Simbolismo e Metodologia de Design no desenvolvimento de livro infantil de temática religiosa
Symbolism and Design Methodology in development of children's Book of religious thematic
ResumoO presente artigo apresenta a aplicação do método de projeto em design elaborado
pelo designer e artista italiano Bruno Munari na concepção e elaboração do projeto
gráfico de um livro infantil ilustrado, de temática religiosa, cujo foco é a apropriação
por parte de crianças a partir dos 03 anos de idade quanto ao significado dos
símbolos e ícones tradicionais característicos da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia.
Para isso, foi realizada uma revisão de literatura compreendendo os aspectos
relacionados ao contexto de encontro e convergência entre simbolismo,
religiosidade, design e literatura infantil, dando base para subsequente aplicação das
12 etapas propostas pelo método. Como resultado, foi desenvolvido um e-book
ilustrado em parceria com a comunidade da Igreja Sirian Ortodoxa em São Luís,
composto de páginas de conteúdo catequético e interativo, demonstrando a eficácia
do método no desenvolvimento de projetos multidisciplinares.
Palavras-chave: Metodologia de projeto, Livro ilustrado, Igreja Sirian Ortodoxa.
AbstractThis article introduces the application of the project method in design elaborated by
the designer and Italian artist Bruno Munari in the conception and elaboration of the
graphic design of a religious-thematic book, whose focus is the symbolic
appropriation by children from of the 03 years of age as to the meaning of traditional
symbols and icons characteristic of the Syriac Orthodox Church of Antioch. For this,
a literature revision was conducted comprising the aspects related to the context of
encounter and convergence between symbolism, religiosity, design and children's
literature, giving the basis for subsequent application of the 12 steps proposed by the
method. As a result, a illustrated e-book was developed in partnership with the
community of the Siriac Orthodox Church in São Luís, composed of pages of
catechetical content and interactive, demonstrating the effectiveness of the method in
the development of multidisciplinary projects.
Keywords: Design Methodology, Illustrated book, Syriac Orthodox Church
1. Introdução
As religiões e suas complexas relações com a humanidade sempre
apresentaram-se como um fenômeno comum e determinante à história registrada
através dos séculos, tendo e ainda sendo normativas em diversas sociedades e,
sempre, direta ou indiretamente presente no cotidiano das pessoas. Nesse contexto,
é comum observar que, ainda nos primeiros anos de vida, muitas crianças são
indiretamente expostas ou sistematicamente apresentadas à uma riqueza de
símbolos religiosos de acordo com o grupo no qual estão inseridas, valendo-se estes
de suas próprias experiências particulares, como a frequência a um determinado
tempo ou o uso de algum objeto ou símbolo religioso como adorno, até a exploração
de toda gama de ferramentas midiáticas como filmes, livros, revistas e a internet em
suas diversas sub ferramentas.
No tocante as publicações impressas, as estatísticas mostram que é grande e
crescente a quantidade de livros cuja temática religiosa é a pauta principal das
publicações. Tal afirmação pode ser constatada tomando como exemplo o Brasil,
cuja diversidade religiosa é parte inerente de sua formação histórica e social, ainda
que historicamente determinados grupos confessionais tenham se sobreposto a
outros em função da própria conjuntura social vigente. Dados de 2015 demonstram
que 16,24% dos exemplares impressos no país foram de temática religiosa
(DEAECTO, 2016), abrangendo um leque variado de religiões, o que reflete o
contínuo processo de equilíbrio confessional, ainda que majoritariamente cristão.
Observa-se, contudo, um permanente declínio geral nas vendas de livros impressos
no país, que em 2016 apresentou, segundo Colombo (2017), queda de 10,8% em
comparação ao ano anterior, causando preocupação com o futuro do mercado,
sobretudo por estar circunscrito em um cenário de crise em diversos setores,
especialmente o econômico. Tal cenário, no entanto, não é acompanhado pelo
contexto dos livros de temática religiosa, que continuam no ápice da preferência dos
leitores brasileiros.
Para atender a um público tão diversificado e, em seu conjunto, cada vez mais
crescente, os profissionais envolvidos no setor devem focar-se nas características e
necessidades do mesmo, atentando às particularidades de suas crenças, ritos e
demais práticas devocionais, bem como ao cruzamento e evolução das relações dos
fiéis/usuários com as novas formas de interação dentro de uma contemporaneidade
tão plural. Dessa realidade multifacetada, o recorte feito para os fiéis da Igreja Sirian
Ortodoxa de Antioquia (ISOA) revela um perfil de usuários fortemente ligados ao
caráter tradicional e de preservação de suas celebrações e ritos, desde o uso de
trajes específicos e replicação de ornamentos simbólicos próprios em seus templos,
buscam a ininterrupta transmissão dos ensinamentos cristãos a partir dessa
tradição, orientando, sobretudo, acerca da rica e secular simbologia da Igreja Sirian
Ortodoxa, refletindo sua universalidade e atemporalidade doutrinal.
É nesse contexto que o presente trabalho propõe o desenvolvimento do projeto
de um livro ilustrado infantil, de caráter catequético e interativo, acerca dos principais
símbolos relacionados à religião cristã, dentro da tradição preservada pela Igreja
Sirian Ortodoxa de Antioquia, a partir da experiência de discentes de Iniciação
Científica (IC) em visitas de campo à Paróquia Sirian Ortodoxa Santo Efrém, missão
da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia (ISOA) na cidade de São Luís, estado do
Maranhão. Para isso, o projeto do livro foi desenvolvido utilizando o método do autor
Bruno Munari, tendo a metodologia compreendido ainda revisão de literatura em sua
problematização e coleta de dados através de visitas in loco, sendo este artigo um
relato desta aplicação, desenvolvida por alunos do curso Design Bacharelado da
Universidade CEUMA, Instituição de Ensino Superior (IES) da mesma cidade.
2. Livros de temática religiosa
Conforme matéria publicada em 2016 pelo website do Jornal da Universidade de
São Paulo (USP), escrita pela professora Marisa Deaecto, há no Brasil uma
preferência por títulos religiosos, dado que, excetuando-se os livros didáticos, fariam
das publicações religiosas as mais procuradas. De um total de 52.497 títulos
produzidos no ano de 2015, o que corresponde a um total de 446.848.571
exemplares segundo Deaecto (2016), o correspondente a livros de temática religiosa
chega a marca dos 19,62% dos impressos, superando os 16,24% do ano anterior
(CASARIN, 2016).
A autora cita pesquisa realizada pelo Instituto Pró-livro (associação de caráter
privado e sem fins lucrativos sediada em São Paulo - SP), com o apoio da
Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares, da Câmara Brasileira do Livro
e do Sindicato Nacional dos Editores de Livro, executada pelo IBOPE Inteligência
(anteriormente Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), realizada com
187.803.031 participantes. A pesquisa gerou o livro intitulado “Retratos da Leitura no
Brasil 4” com organização de Zoara Failla, lançado pela editora Sextante em 2016,
que demonstra a preferência supra citada, com a utilização de amostragem brasileira
em todas as faixas etárias, de ambos os sexos. Conforme os resultados, 32% das
crianças na faixa etária entre 5 a 10 anos de idade leem a Bíblia, com número
chegando a 31% na amostra entre leitores de 11 e 13 anos, sendo que “a soma de
Bíblia e livros religiosos lidos atinge, em média, mais de 70% dos gêneros citados
pela população com mais de 30 anos” (FAILLA, 2016, p. 32), dado que não pode ser
desassociado do entendimento do consumo desses gêneros por crianças pela
própria relação de dependência dessas por parte dos adultos.
A pesquisa sugere, ainda, um crescente aumento da leitura de livros religiosos no
Brasil em todas as faixas etárias. Enquanto em 2014 eles representaram 16%, em
2015 chegou a 26%. Para a autora, uma “explicação para essa elevação no número
de livros religiosos e Bíblia pode estar no aumento de indivíduos pentecostais e
evangélicos no Brasil” (FAILLA, 2016, p. 33), uma vez que a mesma pesquisa
demonstrou que 25% dos entrevistados declararam-se adeptos de comunidades
cristãs evangélicas ou evangélicas pentecostais, ainda que a amostragem da
pesquisa demonstre que a maioria dos leitores possui formação religiosa de base
cristã católica, o que correspondeu a 57% dos participantes (FAILLA, 2016)
enquanto a de ramos tradicionais do protestantismo, como metodistas, luteranos e
batistas, chegaram a apenas 3%. As diferenças nos números, no então, não
desviam o olhar da certeza de que, considerando que todas as ramificações são
pertencentes a uma única religião, o cristianismo, a pesquisa aponta 85% da
amostra formada por cristãos, revelando um potencial sem igual para produções
nesse seguimento até mesmo em grupos menores não contemplados na pesquisa,
como das Igrejas Orientais Ortodoxas, ramo cristão a qual pertente a Igreja Sirian
Ortodoxa de Antioquia (objeto do presente estudo) que chegou ao Brasil na primeira
metade do século XX e atualmente possui comunidades em 14 estados brasileiros.
2.1 Os livros infantis
Em cada fase do desenvolvimento humano são observadas características
distintas que dividem os livros por assunto ou faixa etária, voltando sua indicação (ou
não) para leitura de/para crianças. Piaget (1998) é evocado pela literatura por
demonstrar a Teoria da Epistemologia Genética, desenvolvida por ele e que afirma
que o desenvolvimento intelectual se desenvolve em quatro fases, que vão de 0 a 2
anos (estágio da inteligência sensório-motora), de 2 a 7 anos (do pensamento pré-
operacional), de 7 a 11 anos (das operações concretas) e de 11 aos 15 anos (das
operações formais). Segundo o autor, na segunda etapa, que consiste no estágio do
pensamento pré-operacional, é que a criança entra na fase conceitual e
representacional, expressando-se por meio de símbolos que representam outras
coisas. É nesse contexto que fundamenta-se a escolha do público utilizado na
presente pesquisa, formado por crianças a partir dos 03 anos de idade.
Kamisaki, Amantini e Silva (2008) afirmam que é entre os 2 e os 16 anos de idade
que os indivíduos absorvem e percebem com mais facilidade os estímulos a eles
apresentados, caracterizando essa fase como uma descoberta do mundo, momento
em que valores e demais conhecimentos devem ser ensinados. Neste sentido, o
livro se apresenta como uma fonte de conhecimento que pode ser utilizada desde
cedo, onde cada faixa etária será influenciada em ambientes variados, seja em casa,
na escola, nos locais religiosos, entre outros, o que corresponde ao pensamento de
Munari (2008), que ressalta que é na infância que o interesse pela leitura é
despertado com maior facilidade.
É figura da mãe (ou responsável do sexo feminino) que influenciará
primeiramente o gosto pela leitura na faixa etária de 5 a 10 anos de idade, valor que
corresponde a 23% dos casos e, em segundo lugar, com 11% dos casos, a algum
docente (FAILA, 2016). Na faixa etária de 11 a 13 anos de idade, os dados
apresentaram resultados de 22% e 12%, respectivamente. Assim, a família tem
papel primordial neste processo, lendo para a criança e, junto dela, demonstrando o
prazer e o valor da leitura. É relevante frisar que as crianças abaixo dos 5 anos de
idade não foram mencionadas na pesquisa. Acredita-se que isso tenha uma ligação
direta com o fato de que as crianças começam a ler apenas quando passam a
frequentar a escola, por volta dos 2 ou 3 anos de idade, o que não descarta a
possibilidade do desenvolvimento do hábito de manuseio e descoberta dos livros
mesmo antes da alfabetização. Nesse sentido, “como leitoras as crianças adquirem
meios para agir sobre o mundo e no mundo” (SILVA, p 09, 2010) e, por exemplo, ao
dar enfoque nas publicações de temática religiosa, é possível a construção de uma
base de valores religiosos, pertencentes a particularidade de cada família, que
poderão influenciar ao longo de sua vida.
“Não há dúvidas de que a mediação, quando promovida pelo
professor, pelo bibliotecário, pela família, por um voluntário ou
outro agente leitor é poderosa no despertar do interesse pela
leitura. Os dados da pesquisa não questionam essa verdade,
mas sim apontam para o número de brasileiros que não tiveram
a oportunidade de encontrar alguém – na sua escola, na sua
família, e até na biblioteca que algum dia frequentou – que lhe
oferecesse um livro; que convidasse para uma roda de leitura;
que lesse para ele; que o presenteasse com livros; ou, ainda,
que perguntasse o que achou de um livro que indicou para ler”
(FAILLA, 2016, p. 25).
Dessa forma, acredita-se que a família pode contribuir significativamente para a
mediação de conhecimentos acerca da confissão religiosa a qual pertence e quer,
evidentemente, transmitir para suas crianças, o que não é algo novo, haja visto que
desde períodos remotos, as sociedades, em suas diversas organizações, transmitem
seus conhecimentos e experiencias religiosas aos seus descendentes como parte
de sua própria identidade. No contexto do presente estudo, por exemplo, antes de
dormir os pais podem utilizar o livro para falar um pouco sobre a igreja e seus
símbolos, identificando-os através de desenhos. Esta é a proposta apresentada no
projeto do livro neste trabalho apresentado.
3. Projeto gráfico
A pesquisa de Failla (2016) ainda traz contribuições ao presente estudo ao
apresentar que os principais fatores que influenciam na escolha de um livro são o
tema ou assunto, correspondendo a 30% dos resultados, seguidos de 12%
referentes ao autor, com título, capa e dicas de terceiros correspondendo a 11%
cada. Na faixa etária de 5 a 13 anos de idade, que corresponde ao escopo desta
pesquisa (considerando as ressalvas citadas no item 2.1), a capa de um livro
apresenta-se como o principal motivo de escolha. Este dado toca diretamente a
função do design enquanto entidade integrante e formadora de todo processo de
desenvolvimento de um livro, interna e externamente, sendo a base da
problematização inicial do projeto.
A problematização é, portanto, a base metodológica inerente a qualquer projeto
de design, haja visto que, por princípio e conceito, este é indissociável de uma
sistematização através de um ou mais métodos, híbridos ou não, o que ainda
contrasta com realidade de mercado que insistem em chamar de design produções
sem planejamento através de uma metodologia alicerçada por métodos consagrados
na literatura, o que torna cada vez mais importante a apresentação desses métodos
aos discentes, acompanhada de práticas que proporcionem experiencias factuais,
buscando o aprimoramento no domínio metodológico de projeto. Dessa maneira,
cabe aos docentes proporcionar oportunidades de aplicação de métodos projetuais
em projetos de design aos discentes, o que é também parte da presente pesquisa.
3.1 O uso de métodos projetuais em design
Para o desenvolvimento de uma pesquisa e/ou de quaisquer projetos de design, a
literatura apresenta uma rica gama de autores que propõem métodos de
desenvolvimento de projetos. Pode-se citar, entre os mais conhecidos, Bernard
Löbach, em seu livro intitulado Design industrial: bases para a configuração dos
produtos industriais (2001), Mike Baxter, em Projeto de Produto – guia prático para
novos produtos (2003), e Bruno Munari, em Das Coisas Nascem Coisas (1998), o
que leva a ratificação de que as “metodologias, métodos e processos são inerentes
ao design e deflagraram a necessidade, cada vez maior, da pesquisa” (MOURA,
2011, p. 2). A autora afirma ainda que:
“A questão do método ou processo de design, a relação
metodologia científica e metodologia do design ou metodologia
do projeto ou, ainda, metodologia projetual, bem como o papel
da pesquisa no campo do design são temas recorrentes e que
continuam sendo estudados, investigados e propostos. Ou
seja, o tema apresenta grande importância, especialmente, se
visto a luz da contemporaneidade” (MOURA, 2011, p. 3).
É possível ainda afirmar que a garantia do desenvolvimento de qualquer projeto
está exatamente na metodologia projetual, pois a abordagem científica “direciona,
objetivando a ideia na resposta à proposta, na procura da solução” (TAVARES,
2009, p. 14).
4. Materiais e métodos
Este documento corresponde a uma pesquisa de caráter exploratório e descritivo
com abordagem qualitativa, desenvolvida por discentes do Curso de Design
Bacharelado da Universidade CEUMA, para o desenvolvimento de um livro ilustrado
infantil. Diante do objeto de estudo apresentado, foi realizado um levantamento
histórico, com a literatura disponível em língua portuguesa e junto a visitas in loco na
Paróquia Sirian Ortodoxa Santo Efrém da ISOA em São Luís.
O projeto do livro foi desenvolvido conforme a proposta metodológica do livro Das
Coisas Nascem Coisas (1998) do autor Bruno Munari, que apresenta como
sistematização projetual as seguintes etapas:
a) Problema;
b) Definição do problema;
c) Componentes do problema;
d) Coleta de dados;
e) Análise de dados;
f) Criatividade;
g) Materiais e técnicas;
h) Experimentação;
i) Modelo;
j) Verificação;
k) Desenho Construtivo;
l) Solução.
Todas as etapas foram utilizadas no desenvolvimento do projeto proposto nesta
pesquisa, tendo como ápice do projeto de integração dos discentes, pós as devidas
definições e coletas, a etapa de Criatividade, realizada através de desenhos
inicialmente feitos à mão livre, utilizando somente lápis, grafite e caneta preta, sendo
posteriormente digitalizados, editados e coloridos por meio dos softwares como o
Adobe Photoshop e melhorados através de vetorizações com o Adobe Illustrator.
4.1 Resultados e discussões
Desde o início da pesquisa buscou-se seguir o método do Bruno Munari,
passando por cada uma das etapas por ele exigidas. Dessa forma, os discentes
puderam observar e experimentar como é possível a utilização de um método no
desenvolvimento de artefatos de Design.
4.1.1 Problema, Definição do Problema e Componentes do Problema
A primeira etapa, portanto, correspondeu ao Problema, apresentado em
conjuntos por docentes e discentes como um “projeto de livro catequético” pela
própria natureza de seu conteúdo. O processo se deu por encontros presenciais
para apresentação do tema pelos orientadores aos discentes e consequente
delimitação do que seria desenvolvido pela pesquisa.
Na etapa seguinte chamada Definição do Problema, o autor Bruno Munari
propõe a definição dos aspectos específicos do problema, o qual é também
apresentado como briefing em outros contextos, ou mesmo no design (FREITAS,
2013). Seu modelo, com etapas de elaboração de projetos de design gráfico, muitas
vezes é utilizado em outros projetos de design. O autor explica que “no processo de
desenvolvimento de produtos gráficos, a lógica é parecida com as dos produtos
industriais. Porém percebemos que, a uma certa preocupação entorno do ‘cliente’,
ou seja, da pessoa que contratou o designer para o desenvolvimento de
determinado projeto” (FREITAS, p. 09, 2013). Na presente pesquisa, o público alvo
corresponde às crianças que desejam conhecer o patrimônio símbolo da ISOA,
característico de sua identidade. Assim, teve-se por Definição do Problema um
“projeto gráfico de um livro catequético ilustrado temático da Igreja Sirian Ortodoxa
de Antioquia para crianças a partir de 3 anos de idade”.
A decomposição do problema em partes é trazida por Freitas (2013) como a
caracterização da etapa seguinte, chamada Componentes do Problema. Assim,
realizou-se a seguinte decomposição: 1. História da Igreja; 2. Liturgia ortodoxa
siríaca; 3. Vestes Litúrgicas; 4. Objetos litúrgicos; 5. Hierarquia clerical; 6.
Simbolismo, cores e formas; 7. Ilustração, tipografia, materiais e formatos de livros
infantis.
Essas três etapas interdependentes compõem a problematização do projeto e
apontam os requisitos necessários para as etapas seguintes.
4.1.2 Coleta de Dados e Análise de DadosA orientação da problematização, especialmente na decomposição do problema
em componentes, deu base para que a etapa de Coleta de Dados fosse iniciada a
partir de fichamentos colhidos dos seguintes livros: 1. A Igreja Sirian Ortodoxa de
Antioquia (YACOUB, 2013); 2. Catecismo da Igreja Ortodoxa Siríaca – Perguntas e
Respostas (KALLARRARI, 2012); 3. Gestos e Objetos sagrados (NAKKOUD, 2014);
4. Identidade da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia (NAKKOUD, 2011); 5. Um Olhar
Sobre a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia (ZAKKA, 2014).
Como parte ainda da Coleta de Dados, foi realizada a técnica de Pesquisa de
Similares (FREITAS, 2013), complementada por pesquisas de campo em lojas
especializadas e/ou setores de livros infantis em São Luís, com supervisão dos
orientadores, visando identificar e catalogar os aspectos constituintes dos livros
infantis a venda no mercado, no que tange as características das ilustrações,
diagramação, formatos e uso de cores, texturas e interatividade. A Coleta de Dados
foi ainda embasada nos resultados das visitas à Paróquia Sirian Ortodoxa Santo
Efrém em São Luís, localizada na Rua Projetada, nº 160, Jardim SM2, no bairro
Bequimão (www.comunidadesantoefrem.com.br), buscando proporcionar aos
pesquisadores um contato direto com a dinâmica celebrativa e comunitária da Igreja
e sua tradição, que possui uma missão em São Luís desde setembro de 2008. Na
ocasião, após a celebração, uma roda de perguntas foi feita junto ao Pároco da
comunidade (ver Figura 1).
Figura SEQ Figura \* ARABIC 1: Roda de perguntas feitas pelos discentes ao párocoDessa forma, foi possível realizar um levantamento iconográficos dos elementos
constituintes do contexto na qual os fiéis (usuários) estão inseridos, elemento
imprescindível para o desenvolvimento do livro dentro dos objetivos definidos pelo
projeto. O levantamento gerou um catálogo de vetorizações de elementos
iconográficos do objeto de estudo em questão. As Figuras de 02 a 06 apresentam
parte dos resultados do levantamento iconográfico realizado e suas respectivas
vetorizações.
Figura 2: Padrões tradicionais de bordados presentes nos paramentos litúrgicos dos
diáconos e sacerdotes.
Fonte: Arquivo Pessoal
Figura 3: Elementos simbólicos mesclados em diversos objetos e demais alfaias.
Fonte: Arquivo Pessoal
Figura 4: Vestes talares dos diversos graus hierarquicos.
Fonte: Arquivo Pessoal
Dada a coleta e a apropriação dos elementos constituintes do contexto estudado,
partiu-se para Análise dos Dados, que serviriam de base para geração de ideias.
Esta etapa realizou-se durante os encontros presenciais na Universidade CEUMA,
analisando e selecionando os dados colhidos a partir das atividades desenvolvidas
durante a etapa de Coleta de Dados. Esta análise é imprescindível para o processo
pois há a “análise das partes e qualidade funcionais dos similares”, além da
“compreensão do que não se deve fazer do projeto” (FREITAS, p. 10, 2010).
No tocante ao levantamento realizado junto a livros similares voltados para o
público infantil, foi possível observar algumas diferenças entre livros indicados para
crianças com até 03 anos de idade e a partir dos 03 anos de idade, como por
exemplo diferenças na coloração e acabamento das ilustrações.
Figura 5: Exemplo de livro para crianças até os 3 anos (esq.) e de livro para crianças
a partir dos 3 anos.
Fonte: Website Livraria Cultura Infantil
É possível observar na figura 05, à esquerda, uma capa de livro infantil marcada
por cores sólidas e acabamento limpo, enquanto na capa à direita, é possível notar
um maior número de tonalidades diferentes de uma mesma cor, devido ao
sombreamento e o acabamento esfumaçado de alguns detalhes, bem como uma
hierarquia de informações menos alinhada. Foi observado, inclusive, que a tipografia
é mais regular para o público de menor faixa etária nos exemplos analisados,
fazendo um paralelo ao momento de desenvolvimento da leitura dessa faixa etária,
com letra bastão no título dos livros e nos textos que narram histórias, o que
expressa a defesa de Cagliari (1999) que afirma que o aprendizado de letras
cursivas, também chamadas de “a mão” é indicado para crianças já alfabetizadas,
ou seja, que já entendem a lógica de um sistema de escrita organizado.
Figura 6: Exemplos A, B e C de livro para crianças.
Fonte: Website Livraria Cultura Infantil
Dentro dos exemplos selecionados, foram observadas algumas características
como a quantidade de páginas, o tipo de acabamento e a existência de jogos e
demais conteúdos interativos, contudo, o principal aspecto considerado
correspondeu ao seu projeto gráfico. Elementos como ilustração e tipografia foram
analisados, como mostra a Tabela 1:
Exemplo A Exemplo B Exemplo C
Título da obra Doces princesas Dinossauros
incríveis
Eu amo você do
jeito que é
Subtítulo -- -- --
Nº de páginas 10 10 32
Tipo de acabamento
Capa dura e miolo
cartonado
Capa dura Capa mole
Principais cores
Rosa, verde e azul Laranja, verde e
azul
Amarelo, laranja
e azul
Tipo de traço Com contorno Com contorno Com contorno
Tipo de coloração
Preenchimento
com degradê, com
Preenchimento
com degradê, sem
Preenchimento
com degradê,
sombreamento
sutil
sombreamento com
sombreamento
sutil
Quantidade de planos
Três Três Um
Quantidade de tipos (tipografia)
Dois Dois Dois
Estilo da tipografia principal
Negrito, reta, sem
serifa, somente a
primeira letra em
caixa alta
Negrito, reta, sem
serifa, somente a
primeira letra em
caixa alta
Negrito, reta,
sem serifa,
somente a
primeira letra
em caixa alta
Jogos Sim, quebra-
cabeça
Sim, quebra-
cabeça
Não consta
Tabela 1: Características identificadas em livros de temática livre.
Fonte: Elaborado pelo autor, com base na pesquisa realizada..
.
De modo geral, os livros possuíam uma média de 15 páginas, em sua maioria
com capa dura. A maior parte das capas analisadas foram ilustradas com a
utilização de contornos bem definidos, em formas mais estilizadas, coloridas em
degradê suave, com sombreamento em uma composição com dois planos (o
personagem principal em primeiro plano, um cenário em segundo plano) ou três
(colocando o personagem principal em destaque). As cores mais presentes foram o
azul e o verde, somado a uma cor quente. Quanto à tipografia, foi observando uma
constância de letra bastão, com negrito no título do livro e conteúdo formado por
letras retas, não serifadas e somente a primeira letra em caixa alta.
O mesmo perfil de análise foi utilizado para livros infantis de temática religiosa a
venda no mercado, como os apresentados na Figura 06.
Figura 7: Exemplos A, B e C de livros infantis de temática religiosa a venda no
mercado.
Fonte: Website Cia dos Livros
Com base nos exemplos selecionados, foi desenvolvida a Tabela 2, formada
exclusivamente por livros infantis de temática religiosa, com as características do
projeto gráfico. Os livros geralmente possuíam capa mole, porém com jogos e
atividades interativas.
Exemplo A Exemplo B Exemplo C
Título da obra O nascimento de
Jesus
Nascimento de
Jesus
O nascimento de
Jesus
Subtítulo -- Aprendendo com
a Bíblia
--
Número de páginas
8 16 10
Tipo de acabamento
Capa mole Capa mole Com textura e
capa dura
4 principais cores encontradas
Azul, verde,
amarelo e branco
Azul escuro, azul
claro, amarelo e
salmão
Amarelo, azul,
vermelho e
marrom
Tipo de traço Maior parte sem Com contorno Com contorno
contorno
Tipo de coloração
Preenchimento
com degradê
sutil, com
sombreamento.
Preenchimento
com degradê, com
sombreamento
Preenchimento
com degradê,
com
sombreamento
Quantidade de planos
Dois Um Três
Quantidade de tipos (tipografia)
Dois Três Dois
Estilo da tipografia principal
Negrito, reta,
sem serifa,
somente a
primeira letra em
caixa alta
Negrito, reta, sem
serifa, em caixa
alta
Sem negrito, reta
sutilmente
cursiva, somente
a primeira letra
em caixa alta
Jogos Sim, quebra
cabeça
Não consta Sim, porém não
especificadas
Tabela 2: Características identificadas em livros de temática religiosa.
Fonte: Elaborado pelo autor, com base na pesquisa realizada.
A maior parte fez o uso de contornos bem definidos, em formas simplificadas,
porém com um maior número de personagens, coloridos com preenchimento
degradê suave, com sombreamento. A composição comumente trazia dois ou três
planos (personagens bíblicos participando de uma cena em primeiro plano e um
cenário com elementos simbólicos em segundo plano). As cores mais presentes
foram a azul, verde, branco e amarelo. Quanto à tipografia, novamente foi observada
uma constância da letra bastão, em negrito no título, letra reta e não serifada, com
apenas a primeira letra em caixa alta.
Quanto às características para definição dos personagens, foi identificado que na
maioria dos desenhos, as personagens possuíam o tamanho da cabeça um pouco
maior em relação ao tamanho do corpo. Os olhos limitavam-se a pequenos pontos,
nariz arredondado e boca com traços simples. Essas características indicam a
necessidade de formas simples para facilitar a identificação pelas crianças, o que foi
fundamental para o planejamento dos personagens do livro desta pesquisa. A partir
desses dados, foi possível iniciar o processo de desenvolvimento das primeiras
ideias, bem como do roteiro do livro, compondo a etapa de Criatividade.
4.1.3 Criatividade, Materiais e Técnicas e Experimentação
Nesta etapa, a equipe foi dividida em dois grupos, com base nas habilidades e
identificação pessoal dos discentes com as atividades a serem realizadas, sob
supervisão dos docentes orientadores. Um grupo ficou responsável pela criação dos
desenhos e outro com o conteúdo textual e simbólico do livro.
Para Löbach (2001), “gerar ideias é a produção das diversas alternativas
possíveis para solucionar um problema em questão” (LÖBACH, p. 153, 2001).
Portanto, nessa etapa foram feitos os esboços das propostas (personagens,
diagramação etc) como atividade domiciliar e no próprio Laboratório Escritório
Escola, do Campus Renascença da Universidade CEUMA, durante os encontros
presenciais. Os desenhos eram feitos a partir do confronto das definições iniciais do
projeto com os dados colhidos e suas análises, convergindo ideias e gerando
propostas de solução, nos diversos âmbitos que compunham o projeto,
especialmente em seu patrimônio simbólico, próprio da natureza do tema.
Figura 8: discentes participantes do projeto durante a etapa de Criatividade
Fonte: Arquivo pessoal
Ainda compondo a etapa de Criatividade, foi definido que o livro seria
desenvolvido com conteúdo concentrado em 30 páginas. Apesar de ser uma
quantidade não tão usual em livros para crianças dessa faixa etária, pois na
pesquisa de similares a média foi de 10 páginas, o valor foi considerado pela
natureza do conteúdo, em seu caráter instrutivo e de integração com o meio no qual
os usuários estão inseridos. Várias páginas são em formato duplo, intercaladas por
páginas de conteúdo interativo, sendo estes concentrados no final do livro. A partir
disso, o roteiro foi elaborado na seguinte ordem:
• Capa;
• Contracapa: página em branco;
• Página 1 (simples): página convite com a personagem principal (Sofia)
olhando para a igreja;
• Página 2 e 3 (dupla): página introdutória com história;
• Página 4 (simples): Sofia encontra o irmão na porta da igreja;
• Página 5 (simples): Sofia e seu irmão estão entrando na igreja;
• Página 6 e 7 (dupla): Sofia pergunta ao irmão o que há de legal na igreja e ele
vai citando alguns itens;
• Página 8 (simples): Sofia pergunta ao irmão o que tem no altar da igreja;
• Página 9 (simples): Página com jogo no qual vários artefatos aparecem
identificados;
• Página 10 e 11 (dupla): Sofia pergunta ao irmão sobre as roupas dos clérigos;
• Página 12 e 13 (dupla): Os clérigos são apresentados;
• Página 14 (simples): Texto explicativo sobre o que os diáconos fazem;
• Página 15 (simples): Sofia lembra que as mulheres podem ser diaconisas;
• Página 16 e 17 (dupla): Texto explicativo sobre quem são os padres;
• Página 18 e 19 (dupla): Texto explicativo sobre os símbolos da igreja;
• Página 20 e 21 (dupla): Os sacramentos são explicados com várias cenas;
• Página 22 e 23 (dupla): O padre aparece com os paramentos “flutuando”,
identificados;
• Página 24 (simples): Ilustração do padre com paramento completo.
• Página 25 (simples): Página interativa com jogo sobre a roupa dos padres;
• Páginas 26, 27, 28, 29 e 30: Conteúdo interativo.
O roteiro permitiu a construção de um storyboard com o planejamento da lógica
sequencial da história proposta. O storyboard consiste no esboço sequencial das
ilustrações que serão desenvolvidas para o livro. Dessa forma foi possível o
planejamento de todo o livro, prevendo páginas simples e duplas.
Figura 9: Storyboard desenvolvido pelos alunos
Fonte: Arquivo pessoal
A partir da conclusão, devidamente revisada pelos docentes orientadores, dessas
etapas, os discentes puderam trabalhar na seleção e definição de materiais para
execução do projeto, compondo a etapa de Materiais e Técnicas propostas pelo
método escolhido. Esta etapa é caracterizada pela coleta e seleção de informações
referentes a materiais e tecnologias disponíveis para realização do projeto
(FREITAS, 2013) de acordo com os requisitos definidos nas etapas iniciais. Dessa
forma, visando compatibilizar a riqueza das ilustrações com a qualidade do material
disponibilizado para o público, haja visto que será manuseado também por crianças,
configurou-se como material para a confecção dos livros os seguintes itens listados:
● Milo em papel Couché com acabamento fosco 120 g/m²;
● Dimensões: 300 x 500 mm (miolo);
● 500 mm total com página aberta (miolo);
● Capa com impressão em papel Couché de 115 g/m², sobre papel Paraná
277 g/m² nas dimensões 31x51 cm.
A etapa de Experimentação foi realizada através de confirmação das definições
feitas na etapa anterior junto a gráficas que trabalham na produção desse perfil de
material, visando otimização do uso de matéria prima e custos de produção, o que
gerou mudanças quanto ao formato, adequando o projeto as dimensões do formato
padrão A3 (297 x 420 mm) que melhor respondia a questões de corte ordinário
usados no mercado, o que não apresentou mudanças substanciais na configuração
do projeto.
4.1.1 Modelo, Verificação, Desenho Construtivo e Solução
A partir da conclusão das etapas anteriores, os discentes puderam partir para
construção dos Modelos, tanto dos personagens (em diversos ângulos e posições),
elementos de cenário (área externa e interna da Igreja) e de composição com o texto
(balões e quadros) com características adequadas ao conjunto apresentado no
catálogo de vetorizações desenvolvido no item 4.1.2, quanto da “boneca” do livro em
si (Figura 10), podendo a partir disso aplicar o Modelo a etapa de Verificação.
Figura 10: Capa da boneca do livro
Fonte: Arquivo pessoal
Com a impressão dos modelos em papel Couché fosco, verificou-se que a
predominância de tons de amarelo dificultava a identificação de elementos de
expressão dos personagens, além de deixar a leitura cansativa, devido aos tons
quentes e ao alto contraste, especialmente com a cor preta. Diante da identificação
dessa questão, foram propostas mudanças nas paletas utilizadas nas composições
gráficas, resultando a melhoria da leitura e identificação dos elementos gráficos e
simbólicos (Figura 11).
Figura 11: Exemplo de página interna com paleta de cores revisada
Fonte: Arquivo pessoal
Figura 12: Páginas internas no livro que compõem o Desenho Construtivo
Fonte: Arquivo Pessoal
Dadas as revisões e conclusão dos modelos, devidamente verificados, os
discentes puderam partir para a etapa de Desenho Construtivo, que converge
todas as instruções para execução do artefato. Quanto a tipografia, foi definido o uso
do tipo Yanone Kaffeesatz (Figura 13) do estúdio de design alemão Yanone (com
licença livre para uso comercial), em formato bastão com traços suaves, em
concordância com as definições e reflexões anteriores.
Figura 13: Tipografia Yanone Kaffeesatz
Fonte: https://www.yanone.de/
Os desenhos e definições foram reunidos em formato digital (Figura 12)
desenvolvido com o software Adobe Illustrator padronizado para impressão (com
margens, sangria etc), respondendo aos requisitos do projeto e caracterizando a
Solução do Problema proposto.
5. Conclusão
Considerando a complexidade do tema proposto, que exigiu dos envolvidos no
projeto uma imersão em um contexto distinto do que ordinariamente é encontrado
como experiência religiosa no ocidente, condicionando os participantes a uma
releitura de conceitos e quebra de paradigmas pessoais quanto a tradição religiosa
cristã, o projeto deu-se com um resultado satisfatório, especialmente nos
levantamentos e procedimentos próprios da metodologia projetual específica do
design.
A ênfase do próprio tema do projeto, ou seja, o trabalho com métodos projetuais
de design e o estudo de símbolos, demonstrou todo seu potencial de desafio aos
profissionais de design no desenvolvimento de artefatos, permitindo aos discentes
envolvidos no projeto uma experiência única naquilo que diferencia o design das
demais áreas de conhecimento que permeiam o processo criativo: o projeto.
Ainda, o projeto conduziu os discentes a produção de ferramentas não previstas
inicialmente, como o catálogo de vetorizações, o que caracteriza também a
metodologia projetual em design como um processo dinâmico de obtenção de
resultados, resultando numa constante revisão de requisitos e ampliação do uso de
técnicas e ferramentas de projeto.
6. Referências Bibliográficas
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