Download - Sermão do bom ladrão
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SERMÃO DO BOM LADRÃO
BARROCO NO BRASIL
PADRE ANTÔNIO VIERA
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INTROITO O introito é a primeira das três partes de
um sermão que diz o plano que se utilizará na análise. O intuito do Pe. Vieira era que basicamente todos pudessem imitar o Rei dos Reis. Inicia discorrendo sobre dois ladrões que haviam sido condenados e executados através da crucifixão.
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Narra que quando o bom ladrão (Dimas) pediu a Cristo que se lembrasse dele no seu reino, o Senhor teve a lembrança de que ambos se vissem no Paraíso. A subjetividade, a emoção e o convencimento são expressos no texto através de figuras de linguagens.
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Como: “Este sermão, que hoje se prega na Misericórdia de Lisboa” Percebe-se aqui a presença da metonímia.
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SEGUNDA PARTE A segunda parte de um sermão é o seu
desenvolvimento o qual nos apresentará o sermão propriamente dito.Uma das características do barroco era a religião como alívio para as angústias.A literatura barroca procurou conciliar o espiritualismo medieval com o materialismo do classicismo renascentista numa tentativa de equilibrar os contrários.Por exemplo:
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O DIVINO E O HUMANO, O BEM E O MAL, O PECADO E A VIRTUDE, A VIDA TERRENA E A ETERNA, O SAGRADO E O PROFANO, O AMOR PURO E O PECADO, A DÚVIDA E A CERTEZA. “Nem os Reis podem ir ao Paraíso sem levar consigo os ladrões, nem os ladrões podem ir ao inferno sem levar consigo os Reis. Isto é o que hei de pregar. Ave Maria.”
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Nesta citação nota-se o conjunto de ideias com a presença de antíteses bem como o reflexo das oposições acima citadas. São várias as características barrocas que podem ser encontradas neste sermão e que se apresentam por marcas lingüísticas e floreios literários presentes em todo o texto, e também por fatores como a necessidade do perdão e as maneiras de se alcançá-lo.
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Para Pe. Vieira sem a restituição do alheio não se poderia alcançar a salvação. Não se perdoava o pecado sem se restituir o roubado quando o ladrão tivesse possibilidade de restituí-lo. As restituições do alheio sob pena da salvação estavam sujeitos tanto os súditos quanto os reis. Os ladrões de quem fala o padre neste sermão, não são os miseráveis a quem a pobreza obriga a agir de maneira incorreta, mas os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera.
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É narrado que Alexandre em uma poderosa armada pelo mar Eritreu repreendeu um pirata que fora trazido à sua presença porque roubava os pescadores; porém o pirata respondeu que ele por roubar em uma barca era considerado um ladrão e que Alexandre ao usar uma armada para roubar era considerado imperador. O Pe. vieira insinua, metaforicamente, que os reis adquirem um passaporte para furtar .
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O vocabulário rico, as comparações, as metáforas, além da dubiedade de sentidos aparecem em muitas passagens do texto.Há um trecho bastante longo, porém interessante que se apresenta em mais evidência que é quando ele explica as maneiras de furtar: no modo indicativo, imperativo, optativo, permissivo, infinito; acrescenta ainda que esses modos sejam conjugados em todas as pessoas que ainda furtam por todos os tempos.
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TERCEIRA PARTE A terceira parte de um Sermão é a Peroração que
é o momento que além de finalizá-lo, os ouvintes são conclamados a seguirem a prática das virtudes propostas como se percebe quando ele faz com que o ouvinte pense sobre sua citação: não se pode calar com boa consciência, ainda que seja com repugnância, ou ainda quando ele narra baseado no que disse Cristo: que é melhor ir ao Paraíso manco, aleijado e cego, que com todos membros inteiros ao inferno.
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FINALIZANDO . Finaliza fazendo uso de repetições,
pedindo a Deus que ensine com o seu exemplo e inspire com a sua graça a todos os reis, de tal forma que evitem os furtos futuros e ainda devolvam os passados, para que no lugar de os ladrões irem ao inferno, que vão ao Paraíso juntamente com os reis.