Download - Saussure - estruturalismo
Conceitos Básicos de Linguística���
Com SAUSSURE até os dias de hoje
Maria José B. Finatto UFRGS www.ufrgs.br/textecc
Alerta: Este material foi produzido em 2012 para alunos da disciplina Conceitos Básicos de Linguística do Curso de Letras da UFRGS –
do primeiro semestre do curso. Algumas simplificações, por isso, foram
propositais
Tema enorme!!
Contribuições de
Saussure para ...
A noção de valor: o melhor
DEPOIS VAMOS VER O VÍDEO!!!
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=WiURWRFcQsc#!
Linguística: Sempre do começo
Ferdinand de SAUSSURE Nasc.: Novembro 26, 1857 - Genebra, Suíça Morte: Fevereiro 22, 1913
Antes de SAUSSURE: metodologias para comparar diferentes línguas para chegar a uma língua “original” ou ancestral language. Archeology of words.
Pontos essenciais em Saussure Linguagem[langage]
langue parole
langue = a porção sistemática/ a dimensão social
parole = realizações idiossincráticas/ individual/atos de fala/utterances
Parole nos mostra como/o que a langue pode ser! – dimensão concreta vs abstrata
O objeto da Ciência Linguística
Inovações de Saussure
DOG
PERRO
CACHORRO
CÃO
HUND
Este cão é um lindo filhote.
Arbitrariedade
conexões
Langue é um sistema de estruturas!
animal
amigo
mascote
substituições
Conhecidas como: relações paradigmáticas e sintagmáticas
Por que Saussure ainda é importante?
Ele fundou um novo modo de encarar a linguagem
O Cours de linguistique generale , reconstrucão de suas idéias a partir de notas de seus alunos*, após sua morte em 1913, funda uma moderna teoria linguística via ruptura com o estudo em abordagem histórica e comparativista.
Essa reconstrução tem lá seus vários
problemas..
Fundamentos em Saussure
Signo – uma palavra não é a coisa real que ela refere
Sistema – signos linguísticos e suas relações – uma palavra é o que outra não é... E é definida por suas diferenças com outras – sinônimos não existem !
Arbitrariedade Naturalmente, há várias críticas a essa perspectiva..
O que é um sistema?
Um conjunto de elementos com relações mútuas
Língua [Langue] = um sistema de diferences em relação mútua
Prosseguindo...com Saussure: dicotomias Langue/Parole Significado/significante Paradigmático/sintagmático relações* Sincronia/diacronia O conteúdo de uma palavra/forma de uma palavra Escrita e fala Língua Real / língua como um objeto científico arbitrariedade total e arbitrariedade relativa
Nada disso parecia ter existido algum dia durante o episódio...
Problemas? Da Linguística... o Cours de linguistique generale
Charles Bally e Albert Sechehaye foram apenas organizadores do volume
com notas dos alunos de Saussure... eles próprios não estavam na aula ! Assim, o Curso pode ser entendido como
uma coleção de notas e impressions sobre o que ele teria dito..
Há manuscritos...feitos por Saussure... “ o original” COMO ISSO ECOA/ECOOU?
Positiva ou negativamente?
Anos 50-60: novas tendências na/para A* linguística* Chomsky: 'Syntactic Structures‘. A a new paradigm linguistics: empiricism left the scene and with it the support of the work based on corpora.
A língua na mente-cérebro A língua que sai da boca vs a língua que está na cabeça
competência/desempenho/uso
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A Linguística é confusa (variada)? Cuidado…não esqueça que
Linguística NÃO é Gramática NORMATIVA 14
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QUAL O IMPACTO DISSO TUDO? CONSIDERE:
O RECENTE EPISÓDIO DO LIVRO DIDÁTICO PARA EJA ( ENSINO DE ADULTOS) E SUA REPERCUSSÃO MASSACRANTE NA REVISTA VEJA ...
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Pelo jeito, ninguém NUNCA OUVIU FALAR DISSO!?
(RE)evoluções – os anos 60-70 60´s: O conceito de língua-estrutura é reinterpretado em
um conjunto mental de estruturas (chomskyan revolution) Langue: competência, um sistema na mente, um sistema
homogêneo Parole: performances, um sistema heterogêneo
Há uma estrutura profunda sob usos (utterances). Esse nível profundo é o núcleo que interessa descrever
Uma primeira virada para a Linguística – performances não são elementos supérfluos. Os usos – são a chave para conhecer e descrever o conhecimento e a habilidade de usar uma/qualquer língua.
80´s: Linguistíca Sistêmic-Funcional, origem na tradição intelectual européia.
Revisitando idéias de Saussure.
Desde Saussure (1913) – a Firth (1950-60)
Valor Linguístico: Uma palavra é justamente aquilo que outra palavra
não pode ser.
regras = a gramática da língua
peças = as palavras
Grupos Neo-firthianos
Firth, J.R (1890-1960) - Systemic-Functional theory
Insistência no estudo de sons e significados
em contextos
Language in the mind versus language in real usages
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ECOS DE SAUSSURE
Vários autores têm retomado as idéias de SAUSSURE ( no CLG ou nos Escritos) e as REDIMENSIONAM
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Firth: ‘You shall know a word by the company it keeps’
Firth rejeita qualquer tipo de distinção entre b ‘langue’ e ‘parole’ ( cf *Saussure = CLG)
ou também entre ‘competence’ e ‘performance’ (cf
*Chomsky ), porque, para Firth, a língua não é um sistema
autônomo, tampouco deve ser vista como um sistema mental.
Mais idéias de FIRTH...
‘One of the meanings of night is its collocability with dark’ (Firth, 1957:196)
Firth’s ‘contextual theory of meaning’
Neo-firthianos
Collocation must be observed within a reasonably large sample of natural language’ (Sinclair and Jones1974/1996: 23)
‘What I hoped to do was to model each system not just as‘choose a or b or c’, but as‘choose a or b or c with a certain probability attached to each. In other words, ... An inherent property of any linguistic system is the relativ probability of its terms.’ (Halliday, 1993: 3)
Como essa(s) linguísticas repercutem?
Não repercutem - à medida de Linguística ainda é sinônimo de GRAMÁTICA NORMATIVA
Repercutem à medida que Linguística é algo estranho ao ambiente de ensino - professores estudam Linguística mas não são linguistas ou não se sentem como tal.
COMO FAZER ALGO A RESPEITO? Tornando visíveis resultados de estudos/trabalhos de DIFERENTES PERSPECTIVAS
Um exemplo...
Quando se usa to BEGIN ou to START num texto em inglês?
Saussure: sinônimos não existem - valor linguístico.
Reforço: Biber, Douglas, Susan Conrad, and Randi Reppen. Corpus linguistics - Investigating language structure and use. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.
E o que dizem as gramáticas e dicionários?
Confiamos no texto (como um corpus, seja de fala ou de escrita)?
Firth Sinclair Saussure Chomsky Halliday
Labov Stubbs
O xadrez da língua é um jogo complexo !
Estavam estimulando as crianças a escrever ERRADO!! (Episódio VEJA)
Foi isso mesmo?
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Linguagem e TECNOLOGIAS
✦ Variacionismo: observações sobre REGRAS VARIÁVEIS - sistemáticas (LABOV)
✦ Linguística de Corpus - a verdade está no corpus
✦ Processamento da Linguagem Natural (PLN)
✦ Recursos de tradução automática/ internet
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Colaborações para melhorar o quadro; vamos conhecer
outras faces da Linguística! ✦ BENVENISTE ON-LINE
✦ CORPORA ACESSÍVEIS PARA O PROFESSOR E ALUNO usarem em AULA
✦ www.ufrgs.br/textecc
✦ Benveniste on-line/ PorPopular/ PorlexBras
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Projeto PorPopular
✦ Padrões do texto/ léxico do jornalismo POPULAR brasileiro
✦ site com ferramentas para explorar o USO de palavras.
✦ Veja em http://www.ufrgs.br/textecc/porlexbras/porpopular/
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Jornal POPULAR
✦ Preconceito?
✦ Acesso à leitura
✦ Novo SEGMENTO/Padrão
✦ Texto simplificado para públicos classe C e D
✦ Diário Gaúcho = 170 mil exemplares dia, compartilhamento por 5 pessoas.
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Para encerrar...
✦ Para o público de alunos e professores - envolver professores do Ensino Médio e Fundamental com a pesquisa acadêmica.
✦ Para estudantes de Linguística (s): mostrar as suas UTILIDADES/validades.
✦ Para o mundo “leigo”: o que é Linguística?
Algumas referências 1. BERBER SARDINHA, T (2004) Lingüística de Corpus. Barueri: Manole.
2. BERBER SARDINHA, T (2005) A língua portuguesa no computador. Campinas:Mercado de Letras.
3. BERBER SARDINHA, T. (2007) Corpus. 1a. Escola Brasileira de Lingüística Computacional, USP, São Paulo, SP. PPT Presentation http://www2.lael.pucsp.br/~tony/temp/publications/2007_ebralc_corpus.pdf
4. BIBER, Douglas, Susan Conrad, and Randi Reppen. (1998) Corpus linguistics - Investigating language structure and use. Cambridge: Cambridge University Press.
5. Firth- (1957). ‘A synopsis of linguistic theory, 1930-1955’. In J.R. Firth et al. Studies in Linguistic Analysis. Special volume of the Philological Society. Oxford: Blackwell.
6. Halliday, Michael A. K. (1991). Corpus studies and probabilistic grammar. In Karin Aijmer & Bengt Altenberg (Eds.), English Corpus Linguistics: Studies in honour of Jan Svartvik (30-43). London: Longman.
7. Halliday, Michael A. K. (1993). Quantitative studies and probabilities in grammar. In Michael Hoey (Ed.), Data, description, discourse (1-25). London: HarperCollins.
8. Sinclair, J. M. e S. Jones. English lexical studies. OSTI Report. University of Birmingham, Birmingham. 1970
9. Sinclair, J. M. Trust the Text -- Language, Corpus and Discourse. London: Routledge, 2004.