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Universidade Jean Piaget de Cabo Verde
Campus Universitrio da Cidade da PraiaCaixa Postal 775, Palmarejo Grande
Cidade da Praia, SantiagoCabo Verde
16.3.12
Maria Artimiza Gomes Furtado
Tratamento da Hrnia Discal Lombar
Baseado na Estabilizao SegmentarLombar
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Universidade Jean Piaget de Cabo Verde
Campus Universitrio da Cidade da PraiaCaixa Postal 775, Palmarejo Grande
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16.3.12
Maria Artimiza Gomes Furtado
Tratamento da Hrnia Discal LombarBaseado na Estabilizao Segmentar
Lombar
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Maria Artimiza Gomes Furtado, autora damonografia intitulada Tratamento da hrnia
discal lombar baseado na estabilizaosegmentar lombar, declaro que, salvo fontesdevidamente citadas e referidas, o presente
documento fruto do meu trabalho pessoal,individual e original.
Cidade da Praia aos 16 de Maro de 2012Maria Artimiza Gomes Furtado
Memria Monogrfica apresentada Universidade Jean Piaget de Cabo Verde
como parte dos requisitos para a obteno dograu de Licenciatura em Fisioterapia.
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Sumrio
A hrnia discal uma patologia que atinge frequentemente a coluna lombar, esta, por ser umaregio de grande mobilidade, torna o ncleo pulposo vulnervel ao deslocamento. Como essa
patologia uma condio frequente dentro da fisioterapia, as condutas propostas devem estar
adequadas s situaes particulares de cada indivduo para que os resultados estejam de
acordo com as expectativas tanto do terapeuta quanto do paciente.
Dentre as vrias propostas de tratamento demonstradas na literatura, a estabilizao segmentar
tem ocupado um lugar de relevo. Estudos recentes comprovam a eficcia da estabilizao
segmentar como tratamento alternativo, sendo menos lesiva por ser realizada em posio
neutra. Pesquisas sugerem que, sem a activao correcta dos msculos estabilizadores do
tronco, as recidivas do quadro lgico so notadas com muita frequncia.
Este estudo procedeu reviso da literatura sobre o tratamento da hrnia discal mediante
estabilizao da coluna e prope exerccios para seu tratamento baseados na estabilizao
segmentar lombar.
Palavras-chave: Multfido lombar; Transverso do abdmen; Hrnia discal; Estabilizao
Segmentar lombar.
Key Word:Lumbar multifidu; Transversus abdominis; Lumbar disc herniation; Lumbar
Stabilization.
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Agradecimentos
Seria impossvel agradecer adequadamente a todos os que me ajudaram na elaborao destetrabalho. Entretanto, tenho uma dvida especial para com as seguintes pessoas, todas elas de
uma disponibilidade e generosidade mpar, demonstrando uma capacidade excepcional de
pacincia quando solicitadas.
Ao Dr. Adilson Ribeiro e ao Dr. Milton Cabral, respectivamente, orientador e co-orientador
deste estudo, pelos apoios disponibilizados, pelas suas palavras de orientao, pelas suas
sugestes e verdadeiro incentivo na realizao deste trabalho.
Ao Mestre Alberto Lopes, pela leitura e correco do texto.
Ao Dr. Roberto Carlos Pina, pela disponibilidade e pelo apoio prestado na parte informtica.
Aos meus familiares e amigos, pela compreenso, incentivo ao longo deste trabalho e ao
longo de toda vida.
Acima de tudo, o mais sincero agradecimento ao meu querido filho, Joo de Brito.
A todos o meu Obrigada!
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Dedicatria
Este trabalho dedicado ao meu querido filho Joo de Brito Pereira.
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ContedoFiguras................................................................................................................................... 8
Lista de Siglas........................................................................................................................9
Introduo............................................................................................................................10
Captulo 1: Coluna Lombar.................................................................................................. 141.1 Anatomia e Fisiologia da Coluna Vertebral .............................................................. 141.2 Estabilidade da Coluna Lombar ................................................................................151.3 Disco intervertebral .................................................................................................. 181.4 Msculo Multfido: Anatomia e Biomecnica...........................................................201.5 Msculo Transverso do Abdmen: Anatomia e Biomecnica ................................... 22
Captulo 2: Hrnia Discal Lombar........................................................................................ 242.1 Conceito e Etiologia .................................................................................................24
2.2 Fisiopatologia...........................................................................................................252.3 Tipos........................................................................................................................ 262.4 Quadro Clnico .........................................................................................................292.5 Diagnstico ..............................................................................................................302.6 Tratamento ............................................................................................................... 31
Captulo 3: Estabilizao Segmentar .................................................................................... 343.1 Conceito ................................................................................................................... 343.2 Programa..................................................................................................................363.3 Princpios .................................................................................................................373.4 Protocolo..................................................................................................................383.5 Aplicao da Tcnica ............................................................................................... 39
Captulo 4: Metodologia ...................................................................................................... 42
Captulo 5: Resultados e Discusso...................................................................................... 445.1 Resultados................................................................................................................445.2 Discusso .................................................................................................................595.3 Consideraes Finais................................................................................................68
Concluso ............................................................................................................................70
Bibliografia.......................................................................................................................... 72
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Figuras
Figura I Disco intervertebral..............................................................................................19
Figura II - Msculo multfido...............................................................................................21
Figura III - Msculo transverso do abdmen........................................................................ 23
Figura IV - Hrnia discal......................................................................................................25
Figura V - Tipos de hrnia discal .........................................................................................27
Figura VI - Equipamento de stabilizer .................................................................................. 36
Figura VII - Reeducao do transverso do abdmen em quatro apoios ................................. 67
Figura VIII - Co-contraco do multfido e do transverso do abdmen................................. 68
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Lista de Siglas
L3 Terceira vrtebra lombar.
L4 Quarta vrtebra lombar.
L5 Quinta vrtebra lombar.
S1 Primeira vrtebra sacral.
TrA Transverso do abdmen.
ML Multfido lombar.
LDH Dor lombar.
ES Estabilizao Segmentar.
MEDLINE Literatura Internacional em Cincias da Sade.
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da Sade.
BIREME Biblioteca Regional de Medicina.
SCIELO Biblioteca Cientfica Electrnica em Linha
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Introduo
As desordens da coluna lombar tm afectado uma parte significativa da populao
economicamente activa. Entre estas desordens, a hrnia discal extremamente comum.
Estima-se que 2 a 3% da populao sejam acometidas por esse processo, cuja prevalncia de
4,8% em homens e 2,5% em mulheres, acima de 35 anos (NEGRELLI, 2001). A hrnia discal
apontada como uma das causas mais frequentes de atendimento mdico no Brasil, sendo aprimeira causa de pagamento auxlio-doena, segunda causa de afastamento do trabalho e
terceira causa de aposentadoria por invalidez (NEGRELLI, 2001; FRANA et al., 2008;
LEMOS, 2003).
As alteraes da coluna alcanam o terceiro lugar em hospitalizao, terceiro em
procedimento cirrgico, e terceiro na categoria de doenas agudas (COSTA & PALMA,
2005). Entretanto, nos Estados Unidos a dor na regio lombar constitui 60% a 80% de queixa,considerado a segunda causa mais comum de visita ao mdico (AWARD & MOSKOVICH,
2006).
A adopo de uma postura erecta pelo ser humano faz com que diversas alteraes no arranjo
da coluna vertebral ocorram como forma de lutar contra a gravidade, o que pode explicar a
ocorrncia das afeces da coluna lombar (SIQUEIRA, SIVAL & VIEIRA, 2009). Utilizao
inadequada da biomecnica da coluna, adoptando posies sentadas e usando o corpo como
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uma alavanca, leva a uma sobrecarga msculo-esqueltica, podendo assim desencadear as
leses (LEMOS et al., 2003).
Um grande nmero de intervenes fisioteraputicas tem sido utilizado no tratamento dahrnia discal lombar. Entre as tcnicas utilizadas, encontra-se a estabilizao segmentar
lombar, caracterizada por isometria, baixa intensidade e sincronia dos msculos profundos do
tronco, com o objectivo de estabilizar a coluna lombar, protegendo sua estrutura do desgaste
excessivo (BARR, 2005).
Objectivo
Este trabalho tem como objectivo verificar a eficincia da estabilizao segmentar lombar no
tratamento da hrnia discal lombar nos ltimos onze anos, atravs de uma reviso
bibliogrfica.
Justificao do tema
As desordens da coluna lombar so cada vez mais frequentes no seio da nossa sociedade, uma
vez que se verifica um aumento significativo de indivduos que relatam lombalgias. Com a
adopo de algumas posturas incorrectas do corpo, as estruturas vertebrais esto sujeitas a
mudanas frequentes e, muitas vezes, patolgicas, surgindo, assim, alteraes vertebrais.
Dentre as desordens da coluna lombar, a hrnia discal lombar uma das mais importantes
sobretudo pelo seu carcter associado a alteraes posturais.
O objectivo da escolha da estabilizao segmentar lombar como tratamento em pacientes com
hrnia discal lombar deve-se ao fato da mesma ser considerada uma tcnica eficaz em
normalizar e equilibrar as funes msculo-esquelticas, diminuir a compresso no complexo
disco e vrtebras, contribuindo desta forma para a eliminao do quadro lgico e minimizar o
mximo as recidivas.
Esta tcnica pode tambm fornecer uma maior consciencializao e controlo sobre a
musculatura atenuante no local, de maneira segura ao paciente, pois segundo Negrelli (2001)
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os exerccios so realizados com o segmento em posio neutra, cada msculo trabalhado de
forma isolado, com o intuito de melhorar a estabilidade lombar do ponto de vista funcional.
Apesar dos resultados positivos encontrados na literatura referente a esta tcnica, no existeuma reviso em relao ao tratamento da hrnia discal lombar baseado na estabilizao
segmentar lombar. Alm disso, fruto de um interesse particular, mas igualmente, pelo desafio
de realizar um estudo relacionado com esta enfermidade, o tema proposto surgiu com grande
pertinncia, quer em termos pessoais, quer acadmicos.
Hipteses do Estudo
Conforme o objectivo delineado, a realizao deste estudo assenta sobretudo nas seguintes
hipteses:
Actualmente, o tratamento da hrnia discal lombar baseado na estabilizao segmentar
lombar uma das tcnicas mais utilizada;
O tratamento por estabilizao segmentar lombar diminui o quadro lgico em
pacientes com dor lombar;
A estabilizao segmentar lombar auxilia na preveno de futuras leses;
Limitao do Estudo
A principal limitao do presente estudo ocorre no campo bibliogrfico. A pesquisa
circunscreve-se a uma reviso bibliogrfica do tratamento clnico da hrnia discal lombar
baseado em estabilizao segmentar lombar nos ltimos onze anos, centrado sobretudo em
artigos cientficos. Complementando esta parte investigativa, debruar-se- sobre a anatomia
da coluna vertebral, a hrnia discal lombar e a tcnica de estabilizao segmentar lombar. As
bibliografias mais antigas foram citadas por se tratar de clssicos da anatomia e biomecnica.
Naturalmente, as pesquisas baseadas principalmente em artigos cientficos registam alguma
limitao ao trabalho. Entretanto, o tema exposto exige literaturas recentes e os livros, pela
demora que levam at sua publicao, obrigam que seja privilegiada outras fontes no
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menos importantes como revistas cientficas e sites especializados, evitando, assim, a
desactualizao de um certo tema.
Estrutura do trabalho
O trabalho segue uma apresentao lgica com a Introduo a apresentar o objectivo, as
hipteses levantadas, a justificao da escolha do tema, as limitaes do presente trabalho
bem como a estrutura do trabalho.
O primeiro captulo abarca a coluna lombar fazendo uma abordagem da anatomia e
biomecnica da coluna lombar. O segundo captulo retrata a patologia hrnia discal lombar eo terceiro trata da tcnica fisioteraputica estabilizao segmentar lombar. O quarto captulo
apresenta a metodologia adoptada na reviso da literatura e o quinto aborda os resultados
obtidos na busca dos dados relacionados ao tema e tambm a discusso dos resultados. E por
fim, as concluses extradas do captulo anterior.
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Captulo 1: Coluna Lombar
A regio lombar desempenha um papel fundamental na acomodao de cargas decorrentes do
peso corporal, da aco muscular e das foras aplicadas externamente (KISNER & COLBY
2005). De acordo com Magee (2005) a funcionalidade dessa regio mantida atravs do
sinergismo entre os mecanismos activo, passivo e neural da estabilizao lombar. O
desequilbrio proporcionar a instabilidade que ter como principal consequncia dor.
1.1 Anatomia e Fisiologia da Coluna Vertebral
A coluna vertebral uma rea anatmica solicitada de diversas formas. Por isso, a incidncia
de leses na coluna relativamente alta, quer como resultado de situaes aguda de natureza
macrotraumtico, quer como consequncia de uma sobrecarga (SIQUEIRA et al., 2009). Uma
das entidades mais marcantes a hrnia discal lombar.
A coluna vertebral constitui o eixo sseo do corpo composto por vinte e seis ossos e est
constituda de modo a oferecer a resistncia de um pilar de sustentao, mas tambm a
flexibilidade necessria movimentao do tronco (DNGELO & FATTINI, 2002).
Segundo Kisner e Colby (2005), a coluna vertebral do adulto apresenta quatro curvaturas,sendo duas anteriores, na regio cervical e lombar, denominadas lordoses, e duas posteriores,
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nas regies torcica e sacral, denominadas cifoses. A coluna vertebral estabelece e mantm o
eixo longitudinal do corpo. Como uma haste multiarticulada, os movimentos da coluna
vertebral ocorrem como resultado de movimentos combinados das vrtebras individuais
(LIPPERT, 2003).
No nascimento, toda a coluna vertebral cncava anteriormente. Esta curva cncava
(ciftica) chamada curvatura primria. As curvaturas torcica e sacral so consideradas
primrias por esta razo. medida que a criana cresce, as curvaturas secundrias se
desenvolvem. Segundo Lippert (2003), estas so curvaturas convexas (lordticas),
anteriormente, das regies cervical e lombar. Dessa forma, a linha da gravidade passa atravs
das curvaturas, equilibrada anteriormente e posteriormente, fazendo com que a coluna
vertebral tenha sua resistncia compresso axial aumentada em at 10 vezes mais do que
teria com a coluna recta. necessrio haver flexibilidade e equilbrio na coluna vertebral para
suportar os efeitos da gravidade e de outras foras externas (KISNER & COLBY, 2005).
Os componentes funcionais da coluna vertebral encontram-se divididos em pilar anterior e
posterior:
O pilar anterior formado pelos corpos vertebrais e discos intervertebrais, estruturasresponsveis pela absoro de choques e sustentao de peso. Os discos intervertebrais
so constituidos por um anel fibroso exterior e um ncleo pulposo, interior e
gelatinoso;
Os pilares posteriores, feitos de processos e facetas articulares, so o mecanismo de
deslizamento para o movimento. Os msculos inserem-se no processo, a partir do qual
produzem e controlam o movimento (KISNER & COLBY, 2005).
1.2 Estabilidade da Coluna Lombar
A estabilidade da cintura plvica e da coluna lombar tem uma grande importncia no
equilbrio corporal. A pelve transmite as foras do peso da cabea, do tronco e das
extremidades superiores e as foras ascendentes dos membros inferiores. Enquanto a coluna
lombar a principal regio do corpo responsvel pela sustentao das cargas. Alm disso, a
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fscia traco-lombar e suas potentes inseres musculares tambm possuem uma funo
relevante na estabilizao da regio lomboplvica (GOUVEIA & GOUVEIA, 2008).
Para a estabilizao da coluna lombar, so fundamentais estabilizadores estticos e dinmicosdurante o repouso e o movimento. Os estabilizadores estticos so os ligamentos relacionados
aos corpos vertebrais ou aos arcos vertebrais, tm funo de manter as vrtebras em
alinhamento (KISNER & COLBY, 2005). Os estabilizadores dinmicos so sistema
musculotendneo em especial os msculos multfido e transverso do abdmen.
Kisner e Colby (2005) definem a estabilidade como a habilidade de controlar o movimento e
de prevenir movimentos indesejveis ao redor de um ponto fixo. Atravs da estabilizao
pode-se fortalecer os msculos profundos da coluna vertebral e melhorar o grau de
estabilidade vertebral. Por outro lado, OSullivan (2000) sustenta que a instabilidade da
coluna ocorre sempre que se verificar uma inconstncia do segmento mvel, secundrio a
uma leso e que acomete os elementos dinmicos deixando vulnervel a zona neutra.
A coluna lombar prov suporte para a poro superior do corpo e transmite o peso dessa rea
para a pelve e os membros inferiores (MAGEE, 2005). A vrtebra lombar apresenta algumas
especificidades, sendo essa a maior de toda a coluna vertebral. O formato do corpo vertebral
oval, grande e com processo espinhoso grande que aponta posteriormente (LIPPERT, 2003 e
MAGEE, 2005).
Quanto ao controle muscular da coluna lombar, os msculos da parede abdominal, assim
como os superficiais e os profundos da regio vertebral, estabilizam a coluna em condies
variadas. Os msculos mais superficiais, o erector da espinha, o recto do abdmen e o oblquo
externo do abdmen, actuam como movimentadores primrios, tendo a funo secundria de
estabilizao. Os msculos mais profundos (centrais), os multfidos, os rotadores, o transverso
do abdmen, o oblquo interno do abdmen e o quadrado lombar, esto mais perto do eixo e
agem primariamente na estabilizao (KISNER & COLBY, 2005).
Os msculos mais profundos tambm conhecidos como estabilizadores segmentares,
fornecem proteco e suporte s articulaes, impedindo movimentos excessivos na coluna
lombar (COMERFORD & MOTTRAM, 2001). Os estabilizadores segmentares esto
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divididos em msculos globais, que se encurtam ou se alongam, gerando torque e movimento
s articulaes, e msculos locais, que se ligam de vrtebra a vrtebra mantendo a posio dos
segmentos lombares nos movimentos funcionais (RICHARDSON & JULL, 1995).
Em indivduos sos, o transverso do abdmen, para proteger a coluna, contrai-se antes dos
movimentos das extremidades. Nos lomblgicos, esta contraco falha antes dos movimentos,
demonstrando uma alterao na coordenao desse msculo (OSULLIVAN, 2000). O atraso
no incio da contraco do transverso abdominal indica um dficit do controle motor e resulta
numa estabilizao muscular ineficiente da coluna (RICHARDSON & JULL, 1995).
Existem evidncias que comprovam que a musculatura profunda do abdmen, especialmenteo transverso do abdmen e o multfido, afectada na presena de dor lombar e instabilidade
segmentar (RICHARDSON & JULL, 1995).
Hebert et al., (2010) reforam a importncia da restaurao da funo muscular do multfido
lombar em pacientes com dor lombar, sendo este tambm um alvo para a estabilizao
lombar. Segundo Costa e Palma (2005), a literatura no parece conclusiva em relao
predominncia do tipo de fibras no multfido, mas a hipotrofia selectiva das mesmas est
sempre presente nos casos de dor lombar crnica.
Uma possvel explicao para a importante relao entre fora e resistncia isomtrica dos
msculos erectores da espinha lombares com a manuteno da integridade fsica e funcional
da coluna vertebral que, com a fadiga muscular, definida como reduo na capacidade do
sistema neuromuscular em gerar fora ou realizar trabalho, ocorre sobrecarga sobre os
elementos passivos (cpsulas, ligamentos e discos intervertebrais) responsveis pela
estabilidade da coluna vertebral durante a execuo de padres de movimento especficos de
determinados desportos, resultando em danos as estruturas sensveis distenso e produzindo
dor (BARBOSA & GONALVES, 2005). O treinamento da musculatura segmentar local,
que consiste em sua activao de forma isolada importante, uma vez que estudos trazem a
hiptese de que o controlo motor independente da aco muscular relacionada ao
movimento.
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Como referido por alguns autores, a instabilidade lombar (como por exemplo a hrnia discal
lombar) indicam alteraes nos msculos multfido e transverso do abdmen. Por isso,
importa compreender a anatomia e biomecnica destes msculos responsveis pela
estabilizao da coluna lombar.
1.3 Disco intervertebral
A coluna vertebral formada por um conjunto de vrtebras separadas entre si por um disco
intervertebral (MAGEE, 2005). As vrtebras sobrepem-se os discos intervertebrais que so
bastante deformveis, permitindo mudanas quanto forma da coluna vertebral. Segundo
Kisner e Colby (2005) a raa, o sexo, o desenvolvimento gentico e os factores ambientais,causam as variaes nas vrtebras. Os discos intervertebrais so formados por duas partes, o
anel fibroso e o ncleo pulposo (MAGEE, 2005).
.
O anel fibroso, poro externa do disco, constitudo de fibrocartilagem que se fixa na face
externa do corpo vertebral e contm um nmero crescente de clulas cartilaginosas nos
filamentos fibrosos com o aumento da profundidade. Este anel constitui um verdadeiro tecido
de fibras que no indivduo jovem impede qualquer exteriorizao da substncia do ncleo.Contm cerca de 20 anis concntricos de fibras colagenosas que se entrecruzam para
aumentar a sua resistncia e permitir movimentos de toro (MAGEE, 2005).
A poro interna do disco intervertebral o ncleo pulposo, uma substncia gelatinosa
composta por 88% de gua, portanto muito hidrfila, e quimicamente formada por uma
substncia fundamental base de mucopolissacardeos que fazem com que o disco actue
como um lquido no compressvel. Entretanto, tanto a quantidade de gua quanto a de
mucopolissacardeos diminui com a idade sendo ento substitudos por colagnio (MAGEE,
2005).
A forma do disco corresponde do corpo vertebral ao qual ele se fixa. O ncleo repousa sobre
a parte central do plateau vertebral, uma parte cartilaginosa que contm numerosos poros
microscpios que comunicam o compartimento do ncleo com o tecido esponjoso localizado
abaixo do plateau vertebral (MAGEE, 2005). Quando uma presso importante exercida
sobre o eixo da coluna vertebral a gua contida na substncia cartilaginosa do ncleo passa
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atravs dos forames do plateau vertebral ao centro dos corpos vertebrais. Geralmente um
adulto 1 a 2 cm mais alto pela manh do que noite. Esse desvio de lquido actua como uma
vlvula de presso de segurana para proteger o disco (MAGEE, 2005; KAPANDJI, 2000).
Normalmente o disco no possui enervao, embora a face posterior perifrica do anel fibroso
possa ser enervada por algumas poucas fibras nervosas do nervo sinovertebral. As estruturas
sensveis dor em torno do disco intervertebral so o ligamento longitudinal anterior e
posterior, o corpo vertebral, a raiz nervosa e a cartilagem da articulao facetaria (MAGEE,
2005).
Quando uma fora aplicada sobre o disco intervertebral, seja ela uma fora de compresso
simtrica ou assimtrica, essa fora se traduz sempre por um aumento da presso interna do
ncleo e da tenso das fibras do anel, no entanto, graas ao deslocamento relativo do ncleo, e
entrada em tenso das fibras do anel diferente, o que faz com que o sistema volte a sua
posio inicial (KAPANDJI, 2000).
Figura I Disco Intervertebral1
1 Disponvel em: http://physioclem.blogspot.com/2011/05/osteopatia-tratamento-de-hernia-discal.html
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1.4 Msculo Multfido: Anatomia e Biomecnica
O multfido um msculo espesso da regio lombar que possui seu trmino na regiocervical, sendo os mais importantes msculos transversos espinhais. Tem origem no sacro e
em todos os processos transversos, dirigindo-se cranial e medialmente at a sua insero nos
lados dos processos espinhais desde L5 at o xis (SEELEY et al., 1997).
Os multfidos so responsveis pelo movimento de estabilizao das articulaes
intervertebrais, pois so os nicos que apresentam fibras musculares inseridas em todas as
vrtebras da coluna vertebral (MCGILL, 2002). Devido sua enervao segmentar, omultfido tambm recobre as articulaes intervertebrais e so capazes de mov-las
individualmente na regio lombar.
Essa enervao segmentar individualizada realizada pelos nervos espinhais faz com que o
atraso na activao de um dos multfidos durante o movimento da coluna vertebral diminua a
estabilizao segmentar, podendo causar uma leso localizada (MCGILL, 2002).
A contraco simultnea do multfido nos lados direito e esquerdo da articulao
intervertebral favorece a sua extenso, e a contraco apenas de um lado causaria a rotao do
corpo vertebral (BOJADSEN, 2001). Esta musculatura tem aco de realizar a estabilizao
das vrtebras adjacentes e controlo de movimentao de toda coluna vertebral, auxiliando na
efectividade dos msculos longos, sendo capaz de fornecer estabilizao intra-segmentar para
coluna lombar em todas as posies (Crisco, 1997 apudPRENTICE & VEIGHT, 2003).
De acordo com McGill (1997 apudBOJADSEN, 2001) um atraso na activao de apenas um
multfido durante o movimento da coluna lombar levaria a uma diminuio da estabilidade
segmentar e provocaria uma leso localizada. O multfido na coluna vertebral realiza
movimentos de flexo lateral, extenso e rotao. Assim, a contraco simultnea do
multfido nos lados direito e esquerdo da articulao intervertebral favorece a extenso e a
contraco de apenas um lado da coluna provocaria a rotao do corpo vertebral, que ocorre
devido posio lateral e oblqua que eles possuem nas vrtebras (McGill, 1997 apud
BOJADSEN, 2001).
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Segundo Clark (1995 apudPRENTICE & VEIGHT, 2003), a activao do multfido causaria
um aumento de rigidez segmentar ao nvel de L4 e L5. Por outro lado, o seu fortalecimento
consiste em facilitar uma pequena contraco para prevenir o domnio da simetria pelo erector
da espinha.
A Vista Posterior B- Vista LateralFigura II Msculo Multfido2
2 Disponvel em: http://saudequilibrio.blogspot.com/2011/04/como-cuidar-do-seu-core-regiao-que.html
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Tratamento da hrnia discal lombar baseado na estabilizao segmentar lombar
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1.5 Msculo Transverso do Abdmen: Anatomia e Biomecnica
O transverso do abdmen o mais profundo msculo abdominal e tambm o mais importante
actuando com o aumento da presso intra-abdominal fornecendo, assim, a dinmica contra
foras de rotao e translao na coluna lombar (SEELEY et al., 1997). Possui sua origem na
face interna das seis ltimas costelas, onde se interdigitaliza com as fibras costais do
diafragma, fscia lombar, crista ilaca, ligamento inguinal, inserindo-se na aponeurose ventral.
A sua insero posterior dentro da fscia traco-lombar e a anterior na bainha do recto
abdominal, sendo considerada junto com o oblquo interno os nicos msculos a terem
ligao com o tronco anterior e com a coluna, realizando atravs da horizontalizao de suas
fibras a tenso de fscia traco-lombar que resulta na rigidez da coluna lombar e tambm
aumento da presso intra-abdominal que comprime as vsceras na face anterior da coluna
sendo estas, contrrios lordose lombar (LEMOS & FEIJ, 2005).
O transverso do abdmen, actuando junto com os abdominais oblquos, possui uma funo
importante na estabilizao da coluna lombar, limitando a rotao e translao desta. Este
msculo realiza uma cinta abdominal verdadeira que sustenta as vrtebras lombares e
vsceras, auxiliando na realizao de defecao, tosse e parto (idem).
Na coluna, o transverso do abdmen entra em aco quando ocorrem movimentos rpidos do
tronco de pequenas amplitudes e quando h movimento dos membros. Segundo Lemos e
Feij (2005) uma caracterstica marcante deste msculo participar em extenso isomtrica
do tronco e estar relacionada com a mudana da presso abdominal. Esta caracterstica origina
um aumento da estabilidade vertebral e o seu enfraquecimento leva a uma protuso abdominal
e um aumento da lordose lombar.
Estudos realizados por Cresswell et al., (1999 apudLEMOS & FEIJ, 2005) mostram que o
transverso abdominal associado aos outros msculos abdominais o primeiro a ser activado
em relao ao sinergista principal do movimento. Devido sua antecipao ao movimento e
pelos distrbios da aco dos agonistas, o transverso do abdmen actua produzindo uma
rigidez lombar que previne a instabilidade que produziria dor lombar.
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Tratamento da hrnia discal lombar baseado na estabilizao segmentar lombar
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O transverso do abdmen activado durante todos os movimentos do tronco e isso aponta um
papel importante na estabilizao dinmica (Cresswell, 1992 apudPRENTICE & VEIGHT,
2003). A presena da dor lombar faz com que a activao do transverso do abdmen fique
comprometida, por isso, pacientes com dor lombar no possuem uma boa estabilidade da
coluna lombar, ocasionando um ciclo vicioso de dor.
Com a disfuno local, ocorre uma substituio compensatria de msculos globais, que pode
ser explicada pela tentativa do sistema neural em manter a estabilidade por meio da
solicitao dos msculos globais (OSULLIVAN, 2000).
A Vista Anterior B- Vista Lateral
Figura III Msculo Transverso do Abdmen3
3 Disponvel em: http://acidolatico.wordpress.com/2011/03/19/entenda-a-anatomia-do-musculo-abdominal/
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Captulo 2: Hrnia Discal Lombar
A hrnia discal lombar um problema que atinge grande parte da populao. Alm de causar
desconforto, ela tambm gera uma srie de inconvenincias na vida profissional e psicossocial
do indivduo, podendo acometer indivduos de diferentes faixas etrias e sociais (FRITZ et
al., 2010). Esta afeco da coluna lombar ataca uma importante parcela da populao
economicamente activa, na qual cerca de 70% a 80% sofreu ou ainda sofrer de lombalgia em
algum momento da vida (ORTIZ, 2000). O problema mais frequente na regio lombar, por
ser a rea mais exposta ao movimento e que suporta mais carga (SEELEY et al., 1997).
2.1 Conceito e Etiologia
Entre as vrias definies de hrnia discal aparecem como vlidas as seguintes:
A hrnia discal lombar um procedimento em que ocorre a ruptura do anel fibroso na
regio lombar, com subsequente deslocamento da massa central do disco nos espaos
intervertebrais, comuns ao aspecto dorsal ou dorso-lateral do disco (Barros et al., 1995
apudNEGRELLI, 2000).
Hrnia discal uma protuso do ncleo pulposo, ou seja, a sada de uma parte do disco
intervertebral do seu local natural, podendo comprimir uma ou vrias razes nervosas,
levando a uma alterao no funcionamento nervoso e dando lugar a sintomatologia
radicular sensitivo-motora (GABRIEL et al., 2001).
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Figura IV Hrnia discal4
A causa da hrnia discal no est ainda completamente elucidada, embora a maioria dos
autores defenda os factores mecnicos e biolgicos como as principais causas da doena
(AWARD & MOSKOVICH, 2006). Numa viso tradicional quanto aos factores etiolgicos
da hrnia discal lombar, esto descritos: idade, gnero, ocupao, tabagismo, exposio a
vibrao veicular. Existem outros factores que parecem contribuir como o peso e a altura. Em
estudos mais recentes, levantou-se a hiptese da influncia gentica como factor de risco para
a degenerao, bem como para a herniao dos discos intervertebrais (ZHANG et al., 2008).
Esta afeco pode ocorrer devido a um processo degenerativo lento, ou produzir-se de forma
brusca aps um esforo ou traumatismo. Geralmente os homens so os mais afetados devido
aos esforos repetitivos e trabalhos que exijam muito esforo fsico, sendo as regies
lombossacrais, principalmente L4-L5 e L5-S1, e cervicais os locais mais afetados (AILLIET,
2001; BORBA et al., 2003). Das leses de discos lombares, aproximadamente 90% ocorrem
no nvel de L4-L5 e L5-S1; sendo que o disco L4-L5 geralmente comprime a quinta raiz
nervosa lombar, e o disco L5-S1 afecta a primeira raiz nervosa do sacro (COX, 2002).
2.2 Fisiopatologia
A hrnia discal uma patologia em que parte do ncleo pulposo faz protuso numa rea
enfraquecida ou fissurada do anel fibroso. Segundo Arkie e Guerra (2007), a protuso do
disco exerce presso sobre o ligamento longitudinal, podendo ocasionar dor intensa na regio
4 Disponvel em: http://physioclem.blogspot.com/2011/05/osteopatia-tratamento-de-hernia-discal.html
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inferior das costas, provocando quadros de lombalgia, lombociatalgia, ou mais raramente, a
sndrome da cauda equina. Se a protuso for grande, ela faz presso sobre a raiz do nervo
podendo resultar em dormncia, formigamento ou fraqueza nos msculos supridos por esta
raiz do nervo. mais frequente em regio lombar, porm pode ocorrer em qualquer local da
coluna vertebral.
2.3 Tipos
Consoante os autores, pode-se encontrar diferentes terminologias para a nomenclatura dessa
patologia. Entretanto, dependendo do comportamento do disco intervertebral e as foras que
actuam sobre ele, a hrnia discal pode ser descrita quanto sua morfologia, localizao no
plano, modificao e em relao s razes nervosas.
2.3.1 Quanto morfologia
Segundo Kisner e Colby (2005), a hrnia discal pode ser do tipo: prolapso ou degenerao
discal, protuso, extruso e o sequestro discal.
Nos estgios iniciais da degenerao do disco, ocorre rupturas e fissuras no anel fibroso.
Essas rupturas envolvem principalmente as fibras posteriores. O ncleo pulposo pode
passar atravs das perfuraes do anel fibroso e o deformar externamente, na direco
anterior, superior, inferior ou posterior. Esta etapa conhecida por prolapso discal em que
o ncleo fica contido nas fibras mais externas do anel fibroso e nas estruturas ligamentares
de suporte.
o O prolapso anterior em geral assintomtico, pois nenhuma estrutura neural
envolvida. Em adolescentes, o prolapso na direco ntero-superior atravs do anel
epifisrio em desenvolvimento est associado doena de Sheuermann;
o O prolapso superior ou inferior produz abaulamento da placa terminal vertebral no
corpo vertebral, gerando o ndulo de Schmorl. Por ser a regio posterior do anel
mais fina e mais fraca em termos mecnicos, rompe com mais facilidade.
Na protuso discal, existe uma salincia posterior sem ruptura do anel fibroso, ou seja, o
ncleo pulposo rompe parcialmente as fibras internas do anel, mas permanece contido
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pelas fibras mis externas dos mesmos. A base de implantao sobre o disco de origem
mais larga que qualquer outro dimetro;
Na extruso discal, o anel fibroso rompido e o ncleo fica sob o ligamento longitudinalposterior, com uma parte deslocada para o espao epidural. A base de implantao sobre o
disco de origem menor que algum dos seus outros dimetros. A extruso discal diz-se
contida, quando o ncleo pulposo herniado rompe completamente as fibras do anel
fibroso, mas mantm o ligamento longitudinal posterior. Caso haja progresso do disco
alm do ligamento longitudinal posterior, fala-se de extruso discal no contida.
Finalmente, o sequestro discal indica a presena de fragmentos discais fora do disco,localizados longe da rea prolapsada. O fragmento migra dentro do canal, para cima, para
baixo ou para o interior do formen.
Figura V Tipos de hrnia discal5
Kisner e Colby (2005) salientam que toda essa evoluo da hrnia discal poder ocorrer de
forma sintomtica ou assintomtica. Indivduos sos, submetidos a estudo tumogrfico e
primeira ressonncia magntica, demonstraram ter hrnia de disco, mesmo volumosa, sem ter
tido jamais dor lombar ou ciatalgia.
5 Disponvel em: http://fisioterapiaegerontologia.blogspot.com/2011/07/patologias-da-coluna-vertebral-hernia.html
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2.3.2 Quanto localizao
A hrnia discal quanto localizao no plano transversal e vertebral pode ser do tipo
mediana, centrolateral, foraminal e extraforaminal. Devido a factores mecnicos, a maior
presso intradiscal localiza-se no quadrante centrolateral do disco (MINGUETTI et al., 1999).
A hrnia mediana, geralmente, manifesta-se por lombalgia aguda, eventualmente com
irradiao. A hrnia centrolateral, pode comprometer a raz transeunte ou a raz emergente,
enquanto a foraminal (mais rara) compromete apenas a raz emergente. Finalmente, a hrnia
extremolateral ou extraforaminal compromete a raz superior, pois o trajecto das razes
lombares oblquo. Por isso, de extrema importncia correlacionar os achados de imagem
com os dados clnicos, para a correcta localizao da hrnia.
2.3.3 Quanto modificao
As hrnias podem ser do tipo anterior, posterior, lateral e intra-esponjoso. As hrnias intra-
esponjosas ocorrem quando h afundamento dos plats vertebrais devido hiperpresso
gerada pelas fibras do anel fibroso, se estas ainda estiverem resistentes (KAPANDJI, 2000).
2.3.4 Quanto s razes nervosas
De acordo com Kapandji (2000), em relao s razes nervosas (antomo-patologicamente), a
hrnia discal pode ser distinguida em trs tipos diferentes: interna, externa e mediana.
Hrnia discal interna: h empurro da raz nervosa para o exterior, o paciente apresenta mais
dor lombar do que no membro inferior. O paciente adquire uma atitude antlgica directa,
porque a latero-flexo contra-lateral e citica dolorida. No teste de Lasgue ocorre
principalmente dor lombar.
Hrnia discal externa: quando a herniao desloca a raz nervosa para o interior. O paciente
apresenta leve lombalgia com dor mais intensa no membro inferior. O movimento de flexo-
lateral homolateral intensifica a dor, j a posio contralateral promove alvio.
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Hrnia discal mediana: neste caso, a hrnia de disco compromete vrias razes nervosas e,
geralmente, isso ir proporcionar ao paciente uma ciatalgia bilateral. O paciente apresenta
uma postura antlgica em flexo anterior. O teste de Lasgue positivo num ngulo menor de
30 e a dor ocorre na regio lombar e no membro inferior.
2.4 Quadro Clnico
O quadro clssico de hrnia discal lombar uma dor de incio aguda na regio da coluna
lombar e que se vai irradiar, em direo perna at chegar ao p. Alm da dor, o paciente
pode-se queixar parestesia e falta de fora na perna afetada. Este quadro conhecido como
lombociatalgia, pois a dor referida ao longo do trajeto do nervo citico (BORBA et al.,
2003; CAILLIET, 1998). Alm disso, pode ocorrer diminuio da sensibilidade, parestesia ou
fraqueza muscular nas ndegas ou na perna do mesmo lado da dor.
Os sintomas variam dependendo do grau e da direo da protuso assim como o grau do nvel
da leso. De acordo com Borba et al., (2003), pacientes com leso posterior ou psterolateral
pequena podem apresentar dor na linha mdia da coluna ou dor que se alastra atravs da
coluna pelas ndegas e coxa (presso na duramter ou suas extenses ao redor das razes).
Por outro lado, paciente com protuso anterior, esta exerce presso contra o ligamento
longitudinal lateral gerando dor na coluna. Pode no ter sinais neurolgicos, entretanto, os
sintomas podem mudar, se existir integridade da cabea anular, desde que o mecanismo
hidrosttico esteja intacto (HENNEMANN, 1994).
De acordo com Negrelli (2001, apudMAGNAES, 1999) a dor que acompanha e caracteriza a
hrnia de disco geralmente causada por herniao, degenerao do disco e por estenose do
canal espinal. Contudo, esses processos, por si s, no so responsveis pela dor e, portanto,devem ser tambm contabilizadas a compresso mecnica e as mudanas inflamatrias ao
redor do disco e da raiz do nervo.
Na hrnia discal, quando se realiza um esforo de flexo durante o dia, o material nuclear
impelido para trs, em sentido ntero-posterior, atravs das fibras do anel fibroso, e neste
momento pode ainda no aparecer dor (DIAS, 2001). No entanto, durante a noite, em razo de
uma maior imerso aquosa do ncleo e consequente elevao da presso intra-discal, as fibrasdo anel se rompem, dando ento incio, durante as primeiras horas do dia, sintomatologia de
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quadro doloroso agudo, intenso, com irradiao da dor para um ou outro membro inferior e
com manobras semiticas positivas de compresso radicular. A dor se exacerba com os
esforos (DIAS, 2001).
2.5 Diagnstico
Radu (2002) descreveu que o diagnstico das hrnias discais essencialmente clnico,
associado a uma anamnese bem orientada e complementada com bom exame fsico. Quanto
aos sinais clnicos, estes variam de acordo com o grau e a direco da protuso, assim como o
nvel espinhal da leso, sendo que a apresentao clnica bsica nas hrnias L4-L5-S1 a dor
irradiada para a poro posterior da perna, no trajecto do nervo citico, e nas hrnias L2-L3-
L4, a dor na face anterior da coxa. Algumas posies como: sentado ou em p e manobras
do tipo Valsalva, tendem a piorar o quadro doloroso. O decbito dorsal faz com que a dor
diminua (DIAS et al., 2001).
De acordo com Rocha (2011), em algumas situaes necessria a realizao do diagnstico
por imagem, sendo que este pode incluir:
Raios-X: que, de uma forma geral, o primeiro exame a ser solicitado, com objectivo de
avaliar estrutura ssea da coluna, seus espaos, corpos vertebrais isoladamente e em
conjunto, podendo ser observado sinais de fracturas, desgastes e leses tumorais. No caso
de hrnia discal, um sinal importante ao Raio X a reduo do espao discal, chamado de
pinamento entre as vrtebras, ocorrendo a aproximao dos corpos vertebrais de forma
anormal;
Mielografia: o RX, com injeco de contraste no canal vertebral peridural. Por se tratar
de exame mais agressivo, pela injeco de contraste com agulha e por mostrar uma
imagem indirecta do disco tem sido pouco usado;
Tomografia Computadorizada: um exame mais moderno que o Raio X e a Mielografia,
sendo indicada para avaliao da estrutura ssea e, tambm, da hrnia discal que um
tecido gelatinoso e fibroso;
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Ressonncia Nuclear Magntica: actualmente o melhor exame que se dispe para o
diagnstico da hrnia de disco e para investigao se h compresso e leso da medula.
um exame que mostra com grande clareza e detalhes os tecidos menos densos que o osso,
baseando-se na quantidade de gua que h na estrutura estudada. Podem ser avaliadas
vrias estruturas como ligamentos, msculos, cartilagem e medula. Por exemplo, a
presena de leso intramedular mielopatia, onde ocorre acmulo de lquido na medula
(inflamao e edema).
Para Awad e Moskovich (2006) ao estabelecer o diagnstico clnico da hrnia discal lombar,
imperativo descartar outras causas, como um abcesso, tumor, hematoma epidural, estenose e
patologia intradural. A compresso directa do nervo citico na regio da pelve superior e da
coxa tambm podem apresentar como dor citica.
Segundo Caillet (2001), o diagnstico fisioteraputico deve incluir:
Uma anamnese que permite ao fisioterapeuta chegar hiptese que realmente se trata de
uma dor nas costas comum (de origem desconhecida) ou se trata de dor nas costas
produzida por alteraes mais importantes. O paciente relata a histria da dor incluindo olocal, a irradiao, hora do dia que piora e que medicamento est usando no controlo da
dor.
O exame clnico, onde o fisioterapeuta examina o local da algia, a fora muscular, o
estado dos nervos, a flexibilidade da coluna, os movimentos que desencadeiam a dor, a
sensibilidade da pele das pernas, enfim uma srie de sinais que podero ajudar na
prescrio do tratamento. Aps estes procedimentos, necessrio o diagnstico final parao qual, em geral, o fisioterapeuta verifica alguns exames.
2.6 Tratamento
Uma vez diagnosticada a hrnia discal, o tratamento deve ser determinado. Consiste
inicialmente em repouso (aproximadamente 72 horas), administrao de analgsicos e anti-
inflamatrios esteroidais ou no-esteroidais, com eventual administrao de relaxantesmusculares, em caso de contractura paravertebral (DIAS et al., 2001). Mtodos
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fisioteraputicos como traco, aplicao de ultra-som e laser de baixa intensidade,
mostraram-se eficientes no tratamento agudo das hrnias discais lombares (UNLU et al.,
2008).
Alguns autores consideram que o tratamento conservador deve ser a primeira opo antes de
se pensar em tratamento cirrgico. Sobre a fase aguda, recomendam o repouso absoluto, e
contra-indicam a manipulao nos casos de hrnia discal com ciatalgia, porm outros mtodos
fisioterpicos para alvio sintomtico podem ser empregados, desde que no interfiram com a
histria natural da doena (WETLER et al., 2004).
De acordo com Rech (2009), o prognstico para hrnia de disco ser bom, desde que sejafeito um diagnstico rpido e preciso associado a um tratamento adequado. Tambm o
prognstico ir depender de cada paciente, da evoluo da hrnia discal e de como ir reagir a
terapia.
A fisioterapia, como tratamento conservador, actua na hrnia discal com tcnicas de terapia
manual, decoaptao geral e traces axiais, utilizao do perneo para reposicionamento
sobral, aberturas manuais para libertao do espao lesado, melhora da qualidade do
movimento de inclinao anterior do tronco, aumento da sustentao muscular e
alongamentos musculares (DIAS et al., 2001).
O fortalecimento muscular importante, mas deve ser realizado com cautela, sem levar
retroverso ilaca (DIAS et al, 2001). O modelo de estabilizao lombar proposto por McGill
(apud FRANA et al., 2008), sugere que o mais seguro seria trabalhar para ganho de
resistncia ao invs de fora, mantendo a coluna em posio neutra e encorajando o paciente a
co-contraco dos msculos estabilizadores. So eles: o multfido lombar, o transverso do
abdmen, fibras posteriores do oblquo interno e quadrado lombar.
Essa musculatura, tambm conhecida como estabilizadores segmentares, fornece proteco e
suporte s articulaes, impedindo movimentos excessivos na coluna lombar (COMERFORD
& MOTTRAM 2001).
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Um estudo desenvolvido por McGill (2002), sustenta que a resistncia da musculatura tem
mais importncia do que a fora para a estabilidade, sendo que apenas 10% da contraco
muscular mxima so suficientes para manter a estabilizao. Entre as tcnicas utilizadas para
correco destas alteraes, encontra-se o conceito da estabilizao segmentar lombar.
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Captulo 3: Estabilizao Segmentar
A literatura actual tem debatido muito o tratamento ideal para a hrnia discal (FRITZ et al.,
2010). Dentre as vrias tcnicas fisioteraputicas que podem ser utilizadas para melhorar a
fora e o trofismo dos msculos do tronco, a estabilizao segmentar vertebral constitui uma
alternativa ao tratamento e preveno da instabilidade lombar (SIQUEIRA, 2010).
O tratamento clnico por estabilizao segmentar vertebral foi idealizado pelos fisioterapeutas
(Jull G., Hides J., Hodges P., Richardson C.) da Universidade de Queesnsland na Austrlia,
na dcada de noventa e hoje vem sendo estudado em diversos pases no mundo (SIQUEIRA,
2010). Pesquisas realizadas naquele pas mostraram que pacientes com dor lombar, embora
tenham sido tratados por vrias terapias, possuem algo em comum: os multfidos e transverso
do abdmen esto fracos. Estes pacientes tambm tm excesso de actividade dos msculos
globais, como erector da espinha e abdominais superficiais (COMERFORD & MOTTRAM,2001).
3.1 Concei to
Estabilizao Segmentar um conceito que faz parte da terapia manual, o qual consiste em
utilizar as estruturas musculares para proteger as estruturas articulares e neurais, baseados no
conceito do controlo motor (SANTOS et al., 2010).
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Trata-se de um mtodo de fortalecimento baseado na consciencializao da contraco
muscular, no treinamento resistido dos estabilizadores lombares e na estimulao
proprioceptiva (SIQUEIRA, 2010).
Esta tcnica de tratamento das patologias lombares, que buscou justificativas cientficas antes
da introduo na prtica clnica, tem por finalidade diminuir o quadro doloroso, mas tambm
minimizar ao mximo o nmero de recidivas (FRANA, 2008). A ideia central est no
controle motor dos msculos profundos do tronco e abdmen, multfido lombar e transverso
de abdmen, com objectivo de facilitar as musculaturas locais estabilizadoras (Sahrmann,
2000 apudMONTENEGRO, 2008) de forma selectiva, enfatizando o controlo intersegmentar
da coluna lombar, cervical, ombro, quadril e joelhos.
Aps a leso segmentar, os msculos profundos, normalmente tnicos, por meio do reflexo de
inibio, so primariamente afectados e, mesmo na remisso da dor, as suas caractersticas
morfofuncionais no retornam aos valores funcionais anteriores, predispondo o segmento a
novos episdios lesivos em virtude do pouco controlo (FRANA, 2008). Portanto, terapias
que buscam alvio da dor e/ou cinesioterapia inespecfica apenas mascaram o quadro. A
estabilizao segmentar lombar foca a hierarquia muscular, dividindo o sistema em msculos
profundos (estabilidade segmentar), superficiais tnicos (antigravitrios) e superficiais
produtores de movimento (SANTOS et al., 2010).
O treinamento da estabilizao segmentar caracterizado por isometria de baixa intensidade e
sincronia dos msculos profundos do tronco (BARR, 2005). Os programas que visam a
resistncia dos msculos profundos abdominais so projectados para melhorar o controlo
motor e a fora da regio do tronco, contribuindo para a reduo da dor lombar (MCGILL,
2002).
A aplicao desta tcnica visa tambm diminuir a compresso no complexo disco, vrtebras e
facetas, dando espao para nervos e gnglios e fortalecer os msculos profundos e posturais
da coluna vertebral atravs de exerccios teraputicos especficos, enfatizando o controlo
intersegmentar da coluna lombar, cervical, quadril e ombro.
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3.2 Programa
O programa de estabilizao segmentar divide-se em quatro estgios, respeitando os
princpios do aprendizado motor proposto por Fitts e Posner (1967 apud MONTENEGRO,
2008):
Estgio 1: isolar e treinar as musculaturas da unidade interna sem carga;
Estgio 2: treinar a musculatura da unidade interna diminuindo a base de sustentao;
Estgio 3: controlo da musculatura da unidade interna associando movimentos
funcionais;
Estgio 4: integrao dos msculos da unidade interna e unidade externa (msculos
globais) nos movimentos funcionais adicionando velocidade.
Para esse programa conta-se com alguns equipamentos como o Stabilizere Eletromigrafo de
superfcie. O Stabilizer um aparelho simples destinado a registar as alteraes de presso
numa bolsa de presso pneumtica e que permite detectar o movimento da coluna e suas
compensaes durante o exerccio. Os exerccios incluem reaprendizagem de co-contrao
dos msculos transverso do abdmen e dos multfidos.
Figura VI Equipamento de Stabilizer6
6 Disponvel em: www.herniadedisco.com.br/wp-content/uploads/2008/.../rmaartigo.p...
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3.3 Pr incpios
Hides et al. (1994 apudJNIOR, 2006) em anlise aos msculos multfidos na presena de
lombalgia aguda e subaguda constataram diminuio na rea da seco transversa dos
multfidos, caracterizando uma atrofia desse msculo no nvel onde se relatou dor lombar.
Sendo o multfido e transverso do abdmen msculos profundos responsveis pela
estabilidade da coluna lombar, esta tcnica consiste na utilizao desses msculos no
processo de estabilizao lombar (BISSCHOP, 2003).
Na estabilizao segmentar a contraco do multfido e transverso do abdmen aprendida,
ou seja, exige um certo nvel de conscincia, uma vez que esses msculos agem de forma
involuntria (LIEBENSON, 2000). Um estudo eletromiogrfico realizado por Bojadsen et
al., (1999 apud JNIOR, 2006) sugere que durante a marcha e na fase de apoio haja a
contraco simultnea dos msculos de ambos os lados o que resultaria na aco
estabilizadora do msculo.
Nesse processo de aprendizagem necessrio que haja a resposta do paciente ao estmulo,
que pode ser intrnseca (feedbacknatural) ou extrnseca, sendo este ultimo tambm chamado
de feedback aumentado, que chamado por Marinzeck (2002) de biofeedback, onde h a
utilizao de dispositivos externos. O feedback natural a percepo, ver e sentir a
velocidade do movimento e a sua localizao no espao. A percepo do movimento pode ser
adquirida atravs de actividades, ditas mais fceis de realizar e, posteriormente, haver a
transferncia de aprendizado, quando for realizada um movimento mais complexo (Carrire,
1999 apudJNIOR, 2006).
A estabilizao segmentar, segundo Richardson et al. (1990 apud COX, 2002), parte dos
seguintes princpios:
inadequado carregar a coluna quando um nvel bsico de estabilidade protectora activo
no pode ser conseguido (Richardson et al., 1990 apudCOX, 2002);
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O papel dos msculos estabilizadores segmentares de promover proteco e suporte s
articulaes atravs do controle dos movimentos fisiolgico, e translacionais (Comerford
& Mottrem, 2001 apudJNIOR, 2006). Para que tal acontea, necessria uma activao
tnica, de baixa intensidade e especfica, estabelecendo, assim, o controle motor normal
desses msculos (MARINZECK, 2002).
No caso de controlo da musculatura do tronco, segundo Kisner e Colby (2003), durante a
realizao dos exerccios, o terapeuta deve dirigir a ateno do paciente para a posio em que
a coluna se encontra e a sensao da contraco dos msculos, objectivando, desse modo, a
percepo da estabilizao da coluna vertebral.
3.4 Protocolo
Geralmente, o protocolo da estabilizao segmentar segue as fases de consciencializao
esttica, associao dinmica e controlo automtico (FRANA et al., 2009):
A primeira fase, a consciencializao esttica, tem como objectivo ensinar ao paciente
como contrair a musculatura estabilizadora profunda. Este processo faz-se com o pacienteem decbito dorsal, orientando que encolha a barriga e contraia a musculatura do
assoalho plvica por dez segundos. A seguir, realiza-se algumas repeties para a
progresso do exerccio;
Na segunda fase ou fase dinmica pode-se repetir o mesmo procedimento da primeira
fase, adicionando o movimento dos membros;
Na ltima fase, o controlo automtico inserido movimentos mais complexos, podendo
ser usado a bola sua com a finalidade de trazer uma contraco neuromuscular, mas
sempre enfatizando a contraco da musculatura estabilizadora.
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3.5 Apl icao da Tcnica
De acordo com Bisschop (2003) um programa de reabilitao para tratamento da instabilidade
lombar deve incluir alongamentos, fortalecimentos musculares, treinamento da estabilidade
dinmica e treinamento do controlo segmentar.
Cox (2002) defende que um programa de estabilizao segmentar para os msculos
estabilizadores da coluna vertebral devem promover o melhoramento do controlo e
coordenao produzindo assim qualidade no movimento.
Os msculos utilizados para estabilizao segmentar vertebral so basicamente os multifidos
e o transverso abdominal. A utilizao somente do transverso abdominal, dentre os msculos
abdominais, devido imposio de tenso sobre os discos intervertebrais, caso estes sejam
accionados juntamente com os oblquos abdominais (BISSCHOP, 2003).
Basicamente, o controlo segmentar consiste em co-contraco abdominal e extensores da
coluna, controlo lombo-plvico e estimulao sensrio-motora. Devendo ser informado que o
objectivo dos exerccios a programao motora (COX, 2002).
No primeiro momento, realiza-se um treinamento da estabilizao localizada que consiste em
contraces isomtricas do msculo abdominais com co-contraes dos msculos multfidos
(BISSCHOP, 2003).
Parte-se ento para a coativao dos msculos abdominais, tendo como prevalncia a co-
contrao do transverso abdominal e os extensores profundos da coluna, sendo esta a metainicial para aquisio de uma estabilidade bsica da coluna lombar e promovendo
propriocepo cintica da regio lombo-plvica (COX, 2002).
A coativao dos msculos abdominais inferiores, principalmente do transverso abdominal e
do multfido, pode ser realizada quando o terapeuta explica para o paciente que uma co-
contrao eficaz destes realizada quando ele leva o umbigo em direco s costas, fazendo
uma expirao, formando uma concavidade abdominal, e levando a uma leve proeminnciamuscular que pode ser palpada prximo a crista ilaca ntero-superior (Richardson & Jull,
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1993 apud COX, 2002). O controlo lombo-plvico j vem sendo treinado na co-contraco
dos msculos abdominais e multfidos (COX, 2002).
Os exerccios plvicos de estabilizao e de feedback proprioceptivo educam o pacientequanto posio neutra da coluna, onde ele se apresenta assintomtico e com a coluna
vertebral mais estvel. Tais exerccios so iniciados com o paciente em decbito dorsal com
quadris e joelhos flectidos e com os ps apoiados. A partir da incluiem-se posturas tal como a
de quadrpede, entre outras que promoveram estabilizao da articulao lombossacral
(Andrews et al., 2000 apudJNIOR, 2006).
A estimulao sensrio-motora pode ser realizada pelo prprio paciente como na percepoda contraco do msculo bem como a posio em que se encontra a coluna, sendo este o
feedback intrnseco, ou por estmulos externos, como verbal, visual e o biofeedback
(electromiografia e ultra-som de diagnostico), que o leva a mesmas percepes supracitadas.
Essas diversas formas de feedback influenciam no aprendizado e reteno da habilidade
motora (MARINZECK, 2002).
Os estudos realizados por Marinzeck mostram que a utilizao do feedback extrnseco no
intuito de fazer com que o paciente utilize, com a aquisio e treino do controlo motor por
meio deste, o seu feedback intrnseco, sensorial. O trabalho desenvolvido sugere algumas
prticas do uso de feedback durante os exerccios de estabilizao segmentar. Seguem
algumas sugestes importantes durante a realizao dessa prtica:
Um bom entendimento da tarefa essencial para o aprendizado cognitivo. Por isso, deve-
se usar diagramas simples ou exemplos dos msculos e da aco que dever ser
executada;
A disponibilidade temporal do feedback importante. Por isso, deve-se usar forma
extrnseca dofeedbackno incio e reduzir com a progresso dos exerccios;
Estimular constantemente o paciente a dirigir a sua ateno informao provida pelo seu
prprio corpo;
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A palpao pelo paciente dos seus prprios msculos pode ser usada no incio mas deve
ser evitada com a progresso dos exerccios;
O paciente pode participar na escolha do tipo de feedback e o seu esquema dedisponibilidade. Alguns pacientes preferem informaes visuais, outros auditivos;
Estimular a repetio mental, para que o paciente o possa aplicar nas suas actividades
normais do dia-a-dia;
Motivar o paciente com palavras de encorajamento e sobretudo estimul-lo a encontrar a
sua prpria motivao durante a prtica de exerccios.
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Captulo 4: Metodologia
Esta reviso bibliogrfica sobre o tratamento da hrnia discal lombar baseado na estabilizao
segmentar lombar um estudo descritivo com anlise qualitativa, dividido em duas etapas: a
primeira etapa consistiu na procura de livros que relatam hrnia discal lombar e coluna
vertebral por meio de autores ou de referncias considerados clssicos da literatura.
A segunda etapa consistiu na pesquisa sobre a tcnica de estabilizao segmentar, o papel dos
principais msculos responsveis pela estabilizao lombar e os mecanismos compensatrios.
Ainda, dentro desta etapa, pesquisou-se em bases de dados Literatura Internacional em
Cincias da Sade (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da
Sade (LILACS), Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) e Biblioteca Cientfica
Electrnica em Linha (SCIELO), revistas cientficas mediante os descritores de estabilizao
segmentar lombar, multfido lombar, transverso do abdmen, hrnia discal lombar e oscomponentes em ingls lumbar stabilization, lumbar multifidus, transversus abdominis e
lumbar disc herniation. Foram estabelecidos dois critrios para seleccionar os resultados: a
abrangncia temporal dos estudos definida entre os anos 2000 e 2011 e o idioma, textos em
portugus e ingls.
Todas as buscas em bases de dados e literaturas foram realizadas no perodo de Junho de 2011
a Setembro de 2011. A seleco dos documentos foi feita em conformidade com o assunto
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proposto, sendo descartados os estudos que, apesar de constarem do resultado de buscas, os
resultados das informaes no foram suficientes para diminuir a deficincia de informao.
Durante as pesquisas em bases de dados, optou-se pelo acesso ao resumo dos artigoscientficos, uma vez que a maioria deles atendia ao objectivo deste trabalho. Aps a leitura e
traduo de alguns resumos, deu-se incio fase de anlise dos mesmos, buscando os
seguintes aspectos: ano de publicao, objectivo, activao do transverso do abdmen e
multfidos, dor, capacidade funcional, estabilizao segmentar e implicaes clnicas.
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Captulo 5: Resultados e Discusso
5.1 Resultados
Dentre as publicaes, foram seleccionados artigos que inclussem revises bibliogrficas,
estudo de casos ou pesquisas transversais. NoMEDLINE foram encontrados 122 artigos, dos
quais 48 atendiam ao critrio seleccionado. Desses, foram excludos os textos duplicados, o
que totalizaram, ao final, 24 artigos. A partir da leitura de ttulos e resumos foram escolhidos
8. Na base de dados SCIELO, utilizando os mesmos critrios de seleco, foram encontrados
2 textos. Pelas buscas em BIREME e LILACS foram encontrados 4 artigos, sendo dois para
cada uma. Na revistaBioMED foram seleccionados 2 artigos. No total da pesquisa utilizaram-
se 16 artigos cientficos.
Quadro I
Autor(es)/Ano Pereira et al., 2010
Tema Efectividade de exerccios de estabilizao segmentar sobre
a dor lombar crnica mecnico-postural.
Objectivo Avaliar a efectividade de exerccios de estabilizao segmentar
sobre a dor e a capacidade funcional em indivduos com
lombalgia crnica.
Materiais e Participaram da pesquisa doze mulheres jovens com idade mdia
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mtodos de 20,66 3,74 anos.
Foram realizadas 12 sesses de um programa de estabilizao
segmentar com frequncia de duas vezes semanais, sendo
avaliadas quanto dor (questionrio McGILL-Br) e capacidade
funcional (questionrio Rolland-Morris Brasil) antes e depois do
perodo de interveno.
Resultados e
discusso
Resultados: Houve melhora significativa dos valores mdios do
ndice de dor (p < 0,0001), melhora do ndice de dor sensitiva (p
= 0,0024), afetiva (p = 0,048), avaliativa (p = 0,042) e miscelnea
(p = 0,017) e melhora da capacidade funcional dos indivduos (p
< 0,0001), aps o perodo de interveno.
Discusso: Vrios estudos relataram a eficcia de exerccios dos
msculos profundos do tronco, apresentando efeitos benficos em
indivduos com lombalgia, corroborando com o estudo proposto.
Concluso Pode-se concluir que o programa de estabilizao segmentar foi
efectivo na reduo da dor e na melhora da funo nestes
pacientes, demonstrando assim ser um mtodo eficaz de
tratamento de lombalgias.
Quadro II
Autor(es)/Ano Frana et al., 2008.
Tema Estabilizao segmentar da coluna lombar nas lombalgias: uma
reviso bibliogrfica e um programa de exerccios.
Objectivo Reviso da literatura sobre o tratamento das lombalgias mediante
estabilizao da coluna e prope exerccios para seu tratamento
baseados na estabilizao segmentar lombar.
Materiais e
mtodos
Na base PubMed, por meio dos descritores estabilizao lombar,
multfido lombar, transverso do abdmen e os equivalentes em
ingls, foram seleccionados 47 artigos e livros publicados entre
1984 e 2006.
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Concluso A reviso permitiu constatar a eficcia da estabilizao segmentar
nas lombalgias e, principalmente, na preveno de sua recidiva,
por actuar directamente no controlo motor, devolvendo a funo
protectora dos msculos profundos. Os exerccios propostos, por
serem subtis, especficos e em posio neutra, so adequados
para o incio da terapia, por submeterem as estruturas articulares
lesadas sobrecarga leve.
Quadro III
Autor(es)/Ano Teixeira-Salmela et al., 2004
Tema Mecanismos de estabilizao da coluna lombar: uma reviso da
literatura.
Objectivo Descrever e discutir a interaco da presso intra-abdominal e da
co-contrao dos msculos do tronco, a presena da instabilidade
segmentar e a interveno fitoteraputica utilizada actualmente
na terapia.
Materiais e
mtodos
Reviso Ribliogrfica
Resultados e
discusso
Na revista em que ela foi publicada somente esto disponveis
artigos completos a partir de 2005.
Concluso Constatou-se a importncia da interaco entre as estruturas
anatmicas estticas e dinmicas na execuo das actividades
funcionais. As estruturas inertes so interligadas formando uma
unidade funcional ligamentar que parece estar intimamente ligada
aco da musculatura do tronco por meio das inseres eenvoltrios musculares, aumentando a rigidez tecidual e
consequentemente, aumentando a estabilidade.
Quadro IV
Autor(es)/Ano Siqueira, G. e Silva, G., 2011
Tema Alteraes posturais da coluna e instabilidade lombar no
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indivduo obeso: uma reviso de literatura.
Objectivo Realizar um levantamento bibliogrfico sobre alteraes
posturais da coluna, diagnstico e tratamento da instabilidade
segmentar vertebral no indivduo obeso.
Materiais e
mtodos
Utilizaram-se como fonte de pesquisa as bases de dados
MEDLINE, pubMed, LILACS, COCHORANE e SciELO e os
seguintes descritores: obesidade, gordura abdominal,
estabilizao, coluna vertebral e postura. Foram includos artigos
publicados entre os anos 2000 e 2010 e indexadas nas lnguas
portuguesa, inglesa e espanhola.
Resultados e
concluso
A partir da anlise de produo, foi possvel constatar que os
obesos tm uma predisposio para o aparecimento de alteraes
posturais, principalmente a hiperlordose lombar, e para o
desenvolvimento da instabilidade na coluna, decorrente da
deposio do tecido adiposo no abdmen. Alm disso, tambm
foi possvel perceber que a unidade pressnica de biofeedback
um dispositivo barato, prtico e til, que pode ser utilizado tanto
na avaliao quanto no tratamento da instabilidade do indivduo
obeso e que a tcnica de estabilizao segmentar vertebral
favorece o treinamento especfico dos msculos multfidos e
transverso do abdmen, permitindo a restaurao da estabilidade
lombar, melhora a postura e alvio da sintomatologia dolorosa
que acomete a coluna desses indivduos.
Quadro V
Autor(es)/Ano Gouveia et al., 2008.
Tema O msculo transverso abdominal e sua funo de estabilizao da
coluna lombar
Objectivo Conduzir uma reviso de literatura observando evidncias sobre a
relao do msculo transverso do abdmen e a estabilizao da
coluna lombar.
Materiais Uma busca em bancos de dados bibliogrficos foi realizada
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utilizando as palavras-chave: msculo transverso do abdmen,
estabilizao da coluna lombar, msculos abdominais. Por meio
da pesquisa em livros e em base de dados, como Scielo, Medline,
Lilacs e Pubmed, foram seleccionados resumos de estudos que
preenchiam os critrios iniciais da seleco, sendo solicitadas
cpias dos artigos originais.
Resultados O transverso do abdmen tem um importante papel, na
estabilizao da coluna lombar. Ele possui uma relao com a
lombalgia. E, para executar suas funes de forma mais efectiva,
o seu treinamento deve ser especfico.
Concluso O estudo esclareceu e reforou a funo de estabilizador do
msculo transverso. Contudo, ainda falta realizar estudos mais
detalhados e com uma maior representao da amostra, para
haver uma maior compreenso deste assunto.
Quadro VI
Autor(es)/Ano Descarreaux et al., 2008
Tema Alteraes na resposta de flexo-relaxamento induzido pelo
extensor de quadril e fadiga muscular dos erectores da espinha.
Objectivo Quantificar o efeito do quadril e fadiga muscular extensor de
volta em parmetros facilitao neuromuscular proprioceptica
(FRP) e cinemtica lombo-plvica.
Materiais e
mtodos
Vinte e sete adultos saudveis realizaram pequena flexo-extenso
de quatro condies diferentes: sem fadiga/semcarga,
sem fadiga/com carga, fadiga/sem carga e fadiga /com carga. O
ngulo de flexo total correspondente ao incio e fim da pausa do
impulso mioelctrico, ngulo de flexo do quadril, ngulo de
flexo lombar e ngulo de flexo mxima do tronco foram
comparados em diferentes condies experimentais por 2 2
(Load Fadiga) ANOVA (um mtodo estatstico) de medidas
repetidas.
Resultados O ngulo que corresponde ao incio do estmulo mioelctrica dos
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eretores das espinhas foi reduzido. A contribuio ao
movimento aps a tarefa, fadiga e carga da
coluna lombar diminuiu em comparao com o quadril durante a
flexo e extenso. Um incremento relativo de movimento da
coluna lombar em relao ao movimento plvico tambm foi
observado em condies de fadiga.
Concluso Resultados anteriores sugeriram que os msculos eretores da
espinha, em um estado de fadiga, so incapazes de
fornecer estabilizao segmentar suficiente. Os achados indicam
que as mudanas nos mecanismos estabilizadores lombares, na
presena de fadiga muscular, parecem ser causadas pela
modulao da cinemtica lombo-plvica.
Quadro VII
Autor(es)/Ano Hides et al., 2008.
Tema Efeito do treinamento de estabilizao segmentar da rea
transversal do msculo multfido entre os jovens cricketers
(profissionais) com dor lombar.
Objectivo Investigar, usando imagens de ultra-som, a rea da seco
transversal (CSA) do msculo multfido lombar em 4 nveis
vertebrais (L2, L3, L4, L5) em cricketers elite sem e com baixa
dor nas costas e para documentar o efeito de um programa de
treinamento de estabilizao encenado no msculo multfido.
Materiais e
mtodos
Foram avaliados em repouso nos lados esquerdo e direito para
4 nveis vertebrais no incio e no final de um campo de
treinamento de treze semanas.
Os participantes que relataram dor lombar (LBP) antes e depois
foram colocados em um grupo de reabilitao.
Resultados e
discusso
O programa de estabilizao que envolvia contraco voluntria
do multfido, transverso abdominal e os msculos do assoalho
plvico, com feedback em tempo real a partir de imagens de
ultra-som de reabilitao, progrediu de exerccios sem peso a
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exerccios em que tinham que suportar peso.
Escores de dor (usando uma escala visual analgica): foram
colectados somente daqueles com dor lombar.
A rea seccional transversa dos msculos multfido do nvel
vertebral L5 aumentou para os 7 jogadores de cricket que
receberam o treinamento de estabilizao em comparao com os
14 jogadores de cricket sem dor lombar que no receberam o
treinamento. Alm disso a assimetria entre aqueles com dor
lombar diminuiu significativamente (P = 0,029) e tornou-se
comparvel ao cricketers sem dor lombar. Estes efeitos no
foram evidentes para os nveis vertebrais L2, L3, L4. Houve
tambm uma diminuio de 50% no nvel de dor relatado pelos
jogadores de cricketcom atrofia muscular devido dor lombar.
Concluso Exerccios especficos de reciclagem resultou melhora da rea
seccional transversa do multfido e isso foi concomitante com
uma diminuio da dor.
Quadro VIII
Autor(es)/Ano Frana et al., 2010.
Tema Estabilizao segmentar e fortalecimento muscular
na dor lombar crnica: um estudo comparativo.
Objetivo Contrastar a eficcia de dois programas de exerccios: a
estabilizao segmentar e o fortalecimento dos
msculos abdominais e do tronco, quanto dor, incapacidade
funcional e activao do msculo transverso abdominal, em
indivduos com dor lombar crnica.
Materiais e
mtodos
A amostra foi composta por trinta indivduos, divididos
aleatoriamente em dois grupos de tratamento:
a estabilizao segmentar, onde os exerccios foram focados no
transverso do abdmen e multfido lombar e o fortalecimento
superficial, onde os exerccios focados foram no msculo recto
abdominal, oblquo interno do abdmen, oblquo externo do
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abdmen e
erectores da espinha. Os grupos foram examinados para avaliar a
dor (visual analgico escala e McGill questionrio de dor),
incapacidade funcional (Oswestry questionrio incapacidade) e
avaliar a capacidade de activao muscular (Unidade de presso
Biofeedback= UNP).
O programa demorou seis semanas, com sesses de 30 minutos
e ocorreram duas vezes por semana. Anlise de varincia foi
usada para comparaes inter e intra-grupo. O nvel de
significncia foi estabelecido em 5%.
Resultados
Em comparao linha de base, ambos os tratamentos foram
eficazes em aliviar a dor e melhorar a deficincia. Pacientes do
grupo de estabilizao segmentar tiveram ganhos significativos
em todas as variveis, quando comparados com o
outro grupo, incluindo activao TrA (transverso do abdmen)
onde os ganhos relativos foram 48,3% e -5,1%, respectivamente.
Concluso
Ambas as tcnicas diminuram a dor e a incapacidade reduzida. A
estabilizao segmentar superior tcnica de
fortalecimento superficial em todas as variveis. O
fortalecimento superficial no melhora a capacidade de activao
do TrA.
Quadro IX
Autor(es)/Ano Kriese et al., 2010
Tema Estabilizao segmentar na dor lombar: uma reviso sistemtica.
Objetivo Avaliar a eficcia da SSE (Estabilizao segmentar) para dor
aguda, subaguda, crnica e recorrente dor lombar (LBP).
Materiais e
mtodos
Na base de dados PubMed foram procurados opinies de SSE de
Novembro de 2008 a Maro de 2009.
Para lombalgia crnica, foram feitas quatro comparaes:
Eficcia da SSE contra interveno mnima, a eficcia
da SSE como um suplemento, a eficcia da SSE versus o
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tratamento de fisioterapia e outras a eficcia do SSE em relao a
cirurgia. Foram includos neste trabalho dezassete estudos
cientficos.
Resultados e
discusso
Para lombalgia aguda, a SSE to eficaz como o tratamento
mdico de clnica geral na reduo da dor a curto prazo.
Para efeitos de longo prazo, aps um episdio agudo da LBP, a
SSE mais eficaz na reduo da recorrncia.
Para lombalgia crnica, a SSE mais eficaz do que
uma interveno mnima pode ser to eficaz como
outros tratamentos de fisioterapia na reduo da dor e
incapacidade.
Concluso
No h resultados relativos dor lombar subaguda . Para LBP, a
SSE mais eficaz do que uma interveno mnima, mas no
mais eficaz do que outras intervenes de fisioterapia.
Quadro X
Autor(es)/Ano Stevens et al., 2008.
Tema O efeito da resistncia crescente na actividade muscular durante a
extenso do tronco e exerccios de flexo em dispositivos de
treinamento.
Objectivo
Verificar os efeitos da resistncia sobre a actividade muscular do
tronco durante a extenso dinmica e movimentos de flexo em
dispositivos de treinamento.
Materiais e
mtodos
Trinta indivduos saudveis participaram em exerccios-
dinmicos isomtrica mxima e submxima de extenso (em
30%, 50% e 70% do torque mximo mdio (TMM))
e exerccios de flexo no dispositivo Tergumed de
treinamento lombar.