Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social
Gerência de Projetos e CapacitaçãoCentro Universitário Tabosa de Almeida (ASCES-UNITA)
Seminário
Jair Brandão de Moura Filho
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE
Secretaria Executiva de Atenção a Saúde
Diretoria de Políticas Estratégicas
Coordenação de Saúde Integral da População LGBT
Saúde Integral LGBT e as Conferências de Saúde
Desde a 12ª Conferência Nacional de Saúde (Brasil, 2004), realizada em 2003, o tema dos
direitos LGBT vinha sendo pautado pelo SUS e, em 2007, na 13ª Conferência Nacional de
Saúde (Brasil, 2008), a orientação sexual e a identidade de gênero são incluídas na análise da
determinação social da saúde. Algumas recomendações emanam desta conferência:
- A sensibilização dos profissionais a respeito dos direitos de LGBT, com inclusão do tema da
livre expressão sexual na política de educação permanente no SUS;
- A inclusão dos quesitos de identidade de gênero e de orientação sexual nos formulários,
prontuários e sistemas de informação em saúde;
- A ampliação da participação dos movimentos sociais LGBT nos conselhos de saúde;
- O incentivo à produção de pesquisas científicas, inovações tecnológicas e compartilhamento
dos avanços terapêuticos;
- A garantia dos direitos sexuais e reprodutivos e o respeito ao direito à intimidade e à
individualidade;
- O estabelecimento de normas e protocolos de atendimento específicos para as lésbicas e
travestis;
- A manutenção e fortalecimento ações da prevenção das DST/AIDS, com especial foco nas
populações LGBT;
- O aprimoramento do Processo Transexualizador;
- A implementação do protocolo de atenção contra a violência considerando a identidade de
gênero e a orientação sexual.
Portaria nº 2.836/2009
(Ministério da Saúde)
Institui a Política Nacional de
Saúde Integral de LGBT - Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS), com o
objetivo geral de promover a saúde
integral da população LGBT,
eliminando a discriminação e o
preconceito institucional e
contribuindo para a redução das
desigualdades e para consolidação
do SUS como sistema universal,
integral e equitativo.
As determinações da 7ª Conferência Estadual de Saúde acerca da inclusão da
orientação sexual e da identidade de gênero na análise da determinação social da
saúde;
As deliberações da II Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos
Humanos LGBT de Pernambuco;
As deliberações do I Seminário Estadual de Saúde Integral da População LGBT no
Controle Social – “Saúde Integral para População LGBT”;
Aprovação da Política de Saúde Integral da População LGBT no Pleno Ordinário
Nº 451 do Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco em 04 de fevereiro de
2015;
Aprovação da Política de Saúde Integral da População LGBT na CIB – Comissão
Intergestores Bipartite de PE – Resolução Nº 2.781 de 13 de julho de 2015.
Considerando:
A Política Estadual de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais, publicada através da
Portaria SES/PE Nº 060 de 11 de março de 2015, representa um
dos eixos prioritários da Secretaria Estadual de Saúde do Estado
de Pernambuco, objetivando a qualificação dos níveis de atenção,
a equidade na atenção à saúde para esta população e contribuição
para a produção de conhecimento sobre a saúde integral LGBT
com desenvolvimento do protagonismo social desta conquista.
Pernambuco foi o primeiro Estado do País a implantar Política
e criar uma Coordenação Estadual específica de Saúde Integral
para pessoas LGBT.
GERAL
Promover a saúde integral da população LGBT no Estado de
Pernambuco.
ESPECÍFICOS
I – Apoiar a implantação e implementação da Política Estadual de Saúde Integral
LGBT no âmbito dos municípios;
II - Atuar na eliminação do preconceito e da discriminação da população LGBT
nos serviços públicos e privados de saúde;
III – Ampliar e qualificar a rede de serviços do SUS para a atenção e o cuidado
integral à saúde da população LGBT garantindo às pessoas o respeito e a prestação
de serviços de saúde com qualidade e resolutividade de suas demandas e
necessidades;
OBJETIVOS
IV - Garantir acesso ao processo transexualizador na rede Estadual, a partir do
aperfeiçoamento das tecnologias - para mulheres e homens - nos moldes
regulamentados;
V - Oferecer atenção e cuidado à saúde contemplando todos os ciclos de vida da
população LGBT;
VI - Garantir os direitos sexuais e direitos reprodutivos da população LGBT no
âmbito do SUS;
VII – Garantir o uso do nome social das travestis e transexuais femininas e
masculinos, nos serviços públicos e privados de saúde, de acordo com a Carta dos
Direitos dos Usuários da Saúde e do Decreto Estadual nº 35.051, de 25 de maio de
2010;
VIII - Contribuir para a participação de representações da população LGBT nos
espaços de controle social, como nos Conselhos e Conferências de Saúde, dentre
outros;
Atenção à Saúde
I - Reduzir danos à saúde da população LGBT no que diz respeito ao uso excessivode medicamentos, drogas e fármacos, especialmente para travestis e transexuais;
II - Reduzir os problemas relacionados à saúde mental, drogadição, alcoolismo,depressão e suicídio entre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, atuandona prevenção, promoção e recuperação da saúde;
III - Prevenir novos casos de cânceres ginecológicos (cérvico uterino e de mamas)entre lésbicas e mulheres bissexuais e garantir o acesso ao tratamento qualificado;
IV - Prevenir novos casos de câncer de próstata entre gays, homens bissexuais,travestis e transexuais e ampliar acesso ao tratamento;
EIXOS DE ATUAÇÃO
V - Qualificar a informação em saúde no que tange à coleta, ao processamento e à análise
dos dados específicos sobre a saúde da população LGBT, bem como incluir nos prontuários
clínicos, nos documentos de notificação de violência da Secretaria de Vigilância em Saúde
do Ministério da Saúde (SVS/MS) e nos demais documentos de identificação e notificação
do SUS a orientação sexual e a identidade de gênero, incluindo os recortes étnico-racial e
territorial;
VI - Monitorar, avaliar e difundir os indicadores de saúde e de serviços para a população
LGBT, contemplando orientação sexual e identidade de gênero, incluindo os recortes étnico-
racial e territorial;
VII - Garantir atenção integral na rede de serviços do SUS para a população LGBT nas
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), especialmente com relação ao HIV, Aids e às
Hepatites Virais;
VIII - Promover, junto às Secretarias de Saúde municipais, ações de vigilância, prevenção e
atenção à saúde nos casos de violência contra a população LGBT, de acordo com o
preconizado pelo Sistema Nacional de Notificação Compulsória de Agravos;
Vigilância em Saúde
IX - Incluir ações educativas nas rotinas dos serviços de saúde voltadas à promoção da autoestimaentre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e à eliminação do preconceito pororientação sexual, identidade de gênero, raça, cor e território, para a sociedade em geral;
X - Realizar estudos e pesquisas relacionados ao desenvolvimento de serviços e novas tecnologiasvoltados às necessidades de saúde da população LGBT;
XI - Incluir o tema do enfrentamento às discriminações de gênero, orientação sexual, raça, cor eterritório nos processos de educação permanente dos gestores, trabalhadores da saúde eintegrantes dos Conselhos de Saúde;
XII - Incluir conteúdos relacionados à saúde da população LGBT, com recortes étnico-racial e
territorial, no material didático usado nos processos de educação permanente para trabalhadores
de saúde;
XIII - Apoiar os movimentos sociais organizados da população LGBT para a atuação e a
conscientização sobre seu direito à saúde e a importância da defesa do SUS;
XIV - Disseminar o conteúdo desta Política Estadual de Saúde Integral LGBT entre os integrantes
dos espaços de controle social, tais como os Conselhos Estadual e Municipais de Saúde.
Educação em Saúde
Macrorregião 1:
I Região de Saúde: Cabo de Santo Agostinho; Jaboatão dos Guararapes (Núcleo da Diversidade, Conselho
Municipal LGBT e Saúde LGBT); Olinda; São Lourenço da Mata; Recife (Gerência de Livre Orientação Sexual,
Centro de Cidadania LGBT e Política Municipal de Saúde Integral LGBT).
II Região de Saúde: Paudalho (Coordenação LGBT e Conselho Municipal LGBT).
Macrorregião 2:
IV Região de Saúde: Caruaru (Assessoria LGBT e GT Municipal de Saúde Integral LGBT)
Macrorregião 4:
VII Região de Saúde: Belém de São Francisco (Coordenação LGBT, Conselho Municipal LGBT e Centro de
Referência Municipal contra Homofobia)
Macrorregiões com Equipamentos Públicos Municipais para
população de LGBT
Portaria nº 1.820/2009
(Ministério da Saúde)
Dispõe sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde
Art. 4º. Toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado e acolhedor,
realizado por profissionais qualificados, em ambiente limpo, confortável e
acessível a todos.
Parágrafo único: É direito da pessoa, na rede de serviços de saúde, ter
atendimento humanizado, acolhedor, livre de qualquer discriminação, restrição
ou negação em virtude de idade, raça, cor, etnia, religião, ORIENTAÇÃO
SEXUAL, IDENTIDADE DE GÊNERO, condições econômicas ou sociais,
estado de saúde, de anomalia, patologia ou deficiência, garantindo-lhe:
I - identificação pelo nome e sobrenome civil, devendo existir em todo
documento do usuário e usuária um campo para se registrar o NOME
SOCIAL, independente do registro civil sendo assegurado o uso do nome de
preferência, não podendo ser identificado por número, nome ou código da doença
ou outras formas desrespeitosas ou preconceituosas.
Decreto nº 35.051/2010
Governo do Estado de Pernambuco
Dispõe sobre a inclusão e uso do nome social das
TRAVESTIS e TRANSEXUAIS nos registros estaduais
relativos a serviços públicos prestados no âmbito da
administração pública estadual direta, autárquica e fundacional,
e dá outras providências.
Garante-se às/aos SERVIDORES/AS PÚBLICOS/AS, no
âmbito da administração pública estadual direta, autárquica e
fundacional, o uso do NOME SOCIAL adotado por travestis e
transexuais, que deve ficar restrito à identificação funcional
de uso interno do órgão gestor.
Dispõe sobre a inclusão e uso do nome social de Gays,
Lésbicas, Travestis e Transexuais no âmbito da
administração direta e indireta.
Decreto nº 003/2014
Município de Belém do São Francisco
Decreto nº 050/2014
Município de Caruaru
Dispõe sobre a inclusão e uso do nome social de pessoas
travestis e transexuais nos registros municipais relativos a
serviços públicos prestados no âmbito da administração
direta e indireta.
NOTA TÉCNICA 18/2014 – Ministério da Saúde
O Núcleo Técnico do Cartão Nacional de Saúde tem recebido diversos questionamentos sobre a
impressão de Cartão Nacional de Saúde - CNS com Nome Social. No sentido de esclarecer e orientar
gestores da saúde e os operadores do Sistema CADSUS Web responsável pelo cadastramento de
usuários do SUS, este Núcleo
Técnico informa que o preenchimento do campo "Nome Social/ Apelido - e a impressão do Cartão
Nacional de Saúde - CNS somente com o nome social, já pode ser realizado desde julho/2013.
Impressão de CNS com destaque do Nome Social em atendimento a solicitação dos representantes
do movimento social das pessoas TRANS (Travestis e Transexuais). Neste caso, os campos Nome e
Sexo serão omitidos, sendo impressos apenas os dados de Nome Social/ Apelido, Data de
Nascimento, Número do CNS e Código de Barras, conforme abaixo:
SICLANA DE TAL
Data N a s c : 01/01/1900
000 0000 0000 00
Nome Social no SUS
Sendo assim, importa destacar que o DESRESPEITO AO NOME SOCIAL
das travestis e transexuais no âmbito do SUS significa:
Violação da Portaria nº 1.820/2009 do Ministério da Saúde e da
Portaria nº 233/2010 do Ministério de Planejamento Orçamento e
Gestão
Possível abandono de tratamento pelo/a usuário/a ou desistência de
exercer emprego/cargo pelo/a servidor/a pública
Afastamento completo do/a usuário/a de uma assistência de saúde
qualificada
Violação do DIREITO À SAÚDE e dos demais DIREITOS HUMANOS
Equipamentos no Estado voltadas para população de LGBT
- Comissão de Direitos Homoafetivos do Ministério Público de Pernambuco
- Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT;
- Coordenadoria Estadual LGBT de PE - SDSCJ;
- Coordenação Estadual de Saúde Integral da População LGBT de PE – SES;
- Comitê Técnico Estadual de Saúde Integral LGBT;
- Grupo Técnico da SDS sobre LGBT;
- Comitê Interinstitucional Pró-Lésbicas e Mulheres Bissexuais de PE/CIPLMB – Secretaria da Mulher
- Centro Estadual de Combate à Homofobia – SJDH;
Espaço de Acolhimento e Atendimento às Pessoas Trans (Espaço Trans) – HC/UFPE (Processo Transexualizador e cirurgia de
transição de gênero - Oferece acompanhamento ambulatorial (Endocrinológico, Psiquiátrico, Psicológico, Fonoaudiológico, Ginecológico,
Assistência Social). Faz o acompanhamento pré/pós cirúrgicos (Vaginoplastia / Faloplastia / Histerectomia / Mastectomia);
- Diretoria LGBT (UFPE/PE);
-Ambulatório para LBT (Lésbicas, Mulheres Bissexuais e Transexuais transgenitalizadas) no Hospital da Mulher de Recife);
- Coordenação de Atenção à População LGBT Privada de Liberdade (GAPSN-SERES/PE);
- Atendimento ambulatorial aos transexuais masculinos (CISAM/UPE).
Fluxo de Acesso ao Espaço Trans (HC)
1. Agendamento de Consultas Especializadas:
- O/a usuário/a que tiver interesse em acompanhamento no Processo Transexualizador
e cirurgia de transição de gênero (mastectomia, histerectomia, próteses de mamas e
Transgenitalização) deverá dirigir-se a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ou a
Gerência Regional de Saúde (GERES);
- A SMS ou a GERES (apoiadora de regulação) deverá inserir a referida solicitação
no sistema informatizado de regulação ambulatorial – CMCE e procederá o
agendamento da consulta no Espaço Trans do Hospital das Clínicas (HC);
- A SMS ou a GERES (apoiadora de regulação) será responsável por informar a/o
usuário/a data e horário agendado para primeira consulta;
- O HC confirma a presença do/a usuário/a, via sistema e realiza atendimento;
- A GERES, também via sistema, será responsável pelo monitoramento de
desempenho do prestador;
2. Agendamento de Exames de Apoio Diagnóstico, Interconsultas,
Cirurgias e Consultas Subsequentes:
- O/a usuário/a atendido no Espaço Trans (HC), com encaminhamento para algum
exame de apoio diagnóstico, interconsulta, cirurgia ou consulta subsequentes a serem
realizados dentro do próprio HC, deverá dirigir-se à recepção da unidade para
agendamento;
- O paciente comparecerá no dia e horário agendado para realização do procedimento;
- O HC confirmará a presença do/a usuário/a, via sistema e realiza atendimento;
- A GERES, também via sistema, será responsável pelo monitoramento de
desempenho do prestador.
Observação:
- As demandas do sistema carcerário deverão ser encaminhada as respectivas (GERES)
para agendamento. No caso específico da I GERES, a demanda deverá ser encaminhada
a Gerência de Regulação Ambulatorial (GRAMB);
- O HC terá o perfil de solicitante e executante para atender a demanda espontânea.
Em processo de construção...
- Protocolo de Dispensação de hormônios (Valerato de Estradiol e Acetato de
Ciproterona) para transexuais transgenitalizadas;
- Discussões e articulações sobre a criação de uma Rede de Assistência as pessoas
trans no estado.
Fluxo de Acesso ao Ambulatório LBT (Hospital da Mulher do Recife)
Agendamento de Consultas:
- As usuárias lésbicas, bissexuais e transexuais transgenitalizadas que tiverem
interesse em utilizar o Ambulatório LBT deverá dirigir-se a Unidade de Saúde do
seu bairro e solicitar a marcação via regulação;
- Serviços oferecidos: Ginecologia (segundas e quartas feira); Serviço Social,
Psicologia e Nutricionista (diariamente).
Discriminação e Preconceito X Acesso à Saúde
As pessoas LGBT são alvos de brincadeiras de mau gosto e maus tratos,frequentemente hostilizados na família, na escola e nos espaços públicos.Casos de violência fisíca e psicológica, motivados por preconceito e violaçõesde direits, são acontecimentos comuns nas suas vidas.
A pouca experiência dos serviços de saúde em relação a população de LGBTconstitui uma barreira aos cuidados em saúde desta população.
Criar condições favoráveis às necessidades de saúde das pessoas LGBT significa romper resistências de usuários/as e de profissionais de saúde, dentro e fora das unidades de saúde.
As práticas de cuidado devem partir do reconhecimento do direito àorientação sexual e à identidade de gênero de todas as pessoas.
Cuidar da saúde da população de LGBT faz parte da luta por um SUS integral,equânime e universal.
OBRIGADO!
Jair Brandão de Moura Filho
Secretaria Executiva de Atenção à Saúde
Diretoria de Políticas Estratégicas
Coordenação de Saúde Integral da População LGBT
E-mail: [email protected]
Fone: 3184-0436 / 99861-9690
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Gerência de Projetos e Capacitação
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Telefone: 81 3183 0702
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E-mail: [email protected]: (081) 2103-2096