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TÍTULO: PERSPECTIVAS DO DESIGN DE REVESTIMENTOS INTERNOS FEITOS COM BAMBU
Adriana Lima Caversan, arquiteta, graduada pela UNESP, Campus de Bauru, aluna do curso Máster
em sustentabilidade da UNIANAB – SP, aluna especial do curso de pós graduação de Design da
UNESP, campus de Bauru.
Marco Antonio dos Reis Pereira, graduado em Engenharia Agrícola pela Unicamp, mestrado e
doutorado em Agronomia pela UNESP, docente do curso de graduação em Engenharia Mecânica e
do curso de Pós-graduação em Design na UNESP campus de Bauru.
RESUMO: A sociedade contemporânea encontra-se entre uma crescente sociedade de consumo, com sua
incessante demanda por produtos industrializados, as conseqüências ambientais dela adivinha e a busca do
equilíbrio necessário entre economia e recursos naturais finitos.
No presente momento onde as mudanças culturais tendem a ser mais lentas que a devastação ambiental,
o bambu tem se mostrado como uma excelente alternativa de material de construção frente aos desafios
que a busca por matérias primas sustentáveis traz, pois apresenta boa performance ambiental desde sua
presença no campo, manejado, até o momento de descarte reduzindo substancialmente os impactos
ambientais, bem como pela possibilidade de que através do seu uso se possa contribuir para uma menor
exploração/corte de madeiras de floresta nativa.
Os revestimentos internos são fundamentais em ambientes de luxo, o luxo uma constante na sociedade de
consumo, que é a que mais consome e descarta. O bambu antes conhecido no Brasil apenas no uso de
utensílios rudes como varas de pescar ou cercas, começa a enveredar os caminhos do design e se
apresentar como elemento de revestimento nos ambientes.
O objetivo deste trabalho foi realizar uma abordagem quanto aos revestimentos internos de bambu
existentes no Brasil, analisando sua importância na transição da sociedade de consumo, para a sociedade
de uso, e os benefícios que oferece a sociedade dentro do conceito de sustentabilidade.
ABSTRACT: Contemporary society is among a growing consumer society, with its incessant demand for
manufacture products, the environmental consequences and the search for her guess of the necessary
balance between economy and finite natural resources. At the present time where cultural changes tend to
be slower than the environmental devastation, bamboo has been shown to be an excellent alternative
building materials meet the challenges that the quest for sustainable raw materials brings presents for good
environmental performance since its presence in field, managed so far to drop substantially reducing
environmental impacts, as well as the possibility that through your use of it can contribute to a lower holding /
cutting of native forest timber. The linings are fundamental in luxury environments, a constant in the luxury
consumer society, which is what most consumes and discards. Bamboo formerly known in Brazil only in the
use of crude tools like fishing poles or fences, begins to go down the paths of the design and perform as part
of the coating, in the environments. The aim of this study was to approach regarding bamboo linings exist in
Brazil, examining its importance in the transition from consumer society to society of using and the benefits it
offers society within the concept of sustainability.
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1. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E CULTURAL ACERCA DOS REVESTIMENTOS DE PAREDE
A arte rupestre demonstra inicialmente de forma expressiva a necessidade humana desde o início de
sua existência, em representar a natureza, seus ritos, sua importância enfim uma forma de expressão
dentro do lar nas paredes. Em seus abrigos utilizando gravuras, feitas muitas vezes a base de sangue e
outros materiais, o homem tentou colocar dentro de sua caverna seus desejos, uma boa caça talvez, seus
rituais ou simplesmente sua expressão de vida quando imprime suas mãos.
Revestir paredes, utilizando-se de materiais naturais ou não parece ter sido uma constante na
existência humana, há muitas referências quanto a sua importância do ponto de vista estético, funcional, e
até ergonômico. Os revestimentos fazem parte da busca da segurança e da tranqüilidade que o lar deve
nos proporcionar, imprimindo de certa forma nosso gosto pessoal e nossa individualidade.
Com o advento da Revolução Industrial, a utilização da representação artística torna-se abrangente
deixando os moldes artesanais para tornarem-se elementos decorativos produzidos em escala, através de
tecidos, tapeçarias e papéis de parede. O movimento artístico Art Nouveau abriu caminhos do design na
industrialização, que continuamente aperfeiçoou materiais adequando-os mais e mais aos seus diversos usos
para revestimentos de paredes e forrações.
A. N. Whitehead (1861-1947), matemático, lógico e filosofo inglês, destaca que “a maior invenção do século
XIX foi a invenção do método da invenção", que acelera o ritmo das descobertas e de suas aplicações
industriais. Mas a Revolução Industrial, gerando uma gigantesca necessidade de mão-de-obra, esvazia o
mundo rural. Mergulhando seus operários no furor das forjas e na noite das minas, ela se apóia na exploração
da natureza e leva à desagregação das raízes e referências que o homem aí havia cultivado. Estranhamente, a
ornamentação floral então muito utilizada na produção industrial pode ser vista como um símbolo da perda da
relação física que até aí o homem mantivera com a natureza: das fachadas das casas aos objetos domésticos,
tudo parece carregar o luto desse vínculo íntimo num horizonte invadido pelo carvão. (KAZAZIAN, 2005)
Fig. 1 - Papel de parede de "Alcachofra" , de John Henry Dearle para William Morris & Co., 1897
(Victoria and Albert Museum).
Os revestimentos internos decorativos, são usados no mundo contemporâneo, dentro da sociedade
de consumo como elementos, que remetem a sofisticação, aconchego, dão aparência e toque
fundamental em qualquer decoração. As pessoas valorizam este tipo de material como "fino", são os
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acabamentos, o que valoriza o imóvel o que o faz diferenciado e de bom gosto e caro, "o luxo", Sigmund
Bauman, (2001), faz referência a nossa sociedade de consumo em sua obra Modernidade Liquida:
A vida organizada em torno do consumo, por outro lado, deve se bastar sem normas: ela é orientada
pela sedução, por desejos sempre crescentes e quereres voláteis - não mais por regulação normativa.
Nenhum vizinho em particular oferece um ponto de referência para uma vida de sucesso; uma sociedade de
consumidores se baseia na comparação universal - e o céu é o único limite. A idéia de luxo não faz muito
sentido, pois a idéia é fazer dos luxos de hoje as necessidades de amanhã, e reduzir a distância entre o
"hoje" e o "amanhã" ao mínimo – tirar a espera da vontade. (BAUMAN, 2001)
Um dos papéis do design é agregar valor ao produto, o que significa em nossa sociedade de
consumo, valor financeiro. Mas esta valorização não se dá apenas ao valor agregado de produto, mas
também no valor que a sociedade dá aos produtos, quais ela considera de grande valor financeiro, estético
ou funcional. O bambu por ser um material renovável de fácil obtenção e de baixo custo, torna-se um
material acessível nas construções populares como acontece na Colômbia por exemplo, mas colocá-lo
dentro da aquisição dos que mais descartam pode ser estratégico na questão da sustentabilidade e de tudo
que a envolve. Só 20% da população mundial participam dos 86% dos gastos com consumo individual.
Brasília, 9 e Setembro de 1998 - Este ano, o consumo mundial de bens e serviços irá superar os 24
milhões de dólares, valor seis vezes mais elevado do que o atingido em 1975. Nunca se consumiu tanto em
alimentação, energia, educação, transportes, comunicações, quanto em diversões, como neste momento.
As pessoas têm uma maior longevidade e desfrutam de maior liberdade individual porque melhorou o
acesso aos serviços de saúde e 'a educação, aos recursos produtivos, ao crédito e 'a tecnologia.
Porém, segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano de 1998, encomendado pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), as conseqüências dos atuais padrões de consumo, são
altamente inaceitáveis sob o ponto de vista humano. O Relatório conclui que as desigualdades gritantes no que
se refere às oportunidades de consumo conduziram a exclusão de bilhões de pessoas que não chegaram
sequer a satisfazer as suas necessidades básicas de consumo.
O bambu precisa tornar-se aceito culturalmente para ganhar mercado no Brasil e uma das dificuldades
que enfrenta é o da barreira cultural, em muitos países o bambu está incorporado à cultura, possuindo um valor
místico até, mas em nosso país ainda está relacionado a varas de pescar, assim a transformação da forma natural
em materiais com aceitação social também é um fator que ajuda no desenvolvimento de propostas sedutoras do
ponto de vista do consumo e o incorpora de forma crescente aos ambientes e a vida das pessoas.
2. O BAMBU E A SUSTENTABILIDADE:
A vantagem do bambu frente a outros materiais é que além de tratar-se de um recurso renovável e
perene sem a necessidade de replantio, tem produção anual de colmos. Com rápido crescimento (até 1 metro por
dia) é considerado um excelente seqüestrador de carbono e também um produto ecologicamente correto, pela
possibilidade de substituir e evitar o corte de florestas nativas. Com presença comum em nosso meio, ele
configura um elemento inserido na co-dependência que os sistemas naturais brasileiros possuem, sendo uma
cultura que deve ser explorada racionalmente através de manejo. Sua colheita anual é feita através da extração
apenas de colmos maduros, sem a necessidade de se colher e devastar toda a área. A colheita de bambu
praticamente não altera o meio ambiente da plantação, num processo contínuo e perene de produção e
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exploração sustentáveis (PEREIRA & BERALDO, 2008). A Figura 2 mostra um plantio experimental de bambu
existente na UNESP de Bauru.
Figura 2. Plantação de bambu na Unesp de Bauru
No planeta Terra existem em torno de 50 gêneros e 1.300 espécies de Bambu , que se distribuem
naturalmente dos trópicos as regiões temperadas. Os Bambus nativos crescem naturalmente em todos os
continentes, exceto na Europa, como mostra a Figura 3.
Figura 3. Distribuição geográfica do Bambu
Segundo LONDONO (1998), o Brasil conta com a maior diversidade e mais alto índice de florestas
endêmicas de toda América Latina: são 137 espécies, representando 32% das espécies da América Latina,
e 17 gêneros ou 85%, sendo que os estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia e Paraná,
possuem a maior diversidade de florestas de Bambu.
LIESE (1985) descreve que 2.5 bilhões de pessoas dependem do uso do bambu e que movimenta
um capital de 7 bilhões de dólares por ano no sudeste e leste asiático. Possuindo a maior tecnologia de
usos industriais do bambu a China possui atualmente uma base florestal de 4.210.000 ha, com uma
produção anual excedendo oito milhões de toneladas, analogicamente corresponde a oito milhões de
metros cúbicos de madeira segundo QISHENG (2003).
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Outro fator que faz o Bambu ter um grande atrativo econômico é o fato do seu crescimento
acelerado. O Bambu cresce cerca de 30% mais que árvores consideradas de rápido crescimento, assim
frente as atuais necessidades de rapidez de produção, ele possui boa adequação as necessidades
industriais.
Inserir o bambu na construção civil, é muito inteligente do ponto de vista econômico e ecológico já
que a construção civil consome algo entre 20 a 50% do total de recursos naturais utilizados pela sociedade,
ou seja é uma das maiores consumidoras de matérias primas naturais, e o bambu possui utilizações que
vão de agregados em argamassa a revestimentos de piso e parede. Entre suas características físicas
relevantes estão flexibilidade e resistência presentes naturalmente. O bambu consegue atingir objetivos
sustentáveis, ou seja, atende a um jogo variável entre objetivos sócio- econômicos e ambientais. A Figura 4
mostra um mobiliário confeccionado em bambu laminado colado.
Figura. 4. Cadeira Lapa vencedora do concurso do Museu da Casa Brasileira recebendo 1° lugar.
Exemplo de flexibilidade da madeira de bambu (Fonte ORÈ BRASIL)
3. AS POSSIBILIDADES DE USO DO BAMBU COMO REVESTIMENTO INTERNO.
O bambu pode ser usado em natura, tratado ou passar por processamento. Os produtos de
revestimento interno feitos com bambu são explorações de design que vão da descoberta de outros
ângulos de visão da planta bambu natural, composições feitas com ripas, ou bambu processado.
Quando o público tem a chance de tocar o produto final, liberam-se dos preconceitos quanto ao material,
enobrecendo-o e aferindo a qualidade nobre que naturalmente lhe pertence. As Figuras 5 e 6 demonstram
algumas possibilidades de revestimento utilizando bambu em sua forma natural, e fig. 7 mostruário misto.
a) b)
Figura. 5. Revestimento de parede explorando o design de forma natural/orgânica
a) Carbono Zero “Círculos” b) Bambu Revest “Linha Phyllos”
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Figura. 6. Composição de parede com bambu, sob efeito de luz (Fonte: CARBONO ZERO)
Figura 7. Expositor de revestimentos de parede em loja com perfil ecológico
(Fonte: ORÉ BRASIL)
O bambu pode receber processamento, assemelhando-se assim muito a madeira advinda de árvores,
podendo compor pisos, tampos maciços, ou mesmo ser usados em composições a serem aplicadas nas paredes,
processo consiste no corte do colmo de forma vertical, passagem por lixa e a colagem destas ripas cujos tipos de
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colagem dependem de seu futuro uso, as imagens 8 e 9 demonstram o processo de fabricação do bambu
laminado colado (BLC).
Figura 8 - Esquema de retirada das ripas, observado da seção transversal
(Fonte: FÁBIO MOIZÉS, 2006).
Figura 9. a) e b) Colagem com adesivos; c) e d) Processamento de ripas
(Foto: MARCO PEREIRA, China, 2000).
Há no mercado brasileiro algumas empresas que produzem e vendem revestimentos para paredes
internos feitos de bambu, e outras que importam o material pronto de países como a China e o distribuem.
Devemos considerar uma situação ideal em termos de sustentabilidade que a produção, processamento e a
venda fossem realizados numa mesma localidade, gerando renda e trazendo os benefícios da captação de
CO2 que a plantação fornece, agindo assim de forma benéfica ao meio ambiente e reduzindo as emissões de
carbono que transportes a grandes distâncias produziriam e gerando empregos na localidade em que estão
inseridas. As Figuras 9 e 10 mostram outras possibilidades de utilização do bambu no revestimento, resultados
do modelo importação de madeira de bambu (BLC) e finalização local.
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a b
c
Figura 10. a) Piso e tampo feito em bambu carbonizado com acabamento “madeira de demolição”
b) Usado como piso de escada c) Vista geral da ambientação. (Fonte: NEO BAMBU)
Figura 11. Revestimento de parede importado e comercializado no Brasil (Fonte: Única laminados).
1. CONSIDERAÇÕES
“Imaginar projetos eficientes de simples uso... ampliar a oferta de produtos que respeitem o meio
ambiente; e seduzir para que esta evolução seja fácil.” (KAZAZIAN, 2003)
Quando os portugueses aqui chegaram encontraram a mata Atlântica, desde então a exploração
madeireira tornou-se constante, ela está tão enraizada na nossa cultura que o nome de nosso País foi
inspirado na nobre madeira Pau-brasil tanto explorada pelos portugueses. Com muita quantidade e
diversidade de madeira, o bambu ficou no meio da floresta esquecido. Após mais de 500 anos de
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exploração madeireira acordar para as potencialidades deste nobre material e as incontáveis possibilidades
que ele nos dá para a preservação da vida e de nossas florestas, haja vista a quantidade desconhecida de
elementos naturais e ricos que a floresta possui cuja maioria é inexplorada cientificamente, encontra na
nossa cultura de mais de 500 anos talvez o maior obstáculo. O dia a dia de conquistas e superação na
consideração do o bambu como madeira, quando colocado em evidência em revistas e concursos de
design, abrem-se mais portas para que o material seja mais e mais aceito culturalmente, estudado e sem
dúvida alguma, uma das possibilidades de encontrar mais um caminho sustentável.
O bambu possui potencialidades para adequação ao mundo sustentável, suas características de rápida
produção, adequação ecológica e a dinâmica econômica do qual faz parte o faz um material com grandes
promessas no que diz respeito a inclusão de materiais de acabamento cuja origem seja renovável, dentro da
construção civil, da arquitetura e do design no mundo contemporâneo. O recurso do design faz parte do
processo de inserção cultural do bambu em nossa sociedade , um processo benéfico dentro de toda dinâmica
sustentável em que ele participa, possibilitando aos criadores de design uma infinidade de possibilidades.
5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA LIESE, Walter. Bamboos: Biology, silvics, properties, utilization. Schriftenreihe. der GTZ, No. 180. Eschborn. 1985, 132 p. BAUMAN,Zygmund, Modernidade Liquida, Rio de Janeiro, 2001, 258p. LIESE, W. (1985) Bamboos- Biology, Silvics, Properties, Utilization. (Schriftreihe der GTZ),. Eschborn, Germany. MAXWELL, J. F. and ANUSARNSUNTHORN. LONDOÑO, X. Evaluation of bamboo resources in Latin America,In: Bamboo for sustainable development. In: Vth. INTERNATIONAL BAMBOO CONGRESS AND THE VIth INTERNATIONAL BAMBOO WORKSHOP, San José, Costa Rica, 1998, p.1-4. MEADOWS, D.H.; MEADOWS, D.L; RANDERS, J. E BEHRENS, W. W. The Limits to Growth, 1972, Nova York, 205p. PAULI, G. Upsizing. Porto Alegre, 1998, 356p. PAULI, G. Emissão Zero: A busca de novos paradigmas: o que os negócios podem oferecer a sociedade, 1996. 312p. PEREIRA M.A;, BERALDO, Bambu de Corpo e Alma, Bauru, 2008, 240p. QISHENG,Z; SHENXUE, J & YONGYU,T.(2003) - Industrial Utilization on Bamboo- INBAR KAZAZIAN, T. Haverá a idade das coisas leves, São Paulo, 2005, 194p. Relatório do Desenvolvimento Humano disponível em: http://www.pnud.org.br/hdr/hdr98/Press/Consumo.htm, acessado em 27/06/2010. VELEZ, Simon. (2001) Grow your own house – Simon Velez and Bamboo Architecture, Germany, 2000. BROWN, L. R. Eco-Economia: construindo uma economia para a terra, Salvador, 2003. MOIZÉS, Fabio Alexandre, Painés de bambu, uso e aplicações: uma experiência didática nos cursos de Design em Bauru, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Arquitetura Artes e Comunicação Bauru, 2007. Sites visitados: http://www.orebrasil.com.br http://www.bamburevest.com.br http://www.bambucarbonozero.com.br http://www.neobambu.com.br http://www.pnud.org.br http://www.unicalaminados.com.br/revestimentoepastilhadebambu.php http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Morris
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