Seminário
„Conviver com a diferença para fazer diferente‟
• Gestão Social: Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado
de Trabalho
Coordenadora Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local;
Instrumentalidade de Serviço Social/ UNESAV; Educação Inclusiva
Especialista em Educação Inclusiva;
Especialista Política Social e Serviço Social;
Docente de Pós- graduação;
1/07/2014
Maria Cristina Abreu Domingos Reis
COORDENADORIA DE DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAMaria Cristina Abreu Domingos Reis
Coordenadora MunicipalRua Espírito Santo, 505 - 8º andar - Centro 30160-030 - Belo Horizonte -
MGTel. 31- 3277.4105/6949 - Fax (31) 3277.4678
[email protected]/direitosdecidadania
PBH
SMPS
SMADC
CDPD
Coordenadoria de Direitos das Pessoas com
Deficiência (CDPD)
Finalidade propor,
articular e coordenar
as políticas públicas de
promoção e defesa de
direitos das pessoas
com deficiência.
Visão Contemporânea de Direitos
Humanos
Interdepen-dência
Indivisibi-lidade
Universa-lidade
Declaração de Viena, 1993
CDPD
Mulher
Igualdade
Racial
LGBT
Direitos Humanos
Criança e Adolescente
Juventude
PROCON
Pessoa Idosa
Articulação Intersetorial/Transversal
CDP
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CDPD
Eixos Estratégicos
Atendimento Jurídico e
Social
Palestras Educacionais
Internas (PBH)
Externas
Articulação com as Políticas
Públicas
Federal, Estadual e Municipal
Relações Intersetoriais
Representação do Segmento
Fóruns, Conselhos e
GT’s
Apoio a Entidades
PEC
• Política Municipal de Trabalho e Emprego
• Adoção de cadastro de PcDs e orientações relativas a
todas as instituições/entidades que atuam na
qualificação profissional, colocação no mercado de
trabalho, divulgação de vagas e encaminhamento para
empresas.
• Orientação e encaminhamento para os PROMETI/PBH
(1998)
• QUALIFICARTE/PBH.
Aleijadinho- Antônio Francisco Lisboa -
Nasceu 1730-1814• Biografia
• Filho de uma escrava com um mestre-de-obras português
• Não se sabe exatamente qual foi a doença, mas provavelmente pode ter
sido hanseníase ou alguma doença reumática.
• Foi perdendo os movimentos dos pés e mãos.
• Pedia a um ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos para
poder esculpir e entalhar.
• Demonstra um esforço fora do comum para continuar com sua arte.
Mesmo com todas as limitações, continua trabalhando na construção de
igrejas e altares nas cidades de Minas Gerais.
• Morreu pobre, doente e abandonado na cidade de Ouro Preto no ano de
1814 (ano provável). O conjunto de sua obra foi reconhecido como
importante muitos anos depois. Atualmente, Aleijadinho é considerado o
mais importante artista plástico do barroco mineiro.
• Princípio da integração: inclusão pelos próprios méritos
Onde estão os “nós” dessa
temática?
• Do ponto de vista da sociedade em geral?
• Do ponto de vistas das pessoas com
deficiência?
• Do ponto de vista dos empregadores?
Ou será
Do ponto de vista da gestão ?
Gestão Pública
• Formalismos: Formas oficiais, leis e regulamentos.
• Meta:Gestão do Bem Comum
• Concurso público
• Gestão pública temáticas relacionadas ao trabalho.
Gestão Privada
• Gestão do Mercado.
• Tem como meta o Lucro
• Gestão da Responsabilidade social
• Processo Seletivo
Gestão Social
• Questões sociais da Sociedade
• Gestão do Desenvolvimento Social
• Gestão de redes de relações sociais
• Contextos Culturais
• Construções de identidades
• Fluidez
• Agilidade
• Inovação
Mundo Contemporâneo
O que une as três Gestões?
•Exige que os governos e sociedades se esforcem
para evitar que determinados setores da sociedade
sejam marginalizados.
Aplicabilidade da Lei de cotas
•Qual tem sido o esforço para que
essa política afirmativa se efetive?
• As PCDs possuem baixo índice de escolaridade, em
função da exclusão vivenciada nos sistemas
educacionais.
• As PCDs não estão qualificadas.
• O nível de exigência de escolaridade das empresas é
elevado.
• Há competição do benefício de prestação continuada
com a remuneração do trabalho da PCD.
Contexto
• Devido ao preconceito e discriminação, as PCDs relatam
dificuldades em acreditar nas suas potencialidades, inclusive a
laboral.
• As entidades não possuem cadastro de PCDs aptas para o
mercado de trabalho.
• As PCDs não sabem onde procurar oportunidades de trabalho.
• As empresas não estão dispostas a investir em acessibilidade e nas
tecnologias assistivas.
• Os órgãos fiscalizadores possuem escasso RH para esse fim.
• Faltam na sociedade campanhas de sensibilização de fato, no
meio empresarial com os devidos esclarecimentos sobre o tema.
• Deve-se envolver as famílias na fase
que antecede os programas de
capacitação e inclusão laboral,
possibilitando conhecimento e
segurança aos familiares, no sentido
de evitar posturas de super proteção
ou tutela junto às PCDs.
Sujeitos da pesquisa:
- 2 gestores de ONGs- 2 gestores de empresas
- 2 gestores de empresas privadas
- 1 pessoa que participou e não mais participa;
Tipo de Pesquisa: abordagem qualitativa, realizando
observação participante; análise documental do
regimento e das atas (de 2008 a 2010), por meio do
software Atlas TI, e entrevista semiestruturada com
seis participantes e um egresso do Fórum Pró-
Trabalho;
METODOLOGIA
Primeiro eixo - limites e possibilidades da inclusão
produtiva na dinâmica do FPT: refletindo sobre as
multivisões
• A sociedade vê como trabalho caritativo. Percebem a inclusão
para a pessoa com deficiência como uma ocupação psicológica
e não como uma ocupação profissional. Mas ainda tem PCD
pedindo esmola e querendo favorecimento. E muitas empresas
querem driblar a Lei, pedem pessoas com deficiência, para fazer
banco de dados. Burocracia difícil! (SP4).
ENTREVISTAS
• Pessoas estão sendo incluídas no mercado formal, mas essas
pessoas estão em casa. Não é uma inclusão de fato. Às vezes
atenderam pessoas que querem carteira assinada, mas desejam na
verdade é ficar em casa. Pactuam com esse tipo de inclusão (SE2).
• No Brasil, políticas econômicas atuais, que poderiam chamar-se
neoliberais, acabam por provocar, não políticas de exclusão e, sim,
políticas de inclusão precária e marginal, ou seja, incluem pessoas
nos [...] processos econômicos, na produção e na circulação de
bens e serviços estritamente em termos daquilo que é
racionalmente conveniente e necessário à mais eficiente (e barata)
reprodução do capital.
ENTREVISTAS
Trabalho Decente
• Garantia às oportunidades de trabalho.
• Equidade.
• Liberdade
• Dignidade da Pessoa Humana . O que é digno?
• Trabalho em condições de segurança e
saúde.(tecnologia assistivas adequadas as
especificidades das PCDs)
• Exclusão
• Inclusão Marginal = Inclusão Precária (Martins, 1997)
• Inclusão: conviver, aceitação do outro como
verdadeiramente outro ( Maturama.)
• Todo processo conducente à formação de cidadãos integrados ao mundo pelo trabalho.
• Perspectiva a conquista de autonomia para uma vida digna, sustentada por parte de todas as pessoas apartadas ou fragilmente vinculadas à produção de renda e riqueza.
(BRASIL,2011ª.)
Inclusão Produtiva
•Entende-se como sendo a “forma e resultado do processo de se introduzir, se relacionar, se integrar ao meio social, conhecido como mercado de trabalho.
•A inserção no mercado de trabalho apresenta formas estratificadas de qualidade muito variável”.
FIDALGO; MACHADO, 2000, p. 188)
Inserção Produtiva
• Será que não está na hora de pensarmos
em um novo modelo de Gestão Social
que, contemple a diversidade e traga a
real Inclusão Social pelo trabalho?
GESTÃO SOCIAL
Conjunto de processos sociais com potencial viabilizador
do desenvolvimento societário emancipatório e
transformador.
Fundada nos valores, práticas e formação da democracia e
da cidadania, em vista do enfrentamento às expressões da
questão social, da garantia dos direitos humanos
universais e da afirmação dos interesses e espaços
públicos como padrões de uma nova civilidade
• Que articula múltiplas escalas de poder individual e societal;
• Que trabalha a identidade de projeto, refletindo e criando pautas
culturais;
• Que coordena inteorganizações eficazes;
• Que promove ação e aprendizagem coletiva;
• Que se comunica e difunde resultados;
• Que presta contas á sociedade;
• Que reavalia e recria estratégias processuais.
(Fischer 2002)
GESTÃO SOCIAL
• Qual o papel da sociedade?
• Instituições participativas
• Busca entender se em que condições, as IPs
produzem resultados positivos, bem como
quais seriam os resultados positivos
legitimamente esperáveis das IPs em relação
às políticas publicas, ao cotidiano das
comunidades, à cultura política, entre outros.
Segundo eixo: a gestão social e os desafios no FPT
• Espaço de discussão e inserção, mas para incluir mesmo (SE1).
• É um encontro de entidades públicas, ONGs, Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), a sociedade como um
todo em busca de ações para fomentar e somar esforços para
indiretamente discutir e levar informações para a inclusão no
mercado de trabalho (SE2).
• É dialógico por excelência. Uma esfera pública de debate (SP3).
• Principal, única e exclusiva: colocar PCD no mercado de trabalho
(SP4).
• Representar a PCD (SO5).
• Diversidade das entidades que têm envolvimento na área da PCD
(SO6).
• Em se tratando dos papéis políticos e das ações de fóruns, a “ação
política nas sociedades contemporâneas passa a ser, cada vez
mais, identificada com o uso das mídias e a capacidade dos atores
sociais e políticos de influenciarem a agenda política e
participarem dos debates públicos que circunscrevem essas
agendas”. O mesmo autor complementa esse pensamento,
expressando a relevância de instituições propulsoras de relações
mais democráticas e justas, como espaços reais de influência,
inclusão e reforma.
(AVRITZER, 2010)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Contribuição desse espaço como local de controle social no
acompanhamento da política pública, possibilitando o fomento em prol
da real situação de emprego para as PCDs e de sua efetiva “inclusão
social pelo trabalho”;
• Importância de se ocuparem arenas nas quais a sociedade civil tenha a
capacidade de articulação e mobilização como estratégia de promoção
da cidadania;
• Como o FPT promove ações relacionadas à Lei de Cotas, foi
necessário conhecer essa política afirmativa instituída para garantir
direitos ainda não afirmados na sociedade e suas implicações do
ponto de vista da maneira como vem sendo cumprida a legislação.
Desafios
• processo de acompanhamento e monitoramento que possa dar
a conhecer em profundidade os tipos de ocupação que estão
sendo oferecidas às PCDs, ou mesmo um mapeamento,
monitoramento e avaliação da qualidade de inserção realizada
ou a própria consequência dessa inserção para a vida dos
sujeitos com deficiência. (apoiando os órgãos fiscalizados)
• Refere-se à condição social e econômica do sujeito que, por
meio do trabalho, adquire acesso e mobilidade social para
atingir um patamar que lhe propicie autonomia e melhoria na
sua situação de vida.
• Inserção produtiva vem sendo praticada e não é uma prática que
se aproxima do conceito de inclusão produtiva, que possibilita a
mudança real do patamar de condição socioeconômica na vida
do sujeito.
• Em formação uma nova visão da sociedade sobre as PCDs,
substituindo paulatinamente o paradigma anterior marcado por
visões preconceituosas e práticas assistencialistas e
caritativas destinadas aos indivíduos com deficiência.
• Às PCDs também deve-se garantir condições de acesso à
orientação profissional e técnica, reabilitação profissional,
oportunidade de trabalho autônomo, empreendedorismo,
oportunidade de emprego em órgãos públicos e privados.
Ressalta-se assegurar as adaptações razoáveis, não se
desprezando a importante e contundente implementação da
acessibilidade, o que em nossa percepção deverá contemplar
os aspectos arquitetônicos, atitudinais, programáticos,
metodológicos e das comunicações, entre outros.
“A prioridade absoluta é o ser humano, acima não reconheço nenhuma outra
prioridade”.
(Saramago, 1995)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVRITZER, Leonardo. A dinâmica da participação local do Brasil (org.) São Paulo: Cortez, 2010. Coleção
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AVRITZER, Leonardo. Participação e distribuição nas políticas públicas do Nordeste. Relatório Belo.
Horizonte: UFMG, 2009.
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