REUNIÃO DA SUBCOMISSÃO PERMANENTE DO DESENVOLVIMENTO DO
NORDESTE, REALIZADA NA FIEPI, EM 04 DE JULHO DE 2011.
SR. CLEITON AMARAL RODRIGUES (Cerimonialista) – Ouviremos a execução
do Hino Nacional Brasileiro, de autoria do poeta Joaquim Osório Duque Estrada e do
maestro Francisco Manuel da Silva e será seguido da apresentação do Hino do Estado do
Piauí.
(Execução do Hino Nacional)
(Palmas)
SR. CLEITON AMARAL RODRIGUES (Cerimonialista) - Ainda de pé e, em sinal de
respeito, assistiremos a apresentação do Hino do Estado do Piauí, com letra do poeta Da
Costa e Silva e música de Firmina Sobreira. O Hino será executado e serão exibidas
imagens que retratam a riqueza e a variedade cultural e natural piauiense, numa
produção da Fundação Cultural do Piauí, em parceria com a Coordenadoria de
Comunicação Social do Governo.
(Apresentação do Hino do Estado do Piauí)
SR. CLEITON AMARAL RODRIGUES (Cerimonialista) - Convidamos para compor
a Mesa de honra deste ato solene, o Exmo. Senhor Governador do Estado do Piauí,
Wilson Martins, acompanhado do Exmo. Sr. vice-governador do Estado do Piauí, Moraes
Sousa Filho; Exmo. Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Piauí, Deputado
Themístocles Filho; Excelentíssimos Senadores da República, Senador Benedito de Lira,
Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal;
Senador Wellington Dias, Presidente da Subcomissão Permanente do Desenvolvimento
do Nordeste; Senador Eduardo Amorim, vice-presidente da Comissão de
Desenvolvimento Regional e Turismo do Nordeste; Senador Ciro Nogueira, do Estado do
Piauí; Senador José Pimentel, do Estado do Ceará; Senador Vital do Rego, do Estado da
Paraíba. Também convidamos o Sr. Ricardo Chaves de Melo Rocha, neste ato,
representando o Ministro de Estado chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência
da República, Wagner Bittencourt; Representante do Ministério da Integração Nacional,
João Mendes da Rocha Neto; Também convidamos o Sr. Alexandre Magalhães,
Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, neste ato representando o Exmo.
Prefeito Municipal de Teresina, Elmano Férrer; Excelentíssimo Secretário Estadual do
Turismo, Sílvio Leite; representando os Deputados Federais, nós convidamos o Exmo.
Deputado Federal Marcelo Castro para compor a Mesa de honra.
Senhoras e Senhores, neste momento nós convidamos a todos os presentes para
fazermos um minuto de silêncio em razão do falecimento do Senador e Presidente da
República Federativa do Brasil, Itamar Franco.
Senhoras e Senhores, bom dia a todos e a todas. O Cerimonial do Governo do
Estado do Piauí tem a satisfação de dar início a este ato solene que marca o III Encontro
que a Subcomissão Permanente do Desenvolvimento do Nordeste realiza nos Estados
de abrangência da Sudene, quais sejam os estados de Alagoas, Paraíba, Piauí, Bahia,
Pernambuco, Sergipe, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Minas
Gerais.
O I Encontro foi realizado no dia 23 de maio, na capital do Estado de Alagoas,
Maceió, cujo tema debatido, o Desequilíbrio Fiscal. O II Encontro aconteceu na cidade de
Campina Grande no Estado da Paraíba tratando da Infraestrutura Regional - ZPS e Zona
Franca.
O objetivo das visitas é promover um debate amplo, onde o governo terá
oportunidade de apresentar as suas ações para a região. O Executivo apresentará o seu
plano de ação e as suas demandas e será desenvolvido, também, um tema específico
previamente sugerido pelo parlamentar do Estado.
Aqui em Teresina, temos a grada satisfação de anunciar que o parlamentar anfitrião
é o Senador do Estado do Piauí, Wellington Dias, presidente da Subcomissão
Permanente de Desenvolvimento do Nordeste.
Registramos e agradecemos a presença, pedindo que se sintam representados à
Mesa as seguintes autoridades: Excelentíssimo Deputado Federal Assis Carvalho,
Deputado Federal Jesus Rodrigues, Deputado Federal Júlio César, Deputado Federal
Nazareno Fonteles, Deputada Estadual Rejane Dias, também o Deputado Estadual
Evaldo Gomes, Deputado Estadual Wilson Brandão, que é Secretário Estadual de
Governo; Deputado Estadual Warton Santos, Secretário Estadual de Desenvolvimento
Econômico e Tecnológico; Deputado Estadual Merlong Solano, Secretário Estadual das
Cidades, em nome dos quais cumprimentamos as demais autoridades aqui presentes,
sejam elas executivas, legislativas ou judiciárias, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores
aqui presentes, representantes de órgãos federais, associações, sindicatos, organizações
não governamentais, fundações, autarquias, instituições financeiras, entidades de classe,
trabalhadores e trabalhadoras, Senhoras, Senhores e jovens presentes.
Ouviremos neste instante o Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional
e Turismo, o Senador da República, Benedito de Lira.
SR. BENEDITO DE LIRA (Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional
e Turismo) – Exmo. Senhor Governador Wilson Martins, Exmo. Vice-Governador Moraes
Souza Filho; Deputado Themístocles Filho, Presidente da Assembleia Legislativa do
Piauí; Senador Eduardo Amorim, vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento
Regional e Turismo; Senador Ciro Nogueira, companheiro 4º Secretário do Senado
Federal; Senador José Pimentel, ilustre representante do Estado do Ceará; meu querido
amigo Senador Vital do Rego, representando o Estado da Paraíba no Senado Federal;
Ricardo Chaves de Melo Rocha, neste ato representando o Ministro de Estado Chefe da
Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República; Senhor João Mendes da Rocha
Neto, representante do Ministério da Integração Nacional; Alexandre Magalhães
Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, neste ato representando o Prefeito
de Teresina; Sílvio Leite, Secretário de Estado do Turismo; meu companheiro, ilustre
Presidente da Subcomissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, Senador Wellington
Dias; Deputado Federal Marcelo Castro, em seu nome eu quero cumprimentar os
Senhores Deputados Federais do Estado do Piauí, demais autoridades, minhas
Senhoras, meus Senhores, Senhores da imprensa.
A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo tem como objetivo
fundamental estabelecer determinados critérios para o Nordeste, com especialidade. E ao
instalar-se a Comissão desta legislatura começamos a discutir com os Senadores que
compõem a Comissão e chegamos ao entendimento de criarmos três Subcomissões de
Desenvolvimento Regional: uma para o Nordeste, presidida pelo Senador Wellington
Dias; uma subcomissão para desenvolvimento a região Norte, presidida pela Senadora
Vanessa e a região Sul, presidida pela Senadora Ana Amélia. Mas a região que mais está
chamando a atenção de todos nós é a Subcomissão do Desenvolvimento do Nordeste,
por uma razão muito simples: o Nordeste Brasileiro com especialidade é uma região onde
existe o maior índice de pobreza do Brasil. E até aonde nós vamos com essa situação
instalada ao longo de toda a história do Brasil? E nós tomamos como vetor exatamente
visitarmos as capitais nordestinas, fazermos reuniões desta qualidade para que nós
possamos discutir os temas que são de fundamental importância para o desenvolvimento
da região.
E nós temos conversado frequentemente na Comissão e fora dela, a respeito dos
mais diversos assuntos que fazem com que esses temas sejam palpitantes para todos
nós. O que aconteceu nessas últimas décadas com as regiões Norte e Nordeste? Elas
foram expurgadas da agenda nacional. O Nordeste e o Norte cada vez mais se
distanciam das regiões mais ricas do País: Sul, Sudeste e mais ou menos o Centro-
Oeste. Então, nós precisamos tratar dos assuntos pertinentes a essas regiões. Estivemos
em Alagoas, meu Estado, depois fomos a Paraíba, agora estamos no Piauí. Por que isso?
Porque após visitarmos os Estados Nordestinos e os Estados do Norte e, faremos isto
ainda este ano. Temos que compilar um documento com o resultado de todas as
discussões que estamos travando por onde estamos passando, com os mais importantes
assuntos de desenvolvimento das regiões para daí termos um encontro com a Presidente
Dilma, com as autoridades do Governo, com os Governadores do Nordeste e do Norte
para fazermos uma reunião conjunta. Para fazer ver ao Brasil, que nós não suportamos
mais o processo de marginalização.
Tivemos, sem dúvida, Nazareno, uma melhoria nesses últimos anos com a
presença do Presidente Lula a frente do Governo Brasileiro. Mas não foi suficiente porque
o atraso é muito grande. Eu agora mesmo assistia ao vídeo do Hino primitivo do Piauí.
Que maravilha! E as pessoas que não conhecem poderiam imaginar o Piauí um Estado
pobre - porque nós somos um País rico de povo pobre - nós somos um País, que eu
reputo, melhor do Mundo! Mas estamos convivendo ainda com determinadas coisas que
não condizem com a grandeza desta Pátria, deste País, deste torrão abençoado por
Deus. Converso muito com o Senador Wellington Dias...
O meu primeiro pronunciamento no Senado Federal falando sobre Água Para
Todos. Água Para Todos porque é inadmissível, a essa altura do tempo, que um
brasileiro do Nordeste, ainda, continue bebendo água de barreiro. Não é permissível mais
isso! Mas é o subdesenvolvimento! O volume de recurso que fora gasto com os carros-
pipas e, todo ano tem a mesma coisa.
Na minha análise com relação ao discurso que eu fiz Água Para Todos, eu me
surpreendi, Senador Wellington e Governador Wilson, o Piauí surpreende a quem não
conhece e a quem toma conhecimento: tem água que equivale apenas e tão somente a
Bacia Hidrográfica dos Estados Unidos. Que coisa maravilhosa! Mas está lá embaixo a
água e, é preciso buscá-la para a superfície, por quê? Porque infelizmente não tivemos
um programa e um projeto de governo para que as coisas pudessem acontecer. Mas nós
vamos tratar também desse assunto. E agora a presidente Dilma, ao cria o Programa
Brasil Sem Miséria, Brasil Sem Pobreza incluiu no seu projeto Água Para Todos. A mesma
coisa que fez o Presidente Lula ao criar o Programa Luz Para Todos. E é exatamente isso
que nós estamos trabalhando e vamos juntos trabalhar.
Eu dizia, ao chegar de madrugada, eu e o companheiro Senador Eduardo Amorim,
de Sergipe, para chegarmos, Ciro, a esta maravilhosa cidade eu tive que pegar quatro
aviões. Que coisa tenebrosa! - Um país que dentro de alguns dias ou alguns anos, melhor
dizendo, poderá ser a sexta ou a quinta economia do mundo. - Eu, talvez, se tivesse
saído de bicicleta ou de moto chegasse primeiro ao Piauí do que de avião. Porque o
sujeito passa quatro, cinco, oito horas num aeroporto esperando que um avião saia de
São Paulo, vá a Salvador e venha para Teresina. Eu ontem teria que ir a Guarulhos para
poder chegar a Teresina, quando eu estou em Maceió e podia chegar aqui. Wellington,
você foi muito feliz em trazer aqui o Ministro representante da Aviação Civil, porque uma
das metas desta Comissão é exatamente verificar como poderemos fazer aviação
regional. Mas aviação regional não apenas sob o comando da TAM e da GOL, porque
elas engolem aqueles que querem iniciar nessa atividade. Infelizmente no Brasil é assim.
Eu tenho dito, por exemplo, meu caro Governador, como é que podemos admitir
que o Brasil, esta maravilha de País, receba visitantes turísticos internacionais, uma
média de cinco milhões, aproximadamente, de estrangeiros. Não é possível isso! E, há de
se perguntar qual é o motivo de tudo isso? - Têm pequenos países que recebem milhões
e milhões de pessoas, inclusive vai muito mais gente daqui vai para fora, do que fazendo
turismo interno. Sabe por quê? Porque nós não temos voos, nós não temos voos, temos
apenas alguns voos para outros países do mundo. Não temos! É exatamente isso que
nós precisamos abrir os olhos.
Eu queria, nesta oportunidade, cumprimentar o Senador Wellington, o Senador Ciro
Nogueira, os companheiros Deputados Federais, os Deputados Estaduais, o Governador
do Estado por estarem nos recebendo, porque nós não vimos aqui para fazer turismo.
Nós chegamos de madrugada e logo nas primeiras horas da tarde, ao terminado este
encontro, estamos retornando a Brasília com o coração pesaroso porque perdemos um
companheiro neste final de semana. Um dos homens mais decentes da Política brasileira,
um homem austero, decente, responsável por esta estabilidade econômica que nós
estamos vivendo, pela criação do real. Então, o Senado hoje está de luto. Eu ontem entrei
em contato com o Senador Wellington e nós dizíamos o seguinte: numa homenagem ao
Itamar, não cancelaríamos a reunião, porque iria se tornar mais distante outra data, pois
temos uma agenda a ser cumprida.
Então, eu queria nesta oportunidade, como Presidente da Comissão, que a partir
de agora, comandado pelo Wellington, ele é o Presidente da Subcomissão. E essas
audiências que nós estamos realizando são reuniões da Subcomissão, porque nós temos
diversos assuntos importantes para tratarmos aqui no Piauí, dentre eles, um que será
tratado pelo Marcelo Castro, que é exatamente uma das coisas que nós vamos ter que
fazer, a distribuição dos royalties. Quanto não tem feito falta ao Piauí! Não temos ainda
uma política de distribuição de royalties, uma absoluta distribuição equânime, porque diz a
Constituição que o que está no subsolo, a riqueza não é de A ou B, é de todos. Nós
estamos nesta batalha e, se Deus quiser, nós vamos chegar ao entendimento. Eu dizia
agora ao meu querido Wellington, ao meu querido Ciro Nogueira, bem como ao Pimentel,
ao Vital... Recentemente houve uma reunião em Brasília com a presença de 14
Governadores, nove do Nordeste, com o Presidente do Senado Federal para que nós
pudéssemos discutir uma Agenda Positiva Nacional. - Há muito tempo que o Norte e o
Nordeste foram excluídos da pauta do nacional, há muitos anos, porque tudo que tem
acontecido de bom é só para ficar no Sul e no Sudeste. Nós precisamos estabelecer essa
regra, os grandes empreendimentos, as coisas importantes para gerar emprego, renda e
melhoria de vida não podem ficar apenas nas duas regiões, terão que ser distribuídas
para o Brasil. O Brasil não se resume apenas à região Sudeste e Sul. Nada contra,
apenas a oportunidade de fazer com que também tenhamos a participação e, graças ao
bom senso, os Governadores do Nordeste juntaram as bancadas no Norte, do Nordeste e
do Centro-oeste vão se juntar, não só na Câmara dos Deputados, mas no Senado
Federal, porque lá fala mais alto e fala mais forte quem tem voto. E, nós temos maioria de
votos desde quando tenhamos um objetivo. E, esse objetivo Governador, com a
participação de V. Exa e de seus companheiros dos demais Estados do Nordeste, nós
vamos encontrar, logicamente que num processo de parceria e paciência, não de
imposição, mas de consenso, nós encontraremos nossos caminhos. E, eu digo aos meus
companheiros da Comissão, se nós encerrarmos o nosso período na Comissão e não
tivermos uma ação objetiva, eficaz e prática, não fizemos nada! Vão pensar que nós
estamos fazendo turismo, o que não é!
Então, eu quero ao abrir este encontro cumprimentar a todos os Piauienses e dizer
que nós estamos atentos e vamos trabalhar na direção de melhorar as condições de vida
do povo das regiões Norte e Nordeste. Contamos com a participação dos parlamentares
das regiões, porque só assim poderemos chegar a algum lugar.
Muito obrigado (aplausos)
SR.CLEITON AMARAL RODRIGUES (Cerimonialista) - Ouviremos o Presidente
da Subcomissão Permanente de Desenvolvimento do Nordeste no Senado Federal, o
Senador Wellington Dias. (aplausos)
SR. WELLINGTON BARROSO DE ARAÚJO DIAS (Presidente da Subcomissão
Permanente do Desenvolvimento do Nordeste no Senado -PT) - Bom dia. Eu quero
saudar, para ganhar tempo, a todos os que fazem o Governo do Estado na pessoa do
nosso querido Governador Wilson Martins e do vice-Governador Moraes Sousa Filho,
presidente da Fiepi - Federação da Indústria do Piauí, dizer que é um prazer estar nesta
Casa; Saudar também toda a Bancada Federal na pessoa do coordenador da Bancada,
Deputado Marcelo Castro; também a representação da Bancada Estadual; todos os
Deputados e Deputadas na pessoa do Deputado Themístocles Filho; meus queridos
Senadores, Senador Ciro Nogueira, nosso conterrâneo. Justificar que o Senador João
Vicente mandou um documento explicando, que em razão de uma viagem ao exterior, não
poderia estar presente aqui hoje. Também o meu querido Senador Benedito Lira que nos
comanda neste trabalho de Desenvolvimento Regional, com carinho especial nesse foco
do Nordeste; Vital do Rêgo, meu querido Pimentel, Eduardo Amorim, saudar também o
Governo Federal, dizer que é um prazer receber representação de todas as áreas;
lideranças dos trabalhadores; lideranças empresariais; permitam-me saudar o Governo
Federal, na pessoa do Luis Carlos Everton, que também aqui representa o Banco do
Nordeste, importante parceiro neste trabalho.
Eu vou fazer uma breve apresentação para compreendermos o desafio que nós
temos enquanto nordestinos.
O objetivo da Comissão é primeiro integrar um esforço que temos no fórum dos
Governadores - O Governador Wilson tem marcado fortemente esse trabalho. - que tem
uma pauta já tratada em Sergipe e, agora, mais recentemente em Fortaleza e com a
Carta de Brasília.
A Bancada Nordestina na Câmara e no Senado tem uma organização própria. O
Deputado Gonzaga Patriota é quem coordena esse trabalho atualmente - ele que é do
Estado do Pernambuco - junto com as entidades regionais da indústria, do comércio, da
agricultura e das entidades dos trabalhadores.
O que nós temos chamado atenção? Nós temos uma região cantada em verso e
prosa de grande potencial, mas ainda com grandes dificuldades. Eu cito sempre um
exemplo, basta examinar o que aconteceu nesta década: com algum investimento
direcionado especifico a região Nordeste, mas também destaco as regiões Norte e
Centro-oeste - são as três regiões menos desenvolvidas do Brasil. Essas regiões
puxaram o crescimento do Brasil na última década. Qual é o grande desafio? Nós
tratamos em Alagoas especificamente, a dificuldade do próprio poder público, ou seja, dos
Governos Estaduais, dos Governos Municipais de puxarem os investimentos com a força
que a região precisa. Somos uma região ainda, nessa fase, dependente de fortes
investimentos do Poder Central.
Para compreendermos 43,8% das receitas dos nossos Estados ainda são
transferências da União. 57% são receitas geradas aqui na própria região. O Piauí, por
exemplo, é um Estado que tem uma forte dependência. Melhoramos. Nós tínhamos 70%
de receita transferida, contra 30% de receita própria. Hoje estamos com 59% de receita
transferida da União, contra 41% de receita própria. Só para compreendermos, um
Estado como São Paulo, para dar um exemplo, 90% das suas receitas são próprias,
depende algo próximo de 19%, 20% das receitas transferidas da União. Então, isso
mostra o desequilíbrio que nós temos na capacidade própria de investimento.
(SLIDE)
Junto a isso e, incoerente com isso, temos na região Nordeste, hoje, mais da
metade das pessoas alvo do programa “Brasil Sem Miséria” (programa de erradicação da
miséria). De 16 milhões de brasileiros que têm renda abaixo de R$ 70,00; 9,6 milhões são
da nossa região, região Nordeste. - No Piauí tivemos uma queda considerável. Tivemos
1,5 milhões de pessoas nessa situação; agora, estamos 665 mil. Maior queda
proporcional no Brasil, mas ainda é um número considerável, representa, no caso do
Nordeste, 18% da população, quando a média brasileira é de 8%.
Tem um dado que pouca gente conhece, no esforço fiscal feito no Brasil, São
Paulo tem 34,9% do PIB nacional. Tem uma participação da sua população, uma taxação
de 9,2% da sua renda, enquanto no Nordeste é de 11%, ou seja, a população de uma
região mais carente do Brasil - isso é o que acontece com o Nordeste, acontece também
com o Norte, pela forma como é a nossa carga tributária, nossa população termina sendo
impactada com uma carga maior do que os Estados mais desenvolvidos. Vamos explicar
isso mais à frente.
Só para compreendermos um pouco, a nossa carga tributária é composta de
muitos impostos indiretos. A faixa da população que ganha até três salários mínimos
responde por uma carga tributária na casa de 48%. Para termos uma ideia, a faixa de
renda na casa de 30 salários mínimos cai para 28%. Onde está a fatia maior da
população com essa renda abaixo de três salários mínimos? Exatamente nas regiões
menos desenvolvidas. Então isso se torna muito perverso, quem ganha mais, paga
proporcionalmente menos impostos; quem ganha menos, paga proporcionalmente mais
impostos. Por isso que a reforma tributária tem que ser vista não apenas como um
instrumento de reequilíbrio da Federação, mas também para dar conta de desigualdades
como essa.
Além disso, nós temos um problema grave que é o vazamento das receitas das
regiões menos desenvolvidas para as regiões mais desenvolvidas. Governador Wilson, o
ICMS, por exemplo, a grande discussão dos Governadores é que se tenhamos a
implantação da cobrança da distribuição da maior fatia do ICMS no destino, e não na
origem, como é hoje. Você compra um produto de um Estado como São Paulo, você
compra um iPhone, um celular, um iPad, eles normalmente são fabricados nos estados
mais desenvolvidos e a maior fatia desse recursos vai para os Estados mais
desenvolvidos, no modelo que temos hoje. Exceto energia elétrica e combustível, todos
os outros produtos são assim classificados. A energia elétrica, para dar outro exemplo,
estou citando apenas dois exemplos para compreendermos, a energia elétrica, vemos na
conta a cobrança do ICMS, a cobrança da taxa de iluminação púbica, mas na verdade
junto com a conta de energia pagamos uma série de taxas indiretas, incentivo, por
exemplo, a energia nuclear e a tantas outras formas de incentivo que compõem o preço
da energia. Nós estudamos nesses dias na Comissão, chega 42% a taxação média
brasileira na conta de energia e, muitas vezes esses valores são aplicados em outras
regiões onde é arrecadado e isso impacta fortemente na população de baixa renda.
De cada um real gerado na região, nós temos uma evasão muito grande, apenas
para pegar um dado, o Secretário Silvano que está aqui passava ao governador Wilson
Martins um dado importante para que possamos compreender essa perversidade do
imposto na origem e não no destino. O Piauí compra de outros Estados por ano, como foi
no ano passado, 12 bilhões de reais e vendemos de produtos nossos para outros Estados
quatro bilhões de reais. Se a maior fatia dos recursos que estão cobrados ficam com o
destino, isso mostra o tamanho do sugador que há. Essa mesma realidade acontece com
outros Estados da nossa região. Então, a Reforma Tributária é um dos pontos que nós
estamos trabalhando para colocar na Pauta, nos somando ao esforço do fórum dos
Governadores exatamente para tratarmos de alguns temas como esse. Claro que, além
disso, comércio eletrônico e um conjunto de outras injustiças que têm.
(Slide)
Fizemos um estudo, um levantamento apoiado pelo Etene (grupo de estudos do
Banco do Nordeste), se nós pudéssemos fazer um plano para que a região Nordeste
pudesse atingir a média do PIB brasileiro, o que seria necessário? Vejamos, nós
trabalhamos um prazo médio de 16 anos, precisaríamos crescer 3%, o Nordeste tem que
crescer 3% acima do que cresce o Brasil durante 16 anos, para que possamos atingir a
média do desenvolvimento brasileiro, ou seja, isso impõe um esforço muito grande. É
possível? É. Cito como exemplo os últimos dois anos: o ano de 2010 e no ano de 2009
nós tivemos um crescimento que demonstra que isso é possível dentro do Nordeste para
que essa desigualdade do Brasil para com o Nordeste seja resolvida. É preciso que um
Estado como o nosso, como a Paraíba, Alagoas, enfim, os Estados menos desenvolvidos,
Maranhão tenham um crescimento acima do que cresce a região. Isso também está
demonstrado que é possível. No ano passado, em 2009, o Piauí foi o Estado que mais
cresceu no Brasil, teve o maior crescimento de PIB brasileiro. Então, isso mostra que
também é possível. Então dito isso, qual é o plano? É preciso que o esforço de
investimento do Governo Federal e do Governo Central seja acima da média, vai-se
investir em infraestrutura de transporte, energia, em educação, ele seja sempre acima do
que se investe no Brasil, e dentro da região também se tenha um plano voltado para que
o Estado como Alagoas possa alcançar a média do Brasil junto com o Nordeste, ainda
maior. Então o que quero dizer com esse estudo? É que se não houver algo planejado,
nós nunca vamos alcançar a média brasileira, ou pelo menos levar pelo menos meio
século, um século para poder alcançar esse patamar. Então veja, se o Brasil está
programado para crescer uma média de 5% ao ano, se as outras regiões mais
desenvolvidas crescem 4% ao ano, normalmente estão crescendo menos do que as
regiões mais desenvolvidas, nós temos que crescer 7, 8% ao ano para poder crescer
mais do que o Brasil e, portanto, ter as condições de alcançar essa meta. Isso exige um
investimento extra como está colocado aí de 50, 60 bilhões por ano, além do que se
aplica normalmente nas demais regiões. Para compreendermos a necessidade de um
impacto como esse.
(Passe o slide)
E, isso geraria um Produto Interno Bruto mais elevado. Tem que ser pensado
como trabalhamos isso. No caso, se começar a ter como referência o ano de 2010,
porque foi o ano que alcançamos esse objetivo, nós chegaríamos a 2025 na média da
economia nacional. Mas é preciso um esforço bem planejado.
(Passe o slide)
Eu já coloquei que isso precisa de uma correção no viés da carga tributária.
Quando fazemos uma defesa não só do ICMS no destino, não só da regulamentação, por
exemplo, do comércio eletrônico; da regulamentação do Pré-Sal com maior justiça, enfim,
o que está por trás disso é a necessidade de outra lógica na distribuição da receita do
País.
(Passe o slide)
Bom, para examinarmos, hoje o Nordeste têm 53 milhões de habitantes, 28% da
população brasileira. Nós respondemos por um pouco mais de 14% do Produto Interno
Bruto brasileiro. Então o ideal é que possamos alcançar algo em torno de 28% do Produto
Interno Bruto brasileiro, essa é uma meta que não é tão simples. Quando pegamos o
ICMS, por exemplo, a distorção que dá, enquanto o Brasil arrecada 270 bilhões de ICMS,
a região Nordeste fica com 41 bilhões, aproximadamente. O que mostra o efeito perverso
desse modelo que temos hoje.
(Passe o slide)
Além disso, os órgãos de investimentos que coordenam normalmente os maiores
fundos, na hora das aplicações também têm distorções, um exemplo é o BNDS - de tudo
o que ele faz de captação - e melhorou, a situação era muito mais perversa - o BNDS
aplicou entre 2005 e 2010, 8,8% de todos os seus investimentos na região Nordeste.
Quer dizer, de cada 100 investido no Brasil, 8,8% é do Nordeste. Portanto, muito abaixo!
Não é, Deputado Júlio César, V. Exa que estuda muito isso é muito abaixo do nosso PIB e
extremamente abaixo da nossa média populacional em relação ao Brasil. O Banco do
Brasil da mesma forma, em torno de 11%, a Caixa Econômica em torno de 14,5%, o
BNDS incluindo a previsão para este ano subir para 9,6%, até o ano passado eram, 8,8%.
O Banco do Nordeste é um banco que aplica 100% na região. Para compreendermos a
importância de um Banco Regional, ou seja, ele contribui 100% e outros bancos 2,4%.
Então, para compreendermos a necessidade de uma meta como essa é preciso
estabelecer, por exemplo, a ideia da Comissão é que até 2014, possamos alcançar a
média de investimento do FAT, FGTS, os recursos do BNDS, da Caixa Econômica, do
Banco do Brasil o patamar do PIB. E, que possamos até 2020, 2022 alcançar a média do
que é a nossa população dentro da região. Ou seja, é preciso que se tenha um esforço de
investimento proporcional à população para que possamos alcançar as condições desse
desenvolvimento desejado.
Dentro do próprio Nordeste também temos desnivelamentos, ou seja, têm Estados
que ficam com a maior fatia dos recursos de investimentos, hoje temos tido uma
preocupação, porque Estados como Bahia, Ceará e Pernambuco, pelo viés dos
investimentos, de forma natural, terminam ficando proporcionalmente com uma fatia maior
dos investimentos aqui colocados, aproximadamente dois terços dos investimentos do
Nordeste estão colocados para esses três Estados.
Nos repasses, nas transferências de receitas da União, embora se tenha uma ideia
normalmente de que ela é feita de forma justa, embora tenha melhorado de alguma forma
nos últimos anos, mas ela ainda é muito perversa. Vou pegar dois dados da Saúde e da
Educação: a lógica da Saúde é de transferência de recurso - o Deputado Nazareno, que
foi Secretário de Saúde e o Deputado Assis Carvalho sabem disso - a lógica da Saúde é
de transferência de recursos para os Estados e para os Municípios levando em conta a
resolutividade, ou seja, quem tiver maior capacidade de dar respostas às necessidades
na área da Saúde recebe mais. Então, o que aconteceu? Como alguns Estados estavam
mais bem estruturados, normalmente os mais desenvolvidos, isso levou a uma distorção
nos repasses dos recursos. Vejamos, um Estado como Santa Catarina, ou São Paulo, por
exemplo, têm uma fatia da população menor do que outros Estados do Nordeste
dependentes do Sistema Único de Saúde. Vou pegar o exemplo desses dois Estados:
Santa Catarina, 35% da sua população não precisa do SUS, exceto em casos de cirurgias
mais complexas, mas normalmente tem plano de saúde, porque tem renda, tem condição
de pagar consulta, exame, enfim, não tem essa dependência do SUS. Então quem
governa um Estado desse precisa cuidar de mais ou menos 65% da fatia da população.
Este Estado recebe quase o dobro da per capita SUS de um Estado como o Piauí,
Maranhão, Alagoas, Paraíba, porque a regra não é essa, a regra não é repassar para
quem precisa mais. Então, você tem dificuldade de investir em equipamentos, em
unidades de saúde, em profissionais, tem menos especialistas, menos profissionais e por
isso mesmo termina sempre recebendo menos. Na Educação, faz-se um repasse per
capita mais justo, é proporcional ao número de alunos, mas também da mesma forma,
não leva em conta que há uma fatia maior da população dependente dos recursos da
Educação nos Estados mais pobres. O Estado que nem a Paraíba, certamente 90% dos
alunos, todas as pessoas em idade de estudar precisam da rede pública, estudam na
rede pública. 85% do Piauí, em torno de 90%. Apenas 10%, 15% da sua população tem
condição de pagar uma escola privada. Então na hora da distribuição dos recursos, isso
não é considerado, isso leva de novo a um efeito perverso pela distribuição feita
principalmente através do Fundef e agora do Fundeb.
Então, nós precisaríamos, só para compreender aqui, na Educação e Saúde de
mais 7,9 bilhões só na região Nordeste para poder equalizar esses dois sistemas.
(Passe o slide).
Aqui, para compreendermos, são os gastos per capita de Educação. Para termos
uma ideia, um Estado como São Paulo, em média, R$471,00 per capita; um Estado como
Alagoas R$163,00; Piauí, R$167,00 per capita, compreendermos o fruto dessa distorção.
(Pode passar-slide)
Na saúde também não é de diferente, também ela tem uma forte distorção.
(Pode passar-slide)
Esse aqui é um estudo que foi feito mostrando qual seria o repasse per capita tanto
para educação como para saúde para poder equalizar. O Piauí precisaria de 1.170 per
capita, ali para lembrar, somando os dois juntos ali em torno de 450, Alagoas precisaria de
1.113, Maranhão 1.400, enfim, então, ou tem a equalização desse sistema ou nós
teremos sempre uma distorção, um desnivelamento na área da saúde e da educação.
(Pode passar-slide)
Bom, para finalizar nós estamos trabalhando é buscando construir uma unidade
numa pauta que seja de interesse do Nordeste, onde for possível integrar o Nordeste com
o Norte, com o Centro-Oeste, para que tenhamos condições de fazer essa pauta valer no
Congresso Nacional e junto ao Poder Executivo. Então, com o pré-sal, por exemplo, o
Deputado Marcelo vai apresentar para nós aqui. Nós avançamos agora, criamos um
ambiente favorável ao entendimento, quinta-feira agora teve uma reunião com os
governadores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, onde se abriu um entendimento
para votação de um projeto. E têm duas alternativas lá: uma, e tem maioria para isso, há
vinte e quatro estados apoiando, o Deputado Marcelo fez um importante trabalho aqui
coletando o apoio da coordenação de bancada de 24 estados. No fórum dos
Governadores, o Governador Wilson esteve lá, reuniram-se 17, mas, na verdade, temos
pelo menos 23 Governadores apoiando também essa pauta. Então, temos maioria hoje
na Câmara e no Senado, inclusive para derrubada do veto do Pré-sal. Estamos buscando
uma possibilidade de um entendimento, por uma questão de responsabilidade, com
estados como Rio e Espírito Santo. Eu estou confiante de que até o mês de agosto; acho
que nós temos condições de resolver essa pauta, para fazer uma distribuição mais justa.
Queremos trabalhar mudanças na regra: do Fundeb, do Salário Educação; dos
repasses do SUS; na reforma tributária, e aí tem um foco no Fundo Nacional de
Desenvolvimento Regional, o ICMS do destino; no comércio eletrônico; um entendimento
sobre a dívida. O governo abriu agora a possibilidade de mudar a forma da cobrança da
dívida, isso interessa a todos os estados. No Fundo de Participação há um desequilíbrio
hoje. Os municípios conseguiram, ainda, no Governo do Presidente Lula puxar mais um
ponto percentual da União para os municípios; pedem mais 1% e os estados também
precisaria do equivalente a dois pontos percentuais que sairiam da União para o bolo
partilhado pelos estados para poder viabilizar esse equilíbrio. A ideia também é trabalhar
metas de investimentos, tanto do orçamento geral da União como dos Fundos de
investimentos e o bancos oficiais.
A regulamentação da emenda 29 traduz em novo mecanismo, também não só do
que pode aplicar em saúde, mas é preciso ter também uma equalização nesse repasse.
Enfim, o objetivo desse encontro.., Vamos ter uma apresentação do Governador
do Estado, em cada estado. Temos dois temas específicos aqui que é o setor de energias
como fator de desenvolvimento da região e a área da aviação regional. Nós ouvimos o
depoimento do Senador Benedito Lira e do Senador Eduardo Amorim também, não ia
falar diferente aqui, nem o Vital do Rego, ou seja, quem mora em João Pessoa e quer ir
para Recife, é melhor ir de carro, porque muitas vezes tem que ir a salvador para poder ir
depois para Recife. Nós aqui quando queremos ir a São Luiz do Maranhão ou Belém, às
vezes é melhor ir para Brasília, para em Brasília pegar um voo para esses lugares. Então
isso mostra o desafio que tem o novo Ministério, o Ministério da Viação Civil, nós já
vínhamos acompanhando e também vamos apresentar um plano nacional de incentivo à
Aviação Regional, para que tenhamos não só uma estrutura aeroportuária adequada, bem
como mais incentivos e regras que venham permitir o interesse de companhias regionais,
companhias locais, enfim, que possam dar conta desse desafio.
Então, eu quero fazer essa apresentação e agradecer a presença de todos e dizer
da importância do Piauí dentro do Desenvolvimento Regional. Como piauiense eu não
posso deixar de dizer que se nós trabalharmos as condições de um entendimento que
leve em conta tanto os investimentos públicos como os investimentos privados na área do
agronegócio, da mineração, dos serviços, nós temos um grande potencial. Agora, se não
tomarmos cuidado, agindo de modo articulado com os demais estados do Nordeste, nós
vamos ter crescimento na região, mas um crescimento desequilibrado, desnivelado, onde
alguns estados ficarão para trás. E o trabalho dessa comissão é fazer esse alerta, e ao
mesmo tempo, como eu digo numa frase só, colocar na pauta do Brasil a pauta do
Nordeste, a pauta das regiões menos desenvolvidas. É isso.
Muito obrigado.
(Palmas)
SR. CLEITON AMARAL RODRIGUES (Cerimonialista) - Convidamos para compor
a Mesa de Honra o Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal de Teresina, Elmano Férrer.
(Palmas)
Senhoras e Senhores, com a palavra Excelentíssimo Senhor Governador do
Estado do Piauí, Wilson Nunes Martins, que também fará apresentar, em sua fala, ações
específicas do Plano de Desenvolvimento do Estado do Piauí.
SR. WILSON NUNES MARTINS (Governador do Estado do Piauí) - Muito bom dia
a todos!
É uma alegria muito grande reencontrá-los. Cumprimento nosso vice-governador,
Moraes Souza Filho; o Deputado Themístocles Filho, Presidente da Assembleia
Legislativa do Piauí, em nome dele quero abraçar a todos os deputados estaduais aqui
presentes a esse encontro; amigo Elmano Férrer, Prefeito de Teresina, Senador Benedito
de Lira, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional de Turismo do Senado
Federal, é um prazer recebê-lo aqui; Senador Eduardo Amorim, vice-presidente da
Comissão; cumprimentar o nosso companheiro, irmão, amigo, ex-governador e Senador
da República, Wellington Dias, presidente da Subcomissão Permanente de
Desenvolvimento do Nordeste. Aproveitar para abraçar essa jovem, querida Senadora,
Regina Souza, meus parabéns pelo seu aniversário, mudando de idade hoje, continua
nova e bonita. Saudar o Senador Ciro Nogueira; Senador José Pimentel, que é um
cearense, mas um piauiense arretado da Suçuapara, proximidade de Picos; Senador Vital
do Rego, da Paraíba e deputados federais Marcelo Castro, Assis Carvalho, Jesus
Rodrigues, Júlio César e Nazareno Fonteles; o Ricardo Melo Rocha, que representa o
nosso Ministro de Estado, Chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da
República; ao João Mendes da Rocha Neto, representante do nosso companheiro
Ministro da Integração Nacional; ao Sílvio Leite, nosso Secretário de Estado de Turismo;
cumprimentar o José Narciso Sobrinho, do Etene; o Banco do Nordeste, abraçar também
o nosso companheiro diretor, Luiz Carlos Everton, enfim, cumprimentar a cada um de
vocês que atendeu o nosso chamamento. Enaltecer meu caro, Senador Wellington Dias,
a posição do Senado Federal em poder descentralizar as suas ações e, através da
Comissão de Desenvolvimento Regional e do Turismo e, também, da Subcomissão de
Desenvolvimento do Nordeste, que tem V. Exa como presidente desta Subcomissão.
Parabenizar a iniciativa de estar peregrinando pelo Nordeste do Brasil e provocar
uma discussão importante como esta. Já reverbera Brasil afora, na reunião de
Governadores, no Fórum dos Governadores do Nordeste no Estado do Ceará foi motivo
de elogios por parte do nosso companheiro, o Governador Teotônio Vilela, do Estado de
Alagoas, a importância da discussão que travada naquele Estado nordestino, como
resultado efetivo da visita a Alagoas. Discutimos no Ceará e foi possível incluirmos na
pauta de discussão daquele Fórum assuntos importantes como o FPE; a emenda 29 para
a saúde e o Pré-sal. E nos levou a um encontro no Senado Federal e, também, com a
Presidente Dilma, como também a ampliar o Fórum de Governadores do Nordeste,
incluindo os Governadores do Norte, da Amazônia Legal e, agora, uma proposta de incluir
também o Centro-Oeste do Brasil, mais quatro governadores.
Portanto, eu quero enaltecer não só a iniciativa, mas, também, os assuntos a
serem tratados aqui: a Aviação Regional e a Energia Renovável, fundamentais, de forma
estruturante, para o desenvolvimento do Nordeste do Brasil.
V. Exa. Senador Wellington, já nos ensinou e mostrou grande parte do que nós
gostaríamos de discutir. Portanto, vamos rapidamente complementar isso de uma forma
objetiva. Junto com o nosso Secretário de Planejamento, Sérgio Miranda, preparamos
uma apresentação para fazer. Acho que não tem muita coisa para se mostrar. Quero
objetivamente colocar os nossos problemas e as nossas potencialidades e o pedido que o
Governo do Piauí quer fazer. Juntarmos uma quantidade de Senadores da República na
capital do Estado do Piauí é importante e dá fórum para a Câmara Federal, para a nossa
bancada reforçar o pedido e a necessidade que tem o Estado do Piauí neste processo
importante de desenvolvimento que foi iniciado a partir do Governo do nosso companheiro
Wellington Dias.
Mostrar rapidamente a irmandade que temos dados nossos limites com os Estado
do Ceará, Pernambuco, Bahia, Tocantins e a Oeste com o Estado do Maranhão. O Piauí
que é terceiro maior Estado em área territorial, aproximadamente 252.000 Km², uma
população aproximadamente de três milhões e 200 mil habitantes. Mas que ainda tem
índices de desenvolvimento perversos, como Wellington acabou de citar: analfabetismo,
mortalidade infantil e população que vive em extrema pobreza, mas que tem um ânimo
muito grande e tem avançado de forma considerável.
Quando se fala em desenvolvimento regional lembramos logo de Sudepe, de
Sudam e de Sudene que ao longo dos anos foram, de certa forma, fomentadores do
desenvolvimento regional e, que infelizmente, hoje, deixa muito a desejar. Eu quero
chamar atenção dos Senadores e dos Deputados Federais aqui presentes a esta reunião
de que a Sudene de nada está adiantando para fomentar o desenvolvimento do Nordeste.
É preciso que se tenha uma decisão, que se leve isso a Presidente Dilma, porque o
Fórum dos Governadores está muito mais forte, muito mais efetivo, participativo nas
decisões do que a Sudene. É preciso que discutamos isso na essência e, ninguém melhor
do que o Senado Federal para trabalhar esse fortalecimento.
Dizer das potencialidades do Piauí. O Piauí é um Estado que nasceu e foi
colonizado através do vaqueiro, através da criação de gado. É, portanto, forte no setor
primário, mas tem o turismo, importantíssimo, com as belezas do nosso litoral, com as
belezas que tem o Delta do Parnaíba; também A serra da Capivara, origem do Homem
Americano; o turismo religioso, riquíssimo, de tantas belezas, de tantas serras e tantas
várzeas que precisam ser melhor exploradas;
A mineração fundamental com riqueza de todos os tipos de minerais, desde pedras
preciosas, passando pela gemas de Pedro II, pela opala, o mármore, que se equipara ao
mármore Carrara; o níquel, o ferro - uma das maiores jazidas de ferro do mundo - e
principalmente na questão do gás natural.
Foi feito, ainda, no Governo do companheiro Wellington, numa intervenção pessoal
do Presidente Lula, através da Agência Nacional de Petróleo uma pesquisa, meu caro
Senador de Sergipe, em 22 mil quilômetros quadrados de área na região central do
Estado, na cidade de Floriano, portanto, uma área maior do que o Estado de Sergipe,
onde os estudos não só geofísico, aero - geofísico, mas geoquímico e também sísmico e
esses estudos mostraram que temos uma riqueza fenomenal naquela região.
Conseguimos, agora, com a nossa bancada federal de Senadores e,
principalmente, do Senador Wellington, uma ação junto a Agência Nacional de Petróleo e,
também, junto ao Conselho de Energia, e ao Ministro das Minas e Energia, o
companheiro Edson Lobão, que queremos agradecer a ele, infelizmente não pôde estar
aqui, aprovou naquele conselho o leilão de lotes pela Agência Nacional de Petróleo, ANP,
de vinte lotes da bacia do Rio Parnaíba, treze deles fica no lado do Estado do Piauí.
Portanto, uma riqueza importante também para a geração de energia.
Os arranjos produtivos são importantes no Estado do Piauí, que se confundem
também com os Estados nordestinos desde a ovinocaprinocultura, a apicultura - somos
hoje o maior produtor de mel orgânico do Brasil, quiçá do mundo. Quando se fala de mel
orgânico organizado na essência, com centro tecnológico de mel é na região de Picos e
também em termos de cooperativa da Casa Apis. Também temos a cajucultura, quando
falo de cajucultura, lembro-me aqui do Deputado Marcelo Castro, quando Secretário de
Agricultura, foi o entusiasta para o desenvolvimento da cajucultura.
Nós estamos casando um projeto importante, meu caro Wellington, de tirar as
pessoas da pobreza efetiva com três arranjos produtivos: com cinco hectares de terra,
plantando cinco hectares de caju, criando 100 cabeças de ovinos e caprinos e tendo mais
100 colmeias para fomentar a apicultura. Nós já fizemos esses cálculos subindo e
descendo de norte para sul e de leste para oeste e vimos que não tem como não dar uma
renda entre oito e dez salários mínimos, já levamos isso por mês. Então, há de ser
fortalecida a questão da fruticultura irrigada dos projetos que temos, tanto no norte, nos
tabuleiros litorâneos, como os platôs de Guadalupe, como também a instalação da
Suzano aqui como fomento de papel celulose, biomassa, da cana-de-açúcar e de tantas
terras que temos propicia para o desenvolvimento desse setor primário, principalmente do
agronegócio. Nós temos, hoje, meus Excelentíssimos Senadores da República que
visitam o nosso Estado, em torno de 10% a 12% das nossas terras dos cerrados
cultivadas principalmente por soja, milho e agora iniciando com algodão. É o melhor
cerrado do Brasil! Um cerrado plano como esta mesa, portanto, favorece a tecnologia e
aumenta a produtividade. Nós temos a maior produtividade de soja média do Brasil, acima
de 65 sacos por hectares plantados, da mesma forma com o milho, da mesma forma com
o algodão. Superamos aquilo que é produzido em Minas, em torno de 320 arroubas em
média por hectares plantados de algodão. Então, é nesses cerrados piauienses que nós
saltamos, ou quase que multiplicamos por 10 a produção em 10 anos. Agora atingimos
em torno de 2.500 milhões de toneladas. Então, o que tínhamos há 10 anos eram 292 mil
toneladas. Então, essa potencialidade junto com a mineração, com o turismo, com os
arranjos produtivos, com a nossa pecuária, estamos caminhando rapidamente para
transformar num estado verdadeiramente rico, verdadeiramente desenvolvido.
Ao longo dos anos do Nordeste brasileiro - sobressaíram-se alguns Estados como
os Estados da Bahia, Ceará e Pernambuco, - ficamos nós outros, como o Piauí a
trabalhar o extrativismo vegetal. E hoje, ainda, o extrativismo vegetal como o pó de
carnaúba, a cera de carnaúba, a principal pauta das nossas exportações, enquanto que o
Ceará, a Bahia e Pernambuco se modernizaram, usaram recursos da Era Juscelino
Kubitschek para a infraestrutura e recursos da Sudene para projetos importantes de
industrialização de tecnologia de ponta; apostaram mais na educação. Nós aqui ficamos
presos a projetos individuais e poucos. Portanto, nenhum vingou e nenhum transformou
aquilo que nós temos de potencialidade. Perdemos muito tempo e estamos trabalhando
muito, como dizia Wellington quando assumiu o Governo em 2003, “trocando pneu com o
carro andando.” Enquanto outros Estados brasileiros e do Nordeste avançaram na parte
de indústria de transformação, de tecnologia, o Piauí estava cuidando de pedir a
Presidente da República recursos para infraestrutura. E, é esta infraestrutura que nós
estamos montando no Estado do Piauí, não só com recursos do próprio Tesouro, que é
absolutamente limitado, em torno de 5% do que nós arrecadamos do Tesouro, estamos
conseguindo reaplicar em investimentos. Então, foi forte aquilo que o Wellington acabou
de falar. As transferências constitucionais e as transferências voluntárias. Então, tivemos
que correr atrás do prejuízo através de operações de créditos junto ao Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, Banco do Brasil e Banco do Nordeste do Brasil. E
é aí onde entra o grande problema, porque os recursos que nós conseguimos captar, que
não são baratos os juros. Os juros são altos e eu digo assim: aqui está o Luis Carlos do
Banco do Nordeste, esta semana eu tive uma conversa com eles, nós temos uma
operação de crédito de 280 milhões de reais do Plano Desenvolvimento, que não saiu
barato, mesmo sendo de um Banco fomentador de desenvolvimento do Nordeste e,
sendo também do BNDS. -Há uma banca do tamanho do mundo para liberar este
dinheiro, parece até que eles estão dando o dinheiro para nós de presente, quando na
realidade é uma dívida que nós estamos contraindo e que vamos pagar com o suor do
povo do Piauí! Então é preciso que haja no Senado Federal, meu caro Wellington, sei da
sua capacidade, que haja um tratamento efetivamente diferenciado para o
desenvolvimento do Nordeste do Brasil. O Banco do Nordeste não está bom; pior seria
sem ele. O Banco do Nordeste é um patrimônio do Nordeste do Brasil e temos que
fortalecê-lo para que ele possa servir mais ao seu povo e à sua região. É preciso que se
faça valer o compromisso que a Presidente Dilma fez com os Governadores, na última
reunião que tivemos com ela, com 17 Governadores no Norte e Nordeste do Brasil há
mais ou menos 15 dias.
Portanto, nós caminhamos muito na infraestrutura de estradas. Para os Senhores
terem ideia, só com as operações de crédito e recursos do Tesouro nós estamos tocando
81 trechos de rodovias que estão sendo executadas no Estado do Piauí. Temos aí
poucas cidades, menos de 15 cidades que não estão interligadas por pelo menos uma via
asfáltica.
Temos trabalho com o Programa de Aceleração do Crescimento, sem ele nós
estaríamos órfãos de grandes obras do Governo Federal, a mais importante de todas é a
Transnordestina. A Transnordestina beneficia o Estado do Piauí saindo de Elizeu Martins
indo até a região de Paulistana, e vai também para o Estado do Pernambuco, para o
Porto de Suape e, para o Porto de Pecém, passando por Salgueiro, Missão Velha, enfim,
chegando ao Estado do Ceará. Essa estrada Transnordestina tem capacidade de levar
todas as nossas riquezas produzidas no agronegócio e na mineração. Precisa-se
trabalhar um ramal dela saindo da região de Simplício Mendes chegando a Palmeirais,
aonde vamos juntos com a Suzano e com a CFN fazer um ramal de 80 km. Então, essa
estrada é fundamental para que as nossas riquezas oriundas do agronegócio e da
mineração não sejam levadas só para o Suape ou só pelo Pecém. E, um projeto que está
praticamente pronto, pelo PAC, interligando Elizeu Martins a Norte/Sul que vem de São
Luís do Maranhão e vai ao Tocantins, enfim, já está bem andada. Em Teresina nós temos
uma ligação ferroviária antiga, mas que está em funcionamento, ligando São Luís do
Maranhão/ Teresina/ Fortaleza no Ceará. E temos um ramal importante que é Teresina /
Altos / Luís Correia que é fundamental que seja revitalizado para permitir o funcionamento
do Porto de Luís Correia, uma obra em andamento, como também a nossa Zona de
Processamento de Exportação do Norte, viabilizando a Zona de Processamento de
Exportação do Sul.
A infraestrutura aeroviária foi montada, temos três aeroportos internacionais: o
aeroporto de Teresina, de Parnaíba e o de São Raimundo Nonato e, temos uma rede de
mais oito aeroportos que são considerados regionais: o aeroporto de Piripiri, o de Pedro II,
esse aqui com recursos da Caixa Econômica; aí tem na região de Picos, Floriano, Pico já
está com balizamento noturno; Fronteiras também com balizamento noturno, Paulistana,
São Raimundo Nonato, já falamos, Bom Jesus e Corrente. Então é um sistema montado,
funcionando em boa parte dele, e a expansão de mais cinco aeroportos regionais que vão
permitir fazer o que estamos fazendo, discutindo, a Aviação Regional.
Portanto, Senhores Senadores, meu caro Senador Wellington Dias, agora vou
fazer um pedido a vocês: eu acho que primeiro o que nós devemos construir, com a
participação do Senado Federal, a independência dos Estados brasileiros, a República
Federativa onde não seja necessário, para se montar um plano plurianual, sonhar com
recursos que não existem, ou com recursos que possam ser transferidos de forma
voluntária, muito possível de não ser cumprido esse PPA. Aí entra primeiro a questão da
dívida, a lei nº 9.496. A negociação que foi feita com a Lei de Responsabilidade Fiscal foi
injusta para os Estados brasileiros, principalmente para os Estados do Nordeste. Primeiro,
porque é a nação brasileira cobrando um juro de agiotagem aos Estados mais pobres.
Nós estamos pagando hoje 17% de juros ao ano, enquanto a taxa do Governo brasileiro
externa trabalha com Celic, nós estamos trabalhando com IGPDI mais 6%. Então é
insuportável se trabalhar, sem que possa haver uma mudança e, é o Senado o mais
importante para fazer isso. Foi esse entendimento que tivemos com a Presidente Dilma
na presença do Ministro Guido Mantega. Essa dívida é importante trocarmos ela, e aqui
no Piauí nós estamos trocando. A dívida é aproximadamente um bilhão de reais, estamos
com um projeto, trabalhando uma operação de crédito com o Banco Mundial, já foi
aprovada a nossa carta proposta, e o juro de 1% ao ano aproximadamente e, nós vamos
trocar juros de 17% por juros de 1% ao ano. Então essa operação de crédito deve estar
chegando no Senado Federal, na Comissão de Desenvolvimento Econômico, um
empréstimo de U$ 550 milhões para este ano, ainda, U$350 milhões de dólares no DPl, e
no próximo ano, até julho, o Suape também, perfazendo um total de U$ 550 milhões. Eu
quero logo fazer um pedido encarecido aqui aos Senadores do Piauí, Senador Wellington,
Senador Ciro Nogueira e também ao Senador João Vicente Claudino, que já têm
conhecimento da nossa proposta, e eu queria pedir o apoio dessa subcomissão para que
rapidamente aprove isso na Comissão de Desenvolvimento Econômico. Haverão
pedidos de todos os Estados do Nordeste, porque há recursos de U$ 3 bilhões e cem
milhões de dólares que vai ser aplicado no Nordeste do Brasil, exatamente para
trabalharmos a renegociação ou reestruturação da dívida 9.496.
Outros são os assuntos que o Senador Wellington falou aqui, que são motivos de
pauta importante na carta de Brasília. O Senador Wellington falou sobre a questão da
Saúde, sobre a questão da Educação. A Saúde e Educação, os parâmetros que são
usados para repassar os recursos do SUS e do Fundeb que são absolutamente perversos
com os Estados mais pobres. O Piauí tem 5% da sua população que possui seguro de
saúde, ou um plano de saúde, um pouco mais do que isso. São Paulo tem em torno de
50%. O cálculo per capita que se faz é o mesmo. Injusto! Porque nós precisamos de
95% para pessoas que não podem pagar. Enquanto os outros Estados ricos precisam de
40%, 50%, 60%. Então deve haver uma forma que o Senado possa ajudar nesse sentido.
Da mesma maneira, aquilo que foi lembrado pelo Senador Wellington; cálculo para o
Fundeb. Nós temos aqui uma pequena quantidade de pessoas que podem pagar uma
escola particular, a grande maioria é de escola pública. Os Estados ricos são o contrário,
a pirâmide é o inverso. Mas o cálculo do Fundeb é o mesmo. Portanto, injusto o cálculo
para o Fudeb e para a saúde. Na saúde o mais grave: houve uma acomodação do
Senado Federal, uma acomodação da Câmara Federal quando foi acabar a contribuição
provisória CPMF. Eu acho que naquele momento tinha que se bater na mesa e ter
regulamentado a Emenda 29 e, além disso, criar a contribuição social para a Saúde. Não
adianta querermos fazer a transformação da Saúde que nós precisamos e que é urgente,
se não houver financiamento para a Saúde. A gestão tem que ser aprimorada, mas com
esse dinheiro que tem na Saúde, nem o Piauí e nem Estado nenhum do Nordeste vai tirar
essa queixa do povo. E o povo não entende, porque a Constituição Federal, a Lei nº
8080 e a lei nº 8102 que regulamentam o SUS, elas são fundamentais e são claras: a
saúde é um direito do povo e um dever do Estado. Não adianta ter 147 itens de
medicamentos excepcionais, como hoje nós temos dos 147, 141 itens nas prateleiras,
com muita dificuldade, colocando dinheiro do Tesouro do Estado e, na hora que falta um,
por alguma razão, ou por outra, vai-se para a imprensa e os nomes no twitter e tudo
quanto é meio que os revoltados gostam de usar para meter o pau no Governo do
Estado, embora seja uma Legislação do Governo Federal. Então é preciso, urgentemente,
que o Senado regulamente esta bandeira e regulamentar essa Emenda 29 para termos
mais dinheiro para a saúde pública.
Outro aspecto é que nós estamos vivendo, meus caros Senadores, à mercê de
decisões judiciais. O Supremo Tribunal Federal está legislando, porque o Senado e a
Câmara Federal têm colocado dificuldades para legislar. Nós não andamos com a reforma
tributária do Governo Lula todo, nós não andamos com a reforma política, nós não
estamos andando com reforma nenhuma. Ou faz isso que os Senhores estão fazendo
aqui, descentralizando, sensibilizado, envolvendo os Governos Estaduais, ou nós não
vamos a lugar nenhum e os Senhores Senadores vão se desgastar, porque vêm às
eleições novamente e, vão ser mal avaliados. Então, ou se toma uma decisão como
aquela reunião histórica que nós fizemos no Senado Federal há mais ou menos dez dias,
quando reunimos os Governadores de dezessete Estados do Brasil e os Senadores e
dissemos assim: “tem que haver uma negociação, ninguém quer esticar a corda para ela
romper contra a Dilma, que é nossa amiga, que é nossa companheira que ajudamos
eleger. Mas, é preciso que haja sensibilização para se encontrar uma forma negociada,
porque senão nós vamos ter que bater o pé e derrubar o veto do Pré-Sal”. E, é esse o
sentimento, hoje, dos Governadores do Nordeste do Brasil, do Norte e do Centro-Oeste,
que é outro pedido que eu faço.
O Presidente Sarney assumiu compromisso de formar uma Comissão para cuidar
da questão da votação do Veto do Pré-Sal, resultado: até hoje não se formou essa
Comissão. Nem formou e eu acho até que não é mais nem bom se formar essa
Comissão, porque, meu caro Wellington, quase o Senado todo quis participar dessa
Comissão. E vai dar uma confusão do tamanho do mundo. Nós temos que amarrar a
palavra do Presidente Sarney que disse que no dia treze de julho votava o Veto.
Que não pode. Esse é o outro pedido que faço pessoalmente a cada Senador presente
nesta reunião: Não abrir mão desse compromisso que o Presidente Sarney fez, de
colocar o veto em votação no dia 13 de julho, fundamental para que possamos, Marcelo,
eu sei que você vai falar depois sobre isso, votar aquele Projeto que o Wellington
preparou.
E eu quero parabenizar a você, Wellington e também ao Marcelo que ajudou,
também, o Júlio César tem a sua contribuição e todos para que possamos resolver a
questão do Pré-Sal.
A outra que eu quero colocar rapidamente é sobre o FPE. Eu falei que o Supremo
deu um prazo aí, porque o Congresso não regulamentou a questão do FPE, até 31/12
2012. O que é que vai acontecer? Aí é outro problema grave para o Nordeste do Brasil.
85% dos repasses do FPE são divididos de acordo com os Estados com baixos Índices
do Desenvolvimento Econômico social, aí entra o Piauí. Se mexer nesses 85% vai ser
uma guerra civil. Os Estados do Nordeste do Brasil não têm condições de sobreviver sem
o FPE, pelo menos do jeito que ele está. É preciso que nós tenhamos muito cuidado com
isso e, que o Senado Federal possa estar preparado para, rapidamente, se o prazo é
dezembro de 2012, vamos votar logo isso, agora, no ano de 2011, não vamos deixar para
o Supremo legislar no lugar de quem foi eleito. O mandado do Ministro do Supremo ele é
feito, ele é escolhido, ele é ad aeternum até sua aposentadoria. O nosso nós temos que
renovar, quem quiser tem que trabalhar e renovar. Então, é importante.
E, por último, para encerrar, o mais grave de todos chama-se Reforma Tributária,
esta é absolutamente terrível para os Estados mais pobres. E aqui não entra só o Sul. Só
para entendermos, o Sul e o Sudeste de tudo o que mandam para o Piauí, ficam com 5%
com eles. E o Nordeste, os Estados do Nordeste tudo o que produzem e mandam para o
outro, ficam com 12%. Então, o que é que aconteceu com os Estados desenvolvidos do
Nordeste do Brasil? Ceará, Bahia e Pernambuco? De doze bilhões de reais, Wellington,
que nós importamos no ano passado, quatro bilhões foram do Sudeste; quatro bilhões
foram do Nordeste, somados: Bahia, Ceará e Pernambuco. E estes ficam tirando também
nosso, por quê? 12% ficam com eles e apenas 5% vêm para o Estado do Piauí. Reclamei
isso na reunião de Governadores e nós aprovamos que o que nós queremos na Reforma
Fiscal é zero na origem e 100% do destino. Então, essa é a proposta que deve ser
construída e que é correta para desenvolver os Estados brasileiros.
O outro ponto é o e-comércio. As compras virtuais deram prejuízos ao Estado do
Piauí, no ano de 2010, de R$ 80 milhões de reais, sendo de Imposto líquido descontado
Fundeb, descontado já os municípios, e o Elmano entrou nessa conta também porque
deixou de arrecadar, os prefeitos municipais também. E do e-comércio já houve uma
proposta. A presidente sinalizou e vai para o Congresso, onde 45% ficam na origem e 55
% ficam no destino. Então, esse é outro ponto que eu queria pedir aos Senadores da
República, para nos ajudar a viabilizar rapidamente a fatia dessa votação da Reforma
Tributária. Eu acho que se nós formos querer fazer a Reforma Tributária de uma vez só,
nós não vamos conseguir. Vamos fazer aquilo que está atingindo, principalmente os
Estados mais pobres. E aí se fizermos isso, meu caro Wellington, meu caro Marcelo,
vocês que representam aqui na Mesa a bancada do Congresso Nacional, a Bancada do
Piauí; se nós fizermos isto, o Piauí não vai precisar andar de pires na mão pedindo
empréstimos ou transferências voluntárias. Nós vamos ser um Estado que desejamos
verdadeiramente independente e desenvolvido. Então, é esse o pedido que eu quero
fazer aos amigos companheiros, Agradecer a visita de vocês e pedir encarecidamente
que ajudem o nosso Senador Wellington Dias, que é entusiasta desse trabalho no Senado
Federal.
Muito obrigado.
SR. CLEITON AMARAL RODRIGUES (Cerimonialista) - Nós informamos que, em
virtude de cumprimento de agenda oficial, o Governador Wilson Martins ausentar-se-á do
recinto, permanecendo à Mesa de Honra o Exmo. Senhor Vice-Governador que
representa o Governo do Estado neste Ato Solene.
Dando prosseguimento à segunda parte desta reunião, iniciaremos os
pronunciamentos, convidando o Deputado Federal Marcelo Castro que explanará sobre o
Pré-Sal.
SR. MARCELO CASTRO - (Deputado Federal do Piauí-PMDB) – Quero dar meu
bom dia a todos que estão aqui; cumprimentar o nosso Vice-Governador, José Filho;
cumprimentar o nosso Senador Wellington dias; Senador Vital do Rego, da Paraíba;
Senador Benedito de Lira, de Alagoas; Senador Eduardo Amorim, do Sergipe; Senador
Pimentel, do Ceará e cumprimentar a todos os demais membros da Mesa.
Vou falar aqui, rapidamente sobre a distribuição equânime dos royalties do petróleo
que é produzido no Brasil. Mas, inicialmente, antes de entrar no tema do Pré-Sal, eu
gostaria de parabenizar os Senadores que chamaram a si a responsabilidade de colocar o
Nordeste na pauta nacional, já não era sem tempo. E, eu tenho participado dessas
reuniões comandadas pelo Senador Benedito de Lira, que é o Presidente da Comissão de
Desenvolvimento Regional no Senado Federal e, o nosso Senador do Piauí, Wellington
Dias, que é o Presidente da Subcomissão Permanente de Desenvolvimento do Nordeste.
A importância disso está como dizia Sêneca: "Se não sabemos pra onde ir, nenhum vento
nos será favorável." Então, a primeira coisa que nós, nordestinos, precisamos fazer é
fazer um diagnóstico do Nordeste. - aqui falando como médico -, e propor um tratamento,
propor uma solução. Então, de posse dessa solução, que nós poderíamos chamar aqui,
Senador Wellington Dias, de Projeto Nordeste, é que nós vamos então às instâncias
superiores, a nossa Presidente Dilma e, o Senado está fazendo este papel. Porque como
bem demonstrou a palestra do nosso Senador Wellington Dias, diferentemente do que se
pensa, o Brasil não tem uma política de desenvolvimento regional. O nosso Presidente
Lula foi o maior presidente de todos os tempos, uma criatura maravilhosa; nosso
Fernando Henrique deu sua contribuição; nossa Presidente Dilma está começando o seu
Governo. Mas a verdade verdadeira dos fatos é que nenhum deles teve uma política
consistente, permanente, continuada de desenvolvimento das regiões mais deprimidas do
Brasil. Quem diz isso? O IBGE. Recentemente concluiu a sua pesquisa dizendo que o
Nordeste detém - para vergonha nossa 60% das pessoas que estão abaixo da linha de
pobreza em todo o Brasil. A grande novidade de tudo isso é a região Centro-Oeste, que
elevou de grau, que saiu dessa faixa constrangedora que existe ainda na região Nordeste
e na região Norte. Todo país do mundo, minimamente organizado tem políticas de
desenvolvimento regional. O Brasil não tem. Haja vista aquilo que foi tratado aqui pelo
Governador Wilson Martins e pelo Senador Wellington Dias, a questão do ICMS. Como se
concebe, Deputado Nazareno Fonteles, que o Brasil quando exporta um carro para um
País do exterior, digamos Angola, ele exporta sem imposto; o carro vai produzido em São
Paulo, vai para Angola, zero de imposto; o carro é produzido em São Paulo, vem para o
Piauí, paga imposto! Como é que nós podemos dar um tratamento a um país estrangeiro
preferencial, diferente do que nós damos internamente. E mais, é a lógica do antigo
imposto do consumo que foi substituído pelo ICMS, que isso foi uma esperteza dos
estados desenvolvidos - Imposto Sobre Circulação de Mercadoria. Porque na verdade,
na verdade dos fatos, quem é que paga o imposto? É quem consume. Então, o sujeito
aqui no Piauí vai ao Armazém Paraíba, Elmano Férrer, compra uma geladeira, o que é
que ele está pagando? Ele está pagando o metal que tem, o motor, a tinta, a tecnologia e
o imposto; é claro, quem paga é o consumidor. Então, a lógica do imposto é do consumo,
o imposto é pago por quem consume. Portanto, ele tem que ficar no destino e, jamais na
origem. Então, isso é uma questão nacional que todos nós temos que abraçar e resolver
este problema tão grave que termina fazendo um dinheiroduto das regiões menos
desenvolvidas para as regiões mais desenvolvidas. O que é um contrassenso. Daí,
dizermos de vez enquanto que o Brasil não tem uma política do Hobin Hood de tirar dos
ricos para dar para os pobres, Nós temos uma política do Hoob Hobin quer é de tirar dos
pobres para dar para os ricos. Dentre essas coisas, uma das questões fundamentais é o
Pré-sal que os recursos estão sendo concentrados hoje dos estados mais ricos em
detrimento dos estados mais pobres.
Então nós vamos aqui rapidamente falar sobre as receitas do petróleo: (Slide) Aqui
em 2010, ano passado, o Brasil arrecadou 21,6 bilhões de reais, de royalties e
participação especial, isso aí é das receitas do petróleo. E nós produzimos em média, no
ano passado, aproximadamente dois milhões de barris de petróleo por dia e o Brasil hoje
é autossuficiente em petróleo. Nem somos país exportador, nem mais somos país
importador como fomos durante toda nossa história. Pela Empresa de Pesquisa
Energética do Governo Federal há uma projeção de que em 2017 nós poderemos dobrar
a nossa produção, ou seja, se os dados da EPE estiverem corretos, em 2017 nós
estaremos produzindo quatro milhões de barris de petróleo por dia, o que é uma coisa
fantástica, porque nós poderemos ficar com dois milhões para consumir e exportar todos
os dias dois milhões de barris de petróleo, o que não é pouca coisa. E nessa época em
2017 nós teríamos uma receita aproximada de R$60 bilhões de reais. Em 2020 a 2022 -
tudo isso são previsões que poderão se confirmar ou não -, mas previsões que pelo que
está andando, nós vamos atingir. Nós poderíamos estar produzindo seis milhões de
barris de petróleo por dia e poderíamos ter uma receita do petróleo de 100 bilhões de
reais. Ora, isso é uma coisa fabulosa, porque o Brasil poderia ficar com dois milhões
para o consumo interno e exportar todos os dias quatro milhões de barris de petróleo
trazendo a riqueza e o bem-estar para o nosso país. Chamo atenção desses números, fiz
observação no final, eu que o calculei esses números com barril de petróleo a U$ 70
dólares. O barril de petróleo está U$100, já esteve a U$150 no passado, então, se de
U$100 passar para U$140 esse U$ 100 bilhões que nós estamos falando aí viram uns
U$200 bilhões e isso é muito dinheiro e vai trazer benefícios a todo país.
Bom, o problema das receitas do petróleo é que hoje elas estão muito mal
distribuídas. O ano passado o Brasil arrecadou em 2010, como eu já disse, R$ 21,6
bilhões de reais. Está escrito lá. Desses 21,6 bilhões de reais a União ficou com 8,6
bilhões, o Rio de Janeiro ficou com 9,7 bilhões. Prestem bem atenção a estes números. O
Rio de Janeiro ficou com mais recursos do que a União de que é de todos, e aí você
pergunta tem lógica? Isso é sensato? Isso é razoável? Eu vou dar um dado aqui para
todos. O Rio de Janeiro, simplesmente não é produtor de petróleo, esse petróleo que está
beneficiando o Rio de Janeiro é um petróleo extraído do mar. E o mar, pela nossa
Constituição, é de todos, é um bem da união, está lá o nosso Artigo 20 - Os recursos
naturais da plataforma continental são bens da União. Ponto final, acabou-se. Por que é
que isso acontece? O deputado Júlio César sabe muito bem, é porque nós temos uma lei
publicada, prestem bem atenção, no dia 28 de dezembro de 1998. Quer dizer, uma lei
aprovada, assim no final da legislatura. Parece-me que muita gente não está mais
ocupado, e uma lei ridícula, Rejane! É uma lei que você pega, como ela foi redigida, deve
ter sido redigida por uma pessoa só, mas você pega todos os artigos da lei, clara, que
você lê, transparente, e não tem nenhuma observação, tudo tranquilo, quando chega para
dividir os royalties do petróleo gerado no mar, é um artigo que ninguém entende. Quer
dizer, foi feito de propósito para ludibriar quem estava votando. Aquilo ali passou sem as
pessoas saberem o que é que estavam votando. Só que no Brasil, infelizmente, acontece
essas coisas, quer dizer, de 98, nós estamos em 2011, e uma lei errada que todo mundo
está vendo que é injusta, que é inconcebível, que iníqua, continua perpetrando essa
desigualdade, essa distorção que existe. E nós lutando para modificar uma lei
flagrantemente errada e, agora, tudo indica que nós estamos chegando ao final.
Continuando a análise lá, quer dizer, total das receitas 21,6 bilhões em 2010, a
União ficou com 18,6, o Rio de Janeiro com 9,7, o Espírito Santo ficou 900 milhões, todos
os estados brasileiros com seiscentos milhões, todos os municípios brasileiros com
oitocentos milhões. Olhem só um município do Rio de Janeiro, um município do Rio de
Janeiro, ficou com um bilhão e cem milhões de reais. Se nós déssemos aqui para o nosso
prefeito Elmano Férrer, um bilhão e cem bilhões de reais, eu acho que ele ia ficar
apavorado, em pânico, como é que eu vou gastar um bilhão? Pois o município de
Campos, um município de 400 mil habitantes recebe um bilhão e cem milhões de reais,
eles não sabem mais o que fazer em Campos com tanto dinheiro. O Camilo Cola,
Wellington, me contou, que é o dono da Itapemirim, que os ônibus da Itapemirim que
passam em Campos não pagam passagem, todo mundo que entra em Campos só paga
um real de passagem, vai para o Espírito Santo, paga um real, o restante é a prefeitura
que paga, porque já não sabe mais o que fazer com tanto dinheiro. Quer dizer, os
legisladores do Congresso Nacional somos nós Deputados e Senadores. Pelo amor de
Deus, está conosco o poder. Nós vamos deixar uma estupidez dessas acontecendo, em
detrimento de milhares de brasileiros espalhados pelo Brasil inteiro? Uma extravagância
dessas, um município receber um bilhão e cem milhões de reais! Não é possível. Temos
que chamar a nós, como temos chamado, a responsabilidade e corrigir essa iniquidade.
Bom, a observação final que tem nessa tabela, de todos os recursos, quer dizer,
produziu o petróleo, extraiu as receitas do petróleo, tira a parte da União, sobra o que?
Sobra o dinheiro dos estados e dos municípios. Então esse dinheiro que foi distribuído
pelos 27 estados do Brasil, pelos cinco mil, quinhentos e sessenta e cinco municípios do
Brasil, o Rio de Janeiro sozinho ficou com 80%. Tem uma palavra hoje que é muito cara
ao meio jurídico, tanto aos advogados quando aos juízes, que é o princípio da
razoabilidade. Toda petição que você ver, toda decisão judicial, tem lá o princípio da
razoabilidade. - Não atende ao princípio da razoabilidade. Será que atende ao princípio
da razoabilidade? O Brasil tem 27 Estados, tem 5.565 municípios, uma riqueza nacional
dividida pelos 27 Estados, pelos 5.565 municípios e um Estado sozinho fica com 80% de
tudo. Não é possível. Isso tem que ter termo, isso tem que ter fim. Eu acho que agora nós
chegamos - o Senador Wellington Dias juntamente comigo - fizemos uma proposta
conciliatória que favorece muito ao Rio de Janeiro, os Estados produtores em que travaria
o que eles estão recebendo hoje, mas também não avançaria daqui para frente. Isso é
uma oportunidade que nós damos, e se não quiserem fazer um entendimento, só tem um
jeito, é derrubar o veto e deixar a briga do Rio de Janeiro com a União, mas nós não
podemos ser prejudicados. Essa é que é a verdade.
Bom, agora eu vou apresentar uma tabela que vai incluir apenas a extração do
petróleo que está ocorrendo atualmente e 28% do Pré-sal. Então a tabela que vai
aparecer agora ainda tem 72% do Pré-sal que não vão entrar na nossa tabela, para você
ver a riqueza que o Brasil é hoje. Então, aqui os estados do Acre em 2010 recebeu aí 9
milhões de reais. Em 2017 vai receber 600 milhões de reais. Olhem, se nós derrubarmos
o veto do pré-sal. Recebeu 9 milhões e vai para 600; Alagoas recebeu 81 milhões vai para
1 bilhão. Vamos para o Piauí, recebeu 23 milhões vai para 1 bilhão e 75, sem os 72% do
Pré-sal; A Bahia recebeu 379 milhões vai para 3 bilhões e 200 milhões, é o Estado do
Brasil que mais vai receber recursos.
Bom, isso aqui é a conclusão que eu disse lá, não foram incluídos 72% do pré-sal,
estamos falando somente de 28%.
Aqui são os municípios, esses valores são médios, porque cada município de cada
estado do Brasil recebe um valor um pouco diferente. Então, os municípios são
classificados de acordo com o seu coeficiente, que vem de acordo com a população. O
município que tem menos de 10 mil habitantes o coeficiente é 0.6. de 10 mil habitantes a
13 e não sei quanto é 0.8 e de 13 não sei quanto a mais 1.0 e por aí vai até o 3.8, e o
4.0. Então, o menor município do Brasil que é o 0.6 que tem menos de 10 mil habitantes,
ele vai receber em média 1 milhão e 200 mil reais por ano, o que daria em torno de 100
mil reais por mês. Isso ajuda muito, porque nós que somos deputado federal colocamos
uma emenda para o município de 200 mil, de 300 mil o prefeito fica morto de satisfeito
porque tem aquele dinheirinho ali para fazer uma obra. Ele vai receber 1 milhão e 200
sem fazer força. Municípios maiores como Picos, Piripiri vão receber em torno de 6
milhões por ano, Parnaíba 17 milhões e os municípios maiores vão receber em torno de
15 milhões, dependendo do Estado vai variar de 12 a 18 milhões.
Então, e o que é mais importante, o município 0.6 do Piauí vai receber um milhão e
200 mil reais por ano. Mas se ele for um longínquo município lá das brenhas da
Amazonas, vai receber mais ou menos 1,2 milhões, 1 bilhão e 200 milhões; e se for um
município rico de São Paulo, mais ou menos 1 bilhão e 200 milhões, ou seja, nós estamos
pegando uma riqueza que é nacional e estamos dividindo equitativamente por todos, mas
é equitativamente mesmo. Os estados são pouco diferentes porque o critério de
Fundo de Participação dos Estados é inversamente proporcional a renda per capta do
estado. Então, o Nordeste do Brasil tem 52% do Fundo de Participação dos Estados de
todo o Brasil. Então, pega o Fundo de Participação dos Estados, está aqui o bolo total,
mais da metade vem para o Nordeste. Por quê? Porque aqui tem a menor renda per
capita. Então quando eu falo da questão do pré-sal eu gosto de dizer: o pré-sal é uma
questão nacional. Por quê? Porque nós estamos pegando uma riqueza e distribuindo
equitativamente por toda população brasileira. É também uma questão nordestina. Por
quê? Porque a região mais beneficiada com a distribuição dos royalties porque o critério
é do fundo de participação. E é uma questão piauiense, porque como o Piauí tem a menor
renda per capita do Brasil, é o estado que proporcionalmente mais vai receber recursos
de todos os estados brasileiros. Então nós que estamos lá no Congresso Nacional, os
deputados estamos para quê? Para defender e trabalhar em favor do nosso País, questão
nacional, para trabalhar a favor do nosso Estado e da nossa região, questão regional e
dos nossos municípios que nós representamos.
A próxima transparência, por favor.
Aqui são das capitais - o Elmano Férrer aqui, Teresina, acho que não está em
ordem, Teresina recebe R$ 68 milhões de reais.
Que tal Elmano?
É um refrigério, dá para sair do sufoco.
Aracaju vai receber 95 milhões. A capital do Brasil que mais vai recebe recursos é
Fortaleza, porque o FPM é dividido proporcionalmente à população, mas as capitais não.
As capitais têm os mesmo critérios dos estados, ou seja, é inversamente proporcional à
renda per capita e diretamente proporcional à população. Como Fortaleza é uma cidade
muito populosa e de uma renda per capita muito baixa, de todas as capitais do Brasil a
que mais vai receber recursos será Fortaleza que vai receber R$ 170 milhões de reais.
A próxima seria a proposta conciliatória que eu mais o Wellington Dias estamos
fazendo. A proposta conciliatória é o seguinte: pegamos a média do que o Rio de Janeiro,
Espírito Santo receberam nos últimos cinco anos, fazemos a média que receberam nos
últimos cinco anos, então isso dá nove bilhões de reais. Então trava isso dai. E daqui para
frente quanto eles vão ficar recebendo? Nove bilhões de reais. Aumenta a produção, mas
eles não aumentam mais as receitas. Então este ano, nós estamos prevendo arrecadar
mais de vinte e oito bilhões, porque a EPE está dizendo que este ano a receita do
petróleo, a produção vai aumentar 13%. Então, se nós pegarmos 21,6 bilhões e
colocarmos 13% vai para vinte e quatro e tanto, quase 25 bilhões. E o preço do petróleo
esse ano está 30% mais caro do que o ano passado, que era em torno de U$ 70 dólares
e agora está em torno de U$ 100. Então, se você botar 30% em cima de 25 bilhões vai
dar trinta e dois bilhões. Para não ter erros eu estou calculando em 28, seria a receita que
nós teríamos esse ano do petróleo. Então, nós vamos tirar nove bilhões para o Rio de
Janeiro e Espírito Santo, ficam dezenove; desses dezenove 60% para todos os estados e
municípios brasileiros e 40% para União. Então o Rio de Janeiro será compensado por
todos, pelos municípios, pelos estados e pela União e isso é uma proposta descente, uma
proposta irrecusável sob a ótica do Rio de Janeiro, por quê? Vocês viram a tabela aí, o
Estado que mais recebe recurso no Brasil, quando estiver tudo funcionando plenamente
vai ser a Bahia, três bilhões e duzentos milhões de reais. E o Rio de Janeiro ainda estará
três vezes mais. É o Estado do Brasil que mais vai receber recursos. Então, se esses
caras não estiverem ainda se sentindo atendidos com uma proposta dessa que o nosso
senador Wellington Dias está fazendo, eu acho que aí também eles não estão querem
negociação. Não querendo a negociação, nós vamos para a derrubada do veto, só nos
restará este caminho.
Muito obrigado.
O SR. CLEITON AMARAL (Cerimonialista)- Convidamos o Sr. João Mendes da 0Rocha
Neto, gestor de políticas públicas, representante do Ministério da Integração Nacional
para apresentar planos e projetos para a região.
SR. JOÃO MENDES DA ROCHA NETO (Representante do Ministério da
Integração Nacional) - Bom dia a todos e a todas.
Agradeço o convite feito pelo Senador Wellington ao nosso Ministro Fernando,
agradeço ao Presidente da Comissão, Senador Benedito de Lira, cumprimento as
autoridades da Mesa e ao povo Piauiense também.
A nossa fala, aqui, hoje, é uma discussão que já vimos tentando fazer sobre a
questão do desenvolvimento do Nordeste. Quero destacar alguns pontos que foram
apontados tanto pelo Governador, como pelo próprio Senador Wellington, quando falava
sobre a situação do Piauí e tecia comentários sobre as demandas do Estado. Boa parte
do que nós vamos trazer aqui, apesar de ter ali ações do Ministério da Integração
Nacional, tem muito a ver com uma proposta de desenvolvimento do Nordeste como um
todo.
Começo dizendo, primeiro, que o governo tem produzido bons documentos, mas
tem pouco divulgado esses documentos. Eu trouxe um documento, que é um documento
base, chama-se Plano Estratégico Sustentável do Nordeste. Esse documento é provável
que seja desconhecido de boa parte de todos que aqui se encontram. Ele é de 2006. Na
realidade é um documento de referência, tanto que é tratado como uma versão para
discussão. Infelizmente, nós nunca conseguimos abrir essas agendas de discussão.
Foi destacado aqui pelo governador Wilson Martins que a Sudene tem tido pouco
protagonismo. Isso é uma verdade! A Sudene é um órgão vinculado ao Ministério da
Integração e nós, internamente, percebemos claramente isso. Quer dizer, o Fórum dos
Governadores, hoje, assume um papel muito mais de protagonista do que o próprio
Conselho Deliberativo de Superintendência, que não tem tido força para isso. Então, esta
fala aqui é de um nordestino, eu sou nordestino, apesar de morar em Brasília há 14 anos,
mas sou do Rio Grande do Norte e, essa fala é quase um pedido de socorro aos
Senadores e às Casas Legislativas Federais para que nos ajudem exatamente a colocar
um plano mais consistente, que seja de fato um plano de Estado, do Estado brasileiro a
favor da região Nordeste, e que começa com algumas questões que achamos
necessárias ao debate. Qual é o desenvolvimento que nós do Nordeste desejamos para
nós? Quais são os limites e as oportunidades que temos no Nordeste? Precisamos
perceber isso também. Temos potencialidades, como bem mostrou o governador, mas
temos alguns limites, inclusive, de apostas que já foram feitas e que precisam ser
revistas. Uma das apostas que eu destacaria - é que eu sou muito temerário -, essa
aposta que foi feita nos combustíveis alternativos, a questão da mamona, coisa desse tipo
que tem sido muito propalada e que nós sabemos claramente que o mercado trabalha
com valores, com competitividade. E, se esse combustível alternativo acenado,
sobretudo, para a pequena agricultura como possibilidade de melhoria, se ele não tiver
preço competitivo, vamos criar uma frustração nessa população de pequenos agricultores.
Aí eu questiono: como esse pequeno agricultor vai conseguir competir com os grãos do
Centro-oeste brasileiro? Quer dizer, isso são pontos - isso foi apenas um exemplo que eu
dei, mas precisamos pensar em outros tantos.
Qual ao planejamento regional possível para encaminharmos um diálogo para
algumas demandas que são feitas. Vimos algumas demandas que são da região e vimos
demandas que estão localizadas, no caso do Estado do Piauí. Nós sabemos, entretanto,
que temos uma região muito heterogênea e que essa heterogeneidade da região faz com
que esta pauta seja muito diversificada, portanto, o planejamento regional que vamos
necessitar precisa contemplar sim, essa heterogeneidade, inclusive reconhecendo que
vamos ter prioridades nesse processo de planejamento.
Aí temos a questão do quadro socioeconômico do Nordeste, isso foi muito bem
destacado aqui, os indicadores mostram; o senso de 2010 mostrou também que tivemos
alguns avanços, mas, também, tivemos algumas permanências. Se não tivemos
retrocessos, tivemos algumas áreas que permaneceram exatamente no mesmo estágio,
contabilizando pelo senso de 2000, elas permaneceram. Lá na Secretaria nós temos uma
área que trabalhar com monitoramento de indicadores, uma Coordenação Geral de
Informação e Monitoramento. A nossa equipe técnica andou fechando uns números,
semana passada, que nos surpreendeu muito: foi verificado que persistem as
desigualdades inter-regionais, mas o mais grave é verificar que persistem desigualdades
intrarregionais. No caso do Nordeste, especificamente, temos algumas áreas que se
descolam da região e outras ficam no mesmo estágio de desenvolvimento: PIB, renda,
tudo isso fica muito estável, quando não tem nenhum tipo de recuo, mesmo que seja
pequeno,
Bom, isso é só para pensarmos. Foi dito aqui pelo Deputado Marcelo que nós
temos uma dificuldade em construir uma política de desenvolvimento regional. É verdade!
Porque temos dificuldades em construir uma política de desenvolvimento regional é algo
que tem sido muito discutido no Ministério. Uma política de desenvolvimento regional
pressupõe muito além do que somente uma ativação econômica, pressupõe questão de
ordem social, estrutural. E há uma dificuldade muito grande em operar intersetorialmente,
por parte do governo, - aí de novo eu chamo o Senado para que isso seja um ponto de
discussão, inclusive, quando os Senhores Senadores tiverem em contato com os nossos
Ministros - isso é um exercício muito difícil de ser feito dentro do governo federal, eu digo
isso na qualidade de técnico, percebi isso claramente, recentemente na construção de um
PPA que se diz temático e que tivemos muitas dificuldades em construir programas,
alinhavar e se alinhar com os outros Ministérios e com as outras Agências de
Desenvolvimento Regional.
Bom, aqui temos algumas respostas possíveis para essa questão do Nordeste na
atualidade: temos uma ausência de planejamento territorial integrado e sistêmico, isso é a
pura verdade, não conseguimos, ainda, fazer com que todos os órgãos, todas as
agências de governo que tenham ações na região Nordeste se sentem e pensem juntas
a região. Quer dizer, isso é um problema. E passamos atuar setorialmente com um
pseudo-olhar territorial e isso é um equívoco. Enquanto, não se sentar todo mundo, não
se discutir o que se deseja: a questão da integração, da articulação. Intersetoriadade da
coordenação - fica muito bonita no nível do discurso, mas é muito pouco
operacionalizada.
Temos concepções de atividades econômicas grandes e pequenas, algumas delas
com modelos insustentáveis, isso é preciso que repensemos que ações, ainda,
desejamos, ou que atividades econômicas, ainda, desejamos para o Nordeste, se
desejamos de fato para que consigamos levar esse processo de desenvolvimento
adiante.
Temos um “urbano” absolutamente carente de infraestrutura e esse urbano, temos
uma discussão muito forte em torno do que seja essa coisa do urbano, - Se pegarmos
uma cidade, hoje, de 70, 80 mil habitantes no centro sul do Brasil e olharmos a dotação
de serviços e bens públicos que essas cidades têm, e formos olhar a mesma cidade no
canto Nordeste, vemos que elas são muito diferentes, elas só se equivalem no número
de população, mas na infraestrutura são completamente diferenciadas. Então, isso é
uma questão que precisa ser enfrentada. Lembro-me até um pouco do que Tânia Bacelar,
quando era nossa secretária, no primeiro governo do Presidente Lula, dizia, como boa
conhecedora do Nordeste, “que algumas cidades do Nordeste não são cidades, são
ajuntamento de gente". Exatamente por essa carência de infraestrutura, faz com que
algumas cidades continuem se hegemonizando do ponto de vista de receber dotações e
infraestrutura.
Só um exemplo que também foi colocado aqui, por que persistem essas
desigualdades inter-regionais? No nosso Ministério nós temos a secretaria que dá
diretrizes para alguns dos fundos de desenvolvimento tanto FNE como FDNE, e existem
alguns estudos de tempos passados que mostram claramente que boa parte dos
recursos destinados a esses incentivos ficaram basicamente nas três grandes regiões
metropolitanas da região Nordeste: Salvador, Recife e Fortaleza. Portanto, isso não é
desenvolvimento regional, isso é um desenvolvimento localizado regionalmente, quer
dizer, não foi capaz de promover justiça para o restante da região.
Nós temos um quadro de pobreza que é agravado pelas necessidades prementes
dos indivíduos, seja na questão de sobrevivência, ou na questão mesmo de oferta de
serviços mais básicos. Lembro-me de que a Tânia dizia: "Que parte da pobreza do
Nordeste deve-se ausência de oportunidade.” E essas oportunidades não estavam
somente ligadas ao posto de trabalho, mas questão de oportunidade de educação, de
saúde, de justiça, de cidadania". Quer dizer, são ausências muito mais ampla do que
simplesmente uma ausência econômica.
Isso aí é o PIB - já foi destacado, acho que pelo Senador Wellington, ou pelo
Governador Wilson a questão da participação do PIB do Nordeste em relação ao Brasil,
como ele vem evoluindo e, de fato, ainda não chegamos, ou ainda estamos muito aquém
do que poderíamos chegar.
Se fizermos um encontro de contas somente de população/percentual de
população que temos no Nordeste com a participação no PIB, vemos que é uma
discrepância enorme entre um número e outro.
Já tentando encaminhar para as falas finais. Como é que nós podemos chegar a
um cenário melhor? Realizando um planejamento regional integrado como nós já
tínhamos dito, quer dizer, isso depende do fortalecimento da instituição responsável que
tem um mandato para fazer esse planejamento, leia-se Superintendência de
Desenvolvimento do Nordeste. Esse planejamento deve ser matricial tanto horizontal
como verticalmente, ou seja, considerando Estados e municípios, isso é um ponto que
nós temos que discutir e isso ficou claro na fala dos Senadores, do Governador e do
Deputado Marcelo.
O Pacto Federativo se não solucionarmos, se não rediscutirmos nada de política
pública vai conseguir avançar nesse País.
Adotando modelo de gestão integrada e flexível. - Nós temos que perceber que as
políticas públicas são passiveis de apresentarem disfunções e, que, portanto, nós
precisamos ter instrumentos, um plano. Nós temos a tendência de acharmos que o plano
é um documento pronto. Eu digo muito quando sou chamado para fazer essas falas:
fazer um plano, faz-se com os pés nas costas; é muito fácil, porque um plano é um
diagnóstico e um elenco de ações. Fazer a gestão do plano, é isso que nós não temos
conseguido fazer. Essa parte é a mais grave. Eu digo isso pensando em todo governo de
forma geral. Quer dizer, o nó do negócio é fazer o que está no papel valer, incorporando
a dimensão espacial da sua forma mais ampla e pensar, inclusive, nos indivíduos na
questão ambiental que me parece que tem ficado um pouco ao largo da discussão do
desenvolvimento regional. Fala-se muito em infraestrutura, fala-se muito em ativação
econômica e têm algumas dimensões que têm ficado um pouco ao largo.
O que nós temos hoje que balizaria uma ação do Ministério para o Nordeste?
Temos um plano de ação, no caso do Piauí, isso toca muito particularmente o Planap, que
foi feito pela Codevasf que é uma vinculada nossa. Temos o plano estratégico:
Desenvolvimento Sustentável do Nordeste que é esse documentinho amarelo. Mas como
eu falei para vocês ele está posto como uma versão para discussão, ele não é um
documento ainda validado. A própria publicação trás que ele é um documento que vai ser
submetido a discussão. No, entanto, o que precisamos é atualizar esse documento para
exatamente abrir essas agendas de debate.
E, temos um plano estratégico também para o semiárido. No caso específico do
Piauí, parte do Estado está contemplada, está dentro deste recorte que tem algumas
ações especializadas.
Bom, aqui temos algumas ações do Ministério, algumas mais diretas, outras que
entraram lateralmente. Nós temos os dois canais da obra de integração das bacias: o
canal norte que leva a água para o Estado do Ceará, integrando com a bacia do Salgado,
do Jaguaribe e o canal leste que atravessa o Estado do Pernambuco despejando água
em Campina Grande, fazendo a perenização dos rios da Paraíba; Temos também ali a
Transnordestina, que apesar de não ser uma obra sobre o nosso mandato, tem recurso
dos fundos que nós trabalhamos. Então, quer dizer, são duas grandes obras
estruturantes. Aqui particularmente é uma discussão que temos travado no Ministério e
que parece que da semana passada, de uns quinze dias para cá isso ganhou
concretude, é que nós precisamos pensar o que vamos fazer depois que estas duas
grandes obras estiverem... E, não podemos ser reativo, não podemos esperar que elas
estejam prontas para reagir. Tem que ser proativos. Então, dentro do Ministério, junto
com o BNDS isso foi uma provocação inclusive do BNDS e do Ministério do
Desenvolvimento Social, também na questão de como incluir produtivamente, e isso
adere completamente a esse programa que a Presidente Dilma lançou. Como incluir
produtivamente as populações que vão ser atingidas pelas duas grandes obras. A nossa
área piloto, estamos com um plano sub-regional, que é exatamente o entroncamento que
fica em Salgueiro, que é o entroncamento das duas grandes obras e que já temos notícias
de efeitos somente do canteiro de obra das duas, efeitos bastante perversos.
Bom, aqui é o semiárido que é a área como eu tinha falado, tínhamos algumas
ações, mas tem mais a ver é com o Banco do Nordeste.
Bom, aqui está a Transnordestina, Isso é um quadro de janeiro desse ano, quer
dizer, um percentual de obras já concluídas.
Aí aqui, só para finalizar, algumas contratações que temos, isso já teve algum tipo
de variação, mas isso mostra as contratações do Fundo do Nordeste e claramente indica
aquilo que tínhamos destacado. Têm algumas áreas na região que continuam ser menos
olhada do que outras. E, algum desses números eles são inchados exatamente por
grandes obras que acabam aparecendo ai e grandes liberações.
Investimentos Infraestrutura. - Como podemos ver isso ai fica muito inflacionado,
por exemplo, a área da Ribeira do São Francisco , sobretudo, o projeto da revitalização,
pelo programa e pelo programa da integração de bacias, quer dizer, grandes obras elas
acabam influenciando muito.
Os investimentos privados. Isso aí foi feito com base no Midic, numa pesquisa que
o Ministério do Desenvolvimento faz, provocado pela instalação das duas grandes obras
estruturantes, a Transnordestina e o Pisf para ver em que medida a iniciativa privada se
propõe a chegar a essas áreas.
Bom, as áreas irrigadas do M.I. Temos apenas algumas aí. Temos mais, mas aí eu
coloquei apenas algumas.
Finalizando, precisamos pensar que as desigualdades vão atravessar todas as
escalas.
Como já falamos, quer dizer, falamos muito na questão inter-regional, mas
intrarregionalmente precisamos enfrentar, no caso do Nordeste, o desenvolvimento
regional não é uma coisa muito simples, é algo muito complexo, porque demanda um
entendimento da complexidade, dos atores, do território, de tudo que está ali presente, da
questão socioeconômica, cultural, institucional. Os recursos, instrumentos disponíveis,
ainda nos parecem ser insuficientes. E, aí eu fiquei muito feliz de ouvir os Senadores
falando da luta pelos recursos do Pré-sal e a questão da discussão da Reforma Tributária,
também.
O Pacto Federativo necessita ser revisto, como nós já destacamos, sem ele não é
possível que nem planejamento, nem política pública e desenvolvimento regional vá à
frente. E a visão de Desenvolvimento Regional deve ser assentada neste trinômio que
nós colocamos: vocação, potencialidade e redistribuição; redistribuição de oportunidades.
O cerne é a integração com a estrutura produtiva nacional. Nós precisamos
pensar o Nordeste integrando-o, adquirindo alguma pro atividade dentro dessa estrutura,
sem que sejamos apenas um ator complementar. A questão educacional é básica, mas
ela não resolve sozinho o problema do desenvolvimento regional. Compreender que nas
regiões mais fragilizadas é preciso mudar um padrão produtivo instalado e promover os
investimentos que rompam com esse modelo concentrador; os recursos constitucionais
precisam ser preservados, mas a aplicação deve estar condicionada aos interesses de
uma estratégia de adensamento da esteira do que tanto o Governador falou, como os
Senadores também aqui reforçaram.
E, por último, a criação de novas institucionalidades. Nós precisamos ousar nessa
questão. Talvez, se a Sudene, no modelo que ela hoje tem, se ela não for bastante, ou
repensemos o desenho dela, ou então temos que pensar uma outra coisa para vir dar
conta da discussão do desenvolvimento regional no Brasil e, sobretudo, no Nordeste.
Ampliar os recursos destinados, como aqui já foi bem dito, e consolidar na agenda de
Governo que a redução das desigualdades regionais é uma pré-condição.
Fiquei feliz em ter feito essa apresentação sexta-feira e ver que os Senadores e o
Governador estavam pensando muito parecido com o que nós pensamos. Então, é isso,
gostaria de agradecer, em nome do Ministério da Integração.
Obrigado. (palmas)
SR. CLEITON AMARAL (Cerimonialista) - Representando a Eletrobras, nós
convidamos o Sr. Luís Carlos Coelho, que é assistente da diretoria da Eletrobras
Distribuição Piauí.
SR. LUIS CARLOS COELHO (Representante da Eletrobras - Piauí) - Senhores
Senadores, Senhores Deputados federais, Estaduais, Prefeitos, Secretários,
Representantes de Entidades e demais que se fazem representar.
Inicialmente gostaria de falar da impossibilidade de ter o nosso presidente Marcos
Aurélio Madureira, que numa emergência empresarial, diga-se, em conseguir recursos
para o nosso programa de obras e outros. Não pôde estar aqui presente, então nós
estamos fazemos a justificativa.
E nós, aqui, com a nossa equipe vamos prestar contas do que foi feito
recentemente, do nosso planejamento e, por último, principalmente, se tratando de
infraestrutura, um ponto muito importante, que é o nosso suprimento na região sul do
Estado numa rede básica.
Recapitulando o tamanho do nosso Estado, um Estado muito grande, são
251.529Km², o que leva a uma baixa densidade populacional, em torno de três milhões e
trinta e dois. Isso, estimativa de 2010. Como nós vimos aqui na palestra do Governador,
fechou em mais de três milhões e cem, Mas ainda dá uma baixa densidade populacional
e isso é um dificultador para o setor de energia elétrica, porque as redes de energia têm
que permear todo o Estado, todos os 224 municípios. Esse é o nosso grande desafio, que
pode ser facilitado com a participação do Governo Federal, através de leilões da rede
básica, disponibilizando novos pontos de suprimento, para que dali possamos prosseguir
com nossas redes, reduzindo os custos, inclusive, de investimentos.
Vamos começar pelas Obras do PAC. No PAC I nós tivemos o Programa Luz para
Todos, programa de maior alcance social que o Ministério tem e um dos maiores do
Governo, especialmente aqui no nosso Estado, só lembrando em 2002 nós tínhamos a
maior exclusão proporcional de residências rurais sem energia elétrica, quase três quartos
da população rural não possuía energia elétrica, mais de 73%, e esse Programa trouxe e
está trazendo um impacto muito grande em todo nosso Estado.
Vamos falar rapidamente sobre as suas Realizações e Previsões. Inicialmente,
planejava-se atender 149.600 unidades rurais, isso numa população de mais ou menos
750 mil habitantes em todo o Estado, na área rural. Foram realizados até agora, no mês
de junho de 2011, o atendimento a 105.300 unidades, o que dá uma população de mais
525 mil habitantes, ou seja, nós estamos atendendo mais de um sexto da população do
nosso Estado. Estes já foram integrados e já possuem energia elétrica. Quais as
consequências disso? Impacto no comércio, aquisição de eletrodoméstico e junto com
Bolsa Família maior disponibilidade de recurso financeiro, trazendo um impacto muito
grande, razão pela qual nosso Estado tem crescido acima da média do Brasil e acima do
Nordeste, uma das razões.
Temos ainda a Previsão de neste ano conseguir energizar 22 mil novas unidades e
já estamos contemplados com a ampliação de um atendimento de mais 20 mil unidades,
ou seja, além das 149.600, inicialmente previstas, vamos ter mais 20 mil unidades;
perfazendo quase 470 mil residências rurais atendidas pelo Programa, universalizando
todo o nosso Estado.
Em relação à quantidade de ligações efetuadas, desde 2005, nós temos nesse
gráfico mostrando que saímos de cinco mil, chegamos ao ano passado atendendo 33 mil
unidades residenciais rurais, isso tentando concluir o Programa dentro do tempo. Este
ano, até maio, energizamos 8.153 unidades. Ainda longe da nossa meta inicial, apenas
dois terços da nossa meta inicial, por problemas, principalmente, relacionados ao impacto
dessas obras e o mercado fornecedor. Nós, hoje, temos a felicidade de todas as
empresas que trabalham no ramo de energia elétrica no Estado estar trabalhando para
nós e, mesmo assim, não estão conseguindo a velocidade que nós queremos na
execução dessas obras, mas com certeza vamos recuperar e até o ano de 2012, teremos
a universalização.
Em termos de Investimentos. - Nós temos aqui um gráfico que mostra os
investimentos somente em eletrificação rural. Saímos de 2005 de 25 milhões,
posteriormente a 70, 30, 50, 77, chegando ao ano passado a 230 milhões de reais
investidos. E neste ano, até o mês de abril, 43 milhões de reais já foram investidos, isso
totaliza mais ou menos 530 milhões de reais investidos somente em eletrificação rural
neste período.
Além das construções propriamente ditas de atendimento rural, nós também temos
a parte de reforço e para isso há necessidade de construção de novos alimentadores,
subestações. Além das subestações de alta tensão, vamos falar aqui de 69, construímos
subestações de 34,5 e 13,8 em diversas áreas do Estado. Estamos prevendo as
construções de sete subestações, investimentos da ordem de R$10 milhões; entradas de
linha, mais Um milhão e duzentos e as ampliações que é onde chega o consumidor, mais
435 milhões, daqueles 530 informados.
Na parte de Reforços: temos, ainda, construção, recondutoramento, perfazendo
mais R$91 milhões em investimentos. Todos esses necessários para poder chegar
energia à residência rural.
Construção de Alimentadores, Reforma de Alimentadores e Construção de
Subestações: para levar energia também na área rural foi necessário um investimento
substancial na alta tensão, e para isso, pegando o horizonte de 2008, 2010.
Subestações concluídas em conclusão, fase final, nós temos na região de Bertolínea;
Uruçuí, já atendemos região de Rio Grande; Buriti Grande; Mandacaru, Piripiri; Campo
Maior; São João; Canto do Buriti. Construindo linhas, subestações; Amarante; Santo
Antônio Lisboa; em Teresina, ampliamos as subestações do Jóquei, Satélite, e mais,
reformamos a linha de Elizeu Martins a Bertolínea, ampliamos a subestação de Campo
Maior e ainda estamos concluindo mais uma ampliação da subestação Satélite. Então, de
2008 a 2010 nós tivemos R$64 milhões de obras concluídas. Nossa previsão atual de
2011, 2013 trazermos novos investimentos. Nós vamos ter o sistema Valença, o sistema
Parnaíba, o sistema Ribeiro Gonçalves, o sistema Teresina, o sistema Barras.
Obras em Execução - falei que estamos concluindo agora, totalizando R$167
milhões de investimentos, esses que devem ser concluídos até meados de 2012.
Aqui em Teresina, só para se ter uma ideia, nós temos a linha Teresina-
Renascença, linha de 69 KV; Teresina-Polo Industrial e Satélite-Poty. Estamos
construindo três subestações: do Renascença, Polo Industrial e subestação de Poty,
sendo que a subestação de Poti será inaugurando agora neste mês de julho e a
subestação de Renascença, até o final do ano, a subestação do Polo Industrial até
meados do ano. Então, nós estamos aumentando em mais de 50% a capacidade de
transformação da nossa capital que vai possibilitar automação de sistema, melhorias no
fornecimento de forma substancial.
Investimentos em Teresina foram de R$46 milhões de reais.
O sistema Valença, onde vamos construir uma linha entre Buriti Grande e Valença,
na subestação de Valença, serão investidos 14 milhões de reais.
O sistema Parnaíba: nós temos lá eólicas, depois nós vamos ter informações do
Banco do Nordeste sobre isso, mas é um ponto muito importante onde nós temos quase
10% da energia do nosso Estado e ali nós estamos fazendo um investimento muito
grande, na ordem de R$ 57 milhões.
Contemplando uma construção de um segundo circuito 138 KV entre Piripiri e
Parnaíba, mais uma subestação em Parnaíba e a interligação da subestação de
Tabuleiro, Parnaíba I e Parnaíba II. Além da construção das CE Buriti dos Lopes,
perfazendo aí um total de 57 milhões de investimentos em andamento.
O sistema de Barras - vamos construir uma linha a partir de Campo Maior e ampliar
a subestação de Barras com um investimento de 15 milhões que já estamos executando.
O sistema Ribeiro Gonçalves que a partir de um ponto da rede básica que é feito pela
Eletronorte na região de Balsas, estamos rebaixando de 500 para 230 KV, está
possibilitando que neste momento façamos o investimento da conexão de Ribeiro
Gonçalves, uma linha até Baixa Grande do Ribeiro e as duas subestações de Baixa
Grande do Ribeiro e Ribeiro Gonçalves, isso dá um total de investimento de R$ 15
milhões. Todas essas obras estão sendo possíveis e estamos com um financiamento
garantido, graças a uma parceria muito grande que temos com o Governo do Estado,
notadamente da Secretaria de Meio Ambiente, que vem nos orientando e agilizando os
processos, o que está permitindo que logo, logo, tenhamos a conclusão de todas essas
obras, como disse, até junho do ano de 2012.
Agora temos outros investimentos que o processo de financiamento já está sendo
conduzido pela Eletrobras, que é o segundo grupo de reforço, são obras que iniciarão em
2012 e serão concluídas até 2013. Nós temos a ligação de Coelho Neto-Miguel Alves;
Matias Olímpio-Esperantina, melhorando a energia de toda aquela região; Castelo do
Piauí onde vamos construir uma linha de 69 KV e uma subestação; Gilbués-Corrente - o
pessoal do sul do Estado - aí tem uma reivindicação antiga. Estamos elaborando esse
financiamento para o início do ano, já em janeiro, do processo de construção de uma linha
de 69 e de uma subestação. Região de Simplício Mendes que vai ter mais uma linha de
69 KV, uma subestação de 138 KV. Reforço da área de Nazária-São Pedro. Temos aqui
uma grande quantidade de novos investimentos e um crescimento muito grande,
esperado; Região de Esperantina vai receber mais uma linha e ampliação da sua
subestação. Região de Jaicós é atendida 34,5 KV, vai passar ser atendida uma linha de
69 e uma subestação. E Valença- Novo Oriente, que vai receber também um reforço,
possibilitando um atendimento tanto pelo sistema de Boa Esperança como pelo sistema
de Picos. Esse novo pacote de investimento da ordem de R$117 milhões de reais, não só
em alta tensão, mas em rede de distribuição, que é aquela que chega diretamente à
nossa população. Nós temos o projeto do Banco Mundial, em que houve autorização do
Senado - que agradecemos esse importante projeto, são R$ 700 milhões de dólares para
seis empresas distribuidoras, das quais nós estamos contemplados aqui na Eletrobras
Distribuição Piauí, na área de distribuição urbana, com investimentos para
recondutoramento; reformas de rede de média e baixa tensão; construção de redes;
instalação de religadores telecomandados; automação de rede, propriamente dito;
instalação de bancos reguladores e capacitores para melhorar a qualidade de
fornecimento de energia, totalizando aí um investimento R$ 43 milhões de reais.
Além disso, nós temos a questão que envolve a modernização operacional, que
somente na área de eliminação de gambiarras, divisão e reforma de circuitos, que
juntando aí com o projeto do Banco Mundial, como eu descrevi ainda há pouco, são
R$103 milhões de reais de obras em execução. Quando nós fazemos um apanhado de
todos esses projetos, considerando aí os concluídos em 2008, 2010, foram R$ 64
milhões. Em subtransmissão, já em execução, com conclusão até junho de 2012, R$167
milhões; e as obras que vamos iniciar a partir de janeiro, mais R$117 milhões; e
investimentos e distribuição citados, R$103 milhões. Nós estamos aí com recursos da
ordem de R$452 milhões de reais em investimento. Esses recursos, de certa forma, vão
resgatar aquilo que a comunidade do Piauí sempre almejou e tem todo direito de obter da
nossa distribuidora.
A nossa distribuidora quando faz investimento, todos os investimentos que não
vêm a Fundo Perdido, como é o caso do Luz Para Todos, que nós temos uma subvenção,
e com isso faz que ele venha, podemos dizer, de graça, isso não tem impacto na nossa
tarifa, mas todos esses demais recursos são incorporados posteriormente à tarifa. E para
nós praticarmos amorticidade tarifária, Senhores Senadores, há necessidade de nós
aumentarmos o número de pontos da rede básica, porque na rede básica quem paga é
todo o Brasil, já esses investimentos que nós citamos aqui, são os piauienses, o pessoal
da área de concessão que paga, daí a importância de nós termos diversos pontos de rede
básica. Hoje nós temos em todo Piauí, com 251km², apenas seis pontos da rede básica,
vamos ter o sétimo ponto. Como citei, está sendo concluído este ano em Ribeiro
Gonçalves - mas há necessidade de nós termos mais um, ou dois pontos, principalmente
mais um ponto no sul do Estado. Se nós sairmos de Elizeu Martins e chegarmos a
Barreiras, nós vamos ter aí por volta de 700 km onde não temos um ponto da rede base.
Então, no Nordeste nós temos uma região que entre um ponto da rede básica e outro, são
700km. Isso é algo que não interessa nem ao sul do Maranhão, nem ao nordeste da
Bahia, e principalmente ao sul do Piauí. Daí a nossa proposta de tentar incluir no PAC II,
dois pontos de suprimentos: um seria o 230 na região de Parnaíba e outro, em Gilbués,
um ponto de suprimento, um rebaixamento de 230 para 69 ou 138 KV. Para que isso?
Para facilitar que dali nós derivemos nossas redes e façamos investimentos menores,
além de suprimento mais adequado de energia com regulação adequada e quantidade
suficiente. Isso não foi possível incluir no PAC, por conta disso, como citei estamos
construindo o segundo circuito 138 para Parnaíba, possibilitando a conexão de algumas
eólicas, mas não todos que têm ali o potencial. E para a região Sul, o Governo do Estado,
inclusive com a participação do nosso Secretário de Planejamento, que também é
conselheiro do Conselho de Administração da nossa empresa, levou essa nossa
reivindicação para o Ministério das Minas e Energia e o Ministro Edson Lobão criou um
grupo de trabalho com a participação do Ministério das Minas e Energia, a Empresa de
Pesquisa Energética; a Eletrobras Distribuição Piauí, a Eletrobras, Chesf e a Coelba. Qual
o intuito desse grupo? É justamente estudar nesse vazio de rede básica do sul do Piauí
ao noroeste da Bahia a existência de mais um ponto. E aí, talvez, o planejamento do
Ministério vá ao encontro da nossa necessidade, estão planejadas mais duas linhas de
KV saindo de Miracema, no Tocantins, com uma subestação em Gilbués, uma
seccionadora. Daí nós aproveitarmos esse momento que estava previsto para 2019 e
antecipar esse investimento para o horizonte de 2015, ou se preparar para ele, com a
criação, talvez anterior, de um ponto da rede básica, que seria uma nova rede básica em
Gilbués 500, 138, ou 69 que está sendo estudado por esse grupo de trabalho e, que é
muito importante o apoio de todos aqui, notadamente dos senadores e deputados.
Nesta proposta, a partir desse novo ponto de suprimento, nós teremos uma
construção, vamos mudar um pouco o nosso planejamento e fazer uma construção de
linha de 138 KV interligando Gilbués a Bom Jesus, o que vai possibilitar um duplo
fornecimento aumentando a confiabilidade de todo aquele sistema, sendo que essas
linhas, além desse rebaixamento, também a Coelba seria beneficiada com a construção
de linha para atender o noroeste do Estado da Bahia.
Em termos gerais esse é um rápido resumo daquilo que nós pretendemos fazer e,
principalmente, desse ponto que é muito importante para o desenvolvimento energético
do sul do Estado.
Obrigado. (palmas)
SR. CLEITON AMARAL (Cerimonialista) - Ouviremos o Exmo. Secretário Estadual
de Turismo, Sílvio Leite, que também é Presidente da Comissão de Aviação Regional do
Fonatur, irá discorrer sobre o tema da Aviação Regional.
SR. SÍLVIO LEITE (Secretário de Turismo - Piauí) - Boa tarde Senhores e
Senhoras; quero saudar o Senador Wellington Dias; saudar o Senador Benedito de Lira,
Presidente desta Comissão; saudar o Senador Eduardo Amorim; saudar o Senador Vital
do Rego; saudar o Senador José Pimentel; Deputados Federais aqui presentes.
Há mais de quatro anos, quando assumimos a Secretaria de Turismo, e
participando da primeira reunião de secretários de turismo do Brasil, levantei um problema
que era um problema do Piauí: a aviação de média e curta distância. - O Governo Federal
estava investindo quase R$ 50 milhões de reais na ampliação do aeroporto de Parnaíba,
na construção do aeroporto de São Raimundo Nonato e nós não vislumbrávamos ter
aviões pousando lá. - Quando terminou a minha fala, Senhores Senadores, levantou- se o
Secretário de Turismo de São Paulo e disse: "olha, se isso é um problema do Piauí, é um
problema também do Estado de São Paulo, nós temos dificuldades, às vezes, de ir de
Ribeirão Preto para São Paulo; algumas vezes temos que ir a Brasília, temos que ir a
Uberaba". Depois, na sequência se levantou o Secretário de Turismo de Goiás. "E um
problema também de Goiás". Estava presente lá o Senador de Tocantins que disse
também ser um problema do Tocantins. Então, chegou-se a conclusão que a Aviação
Regional de curta e média distância era um problema do Brasil, do modelo de aviação do
Brasil...
Esses dias eu pousei em Brasília e sempre que pouso lá com os Deputados
Federais e com os Senadores, eu conto os aviões que têm lá no pátio e, normalmente,
têm mais de 20 aviões com capacidade de mais de 160 passageiros, bem diferente da
Europa, dos Estados Unidos onde os aviões são de pequeno porte.
... Então de lá para cá nós levantamos uma bandeira, formatamos uma proposta e
ouvimos, eu e o governador Wellington Dias, em Maceió, o Ministro Jobim... Então, o
Deputado Vital do Rego criou a Comissão Parlamentar Pró-aviação Regional. E, há mais
de quatro anos, as propostas do mercado, em consenso mais ou menos com o Ministério
da Defesa, estão no mesmo lugar.
Eu estive o ano passado, eu e o Governador Wellington Dias, com o Ministro Jobim
- tive vontade de dizer, se eu tivesse intimidade com o Senhor, eu ia levantar aqui a sua
gaveta e tirar as propostas regulamentar que o mercado exige, que a dinâmica exige que
está no mesmo lugar.
Os turistas chegam facilmente da Europa a Fortaleza, a Recife, a Salvador;
chegam facilmente dos Estados Unidos a Fortaleza, a Recife, a Salvador, mas não
conseguem andar de uma capital para outra. Até antes, se não fosse a Noar, de Maceió
para Recife, muitas vezes, tinha-se que ir a Salvador ou a Brasília. Hoje a Noar está
atendendo com quatro frequências diárias, com aquilo que nós achamos que é Aviação
Regional: aviões de pequeno porte com várias frequências ligando as pequenas cidades
às grandes capitais.
Então, Senhores, nós temos uma proposta que foi formatada junto com
Abetar,(Associação Brasileira de Aviação Regional) a qual o Senador Vital tem
conhecimento, e gostaríamos de passar aqui... - isso foi repetido várias vezes na
presença do Ministro Jobim, ou de seus representantes em nossas reuniões, com a
presença do Ministro Luis Barreto. - A ideia foi estabelecer com a Abetar numa parceria
para interlocução entre a comissão do Fonatur, a qual eu sou presidente e Aviação
Regional, para acompanhamento do tema junto ao Congresso, a partir da Frente
Parlamentar de Aviação Regional, então, recém criada e dirigida... O Senador que é um
entusiasta sabe que a Paraíba tem também construído aeroportos e continua sem ter
aviação de pequeno porte.
E a nossa pauta, Senhores, a principal delas não está aqui, porque ficou em outro
slide, que é a participação do capital estrangeiro, em até 49% nas empresas nacionais. O
mercado espera por isso, o mercado necessita disso aí. Uma prova maior da participação
do capital estrangeiro é a Azul, que é uma empresa nacional, que conseguiu trazer capital
de fora, depois, criar uma linha de financiamento específico para a Aviação Regional,
curta e média distância com vista aquisição de equipamentos, bancos oficiais.
O Governador Wilson Martins falou aqui do papel da Sudene. Eu e Wellington Dias
fomos à Azul, há mais ou menos 3 anos atrás. - Esses dias saiu na Folha de São Paulo
que eu já criei calos nos dedos, Senador Wellington de tanto bater na porta dessas
empresas aí. - E a Azul se propôs, Senhores, operar quantos aviões fossem necessários
dentro do Nordeste, financiados pela Sudene. O Governador Wellington Dias agilizou
todos os contatos, mas isso nunca andou. Nós continuamos em contato com a Azul e não
saímos dos primeiros contatos, frutos do entusiasmo do então Governador Wellington
Dias.
Criação dos incentivos via agências do Desenvolvimento Regional: subsídios e
passagens, isso aqui existe no mundo inteiro, Senhores, os Estados Unidos agora, alguns
municípios iam deixar de ter aviação de pequena distância. O Estado foi lá e subsidiou.
No passado nós tínhamos isso aqui: redução de imposto de renda, redução do ICMS do
combustível. O Piauí foi pioneiro nisso aí, e nós estamos numa luta para ter a Noar
voando. Maceió já fez, Pernambuco fez também, Bahia fez também, falta Rio Grande do
Norte; o Ceará fez também, deu ICMS de 3% para as empresas que voam dentro do
Nordeste. O governador Wellington Dias fez lá em Parnaíba e em São Raimundo Nonato,
e já é um atrativo.
Redução do imposto de importação de partes e peças de reposição e manutenção
dos equipamentos.
A Noar, que é toda nossa esperança, ela é de um empresário pernambucano que
tem um bom patrimônio, o seu O programa dele é atender o Nordeste, comprou 4
aeronaves e só recebeu 2, está voando lá Aracaju / Maceió / Recife; Paulo Afonso /
Recife; outras aeronaves estão fazendo Recife / Natal / Mossoró, mas está com
dificuldade de importar as outras duas aeronaves.
Redução de tarifas aeroportuárias da Infraero: portuários de pousos e
estacionamentos são muito caro isso aqui e precisa ser regulamentado.
Criação de um marco regulatório que garanta a operação das linhas regionais para
a companhia de curto e médio curso, com tarifas competitivas ao usuário e regulamento
ao uso de aeroportos centrais. Isso aqui, o próprio Ministro Jobim repetiu várias vezes.
Um caso clássico lá no Acre, uma empresa de pequeno porte fazia a linha Cruzeiro do Sul
/ Rio Branco / Manaus e cobrava aproximadamente R$ 400 reais por passagem; a GOL
botou uma empresa de grande porte, baixou para R$ 200, tirou a empresa pequena, e
hoje a mesma passagem custa R$1.200 reais. Então, se a empresa tem condição de
atender durante um determinado período, mantendo aquela tarifa, o mercando
deslanchando, aumentando o bolo.
Então, Senhores, esta pauta, eu quero dizer para os Senhores, que vimos
repetindo nas reuniões... À época, o Deputado Vital do Rego ouviu isso aqui Ministro
Jobim repetiu várias vezes, o, é um problema do Brasil a Aviação Regional, nós somos
cobrados aqui no Piauí, o Nordeste todo é cobrado. Estamos em vésperas da Copa do
Mundo e continuamos com as dificuldades de sempre. Dois aeroportos no Piauí estão
prontos, temos mais seis cidades que têm porte e necessitam ter aviação de curta
distância e não têm.
No passado, para os Senhores terem uma ideia, nós chegamos a ter mais de 400
municípios servidos pela aviação, Cajazeiras lá no seu Estado; aqui no Piauí, quantos
municípios são servidos, no Ceará e tudo. Hoje são pouco mais de 120 municípios que
são servidos. Os aviões são de grande porte, a economia está aquecida, alguns Estados,
até por bandeira nossa, por exemplo, Minas chamou a Triple, a Triple tomou conta lá da
malha aérea dela; São Paulo chamou a Passaredo e agora Goiás está levando a
Passaredo para lá com incentivos, com subsídios e tal. E o resto do Brasil sofre, o
Nordeste sofre também. Hoje nós temos cinco voos diretos, Senhores, ligando Teresina-
Rio, Teresina-São Paulo, e desde o dia 1º, Teresina-Belo Horizonte. Mas até poucos dias
tínhamos dificuldade de ir Teresina- São Luis, Teresina-Recife, é quase um dia de viagem,
como falou o Senador de Aracaju. Então esta pauta é fundamental para que não só o
Nordeste, mas o Brasil desenvolva sua Aviação Regional. A Embraer está aí fabricando
aviões de pequeno porte, que atende a aviação do mundo inteiro e é muito pouco
utilizado aqui no nosso País.
Muito obrigado a todos.
SR. CLEITON AMARAL (Cerimonialista) - Ouviremos o Senhor Ricardo Chaves
de Melo Rocha neste ato, representando o Exmo. Sr. Ministro de Estado, Chefe da
Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Wagner Bitencourt.
SR. RICARDO CHAVES DE MELO ROCHA (Representante da Secretaria de
Aviação Civil da Presidência da República) - Boa tarde a todos. Gostaria de cumprimentar
todas as autoridades, dizer que a Aviação Regional faz parte da pauta de prioridades da
nossa Secretaria de Aviação Civil.
Senhor Sílvio Leite, gostaria de lhe informar que no próximo dia 21 estaremos nos
reunindo na Secretaria com a Abetar (Associação Brasileira das Empresas de Transportes
Aéreos Regionais), justamente para discutir os projetos por ela elaborados.
A apresentação vai passar por uma revisão geral no transporte aéreo regular,
vamos dar ênfase a alguns objetivos que estão no PPA relativos à aviação regional e a
algumas ações em andamento.
Bom, só para ilustrar o crescimento no transporte aéreo regular de passageiros
desde 1960 a 2010. Partimos de três bilhões de passageiros por quilômetros
transportados, estamos por volta de 95 bilhões de passageiros, quilômetro transportado.
Com relação ao transporte doméstico, que é essa linha vermelha, nós verificamos
um crescimento. As taxas maiores que as chinesas de 2005 a 2010. O número, de
passageiros transportados, dobrou, isso tem dado um impacto enorme na infraestrutura
aeroportuária brasileira.
Com relação à participação das empresas no mercado doméstico, nós vimos, como
já foi dito aqui, uma concentração desse mercado com duas empresas que juntas têm
uma participação maior do que 80%.
Nós podemos observar de 2000 a 2010 o encerramento das operações: a
Transbrasil em 2001, da Vasp em 2004, da Varing em 2006. Por outro lado, o início das
operações da GoL em 2001, da Azul em 2008 e, também, o crescimento das operações
da Trip que é uma empresa que opera no mercado regional. É interessante mostrar que
esse índice mede a concentração do mercado HHI (Herfindahl-Hirschman Index)
atingindo um índice menor ali em 2003 e 2004 quanto houve o término das operações da
Vasp e a crise da Varing. A partir daí, esse índice, que mede a concentração, vem
crescendo e atingiu seu ápice, 0,43 em 2008 e, iniciou-se, desde então, uma tendência de
queda. Por quê? Temos em 2008 uma ampliação da frota da Webjet para onze
aeronaves, depois da aquisição pela CVC; a entrada em operação da Azul em dezembro
e a expansão das operações da Trip, com a venda de 20% do capital, com direito a voto
para a empresa Skywest.
Apesar disso, nós temos visto aí, com relação à tarifa média praticada no mercado,
nós estamos pagando a menor tarifa média hoje, por volta de 260 reais em 2011. É isso
que tem provocado esse aumento gigante do número de passageiros transportados.
Com relação á questão de infraestrutura aeroportuária: - este mapa mostra a
distribuição de 720 aeródromos públicos existentes no Brasil. O que nós podemos
observar é que está bem distribuído pelo Brasil, mais uma concentração maior na região
Sudeste, Sul e no litoral do Nordeste. Então, na parte Leste do Brasil nós verificamos uma
concentração maior desses aeródromos.
Com relação à localização dos aeroportos administrados pela Infraero, nós temos
quatro grandes aeroportos que processam mais de oito milhões de passageiros por ano;
oito aeroportos, entre três e oito milhões de passageiros; 11 entre um milhão e três
milhões de passageiros, e 44 desses aeroportos administrados pela Infraero processam
menos de um milhão de passageiros. Nós podemos observar que é uma indicação de
concentração, obviamente, pela população na região Sudeste, Sul do Brasil e no litoral
nordestino, especificamente Fortaleza, Recife e Salvador e o aeroporto de Brasília
também. Este mapa( vide slide) tende a mostrar que as rotas operadas hoje estão
concentradas nas regiões com maior densidade populacional. Então nós observamos
claramente essa concentração na face Leste do Brasil, região Sudeste e litoral nordestino,
Sul e Brasília.
Nós colocamos entre parênteses “regionais e nacionais”, porque nós não temos
esse conceito na prática. Nós damos apelidos: para regionais, as empresas de menor
capacidade operacional e nacionais as grandes. Então as grandes são representadas por
cinco empresas: Gol, Varing, Azul, Webjet e Avianca. São essas cinco maiores. As outras
empresas: Abaeté Meta, NHT, Passaredo, Puma Air, Sete Linhas Áreas, Sol Tim, Total e
Trip, Noar também nesse hall de empresa que operam essas linhas de menor densidade.
Então, em amarelo, nós temos as ligações atendidas exclusivamente por essas
empresas com perfil de ligação de baixa e média densidade de tráfego; em vermelho,
aquelas atendidas exclusivamente por essas empresas de maior densidade; em Azul, as
ligações que são atendidas por ambos os grupos.
O interessante deste slide é fazer uma comparação do número de cidades
atendidas. Nós escolhemos o ano de 1999, um ano antes do processo de
desregulamentação, em junho de 2011. O número de cidades atendidas por transporte
aéreo regular de passageiros era de 182 em 99, e nós caímos para 129 cidades
atendias em 2011. Por outro lado, nós verificamos que o número de rotas origem-
destino aumentou com relação a 1999, aumentou ligeiramente.
Nós temos o perfil diferente da malha utilizada pelas empresas: em verde, temos
os aeroportos operados em janeiro de 1999, ainda são operados, hoje; em vermelho,
aqueles que deixaram de ser operados por transporte aéreo regular de passageiros, por
volta de 73; em Azul, os aeroportos que não eram operados naquela época e que são
operados hoje por transporte aéreo regular de passageiros. Então houve essa
modificação da malha de utilização de aeroportos.
Este gráfico mostra uma coisa interessante: a quantidade de rotas de aeroportos
atendidos pelo transporte aéreo regular de passageiros, vinha desde de 1.999 até janeiros
de 2008, tendo uma mesma tendência. Então, o número de cidades atendidas seguia
mais ou menos a mesma orientação de número de rotas atendidas. No final de 2008 nós
víamos um deslocamento do número de rotas atendidas com o número de cidade. Nós
devemos isso a entrada da Azul, é uma questão; o aumento das atividades da Trip,
também mostra o porquê desse descolamento.
Com relação ao PPA, nós temos dois objetivos que têm ligação com a aviação
regional: com relação à questão da infraestrutura aeroportuária - esse é o objetivo número
um - adequar a prestação de serviços aeroportuários e capacidade de processamento de
passageiros, cargas, aeronaves e a demanda existente e futura. Foram estabelecidas
três metas: uma é de fazer com que a capacidade de rede de aeroportos processe, tenha
a capacidade de processar trezentos e cinco milhões de passageiros, isso significa um
crescimento, uma projeção de demanda com um crescimento de 14,5 ao ano. Nós quase
que dobramos e tentamos estabelecer uma infraestrutura portuária com praticamente o
dobro da demanda atual. A outra meta é a questão de carga, aumentar a capacidade para
2,4 milhões de toneladas. E, uma terceira meta qualitativa é instituir um plano de outorgas
da infraestrutura aeroportuária. Hoje, nós não temos um plano de outorgas, e este plano
de outorgas pode dar uma diretriz do que nós queremos para a infraestrutura
aeroportuária daqui para frente.
O objetivo II se refere ao transporte aéreo regular em si. E as duas metas, a
ampliação da oferta de transporte estão, claramente, vinculadas a viação regional. Então,
no primeiro momento pensa-se em ampliar para 150 o número de aeroportos atendidos
por transporte aéreo regular de passageiros e ampliar para 1.000 o número de rotas
servidas por transporte aéreo regular de passageiros e cargas. Hoje, o número de cidades
por volta de 129,130 aeroportos, e o número de rotas por volta de 840.
As iniciativas do PPA com relação a esses dois objetivos: uma, primeira, relativa a
criação instituição de um plano de incentivos para o desenvolvimento e expansão do
transporte aéreo regular de passageiros; as ligações de baixo, médio potencial de tráfico;
nós temos que efetivar também os mecanismos de financiamento das aeronaves;
estimular a concorrência; diminuir esse índice de concentração do mercado; trabalhar,
como já foi dito aqui, para redução das restrições da participação de capital estrangeiro
nas empresas dos transportes aéreo regular. Hoje, o capital estrangeiro é limitado a 20%.
Há projetos no Legislativo para aumentar para 49%. E, particularmente, um projeto de
iniciativa do Executivo propõe um aumento para 49% com possibilidade, se houver
reciprocidade com os outros países, de que esse capital seja até 100%.
Então, fomentos pelo lado da infraestrutura aeroportuária, fomentos de
investimentos privados na infraestrutura aeroportuária. Nós estamos vendo um processo
de concessão de três grandes aeroportos, hoje.
Outra questão: adequação da capacidade dos aeroportos administrados pela
União. Então, temos Infraero para contribuir com esses investimentos, com essa
adequação da capacidade.
A delegação de administração de aeroportos de interesse regional a estados e
municípios. Isso aí está religado com o plano de outorgas; e, a iniciativa de construção,
reformas, ampliação e adequação de aeroportos e aeródromos de interesses estaduais e
regionais.
Com relação às ações em andamento: nós temos uma questão relativa à
diminuição do custo de financiamento de aeronaves. Então, foi aprovada pelo Congresso
a Lei nº12.096 de 2009 que trata do Fundo Garantidor. Isso diminui o custo de
financiamento de aeronaves. Só que ainda precisa ser regulamentada e, nós estamos
articulando com o Ministério da Fazenda para conseguir o mais rápido possível
regulamentar essa Lei. Foi feito, também, com o apoio do Executivo, adesão a
convenção sobre garantias internacionais, isso também reduz o custo de financiamento
de aeronaves.
A questão de ICMS sobre combustíveis. Tem um fator crítico aí, que é a
necessidade de apoio dos Governadores e do Confaz. Já existem alguns estados que
fizeram reduções significativas nesses aeroportos de interesse regional: Minas Gerais,
Santa Catarina, Mato Grosso, Amazona, Goiás, Estado do Piauí, entre outros. Então, nós
precisamos do apoio dos Governadores para que isso possa acontecer no Brasil inteiro.
A questão de regulação técnica e exigência de segurança: nós estamos buscando
adequar às exigências de segurança contra atos ilícitos, sequirites, e segurança
operacional, seift, ao porte do aeródromo. E, também, tem a questão de adequação das
exigências de segurança operacional relativa a serviços de salvamento e de combate a
incêndio. Essa questão está relacionada com atividade regulatória da Anac. Então a Anac,
como deve ser, tem como prioridade a questão de segurança, mas nós estamos vendo se
conseguimos flexibilizar essa questão para aeródromo de porte, menor.
Outra questão importantíssima é a questão do Programa Federal de auxílio a
aeroportos, ou seja, aeroportos interestaduais e municipais. Então, a questão importante
é que as taxas de execução desse programa são muito pequenas. Menos de 20% hoje.
Então, a nova Secretaria está buscando reestruturar esse programa para que as taxas de
execução, para que esse dinheiro seja aplicado numa taxa de inscrição maior.
Eu acho que é isso, e muito obrigado. (aplausos)
SR. CLEITON AMARAL RODRIGUES (Cerimonialista) - Nós damos, então,
prosseguimento ao evento consignando a palavra aos parlamentares federais, estaduais
e aos Senhores e Senhoras.
E, a coordenação, a partir de agora, será feita pela Mesa Diretora dos Trabalhos
deste Ato Solene. Passando agora ao Exmo Senador da República, Wellington Dias.
SR. PRESIDENTE ( Senador Wellington Dias) - Bom, nós vamos agora passar a
fase de fechamento do evento. Agradecemos a explanação de todos os que fizeram
apresentações.
Nós temos aqui a presença de representantes de vários órgãos federais, estaduais,
do setor privado e, normalmente, nós abrimos essa fase priorizando a presença dos
parlamentares. Já pediu a palavra, o Deputado Jesus Rodrigues. Nós começaremos
ouvindo-o. Será um prazer também ouvir os Senadores, Eduardo Amorim, José Pimentel,
Senador Vital do Rego, e, também, outros que queiram se inscrever. E, em seguida, nós
faremos o encerramento.
Com a palavra, Jesus Rodrigues, Deputado Federal.
SR. JESUS RODRIGUES (Deputado Federal -PT -Piauí) - Eu vou tentar ser bem
rápido.
Quero cumprimentar a Mesa na pessoa do Senador Benedito de Lira, presidente
da Comissão; Eduardo Amorim, nosso piauiense emprestado ao Ceará; Senador Pimentel
e o Senador Vital do Rego Também, em nome do Senador Wellington Dias, cumprimentar
o Deputado Marcelo Castro, que muito bem falou do Pré-sal e, nós não temos dúvidas,
do seu trabalho; Júlio César; também o Senador Wellington Dias, para que esse recurso
possa estar disponível para todos os Prefeitos do Piauí.
Mas, eu quero aproveitar esta oportunidade para colocar uma proposta que já
venho estudando e que casa, de certa forma, com o que falou o nosso amigo, Rocha
Neto, do Ministério da Integração Nacional. O Nordeste brasileiro, desde a descoberta do
Brasil em 1500, e pouco tempo depois, tornou-se o maior produtor de açúcar, e até algum
tempo atrás, foi também o maior produtor de álcool e essa posição, hoje, perdeu para o
Sudeste.
O Deputado Marcelo citou uma lei de 1998, que concentra o recurso do Pré-sal. E
eu queria citar uma lei um pouco mais antiga, que trava a questão da produção e venda
de álcool combustível, que é de 1978, do, então, Presidente Ernesto Geisel, que
determina que a produção de álcool seja primeiro comercializada através de um leilão da
NP com uma distribuidora, que vende para um posto de gasolina, que, então, vende para
o consumidor final. A minha proposta é de que possamos produzir álcool combustível a
partir da agricultura familiar.
Saio da linha do biodiesel, que foi lançado, aqui, através mamona, pelo Lula, e vou
para o etanol, porque nós sabemos que o Brasil tem perfeitas condições e, o Nordeste,
principalmente, de produzir álcool combustível com muita facilidade. Se hoje nós
pegarmos os donos de alambique que produzem cachaça, e esses passarem a produzir a
sua cachacinha levando para uma coluna, levando para uma destilaria um pouco maior,
podem transformar essa cachaça em álcool combustível a 93º 95º graus, a cachaça sai a
43º, aí dá uma batizadinha, ela fica lá nos 40. Mas é possível produzir, com muita
facilidade. O cidadão da agricultura familiar pode ter seis hectares de cana-de-açúcar e
produzir a sua garapa, fazer a fermentação, colocar num alambique muito simples e tirar
um álcool de 40º graus, leva para uma unidade que pode ser uma centralizadora da
produção dessa agricultura familiar e, nesta unidade, coloca o álcool a 95º graus. Se
quiser, pode até, numa outra coluna, fazer o álcool Anidro, que é colocado na gasolina e
que alimenta o carro à gasolina ou transformar também no álcool hidratado, que é o que
nós usamos, o etanol. Então, é a proposta de desenvolvimento sustentável. Eu quero
lançar um desafio de que nós possamos iniciar um programa de construção de um milhão
de micro destilarias para o Brasil inteiro, começando pelo Nordeste, um milhão de micro
destilarias produzindo 1000 litros de combustível, 1000 litros de combustível por dia,
recebendo combustível das pequenas agriculturas familiar. O que pode colocar todos os
assentados da reforma agrária com um produto que pode ser vendido, onde nós temos
um consumo fenomenal para o mundo inteiro. É altamente sustentável. Se nós formos
pensar que a sobra do álcool produzido pode ser utilizado como adubo, como ração
animal. - Eu tenho uma simpatia muito grande pelo álcool de batata doce, - mas não se
faz só álcool de cana de açúcar, faz-se de batata doce, faz-se de milho, de sorgo,
sacarino, por exemplo, produz-se açúcar de qualquer coisa que tenha amido de maneira
muito simples. Então, é possível que nós façamos álcool de batata doce, de mandioca, de
sorgo, de cana, onde for possível aquela cultura ser cultivada, aquela terra permitir e nós
teremos condição de estar colocando o Nordeste na ponta da produção de etanol, depois
o Brasil inteiro na ponta da produção de combustível para o mundo todo. É preciso só
que os Deputados Federais, os Senadores, que nós consigamos mudar a lei de 1978, do
Ernesto Geisel, que permita a venda direta ao nosso consumidor. E aí a pessoa que
produz álcool, produz energia para si própria, porque ele pode consumir o álcool na sua
motocicleta flex, ele pode consumir o álcool num pequeno gerador de energia elétrica
para sua casa, ele pode produzir o álcool no trator, ele pode produzir o álcool para colocar
em qualquer motor, desde que esse motor seja adaptado, até para motor de avião, já que
nós estamos falando aqui de avião.
Então, era essa a proposta, que nós possamos defendê-la, junto ao Governo
Federal, a criação de um programa de financiamento de um milhão de micro destilarias e
que nós possamos estar dando, inicialmente, esse pontapé aqui no Nordeste brasileiro e
no Piauí.
Muito obrigado.
SR. WELLINGTON DIAS ( Presidente) - Bem, passamos aqui ao Senador Vital do
Rego
SR. VITAL DO RÊGO (Senador da República PMDB-PB) - Pelo adiantar da hora,
nós vamos economizar as saudações protocolares, os cumprimentos, que na pessoa do
Governador Wellington Dias, permitam-me sempre chamá-lo assim pela revolução que
este homem fez no Estado do Piauí, nos últimos dez anos. Os números do Piauí são
extremamente diferentes, antes e depois de Wellington Dias. Ele sabe que eu estou
apenas tendo a oportunidade de fazê-lo no seu Estado, mas isso da tribuna do Senado eu
já reverberei com muita ênfase.
O piauiense, hoje, se orgulha de bater no peito e dizer: "Eu sou do Piauí, uma terra
que cresce mais do que o próprio Nordeste do Brasil". Isso é muito bonito! Graças a uma
ação de governo, graças às ações de cada um dos Senhores.
Bom, chegou a hora da colheita, hoje é um dia. O Senado tem uma agenda muito
apertada e o acúmulo de funções, o acúmulo de decisões que devem ser feitas numa
Casa pequena, por força de uma série de necessidades, passam a comprimir a agenda.
Eu, às 18:00h da noite devo estar em Brasília discutindo a LDO, já que sou Presidente da
Comissão Mista de Orçamento, e essa mesma comissão, certamente, vem para cá para
trabalhar com os Senhores e com o Governador a questão das prioridades do Piauí no
PPA, tanto no PPA quanto na LOA. E, eu me lembro que sábado, quando estava
tentando arrumar uma agenda, na minha cidade, Campina Grande - forrozeando no maior
São João do mundo - eu imaginei que para vir a Teresina e, ainda, ir a Brasília; voltar para
Brasília, eu teria que ir a Brasília, tomar outro avião e voltar para Teresina. Então, essa é
a nossa vida, com as dificuldades que temos. Mas minha avó dizia que uma coisa era ver;
outra era contar. Não sei se os senhores conhecem esse adágio, esse ditado, popular. É
importante que nós, da comissão, presidida pelo Senador Benedito, temos a oportunidade
de ver, de sentir, de poder estudar, no tempo que nos é oportunizado, os números do
Nordeste, os números do Piauí, já tendo estudado os números da Paraíba, já tendo
estudado os números de Alagoas. E dia-a-dia essa comissão, presidida pelo Benedito, e
a subcomissão presidida por Wellington, nos mostra dois Nordeste.
Bráulio Tavares escreveu uma música, não sei se os senhores conhecem, cantada pela minha conterrânea Elba Ramalho, Nordeste Independente. Depois vejam, ouçam essa música, ela é muito engraçada, fala da força das nossas raízes, da força da nossa gente e que nós temos riqueza, temos força e precisamos ser independentes. Talvez aquele visionário poeta, Bráulio Tavares, queira dizer o que nós estamos fazendo agora. Nós queremos ser ouvidos; queremos que a pauta do Nordeste seja incluída com a pauta do Brasil. E o que deparamos, hoje, com dois Nordeste. Pimentel é tão piauiense quanto cearense, mais um extraordinário Senador brasileiro, sabe mais do que ninguém que o Ceará agarrou-se com as oportunidades que teve e se desenvolveu rapidamente. A Bahia quase fica sendo discutida a sua regionalidade por força dos pesados e maciços investimentos há décadas na região. E agora um conterrâneo e maior de todos os presidentes desta República, sem dúvida alguma, Luiz Inácio Lula da Silva, adotou Pernambuco como o seu estado, efetivamente, matuto de Garanhuns e mudou completamente a face do Estado de Pernambuco. Então, hoje nós temos dois Nordeste: o Nordeste dos ricos - Ceará, Pernambuco e Bahia, e o Nordeste daqueles que estão engatinhando, daqueles que estão com a criação, com a genialidade, como no caso do Piauí, com a força, com a pujança de sua gente tentando um lugar ao sol. E, é esse Nordeste, como o Nordeste dos ricos, que nós não temos nada, absolutamente nada contra, muito pelo contrário, nós aplaudimos as oportunidades que Pernambuco, Ceará e Bahia tiveram, e assumiram, mas é para esse Nordeste que estou muito mais focado, e foi por isso que vim ao Piauí, para ver que este Estado, realmente, cresceu, mas ainda há muito, há muito, para se fazer. E hoje, nós temos as nossas análises setoriais dos assuntos que nos são dados, é da conveniência da comissão, a pedido do Senador. Lá na Paraíba eu levei infraestrutura. Aqui Wellington trouxe, com o apoio da comissão, dois assuntos por demais importantes: a questão das energias alternativas. E vale a pena depois ter um capítulo sobre energia eólica e é bom que a Eletrobrás trabalhe um capítulo sobre energia eólica que é a grande fonte, e a biomassa, tanto energia eólica como energia extraída da biomassa. Agora, há pouco, o Deputado Jesus falou da cana-de-açúcar, e nós temos um potencial enorme aqui, no Piauí, com cana-de-açúcar e com soja, para fazer energia de biomassa, mas a energia eólica no Brasil 85% do Atlas eólico do Brasil é, efetivamente, situada no Nordeste. Nós precisamos é dar competitividade a essa energia, que é uma energia limpa, uma energia que não agride o meio ambiente, mas ainda é uma energia cara, e aí essa comissão vai preparar um trabalho para mostrar ao governo a necessidade de intervir no processo de produção da matéria-prima da energia eólica, que são as turbinas que têm os ventos brasileiros como prioridade, não os ventos que tem na Índia, os ventos que tem na China ou os ventos que tem na Ásia. Bom, a energia renovável, a energia como alternativa, foi um dos temas que Wellington trouxe para Teresina, e outro que me chama muito a atenção, Sílvio Leite, eu tenho uma alegria de renovar o encontro com o Secretário de Turismo e hoje Presidente da Fonatur, Sílvio Leite, falava da empolgação que tenho em discutir o assunto da viação regional. É desumano o que acontece com nós, Nordestinos mais pobres. Estabeleceu-se uma malha, e foi mostrado aqui pelo nosso querido representante da Secretaria de Aviação Civil, que a partir dessa semana, de fato e de direito, na votação última do Senado, se transformará, como já é, num Ministério, o novo, a nova malha aeroviária do Brasil. E essa malha, para os Senhores terem uma ideia, eu estava vendo aqui um dado aqui do SISTAR, que é o Sistema Integrado de Transporte Aéreo Regional, criado em 1975. Em 1975 nós tínhamos 300 locais, 300 cidades atendidas, em 2011, 120, quer dizer, algo está errado. O Brasil cresceu, o Nordeste explodiu, houve um super investimento, houve uma redistribuição da renda. Agora a pouco, eu também anotei, em 2003 foram transportados
aqui, no Nordeste, 71 milhões de pessoas; em 2010, 145 milhões de pessoas. Quer dizer, duplicou, duplicou. Imaginem os Senhores, duplicou o número de passageiros transportados e reduziu em um terço o número de cidades atendidas. Então, está errado, está errado, nós precisamos mudar. E há dois anos, com essa paixão que me move, nós criamos uma das maiores Frentes Parlamentares da Câmara dos Deputados, eu não tive nenhum problema para colher quase 300 assinaturas, porque é um problema não regional. Sílvio colocou muito bem, é um problema nacional. Lá no Rio Grande do Sul também tem o problema. No Norte e Nordeste ele é mais agudo, Teresina é muito mais agudo, Paraíba é mais agudo, mas nos grandes também têm, e aí nós criamos essa frente que nasceu com mais de 300 parlamentares, e agora nós estamos levando essa frente para o Senado e constituindo uma frente mista em defesa da viação regional. Marcelo Castro, que é esse deputado competente, do meu partido, meu
Presidente, do PMDB, esse assunto que ele trouxe aqui, do Pré-sal, ele já sabe decorado
ele não precisa nem daquele papel, ele já falou tantas vezes, já falou em tantas grandes
reuniões que não precisa daquele papel, ele já falou tantas vezes, ele já disse em tantas
grandes reuniões, já fez tantas exposições sobre a nova partilha, a nova distribuição do
Pré-Sal que nos apaixona, que nos motiva. Você vê uma cidade, um estado ganhar um
valor irrisório e passar a ter o espaço muito maior, 10, 100 vezes mais, e Marcelo tem isso
tudo na sua cabeça, não precisava nem dos papeis e nem da síntese. E eu também
tenho, na minha cabeça, a exposição do meu queridíssimo companheiro de aviação
regional, porque eu já ouvi Jobim, que é o Ministro da Defesa, falar isso para mim, todos
esses espaços, a questão do querosene, do ICMS, falar nisso. Eu estava dizendo ao
Wellington, agora há pouco: Wellington, essa exposição da Secretaria de Aviação Civil eu
já tenho toda na cabeça, porque já me foi feita há mais de dois anos. O Ministério da
Defesa já deixou isso pronto no gabinete civil, está lá, agora tem que sair de lá e ir para o
Congresso, porque senão nós não andamos, porque tudo aquilo que foi dito, se nós
conseguirmos viabilizar competitividade, colocar um marco regulatório para sair da mão
dessas duas empresas que tem o controle, que faz todo tipo de ações do mercado, ações
de mercado para afastar quaisquer novas empresas que possam competir oferecendo
bons serviços, se nós não tivermos esse marco regulatório, nada se fez, porque a
garantia desses espaços; aviação nacional, aviação regional, eu coloquei aqui, é uma
afirmação de cidadania e de igualdade. Não devem existir cidadãos de categorias
diferentes somente porque residem em locais isolados ou distantes dos grandes centros.
Eu acho que essa é a síntese da minha fala, dizendo que fico muito orgulhoso de ter
vindo a esta terra. Quando vejo a força do Hino do Piauí cantado e versado por vaqueiros,
por homens e mulheres do povo, por homens que fazem a cultura de nossa terra, eu
tenho certeza que esse Brasil da diversidade cultural, da diversidade de ritmos e de sons,
de homens e de mulheres se faz muito presente aqui, no Piauí. Eu apenas deixo como
testemunho final, o meu compromisso, o meu compromisso como Senador da República
de estar...
Os números do Piauí, quando eu estava pegando, lendo o livreto que o Banco do
Nordeste fez, e os Senhores devem ter recebido, os números do Piauí são muito
parecidos com os números da Paraíba, mas muito parecido mesmo! O número de renda
per capta, de analfabetos, os problemas na saúde, os problemas na infraestrutura. Então,
eu me sinto assim, muito mais a vontade. Entendendo de quando estiver fazendo
levantando as teses do meu Estado da Paraíba, eu estarei também lembrando, falando,
pedindo e votando pelo Piauí também.
Um abraço aos Senhores e fiquem com Deus e muito obrigado.
SR. PRESIDENTE(Wellington Dias - Senador PT) - Bom, nós temos os dois últimos
aqui, apenas para que o Eduardo possa fazer o encerramento, convidar aqui o Deputado
Assis Carvalho e em seguida o Senador Eduardo Amorim, que faz a sua fala e nos brinda
também fazendo o encerramento.
SR. ASSIS CARVALHO( Dep. Federal – PT -PI) - Primeiro quero parabenizar essa
belíssima iniciativa na pessoa do meu querido Senador Wellington Dias, que nos brinda
aqui com a presença do Vital do Rego; meu querido Pimentel, nosso conterrâneo; aqui o
Eduardo Amorim; Benedito de Lira, podendo abraçar a todos vocês.
A verdade é que os temas que já foram levantados eu queria apenas destacar dois
pontos, todos muito importantes, mas retomando a primeira fala do nosso querido
Benedito de Lira, ele levantou exatamente a questão da água, e esse é um ponto que nós
gostaríamos de reforçar. De um lado, nós não poderemos imaginar esse Estado
desenvolvido enquanto não tivermos uma justa distribuição do nosso potencial. E nesse
ponto nós, apelando aqui com a representação aqui do Ministério da Integração, nós
precisamos de mais barragens, mas precisamos principalmente da manutenção das
existentes, e do Ministério nós estamos percebendo essa deficiência, no orçamento não
constam recursos para a manutenção de barragem, que é um problema, mas além da
manutenção a integração. E nesse ponto eu destaco aqui, Senador Wellington Dias,
lembrando aqui de um projeto que foi apresentado no início do seu Governo, ainda em
2003, 2004, através do nosso saudoso vice-presidente da República, José Alencar, que
esteve aqui, conosco, tratando, especificamente, da transposição do Rio Tocantins, se
integrando a bacia do São Francisco mas entrando pelo Piauí, perenizando nossos rios.
Projeto que, infelizmente, não conseguimos ainda convencer a sociedade, porque mesmo
havendo um projeto de integração não está beneficiando o nosso Estado, que precisa
fortemente desta integração. Eu queria, portanto, apelar aqui aos nobres Senadores, aos
nossos Deputados para que nós façamos um esforço muito grande, intensificar esses
recursos na luta da integração dessas bacias, mas naquele projeto apresentado pelo
nosso saudoso vice-presidente, José Alencar, que é entrando ali pelo sul do Piauí,
perenizando Rio Gurgueia, Piauí, Canindé enfim, porque é isso que tenho a certeza que
irá beneficiar melhor o nosso povo.
Outro ponto que eu gostaria de destacar, eu imagino que tão injusto quanto a
distribuição do Pré-sal, muito defendido aqui, é uma marca forte do nosso querido
Deputado Marcelo Castro juntamente com Júlio César, com Wellington. É um ponto
levantado pelo também Governador Wilson Martins, é a questão do ICMS. Eu preciso
colocar aqui, para os nossos companheiros Senadores, Deputado Nazareno, aqui
presente, e outros, que a proposta que está sendo desenhada por uma comissão da qual,
apresentada ai pela nossa Presidente Dilma, não nos contempla. Pegar a distribuição dos
impostos eletrônicos, compras eletrônicas, e passar para os estados consumidores
apenas 5%. Isso não resolve. Isso está na contramão da história do mundo. No mundo
inteiro imposto de circulação é imposto de valor agregado, que tem que ir na sua
totalidade é para o estado consumidor, isso é o óbvio.
Não tem sentido, nenhum, a Regina comprar essa bolsa, através da internet, e
100% do imposto que é recolhido pela Regina ir para um estado, que são os grandes que
mais produzem, naturalmente. Ora, os grandes estados, pegando São Paulo, qualquer
que seja a alternativa, não perderão nada, porque São Paulo já tem os incentivos da
produção, já gera o emprego na produção e é o maior Estado consumidor, então quando
ele consumir também ele vai ter uma quantidade significativa para São Paulo. O que não
é justo é você consumir, produzir isso em São Paulo, nós consumirmos aqui, no Piauí, e
todo o meu esforço, o meu suor, que incorporo, que agrego naquele produto ir ainda para
o estado de origem. Então, a nossa defesa é na linha colocada aqui pelo nosso
Governador Wilson Martins, que nós possamos abraçar que 100% desse valor tem que ir
para o estado de origem. Essa é que é a parte mais justa. E por conta disso, meu querido
Marcelo, nós estamos colhendo as assinaturas para uma PEC, na Câmara Federal. Já
conto com a vossa valorosa assinatura. Já estamos chegando ao mínimo de 171
assinaturas. Vamos lutar e queremos sim a integração dessas bancadas nordestina e do
Norte principalmente, que são as bancadas quantitativamente maior mas mais
prejudicadas, para que nós possamos confrontar a proposta apresentada pela nossa
Presidente em não aceitar, Nazareno, como está sendo apresentada, porque novamente
não contempla os nossos interesses. Então, a nossa participação aqui, na verdade, é
para destacar esses dois pontos. Todos os pontos muito importantes destacando a
necessidade da justa distribuição do ICMS para o destino e não para a origem, e um
esforço muito grande para que nós possamos incorporar meu querido Senador Wellington
Dias, nesse plano de desenvolvimento focado na água para todos, água para produção, a
integração das bacias, mas entrando pelo sul do Piauí, beneficiando a nossa Pio IX,
Marcolândia e toda aquela região, que é onde nós temos mais dificuldades de água, meu
querido Benedito de Lira, aqui no Estado do Piauí. Então, seria isso. Estou muito feliz aqui
com a belíssima apresentação e empenho dos nobres Senadores correndo o Nordeste
para que nós possamos conhecer os belíssimos projetos que estão sendo desenvolvidos.
Um abraço, que Deus abençoe a todos e a todas.
SR. WELLIGTON DIAS (Senador da República - PT- Pi) - Parabéns a Assis
Carvalho. E agora, para encerramento, passamos aqui ao nosso Senador Eduardo
Amorim. Pode falar aqui mesmo da mesa. Quer ir a Tribuna?
De pronto agradecendo aqui o apoio da Federação das Indústria, do Governo do
Estado, dos órgãos federais, do setor privado, enfim, de todos que participaram aqui, da
Câmara e do Senado, para a boa condução deste evento.
Com a palavra, o Senador Eduardo Amorim.
SR. EDUARDO AMORIM( Senador da República) - Boa tarde a todos!
É um prazer muito grande, um sentimento muito forte estar pisando nesta terra
abençoada, esta terra onde temos muitos amigos, cito alguns deles, como Nazareno,
médico como eu, e como meu recém-grande amigo, naquele espaço do Congresso
Nacional, Wellington Dias. Sei que vocês já o têm há muito tempo, mas eu tenho esse
privilégio de conviver com ele. E, agora, também, acabei de saber de mais um amigo que
nasceu nesta terra, meu amigo Pimentel, que é piauiense com muito orgulho e, que não
quis falar por conta do adiantado da hora. Portanto, tenho que ser muito rápido e objetivo
para obedecer, sobretudo, a glicemia e a fome de todos nós. Mas serei muito objetivo na
minha fala.
Estou neste mundo político a pouco tempo, no meu segundo mandato,o primeiro
de deputado federal. Sou médico e, agora, o segundo, como Senador. Abraço a atividade
política como uma missão. Uma missão de entender que esse País é muito rico,mas que
nós convivemos, durante séculos e séculos, com muitas perversidades, perversidades
que insistem em ultrapassar os séculos, as décadas, as regiões, os territórios e os
Estados e que se não tivermos nenhuma atitude, elas continuarão convivendo conosco
durante muitos e muitos anos, causando diversos danos, diversos prejuízos e muitas
indignidades. Para quem acredita em Deus – e, eu sou católico - , ele fez a parte dele,
nós é que pecamos por omissão, não fizemos a nossa adequadamente.
Que sejamos brasileiros, mas nós, nordestinos, sem querer proclamar nenhuma
independência, sejamos mais nordestinos também. Está certo o Rio de Janeiro, os
parlamentares do Rio, as autoridades do Rio, do Espírito Santo, São Paulo em defender o
modelo do Pré-sal como aí está. Mas nós nordestinos e de outros cantos do País não
podemos aceitar isso, porque isso é uma riqueza de todos nós e, não só de um estado,
ou de outro.
Nenhum projeto, sobretudo, uma emenda constitucional passa pela
Câmara,sobretudo, pelo Senado que tem 1/3 dos Senadores, senão com o voto da
bancada nordestina. Por isso que nós fazemos aqui um apelo. E, toda vez que nós
viermos para uma caminhada como esta, para uma maratona como esta - Eu digo a
vocês, sou nordestino com muito bairrismo - E o diagnóstico, cada vez que é dado, dá
mais vontade de lutar, mais ainda pela nossa região, porque só assim diminuiremos as
desigualdades, tantas perversidades. Chega! Não dá mais para suportar o analfabetismo,
que somos uma região onde tem o maior índice de analfabetismo, um dos maiores
índices de miseráveis, aqueles que ganham menos de dois reais por dia, enfim, com
tantas riquezas que aqui foram mostradas.
Então, o que nós precisamos não é das riquezas naturais, porque essas nós as
temos; mão-de-obra, também temo., É difícil encontrar uma grande obra, um grande
edifício, um grande edifício, uma grande ponte, uma grande construção no Sul do nosso
País ou no Sudeste, ou em outro canto deste País que não tenha tido ali a mão de um
nordestino para fazê-la, para construí-la. Então, vocação para o trabalho nós temos,
riqueza natural nós temos, O que nós precisamos é muito simples, é de oportunidade,
seja através de projetos estruturantes, seja através de ensino, é de oportunidades, não é
simplesmente do peixe. O peixe mata a fome, mas neste momento o que nós precisamos,
como diz o ditado popular: “é da vara de pescar.” E o objetivo dessa Comissão, desta
subcomissão, capitaneada pelo Benedito Lira e pelo nosso amigo Wellington Dias, é
exatamente isso, colocar o Nordeste num eixo de prioridades, sobretudo, do Governo
Federal, diminuindo, se não acabando as muitas perversidades que existem a atravessar
as décadas e os séculos.
Então, finalizando, como tive o privilégio e a honra de finalizar, meu amigo Senador
Wellington Dias, é com atitudes do presente, com atitudes dignas do presente pois não
temos o direito de pecar por omissão, sobretudo, nós, nordestinos, a Bancada Federal,
Senadores e Deputados, que nós construiremos um futuro decente.
Esse País tem jeito, apesar de todo sofrimento social que convivemos, este País
tem jeito. Esse jeito e esse tratamento passam, com toda certeza, pelas nossas mãos. E
essa comissão, esta subcomissão tem feito um papel muito importante, por onde tem
passado: tem ouvido e levará esse clamor para aqueles espaços de Poder. Então, há
muito a se fazer, o diagnóstico está dado.
Na próxima semana terminara o prazo que foi dado, junto com os Governadores,
para votarmos o veto do Pré-sal. - Benedito Lira com Wellington Dias e Pimentel dizem:
“temos que votar, não podemos pecar por omissão, não temos esse direito.” E essa é
apenas uma das tantas lutas que devemos travar, depois dessa caravana que temos
percorrido pelo Nordeste.
Então, meu muito obrigado pelo carinho, pela recepção. E digo, com muito
orgulho, sou brasileiro, sou nordestino, e vamos à luta sim, porque é a luta pelo bem e
pela dignidade. Muito obrigado (aplausos).
O SR.WELLINGTON DIAS(Senador da República -PT -PI) Então, está encerrado
os trabalhos.
SR. CLEITON AMARAL RODRIGUES ( Cerimonialista) - Agradecemos a presença
e a atenção das Senhoras e dos Senhores. E é informado que os slides aqui
apresentados, todo o material dessa reunião está disponível para os Senhores e
Senhoras no site do Portal do Senado Federal. Tenham, todos, uma boa tarde!