Download - Revista Publicações
Associação Ministerial | Ministério de Publicações
Concílio do Espírito de Profecia
ASSOCIAÇÃO CENTRAL AMAZONASRua Prof. Marciano Armond, 446 - AdrianópolisManaus - Amazonas
AdministraçãoPr. Sérgio Alan A. CaxetaPr. Marcelo N. MirandaPr. Ilton César Hübner
ColaboradoresPr. Jean ZucowskiPr. Sérgio AlanPr. Marcelo MirandaPr. Anderson AndradePr João MarconPr. Vandézio BinowPr. Makson CasteloPr. Ronaldo VirgílioPr. Anderson CarneiroPr. Lucas GondimPr. Renato StencelPr. Dalney Reis
SupervisãoPr. Anderson AndradeLícia Matozo Andrade
Projeto GráficoJonatas Corrêa
RevisãoPr. João MarconPr. Anderson Andrade Profa. Neila ReisPr. Makson Castelo
Impressão e AcabamentoGráfica Olitech
Tiragem500 exemplares
©Copyright by ACeAmAssociação Central Amazonas
Programa
MANHÃ:RecepçãoCânticos Boas vindas e oração Inicial – Pr. Sergio AlanLouvor Especial – Quarteto PastoralEscola Sabatina Pr. João Marcon – Momento de OfertasVídeo TestemunhoDevocional – Pr. Almir MarroniLouvor Especial – Cantor Lucas GondimPlenária I: Pr. Jean ZucowskiLouvor Especial – Pr. Lucas GondimPlenária II: Pr. Almir MarroniMomento de Oração – Pr. Cícero RodriguesLet’s Talk (Perguntas e Respostas) – Pr. Almir e Pr. Jean Encerramento – Orientações – Almoço
TARDE:Cântico/Oração (auditório) - QuartetoPlenária III – Pastor Renato StencelLet’s Talk – Pr. Stencel e Pr. Jean (Perguntas e Respostas)Louvor Especial – Lucas GondimOrientações Ministeriais – Pr. João MarconOrientações de Publicações – Pr. Anderson AndradeMomento de Oração – Pr. Marcelo MirandaPlenária IV - Pr. Jean ZucowskiWorkshop – 1. Pr. Jean Zucowski - Crede em seus profetas2. Pr. Sergio Alan - Vida e ministério de Ellen G. White3. Pr. Marcelo Miranda - A inspiração dos profetas4. Pr. Anderson Andrade - A inspiração e autoridade dos escritos de Ellen G. White5. Pr. João Marcon - O espírito de profecia e a Bíblia6. Pr. Vandézio Binow - Interpretando corretamente os escritos de Ellen G. White7. Pr. Makson Castelo - As aparentes contradições da escritora Ellen White8. Pr. Ronaldo Virgílio - O que Ellen G. White ensina sobre reverência9. Pr. Anderson Carneiro - Tempo de angústia segundo Ellen G. White10. Pr. Lucas Gondim - Relacionamento conjugal de Ellen. G. White e sua influência em seus escritos.Louvor Especial – Pr. Lucas GondimEncenaçãoConsiderações finais e reflexão – Pr. Sergio AlanAgradecimentosEncerramento Geral
Extra - artigo Pr. StEncEl anExo 1- curioSidadES SobrE EllEn g. WhitE
anExo 2- conduzidoS PElo ESPírito
Pr. Sérgio AlanAssociação Central Amazonas
MENSAGEM DOPRESIDENTE
EDITORIAL
o dom ProFÉtico guiando a igrEJa Para a EtErnidadE
É maravilhoso encontrar nossos amados anciãos e diretores do departamento do Espírito de Profecia para este Congresso. É um privilégio fazer parte da igreja de Deus e participar da missão para os últimos dias, anunciar o evangelho eterno a todas as pessoas. Neste encontro iremos abordar o assunto do Espírito de Profecia, sua autenticidade, sua relevância para a igreja adventista nos seus primórdios, a importância do Espírito de Profecia no desenvolvimento da Igreja Adventista, sua importância para a atualidade e sua importância para os últimos dias.
A história da Igreja Adventista está ligada com as revelações de Deus dadas à igreja através de Ellen G. White. Aceitar esse dom é aceitar mensagens especiais do céu para o
seu povo e sua missão, rejeitá-lo equivale a rejeitar a vontade de Deus.
A Bíblia diz: “Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis.” II Crônicas 20:20. A prosperidade dos cristãos e de sua igreja, a prosperidade da missão depende de crermos no Senhor e nos seus profetas, por isso, ao avançar para o fim do mundo precisamos ser guiados pelo Senhor para não sermos enganados pelo inimigo, a fim de não perdermos o foco de nossa missão. Esperamos que este encontro fortaleça sua fé em Deus e no dom profético de Ellen G. White.
Que Deus te abençoe neste encontro e sempre.
Um grande abraço,Pr. Sergio Alan Alves Caxeta
Presidente ACeAm
Nossos primeiros pais no Éden recebiam instruções diretamente de Cristo e dos anjos. Mas, após Adão e Eva pecarem, eles não mais puderam falar livremente com os seres celestiais. A fim de a família humana não ser deixada sem guia, Deus escolheu outros meios de revelar Sua vontade a Seu povo; um deles era por intermédio dos profetas. Deus disse a Israel: “Então, disse: Ouvi, agora, as Minhas palavras; se entre vós há profeta, Eu, o Senhor, em visão a ele, Me faço conhecer ou falo com ele em sonhos”. Números 12:6.
Reconhecendo a importância da inspiração profética, a Associação Central Amazonas (ACeAM) elaborou esta Revista Mantendo Viva a Visão, cujo contúdo apresenta 11 seminários, que servirão de apoio no aprofundamento desta visão. A revista vem acompanhada de um DVD com apresentações de diversos seminários, livros, artigos, fotos, manuscritos, dentre outros. um material rico em informações e qualidade cedido
pelo Centro White de Pesquisas – UNASP – EC. A nossa proposta é que esse material seja utilizado no
fortalecimento da visão profética na IASD local, bem como se inicie um processo de fundação de Minicentro White em cada Sede de Distrito desta Associação e que, depois, avance para as demais igrejas.
Aproveitamos a oportunidade para agradecer aos colaboradores que dedicaram seu precioso tempo na elaboração desta revista. Que ela cumpra seu objetivo, ajudando cada leitor a olhar para o lado certo, a caminhar com segurança e a manter viva a visão bíblica que diz: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis” (2 Crônicas 20:20).
Pr. Anderson AndradeLíder de Publicações e Espírito de Profecia da ACeAm
quem foi
4 | Mantendo Viva a Visão
Ellen G. White foi uma pessoa de notáveis talentos
espirituais, que viveu a maior parte de sua vida durante o
século 19 (1827-1915). Contudo, através de seus escritos,
ela continua exercendo um extraordinário impacto sobre
milhões de indivíduos ao redor do mundo.
Durante toda a sua vida ela escreveu mais de
5.000 artigos e 49 livros; mas hoje, incluindo compilações
de seus manuscritos, mais de 150 livros estão disponíveis
em inglês, e cerca de 90 em português. Ellen G. White é a
escritora mais traduzida em toda a história da literatura.
Seus escritos abrangem uma ampla variedade de tópicos,
incluindo religião, educação, saúde, relações sociais,
evangelismo, profecias, trabalho de publicações, nutrição
e administração. Sua obra-prima sobre o viver cristão
feliz, Caminho a Cristo, já foi publicada em cerca de 150
idiomas.
Os Adventistas do Sétimo Dia crêem que Ellen
White foi muito mais que apenas uma escritora talentosa
– creem que ela foi apontada por Deus para ser uma
mensageira especial, a fim de atrair a atenção de todos
para as Sagradas Escrituras, e ajudá-los a se prepararem
para a segunda vinda de Cristo. Desde os 17 anos de
idade até a ocasião de seu falecimento aos 87 anos,
Deus lhe concedeu cerca de 2000 sonhos e visões. As
visões variavam em duração, podendo ser de menos de
um minuto até cerca de quatro horas. O conhecimento e
conselhos recebidos através dessas revelações foram por
ela escritos, a fim de serem compartilhados com outros.
Assim, seus escritos são aceitos pelos Adventistas do
Sétimo Dia como inspirados, e a qualidade excepcional
dessas obras é reconhecida mesmo por leitores
ocasionais.
Como nos é declarado no livro Nisto Cremos “Os
escritos de Ellen White não constituem um substituto
para a Bíblia. Não podem ser colocados no mesmo nível.
As Escrituras Sagradas ocupam posição única, pois são
o único padrão pelo qual os seus escritos – ou quaisquer
outros – devem ser julgados e ao qual devem estar
subordinados” (Nisto Cremos, Associação Ministerial,
Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Tatuí,
SP: Casa Publicadora Brasileira, 1989, p. 305).
Contudo, conforme escreveu Ellen White, “O fato
de que Deus revelou Sua vontade aos homens por meio
de Sua Palavra, não tornou desnecessária a contínua
presença e direção do Espírito Santo. Ao contrário, o
Espírito foi prometido por nosso Salvador para aclarar
a Palavra a Seus servos, para iluminar e aplicar os seus
ensinos” (O Grande Conflito, p. 9).
5Mantendo Viva a Visão |
quem foi
fonte:
Pr. Jean ZucowskiProfessor de Espírito de Profecia - UNASPApresentador e Autor do tema
6 | Mantendo Viva a Visão
CREDE EM SEUS PROFETAS
Por toda Bíblia é possível ver homens com
habilidades no realizar tarefas tanto simples, como
complexas. Algumas destas atividades requeriam
habilidades especiais, como mestres na arte de cuidar
do gado, tocar um instrumento, guerrear, trabalhar com
pedras, madeiras, etc.; enquanto que outras uma força
ou capacidade incomum para qualquer mortal, como
no caso dos profetas e Sansão. A estas habilidades a
Bíblia chama de dons, que podem ser classificados em
três tipos: herdados - aqueles que a pessoa nasce com
eles; adquiridos - aqueles que a pessoa desenvolve; e
espirituais - aqueles que não são controlados pelo homem
e sim outorgados de maneira especial pelo Espírito Santo.
Muitos dons podem ser parte destes três grupos.
Por exemplo, alguém pode nascer com o dom de tocar
um instrumento sem nem mesmo passar por uma escola,
enquanto que outro pode estudar e aprender tocar o
instrumento, e outro pode segundo a vontade do Espírito
tocar quando necessário sem nunca tê-lo feito antes.
Outros dons são exclusivamente espirituais como o caso
do dom de curar e profecia.
O dom de profecia, como é espiritual, é totalmente
controlado pelo Espírito (I Cor 12:11). Ninguém escolhe
ser profeta. Deus chama o profeta, lhe dá-lhe uma
revelação - que é o processo pelo qual Deus se comunica e
faz conhecida sua vontade ao profeta -- e depois, dirigido
pelo Espírito Santo, o profeta transmite a mensagem
revelada, de forma verbal, escrita ou dramatizada,
que é o processo de inspiração. Estes escritos são
posteriormente compreendidos pelos homens através de
iluminação -- processo pelo qual o Espírito Santo guia o
homem na compreensão da mensagem revelada, verbal,
escrita ou dramatizada.
Alguns profetas foram chamados por Deus para
produção do texto sagrado, enquanto que outros, mesmo
tendo exercido o ministério profético por toda sua vida,
como no caso de Elias, não foram chamados para escrever
um livro bíblico. Os profetas que possuem livros na bíblia
são chamados canônicos, enquanto que os outros são
chamados de não canônicos. Sendo assim, muito embora
o cânon sagrado esteja fechado, Deus ainda pode chamar
homens e mulheres para desenvolverem o ministério
profético pós período apostólico.
Compreender o processo de produção do texto
sagrado é fundamental para o cristão, pois afeta,
diretamente, como ele se relaciona com a Bíblia e outros
escritos inspirados como os de Ellen White que não são
canônicos.
Diferente da produção de qualquer outro texto,
os escritos divinamente inspirados possuem algumas
características básicas. Em primeiro lugar, ocorre neles
uma misteriosa união do elemento divino com o humano
assim como ocorreu na natureza de Cristo. Eles também
são infalíveis e confiáveis, normativos e dignos de
reverência.
Ellen White ensinou que inspiração é o trabalho
do Espírito Santo na mente do profeta, e a união do
divino e humano no processo da inspiração acontece no
nível da “mente e vontade.” Deus não ditou as palavras da
Bíblia aos profetas. Após receber de Deus uma revelação,
processo totalmente controlado por Ele, o profeta
transmite esta mensagem em suas próprias palavras
sob a direção do Espírito Santo, escolhendo como e o que
vai descrever daquilo que recebeu em visão. Algumas
vezes, como o caso de João em Apocalipse 10, o profeta
é orientado a não escrever tudo aquilo que viu. Sendo
assim, o processo de inspiração ocorre na mente do
profeta, por isto é chamado inspiração do pensamento.
A maneira como a mente humana e a divina
se combinam é um mistério, ela acontece no nível dos
pensamentos, e envolve uma combinação da vontade e da
mente. Entretanto, isto sugere que na escolha de palavras
ou expressões, o profeta exercita o intelecto humano e a
escolha, todavia em cooperação com a vontade e mente
divina. Sendo assim, ambas, a escolha e a cognição, estão
completamente operantes quando o profeta escreve.
Ellen White falando sobre este processo disse:
“Não são as palavras da Bíblia que foram inspiradas,
7Mantendo Viva a Visão |
Pr. Jean ZucowskiProfessor de Espírito de Profecia - UNASPApresentador e Autor do tema
mas os homens que o foram. A inspiração não ocorre nas
palavras ou expressões humanas, mas no próprio homem,
que sob a influência do ES, é imbuído com ideais. Mas
as palavras receberam a impressão da mente de cada
indivíduo. A mente divina é difusa. A mente e vontade
divina são combinadas com a mente e vontade humana;
deste modo declarações humanas são a palavra de Deus.”1
Inspiração é um processo vivo e dinâmico,
continuando enquanto o profeta permanece sob a
influência do ES. Nele o profeta está em completa
dependência do ES e ao mesmo tempo possui completa
responsabilidade na escolha das palavras. Ellen White
apresenta isto nas seguintes palavras: “Muito embora eu
seja totalmente dependente do Espírito de Deus quando
escrevo, da mesma maneira como quando eu recebo as
visões, as palavras que eu uso para descrever o que eu
tenho visto são minhas, a não ser que elas foram ditas a
mim pelo anjo, as quais eu sempre coloco entre aspas”2. O
resultado disto é o que vemos na bíblia: diferentes estilos
literários e de escrita, mas uma harmonia perfeita.
A visão correta de inspiração também explica o
fato de que toda a Bíblia é inspirada, mas ao escrever
sobre aquilo que lhe foi revelado o profeta pode usar
informações cotidianas que ele não viu na visão, usadas
apenas para deixar mais claro ao leitor o ponto defendido
pelo profeta. Paulo na carta aos Coríntios menciona
não saber ao certo quantas pessoas tinha batizado na
cidade (1 Cor 1:16). O tema defendido por Paulo em sua
argumentação é que ninguém é seguidor de Paulo, mas
de Cristo. A informação sobre quantos batizou ou não
é apenas uma explicação para elucidar o tema central
e Paulo usou sua memória para relatar quais foram as
pessoas que ele tinha batizado, sem contudo ser preciso
na informação. Isto explica o fato de que tudo na bíblia e
nos escritos de Ellen White são inspirados, mas nem tudo
é fruto de uma visão/revelação.
Por ser escrita por homens a linguagem bíblica
pode até ter imperfeições como, por exemplo, erros
gramaticais em seus originais. Contudo a mensagem dela
é infalível e verdadeira. Ellen White disse: “O tesouro foi
confiado a instrumentos humanos, ainda assim, ele é
de origem celeste. O testemunho é confiado através da
expressão imperfeita da linguagem humana, mas ainda
assim, é o testemunho de Deus; e o obediente e crente
filho de Deus contempla na Bíblia a glória do poder
divino, cheio de graça e verdade”3. “A Bíblia não nos
é dada em uma linguagem sobrenatural. Jesus, para
alcançar o homem como ele é, tomou sobre si a forma
humana. A Bíblia deveria ser dada na linguagem humana.
Tudo que é humano é imperfeito.”4. Todavia ela afirma que
“a Escritura Sagrada é para ser aceita como autoridade,
revelação infalível da Sua vontade. Ela é a base para
moldar o caráter, a revelação das doutrinas e o teste da
experiência cristã”5.
Todos os profetas chamados por Deus, canônicos
ou não, modernos ou não, são os instrumentos pelos
quais Deus quer transmitir sua vontade aos homens. Nos
dias atuais, sabendo das grandes dificuldades que os
homens iriam enfrentar, apesar de todo desenvolvimento
científico, Deus levantou um profeta, Ellen White, para
ajudar Seu povo a se preparar para a volta de Jesus.
Seus escritos são as mensagens específicas de Deus
para os dias em que vivemos. Enquanto que o instrumento
humano de inspiração é falível e imperfeito, o produto
da inspiração é infalível, mesmo que pareça imperfeito.
Mesmo que estes escritos divinamente inspirados
não estejam isentos de erros insignificantes devido a
limitações de linguagem ou compreensão, sua mensagem,
porém, é confiável e infalível. Sendo assim o caminho mais
seguro é seguir o conselho bíblico do Rei Jeosafá: “Crede
no SENHOR vosso Deus, e estareis seguros; crede nos
seus profetas, e prosperareis” (2 Crôn 20:20).
REFERÊNCIA
1 Ellen Gould Harmon White, “Manuscrito, 24,” (1886).2 Ellen Gould Harmon White, “Questions and Answers,” Adventist Review and Sabbath Herald (1867).3 Ellen Gould Harmon White, O Grande Conflito (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005), vi-vii.4 Ellen Gould Harmon White, Mensagens Escolhidas (Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1966), 1:20.5 White, O Grande Conflito, vii.
Pr. Sérgio AlanLíder da Associação Central AmazonasApresentador do Tema
8 | Mantendo Viva a Visão
VIDA E MINISTÉRIO DE ELLEN G. WHITE1
Parentes e familiares de Ellen G. White Quantos filhos Ellen White teve?
Nasceram quatro meninos na família White. Henry
Nichols (1847-1863) foi o seu primogênito. Ele morreu
de pneumonia aos 16 anos. James Edson (1849-1928)
se tornou um pastor adventista do sétimo dia e é mais
lembrado por sua obra pioneira como evangelizador e
educador entre os afro- americanos do sul dos Estados
Unidos. William Clarence (1854-1937) também se tornou
um pastor da Igreja Adventista. Após a morte de Tiago
White, em 1881, William tornou-se o principal assistente
editorial e gerente de publicações de sua mãe. John
Herbert (1860) morreu com a idade de três meses, de
erisipela.
Ellen White foi a única adventista do sétimo dia na sua família? E seus irmãos e irmãs?
Dos oito filhos do casal Harmon, dois se tornaram
adventistas do sétimo dia ativos: Ellen e sua irmã mais
velha Sarah, mãe do escritor de hinos F. E. Belden. Os
pais de Ellen White morreram guardando o sábado e
acreditando na mensagem do Advento, assim como o seu
irmão Robert, que morreu pouco mais de dez anos antes
de a igreja ser oficialmente organizada em 1863. Mary,
seis anos mais velha que Ellen, considerava a si mesma
como uma adventista do sétimo dia, embora não haja
registro de sua ligação formal com a igreja.
Ellen White mantinha íntima ligação com
suas outras três irmãs e seu irmão mais velho, John,
correspondendo-se com eles, visitando-os, e mandando-
lhes cópias de seus livros e assinaturas de periódicos
adventistas. Uma vez ela escreveu sobre suas irmãs:
“Embora realmente não concordássemos em todos os
pontos a respeito de obrigação religiosa, nossos corações
ainda eram um” (Review and Herald, 21 de abril de 1868).
A “grande Bíblia” A história de Ellen White segurando uma grande Bíblia é fato ou ficção?
No início de 1845, enquanto estava em uma visão na
casa de seus pais em Portland, Maine, Ellen Harmon (mais
tarde White), então com 17 anos, tomou a grande Bíblia
da família e a segurou com seu braço esquerdo estendido
por cerca de 20 a 30 minutos. A história foi documentada
por J. N. Loughborough, que entrevistou as pessoas que
testemunharam a visão, incluindo o pai, a mãe e a irmã
de Ellen. A Bíblia (em exposição no White Estate) pesa 8
quilos e foi impressa por Joseph Teal em 1822. William C.
White, o filho de Ellen White, também relatou ter ouvido o
incidente de seus pais. Há outros relatos de Ellen White
segurando grandes Bíblias enquanto em visão, incluindo
o de uma testemunha ocular, impresso em Spiritual Gifts
, vol. 2, p. 77-79.
9Mantendo Viva a Visão |
Pr. Sérgio AlanLíder da Associação Central AmazonasApresentador do Tema
Tais experiências não deveriam ser consideradas
prova de inspiração divina, já que os profetas devem
satisfazer aos testes apresentados nas Escrituras; mas
esta experiência, assim como outros fenômenos físicos
notáveis, eram vistos por muitos dos primeiros adventistas
como evidência de que as visões de Ellen Harmon eram de
origem sobrenatural.
Leitores superficiais de uma discussão de 1919 a
respeito da “grande Bíblia” concluíram erradamente que o
presidente da Associação Geral, A. G. Daniells, questionou
a historicidade do incidente. Eles não compreenderam
o ponto de vista de Daniells, que ele esclareceu quando
lhe perguntaram se estava duvidando do milagre ou
declarando que ele não usaria tais manifestações
como uma “prova” de inspiração. Ele respondeu: “Não,
eu não descreio nem duvido deles; mas eles não são o
tipo de evidência que eu usaria com estudantes ou com
descrentes. ... Não os questiono, mas não acho que eles
são o melhor tipo de prova para se apresentar” – (Minutes
of the Bible and History Teachers’ Council , 30 de julho de
1919, p. 2341-2344, 2360-2362).
Os assuntos financeiros de Ellen G. White Ellen White era milionária?
Mais de uma vez em seu ministério, Ellen White foi
confrontada por acusações de que ela estava acumulando
uma grande riqueza por causa dos direitos autorais
de seus livros. Eis sua resposta direta a um difamador,
escrita em 1897 enquanto ela morava na Austrália:
“Você fez denúncias de que eu era rica. Como sabia
que eu era? Por cerca de dez anos tenho trabalhado
com base em propriedades que não me pertenciam.
Se vendesse tudo o que tenho em minha posse, não
teria dinheiro suficiente para saldar todas as minhas
despesas.
“Onde tenho investido o dinheiro? Você bem sabe
onde. Eu tenho sido o banco de onde são extraídos os
recursos para levar avante o trabalho neste país...
“Eu tenho tomado dinheiro emprestado para
fazer a obra que precisa ser feita. Nem um xelim das
doações que me são enviadas, desde a menor quantia até
as maiores, foi usado em meu próprio favor. Nossa boa
irmã Wessels presenteou-me um vestido de seda, e fez-
me prometer que não o venderia. Mas eu acho que se ela
tivesse colocado em minhas mãos o valor correspondente
ao vestido, ele teria sido usado na causa de Deus.
“Vejo dívidas em nossas casas de culto e isso
me faz doer o coração. Não posso deixar de me afligir
com o assunto. Tenho investido dinheiro nas igrejas de
Parramatta, Prospect, Napier, Ormondville, Gisborne,
e na educação de estudantes. Tenho enviado pessoas
para a América a fim de serem preparadas para voltar e
trabalhar neste país. Se esta é a maneira de alguém se
tornar rico, eu acho que outros deviam experimentá-la.
“Todos os direitos autorais sobre meus livros
estrangeiros vendidos na América são sagradamente
dedicados a Deus para a educação de estudantes, a fim de
que possam ser preparados para o ministério. Milhares
de dólares têm sido gastos assim. É esta a maneira de
se acumular dinheiro? A velha história que Canright e
outros fizeram circular, de que eu valia 30 mil dólares, é
tudo ficção. E fiquei sabendo que esse valor já aumentou
para 30 mil libras, desde que eu vim para a Austrália.
“Não sei onde está esse dinheiro. Estou usando
todos os meus recursos, tão rápido quanto eles me
chegam às mãos, para fazer avançar a obra neste país.
Se eu tivesse 30 mil libras, não teria mandado buscar na
África o empréstimo de mil libras pelo qual estou pagando
juros. Se pudesse, teria feito outro empréstimo de mil
libras, para que pudéssemos construir o edifício escolar
principal.
“Eu não tenho 30 mil libras. Eu só queria ter um
milhão de dólares. Eu faria o que fiz em Sidney. Colocaria
homens no campo de trabalho, custeando suas despesas
com meus próprios recursos. Precisamos de cem homens
onde agora só temos um no campo.” (Carta 98 a, 1897).
Seis anos mais tarde, em uma carta pessoal
datada de 19 de outubro de 1903, Ellen White escreveu:
“Fiz tudo o que pude para ajudar a causa de Deus com
meus recursos. Estou pagando juros sobre 20 mil dólares,
utilizados inteiramente na causa de Deus. E continuarei
a fazer tudo que estiver em meu poder para auxiliar no
avanço da Sua obra.” (Carta 218, 1903).
REFERÊNCIA
1 Extraído do site do Centro White: http://centrowhite.org.br/perguntas/vida-e-ministerio-de-ellen-g-white/ no tópico: Vida e
Ministério de Ellen G. White.
Pr. Marcelo MirandaSecretaria | Ministério da FamíliaApresentador do tema
10 | Mantendo Viva a Visão
A INSPIRAÇÃO DOS PROFETAS
i. introdução
Uma das mais importantes verdades que
encontramos nas Escrituras diz respeito ao infinito amor
de Deus, expresso em todos os feitos de Sua criação. De
acordo com o Espírito de Profecia “desde o minúsculo
átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas
e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo,
declaram que Deus é amor”1. Sua criação e a maneira pela
qual Deus Se relaciona com Suas criaturas revelam de
forma legítima a essência do Seu caráter. De fato, Deus
é o ser mais relacional que existe no Universo. Ele anseia
por Se comunicar com os seres humanos e assim tem sido
desde a criação de nossos primeiros pais.
Mesmo em face do abismo causado pelo pecado,
Deus não rompeu o diálogo com Suas criaturas. Ao
contrário, Ele tomou providências para restabelecer
a ponte de ligação entre o Céu e a Terra, o Criador e a
criatura (Gn 3:9). Desta forma, por intermédio dos
profetas, Ele “confiou ao homem finito o preparo de Sua
Palavra divinamente inspirada. Esta Palavra, arranjada
em livros – Antigo e Novo Testamentos – é o guia para os
habitantes de um mundo caído, a eles legado para que,
mediante o estudo das direções e a obediência a elas,
ninguém perca o caminho do Céu”2.
Por ser uma inegável fonte de revelação divina,
a Bíblia tem sofrido inúmeros ataques ao longo de sua
existência. Com o propósito de minar a inspiração da
Palavra de Deus, muitos têm colocado em prova sua
veracidade. “Nenhum componente da fé cristã tem sido
debatido de uma forma tão controvertida nos últimos dois
séculos como a natureza e a autoridade das Escrituras.
Ao perderem a confiança na Bíblia, muitos cristãos
modernos e pós-modernos já não mais a consideram a
‘única regra de fé e prática’”.3
No entanto, a despeito dos muitos ataques,
críticas e ceticismo, a Palavra de Deus tem resistido a
todas as provas. Mediante o poder divino, seu conteúdo
tem sido guardado e preservado ao longo dos séculos.
E, como uma poderosa luz, a Bíblia tem transformado e
enobrecido vidas, conduzindoas aos pés de Jesus Cristo.
ii. a comunicação divino-humana
Para todo aquele que almeja compreender o modo
pelo qual Deus Se comunica conosco, é de vital importância
examinar os conceitos de revelação, inspiração e
iluminação profética. A maneira de entendermos este
processo irá influenciar nossa concepção quanto à
pessoa de Deus, a maneira de nos relacionarmos com Ele
e a forma de manifestarmos e praticarmos nossa fé.
1. Revelação – Envolve a ação divina que comunica
a verdade (o conhecimento da parte de Deus).
“Compreendemos por revelação o ato divino pelo
qual Deus Se descobre a Si mesmo, Se desvenda e Se
comunica com o profeta, dando-lhe o conhecimento de
Deus e da Sua vontade que ele, o profeta, não poderia
ter conseguido por si mesmo e nem de qualquer outra
maneira”4. Esse conhecimento expressa a vontade
de Deus sobre certos aspectos que Ele almeja tornar
conhecidos aos Seus filhos.
2. Inspiração – Refere-se ao processo pelo qual
Deus capacita alguém a ser Seu porta-voz (mensageiro).
Ao receber a revelação divina, o profeta é dotado por Deus
para comunicar a mensagem de forma fiel e verdadeira. O
apóstolo Pedro atesta: “Porque nunca, jamais qualquer
profecia foi dada por vontade humana; entretanto,
homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo
Espírito Santo” (2Pe 1:21).
3. Iluminação – É o poder do Espírito Santo que tem
por objetivo auxiliar os seres humanos a compreender o
conteúdo da revelação divina. O mesmo Espírito que fala
por meio dos profetas fala àqueles que ouvem ou leem
a mensagem do profeta. Desta forma, o divino Espírito
habilita o cristão a entender e aplicar a mensagem à
sua experiência. Enquanto os processos de revelação e
inspiração envolvem a atuação dos autores, a iluminação
envolve o leitor.
Ao observarmos o processo de comunicação
11Mantendo Viva a Visão |
Pr. Marcelo MirandaSecretaria | Ministério da FamíliaApresentador do tema
divina, podemos compreender que nosso Deus
estabeleceu um modelo de comunicação claro, objetivo e
organizado. No entanto, muitos estudiosos divergem na
tentativa de compreender esse processo. A lição desta
semana enfatiza de maneira mais acentuada o conceito
de inspiração, o qual tem sido objeto de muitas dúvidas e
questionamentos.
Atualmente, com base em princípios finitos e
falíveis, muitas pessoas ousam determinar no conteúdo
das Escrituras e do Espírito de Profecia o que é e o
que não é inspirado. Tais indivíduos costumam afirmar
que alguns profetas foram parcialmente inspirados ao
escrever certos conteúdos.
Essa abordagem tem conduzido pessoas à
descrença e, como conseqüência, a compreensão da
verdade tem sido colocada em cheque. Desta forma, os
escritos revelados por Deus passam a ser interpretados
de acordo com a imaginação e preferência pessoal e, como
resultado, a verdade é distorcida.
Antevendo a manifestação desse fenômeno, o
Espírito Santo revelou uma mensagem específica ao se
referir à maneira pela qual os escritos da Bíblia e do
Espírito de Profecia seriam tratados5:
“Esta é a maneira por que meus escritos são
tratados pelos que desejam compreendê-los mal e
pervertê-los. Transformam a verdade de Deus em
mentira. Exatamente de maneira idêntica por que eles
tratam os escritos em meus artigos publicados e nos
meus livros, tratam os céticos e os infiéis a Bíblia. Leem-
na segundo seus desejos de perverter, aplicar mal,
torcer voluntariamente as declarações de seu verdadeiro
sentido. Declaram eles que a Bíblia pode provar qualquer
coisa e tudo, e cada seita prova que suas doutrinas estão
certas, e que as doutrinas mais diversas são provadas
pela Bíblia” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1,
p. 19).
Ao tratar do assunto da inspiração da Palavra
de Deus, Ellen G. White apresenta alguns princípios
e conceitos que nos auxiliam a compreender melhor o
processo divino-humano de comunicação. Tais princípios
podem ser encontrados no livro Mensagens Escolhidas,
v. 1, p. 15 a 23.
1. “Deus confiou ao homem finito o preparo de Sua
Palavra divinamente inspirada” (p. 16).
2. “Tomo a Bíblia exatamente como ela é, como
a Palavra inspirada. Creio nas declarações da Bíblia
inteira” (p. 17).
3. “E Ele [Deus] … não habilitou homem finito algum
a desvelar ocultos mistérios nem inspirou um homem ou
uma classe de homens a pronunciar juízo quanto ao que é
ou não é inspirado” (p. 17).
4. “Os escritores da Bíblia tiveram de exprimir
suas ideias em linguagem humana. Ela foi escrita por
seres humanos. Esses homens foram inspirados pelo
Espírito Santo” (p. 19).
5. “As Escrituras foram dadas aos homens, não em
uma cadeia contínua de ininterruptas declarações, mas
parte por parte, através de sucessivas gerações, à medida
que Deus, em Sua providência, via apropriada ocasião
para impressionar o homem nos vários tempos e diversos
lugares” (p. 19).
6. “A Bíblia foi escrita por homens inspirados,
mas não é a maneira de Deus pensar e Se exprimir.
Esta é da humanidade. Deus, como escritor, não Se acha
representado” (p. 21).
7. “Os escritores da Bíblia foram os instrumentos
de Deus, não Seu modo de escrever” (p. 21).
8. “Não são as palavras da Bíblia que são
inspiradas, mas os homens é que foram. A inspiração não
atua nas palavras do homem nem em suas expressões,
mas no próprio homem que, sob a influência do Espírito
Santo, é dotado de pensamentos” (p. 21).
9. “A mente divina, bem como Sua vontade, é
combinada com a mente e a vontade humanas; assim as
declarações do homem são a Palavra de Deus” (p. 21). A
linguagem que Deus empregou para Se comunicar com
o ser humano é uma prova inequívoca de Seu infinito
amor para conosco. Ele desceu ao nosso nível a fim de
revelar Sua vontade e apresentar o plano de resgate da
raça humana por intermédio de Seu Filho Jesus Cristo.
De acordo com a revelação do Espírito de Profecia6, “O
Senhor fala aos seres humanos em linguagem imperfeita,
a fim de os sentidos degenerados, a percepção pesada,
terrena, dos seres da Terra poderem compreender-Lhe
as palavras. Nisto se revela a condescendência de Deus.
Ele vai ao encontro dos caídos seres humanos onde eles
se acham. Perfeita como é, em toda a sua simplicidade, a
Bíblia não corresponde às grandes ideias de Deus; pois
ideias infinitas não se podem corporificar perfeitamente
em finitos veículos de pensamento.
iii. tEoriaS dE inSPiração ProFÉtica
12 | Mantendo Viva a Visão
O Dr. Manuel Angel Rodriguez destaca três teorias
de inspiração que têm sido defendidas pelos estudiosos
das Escrituras Sagradas na atualidade: (a) inspiração
verbal; (b) inspiração do pensamento e (c) inspiração
mecânica/ditado7:
1. Inspiração verbal – A ênfase está nas palavras e
não no autor. Compreende que o processo de comunicação
do conteúdo da mensagem é de responsabilidade exclusiva
de Deus, ou seja, não há participação humana. Todas as
palavras e detalhes são pré-selecionados por Deus e
a única função do profeta é usar a sua pena (caneta) e
escrever. A partir desta ideia é que surgiu a expressão
“a pena inspirada”. É notório lembrar que o profeta é o
porta-voz de Deus, não a Sua forma de expressar.
2. Inspiração do pensamento – Ao contrário da
inspiração verbal, a ênfase aqui está no autor e não
nas palavras. A inspiração atinge a mente do autor,
e o Espírito Santo assegura que a mensagem seja
corretamente comunicada. Esse modelo entende que não
é a pena (caneta) do profeta que é inspirada, mas sim, seu
pensamento.
3. Inspiração mecânica/ditado – O Espírito Santo
dita cada palavra para o profeta sem considerar sua
formação sócio-cultural e educacional.
Com base na Bíblia e nos escritos do Espírito
de Profecia, a Igreja Adventista do Sétimo Dia adota a
inspiração do pensamento como a teoria padrão para
explicar o processo de comunicação entre Deus e o
homem. Este modelo compreende a união harmônica
do divino com o humano, ou seja, a mente e a vontade
divina são combinadas com a mente e a vontade humana.
Tal fenômeno representa uma ação sobrenatural.
“Ao formular ou escolher palavras e expressões para
representar os pensamentos recebidos de Deus, o
profeta exercita o intelecto e a escolha humana em
cooperação com a mente e a vontade divina”8.
Ellen White compreendia claramente esse processo
como algo real e dinâmico que continuava enquanto o
profeta permanecia sob a influência do poder divino.
Primeiramente, ela reivindicava completa dependência do
Espírito Santo para escrever – necessidade da união com
a mente e vontade divina. Em segundo lugar, ela afirmava
possuir completa responsabilidade e liberdade para
escolher as palavras:
“Se bem que eu dependa do Espírito do Senhor
tanto para escrever minhas visões como para recebê-las,
todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi
são minhas, a menos que sejam as que me foram ditas por
um anjo, as quais eu sempre ponho entre aspas.”9
“Significações diversas são expressas pela mesma
palavra; não há uma palavra para cada ideia distinta.”10
Em suma, Ellen G. White compreendia a combinação
divino-humana como um processo progressivo na
experiência do profeta. A inspiração guiava o profeta
como comunicador, não somente na formulação inicial
para transformar pensamentos em palavras, mas também
no aprimoramento subsequente de outras expressões de
cunho individual ou com o auxílio de outras pessoas.
modEloS dE inSPiração ProFÉtica
É notório lembrar que nem todos os livros da
Palavra de Deus foram escritos pelos profetas por
intermédio de sonhos e visões. Alguns livros da Bíblia
foram escritos sob diferentes processos de inspiração,
como por exemplo, o evangelho de Lucas.
Nas páginas da Bíblia podemos identificar pelo
menos seis modelos, ou padrões, de inspiração. Esses
modelos lançam luz para uma compreensão melhor do
modo pelo qual Deus Se comunica com a humanidade e
nos ajudam também a entender de maneira mais clara e
evidente a dinâmica da inspiração nos escritos proféticos
de Ellen G. White. Tais modelos foram desenvolvidos pelo
Dr. Juan Carlos Vieira em 1996:11
1. O modelo “visionário” de inspiração – Esse
modelo sugere visões de caráter sobrenatural em que
o profeta exibe sinais de estar sob o controle de um
poder sobre-humano. O modelo visionário também inclui
experiências à parte de sonhos e visões, assim como
teofanias, na qual a presença real de um ser divino é
vista e ouvida. Moisés, no deserto de Mídia, e Josué,
nos planaltos de Jericó, receberam suas mensagens
pessoalmente de seres divinos. Visões são tão reais aos
profetas que às vezes é difícil para eles distinguir entre a
visão e a realidade. Eles podem dizer para as pessoas “Eu
vi o Senhor” e “Eu ouvi a voz do Senhor” (Is 6:1, 8).
2. O modelo “testemunho” de inspiração – Nesse
modelo, Deus inspira o profeta a dar seu próprio
testemunho das coisas vistas e ouvidas. Ser uma
testemunha significa relacionar a história como vista ou
percebida por um indivíduo. Os evangelhos de Mateus e
João são exemplos deste modelo. Esses apóstolos não
necessitaram de uma revelação sobrenatural para contar
13Mantendo Viva a Visão |
a história de Jesus; eles fizeram parte da história. Os
Evangelhos não são em nada menos inspirados do que
os escritos visionários só por não terem sido resultado
de uma visão. Alguns adventistas têm dificuldade de
entender como funciona a inspiração quando Ellen White
dá seu próprio testemunho em obras autobiográficas, ou
quando ela conta a história do movimento adventista.
Estas declarações não são menos inspiradas do
que aquelas que ela inicia com a expressão “Eu vi”? Não!
A IASD não crê em “níveis” ou “graus” de inspiração; em
vez disso, cremos que Deus usa diferentes maneiras para
inspirar alguém a escrever uma mensagem.
3. Modelo “histórico” de inspiração – Enquanto os
Evangelhos de Mateus e João são resultado do modelo
“testemunho”, Marcos e Lucas são produtos do modelo
“histórico” de inspiração. Lucas nos conta claramente que
sua história sobre Jesus não surgiu por meio de sonhos
ou visões, mas por pesquisa (Lc 1:1-3). No modelo histórico,
Deus inspira o profeta a procurar informações em fontes
como registros históricos, relatos de testemunhas
oculares, e tradições orais e escritas. Devemos estar
seguros de que Deus guia Seus servos para buscar
pessoas confiáveis, a fim de fazer as perguntas certas, e
citar a fonte correta.
4. Além de Marcos e Lucas, livros como Atos, Êxodo,
Josué, Esdras e Ester ilustram como alguns relatos
históricos, incluindo diários de viagem, se tornam parte
de escritos inspirados. Nem Moisés nem Lucas precisaram
de uma revelação especial para registrar a história
do Êxodo ou da igreja apostólica. O modelo histórico de
inspiração também nos permite entender melhor por
que Ellen White incluiu registros históricos – muitas
vezes de fontes seculares – nos seus escritos. O modelo
histórico de inspiração nos ajuda a entender o uso de
fontes religiosas em vez de visões e sonhos proféticos.
Assim como Lucas procurou pessoas religiosas em busca
de informação sobre a história de Jesus, Ellen White foi
a livros religiosos e outras fontes literárias em busca de
subsídios para compor seus escritos.
5. O modelo “conselheiro” de inspiração – Neste
modelo, o profeta age como conselheiro para com o
povo de Deus. Por exemplo, Paulo lidou com assuntos
de família na primeira carta aos Coríntios. Em algumas
circunstâncias, ele tinha o “comando” do Senhor (1 Co
7:10). Em outras, ele não tinha revelação especial (v. 25),
mas isso não o impedia de dar conselhos inspirados –
conselhos vindos de uma mente cheia do Espírito de Deus
(v. 40). Uma grande parte dos escritos de Ellen G. White se
enquadra neste modelo de inspiração.
6. O modelo “epistolar” de inspiração – Cartas
de Tiago, João, Paulo e Pedro trouxeram inspiração,
devoção, instrução e correção aos cristãos do primeiro
século como também aos de todas as eras. Porém, na
estruturação da dinâmica da inspiração, as epístolas
nos confrontam com novos dilemas: primeiro, como lidar
com cartas pessoais agora sendo feitas públicas por
sua inserção no cânon bíblico? Segundo, como entender
a inspiração quando o profeta escreve cumprimentos,
nomes, circunstâncias, ou até mesmo coisas comuns que
não requerem revelação especial? Certamente, Paulo
nunca imaginou que suas cartas a Timóteo, Tito e Filemom
se tornassem de domínio público. Mas o Senhor planejou
que aquelas cartas fizessem parte do cânon para trazer
inspiração, instrução e conforto para muitos ministros e
cristãos jovens enfrentando circunstâncias parecidas.
7. Da mesma forma, Ellen White nunca imaginou
que suas cartas pessoais, especialmente endereçadas
ao marido e filhos, se tornassem de domínio público.
Ao decidir disponibilizá-las, o comitê de depositários
do Patrimônio Literário Ellen White considerou dois
princípios: primeiro, a própria Ellen G. White afirmou
que aqueles testemunhos que tinham sido dirigidos a
uma única pessoa para instruir, corrigir ou encorajar em
uma situação específica seriam úteis também a outras.
Segundo, se o Senhor permitiu que as cartas pessoais de
Paulo estivessem na Bíblia para servir a uma audiência
maior, por que Ele não poderia fazer a mesma coisa com
um profeta posterior?
8. O modelo “literário” de inspiração – Nesse
modelo, o Espírito Santo inspira o profeta a expressar
seus sentimentos e emoções íntimos por meio da poesia
e versos musicais, como nos salmos. Ellen White não era
poetisa, não obstante, ela expressou seus sentimentos
e emoções íntimos em milhares de páginas de diários
manuscritos. Naquelas páginas o cristão encontra
inspiração, instrução, correção e conforto como em
qualquer outra porção dos escritos inspirados.
iv. FEnômEnoS FíSicoS durantE aS viSõES
Cada profeta que é chamado e escolhido por Deus
para esse ofício é único, singular. “Ao fazer um profeta,
Deus toma a pessoa inteira – corpo, mente, espírito,
14 | Mantendo Viva a Visão
inteligência, personalidade, fraquezas, forças, educação,
características individuais – e depois procura por meio
dessa pessoa proclamar Sua mensagem e realizar uma
missão especial”12. No entanto, a autoridade da revelação
encontra-se na mensagem e não no mensageiro. Todavia,
isso não elimina a possibilidade de conhecermos a
vida e obra do profeta. Porém, há alguns traços de
comportamento que podem ser considerados evidências
comprobatórias do ofício profético. Tais aspectos são
observados, sobretudo durante o momento em que
o profeta vivencia o processo da visão. O Dr. Herbert
Douglass relaciona dez características.13Os profetas:
1. Têm consciência de que uma Pessoa sobrenatural
Se comunica a eles; eles sentem um senso de indignidade;
2. Frequentemente perdem as forças;
3. Às vezes, caem por terra em profundo sono;
4. Ouvem e veem acontecimentos em lugares
remotos, como se estivessem realmente presentes;
5. Às vezes, não conseguem falar, mas, quando
seus lábios são tocados, eles conseguem fazê-lo;
6. Muitas vezes, não respiram;
7. Não têm consciência do que acontece ao seu
redor, ainda que tenham os olhos abertos;
8. Às vezes, recebem força suplementar durante a
visão;
9. Recebem força e alento renovados quando a
visão termina;
10. Ocasionalmente, sofrem algum tipo de lesão
física temporária como sequela da visão. É necessário
compreender que nem todas as características
apresentadas acima são observadas a cada visão. Desta
maneira, não devemos usar tais fenômenos como a única
prova para validar o ofício profético. Sendo assim, a
credencial de um profeta deve ser comprovada por vários
fatores: (a) seus escritos; (b) o fruto de seu trabalho; (c)
a consonância entre a escrita e a prática de vida perante
a sociedade, etc.
V. Conclusão
Ao encerrarmos este comentário, precisamos
reconhecer que nosso Deus é a fonte de toda revelação
pura e perfeita; NEle “não pode existir variação ou sombra
de mudança” (Tg 1:17). No entanto, ao analisarmos o veículo
humano (profeta) é necessário considerar a possibilidade
de erros e imperfeições, os quais são produtos da ação do
pecado durante os quase seis mil anos da história humana.
Entretanto, o Senhor nos surpreende com Seus caminhos
maravilhosos e, aos olhos humanos, aparentemente
estranhos. Ao Se comunicar conosco, Ele escolhe seres
humanos falhos, mas dedicados que usam a linguagem
humana imperfeita como instrumento de comunicação de
Suas verdades. Devemos ser gratos ainda, pois nosso Pai
celestial não escolheu uma linguagem “sobre-humana”,
mas optou por usar nosso próprio jeito imperfeito e
comum de ver e entender as coisas. Louvemos a Deus por
Seu infinito amor manifestado por meio do Seu sistema
de comunicação, que nos traz graça, paz e esperança de
salvação e vida eterna!
Pr. Renato Stencel Diretor do Centro White – Brasil UNASP – EC
fonte: http://centrowhite.org.br
REFERÊNCIAS
1 White, E.G., O Grande Conflito. Tatuí, SP: Casa Publicadora 1. Brasileira, p. 677-678. 2 Idem, Mensagens Escolhidas, v. 1. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985, p. 16. 3 Timm, A.R. Hacia un entendimiento adventista de la inspiración. Facultad de Teología de la UAP: Argentina, Revista Logos, Año 3, no 1, p. 17, abril 1999. 4 Dederen, R. Apostila sobre assuntos da Teologia Adventista – Revelação-inspiração: Uma perspectiva adventista do sétimo dia. Campinas, SP: Instituto Bíblico, 1979, p. 22. 5 White, E.G. Mensagens Escolhidas, v. 1. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985, p. 19. 6 Ibid, p. 22. 7 Rodriguez, M.A. Issues on Revelation, Biblical Research Institute Newsletter v. 10, Nº 2, April 2005.8 Fortin, D. Ellen G. White como uma profetisa: Conceitos de revelação e inspiração. Apostila do Curso de Mestrado em Teologia do SALT/SUL para a disciplina de Escritos de Ellen G. White. [Org.] Renato Stencel: Engenheiro Coelho, SP, p. 28. 9 White, E.G. Mensagens Escolhidas, v. 1. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985, p. 37. 10 Ibid, p. 20. 11 Vieira, J.C. A dinâmica de inspiração – olhando de perto as mensagens de Ellen G. White. [Um resumo dos seis modelos de inspiração]. Apostila do Curso de Mestrado em Teologia do SALT/SUL para a disciplina de Escritos de Ellen G. White. [Org.] Renato Stencel: Engenheiro Coelho, SP, p. 42-46. 12 Wood, K.H. Toward an understanding of the prophetic office. Journal of Adventist Theological Society, 1991, p. 21. Citado por Douglass, H.E. Mensageira do Senhor, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, p. 26. 13 Douglass, H.E. Mensageira do Senhor, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, p. 28.
15Mantendo Viva a Visão |
Em 2015 a Igreja Adventista do Sétimo Dia vai comemorar os 100 anos do legado deixado por Ellen White, que faleceu no ano de 1915. Várias iniciativas terão lugar para recordar a importância dos livros escritos por ela, uma dessas iniciativas é a produção de uma coleção com seis livros que chegará para o membro adventista no valor de R$ 10,00.
Na coleção, chamada Mensagens de Esperança, estão os seguintes livros:História da Redenção, Vida e Ensinos,Orientação da Criança, Eventos Finais, Fundamentos do Lar Cristão (um resumo do livro O Lar Adventista) e Só Para Jovens (um resumo do livro Mensagens aos Jovens).
Planeje-se para adquirir a coleção intitulada “100 anos iluminando a Igreja” com todo o legado deixado por Ellen White para a orientar a igreja de Deus.
COLEÇÃO
R$ 10,00Lançamento em 2015
Pr. Anderson AndradeMinistério de Publicações | Espírito de ProfeciaApresentador do tema
Rascunho escrito por Ellen G. White. Trechos desse texto fazem parte da série Conflito dos Séculos.
Frente
Verso
Centro de Pesquisas Ellen G. White – UNASP EC
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16 | Mantendo Viva a Visão
A INSPIRAÇÃO E AUTORIDADE DOS ESCRITOS DEELLEN G. WHITE1
Uma declaração do entendimento atual
Na declaração de crenças fundamentais votada
pela Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo
Dia em Dallas, em abril de 1980, o preâmbulo diz:
“Adventistas do Sétimo Dia aceitam a Bíblia como seu
único credo e têm certas crenças fundamentais como os
ensinos das Sagradas Escrituras.” O primeiro parágrafo
reflete o entendimento da igreja a respeito de inspiração
e autoridade das Escrituras, enquanto que o capítulo 17
reflete o entendimento da igreja quanto à inspiração
e autoridade dos escritos de Ellen White em relação às
Escrituras. Esses parágrafos são os que se seguem:
As Escrituras Sagradas
“As Escrituras Sagradas, o Antigo e Novo
Testamentos, são a Palavra de Deus escrita, dada por
inspiração divina, através de santos homens de Deus que
falaram e escreveram ao serem movidos pelo Espírito
Santo. Nesta Palavra, Deus transmitiu ao homem o
conhecimento necessário para a salvação. As Escrituras
Sagradas são a infalível revelação de Sua vontade.
Constituem o padrão do caráter, a prova da experiência, o
autorizado revelador de doutrinas e o registro fidedigno
dos atos de Deus na História. (II Pedro 1:20 e 21; II Tim.
3:16 e 17; Sal. 119:105; Prov. 30:5 e 6; Isa. 8:20; João 17:17;
I Tess. 2:13; Heb. 4:12.)”
O dom de Profecia
“Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse
dom é um sinal identificador da Igreja remanescente, e
foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como a
mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e
autorizada fonte de verdade que proporciona conforto,
orientação, instrução e correção à Igreja. Eles também
tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser
provado todo ensino e experiência. (Joel 2:28 e 29; Atos
2:14-21; Heb. 1:1-3; Apoc. 12:17; 19:10.)”
As seguintes afirmações e negações falam
às questões que tem sido levantadas a respeito da
inspiração e autoridade dos escritos de Ellen White
e sua relação com a Bíblia. Estas clarificações devem
ser tomadas como um todo. Elas são uma tentativa de
expressar o entendimento atual dos Adventistas do
Sétimo Dia e não devem ser tomadas como um substituto
para as duas declarações doutrinais citadas acima.
REFERÊNCIA
1 Extraído do site do Centro White: http://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-sobre-ellen-g-white/a-inspiracao-e-autoridade-dos-escritos-de-egw/ no tópico: A inspiração e autoridade dos escritos de Ellen G. White.
Pr. Anderson AndradeMinistério de Publicações | Espírito de ProfeciaApresentador do tema
Rascunho escrito por Ellen G. White. Trechos desse texto fazem parte da série Conflito dos Séculos.
Frente
Verso
Centro de Pesquisas Ellen G. White – UNASP EC
Ras
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AFIRMAÇÕES
NEGAÇÕES
1. Nós cremos que as Escrituras são a Palavra de Deus revelada e é inspirada
pelo Espírito Santo.2. Nós cremos que o cânon das Escrituras é composto somente pelos 66 livros do Antigo e Novo Testamentos.3. Nós cremos que as Escrituras são a fundação da fé e autoridade final em todas as questões de doutrina e prática.4. Nós cremos que as Escrituras são a Palavra de Deus em linguagem humana.5. Nós cremos que as Escrituras ensinam que o dom de profecia será manifestado na igrejaCristã depois dos tempos do Novo Testamento.6. Nós cremos que o ministério e escritos de Ellen White foram uma manifestação do dom de profecia.7. Nós cremos que Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo e que seus escritos, um produtodessa inspiração, são aplicáveis e autoritativos, especialmente aos Adventistas do Sétimo Dia.8. Nós cremos que o propósito dos escritos de Ellen White inclui direção no entendimento dosensinos das Escrituras e aplicação desses ensinos, com urgência profética, à vida espiritual e moral.9. Nós cremos que a aceitação do dom profético de Ellen White é importante para o nutrimento e a unidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia.10. Nós cremos que o uso de fontes literárias de Ellen White e seus assistentes encontram
paralelos em alguns escritos da Bíblia.
1. Nós não cremos que a qualidade ou nível de inspiração nos escritos de Ellen
White são diferentes daqueles encontrados nas Escrituras.2. Nós não cremos que os escritos de Ellen White são um acréscimo ao cânon das Sagradas Escrituras.3. Nós não cremos que os escritos de Ellen White funcionam como a base e autoridade final da fé cristão como são as Escrituras.4. Nós não cremos que os escritos de Ellen White podem ser usados como base de doutrina.5. Nós não cremos que o estudo dos escritos de Ellen White pode ser usado para substituir oestudo das Escrituras.6. Nós não cremos que as Escrituras podem ser compreendidas somente pelos escritos de Ellen White.7. Nós não cremos que os escritos de Ellen White esvaziam o significado das Escrituras.8. Nós não cremos que os escritos de Ellen White são essenciais para a proclamação dasverdades das Escrituras para a sociedade.9. Nós não cremos que os escritos de Ellen White são produto de mera piedade Cristã.10. Nós não cremos que o uso de fontes literárias por Ellen White e seus assistentes negam a inspiração de seus escritos.Nós concluímos, portanto, que um correto entendimento da inspiração e autoridade dos escritos de Ellen White evita dois extremos: (1) considerar esses escritos em nível canônico idêntico às Escrituras, ou (2) considerá-los
como literatura cristã comum.
17Mantendo Viva a Visão |
Pr. João MarconMinisterial | Mordomia | SaúdeApresentador do tema
18 | Mantendo Viva a Visão
O ESPÍRITO DE PROFECIA E A BÍBLIA1
Os escritos de Ellen White não constituem um
substitutivo para a Bíblia. Não podem ser colocados no
mesmo nível. As Escrituras Sagradas ocupam posição
única, pois são o único padrão pelo qual os seus escritos
– ou quaisquer outros – devem ser julgados e ao qual
devem estar subordinados.
1. A Bíblia é o padrão supremo. Os adventistas do
sétimo dia apoiam plenamente o princípio da Reforma,
sola scriptura, a Bíblia como seu próprio intérprete e
a Bíblia sozinha, como base de todas as doutrinas. Os
fundamentos da igreja desenvolveram suas crenças
fundamentais através do estudo da Bíblia: não receberam
tais doutrinas através das visões de Ellen White. Seu
principal papel durante o desenvolvimento das doutrinas
da igreja foi orientar a compreensão da Bíblia e confirmar
as conclusões ás quais se chegava através do estudo da
Bíblia.
A própria Ellen White cria e ensinava que a Bíblia
representa a norma final da igreja. Em seu primeiro
livro, publicado em 1851, ela escreveu: ”Recomendo-vos,
caro leitor, a palavra de Deus com regra de vossa fé e
prática. Por essa palavra seremos julgados.” Ela jamais
modificou esse ponto de vista. Anos mais tarde tornou a
escrever: ”Em sua palavra, Deus conferiu aos homens o
conhecimento necessário à salvação. As santas escrituras
devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de
sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das
doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa.” Em
1909, durante sua última palestra perante uma sessão as
Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ela
abriu sua Bíblia, ergueu-a diante da congregação e disse:
“Irmãos e Irmãs, recomendo-vos este Livro.”
Em resposta aos crentes que consideravam
seus escritos como uma adição à Bíblia, ela escreveu
dizendo: ”Tomei a preciosa Bíblia e circundei-a com os
vários Testemunhos para a Igreja, concedidos ao povo
de Deus… Não estais familiarizados com as Escrituras.
Se tivéssemos feito a palavra de Deus objeto de estudo
regular, com o desejo de alcançar os padrões bíblicos e de
atingir a perfeição cristã, não teria havido necessidade
dos Testemunhos. É porque negligenciastes familiarizar-
vos com o Livro inspirado de Deus, que Ele procurou
alcançar-vos através de testemunho simples e direto,
chamando a atenção para as palavras da inspiração que
negligenciastes obedecer, insistindo em que a vossa vida
se paute de acordo com esses puros e elevados ensinos.”
2. Um guia para a Bíblia. Ela encarou o seu
trabalho como a condução das pessoas de volta à Bíblia.
“Pouca importância é dada a Bíblia,”escreveu ela, e
assim”o Senhor concedeu uma luz menor para conduzir
homens e mulheres à luz maior.” A palavra de Deus
prossegue a autora, “é suficiente para iluminar a mente
mais obscurecida e pode ser compreendida por todos
aqueles que sentirem o desejo de entendêla.
Apesar de tudo isto , alguns que pretendem
estar fazendo a palavra de Deus o seu objeto de estudo,
encontram-se vivendo em direta oposição aos seus mais
claros ensinos. Consequentemente, para que homens e
mulheres fiquem sem escusa, Deus concede testemunhos
claros e diretos, fazendo com que essas pessoas retornem
à palavra que haviam negligenciado seguir.”
3. Um guia na compreensão da Bíblia. Ellen
White considerava seus escritos como um guia para a
compreensão mais clara da Bíblia.
“Não são mais apresentadas verdades novas;
através dos Testemunhos, porém, Deus simplificou as
grandes verdades já concedidas e segundo a forma por
ele mesmo escolhida, trouxe-as perante o povo, visando
despertá-los e impressionar suas mentes, a fim de que
todos eles fiquem sem escusa. ”Os testemunhos escritos
não são concedidos a fim de prover nova luz, mas para
imprimir vividamente sobre o coração as verdades de
inspiração já anteriormente reveladas.”
4. Um guia para aplicar princípios bíblicos.
Muitos de seus escritos aplicam os conselhos bíblicos
ao viver diário. Ellen White disse que ela foi “orientada
a apresentar princípios gerais, e ao mesmo tempo
Pr. João MarconMinisterial | Mordomia | SaúdeApresentador do tema
19Mantendo Viva a Visão |
especificar os perigos, erros e pecados de alguns
indivíduos, a fim de que todos pudessem ser advertidos,
reprovados e aconselhados. ”Cristo havia prometido
semelhante orientação profética a Sua igreja. A própria
Ellen White observou:”O fato de que Deus revelou Sua
vontade aos homens por meio de sua Palavra, não tornou
desnecessária a contínua presença e direção do Espirito
Santo. Ao contrário, o espirito foi prometido por nosso
salvador para aclarar a palavra a Seus servos, para
iluminar e aplicar os seus ensinos.”
5. O desafio ao crente. O livro de Apocalipse
profetiza que o “testemunho de Jesus” haveria de
manifestar-se através do “espirito de profecia” nos
últimos dias da história terrestre.
Isso representa um desafio a todos, no sentido
de não assumir uma atitude de indiferença ou descrença,
mas a “provar todas as coisas ”e reter o que é bom”. Existe
muito a ganhar – ou perder – face à atitude com a qual
assumirmos essa investigação biblicamente ordenada.
Jeosafá exortou no passado: “Crede no Senhor
vosso Deus, e estarás seguros; crede nos seus profetas,
e prosperareis”(II Crôn. 20:20). Essas palavras soam como
perfeitamente verdadeiras, ainda nos dias de hoje.
REFERÊNCIAS
1 Extraído do site do Centro White: http://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-sobre-ellen-g-white/o-espirito-de-profecia-e-a-biblia/ no tópico: O Espírito de Profecia e a Bíblia
Pr. Vandézio BinowLíder Distrital - São JorgeApresentador do Tema
20 | Mantendo Viva a Visão
INTERPRETANDO CORRETAMENTE OS ESCRITOS DE ELLEN G. WHITE
REGRAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO – INTERNA1
Todos querem ser compreendidos. Os mal-
entendidos surgem muitas vezes quando uma declaração
é retirada do contexto. Por isso, todos que foram mal
compreendidos apelam para a imparcialidade e pedem
que o contexto seja levado em conta. O contexto inclui
pistas tanto internas quanto externas que estabelecerão
a verdade sobre qualquer declaração que está sendo
considerada.
Do ponto de vista interno, geralmente obtemos
uma visão clara do “que” um autor quis dizer lendo as
palavras, frases, parágrafos e até mesmo os capítulos
que circundam a declaração confusa. Do ponto de vista
externo, fazemos outras perguntas capazes de nos
ajudar a entender, tais como: quando, onde, por que, e,
talvez, como?
EVIDÊNCIAS INTERNAS
• Regra Um: Reconheça que a Bíblia e os escritos de
Ellen White são o produto da inspiração do pensamento, e
não da inspiração verbal.
• Regra Dois: Reconheça que o sentido de algumas
palavras podem mudar com o tempo. Por exemplo,
centenas de palavras de palavras da Bíblia na versão
King James (1611) mudaram de sentido ou adquiriram
novos significados que não mais comunicam o sentido
pretendido pelos tradutores dessa versão. Leitores
superficiais certamente compreenderiam mal alguns
textos bíblicos, caso não estivessem alerta para essas
graves alterações no sentido das palavras. 2 Nos escritos
de Ellen White também já ocorreram mudanças de sentido
em palavras usadas.
• Regra Três: Entenda o uso da hipérbole.
Hipérbole é uma figura que consiste em aumentar ou
diminuir exageradamente alguma coisa. João usou uma
hipérbole ao afirmar que, se todos os atos de Jesus
fossem escritos, “nem ainda o mundo todo poderia conter
os livros que seriam escritos”. – João 21:25 A hipérbole
é um recurso literário usado do começo ao fim da Bíblia. 3 Ellen White usou a proporção de “um em vinte” pelo
menos um em cinco vezes, e “um em cem”, pelo menos
vinte e uma vezes. Ela não disse “um em treze” nem “um
em noventa e nove”, etc.
• Regra Quatro: Entenda o significado da frase
em que a palavra está inserida. Em 1862, Ellen White
escreveu que Satanás atua por intermédio da frenologia,
da psicologia e do mesmerismo. 4 Significa isto que
toda psicologia é má? Obviamente não, pois em 1897 ela
afirmou que “os verdadeiros princípios da psicologia são
fundados nas Escrituras Sagradas”.5
• Regra Cinco: Reconheça a possibilidade de
expressões imprecisas. Em 1861, Ellen White escreveu um
pensamento que parece incoerente com suas declarações
posteriores sobre o mesmo assunto: “Frenologia e
mesmerismo são por demais exaltados. Eles são bons
em seu devido lugar, mas Satanás delas se utiliza como
poderosos instrumentos para enganar e destruir seres
humanos.” 6 Num artigo em Signs em 1844, ela havia
escrito: “As ciências que tratam da mente humana são
por demais exaltadas. Elas são boas em seu devido
lugar, mas Satanás delas se utiliza como poderosos
instrumentos para enganar e destruir seres humanos.” 7 Temos obviamente nesta declaração de 1844 uma
correção editorial no pensamento que Ellen White queria
comunicar a respeito das “ciências que tratam da mente
humana”.
• Regra Seis: Procure cuidadosamente pelo
contexto imediato (isto é, o mesmo parágrafo ou página)
para esclarecimento de uma afirmação que, à primeira
vista, parece problemática. Algumas pessoas, por exemplo,
ficam confusas ao lerem Ellen White advertindo de que
“nunca se deve ensinar aos que aceitam o Salvador… que
digam ou sintam que estão salvos”. 8 Esta recomendação
tencionava advertir contra a doutrina errônea de “uma
vez salvo, para sempre salvo” que predomina entre a
maioria dos cristãos evangélicos.
• Regra Sete: Reconheça que o significado de
Pr. Vandézio BinowLíder Distrital - São JorgeApresentador do Tema
21Mantendo Viva a Visão |
uma palavra pode mudar quando é usada em um novo
contexto. O termo “porta fechada” podia significar várias
coisas para os adventistas ex-mileritas. Para Ellen White,
significava algo diferente. Tiago White e José Bates
redefiniram o uso do termo entre 1844 e 1852.
• Regra Oito: Reconheça que o desafio da
semântica reside em toda comunicação. As palavras
significam coisas diferentes para diferentes pessoas,
em virtude das diferenças pessoais como educação, faixa
etária, experiências espirituais, localização geográfica e
gênero. Ellen White mencionou este problema: ”Há muitos
que interpretam o que eu escrevo à luz de suas próprias
opiniões preconcebidas. … Uma divisão na compreensão
e opiniões divergentes são o infalível resultado. Como
escrever de maneira a ser compreendida por aqueles a
quem dirijo importante assunto constitui um problema
que não consigo resolver. Quando vejo que sou mal
compreendida por meus irmãos que me conhecem bem,
compreendo que devo tomar mais tempo para expressar
cuidadosamente meus pensamentos no papel, pois o
Senhor me dá luz que não me atrevo a fazer outra coisa
senão comunicá-la; e grande fardo repousa sobre mim.”9
REFERÊNCIAS
1 Extraído do site do Centro White: http://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-sobre-ellen-g-white/ no tópico: Interpretando Corretamente os Escritos de Ellen G.White.2 Os exemplos em que se compara KJV (Versão King James) com NKJV (Nova Versão King James) incluem: abroad/outside (Deut. 24:11), allege/demonstrate (Atos 17:3), anon/immediatelly ou at once (Mar. 1:30), bowells/heart (Gên. 43:40), by and by/immediatelly (Mar. 6:25), charity/love (I Cor. 13), communicate/share (Gál. 6:6), conversation/conduct (I Ped. 3:1 e 2), feeble- minded/fainthearted (I Tess. 5:14), forwardness/willingness (II Cor. 9:2), let/hindered (Rom. 1:13), meat/food (Mat. 6:25), nephew/grandsons (Juí. 12:14), outlandish women/ pagan women (Nee. 13:26), peculiar/special (Tito 2:14), reins/hearts (Sal. 7:9), suffer/let (Mat. 19:14), vain/worthless (Juí. 9:4), virtue/power (Luc. 6:19), witty inventions/ discretion (Prov. 8:12). 3 Compare Êxo. 9:6 com Isa. 19. O uso frequente de “todo” é muitas vezes um exemplo da hipérbole hebraica. 4 Review and Herald, 18 de fevereiro de 1862. 5 Minha Consagração Hoje, p. 176. 6 Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 296. 7 Signs of the Times, 6 de novembro de 1884. 8 Parábolas de Jesus, p. 155. 9 Carta 96, 1899, citada em parte em Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 79.
Pr. Makson CasteloCapelão - Instituto Adventista de ManausApresentador e Autor do Tema
22 | Mantendo Viva a Visão
AS APARENTES CONTRADIÇÕES DA ESCRITORA ELLEN WHITE: UM INTRÓITO AOS PRINCÍPIOS HERMENÊUTICOS DOS ESCRITOS PROFÉTICOS
Uma leitura detalhada e cautelosa dos livros
da autora Ellen White permite ao leitor estabelecer
paralelos, destacar conceitos, perceber o estilo literário
utilizado e, inclusive, identificar aparentes contradições,
as quais trazem inquietações sobre a veracidade de tais
escritos. Deste modo, proponho apresentar uma breve
consideração sobre o assunto, despertando o interesse
sobre a temática em questão.
Primeiramente, precisa-se considerar que a Igreja
Adventista do Sétimo Dia reconhece a autora supracitada
como uma profetisa, bem como faz uso de seus escritos
e os considera revelados por Deus. Contudo, cabe
ressaltar que os mesmos não se equiparam à Bíblia,
não o substituem e não podem ser colocados no mesmo
nível. As Escrituras Sagradas ocupam sua posição única e
sobressalente ao se referir a base da fé cristã.
Faz-se necessário explicitar que a hermenêutica
provê ferramentas consentâneas para intepretação,
incluindo-se os textos bíblicos e proféticos. Sendo assim,
a hermenêutica adventista caracteriza-se por ser uma
cautelosa investigação do material escrito a fim de nortear
as sistematizações teológicas, doutrinárias, litúrgicas
e outras. Por conseguinte, os princípios estabelecidos
asseguram um estudo mais aprofundado e explicativo
sobre aparentes contradições nos textos de Ellen White.
É possível encontrar nos escritos proféticos
possíveis discrepâncias, o que para alguns, rapidamente,
torna-se motivo de incredulidade. Contudo tais situações
são comuns também na Bíblia, mas explicado conforme o
conceito de inspiração por pensamento. Esta forma de
inspiração acredita que Deus revelou sua mensagem,
contudo respeitou o estilo de cada ser humano transmiti-
lo. O ser humano com suas limitações fora passível de
contradizer fatos ou situações, mas nada que abale as
bases sólidas da fé cristã e adventista. Para se entender
melhor os textos de Ellen White é preciso reconhecer
que a Bíblia e os escritos de Ellen White são o produto
da inspiração do pensamento, e não da inspiração
verbal, que o sentido de algumas palavras podem mudar
com o tempo, entender o significado da frase em que a
palavra está inserida e conhecer o contexto imediato.
Tais princípios, dentre outros, devem permear o estudo
de todo o material produzido por Ellen White, pois torna a
leitura mais clara, coesa e confiável.
REFERÊNCIAS
1 IASD. Nisto Cremos. 8. Ed. Tatuí, SP: CPB, 2008.2 RIBEIRO, Ailton Artur. Hermenêutica e missiologia adventistas: um olhar sobre seus pressupostos e metas. IN: AGUIAR, Adenilton Tavares; LEAL, Jônatas de Mattos; VIRMES JR., Clacir. Hermenêutica adventista. 1. ed. Cachoeira,BA: CePLiB, 2013.3 DOUGLAS, Hebert. Mensageira do Senhor. Tatuí, SP: CPB, 2003.
Pr. Ronaldo VirgílioLíder Distrital - Alvorada
Apresentador do Tema
O QUE ENSINA ELLEN WHITE SOBRE REVERÊNCIA?1
Reverencia tem a ver com o nosso conceito sobre
Deus e das coisas sagradas. Em Ellen White encontramos
a mesma tensão que nas Escrituras. Por um lado fala
da transcendência e soberania de Deus, convidando as
pessoas a um culto solene, digno, organizado e reverente.
Por outro lado destaca a presença amorosa de Deus
entre nós, nos animando a sermos mais companheiros
dEle e com os outros crentes em um culto caracterizado
pela naturalidade, a espontaneidade e a alegria. (C.
Raymond Holmes, Sing a New Song!: Worship Renewal for
Adventists Today [Berrien Springs, Michigan: Andrews
University, 1984], 163-164).
Os objetos da reverência:
Podemos extrair dos escritos de Ellen White idéias
claras sobre os objetivos da reverencia.
1) Reverência para com a palabra de Deus: As
Escrituras devem ser manejadas com muito cuidado.
Devemos abri-las com grande reverencia e não em forma
descuidada… (Alza Tus Ojos, p. 366). Particularmente
diante das crianças e dos jovens, a Palavra de Deus deve
ser tratada com respeito e reverencia (Consejos Para
Los Maestros, p. 413). Ele nos aconselha a estudar com
reverencia e muito temor. (Consejos Sobre La Salud, p.366).
Com humilde reconhecimento da nossa incapacidade
devemos abrir a Sua Palavra com tanta reverencia como
se estivéssemos nos colocando em Sua presença. (Joyas
de Los Testimonios, p. 2:309). As Escrituras devem ser
estudadas com paciência, reflexão e oração. Deixando de
lado toda a frivolidade, deve-se solicitar toda a iluminação
do Espírito Santo. Temos que abordar o estudo da Bíblia
com reverencia, sentindo que estamos na presença de
Deus. (Mensajes Para Los Jovenes, p. 259 e Testimonios
Selectos, p. 4:398)
2) Reverência para com o nome de Deus: Devemos
ser cuidadosos com o nome de Deus, inclusive quando
oramos. Nunca se deve tocar nesse nome com indiferença
e na oração deve-se evitar a sua repetição muito frequente
ou desnecessária. “Vi que o Santo nome de Deus deve ser
usado com reverencia e temor. As palavras Deus Todo-
Poderoso quando são ditas juntamente em oração de
uma maneira descuidada e negligente, isso desagrada a
Deus…” (Early Writings, p.122).
3) Reverência para com a lei de Deus: O olhar
reverente dos querubins representava a reverencia
que agradava a Deus. (Patriarcas e Profetas, p. 360).
Do mesmo modo, os filhos obedientes de Deus tem que
mostrar as suas reverencias para com a Sua lei. (Joyas de
Los Testimonios, p. 2:31).
4) Reverência para com a casa de Deus: Uma boa
ilustração dos ensinos de Ellen White sobre a reverencia
dentro da igreja é o capítulo “La conducta en la casa
de Dios” no livro Joyas de los testimonios, 2:193-203. A
autora mostra que um adequado conceito da grandeza,
santidade, e poder de Deus produzirão a atitude
correta. A humildade e a reverencia devem caracterizar
o comportamento de todos os que estão na presença de
Deus. No nome de Jesus, podemos nos cercar de confiança,
mas não se deve fazer isso nem com ousadia nem com
presunção como se Ele estivesse no mesmo nível que
nós. (Patriarcas e Profetas, pp. 256, 257, lê-se também:
PP. 374, 375). Ellen G. White deixou-nos recomendações
concretas. Entre elas a do cuidado pelo adorno e pela
higiene pessoal. Ela diz que os crentes não devem ser
descuidados na maneira como se vestem e nem usar no
culto de adoração a mesma roupa que usam durante a
semana. (Mensagens Escolhidas, p. 2:540). Ela também
recomenda evitar definitivamente toda e qualquer tipo de
conversa durante o sermão. (Mensagens Para os Jovens,
p. 264), assim como as risadas e os cochichos. Quando o
culto termina, é aconselhado sair organizadamente e sem
conversa.
Por Daniel Oscar Plenc
REFERÊNCIA
1 Extraído do site do Centro White: http://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-sobre-ellen-g-white/o-que-ensina-ellen-white-sobre-reverencia/ no tópico: O que ensina Ellen White sobre
reverência?.
23Mantendo Viva a Visão |
Pr. Anderson CarneiroMinistério Jovem | Comunicação - ACeAmApresentador e Autor do Tema
24 | Mantendo Viva a Visão
TEMPO DE ANGÚSTIA
Há muitos momentos de angústia que vivemos
hoje. E na Bíblia temos o relato de um grande momento de
angústia na vida de Jacó.
No A. T. Aparece pelo menos 78 vezes a palavra
angústia. Como exemplo: “no dia de minha angústia clamo
a ti, porque me respondes”, (Sl 86;7). Trata-se de uma
oração de confiança feita por Davi num momento solitário
de sua vida, sem obter uma repentina resposta de Deus.
Mas o termo Tempo de Angústia como revelação
escatológica ocorre 2 vezes no A.T., sendo a primeira em
Jeremias 30:7, e o contexto desta passagem mostra um
grupo de profecias a cerca da restauração de Israel e
Judá. Este capitulo é conhecido por livro do consolo, por
causa da sua mensagem de conforto e esperança para
o futuro, depois de imposta a pena do exilio1. Parece
que o povo aprenderia a obediência somente através do
sofrimento.
Sendo assim, o versículo aponta para o contexto de
Jacó. Ama das mais fortes angústias descritas na Palavra
de Deus. Jacó temia a morte por ter enganados seu irmão
Esaú. Pois ao voltar para terra de seu pai corria o risco de
não ser aceito por seu irmão. Esta angústia aumentou ao
saber que Esaú vinha ao seu encontro com quatrocentos
homens.
Jacó queria receber a benção de Deus naquele
momento de dúvida quanto ao seu erro do passado. E
não só recebeu como Deus trocou seu nome (Gn 32:22-
32), Significado que agora Israel pertencia a Deus como
propriedade perpétua.
A passagem de Daniel 12:1 é a segunda vez que
ocorre o termo Tempo de Angústia. E novamente aparece
junto com uma promessa de salvação para seu povo.
Miguel, o grande príncipe tem como função defender o
povo e protege-lo neste tempo de angústia, qual nunca
houve antes, parece ser um período muito difícil que seu
povo terá que passar, todavia em meio a esta angústia
Miguel (igual a Deus ) o salvará.
Na septuaginta o termo para “tempo de angústia”
nestas duas passagens citadas acima é Kairoj Fliyewj.
Então é necessário verificarmos no grego quantas vezes
aparece na Bíblia e qual é seu significado dentro destas
duas passagens que analisaremos.
E para a palavra ‘”Tempo”, o grego tem quatro
expressões que são importantes analisarmos: 1º AIWN
(aiôn), significa: era, duração de vida, época, longo tempo
eternidade, AIWNIOJ (aiônios) eterno, sem começo nem
fim.
2º CRONOJ (chronos), tempo, período de tempo,
cronotribéw ( cronotribéo) gastar, perder ou desperdiçar
tempo.
3º WRA (hõra), hora, tempo, ponto no tempo, wraioj
(hõraios), no tempo certo, oportuno, maduro.
4º KAIROJ (kairós) esta é a expressão do texto
estudado. Significa tempo, especialmente um ponto no
tempo, um momento2 .
Embora kairós frequentemente sirva simplesmente
para designações temporais exatos, o Criados, fixa
também os kairós individuais como exemplo citamos as
festas e festivais no contexto do ciclo anual são tempos
e momentos especiais de alegria e descanso dados por
Deus (Ex 23:14), e também o clima, os tempos e estações
para o crescimento biológico das plantas e dos animais3 .
Porém não são marcados apenas pelos eventos
da agricultura..., mas sempre mais pelos tratos especiais
entre Deus e seu povo.
Aceitar Deus como doados do tempo em tempo
de aflição não é tarefa fácil, mas permanecer dentro da
aliança não permite que seu relacionamento com Ele seja
rompido. É precisamente em tempos de aflição que se
espera por um Tempo de perdão.
Repetidas vezes na frase estereotipada “em
to kairó ekeino”, “naquele tempo”, a tenção é dirigida
aos eventos da história da salvação no passado.
Especialmente nos livros históricos do A.T., o termo kairós
é frequentemente achado com esta função de chamar a
atenção à atividade de Deus na história da nação israelita.
E tamto no A.T. como no N.T., denota de modo geral um
“Tempo Específico4”.
Pr. Anderson CarneiroMinistério Jovem | Comunicação - ACeAmApresentador e Autor do Tema
25Mantendo Viva a Visão |
No N.T. Kairós aparece 85 vezes, sendo 7 vezes
raduzido como “momento oportuno”, e 1 vez como ‘deveido
tempo5”.
Em contraste com a riqueza de vários termos em
grego para a expressão “tempo”, a ênfase característica
de Kairós chama a atenção ao conteúdo do tempo,
negativamente como crise e positivamente como
oportunidade6.
No entanto, o termo para “angústia” nas
passagens que estamos analisando é FLIYIJ (thlipsis),
aparece 44 vezes no N.T., sendo 4 vezes como angústia,
33 vezes como tribulação, 4 vezes como aflição, 1 vez
como atribulação, 1 vez como sofrimento e 1 vez como
sobrecarga7.
Literalmente ser atribulado, como enfatiza a
profecia compreendida melhor em Mateus 24:9, quer
dizer que os santos do tempo do fim serão entregues
para aflição8. E também existe um segundo termo para a
tradução de “angústia”, (adémoneõ), que significa “estar
saturado”, aparece 3 vezes no N.T.9.
Sendo assim, podemos definir que, tempo de
angústia será um momento na história final deste planeta
como escatologia incondicional onde seremos atribulados
(entregues à aflição), marcando um tempo exato de
livramento eterno para os justos e um tempo de crise
irreversível para os ímpios.
Já na história notamos que até o último século os
grandes teólogos são pós-tribulacionistas, naturalmente
acreditam que a igreja será arrebatada depois do tempo
de angúatia. E confirma Reese:
“Em torno de 1830, nova escola surgiu dentre
o pré-milenarismo buscando derrubar o que, desde
a era apostólica, tinha sido considerado por todos os
pré-milenaristas resultados estabelecidos e instituir
em lugar uma série de doutrinas que nunca tinha sido
ouvidas antes. A escola que me refiro é a dos “irmãos” ou
“irmão de Plymonth”, fundada por J.N. Darby10”.
Porém, a crítica moderna tenta argumentas que
esta tribulação não existe. Afirmando que Clemente,
Didaquê, acreditavam numa breve volta de Cristo sem os
acontecimentos escatológicos.
Mas, se cremos assim, não damos valor às
profecias para o tempo do fim. E o Deus que disse que
“vem sem demora” é o mesmo em que cremos hoje, não
estamos mais preocupados com data, e sim com a ordem
e as fases dos acontecimentos escatológicos para nos
prepararmos e não ser pegos de surpresa.
Embora tenha existido uma influência do
pensamento platônico e aristotélico sobre os estudiosos
medievais, a revelação bíblica permanece como parte
central dos grandes credos11.
26 | Mantendo Viva a Visão
Não há dúvidas em muitos comentários bíblicos
da atualidade que o tempo de angústia claramente
profetizado em Daniel se refere ao tempo do fim, e que
é uma grande tribulação. Disse o jesuíta Alonso Diaz:
“Naquele tempo, pelo contexto claramente se refere ao
tempo do fim, e tempo de angústia é também uma frase
escatológica12”.
Na teologia Adventista do Sétimo Dia, o termo
“Tempo de Angústia”, ocorrerá quando cessar a mediação
de Cristo e o Espirito de Deus se retirar dentre os homens,
então todos os poderes das trevas, que tem sido detido,
descerão sobre o mundo com fúria indescritível. Haverá
uma sena de luta indescritível que nenhuma caneta
poderá descrever13.
Ainda para os Adventistas o tempo de angústia é
dividido em duas partes:
A primeira época é o Tempo de Angústia Prévio. A
segunda época é o Tempo de Angústia.
A seguir inserimos três parágrafos que se referem
ao tempo de angústia prévio, nos quais se faz diferença
entre os dois períodos.
Vi que Deus tinha filhos que não reconheciam o
sábado e não o guardavam. Eles não haviam rejeitado a
luz sobre este ponto. E ao início do tempo de angústia
fomos cheios do Espírito Santo ao sairmos para proclamar
o sábado mais amplamente... Eu vi a espada, a fome,
pestilência e grande confusão na Terra14.
O início do tempo de angústia ali mencionado
[refere-se à citação anterior] não se refere ao tempo
em que as pragas começarão a ser derramadas, mas a
um breve período, pouco antes, enquanto Cristo está no
santuário15.
Neste tempo, enquanto a obra de salvação está
se encerrando, tribulações virão a Terra, e as nações
ficarão iradas, embora contidas para não impedir a obra
do terceiro anjo16.
Ainda Observa-se que este tempo ocorre no
momento da controvérsia entre o sábado versos
domingo, entre o selo de Deus e o selo da besta, em
plena proclamação da mensagem do terceiro anjo, o alto
clamor17. É o momento do princípio das dores, ao qual se
referiu Jesus.
Em seguida vem o Tempo de Angústia propriamente
dito. É um período de duração desconhecida, mas
seguramente breve. E vai do momento em que se
pronuncia no Céu o decreto de Apoc 22:11. É o momento
em que termina a graça, a oportunidade de salvação, até o
dia da segunda vinda de Cristo18.
Embora severamente perseguidos, a maior aflição
dos remidos não será a ameaça de serem mortos ou
torturados, mas “receiam não se terem arrependido de
todo pecado, e que, devido a alguma falta, não se cumpre a
promessa do Salvador:” Eu te livrarei da hora da tentação
que há de vir sobre todo o mundo”, Apoc 3:10. Se pudesse
ter a segurança de Seu perdão, não recuariam da tortura
ou da morte19.
Entretanto a atitude de Jacó não foi ditada
pela presunção. Tratava-se de uma fé real. Havia-se
arrependido de todos os seus pecados, antes. NNao fosse
assim, e por ocasião dessa hora de crise e de luta, teria
perdido a vida20. O tempo de luta que deveremos passar
requererá uma fé especial, “uma fé que possa suportar o
cansaço, a demora e a fome, fé que não desfaleça ainda
que severamente provada... As lições da fé as quais
negligenciaram, serão obrigados a aprender sob a pressão
terrível do desânimo21”. Tal fé não pode ser improvisada
em tempo de tribulação. Precisa ser desenvolvida dia a
dia. Precisa aprender orar intensamente, voltar nossa
alma para o Senhor, suplicar o perdão de nossos pecados,
e exigir a purificação e libertação do pecado22.
Quando será o tempo de angústia?
Quando:
1) Findar o juízo pré-advento.
2) Encerrar-se o ministério de Cristo no santuário
celeste.
3) For concluída a Sacudidura.
4) Completar o número dos selados.
5) Iniciar-se a queda das sete últimas pragas.
6) Findar o tempo da graça.
Então esta é a angústia dos santos, a qual vai
crescendo em sua intensidade, até alcançar o seu clímax
no momento conhecido como “Angústia de Jacó23 “.
Finalmente concluímos que “Tempo de Angústia”
é:
1) Uma Prova e purificação dos santos. “logo a
povo de Deus será provado com ardente provas, e a
grande proporção dos que agora parecem genuínos e
verdadeiros, demonstrar-se-á metal vil24.
2) Um aperfeiçoamento da fé dos santos. “Os que
agora exercem pouca fé, correm maior perigo de cair sob o
27Mantendo Viva a Visão |
poder dos enganos de Satanás, e do decreto que violentará
a consciência. E mesmo resistindo à prova, serão imersos
em uma angústia, porque nunca adquiriram o hábito de
confiar em Deus25”.
3) Eliminar a natureza terrena dos santos. “O Amor
de Deus para com os Seus filhos durante o período de
sua mais intensa prova, é tão forte e terno como nos dias
de Sua mais radiante prosperidade, mas é necessário
passarem pela fornalha de fogo, sua natureza terrena
deve ser consumida para que a imagem de Cristo possa
refletir-se perfeitamente26”.
Durante o Tempo de Angústia, o Universo
observará os resultados que o governo de satanás
tem exercido no mundo, e a completa falsidade de sua
acusação de que a lei de Deus é injusta, e impossível de
ser obedecida. Nas mais difíceis circunstâncias, quando
estiverem rodeados de lutas, perseguições e ameaça
de morte, todos os remidos estarão cumprindo a lei de
Deus de modo perfeito, mediante a graça de Cristo, sem
um Mediador, e mantendo imaculado seu caráter. Desta
maneira estarão reivindicando a Deus, Seu amor, Sua ei,
Seu caráter e sabedoria27.
O Termo Tempo de Angústia que dizer que o povo
do tempo do fim terá que provar sua fé, abandonar suas
próprias paixões, e testemunhar de um Deus soberano e
poderoso ainda que os montes se transporte pro meio
dos mares. Quer dizer que o arrependimento é tão real
que produz frutos de justiça. Quer dizer que a justiça
imputada de Cristo é de tal natureza que nos conduz à do
caráter comunicado por Cristo. Quer dizer que a imagem
de cristo foi reproduzida na vida plena de seu povo. Quer
dizer que ouve uma transformação de coração de todo
cristão nascido de novo, que está disposto a pagar o
preço. Qual é este preço? Comunhão com Deus, entrega
completa, arrependimento, confissão de pecados, e
certamente alcançaremos em Cristo a Vitória.
REFERÊNCIAS
1 R.K. Harrison. Jeremias e Lamentações (SP: Mundo Cristão, 1989), 106.2 Lothar Coenen. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, vol IV (SP: Vida Nova, 1983), 559,565,572,577.3 Ibid, 568.4 Ibid, 568,569.5 Concordância Fiel do N.T., vol I (São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 1994), 412.6 Coenen, 559.7 Concordância Fiel, 389.8 Ibid.9 Ibid, 1410 J. Dwight Pentecost. Manual de Escatologia (SP: Vida, 1998), 191.11 Walter A. Elwele. Enciclopédia Histórico Teológico da Igreja Cristã, vol III ( SP: Vida Nova, 1990), 441.12 Matthew Henry. Comentário Exegético-Devocional a toda la Bíblia, vol. 2 (Barcelona, Viladecavalls:Clie, 1990), 285.13 francis D. Nichol. Comentário Bíblico Adventista Del Septimo Dia, vol 4 (Buenos Aires, Argentina: Casa Editora Sudamericana, 1995), 903.14 Ellen G. White. Primeiros Escritos, (Tatuí, SP: CPB, 1995), 33,34.15 Ibid, 85.16 ibid.17 José Moura. Preparação para a Chuva Serôdia, ( SP:IAE, 1990), 106.18 Fernando Chaij. Preparação para a Crise Final, ( Santo André, SP: CPB, 1967), 108.19 White. O Grande Conflito, 617,618.20 Chaij. A Vitória da Igreja na Crise Final, (Santo André, SP: CPB, 1979), 50.21 White. O Grande Conflito, 620.22 Chaij. A Vitória da Igreja na Crise Final, 50.23 ibid, 50.24 White. Testemunhos Seletos, vol II, (Tatuí, SP:CPB, 1993 ), 31.25 White. O Grande Conflito, 622.26 Ibid, 621.27 Chaij. A Vitória da Igreja na Crise Final, 57.
Pr. Lucas GondimLíder Distrital - São Benedito, CEAssociação Costa NorteApresentador e Autor do Tema
28 | Mantendo Viva a Visão
RELACIONAMENTO CONJUGAL ENTRE ELLEN E TIAGO WHITE
O relacionamento entre esse casal de pioneiros
da IASD começou após uma das visões de Ellen White, e
com uma série de estudos dados por ela, Tiago aceitou a
mensagem e se converteu.
Ambos travando conhecimentos descobriram
que havia perfeita sintonia entre eles.1 A companhia de
Tiago, a princípio, era para ajudá-la. Mas logo sentiu-se
atraído e convencido de que as visões de Ellen eram de
Deus. Confessou que, a princípio, jamais lhe veio a ideia
de casamento. “Jesus estava tão próximo, que não tinham
tempo para pensar nesse assunto”, dizia ele. Mas ao
acompanhar Ellen, ficou profundamente impressionado
com sua consagração e com as poderosas manifestações
do poder de Deus na vida dela. Resultado: 30 de agosto
de 1846 ele uniu-se em casamento com a já profetisa que
passaria a chamar-se Senhora White, a qual também
revela sua alegria por essa aliança, nas seguintes
palavras: “Nossos corações uniram-se na grande obra
e, juntos, viajamos e trabalhamos pela salvação de seres
humanos... Principiamos nossas atividades sem dinheiro,
com poucos amigos e a saúde enfraquecida”.2
Tiago White tinha total consideração pelas
mensagens de Deus recebidas e transmitidas pela
esposa, chegando a admoestar sua mulher certa
vez, por carta, para que não lhe escrevesse meros
conselhos matrimoniais, mas lhe revelasse também
as mensagens advindas do Senhor, mesmo em sua
condição de enfermidade. Tiago reconhecia sua profunda
necessidade de ajuda divina.3 A união do casal pode ser
notada também no modo como trabalhavam juntos. Ele,
fazendo sermões doutrinários e ela, exortando o povo.
Enquanto ele semeava a semente da verdade, ela regava e
Deus dava o crescimento.4 O casal missionário costumava,
a cada manhã, ir a um bosque próximo e ali se uniam em
oração, suplicando fervorosamente por sabedoria para
seguir sempre o melhor caminho.5 Por outro lado, embora
respeitasse Tiago, Ellen não possuía a típica submissão
vitoriana ao marido. A vida, para ela, não era dividida em
compartimentos, pois conseguia conciliar a submissão e
o amor ao marido com a responsabilidade profética. Seus
deveres religiosos não reduziam as responsabilidades
conjugais .6 Mesmo assim sua docilidade era singular, ao
ponto de reconhecer que se sentia triste quando escrevia
ou dizia coisas que lhe magoasse. Disse ela certa vez:
“Perdoe-me, a partir de hoje serei muito mais cuidadosa
ao escrever, para que o que eu escreva não te machuque
ou irrite”.7 Douglas revela que a confrontação amorosa,
mesmo demarcada pelas mais severas observações,
pode ser benéfica e salutar, se ambas as partes ouvirem
primeiro a vontade do Senhor.8 E isso era o que acontecia
entre eles. Assim, o amor entre os dois e a aliança com
Cristo geravam a força necessária para que pudessem
vencer muitas barreiras tornando-se exemplos de
superação para muitos. Eram cúmplices tão fortes de
Deus ao ponto de arriscarem a vida constantemente.
Só chegaram a se separar pelo laço da morte, e nos
momentos mais difíceis de suas vidas jamais desistiram
um do outro.9
REFERÊNCIAS
1 SOUSA, Sesótris César. O casamento de Ellen White. Revista Adventista, v.85, n.6, p.16, junho, 1989. PLENC, Daniel Oscar. É verdade que o casal White teve dificuldades no casamento. Disponível em:<http://centrowhite.org.br/wp-content/uploads/2013/01/%C3%89-verdade-que-o-casal-White-teve-dificuldades-e-pensou-em-divorciar-se.pdf >. Acesso em: 14/11/2013. 2 WHITE, Ellen G. Testemunhos para Igreja, v. 1-9.Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007. WHITE, Ellen G. Vidas e Ensino. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007. NIX, James R. Companheiros de Trabalho: reflexões sobre o casamento de Tiago e Ellen White. Adventist World, ano 2011, n. 8, p. 22-25, 8 de ago. 2011.3 WHITE, Ellen G. Testemunhos para Igreja, v. 1-9.Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007. WHITE, Ellen G. WHITE, Ellen G. Fundamentos da educação cristã. p.103.Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007.4 WHITE, Ellen G. Testemunhos para Igreja, v. 1-9.Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007. WHITE, Ellen G. Mensagens Escolhidas. v.3. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007.5 DOUGLASS, Herbert E. Mensageira do Senhor: O Ministério Profético de Ellen G. White. 3º ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2009.6 WHITE, Ellen G. Manuscript releases: from the liles of the letters and manuscripsts Written. Siver Spring: E. G. White Estate, 1990. 7 DOUGLASS, Herbert E. Mensageira do Senhor: O Ministério Profético de Ellen G. White. 3º ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2009.8 WHITE, Ellen G. Filhas de Deus. Tradução: Eunice Scheffel do Prado, Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008. WHITE, Ellen G. Hijas de Dios: MensajesEspeciales Para La Mujer. Nampa, Idaho: Publicaciones Interamericanas, 1999. 9 WHITE, Ellen G. Lar Adventista. p. 102. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007.
29Mantendo Viva a Visão |
Pr. Lucas GondimLíder Distrital - São Benedito, CEAssociação Costa NorteApresentador e Autor do Tema
Pr. Renato StencelDiretor do Centro White, Brasil
30 | Mantendo Viva a Visão
COMO FUNDAR UM MINICENTRO WHITE NA SUA IGREJA
Definição e ObjetivosOs Minicentros Ellen G. White são pequenos
núcleos estabelecidos para o estudo da Bíblia e dos
escritos de Ellen G. White, com o propósito de fortalecer
as congregações locais da Igreja Adventista do Sétimo
Dia (IASD). Estes centros, que possuem um acervo
de materiais principalmente em português, foram
idealizados para servirem às igrejas locais e às escolas
da denominação, assim como o Ellen G. White Estate da
Associação Geral e os 21 Centros de Pesquisas Ellen G.
White espalhados ao redor do mundo ajudam a difundir
os escritos de Ellen G. White para as treze Divisões da
IASD. A rede de Minicentros Ellen G. White do Brasil
permitirá que a influência do Centro de Pesquisas Ellen G.
White do Brasil seja transmitida, mais efetivamente, para
as igrejas locais e instituições educacionais deste país.
Coordenação GeralToda a Rede de Minicentros Ellen G. White do
Brasil está subordinada ao Centro de Pesquisas Ellen
G. White do Brasil e é por ele coordenada, pois este é o
único representante oficial, neste país, do Ellen G. White
Estate da Associação Geral. É responsabilidade deste
Centro de Pesquisas (1) encorajar o estabelecimento de
novos Minicentros Ellen G. White em igrejas adventistas e
escolas no Brasil; (2) definir os materiais e equipamentos
básicos para esses centros; (3) credenciar os Minicentros
que preencherem os requisitos básicos; (4) notificar os
novos materiais a serem acrescentados aos acervos dos
Minicentros; e (5) cancelar o credenciamento dos centros
que não seguirem estas “Normas e Diretrizes da Rede
de Minicentros Ellen G. White do Brasil”, ou que não
manifestarem um espírito de lealdade doutrinária e ética
para com a IASD e sua liderança.
O website do Centro de Pesquisas Ellen G. White
do Brasil (www.centrowhite.org.br) exibirá e manterá
atualizado (1) estas “Normas e Diretrizes da Rede de
Minicentros Ellen G. White do Brasil”; (2) a lista oficial
dos Minicentros Ellen G. White reconhecidos pelo Centro
de Pesquisas E. G. White do Brasil, incluindo o endereço
completo de cada um; e (3) uma lista de novos materiais
que deverão ser acrescentados ao acervo de cada centro.
Promoção e apoioEssencial ao desenvolvimento da Rede de
Minicentros Ellen G. White do Brasil é o apoio
administrativo do Departamento Ministerial, do
Departamento de Educação e do Coordenador do
Espírito de Profecia, em todos os níveis da estrutura
organizacional: Divisão Sul-Americana, Uniões e
Associações/Missões, bem como a liderança das igrejas
locais e escolas.
A abertura de Minicentros Ellen G. White
certamente beneficiará a IASD no Brasil de várias formas.
Sob fortes influências do existencialismo, do pluralismo
e do ecumenismo, muitos membros estão perdendo sua
identidade adventista. Esses Minicentros proverão a
oportunidade para que os membros da Igreja fortaleçam
sua fé e seu conhecimento da Palavra de Deus.
Este é um tempo em que os membros de nossas
igrejas estão sendo fortemente sacudidos pelos ventos
de falsas doutrinas (Efésios 4:14) e pelas tempestades de
todo tipo de críticas à Igreja. Tais desafios aumentarão
cada vez mais à medida que nos aproximarmos do fim
deste mundo. O estabelecimento de um Minicentro Ellen
G. White ajudará os membros de nossas igrejas a melhor
se prepararem para enfrentarem essas dificuldades, e
para responderam de forma mais convincente àqueles
que indagarem sobre a razão de sua fé e esperança (I
Pedro 3:15).
ImplementaçãoPara o estabelecimento de um Minicentro
Ellen G. White é necessário uma área específica para
este propósito, um(a) diretor(a), e o material a ser
disponibilizado no centro. Cada um desses elementos é
descrito a seguir:
01. Área Específica
Cada Minicentro deve possuir uma área específica
Pr. Renato StencelDiretor do Centro White, Brasil
31Mantendo Viva a Visão |
(de preferência uma sala separada) para acomodar seus
móveis e equipamentos, incluindo estantes para livros,
mesas, arquivos para documentos e, possivelmente, um
computador para utilizar os CD-ROMs dos escritos de
Ellen G. White. Se o Minicentro está localizado em uma
igreja, essa área seria dentro das instalações da própria
igreja. No caso das escolas, essa área específica deveria
estar na biblioteca ou próximo a ela.
02. Diretor e Comissão AdministrativaSe o Minicentro está localizado em uma igreja, o
diretor desse centro deve ser indicado pela própria igreja,
em consulta com o Coordenador do Espírito de Profecia
da Associação/Missão local. A comissão administrativa do
Minicentro deve ser a comissão da igreja local. Nesse caso,
o presidente da comissão administrativa será o mesmo
presidente da comissão da igreja, que normalmente é o
pastor distrital. O Diretor do Centro de Pesquisas Ellen
G. White do Brasil, bem como o Secretário Ministerial e
o Coordenador do Espírito de Profecia da Associação/
Missão local são membros ex officio dessa comissão,
sempre que participarem de suas reuniões.
Se o Minicentro está localizado em uma
instituição educacional, o diretor do centro pode ser o
pastor/professor de Bíblia daquela instituição, o seu
bibliotecário, ou outra pessoa qualificada para a função.
A comissão administrativa do centro deve incluir o diretor
da escola, o seu tesoureiro, bem como o(s) professor(es)
de Bíblia da instituição, um ou mais pastores distritais,
e pelo menos um membro da igreja. O presidente da
comissão administrativa deve ser o diretor da escola,
e o secretário dessa comissão deve ser o diretor do
Minicentro. O Diretor do Centro de Pesquisas Ellen G.
White do Brasil, bem como o Departamental de Educação
e o Coordenador do Espírito de Profecia da Associação/
Missão a qual a escola pertence, são membros ex-ofício
dessa comissão, sempre que participarem de suas
reuniões.
03. Níveis e MateriaisOs Minicentros Ellen G. White serão classificados
de acordo com o seu respectivo acervo de materiais,
enquadrando-se em um dos três níveis mencionados a
seguir:
Nível Um: Neste nível básico, o Minicentro deve
possuir todas as publicações que constam na lista de
livros exigidos em português.
Nível Dois: Para atingir este nível, o Minicentro
deve possuir todos os livros de Ellen G. White disponíveis
em português; os seus livros em inglês ainda não
traduzidos para o português; os quatro volumes do
Comprehensive Index to the Writings of Ellen G. White; e
a obra biográfica de um volume intitulada Ellen G. White:
Woman of Vision, de Arthur L. White.
Nível Três: O Minicentro neste nível deve possuir
todos os livros de Ellen G. White disponíveis em português
e em inglês (com exceção das coleções de artigos
publicados em periódicos e dos volumes dos Manuscript
Releases); um computador multimídia contendo o CD-ROM
de Ellen G. White (em português ou em inglês); e a série
de quatro volumes Meeting Ellen G. White; Reading Ellen
White; Ellen White’s World; Walking with Ellen G. White, de
George R. Knight.
Confira a Lista no site: http://centrowhite.org
04. Recursos FinanceirosOs recursos financeiros para (1) a compra de
equipamentos necessários, (2) a formação do acervo de
materiais, (3) os custos operacionais do centro e (4) a
atualização do Minicentro são de inteira responsabilidade
da respectiva igreja local ou da instituição educacional a
qual o centro pertence.
05. Onde adquirir os materiaisAcesse o site e descubra como adquirir os
materiais do Centro White.
Credenciamento1. Baixe no site os formulários de abertura de
Minicentros Ellen G. White para igrejas ou escolas. Se
preferir, requisite os formulários através do correio,
telefone ou e-mail abaixo especificados:
Centro de Pesquisas Ellen G. White – Brasil
Centro Universitário Adventista de São Paulo
Caixa Postal 11
13165-970 – Engenheiro Coelho, SP
Telefone: (19) 3858-9033
Fax: (19) 3858-9025
E-mail: [email protected]
Site: www.centrowhite.org.br
32 | Mantendo Viva a Visão
2. Recebimento pelo Centro de Pesquisas Ellen G.
White do Formulário de Abertura preenchido, avaliação,
aprovação e definição do nível que o Minicentro será
classificado (nível um, dois ou três).
3. Após a aprovação do novo Minicentro, o diretor
do Centro de Pesquisas Ellen G. White, Dr. Renato Stencel,
enviará uma carta oficial estendendo-lhe as boas-vindas
e deixando-o ciente que esse Minicentro está oficialmente
cadastrado e credenciado pelo Centro de Pesquisas Ellen
G. White pelo prazo de um ano.
Obs.: A solicitação de recredenciamento deverá ser
enviada pelo Minicentro no início do mês de novembro,
juntamente com o relatório anual com informações
estatísticas específicas a respeito de suas atividades
para o Centro White e para o coordenador do Espírito de
Profecia da Associação/Missão local.
Um certificado passível de ser emoldurado será
concedido pelo Centro de Pesquisas Ellen G. White
do Brasil a todos os Minicentros que cumprirem as
exigências acima mencionadas. O nome e o endereço de
todos os Minicentros oficialmente credenciados serão
listados no website do Centro de Pesquisas Ellen G. White
do Brasil (www.centrowhite.org.br).
Curiosidades sobre Ellen G. Whitee sua vida
Anexo 1
33Mantendo Viva a Visão |
• Apesar de ter deixado a escola ainda nova,
Ellen White com a ajuda de Deus escreveu
muitos livros. No total, ela escreveu 100
livros, 160 panfletos e 25 milhões de palavras
aproximadamente.
• Temos 71 livros traduzidos para o português.
• O livro Caminho à Cristo está traduzido para
mais de 150 línguas.
• EGW teve duas mil visões e sonhos. A primeira
ocorreu em dezembro de 1844 e está relatada
no livro “Primeiros Escritos”.
• Sua visão mais longa durou cerca de 4 horas
e aconteceu em Randolph, ao Sul de Boston.
• Nessa ocasião, segurou acima da cabeça, por
20 minutos, uma bíblia pesando cerca de 8
quilos.
• A visão mais curta durou apenas alguns
segundos. É conhecida como a visão da
redinha de cabelo perdida.
• É a quarta autora mais traduzida da história
da literatura, e a escritora (do sexo feminino)
mais traduzida nos Estados Unidos.
• A altura de Ellen White era 1,55 m.
• William F. Albright, o arqueólogo mais
importante do século XX, reconheceu o
verdadeiro dom de profecia em Ellen G. White.
Pr. Dalney ReisLíder Distrital - Japiim
Anexo 2
34 | Mantendo Viva a Visão
CONDUZIDOS PELO ESPÍRITO
Ao lermos as palavras contidas em 2 Pedro 1: 20 e
21, “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia
da escritura provém de particular elucidação; porque
nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade
humana; entretanto, homens (santos) falaram da parte
de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. Não nos resta
outra opção, a não ser, defendermos de forma veemente,
que toda escritura é conduzida por Deus (Espírito
Santo). Na realidade, soprada theopneustos, por Ele.
Mas, o que significa ser “soprada por Deus”? Podemos
pensar na criação de Adão para obter uma sugestão.
Adão, o primeiro homem, foi “assoprado por Deus”, o que
significa que Deus havia literalmente assoprado vida
sobre ele. Deste modo, a vida de Adão era inspirada por
Deus. Foi por isso que ele se tornou alma vivente. A Bíblia
é chamada a palavra viva de Deus porque tem poder para
ensinar, convencer, corrigir e nos instruir sobre como
crescer na plenitude de Deus. A Bíblia é o pensamento de
Deus comunicado à humanidade.
Consequentemente, toda a profecia bíblica teve
sua origem no Espírito Santo. Não é difícil encontrarmos
vários textos na bíblia, onde seus autores, revelam essa
condução proveniente de um Ser Divino: “Disse Deus”,
Gên 1:3, “Então disse o Senhor a Moisés”, Ex.20:22,
“Assim diz o Senhor Deus”, Ez.3:11
Os antigos profetas, proviam um rosto humano
variado e identificável de Deus ao comunicar a mensagem
de salvação ao Seu povo. Essas mensagens podiam se
referir a eventos, tanto do passado, quanto do presente
ou futuro. As mensagens eram dadas para exortar,
instruir, consolar ou predizer o que aconteceria. O
principal trabalho de um profeta era revelar ao povo a
vontade de Deus. A pessoa não acorda um dia e decide
ser profeta, como em muitas religiões atuais. É comum
ouvirmos: “Eu profetizo em tua vida...” “eu determino...”.
Ser profeta é um chamado de Deus, como no caso de
Moisés. Ironicamente a relutância de Moisés em falar
diante do faraó revela um detalhe muito esclarecedor
sobre a obra de um profeta. A tarefa específica que
Moisés temia fazer está no centro do trabalho de um
profeta: servir de porta-voz divino, uma voz que liga a
vontade do Céu à Terra.
No passado, o Espírito Santo conduziu os seus
profetas. Logo cedo, Deus escolheu várias pessoas para
serem Seus profetas. Cada qual teve um trabalho diferente
a fazer, mas cada um pregou arrependimento e salvação.
Enquanto esteve aqui na terra, Jesus viveu e morreu
proclamando essa mesma mensagem. Sua ressurreição
encerrou o trabalho de redenção. Quando Jesus
retornou ao Céu, a primeira igreja cristã estava em fase
de formação, precisando de muita orientação especial,
conselho e encorajamento. Deus viu o que Seu povo
precisava. Então, enviou o Consolador. Posteriormente,
enviou uma mensageira especial, Ellen White, conduzida
pelo Espírito Santo para levar Sua palavra a uma igreja
inexperiente. Essa profetisa e os seus escritos, muito
nos tem ajudado a estar mais próximos do Senhor Jesus.
Alguns críticos questionam a posição da igreja em relação
a aceitação dos seus escritos.
Sendo assim a Igreja Adventista do Sétimo Dia,
através da Conferência Geral, preparou, em 1982, um
documento esclarecendo a relação da Bíblia e Ellen White:
Afirmações: “ Cremos que as escrituras são a palavra
divinamente revelada por Deus e são inspiradas pelo
Espírito Santo, que o cânon das Escrituras é composto
apenas pelos 66 livros do Antigo e do Novo testamento,
que as Escrituras são a palavra de Deus em linguagem
humana, que as escrituras ensinam que o dom de profecia
será manifesto na igreja cristã depois dos tempos do
Novo Testamento, que as Escrituras são o fundamento de
fé e a autoridade final em todos os assuntos de doutrina
e prática. Cremos que o ministério e os escritos de Ellen
Pr. Dalney ReisLíder Distrital - Japiim
Anexo 2
35Mantendo Viva a Visão |
White foram manifestação do Espírito do dom de Profecia,
que Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo e que
seus escritos, produto dessa inspiração, são aplicáveis
e autorizados, especialmente para os adventistas do
sétimo dia, que o propósito dos escritos de Ellen White
inclui orientação para entender o ensino das Escrituras e
a aplicação desses ensinos, com urgência profética, para
a vida espiritual e moral. Cremos que a aceitação do dom
profético de Ellen White é importante para a nutrição e
a unidade da Igreja, que o uso de fontes e assistentes
literários por parte de Ellen White tem paralelos em
alguns dos escritos da Bíblia. Negações: “Não cremos
que a qualidade ou grau de inspiração dos escritos
de Ellen White seja diferente do das escritura, ou que
seus escritos sejam um acréscimo ao cânon, ou que seus
escritos atuem como fundamento e autoridade final da fé
cristã ou possam ser usados como base de doutrina ou
para substituir o estudo das escrituras. Também não
cremos que as escrituras só podem ser entendidas por
meio dos escritos de Ellen White ou esgotem o significado
das escrituras. Não cremos que os escritos de Ellen
White sejam essenciais para a proclamação das verdades
das Escrituras à sociedade em geral. Não cremos que
seus escritos sejam o produto de mera devoção cristã e
também não cremos que o uso de fontes e assistentes
literários por parte de Ellen White negue a inspiração de
seus escritos.”
Se acreditamos que nos tempos Bíblicos homens
foram conduzidos pelo Espírito Santo para a proclamação
da verdade, se também acreditamos que Deus conduziu
Ellen White para auxiliar a igreja do Deus vivo... Como
então alcançarmos a graça de sermos diariamente
conduzidos pelo Espírito Santo?
Não temos dúvidas então, que, a Bíblia e os escritos
de Ellen White nos levarão a um verdadeiro entendimento
de como devemos buscar o Espírito Santo para a condução
de nossas vidas. A primeira dica da palavra de Deus está
no livro de II Crônicas 7:14, e diz assim: “Se o meu povo,
que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e Me
buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, Eu
os ouvirei dos Céus, perdoarei os seus pecados e sararei
a sua terra”.
Oração como a base de tudo, Leitura da Bíblia,
humilhação, abandono do pecado, são ações que abrem
portas para que o Espírito Santo possa habitar em nossa
vida. Outro ingrediente poderoso que está incluso neste
versículo que é a fé. Sem fé, é impossível agradarmos
a Deus. Acreditar na existência do Espírito Santo é o
primeiro passo. O Espírito Santo de fato é a terceira
pessoa da trindade, completamente Divino. (At.5:3, 4). Ele
estava presente na criação. (Gen 1:2 e Jó 33:4), Ele está em
todo o lugar, Ele é onipresente. (Sl.139: 7 a 10). Quando a
Bíblia fala do Espírito Santo (Deus), sempre está escrito
em letra maiúscula. Hoje, o Espírito Santo está presente
na vida do crente através dos dons Espirituais
O livro de Atos enfatiza particularmente a vinda
histórica do Espírito Santo no pentecostes, no entanto
não quer dizer que hoje em dia o Espírito Santo vem da
mesma maneira. “Cumpriu-se naquele dia a promessa de
Cristo de enviar o Espírito Santo à igreja; desde então, a
terceira pessoa da Trindade divina está presente na igreja
cristã como dom de Deus em Cristo”. O segredo, porém, é
que tanto no passado como no presente, dependemos de
oração para sermos conduzidos pelo Espírito Santo.
Quando olhamos para a igreja do Novo
testamento, verificamos que era uma igreja que estava
imersa na oração. “Acreditavam que, à medida que
juntos buscassem a Deus, receberiam “poder” ao descer
sobre eles o Espírito Santo.” Deus atendeu às orações
e o Espírito Santo desceu sobre eles poderosamente no
pentecostes, e quase três mil pessoas foram batizadas.
Os primeiros cristãos entendiam que o segredo do poder
estava na comunhão com Deus. “A oração abre nossa
vida ao poder purificador de Deus. Durante a oração, o
Espírito Santo examina nosso coração, vemos pecados
escondidos e defeitos em nosso caráter que nos impedem
de ser as testemunhas poderosas que Ele espera. A
oração nos leva a uma relação íntima com Jesus. Na
oração abrimos nossa mente à guia do Espírito Santo e
buscamos Sua sabedoria, e não a nossa”. A vida de nosso
Senhor Jesus Cristo, enquanto esteve neste mundo, era
uma vida inteiramente de oração.
Quando Jesus subiu ao Céu, Ele prometeu que nos
enviaria um consolador, a grande benção é que Ele disse
que o Consolador habitaria em nós. Ellen White nos diz:
“A obra do Espírito Santo é imensuravelmente grande.
É dessa fonte que, poder e eficiência vêm ao obreiro de
Deus; e o Espírito Santo é o Consolador, como a presença
pessoal de Cristo para a alma.” Se mantivermos uma vida
de oração, o Espírito Santo manter-se-á em nós. O Espírito
Santo quer ser o nosso professor particular, o nosso
Consolador diário, o nosso guia pessoal, o nosso protetor
que nos livra do mal.
Nosso maior perigo hoje é postegar nossa decisão
de purificar o nosso ser amanhã. “Hoje, se ouvirdes a
Sua voz, não endureçais o vosso coração”. Hb 3:7 e 8.
O batismo do Espírito Santo deve ser um pedido diário.
Quando Jesus andou neste mundo, nEle se manifestaram
essencialmente todos os dons do Espírito. Em seu
ministério, foram vistos os dons de ensinar, evangelizar,
curar e muitos outros. “Portanto, é verdade que, quando
Cristo vive em um crente por meio do batismo do Espírito
Santo, Ele passa a manifestar por meio do crente os
dons espirituais.” Essa é a maneira pela qual, podemos
compreender, que o Espírito Santo habita em nós.
REFERÊNCIAS
1. Ellen White, Atos do Apóstolos Cap. 42. Francis Nichol, Respostas a Objeções. 3. Dennis Smith, O batismo do Espírito Santo.4. Russell Burril, Como reavivar a igreja do Século 215. Tratado de Teologia, Cap. 4
36 | Mantendo Viva a Visão
o que Ellen White diz
sobre Colportagem e seleção de Colportores
Conheça todos os benefícios dotrabalho da Colportagem.Ligue para 092 2125-6909
092 8122-8578
Cuidado na seleção de obreiros — A obra da colportagem é
mais importante do que muitos a têm considerado, e tanto
cuidado e sabedoria devem ser usados em escolher obreiros
para ela como em escolher homens para o ministério. Moços
podem ser preparados para fazer melhor trabalho do que tem
sido feito e com muito menos remuneração do que muitos têm
recebido. Elevai a norma; e que os que são desprendidos e
abnegados, que amam a Deus e a humanidade, se unam ao
exército de obreiros. Que venham, não esperando facilidades,
mas para serem valorosos e de bom ânimo sob objeções e
contratempos. Venham os que podem dar um bom testemunho
de nossas publicações, por isso que eles mesmos apreciam
seu valor. — Testimonies for the Church 5:405, 406 (1885).
Os que sentem a responsabilidade do serviço — Visto como o
colportar com nossa literatura é uma obra missionária, deve ser
executada de um ponto de vista missionário. Os que são
escolhidos como colportores, devem ser homens e mulheres
que sintam a responsabilidade do serviço, cujo objetivo não
seja conseguir lucros, mas proporcionar luz ao povo. Todo o
nosso serviço deve ser feito para a glória de Deus, a fim de dar
a luz da verdade aos que estão em trevas. Os princípios
egoístas, o amor ao ganho, à dignidade ou à posição, não
devem ser mencionados nenhuma vez entre nós. —
Testemunhos Selectos 2:536 (1900).
Quero Colportar
Trabalhar com vigor, pregar com amor. Venha ser um evangelista da página impressa.
NOME COMPLETO: ____________________________________________________________
ENDEREÇO: ________________________________________________________________
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TELEFONE: (___) _____________________ TELEFONE COMERCIAL: (___) ____________________
E-MAIL: ________________________________________________________
IGREJA: _____________________________ DISTRITO: ______________________________
Preencha este cupom e entregue para seu pastor distrital ou para a organização do Concílio.
Quer ter uma coleção dessapor quase metade do preço?É simples, é fácil, saiba como a seguir...
Quero comprar a Coleção.
R$ 799,00à vista
Existem três formas de adquirir a coleção completa do Espírito de Profecia:
1 – No site da Casa Publicadora Brasileira2 – Na Loja do SELS3 – Na Casa Aberta
Esta coleção está sendo comercializada pelo valor de: R$ 1543,40
A ACeAm pensando em você e na relevância desses livros em sua casa, está promovendo o programa Coleção White 100. Este programa surgiu para você que sabe da importância de ter uma coleção dessa em sua casa.
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QUANTAS COLEÇÕES: _______________ DATA DO PAGAMENTO: ____/_____/______
FORMA DE PAGAMENTO: Dinheiro Cartão
Como funciona?
1 – Preencha o canhoto abaixo e destaque, entregando para a
direção de publicações da ACeAm;
2 – Você terá até o dia 30 de Julho de 2014 para efetuar o
pagamento na ACeAm, o mesmo poderá ser feito à vista, ou
dividido em até 6 vezes no cartão de crédito.
3 – A Coleção chegará na ACeAm até o dia 30 de Novembro e
poderá ser retirada por você na Loja do SELS ou por seu Pastor
Distrital.
4 – O preço da coleção será de R$ 849,00 para quem realizar o
pagamento no cartão de Crédito e R$ 799,00 para quem
realizar o pagamento à vista.
5 – Esta coleção contém 46 livros.
OBSERVAÇÃO
Para que a Coleção completa fique neste preço, será necessário que no
mínimo 100 pessoas adquiram-na dentro do período estipulado, caso
contrário, devolveremos o dinheiro integral de quem já tiver realizado o
pagamento e cancelaremos a oferta especial oferecida pelo programa,
portanto, só depende de você!
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MeticulosoPersuasivoOusado
Competitivo
ObedienteRacionalInovador
Lógico
EleganteDisciplinadorGregário
Dinâmico
EmpáticoMedrosoAfável
AnalíticoExploradorPaciente
Aventureiro
CompreensivoAmigávelVigoroso
Polido
PreocupadoConvincenteGentil
Descobridor
EloquentePerseveranteTeorizador
Sério
Bom RedatorAtraenteReservado
Estruturador
Bem HumoradoAmávelAssertivo
ExigenteEmpolganteAvaliador Despretencioso
DescontraidoSofisticado
Religioso
Bem QuistoJulgador
IntuitivoZeloso
Técnico
PrestativoAudaz
RespeitosoDiplomático
Popular
EmotivoCuidadoso
SatisfeitoTolerante
Persistente
PráticoHolístico
EstimadoPassivo
Corajoso
TáticoBem Educado
DespreocupadoMagnânimo
Muita Iniciativa
CríticoCinestésico
PlanejadorIntegrador
Harmonioso
InteressanteLeal
ConscienciosoInvestigador
Atencioso
ConvencionalSeguro de Si
LADO APPD - Pesquisa de Potencial e Desempenho
InstruçõesMarque as palavras abaixo que, no seu enteder, descrevem como os outros querem que você atue no seu ambiente
profissional.
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Escapista
ModestoEquilibrado
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OrdenarConfiável
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TranquiloDevoto
FinancistaCaridoso
Alegre
EspirituosoObstinado
Elaborar ConceitosDetalhista
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