcnicos das
empresas cooperadas e demais entidades
interessadas nos temas.
CONTRIBUINDO PARA AAMPLIAO DO SISTEMA
Segundo Ronei Neves, da Gerncia de
Planejamento Energtico da Cemig, a
complexidade do SIN se deve ao porte e pela
extenso geogrfica das usinas hidreltricas,
alm do fato de estar em constante expanso.
Os desafios apresentados para o projeto so,
em curto prazo, contribuir com uma nova
metodologia para um bom nvel de equilbrio
entre o custo operativo e a segurana do
abastecimento; em mdio prazo, subsidiar
as decises de expanso do sistema, com
qualidade ambiental, explica Ronei. Como
benefcios, a proposta traz a possibilidade de
se ter resultados de otimizao por usinas e
poder compar-los com os modelos oficiais
utilizados pelo SIN, analisando, principalmente,
a volatilidade que ocorre nos preos de curto
prazo. Para ilustrar isso, a movimentao anual
na Cmara de Comercializao de Energia
Eltrica (CCEE) gira em torno de R$ 2 bilhes.
Considerando que 10% desse montanteUm dos desafios subsidiar as decises de expanso do
sistema com qualidade ambiental, afirma Ronei Neves
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tm origem na volatilidade dos preos, ou
seja, cerca de R$ 200 milhes, caso esse
novo modelo indique outros resultados, as
empresas devero propor aperfeioamentos
nos modelos oficiais existentes, para obter
mais coerncia e economia na operao.
Lus Fernando Nogueira, gerente da Diviso de
Planejamento Energtico e Programao da
Produo da Cesp, explica que a organizao
do setor se tornaria invivel sem o apoio
de ferramentas computacionais robustas e
confiveis. Todo o planejamento eltrico
e energtico brasileiro est calcado em
programas especialmente desenvolvidos
para tratar os mais diversos insumos, da
a importncia de participar de projetos
como esse. A consolidao do ambiente
de comercializao de energia somente foi
possvel devido implantao de sistemas
especialistas e sobre as bases dos modelos de
otimizao hidrotrmica, explica.
Historicamente, os modelos de melhoria,
simulao e previso tiveram suas
implementaes associadas evoluo
da capacidade de processamento dos
computadores. Com a regulamentao
relacionada P&D no Brasil, nos anos 2000,
criaram-se novas fronteiras para a pesquisa,
e a Agncia Nacional de Energia Eltrica
(Aneel) promoveu chamadas pblicas, dando
preferncia a projetos cooperativos e permitindoimportantes aprimoramentos nos processos
associados ao planejamento e programao
eletroenergtica. exatamente nesse contexto
que a Cesp se insere, considerando o arranjo
de projeto cooperado como um elemento
viabilizador dos estudos, em funo de suas
dimenses, pontua o gerente.
No caso da linha 3, em que somos proponentes,
esperamos que as metodologias propostas
sejam citadas futuramente como as bases para
novos modelos que contenham apelo tcnico e
transparncia, conclui Lus Fernando.
Lus Fernando
destaca o apoio da
tecnologia para o
desenvolvimento dos
projetos
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MUDANAS QUE GERAM MELHORIASPlataforma criada para agir como suporte metodologia atual
Fazer uma operao sombra ao modelo
Newave e aplicar melhorias em mdulosespecficos. dessa forma que os
pesquisadores definem a plataforma
computacional que est sendo criada pela
Fundao de Ensino e Engenharia de Santa
Catarina (Feesc/UFSC), com a cooperao
de 18 empresas, e que conta com a Tractebel
como proponente. O foco a construo
de uma ferramenta de alto desempenho
que permita a determinao da poltica de
operao do Sistema Interligado Nacional
(SIN), em um horizonte de mdio prazo.
Alosio Chaves de Carvalho, da Gerncia de
Planejamento Energtico da Cemig, explica
que, alm do Newave, o Operador Nacional de
Sistema (ONS) utiliza o Decomp (modelo paraotimizao da operao de curto prazo com
base em usinas individualizadas), acoplado ao
modelo Newave, que informa o custo marginal
de operao, parmetro mais importante para o
clculo do preo da energia do mercado de curto
prazo. Pela falta de acesso ao cdigo fonte,
os modelos tm sofrido crticas. O projeto tem
o objetivo de fazer uma rplica do Newave e
propor melhorias, explica Alosio.
Para ele, o modelo proposto destaca-se,ainda, pelo fato de estar sendo construdo com
cdigos de programao abertos. Os agentes
conhecero no somente os resultados, mas
20
Usina hidreltrica
de So Simo
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tambm o que est dentro do cdigo. Dessa
forma, aumenta-se a probabilidade de soluo
de problemas e de novas implementaes, diz.
Erlon Finardi, coordenador do projeto e
professor no Laboratrio de Planejamento
de Sistemas de Energia Eltrica (LabPlan), daUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
explica que, como resultado final do projeto, ser
entregue um modelo que permite ao usurio
avaliar os diversos avanos discutidos ao longo das
pesquisas. Alm de realizarmos o desenvolvimento
tcnico do projeto, vale destacar que a equipe contou
com a participao de dois consultores internacionais:
os professores Andrew B. Philpott, da Universidade
de Auckland, da Nova Zelndia, e Tito Homem-de-
Mello, da Universidade Adolfo Ibaez, do Chile. Comoresultados cientficos, destacam-se a publicao de
um artigo em revista tcnica e a participao em trs
congressos internacionais, conclui Finardi.
21
O modelo proposto
aumenta a possibilidade
de soluo de
problemas e de novas
implementaes,
segundo Alosio de
Carvalho
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Ao rever totalmente a metodologia dos procedimentos
de planejamento de operao utilizados atualmente,
o projeto prope o desenvolvimento de um modelocomputacional de otimizao do despacho hidrotrmico
de usinas individualizadas, com horizonte de mdio
prazo e que considere, de maneira detalhada, as
equaes regentes e as restries do problema. A Copel
Geraco e Transmisso atua como proponente do
trabalho, cuja execuo est sob a responsabilidade da
Universidade Federal do Paran e da Lactec.
Iniciada em abril de 2010, a pesquisa possui forte
potencial inovador, uma vez que as premissas e tcnicas
adotadas sero revistas sob a ptica da conjunturaatual do setor eltrico brasileiro, do aprimoramento
das tcnicas de otimizao e do barateamento da
capacidade de processamento computacional. Essa
abordagem caracteriza-se por enfatizar a incerteza das
vazes futuras no planejamento da operao do Sistema
Interligado Nacional (SIN).
O gerente geral do projeto, Mrcio Bloot, da Copel,
explica que a ideia do desenvolvimento de um modelo
de planejamento energtico diferente do atual
antiga entre os profissionais da empresa. Ele conta
que, quando houve a publicao da chamada para
esse tema, j havia na empresa as premissas do que
acreditavam ser o caminho para uma linha de pesquisa
MODELO DE ALTO DESEMPENHO
Projeto prope a criao de programa computacional que alieagilidade e confiabilidade
22
Para proporsolues adequadas,
Grazziano Motteran
defende que preciso
enxergar os detalhes
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BENEFCIOS PARA TODOS
O modelo em desenvolvimento
rev toda a abordagem de gerao
de sries sintticas de afluncias
sob uma perspectiva nova. O
pacote computacional roda em um
ambiente de alto desempenho.
Logo, todo o setor eltrico beneficia-se desses estudos, o que vem sendo
comprovado por meio do interesse
demonstrado por instituies do
setor, como o Operador Nacional
do Sistema (ONS), a Cmara de
Comercializao de Energia Eltrica
(CCEE), a Empresa de Pesquisa
Energtica (EPE) e a prpria Aneel,
entre outros, conclui o engenheiro
Marcelo Rodrigues Bessa, da Lactec.
alternativa ao paradigma atual. Dessaabordagem, resultaram muitas vantagens
para a Copel e para a gerao de energia no
pas, tais como o treinamento e a atualizao
de tcnicos das empresas em novos mtodos
de otimizao, a apresentao academia
dos problemas enfrentados no planejamento
energtico nacional e a pesquisa resultante, que
certamente mudar a forma de pensarmos o
setor, conta.
23
Marcelo Bessa ressalta
o envolvimento das
instituies do setor
energtico no projeto
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Grazziano Motteran, da Gerncia dePlanejamento Energtico da Cemig, explica
que o modelo usado atualmente faz muitas
simplificaes do sistema energtico. O
modelo atual agrega as usinas existentes em
determinadas regies em uma grande usina. Essa
tcnica simplifica bastante o problema e viabiliza
uma soluo em um tempo aceitvel. Em
contrapartida, surgem imperfeies no momento
de indicar a produo energtica ideal de cada
usina, justamente por no conseguir enxergar os
detalhes de cada uma delas, explica. Grazzianoacrescenta que desenvolver uma soluo que
permita otimizar o despacho hidrotrmico
individualizado por usina, com a incerteza das
vazes, um trabalho de alta complexidade
e, consequentemente, tem elevado custo
computacional. Para garantir que o modelo
tenha um tempo de execuo vivel, ele ser
desenvolvido em clustersde computadores e
implementado sob as premissas da computao
de alto desempenho.
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A alocao dos custos de transmisso no setor
de energia eltrica necessita de uma profunda
reflexo. Por um lado, o mtodo de tarifao
deve promover a competio e fornecer uma
estrutura de encargos simples, transparente ecom grau razovel de previsibilidade. Por outro,
ele deve ser capaz de originar a eficincia no
uso, a operao e a expanso das redes. Priorizar
CALCULADORA A POSTOSEstudo quer tornar mais eficiente e preciso o clculo das tarifasreferentes transmisso de energia eltrica
alguns desses quesitos em detrimento dos
demais d origem a diferentes sistemticas de
tarifao, o que faz com que cada pas tenha sua
prpria metodologia.
Diante desse cenrio controverso, surge a
necessidade de se estudar qual a Metodologia
para Alocao dos Custos do Sistema de
Transmisso mais adequada ao modelo
energtico brasileiro. Ao longo de 21 meses,
de janeiro de 2010 a setembro de 2011, foram
gerados oito relatrios, analisados e aprovados
por todas as empresas participantes. Entre elas a
Cemig, a Duke Energy (proponente) e a Andrade
& Canelas Consultoria e Engenharia. No mbito
acadmico, a contribuio veio da Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF).
O estudo considerou questes fundamentais,
como a utilizao do despacho proporcional
no Brasil; o uso de valores de potncia
despachada; a capacidade instalada no clculo
das parcelas locacionais; o selo e os encargos
das interligaes; os diferentes modelos
para a eliminao de alocaes negativas; a
avaliao de tarifas em um despacho alternativo,denominado Norte-Nordeste Importador.
Ao todo, ocorreram trs encontros com a
Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel). No
primeiro, em dezembro de 2009, detalhamos
todos os objetivos e o escopo do estudo, conta
o engenheiro de Planejamento do Sistema
Eltrico da Cemig, Aelton Marques de Faria. O
segundo, marcado para agosto de 2010, teve
o intuito de avaliar o andamento do trabalho.
No terceiro e ltimo, em setembro de 2011, foiapresentado o relatrio final.
Aelton de Faria
destaca que o mais
importante resultado
do estudo foi o
desenvolvimento deum programa capaz
de realizar o clculo
de tarifas nodais de
transmisso
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FRUTO DO TRABALHO
O principal resultado do projeto foi o
desenvolvimento de um programa prottipo
no comercial (Tust) capaz de realizar o clculo
de tarifas nodais de transmisso para o Sistema
Interligado Nacional (SIN), sendo que foram
estudados casos do ciclo 2007-2008 e 2011-
2012. O programa computacional foi escrito,
inicialmente, para aplicao em sistemas de
pequeno porte. A verso final, com capacidade
para simulao do SIN, foi feita em linguagemC++ e faz parte do escopo do projeto.
A gesto do projeto, a cargo da Duke Energy,
junto s outras empresas participantes,
desenvolveu uma metodologia que permite
utilizar qualquer despacho de gerao para o
clculo da tarifa, pois ela sensvel s variaes.
O novo programa fornece, separadamente, as
componentes locacionais e o selo da tarifa de
transmisso de cada ponto da rede, tornando
possvel aos agentes saberem quanto pagam pela
capacidade utilizada e pela no utilizada.
A metodologia Tust mostrou-se robusta sob
o ponto de vista eltrico e flexvel em relao
tarifao. A utilizao efetiva da rede de
transmisso capturada de forma transparente
pela tarifa locacional, bem como sua capacidade
disponvel por meio da parcela selo. Os encargos
relativos s interligaes podem ser tratados sem
a necessidade de se impor condies de despachoespecficas, por meio da seleo de critrio
especfico de clculo.
A expanso da rede eltrica brasileira, com a
adio de novas linhas de interligao (diminuio
das distncias eltricas) e a redefinio dos
despachos bsicos correspondentes (aumento
dos montantes de potncia), determinar o
novo posicionamento da referncia virtual e,
consequentemente, as novas tarifas nodais,
explica Aelton. O projeto desenvolvido e aflexibilidade oferecida pelo novo programa
podero auxiliar a Aneel na proposta de
aprimoramento da aplicao da Tust.
A expanso da rede eltrica e a
redefinio dos despachos bsicos
determinaro o novo posicionamento da
referncia virtual
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26
Criar as bases para a transmisso de energia
eltrica um dos grandes desafios para o
Brasil nos prximos anos. Dados da Empresa
de Pesquisa Energtica (EPE) mostram que
o consumo nacional registrou crescimento
de 7,8% em 2010 em comparao a 2009. A
previso de que, at 2020, o pas necessite
aumentar em cerca de 50% sua capacidade de
gerao e transmisso de energia.
Para proporcionar o crescimento adequadodo sistema de transmisso, preciso investir
em modernas tcnicas, equipamentos e
instalaes capazes de transmitir a energia de
forma integrada, sustentvel e rentvel. Por
isso, a Cemig, ao lado de parceiros, examinou
quais so as melhores Alternativas no
Convencionais para a Transmisso de Energia
Eltrica em Longas Distncias.
Sob a coordenao da Eletrobras Eletronorte,
a pesquisa foi desenvolvida em parceria entreCemig GT, Eletrobras Furnas, Companhia
de Transmisso de Energia Eltrica Paulista
(CTEEP) e Empresa Amazonense de
Transmisso de Energia (Eate) empresa
do Grupo Cemig. Foram contratadas para o
desenvolvimento do projeto a Universidade de
So Paulo (USP), por meio da Fundao para o
Desenvolvimento Tecnolgico da Engenharia
(FDTE), e a Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), com o apoio da Fundao
Coordenao de Projetos, Pesquisas e Estudos
Tecnolgicos (Coppetec).
Alternativas no convencionais so todas
aquelas que, hoje, no Brasil, no existem ouesto em carter experimental em universidades
e laboratrios. Cada uma delas foi avaliada
sob o prisma de vrios quesitos, incluindo
o desempenho e a viabilidade econmica,
esclarece Sebastio Vidigal Fernandes Jnior, da
Gerncia de Planejamento Eltrico da Cemig.
Foram estudadas as seguintes alternativas:
Corrente Contnua (CC) de 800 kV e Corrente
Alternada (CA) de 1000 kV; Sistemas Flexveis
em CA (Facts); Conversores de CA - Corrente
Contnua (CC); Fonte de Corrente e de Tenso;CC em Multiterminais; Meia Onda; Via Cabos;
Sistemas Multifsicos; Supercondutores de Alta
Temperatura; Linhas Isoladas a Gs; e Clulas de
Hidrognio.
TRANSMISSO EM ALTA TENSO
Transmisso de energia eltrica condio estrutural fundamentalpara o crescimento do Brasil
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Sebastio Vidigal:
alternativas no
convencionais so
aquelas que, hoje, no
Brasil, no existem
ou esto em carter
experimental
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NOVO POLO ENERGTICO
Com grandes bacias hidrogrficas e
terrenos inexplorados, a Amaznia
apresenta grande potencial hidrulico.
Por estar distante cerca de 2.500
km da regio Sudeste e 2.000 km da
regio Nordeste, pontos de maiores
concentraes de consumo do
pas, exige o estudo das melhores
alternativas para a transmisso de
energia eltrica a longas distncias.Nos prximos anos, novas hidreltricas
de grande porte sero construdas na
regio amaznica e levaro energia
eltrica para, praticamente, todas as
regies do pas.
RESULTADOS SIGNIFICATIVOS
A tecnologia de CC para transmisso a longa
distncia se apresentou como a mais competitiva
em termos econmicos, tcnicos e comparativos.
No Brasil, ela existe at 600 kV, como nos moldes
da Usina de Itaipu. Foi estudada a aplicao em
800 kV, assim como a CA em 1000 kV, que so no
convencionais para mercado nacional, mas j so
concebidas em outros pases, como China e ndia.
A CC multi-terminais pode ser uma opo futura
para certas aplicaes.
Outra concluso se refere transmisso em
CA, que alcanou um custo entre 20% e 30%
maior que a CC. No Brasil, o no convencional
qualquer valor acima de 750 kV. A transmisso
CA em 1000 kV, apesar de ser mais onerosa, em
aplicaes especficas, pode ser estratgica em
malhas de integrao regionais e em eixos de alta
capacidade (supergrid) e, por isso, no deve ser
descartada.
A transmisso Via Cabos a supercondutores
ou a gs apresenta tambm um investimento
muito elevado, mas tende a adquirir importncia
cada vez maior, tendo em vista que as cargas
eltricas tm aumentado com o crescimento
urbano. A Meia Onda e a Multifsica mostraram
que no so, no momento, aplicveis, seja por
uma questo de custo ou seja por dificuldades
operativa e tecnolgica.
A tecnologia de produo de hidrognio se
mostra interessante, apesar de seu alto custo,
principalmente, quando no houver forma de
armazenar energia. Os resultados devem ser
avaliados daqui trs a quatro anos, visto que sua
influncia abrange iniciativas de longo prazo
em funo da maturao de novas aplicaes,
esclarece o gerente do projeto, Geraldo Nicola,
engenheiro de Projeto e Construo na Eletrobras
Eletronorte. Destaca-se, ainda, a tendncia de
adotar novos equipamentos, como conversoresde VSC e back to back, o semicondutor IGBT e o
transformador com o supercondutor.
PERSPECTIVAS
O projeto est em fase de concluso. Ele
foi iniciado em julho de 2010. A iniciativa
ofereceu a oportunidade s entidades de
pesquisas de realizar um intenso estudo do
estado da arte das transmisses de energia
no mundo, especialmente onde esto sendo
construdos os sistemas mais modernos,
analisa o coordenador do projeto, Jos Jardini,
pesquisador da USP. No incio de 2012, os
resultados da pesquisa foram apresentados emBraslia (DF). No ms de abril, os representantes
das empresas e universidades visitaram
Rssia, China e ndia pases de referncia na
transmisso de energia eltrica a longa distncia
, para consolidar as anlises realizadas durante
o projeto de pesquisa.
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POR UM FIO
Tecnologia de cabos supercondutores promete revolucionar a
transmisso e a distribuio energtica no pas
A busca por tecnologias que aprimorem a gerao, a
transmisso e a distribuio de energia no Brasil est
ganhando fora. O setor produtivo e a comunidade
cientfica esto trabalhando de forma cada vez mais
prxima e sinrgica para equacionar as demandas
crescentes do setor eltrico nacional. Um exemplo
o projeto de P&D do Supercabo, desenvolvido pela
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
em parceria com a Cemig, a Companhia de Transmisso
de Energia Eltrica Paulista (CTEEP), a Transmissora
Aliana de Energia Eltrica S.A. (Taesa) e as Transmissoras
Brasileiras de Energia (TBE).
Desde 2004, os pesquisadores do Laboratrio de
Materiais e Dispositivos Supercondutores (LMDS) da
UFRRJ pesquisavam o conceito de supercondutividade
aplicado a sistemas eltricos de potncia. Em 2008,
iniciou-se o contato entre a Cemig e os pesquisadores
da instituio de ensino, visando ao desenvolvimento de
um projeto de P&D sobre o tema. Uma das principaisvantagens da transmisso e da distribuio por meio
de supercondutores a possibilidade que o material
oferece de transportar grandes blocos de energia sem
qualquer perda, aponta Carlos Alexandre do Nascimento,
28
Carlos Alexandre mostra
um exemplo do super cabo
engenheiro de Tecnologia e Normalizao da Cemig e
gerente do projeto.
O surgimento da chamada pblica 06/2008-2010 da
Aneel, que tratava justamente da aplicao de novas
tecnologias a sistemas de transmisso, revelou-se uma
tima oportunidade para levar adiante o trabalho, com a
possibilidade de dividir custos, riscos e virtualidades com
outras empresas. O desafio grande, mas o esforo vlido. Esse assunto ir mexer com todo o setor eltrico,
quebrando paradigmas, acredita Eden Carvalho Jnior,
gerente do programa de P&D da TBE. Com a sua fase
de estudos e planejamento finalizada em 2011, o projeto
entra agora em seu perodo de execuo, com um prazo
total de quatro anos para a concluso.
Os primeiros passos so: desenvolver uma metodologia
computacional de tratamento das propriedades desses
materiais e atualizar a infraestrutura do LMDS da UFRRJ,
para criar condies ideais para a implantao de umncleo integrado para pesquisas mais amplas, na rea de
materiais eltricos e supercondutores aplicados ao setor
eltrico. Paralelamente, vamos construir um segmento
de cinco metros de cabo supercondutor, que ser aplicado
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a uma instalao de 69 kV da Cemig. Da a razo debatizarmos o trabalho de Supercabo, explica Carlos
Alexandre. Maureen Fitzgibbon Pereira, coordenadora
do projeto na CTEEP, ressalta as qualidades da equipe
da UFRRJ. Para ns, a parceria com a universidade ,
tambm, uma tima oportunidade de aprendizado.
O alto grau de comprometimento e a competncia
da instituio, no que diz respeito ao assunto, so
incontestveis, avalia.
DESCOBERTA CENTENRIA
A propriedade fsica da supercondutividade foi
descoberta em 1911, pelo pesquisador holands
Heike Kamerlingh Onnes. Em seus estudos, ele
observou que certos materiais conduzem correntes
eltricas sem resistncia ou perdas quando so
resfriados a temperaturas extremamente baixas. O
sistema a ser desenvolvido ser composto por um
material cermico resfriado por nitrognio lquido,
cuja temperatura operacional prxima de 2000C
negativos. Segundo Gliender Mendona, coordenador
do Departamento Regulatrio e Institucional egerente dos programas de P&D da Taesa, o projeto
possui grande importncia estratgica para o pas.
29
Marcelo Naves
acredita na fora
da parceria entre o
meio acadmico e as
empresas
Alm de contribuir para o crescimento sustentvelda nossa matriz energtica, ele permitir o domnio
nacional da tecnologia de cabos supercondutores,
argumenta.
Visualmente, no h diferenas externas detectveis
entre o cabo convencional e o Supercabo. Entretanto,
a sua capacidade de transmisso e distribuio de
energia resultar em uma queda drstica na quantidade
de redes eltricas. Um nico Supercabo pode
substituir at dez cabos convencionais, j que possui
nveis de potncia muito superiores. Sua aplicaoreduzir o adensamento de circuitos, to problemtico
nos grandes centros, observa o professor Marcelo
Neves, coordenador do projeto na UFRRJ.
Ele afirma, ainda, que a parceria firmada entre o meio
acadmico e as empresas ser fundamental para que a
tecnologia dos cabos supercondutores se consolide e
seja disseminada com confiana no setor eltrico. Por
se tratar de organizaes com reconhecida competncia
em P&D, teremos a garantia de um financiamento
robusto e ininterrupto, alm da participao de umcorpo tcnico qualificado, avalia. O custo total do
projeto est orado em R$ 13 milhes.
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MUDAR PRECISOEstudo prope nova metodologia de estrutura tarifriacondizente com o atual arranjo do setor eltrico brasileiro
Desenvolvido na dcada de 1980 pelo
Departamento Nacional de guas (Dnaee)
e pela Eletrobras, o modelo de estrutura
tarifria para a distribuio de energia eltrica
se manteve praticamente inalterado por 30
anos. A metodologia criada quela poca
foi um importante marco, sendo, inclusive,
conhecida como a Nova Tarifa de Energia
Eltrica. Contudo, de l para c, as adaptaes
promovidas no acompanharam o ritmo
de transformaes no setor eltrico, que
exigem a reviso da metodologia e uma nova
proposta para a estrutura tarifria. Isto , para
a diferenciao das tarifas de energia eltrica
por conjunto de usurios por hora e por nvel de
tenso.
A desverticalizao do segmento,
transformando-o em quatro negcios
diferenciados Distribuio, Transmisso,
Comercializao e Gerao ,a migrao do
regime de custo do servio para o de regulao
por incentivos, a demanda por modernizao e
simplificao dos instrumentos metodolgicos
e a necessria eficcia dos sinais econmicos
das tarifas de distribuio de energia eltrica
so alguns dos quesitos que motivaram uma
nova configurao estrutura tarifria. Os
sinais econmicos passaram a ficar distorcidos,
prejudicando tanto as distribuidoras quanto os
consumidores e a sociedade.
Da, a grande motivao de empreender o
projeto Metodologia para Estabelecimento de
Estrutura Tarifria para Servio de Distribuio
de Energia Eltrica. Esse estudo estratgico
teve uma receptividade muito grande dasdistribuidoras, uma vez que a estrutura tarifria
vigente est desatualizada, levando a diversos
malefcios para as distribuidoras e os usurios,
frisa Anglica Tozatto Baptista, da Gerncia de
Tarifas da Cemig.
30
As linhas de pesquisa
incluram avaliao
da estrutura tarifria
vigente, prospecode novas tecnologias
de medio e
controle de consumo
e resultaram em
publicaes sobre o
assunto
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DO INCIO AO FIM
O projeto trabalhou, paralelamente, com vrias
linhas de pesquisa, que foram: estudar o estado
da arte dos modelos e tcnicas mundialmente
aplicados; avaliar a estrutura tarifria vigente,
identificando os sinais econmicos distorcidos;
elaborar proposta tarifria que inclui novos
postos e modalidades tarifrias; prospectar
novas tecnologias de medio e controle do
consumo de energia.
O encerramento das atividades ocorreu
em novembro de 2011. Alm dos relatrios
entregues Agncia Nacional de Energia
Eltrica (Aneel), com os resultados e as
concluses, o trabalho gerou a publicao
de trs livros, e houve a participao ativa
dos pesquisadores no processo de Audincia
Pblica 120/2010-Aneel, que atualizou
a metodologia de estrutura tarifria das
distribuidoras. Ao lado da Cemig, tambm
participaram do projeto as empresas
Elektro como proponente da iniciativa;
Grupo AES; Grupo CPFL; Ampla; Light;
Bandeirante; Escelsa; CEEE; Coelba; Cosern;
Celpe; Cemar; Ceal; CEB; Cemat; Celpa;
Copel; Grupo Energisa; e Chesp. Ao todo,
foram 31 distribuidoras de energia eltrica,
entre privadas e estatais, que representam
16 grupos econmicos, que concentram
aproximadamente 85% do mercado brasileiro
de distribuio.
O Instituto Abradee da Energia foi contratado
pelas distribuidoras como executor do
projeto. A entidade liderou as atividades
com o auxlio do Comit Gestor, composto
pelos pesquisadores indicados pelos
parceiros envolvidos. Ao todo, o Comit
recebeu propostas de quatro instituies de
ensino e cinco consultorias, das quais foram
selecionadas a Fundao Centro Tecnolgicode Juiz de Fora (FCT), a Fundao de Pesquisa e
Assessoramento Indstria de Itajub (Fupai) e
as consultorias: Daimon, TR, Quantum, MC&E
e Siglasul.
A Cemig, assim como as demais organizaes,
teve participao fundamental para o sucesso do
estudo. Houve uma troca de experincia entre
o que vivenciado nas empresas e as propostas
do setor acadmico e dos consultores. O projeto
permitiu que fossem discutidas e pontuadas as
deficincias do modelo at ento existente deestrutura tarifria, as prticas internacionais e
as novas propostas de metodologia, enaltece
Anglica.
Para Anglica
Baptista, um dos
maiores benefcios
do estudo sua
boa receptividade,
j que a estrutura
tarifria vigente est
desatualizada
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PARTICIPAO DA SOCIEDADE
Em 2010, a Aneel abriu a Audincia Pblica 120/2010 para discutir nova proposta de
metodologia de estrutura tarifria. Com isso, antes das concluses dos trabalhos,
os pesquisadores e os agentes executores tomaram a deciso de direcionar seus
estudos para a anlise da proposta de estrutura tarifria feita pela Aneel. Esse fato
representou um grande desafio para o projeto, uma vez que, antes mesmo de
finalizar as concluses dos trabalhos, foram produzidas anlises e contribuies de
melhoria ao modelo proposto em audincia pblica.
Tambm representou uma grande oportunidade para que os assuntos discutidos no
ambiente do projeto de P&D pudessem alcanar o seu objetivo principal, que era o deinfluenciar na proposio de uma nova metodologia de estrutura tarifria.
De acordo com o coordenador do projeto
e diretor da Abradee, Marco Antnio de
Paiva Delgado, a misso foi cumprida:
oferecemos contribuies concretas para o
aprimoramento do tema, de suma importncia
para o pas, conciliando objetivos muitas vezes
considerados antagnicos, como modernizar
e simplificar mtodos e procedimentos. Atarifao sob contestao de mercado, em
nosso entendimento, mais coerente ao atual
regime de regulao por incentivos, permite
conciliar mtodos e resultados das revises
tarifrias para o estabelecimento da estrutura
tarifria e, ainda, oferece mais dinamismo e
eficcia ao mercado.
Ainda segundo Marco Delgado, pode-se afirmar
que, ao internalizar os sinais econmicos de
competio entre energticos e opes de
suprimento disponveis aos consumidores,
estamos, de maneira abrangente,
compreendendo o comportamento da carga
para propor modalidades tarifrias eficientes
para esses usurios. Para o gerente do projetoe especialista em Regulao da Elektro, Saulo
de Tarso Castilho Jr., ao encerrarmos o estudo,
temos a certeza de que nosso legado contribuir
de forma significativa na produo de solues
para um tema complexo e importante para
o aperfeioamento de um setor que , por
natureza, desenvolvimentista.
Entender o
comportamento
da carga
fundamental para
propor modalidades
tarifrias eficientes,
diz Marco AntnioDelgado
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Em resposta a essas mudanas nas
caractersticas de precipitao e evaporao,
o comportamento hidrolgico das grandes
bacias hidrogrficas do planeta ser alterado,
gerando severas implicaes aos micro e macroambientes que circundam o corpo hdrico. Por
isso, quantificar essas possveis alteraes no
ciclo hidrolgico fundamental para definio
de medidas de mitigao nos estudos de
planejamento dos usos da gua.
com esse objetivo que a AES Tiet
proponente do projeto com cooperao da
Cemig, por meio da rea de Planejamento
Energtico e das diretorias de Comercializao
e de Gerao e Transmisso intitulado Efeitos
de Mudanas Climticas no Regime Hidrolgico
de Bacias Hidrogrficas e na Energia
Assegurada de Aproveitamentos Hidreltricos.
O estudo, que busca quantificar as possveis
USINAS DO FUTURODevido s mudanas climticas, pesquisa busca mensurar os impactos e definirmedidas mitigatrias para o uso correto da gua das bacias hidrogrficas
A resposta hidrolgica das bacias hidrogrficas
est intimamente relacionada, entre outros
fatores, s caractersticas climticas da bacia de
drenagem. Sendo assim, qualquer influncia no
regime de chuva tem potencial para interferir nadisponibilidade hdrica, tanto superficial quanto
subterrnea, sobretudo quando essas mudanas
ocorrem drasticamente e em um curto perodo
de tempo.
Os relatrios do Intergovernmental Panel on
Climate Change (IPCC), que sintetizam os
principais estudos globais sobre o clima, indicam
que as modificaes na composio qumica da
atmosfera, resultante da queima de combustveis
fsseis, afetam o balano de radiao solar
alterando o equilbrio energtico do sistema
climtico. Essa interferncia no equilbrio
energtico modifica, por sua vez, os ndices de
precipitao e evaporao em nvel regional.
33
As chuvas so fatores
importantes para o
abastecimento das
usinas hidreltricas,
como a de Volta
Grande
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No fcil fazer previses seguras sobre o queacontecer com o clima e, principalmente,
com as vazes fluviais, devido ao aumento da
concentrao de gases que causam o efeito
estufa na atmosfera. Mas estima-se que as
mudanas climticas podero provocar, nas
prximas dcadas, grandes impactos em
algumas bacias hidrogrficas brasileiras. Dessa
forma, a reduo das chuvas poder diminuir
os estoques de gua e, consequentemente,
ocasionar a reduo da capacidade de gerao
de energia hidreltrica no pas.
IMPACTOS MENSURADOS
Para evitar resultados como esse, o projeto
prev o desenvolvimento de um software
especfico, responsvel por criar cenrios de
mudanas climticas de longo prazo. O intuito
avaliar como as alteraes no clima podem
afetar a gerao de energia hidreltrica e
quais os impactos nos montantes de energia
assegurada. Alm disso, ser possvel verificar
como essas mudanas climticas podem afetar
os custos operacionais individuais das centrais
hidreltricas.
De acordo com Mrcio Shiguenori Kuwabara,
analista de Planejamento da Tractebel, o maior
fator de aleatoriedade das vazes advm da
chuva. Mudanas no seu comportamento
podem ocorrer em funo do uso do solo,
da variabilidade e da mudana climticadecorrentes de efeitos naturais do meio
ambiente ou antrpicos. Com a pesquisa,
poderemos analisar o histrico de vazes das
usinas hidreltricas e avaliar a disponibilidade
e a confiabilidade das fontes renovveis de
energia eltrica, explica.
Isso porque, como afirma Henrique Nunes,
da Gerncia de Planejamento Energtico da
Cemig, daqui a 100 anos, a quantidade de gua
dos rios brasileiros ser alterada, tornando-seainda mais necessrio mensurar o impacto
decorrente e implantar um plano de ao. Para
analisar essas possibilidades, precisaremos
alteraes de energias asseguradas das usinashidreltricas do Sistema Interligado Nacional
(SIN), vem sendo executado por um consrcio
formado pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), pela Universidade
Federal de Itajub (Unifei), pela consultoria
Andrade & Canellas, pela Marangon Engenharia
e pela IX Consultoria.
Srgio Frontin,
coordenador do
projeto e pesquisador
da UnB.
Alexandra
Vidal destaca a
importncia do
acompanhamento
do clima para
fundamentar os
investimentos no
setor eltrico
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SITUAO EMERGENCIAL
realizar previses de chuva no Brasil, isto ,criar vrios modelos climatolgicos provveis,
transformando-os em previso de vazo das
hidreltricas. Posteriormente, vamos estudar
essas hipteses por meio dos modelos de
otimizao de despacho hidrotrmico, para
ver como as usinas hidrulicas se comportaro
nesses novos cenrios, diz.
PRXIMOS PASSOS
A pesquisa, iniciada em outubro de 2011 e com
durao prevista de 24 meses, atualmente,
encontra-se em fase preliminar de estudo,
sem resultados conclusivos. No entanto, j
possvel detectar uma mudana climatolgica,
como a redistribuio das chuvas nas regies
brasileiras. Em alguns lugares onde chove
muito vai comear a chover pouco e vice-versa.Mas ainda no sabemos quo menos ou mais
isso vai impactar na gerao de energia, conta
Henrique Nunes.
Ao final dos estudos, a expectativa de
identificar o novo perfil de gerao das
usinas no futuro. A partir de um conjunto de
cenrios de clima associados ao aquecimento
global, ser possvel determinar o impacto na
energia assegurada das centrais hidreltricas
brasileiras. o que ressalta Alexandra VidalJanurio Susters, da rea de Estudos e Gesto
de Energia da Andrade e Canellas Energia.
Isso se faz necessrio para determinar
investimentos posteriores no setor eltrico,
inclusive, no que se refere construo de
usinas na Bacia Amaznica.
A comunidade cientfica tem realizado estudos para avaliar os impactos das atividades
antropognicas nos ltimos 300 anos sobre o meio ambiente, em particular, como as
trocas de gua e energia entre a superfcie terrestre e a atmosfera (que so determinantes
das caractersticas climticas) foram afetadas pelas atividades humanas.
Uma pesquisa bastante abrangente, ocorrida em 2008, analisou o impacto das mudanas
climticas, especificamente sobre a produo de energia, no sistema interligado brasileiro.
Esse trabalho considerou tais mudanas de uma forma bastante simplificada, alterando as
mdias e os desvios padres utilizados para gerar os cenrios das vazes naturais utilizadas
no planejamento do setor eltrico. Nesse caso, tambm as alteraes impostas s srieshidrolgicas foram baseadas em apenas um nico modelo climtico, a partir das previses
do modelo global HadCM3. A principal concluso foi que a maioria das bacias brasileiras
com aproveitamentos hidroeltricos sofreria uma reduo das vazes.
No entanto, a identificao desses impactos ainda mais complicada, porque outros
fatores, como as mudanas do uso da terra e da gua, podem ocorrer de maneira
simultnea. Em algumas bacias brasileiras, por exemplo, houve a identificao de
interferncias nas vazes mdias em um perodo recente, que podem estar relacionadas
tanto s mudanas no regime pluviomtrico quanto s alteraes no tipo de vegetao
existente. Paralelamente, houve um aumento dos usos consuntivos da gua, o que
contribuiu para a reduo da vazo observada em postos fluviomtricos ou afluentes aos
reservatrios de usinas hidroeltricas.
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Um fenmeno que o avano tecnolgico
tem proporcionado a combinao de vrios
componentes em um mesmo aparelho. Televisorescom acesso internet so cada vez mais comuns.
Celulares com cmeras fotogrficas embutidas
no so novidade h tempos. Seguindo uma lgica
semelhante de convergncia tecnolgica, a Smart
Grid (Rede Inteligente) incorpora rede eltrica
sistemas de telecomunicaes e dispositivos
inteligentes, que permitem tanto ao consumidor
MAIS INTELIGNCIA NA REDENovas tecnologias agregam telecomunicao e inteligncia ao sistemaeltrico, aumentando a eficincia na distribuio e no consumo
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quanto concessionria melhorar o consumo e a
gesto da energia. Por ser um tema novo, ainda
necessrio adequar legislaes e avaliar questestcnicas. Assim, atendendo chamada pblica da
Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel) sobre
o Programa Brasileiro de Rede Eltrica Inteligente,
a Cemig, juntamente com mais 36 empresas
cooperadas, est realizando um amplo estudo
sobre a viabilidade e a aplicao da tecnologia ao
sistema eltrico nacional.
Vista de Belo
Horizonte (MG)
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Iniciado em janeiro de 2011, o projeto foi orado
em R$ 9 milhes e est sob a coordenao
do Instituto Abradee de Energia. Queremos
mostrar para a Aneel os requisitos para que
se instale uma rede como essa no Brasil.
Para tanto, tivemos que avaliar a situao
das redes de distribuio atuais, no que diz
respeito a medio, automao de subestao,
infraestrutura de tecnoIogia da informao e
telecomunicaes, diz Daniel Senna, gestordo projeto Cidades do Futuro na Cemig. Ele
explica que, por ser um assunto novo em
mbito mundial, o Brasil no apresenta atrasos
tecnolgicos em relao a outros pases.
realmente um caso de entender melhor como a
novidade se adequar s nossas necessidades.
Segundo Daniel Senna, o Brasil noapresenta atrasos em relao a
outros pases, pois o assunto novo
no mundo inteiro
CIDADES DO FUTURO
Comprovando mais uma vez o
seu pioneirismo, a Cemig j est
transformando as Redes Inteligentes em
realidade, por meio de um importante
programa interno chamado Cidades do
Futuro. O municpio escolhido como piloto
Sete Lagoas, localizado a 70 km de Belo
Horizonte. O objetivo fornecer subsdios
tcnicos concretos para a anlise dosdesafios que envolvem a implementao
das novas redes. Iniciado em novembro
de 2010, o programa entra agora em uma
das suas fases mais importantes, com
a instalao de medidores inteligentes
em 3.800 residncias selecionadas. As
substituies comeam a partir de julho.
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NOVOS MEDIDORES
Um aspecto importante das redes so as novas
funcionalidades que os medidores eltricos
residenciais podem ganhar. Ao contrrio
dos atuais, que realizam apenas a leitura
do consumo de energia da casa, os novos
aparelhos funcionam como pequenas centrais
de comunicao, oferecendo, em tempo real,
diversas informaes sobre o fornecimento
prestado quela residncia. Ele pode indicar
variaes nos nveis de tenso e informar aconcessionria sobre algum problema que
causou o corte na energia, por exemplo. O
novo sistema permite, ainda, que o morador
monitore o seu gasto, determinando, inclusive,
em quais horrios seu consumo maior.
CONFIRA ALGUNS DOS BENEFCIOS
DAS REDES INTELIGENTES APONTADOS
PELO PROJETO
:: Melhoria da qualidade: reduo da energia
no distribuda.
:: Reduo de perdas comerciais: identificao
mais precisa das fraudes e furtos.
:: Reduo de perdas tcnicas.
:: Reduo de custos operacionais.
:: Mais agilidade e contedo nas informaes
disponveis para os consumidores.
:: Melhoria das relaes entre a concessionria
e os consumidores.
Os trabalhos realizados sero concentradosem dois livros, que mostraro o sucesso das
redes inteligentes, garante Nelson Leite
GANHOS MTUOS
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Definir quais funcionalidades sero integradas aomedidor tambm um dos assuntos abordados
pelo estudo. Desenhamos alguns cenrios
possveis, considerando as diferentes regies
do pas, argumenta Daniel. Nas simulaes
de aplicabilidade da rede no Brasil, criadas
pelo estudo, foram construdos trs cenrios:
conservador, moderado e acelerado. O mais
otimista prev 75% das residncias integradas ao
novo sistema at 2030. Os principais resultados
obtidos a partir do extenso trabalho de pesquisa
que realizamos daro origem a dois livros, quesero publicados em breve. Um fator importante
evidenciado pelos estudos que o sucesso das
redes inteligentes est diretamente ligado ao
modelo regulatrio a ser adotado, revela Nelson
Fonseca Leite, presidente da Associao Brasileira
de Distribuidores de Energia Eltrica (Abradee).
ENVOLVENDO MAIS SETORES
Pela sua importncia e abrangncia, era
fundamental que o projeto conseguisse atrair
a ateno de outros setores governamentais.
Esse objetivo tambm foi alcanado. Ao longo
do ano passado, promovemos workshopscom
a participao de representantes de diversos
ministrios e outros rgos de governo, em Braslia
(DF). Era preciso que esses rgos ficassem cientes
do que essa tecnologia significa em termos de
custo, funcionalidade e benefcios possveis,
afirma Fernando Czar Maia, coordenador do
projeto pelo Instituto Abradee. Percebemos em
nossa pesquisa que, em todos os pases onde o
tema estudado, existe um envolvimento forte
do governo, geralmente, por meio da criao de
fundos para investimento em redes inteligentes e
na definio de leis para estabelecer as regras de
medio, revela Denys Cludio Cruz de Souza,
superintendente de Desenvolvimento e Engenharia
da Distribuio.
Com o seu desenvolvimento concludo emdezembro passado, a iniciativa entra agora,
a pedido da Aneel, em uma segunda etapa.
Os resultados foram to estimulantes que
a agncia nos solicitou anlises adicionais.
O objetivo criar uma metodologia de
planejamento e uma ferramenta de clculo
que ajude na formulao de polticas
pblicas, revela Fernando.
Em todos os pases onde o tema
estudado, existe um envolvimento forte
do governo, aponta Denys de Souza
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ENERGIA VINDA DO SOLProjeto proposto quer descobrir quais so os requisitos necessrios paraincluir a energia solar fotovoltaica no mapa da matriz energtica nacional
Para Bruno Marciano,
o Brasil tem grande
potencial para o
desenvolvimento de
energia fotovoltaica
maneira ideal para captao? Como integr-la
s redes convencionais de distribuio eltrica?
Como comercializ-la? Para responder essas
e outras questes, a Agncia Nacional deEnergia (Aneel) lanou a chamada 13/2011,
intitulada Arranjos Tcnicos e Comerciais
para a Insero da Gerao Fotovoltaica na
Matriz Energtica Brasileira. A Cemig marca
presena com um projeto que promete trazer
respostas e solues inovadoras.
A converso de energia solar em eletricidade
uma tecnologia relativamente antiga.
As placas semicondutoras, usadas para a
captao da radiao do sol, podem serencontradas em artefatos variados, que vo
desde calculadoras portteis at satlites
espaciais. Com a busca por fontes alternativas
de energia ganhando fora, surgiu o interesse
governamental de potencializar o uso dessa
fonte energtica limpa e abundante. Qual a
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No Brasil, em um primeiro momento, a
energia fotovoltaica foi utilizada em sistemas
isolados, tambm chamados off-grid, para levar
eletricidade a escolas, residncias e centros
comunitrios localizados em regies distantes
da rede de distribuio convencional. No
projeto que estamos conduzindo, queremos
estudar o aproveitamento da energia solarligada rede, de maneira complementar
soluo convencional, explica Bruno Marciano,
engenheiro de Tecnologia e Normalizao da
Cemig e gerente do projeto.
Diversos fatores caracterizam o momento
como ideal para pesquisar o tema. Entre eles,
Bruno destaca o interesse pblico crescente, o
declnio do custo da tecnologia e a atratividade
do mercado nacional. Com o agravamento
da crise europeia, fornecedores estrangeirosesto de olho no Brasil. Alm disso, temos nveis
excelentes de insolao. O pior local que temos
em termos de radiao solar muito superior
ao melhor local da Alemanha, considerada
referncia mundial em gerao fotovoltaica,
observa Bruno Marciano.
Ao todo, a Aneel recebeu 18 propostas de
projetos estratgicos para o tema. Somados,
os investimentos chegam a R$ 400 milhes.
Considerando que cada projeto aprovado ter
que construir uma usina com capacidade de
gerar entre 0,5 e 3 megawatts, os projetos
apresentados iro fornecer 25 megawatts de
energia. A proposta da Cemig apresentada
Aneel em dezembro passado foi considerada
um dos melhores trabalhos. Orado em cerca de
R$ 9 milhes, ela tem a sua concluso prevista
para 2014. Os executores do projeto so a
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
e a Efficientia, empresa subsidiria do Grupo
Cemig. O projeto conta com a participao do
grupo TBE e da Copel.
USINA EXPERIMENTAL
Energia solar no um tema novo para aCemig. A empresa j instalou milhares de
sistemas fotovoltaicos para eletrificao de
centros comunitrios, escolas e residncias
rurais, alm de possuir pesquisas nas
reas de produo de clulas solares e
sistemas de pequeno porte conectados
rede. Est sendo desenvolvido o projeto
Mineiro Solar, para instalao de,
aproximadamente, 1,5 megawatts sobre
a cobertura do estdio que ser um dos
palcos da Copa de 2014. Desde janeiro,est em construo a Usina Experimental
de Gerao Solar Fotovoltaica, localizada
em Sete Lagoas. Quando concluda,
ela ser a maior usina do tipo no Brasil,
com 3,3 megawatts de pico em painis
fotovoltaicos, com capacidade de
abastecer at 3.500 residncias. Junto
a essas iniciativas, o P&D estratgico
consolida a Cemig como liderana
nacional no desenvolvimento da energia
fotovoltaica.
PROPOSTA INOVADORA
O objetivo desse projeto descobrir
as distncias em termos do custo entre
gerao fotovoltaica no Brasil e as solues
mais atrativas no mercado, considerando
disponibilidade, aspectos tcnicos, tributrios,
regulatrios e comerciais, informa o professorSelnio Rocha, coordenador do projeto na
UFMG. Para encontrar tais respostas, os
pesquisadores iro instalar, no ano que vem,
uma planta de 500 kW, cujos processos de
concepo, licitao de equipamentos, projetos
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e servios permitiro conhecer os custos reais de
um empreendimento como esse.
O professor revela que esse foco da anlise
inovador. Possivelmente, a planta ser instalada
em um centro comercial. Todavia, no iremos
observar a energia gerada para o consumo local,
e sim, a energia evitada, ou seja, a eletricidade
oriunda da soluo convencional que esse
estabelecimento deixou de comprar em virtude
do abastecimento adicional provido pela usina
fotovoltaica, esclarece. No campo acadmico, o
projeto envolve seis professores da UFMG e um
da PUC Minas, que, a partir do tema, ir elaborar
a sua tese de doutorado. Selnio acredita que
um dos inmeros resultados do projeto ser a
criao de cursos de especializao em energia
solar, capacitando uma gerao de engenheiros
no tema.
O trabalho rduo encarado com otimismo e
entusiasmo pelos parceiros envolvidos. Marco
Aurlio Monteiro, coordenador do projeto
pela Efficientia, reconhece que h um preo
a ser pago pelo pioneirismo da empreitada.
Teremos que explorar um territrio que ainda
no foi totalmente explorado. Mas acreditamos
no potencial da energia fotovoltaica. Ns, da
Efficientia, queremos construir uma ponte entre
o conhecimento acadmico e o mercado. Nosso
objetivo transformar a tecnologia em um
negcio, conclui o coordenador.
O foco inovador
fica por conta da
observncia daenergia evitada,
aquela que o
estabelecimento deixa
de comprar, explica
Selnio Rocha
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G E S T O T E C N O L G I C A
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G E S T O T E C N O L G I C A
COMPARTILHANDO O CONHECIMENTOCemig dispe de diversas ferramentas de divulgao para quem desejaconhecer os resultados obtidos pelo P&D
Ambientes que permitam a divulgao e a troca de
conhecimento so fundamentais para a construoda pesquisa, argumenta Cludio Homero Ferreira,
engenheiro de Tecnologia e Normalizao da
Cemig. Com a experincia adquirida nos mais de
20 projetos de P&D em que esteve envolvido, ele
cita o Frum de Inovao Tecnolgica (FIT) como
uma das ferramentas de divulgao mais eficazes.
A presena de profissionais envolvidos nos temas
apresentados no frum permite a confluncia de
informaes e o debate de ideias que podem nos
ajudar na construo dos projetos e seus resultados.
Criar veculos de comunicao para informar
sobre o andamento dos projetos de Pesquisae Desenvolvimento (P&D) algo inerente
ao processo de produo de conhecimento
cientfico. Atualmente, a Cemig conta com
quatro grandes ferramentas de divulgao com
caractersticas, alcance e propsitos especficos.
Em todas, fica evidente o desejo no apenas de
divulgar objetivos alcanados, mas tambm o
de envolver toda a Empresa na corrente criativa
que permeia os mais de 130 projetos de P&D que
esto em andamento atualmente.
Promovido pela
Cemig, o FIT
um espao
para a troca de
experincias
sobre o setor
energtico
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G E S T O T E C N O L G I C A
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Com periodicidade anual, o FIT, que em 2012chega a sua terceira edio, procura abordar trs
temas considerados mais relevantes e atuais no
momento de sua realizao. Anteriormente, o
evento era chamado de Semana de Inovao
e possua um carter mais expositivo. Com o
novo formato, procuramos estimular o debate
dos projetos, com a presena de especialistas
explica Jaelton Avelar, gerente de Gesto
Tecnolgica da Cemig. Esses debates acontecem
em palestras e mesas redondas promovidas
durante os dias de durao do frum.
OUTROS MEIOS
A Revista P&D e a internet so outras frentes
de divulgao dos projetos utilizadas pela
Empresa. Buscando atingir um pblico amplo, a
publicao adota uma linguagem mais acessvel
ao tratar de projetos selecionados a partir de
um tema. Neste ano, o foco so as Chamadas
de Projetos de P&D Estratgicos realizadas pela
Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel),mas j tivemos uma edio, por exemplo, na qual
falamos dos Centros de Excelncia criados por
meio dos recursos do P&D da Cemig, recorda
Jaelton. Para Cludio Homero, a revista cumpre o
papel no apenas de divulgar temas e pesquisas,
mas tambm o de projetar as pessoas nelas
envolvidas. Uma vez mencionados os nomes
dos profissionais, pesquisadores externos que se
interessem sobre o assunto podero entrar em
contato e falar diretamente com os envolvidos,
acredita o engenheiro.
TEMAS DO FIT
2010: Redes Inteligentes, Materiais
Isolantes e Inspees No
Convencionais
2011: Energia da Biomassa, Meio
Ambiente e Eficincia Energtica
2012: Relacionamento Comerciale com o Cliente, Energia Elica e
Energia Solar
O linkdo programa de P&D presente no portal
de internet da Cemig (www.cemig.com.br)
tambm serve como um eficiente