Queridos irmãos nas leis de Umbanda.
É com grande satisfação que damos início, neste mês de Abril 2012, ao nosso “Jornal Luz Azul”.
Será um canal de comunicação e aprendizado sobre nossa amada religião: Umbanda Sagrada.
A cada jornal traremos assuntos relacionados a Doutrina Umbandista, aos mistérios dos Sagra-dos Orixás e Guias Espirituais que trabalham em nossos rituais, bem como ensinamentos sobre os cuidados que devemos ter com nossa espiritualidade e nossa vida humana em relação a reli-gião.
Sejam bem vindos a Umbanda e que a Divina Luz Azul do nosso divino Pai Ogum e de nossa amada Mãe Yemanjá envolva a todos sempre.
E não poderia ser diferente o lançamento desse jornal ser em um mês muito especial para todos nós... o mês de Abril, mês dedicado ao nosso divino pai Ogum !!! Que Ogum com suas forças nos abençoe e abra nossos caminhos para mais essa trajetória de divulgação, defesa e amor pela Umbanda.
Que Pai Oxalá abençoe à todos.
Pai Cláudio
EDITORIAL DO MÊS ATENDIMENTO ES-PIRITUAL
Os atendimentos aconte-cem todas as sextas-feiras a partir das 20h30, sendo permitida a entra-da no máximo até as 21h00.
É proibida a entrada de pessoas usando mini sai-a, decotes, bermudas e estando alcoolizadas. Rua Pirajussara, 411 – Travessa da Av. Vital Brasil - Butantã / SP. Próximo a estação Butan-
tã do Metrô – Linha Ama-
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Templo da Luz Azul
Doutrina Umbandista
Ano I
Abril de 2012
Informativo Mensal
DOAÇÕES
Aceitamos todo tipo de doação (dinheiro, alimentos, velas, roupas, materiais de higiene e de limpe-za, remédios, mó-veis, etc), para aten-dermos as necessi-dades de nossos ir-mãos necessitados e que nos procuram para auxilio.
www.templodaluzazul.com.br - email: [email protected]
ORIXÁS - PAI OGUM (Divino pai do Trono da Lei)
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No mês de abril, mais precisamente dia 23, os terreiros de Umbanda comemo-ram o dia de Pai Ogum, nosso amado Orixá da Lei Maior, que rege a nossa vida, direcionando, abrindo caminho e quebrando demandas.
Ogum é o responsável pelo equilíbrio da linha divisória entre a nossa razão e a nossa emoção. É o aplicador da Lei Divina, agindo com rigidez e firmeza com relação a conduta de seus filhos. Ogum entende-se como sendo os “olhos” de Deus vigiando a tudo e a todos, o tempo todo.
É o senhor do movimento, o senhor dos caminhos e das estradas, o senhor que quebra as demandas, que arrebenta as amarras e que nos liberta.
Orixá da ordenação, do direcionamento, da abertura de caminhos... enfim, O-gum, nosso Pai da Lei Maior está em tudo e em todos os sentidos da vida, or-denando nossos caminhos em benefício de nossa evolução.
O elemento de Ogum é: o ferro e o aço. Descrevo abaixo algumas das falanges do Orixá Ogum, dos quais trabalhamos nos terreiros de Umbanda:
Ogum 07 Ondas
Ogum 07 Espadas
Ogum 07 Linhas
Ogum 07 Estrelas
Ogum Yara
Ogum Beira Mar
Ogum Megê
Ogum Rompe Mato
Ogum de Lei
Ogum Xoroquê
Ogum de Ronda
Ogum Naruê
Suas ferramentas: espadas, lanças e escudos
Suas pedras: granada, hematita, rubi, magnetita, sodalita e ágata azul
Suas cores: azul escuro, vermelho, branco e prata
Saudação: Ogum Yê !!!!
Sincretismo: São Jorge (Rio de Janeiro e São Paulo) e Santo Antonio (Bahia)
Ervas: Espada de Ogum, Losna, Jurubeba, Aroeira, Carqueja, Folha de Pitan-ga, Pinheiro, Eucalipto, entre outras.
Oferenda Ritual: Velas brancas, azulão e vermelho, cerveja branca ou vinho tinto licoroso, uva rubi, manga, goiaba vermelha, flores vermelhas diversas, cravos vermelhos, espada de São Jorge. Tudo isso entregue nos campos a-bertos, caminhos, encruzilhadas, etc.
Características dos filhos de Ogum:
Os filhos de Ogum costumam ter um gênio muito forte. Não admite injustiças e costumam proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação da-quela pessoa que quer proteger. São sempre leais e corretos. São francos, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não fazem rodeio para dizer as coisas. Não admitem a fraqueza, a falsidade e a falta de garra nas pessoas.
São metódicos e impulsivos, raramente mudam de opinião. Não gostam de ser criticados e também não perdoam facilmente. São egocêntricos, orgulhosos, francos e intransigentes, porém difíceis de serem odiados. Não desistem de seus objetivos diante dos obstáculos. Continuam lutando onde qualquer outro já teria abandonado a batalha. São guerreiros por excelência. Possuem um humor mutável, ora tendo furiosos acessos de raiva e se tornando mal humora-dos, ora tendo o mais tranquilo comportamento, sendo a pessoa mais agradá-vel do mundo. Seu sucesso é construído por seus próprios méritos. São ro-mânticos, porém sem muito “grude” com a pessoa amada quando estão em público. Já quando estão a dois adoram mostrar que são protetores e leais. São ciumentos e possessivos com relação a sua família, amigos e pessoa a-mada.
Pontos de Ogum
A primeira espada quem ganhou foi ele
A primeira espada quem ganhou foi ele
Mas ele é, ele é Ogum Beira Mar
Ele veio de Aruanda
Pra seus filhos sarava
Ogum partiu pra guerra
Ogum tocou clarim
E todo regimento
Foi pra mandar partir
Salve Ogum Yara
Salve Ogum Megê
Salve Ogum Beira Mar
Salve Ogum Naruê
Pontos de Ogum
Nesta casa de guerreiro / Ogum... Vim de longe pra rezar / Ogum... Rogo a Deus pelos doentes / Ogum... Na fé de Obatalá / Ogum... Ogum salve a casa santa / Ogum... Os presentes e os ausentes / Ogum... Salve nossas esperanças / Ogum... Salve velhos e crianças / Ogum... Nego velho ensinou / Ogum... Na cartilha de Aruanda / Ogum... E Ogum não esqueceu / Ogum... Como vencer a demanda / Ogum... E tristeza vai embora / Ogum... Na espada de um guerreiro / O g u m . . . . E a l u z d o r o m p e r d a a u r o r a / O g u m . . . Vai brilhar nesse terreiro / Ogum...
GUIAS ESPIRITUAIS
A Vitalidade e o Estímulo de Deus: Exu e Pombagira
PÁGINA 3 ANO I—ABRIL DE 2012
Temos nos rituais de Umbanda uma linha muito trabalhada, muitos discriminada pela sociedade, mas também uma linha muito amada e respeitada por todos os umbandistas, a chamada Linha de Esquerda.
Essa linha é composta pelos nossos amados Exus e Pombagiras.
Esses espíritos são trabalhadores da Lei Maior e da Justiça Divina, sendo espíritos de luz atuando nas trevas.
Muitas estórias são contadas sobre esses espíritos, dizendo que os exus são os espíritos de ladrões, trafican-tes, assassinos que assumem esse grau de Exu na espiritualidade.
Já as nossas amadas pombagiras são espíritos de prostitutas, dançarinas de cabaret, acompanhantes de luxo, que ao desencarnarem assumiram o grau de pombagira na espiritualidade.
Isso tudo é MENTIRA !!!!
Os exus são espíritos trabalhadores dos mistérios da vitalidade de Deus.... são eles que nos transmitem força, poder, garra, vigor para continuarmos em nossas lutas (emocionais, sentimentais, físicas, profissionais, etc).
As pombagiras são espíritos que assumiram o grau de guardiãs do mistério dos desejos de Deus, das vonta-des, lidando com o interior de tudo e de todos. Assumem o papel de protetora e defensora de nossos desejos, sendo eles de todas formas e não só o desejo sexual do qual são tão associadas.
Os verdadeiros exus e pombagiras nunca serão semelhantes às figuras com chifres e peladas mostradas nas imagens que vemos a venda no comércio.
Eles não degolam animais, não bebem como alcoólatras, não fumam como se não fosse existir mais fumo a-manhã, não “comem” vísceras, enfim, não fazem nada desses absurdos. Os que fazem isso são seres inferio-res e sem luz, em que alguns locais são denominados de quiumbas, “rabos de encruza”, eguns, etc.
A palavra exu e pombagira é sinônimo de guardião e guardiã, protetores, defensores dos seus filhos com u-nhas, dentes, punhais, lanças, etc.
Exu e Pombagira não são o bom nem o mau, são apenas justos. Eles fazem a justiça e a evolução valerem na nossa vida.
Temos abaixo alguns nomes simbólicos utiliza-dos pelos exus e pombagiras dentro do ritual de Umbanda:
Exu Tranca Ruas
Exu Meia Noite
Exu Tiriri
Exu Marabô
Exu Sete Catacumbas
Exu Veludo
Exu Caveira
Exu Tatá Caveira
Exu do Fogo
Exu Capa Preta
Exu Sete Encruzilhadas
Exu Lúcifer
Maria Padilha
Rainha das Almas
Pombagira das Águas
Maria Quitéria
Rosa Caveira
Maria Mulambo
Sete Saias
Sete Encruzilhadas
Rainha das Encruzilhadas
LENDA DE EXU
Exu sempre foi ranzinza e encrenqueiro, adorava provocar confusões e fazia brincadeiras que deixavam a todos confusos e irritados. Certa manhã acordou desalentado, afinal quem era ele? Não fazia nada, não tinha poder algum, perambulava pelo mundo sem ter qualquer motivação. Isso não estava correto. Todos os orixás trabalhavam muito e tinham seus campos de atuação bem definidos e para ele nada fora reservado. Essa in-justiça ele não iria tolerar. Arrumou um pequeno alforje e colocou o pé no mundo. Iria até o Orun exigir expli-cações. Depois de muito andar, finalmente chegou ao palácio de Olorun. Tudo fechado. Dirigiu-se aos guar-das do portão e exigiu uma audiência com o soberano. Eles riram muito. Quem era aquele infeliz para vir ali e exigir qualquer coisa. Exu ficou enfurecido pois nem os guardas daquela porcaria de palácio o respeitavam. Passou então a gritar impropérios contra o grande criador. Imediatamente foi preso e jogado em uma cela on-de ficou imaginando como sair daquela situação. Já estava arrependido de ter vindo, mas não daria o braço a torcer. Iniciou novamente a gritaria e tanto barulho fez que Olorun decidisse falar com ele. Exu explicou o que o trazia ali, falou da injustiça que se achava vitima e exigiu uma compensação. Pacientemente o pai da cria-ção explicou que todos os orixás eram sérios e compenetrados, mas que ele, Exu, só queria saber de confu-sões e brincadeiras. Então como ousava tentar se igualar aos companheiros? Que fosse embora e não o a-borrecesse mais. Era assim? Não prestava para nada? Era guerra? Resolveu fazer o que mais sabia: Comer! Todos sabiam de sua fome incontrolável desde o nascimento. Desceu do Orun e começou a atacar os reinos dos orixás. Comeu as matas de Oxóssi. Bebeu os rios de Oxum. Palitou os dentes com os raios de Xangô. O mar de Iemanjá era muito grande e ele foi bebendo aos poucos. A terra tornou-se árida e prestes a acabar. Por conta disso todos os orixás correram ao palácio em completo desespero. Exu imediatamente foi preso e
PÁGINA 4 TEMPLO DA LUZ AZUL
Quando fazemos alguma oferenda para os Exus e Pombagiras, eles "capturam" as energias dos elementos oferendados, ou a parte etérica e "recarregam as suas baterias", se fortalecendo para nos fortalecer.
Segue abaixo algumas oferendas que podem ser feitas para os Exus e Pombagiras da Umbanda, a fim de fazer um pedi-do, agradecer algo e se fortalecer em afinidade com essas entidades.
Essas oferendas podem ser realizadas nos cemitérios, encruzilhadas, praias, campos, matas, cachoeiras, enfim, em qual-quer ponto de força da natureza, devendo logo após sua ativação e ligação com a entidade, ser retirado do local e jogado fora, a fim de não agredir a preservação da natureza.
OFERENDAS PARA EXU Velas brancas
Velas pretas
Velas vermelhas
01 alguidar de barro sem verniz
Moedas brancas
Pimentas
Charutos ou cigarro de filtro vermelho
Pinga
Farofa de miúdos de frango ou de pinga ou de dendê
01 pedaço de fígado de boi
Tridente com ponta reta
Flores: cravos vermelhos
OFERENDAS PARA POMBAGIRA Velas Vermelhas
Champagne Rose
Moedas de cobre
Cigarro de filtro branco
01 alguidar pequeno vernizado
Coração de galinha cru
Tridente com ponta redonda
Farofa de miúdos de frango ou de pinga ou de dendê
Flores: Rosas Vermelhas
ANO I—ABRIL DE 2012 PÁGINA 5
Ponto de Exu
Sua capa de veludo
Quando veio deixou lá
Quando dava meia noite
Todo Exu ia buscar
Iná mojubá ê
Iná mojubá ê
Ponto de Pombagira
Deu meia noite
A lua se escondeu
Lá na encruzilhada
Dando a sua gargalhada
Pombagira apareceu
É laroyê, é laroyê, é laroyê
É mojubá, é mojubá, é mojubá
Se ela é Odara
Dando sua gargalhada
Quem tem fé em Pombagira
É só pedir que ela dá.
arrastado novamente até o Orun, desta vez, porém, sentia-se vitorioso. Exigiu ser tratado com respeito e assu-mir um lugar no panteão divino. Se assim não fosse, nada devolveria e comeria o restante do mundo. Foi feita então uma reunião para se resolver o grande problema. Olorun não poderia julgar sozinho, todos que ali esta-vam tinham muito a perder. Depois de muita discussão chegaram a um consenso. Exu seria o mensageiro de todos eles, o contato terreno entre os homens e os deuses. Ele gostou, mas ainda perguntou: - E vou morrer de fome? - Nova discussão. Decidiram então que todos os orixás que recebessem oferendas entregariam uma parte a ele. Exu saiu satisfeito, agora sim tinha a importância que merecia, desceu cantarolando e devolvendo pelo caminho tudo que tinha comido. E a paz voltou a terra, mas ficou o recado: Com Exu ninguém pode!
Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
1 2
Desenvolvimento
3 4 5 6
Não Haverá Gira
7
8 9
Desenvolvimento
10 11 12 13
Gira de Esquerda
14
15 16
Desenvolvimento
17 18 19 20
Não Haverá Gira
21
Gira Fechada-somente para Mé-
diuns
22 23
Desenvolvimento
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Gira de Caboclos de Ogum
27
Não Haverá Gira
28
Feijoada Pai Ogum
29 30
Não Haverá Aula
Calendário de Eventos para o mês de Abril