Download - Toxicologia forense para medicina 2015 b
Toxicologia ForenseFelix Kessler – Psiquiatra, PhD
Chefe da Unidade de Psiquiatria de Adição do HCPAVice-diretor do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da UFRGS
Disciplina: Medicina Legal e Deontologia MédicaCódigo: MED 08877
Semestre: 08Porto Alegre, 2014
Roteiro• Introdução• Análise toxicológica• Substâncias• Substâncias Psicoativas (SPAs)• Toxicologia e Trânsito• Perspectivas• Considerações Finais
Introdução
Homicídio
Suicídio
Overdose acidental
?
Overdoses recentes de famosos
Introdução
Toxicologia Forense– aspecto da toxicologia que aplica o conhecimento
desta ciência na elucidação de questões do âmbito médico legal e jurídico
Bioética Psiquiatria Tanatologia
Análise Toxicológica
Conceitos• Vestígio: todo objeto ou material bruto
constatado e/ou recolhido em um local de crime para análise posterior
• Evidência: vestígio depois de feitas as análises, onde se constata técnica e cientificamente a sua relação com o crime
• Indício: cada uma das informações (periciais ou não) relacionadas com o crime
Finalidade
Identificar e dosar substâncias
– intoxicantes
– causadoras de dependência
– na matéria orgânica de um indivíduo
– na matéria orgânica de um cadáver
Etapas
• Detecção
• Identificação
• Quantificação
• Interpretação de resultados
Triagem
Confirmação
Solicitação
• Autoridade policial
• Autoridade militar ou administrativa
• Autoridade judiciária
• Médico legista
Legislação
– Código de Processo Penal – Art. 170
• Guardar material suficiente
• Laudos ilustrados
– LEI Nº 11.343, 23 de agosto de 2006: SISNAD
• Laudo de constatação da natureza e quantidade da
droga
Cadeia de Custódia
• Termo que refere-se a garantia da identidade e integridade de uma amostra do momento da coleta até a entrega dos resultados
• Processo utilizado para organizar e documentar a história cronológica de uma amostra
• Documentação deve conter os seguintes itens:a) Quem manuseou a amostrab) Quais amostras foram manuseadasc) Quando as amostras foram manuseadasd) Porque foram manuseadase) Onde ficou a amostra durante todo o tempo do manuseio
Amostras
SalivaLágrimaCabeloSuorUnhaBile
Humor vítreoMuco cervicalFluido seminalLíquido amnióticoLeite maternoInsetos
Amostras
Sangue– Análises de drogas– Quantificação
de drogas
VantagensMatriz relativamente homogênea
Disponível em grande quantidade (in vivo)Fácil de coletar
Detecção de drogas logo após a utilizaçãoBem estabelecidos efeitos e relação entre
a quantidade utilizada e detectadaResultados interpretados mais diretamente
Desvantagens
Coleta invasiva (aspectos éticos)Riscos para o doadorRiscos para o analista
Matriz relativamente complexa
Sangue
Amostras
Urina– Triagem e identificação
de drogas
Vantagens
Fácil de coletarMétodos de triagem
Presença de droga não metabolizada e metabólitos
Fácil obtenção para validação de metodologias analíticas
Desvantagens
Nem sempre disponívelRiscos de adulteração
Coleta vigiada – aspectos éticosProblemas decorrentes de diluição
Não resulta em informação quantitativa
Adição de cerveja, uísque, saliva à urina coletada
Troca da urina do individuo por uma de outra pessoa ou urina artificial, por meio de trocas de frascos coletores.
Adulteração
Exame supervisionado Acompanhamento da amostra de forma a
suportar testemunho legal que prove que a integridade e a identificação não foram violadas, bem como a descrição e documentação destes procedimentos.
“Fluido oral”: mistura de saliva (secreção de três glândulas principais, a submandibular, a parótida e a sublingual) e outros constituintes presentes na boca, sendo composto por água, enzimas (principalmente amilase), glicoproteínas (mucina) e eletrólitos
Aps, JKM; Martens, LC. Review: The physiology of saliva transfer of drugs in saliva. Forensic Science International, v.150; n.2; p.119-131, 2005.
Sua composição e volume (ca de 1 a 3 ml/min) pode ser afetado por vários fatores, como ciclo circadiano, dieta, idade e varias substancias e medicamentos, como anticolinérgicos, que leva, a diminuição do volume de secreção bucal, e ácido cítrico, que estimulam a secreção salivar.
Saliva
Boa correlação com o sangue
Cabelo
•Coleta não-invasiva
•Detecção: exposição freqüente
•Amostra estável
•Baixa concentração dos analitos
Pellini et al. Revista Brasileira de Toxicologia, v. 12, n.1, p. 1-8, 1999
SuorVantagens• Coleta não-invasiva e sem
constrangimento• Coleta através de adesivos
“sweat patch”• Monitoramento pacientes
de clinicas de reabilitação e presos
• Droga inalterada• Difícil adulteração• Período de detecção maior
que a urina (2 semanas)
Desvantagens• Baixa concentração• Dificuldade na análise• Não existem muitos estudos
Mecônio
•exposição fetal•coleta não-invasiva•matriz complexa -dificuldade na análise
•Período de detecção: meses
Exemplo: opióides:Violenta síndrome de abstinência em recém-nascidos (NAS)
Coleta de materiais post-mortem
Conteúdo estomacal
Matrizes biológicas post-mortem
Maria Cristina Franck. IGP/RS
AmostrasJanela analítica das principais matrizes biológicas empregada para análise de drogas
Caso
TOXICOLOGIA FORENSE – CASO
KAROLINE GEORGE mãe terrível; alcoolista; tentava o divórcio;
Corpo encontrado em 9 DE MAIO DE 2008 em área florestal.
AUTÓPSIA (10 DE MAIO) Dover, DE, USA
1. Mulher morta encontrada com pernas fletidas e joelhos contra o peito.
2. Decomposição avançada e esqueletização parcial.
3. Sem evidência de uso de força bruta ou danos com arma de fogo.
4. Olhos não presentes, sem sangue femoral.
5. Ausência de tecido mole de pescoço e osso hioide não se pode descartar asfixia e trauma.
6. Diafragma intacto
7. Coletados fluidos de tórax e fígado.
TOXICOLOGIA FORENSE – CASO
ANÁLISE LABORATORIAL
Aspirado do Tórax em Decomposição
1.120 mg Etanol/dL, traços de acetaldeído, traços de 1-propanol
2.1400 mg de acetaminofeno/L
3.10,3 mg de difenidramina
Fígado
1.20,1 mg difenidramina/Kg
TOXICOLOGIA FORENSE – CASO ANÁLISE LABORATORIAL ETANOL pode estar presente por ingestão ou produção
postmortem. Se houve ingestão anterior à morte, pode potencializar outras drogas.
Determinado por GC e confirmado análise enzimática ACETAMINOFENO concentração elevada (pode ser por
interferência de matriz). Intoxicação por Acetaminofeno causa morte por necrose do fígado horas a dias depois da ingesta.
Determinado por análise imunológica e confirmado por teste com cores
DIFENIDRAMINA concentrações pós-morte no sangue > 1 mg/L são tóxicas. Entre 8 e 31 mg/L são encontrados em casos fatais de overdose. No fígado, DPH > 3 mg/Kg é tóxica; entre 23 e 47 mg/Kg, fatal em overdose.
Altas concentrações causam depressão do SNC, arritmias cardíacas e parada respiratória.
Determinado por GC e confirmado por GCMS
TOXICOLOGIA FORENSE – DISCUSSÃO
ANÁLISE LABORATORIAL
DIFENIDRAMINA (DPH): Anti-histamínico H1, sedativo, hipnótico e antiemético;
Encontrado em altas concentrações:o fluido torácico de putrefação
(10,3 mg/L; tóxico >1 mg/L no sangue)
o hepático (20,1 mg/Kg; tóxico >3 mg/kg);
Embora grandes limitações, literatura fala em boa relação entre doses no sangue e no fluido torácico de putrefação.
TOXICOLOGIA FORENSE – DISCUSSÃO
ANÁLISE LABORATORIAL
DPH + ETANOL: Efeitos depressores do SNC potencializados, levando à perda de consciência;
Enema: Medicamento absorvido pelo reto não sofre metabolismo de primeira passagem;
Doses letais atingidas rapidamente, levando à possível cardiotoxicidade, depressão respiratória e morte.
CAUSA DA MORTE
TOXICOLOGIA FORENSE – CASO JULGAMENTO Richard Henry foi acusado de
assassinato premeditado e trazido à corte militar.
Causa e forma da morte: relatório toxicológico atesta causa da morte como toxicidade por DPH. Forma da morte indeterminada.
Computador de Richard Henry:1. Arquivo deletado busca na
internet: Como amarrar alguém sem deixar marcas;
2. Arquivo deletado busca na internet: Toxicidade de medicamentos de uso doméstico;
3. Notícia Esposa mata marido usando enema.
TOXICOLOGIA FORENSE – CASO
JULGAMENTO
Apartamento de Richard: bolsa encontrada contendo receita datada de um dia antes do desaparecimento.
1. 1 caixa de Excedrin2. 2 caixas de Simply Sleep3. 2 fleet enemas4. Fita adesiva5. 6 a 10 pares de luvas de látex6. 1 toalha verde de cozinha e 1 faca
de cozinha
Vídeo de vigilância: na noite que Karoline sumiu, Richard deixou seu apartamento com uma grande mala, aparentemente pesada. Retorna 4 horas após com aparência de leveza (mala).
TOXICOLOGIA FORENSE – CASO
VEREDITO E SENTENÇA
Richard teria colocado Simply Sleep na bebida de Karoline; quando ela adormeceu, administrou Excedrin e o restante de Simply Sleep via anal, matando-a.
Colocou-a em uma mala grande, para depositar mais tarde na área florestal, onde ela foi encontrada.
Richard foi declarado culpado de assassinato premeditado. Foi exonerado do Exército e condenado a prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional.
Fundamentos Analíticos– Métodos de imunoensaio– Método de microdifusão– Método da eletroforese– Métodos colorimétricos– Métodos cromatográficos– Métodos espectroscópicos
Exemplo: cromatografia
Exemplo: cromatografia em massas
As amostras são ionizadas e fragmentadas.
Cada substância tem um padrão de fragmentação característico.
Exemplo: CG (gás) com detector de massas
Laudo1. Preâmbulo (local, data, nome do
solicitante e expediente de solicitação, inquérito policial,etc.)
2. Descrição do material questionado (detalhada)
3. Objetivo dos exames
4. Exames e Resultados (informar as técnicas analíticas utilizadas, preferencialmente com referências bibliográficas; relato de todos os resultados)
5. Conclusões ou Respostas aos quesitos (diretas e objetivas)
6. Assinatura de perito oficial
Substâncias
Conceitos• Droga ou substância– Qualquer substância química capaz de modificar um
funcionamento orgânico, pode ser medicinal ou nociva• Droga ou substância psicoativa (SPA)– Qualquer substância química que é utilizada para produzir um
efeito neuroquímico em um organismo• Droga ou substância psicoativa de abuso– Substância química de efeito neuroquímico usada em excesso
ao padrão social/biológico esperado
Substâncias• Agente tóxico: Entidade química capaz de causar
dano a um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, sob certas condições de exposição
• Veneno: Agente tóxico que altera ou destrói as funções vitais e, segundo alguns autores, é termo para designar substâncias provenientes de animais, com função de autodefesa ou predação
Substâncias• Antídoto: Agente capaz de antagonizar os efeitos tóxicos de
substâncias• Intoxicação: causada por substâncias endógenas ou
exógenas, caracterizada por desequilíbrio fisiológico, consequente das alterações bioquímicas no organismo – Aguda– Sub-aguda ou sub-crônica– Crônica
Evidenciada por sinais e sintomas ou mediante dados laboratoriais
Substâncias Psicoativas
Classificação
DSM V – Transtorno por Uso de SPAs1. Uso recorrente de substância resultando em falha no cumprimento de obrigações2. Uso recorrente em situações em que isso pode ser fisicamente perigoso3. Uso continuado apesar de problemas recorrentes e persistentes4. Tolerância5. Abstinência6. A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido
DSM V – Transtorno por Uso de SPAs7. Esforços mal-sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso8. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância9. Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas10. O uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente11. Fissura ou Craving
DSM V – Transtorno por Uso de SPAs
Especificadores de Gravidade – período: 1 ano– Leve: dois ou três dos onze critérios– Moderado: quatro ou cinco dos onze critérios– Grave: mais de seis dos onze critérios
Especificar se: Com (ou Sem) Dependência Fisiológica: evidência de tolerância ou abstinência
EpidemiologiaII Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD)
2012
• Resultados álcool
17% apresentam transtornos por uso de álcool
n = 4.607149 municípios sorteados
Epidemiologia (%)
II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD) 2012
Epidemiologia
Perfil dos usuários de crack e/ou similares no Brasil – FIOCRUZ
– 79% homens, 30 anos de idade– 44% das mulheres relataram violência sexual
n = 7.381Time-Location Sampling
Epidemiologia (%)
Perfil dos usuários de crack e/ou similares no Brasil – FIOCRUZ
Fatores Associados
Biologia / Genes Ambiente
Mecanismos Cerebrais
Vulnerabilidade
Adição
Drogas
Comorbidades
Transtornos Psiquiátricos
Usuáriosde Crack
n=115
CocaínaInalada
n=36
OutrasDrogas n=139
p*Razão de Prevalência (95%CI)**
Episódio Depressivo Maior 55 (47.8)n=115
16 (44.4)n=36
62 (45.3)n=137 0.905 1.1 (0.7-1.8)
Risco de suicídio atual 54 (47.4)a,b
n=11424 (66.7) a
n=3653 (38.7)b
n=137 0.043 1.2 (0.7-1.8)**
Episódio Maníaco 33 (29.5)n=112
13 (36.1)
n=3625 (18.4)
n=136 0.106 1.6 (0.9-3.1)
Transtorno de Pânico na Vida 9 (8.1)n=111
3 (8.3)n=36
8 (6.1)n=132 0.849 1.5 (0.5-4.4)
Transtorno de Ansiedade 24 (21.2)113
10 (27.8)36
35 (25.5)137 0.800 1.3 (0.7-2.4)
Dependência ao álcool 48 (42.1) a
n=11421 (58.3) a,b
n=36103 (75.2)b
n=137 0.013 0.6 (0.4-0.9)
Síndrome psicótica 16 (14.2)n=113
5 (15.6)n=32
16 (11.7)n=137 0.849 0.9 (0.4-1.9)
T. Personalidade Antissocial 28 (24.8)a
n=1133 (8.8)b
n=3412 (8.9)b
n=135 0.013 2.6 (1.1-6.4)
Déficit de atenção e hiperatividade 43 (36.8)n=115
17 (47.2)n=36
40 (29.2)n=137 0.304 1.5 (0.9-2.6)
Uso de SPAs e risco de suicídio
Sensation Seeking e Risco
Drogas e Violência Sexual
Toxicologia e Trânsito
Legislação
Alteram a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que ‘institui o Código de Trânsito Brasileiro’– LEI Nº 11.705, 19 de junho de 2008 – LEI Nº 12.760, de 20 de dezembro de 2012
• Art. 165 – Dirigir sob a influência de drogas • Art. 276 – Qualquer concentração de álcool• Art. 277 – Procedimentos de avaliação de drogas• Art. 291 – Lesão corporal culposa• Art. 306 – Concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool
por litro de sangue
História
Surgimento das indústrias e o manuseio com máquinas complexas proporcionou o início de medidas preventivas
•1940•Sangue•Urina
•1954 •Dr. Robert Borkenstein (EUA)•The Grand Rapids Study•Método não invasivo e rápido
Alcoolemia e Acidentes
Hurst, 1985
Frequência de uso e Acidentes
Hurst, 1973
Alcoolemia e Efeitos
Alcoolemia e Efeitos
Doses “I can drive when I drink”
1 a 3 doses
4 a 6 doses
7 a 9 doses
10 a 15 doses
20 doses
20 doses
Alcoolemia e Efeitos
• Detecta o uso de bebida alcoólica através do ar expelido pelos pulmões
• Mede a quantidade exata de álcool ingerido
• Detecta até 0,01 miligramas de álcool por litro de ar expirado
Alco- Sensor IV
Etilômetro
Cuidados na utilização- Substâncias que contem acetona podem estar presentes no organismo- diabetes mellitus- jejum prolongado- dietas pobres em carboidrato- bombons de licores - outros alimentos que contém substância etílica em sua composição
Etilômetro
Preditores de Acidentes• Impulsividade (Ryb et al, 2006)
• Binge Drinking (Hingson, 2003)
• Sexo masculino (Hingson, 2003; Morrison et al ,2002)
• Ser passageiro de motorista DUI (Kypri, Tephenson, 2005)
• Uso de maconha (Blows et al, 2005)
• Baixa idade (Hingson, 1999)
• Sonolência (Connor et al, 2004)
• Baixa percepção de punição (Aberg, 1993)
• Baixa percepção do risco de sofrer acidentes (Albery & Guppy, 1996,Greenfield & Rogers,1999; Cherpitel et al, 1993, 1999)
Teste Imunocromatográfico
“Drogômetro”
Estudos Trânsito e SPAs
Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trânsito e Álcool da UFRGS
Análise Confirmatória das Salivas Positivas (%)
SubstânciaClasse química
Perspectivas
Caso Michael Jackson
?
Considerações Finais
Referências
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Código de Trânsito Brasileiro
• Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Alterado pela L-011.705-2008)
• Infração - gravíssima;• Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de
dirigir por 12 (doze) meses;• Medida Administrativa - retenção do veículo até a
apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação.
• Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do Art. 277.
Código de Trânsito Brasileiro
Código de Trânsito Brasileiro
• Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:
• Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
• Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Acrescentado pela L-011.705-2008)
Código de Trânsito Brasileiro
• Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
• Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Código de Trânsito Brasileiro• Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores,
previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
• § 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
• I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;
• II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;
• III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora).
• § 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.
Código de Trânsito Brasileiro• Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de
trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool será submetido a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado.
• § 1º Medida correspondente aplica-se no caso de suspeita de uso de substância entorpecente, tóxica ou de efeitos análogos.
• § 2º No caso de recusa do condutor à realização dos testes, exames e da perícia previstos no caput deste artigo, a infração poderá ser caracterizada mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas pelo agente de trânsito acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor, resultantes do consumo de álcool ou entorpecentes, apresentados pelo condutor.
• § 2º A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo agente de trânsito mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor.
• § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo.
Código de Trânsito Brasileiro
RESOLUÇÃO Nº 81 , DE 19 DE NOVEMBRO DE 1998 • Disciplina o uso de medidores da alcoolemia e a pesquisa de substâncias
entorpecentes no organismo humano, estabelecendo os procedimentos a serem adotados pelas autoridades de trânsito e seus agentes.
• Art.1º A comprovação de que o condutor se acha impedido de dirigir veículo automotor, sob suspeita de haver excedido os limites de seis decigramas de álcool por litro de sangue, ou de haver usado substância entorpecente, será confirmado com os seguintes procedimentos: I - teste em aparelho de ar alveolar (bafômetro) com a concentração igual ou superior a 0,3mg por litro de ar expelido dos pulmões;
• II - exame clínico com laudo conclusivo e firmado pelo médico examinador da Polícia Judiciária;
RESOLUÇÃO Nº 81 , DE 19 DE NOVEMBRO DE 1998
• III - exames realizados por laboratórios especializados indicados pelo órgão de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de uso da substancia entorpecente, tóxica ou de efeitos análogos, de acordo com as características técnicas científicas.
• Art.2º É obrigatória a realização do exame de alcoolemia para as vítimas fatais de trânsito.
• Art.3º Ao condutor que conduzir veículo automotor, na via pública, sob influência do álcool ou substância de efeitos análogos, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem, serão aplicadas as penas previstas no art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro - CTB para os crimes em espécie, isto é, detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
• Art.4º Ao condutor de veículo automotor que infringir o disciplinado no artigo anterior, serão, também, aplicadas as penalidades administrativas estabelecidas no artigo 165, do Código de Trânsito Brasileiro-CTB, ou seja, multa (cinco vezes o valor correspondente a 180 UFIR) e suspensão do direito de dirigir.
• Art.5º Os aparelhos sensores de ar alveolar serão aferidos por entidades indicadas pelo órgão máximo executivo de trânsito da União, que efetuará o seu registro, submetendo posteriormente à homologação do CONTRAN.
• Art.6º Os aparelhos sensores de ar alveolar em uso em todo território nacional terão o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para aferição e registro no órgão máximo executivo de trânsito da União.
• Art.7º Fica revogada a Resolução n o 52/98-CONTRAN.
Contravenção Penal
• Embriaguez• Art. 62 - Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo
que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:• Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.• Parágrafo único - Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado
em casa de custódia e tratamento.• Bebidas alcoólicas• Art. 63 - Servir bebidas alcoólicas:• I - a menor de 18 (dezoito) anos;• II - a quem se acha em estado de embriaguez;• III - a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;• IV - a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de freqüentar
lugares onde se consome bebida de tal natureza:• Pena - prisão simples, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa.
Contravenção Penal• Embriaguez• Art. 62 - Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo
que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:• Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.• Parágrafo único - Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado
em casa de custódia e tratamento.• Bebidas alcoólicas• Art. 63 - Servir bebidas alcoólicas:• I - a menor de 18 (dezoito) anos;• II - a quem se acha em estado de embriaguez;• III - a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;• IV - a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de freqüentar
lugares onde se consome bebida de tal natureza:• Pena - prisão simples, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa.