Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço
Carlos Antonio Costa
Março 2012
Agenda
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativosem serviço
Vidas regulatórias dos ativos versus vidas úteis reais
Relação com o tratamento dos custos operacionais Consistência necessária entre vidas úteis regulatórias dos ativos e
arcabouço regulatório do setor Desafios para as concessionárias no 3CRTP com as novas regras da
ANEEL Análises necessárias para aprofundar o debate regulatório
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço
A questão refere à BRR, que é o valor destinado aos ativos em serviço no
momento da revisão tarifária (RT). A remuneração do capital é calculada
sobre esta base, assim como a regra de depreciação.
Existem duas grandes abordagens para a determinação da BRR:
Métodos baseados no valor econômico dos ativos
Métodos baseados nos custos dos ativos. São métodos que procuram
determinar os ativos físicos e seus preços
Métodos baseados nos custos dos ativos
Métodos baseados na contabilidade ou custo histórico
Métodos baseados no custo de reposição Constituem a opção mais conveniente para os consumidores, já que
os mesmos pagarão somente por aqueles ativos que um novoentrante no mercado estaria disposto a investir para prestar o serviço
Por outro lado, são métodos que acarretam alto risco regulatório paraos investidores
Métodos baseados no Custo de Reposição
Método CROD: Custo de Reposição Otimizado e Depreciado Vantajoso quando a distribuidora ou transmissora tem capacidade
ociosa e ativos desadaptados Resultará numa base de ativos maior (parcialmente compensada
pelas depreciações e pelo uso efetivo da capacidade) Portanto, resultará em maiores tarifas que as estimadas pelo método
VNR É o método utilizado pela Aneel na Distribuição
Método VNR: Valor Novo de Reposição Vantajoso caso a distribuidora ou transmissora tenha ativos muito
antigos Resultará em valores mais altos que os apurados pelo método CROD Neste método os resultados independem da idade dos ativos
Métodos híbridos
Os métodos híbridos combinam os dois métodos anteriores: custo e valoreconômico
O método híbrido mais conhecido é o Optimised Deprival Value (ODV) queé o menor entre os métodos CROD e o Valor Econômico (VE)
Visa avaliar os ativos no nível em que eles possam ser sustentáveiscomercialmente em longo prazo
O valor obtido deve ser igual à perda do proprietário caso fosseprivado dos ativos e procurasse alguma opção para minimizá-la
A vantagem desse método é que se assemelha ao comportamento deuma empresa em concorrência
Se o VE for superior ao CR, a empresa investirá na reposição do ativo,porque a receita marginal é maior que o custo marginal
A aplicação deste método só é possível nos casos de “regulação branda”,onde o operador pode fixar os preços aos consumidores, por exemplo, naNova Zelândia até recentemente
Métodos baseados no Custo de Reposição
Premissas CROD VNR-ER
Fonte dos ativos Ativos da empresa real com deduções pelo uso efetivo da
capacidade dos ativos
Ativos da empresa de referência
Preços dos ativos Custo de reposição Custo de reposição
Base de ativos Ativos depreciados segundo as regras regulatórias
Valor total dos ativos
Despesas de capital Retorno sobre a base de ativos mais a depreciação
Anualidade constante sobre o Valor dos Ativos
Taxa de retorno Custo de capital do mercado Custo de capital do mercado
Fonte: Jadresic, A. (2002)
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço: o caso do Chile
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço no Chile
O arcabouço regulatório no Chile é do tipo Yardstick Competition e aremuneração da atividade de distribuição é revisada a cada 4 anos.
A lei chilena indica que o Valor Adicionado de Distribuição (VAD), conceitoanálogo à Parcela B no Brasil, é composto da seguinte forma:
Custos fixos por conceito de despesas de administração, faturamentoe atendimento aos consumidores
Perdas médias de distribuição de potência e energia
Custos eficientes de investimento, manutenção e operação
Os custos anuais de investimento são calculados considerando o VNR deinstalação adaptadas à demanda, sua vida útil (30 anos) e taxa de custode capital estabelecida na Lei (10%)
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço no Chile
Para o cálculo do VNR o regulador reconhece aqueles ativos quecorrespondem a uma rede adaptada técnica e economicamente àdemanda, de forma a fornecer o serviço ao mínimo custo
Dada a diversidade em ambos o tamanho e densidade de demanda nasempresas chilenas, a Lei estabeleceu que o cálculo do VAD fosserealizado por Áreas Típicas de Distribuição (ATD), que representamempresas com VAD similares
Para cada ATD são também revisados os preços dos Serviços Associados(SSAA), que são aqueles não consistentes com o fornecimento de energia
O desenho da rede ótima para fornecer a demanda conforme certas metasde qualidade do serviço é o que determina o VNR da empresa dereferência assim como as perdas otimizadas de potência e energia
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço no Chile
O processo de otimização da rede é realizado de forma iterativa por meiode modelos que relacionam a qualidade do serviço, investimentos e custosde operação e manutenção. O modelo otimiza simultaneamente as redesde MT e BT, partindo da informação das coordenadas GPS dosconsumidores e das subestações AT/MT, de forma a determinar: A localização das subestações AT/MT, O desenho e traçado das redes de MT, O desenho e traçado das redes de BT.
A rede é dimensionada minimizando os custos de investimento,manutenção, perdas e custo da energia não suprida, respeitando asrestrições de capacidades máximas e quedas de tensão, segundo ademanda atual e uma estimação do crescimento vegetativo
Para as redes de distribuição se utiliza uma abertura da empresa dereferência, incluindo critérios construtivos (aérea – subterrânea), dispersãoe densidade, e qualidade do serviço em determinadas áreas (urbana -rural)
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço: o caso do Peru
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço no Peru
A determinação do VAD é realizada por setores típicos de distribuição, combase na informação sobre a densidade das empresas
O VAD é calculado aplicando a metodologia da empresa de referência paraambos os custos de capital, ou seja, os ativos eficientes para fornecer oserviço, e os custos de administração, operação e manutenção
Para determinar a BRR se aplica o método do VNR das instalações de MTe BT otimizadas para fornecer a demanda
A redes adaptadas são determinadas com base na informaçãogeoreferenciada dos consumidores, na energia faturada anual, nos fatoresde caracterização do mercado e na demanda máxima para cadaquadrícula
Em primeiro lugar se selecionam as opções tecnológicas para odesenvolvimento das instalações
Em segundo lugar se determinam os custos das unidades construtivas apreços de mercado
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço no Peru
Determinam-se as instalações necessárias para cada zona tipo com baseem uma unidade testemunha (km2), utilizando modelos que permitemincorporar as características do mercado, conjuntamente para MT e BT, e aqualidade do serviço.
Incorporam-se as restrições geográficas e normativa urbana
Extrapolam-se os resultados a todas as zonas urbanas
A determinação para as áreas rurais é realizada de forma análoga àsurbanas
Finalmente as instalações são avaliadas as preços de mercado de forma adeterminar o VNR eficiente
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço: o caso da Colômbia
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Colômbia
Para cumprir com diretivas do Ministério de Minas e Energia para o setorda distribuição, o regulador colombiano (CREG) introduziu uma série demodificações regulatórias: reconhecimento da totalidade dos investimentosrealizados, regulação por Áreas de Distribuição, e um custo único para onível de tensão 1 (BT)
Para a remuneração do capital investido o procedimento é o seguinte:
Valorização dos ativos utilizando os custos de unidades construtivas
Reconhecimento da totalidade dos investimentos realizados, com oseu correspondente custo operacional, desde que os equipamentosestejam disponíveis para sua imediata operação
Taxa de custo de capital com metodologia WACC/CAPM
Foram introduzidos incentivos para a melhora da qualidade do serviço
Foram introduzidos incentivos para a modicidade tarifária para as outrasreceitas.
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Colômbia
Foram estabelecidas 4 ADD (área de distribuição)
Foram estabelecidos tarifas únicas para cada nível de tensão para cadaADD
O administrador do sistema (LAC) calcula a tarifa por uso do sistema e areceita reconhecida para cada operador de rede (OR)
Para o Nível de tensão 4 (igual ou superior a 57.5kV e menor a 220 kV) oesquema de remuneração é do tipo “receita máxima”. O inventário deativos é valorizado ao seu custo de reposição, com as seguintes vidasúteis: 40 anos para linhas, 30 anos para UC de subestações e 10 anospara centros de controle
Para os Níveis de tensão 2 e 3 (igual ou superior a 1kV e menor a 30kV;igual ou superior a 30kV e menor a 57.5kV) o modelo é do tipo preço teto
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Colômbia
Para os ativos a serem reconhecidos:
Valorização dos ativos utilizando os custos de unidades construtivas
O custo do capital investido é calculado como a soma de 90% docusto do capital existente conforme à metodologia anterior e 10%valorizado com o custo das unidades construtivas
Taxa de custo de capital com metodologia WACC/CAPM
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Colômbia
Para os ativos a serem reconhecidos nos níveis 2 e 3:
Valorização dos ativos utilizando os custos de unidades construtivas
O custo do capital investido é calculado como a soma de 90% docusto do capital existente conforme à metodologia anterior e 10%valorizado com o custo das unidades construtivas
Taxa de custo de capital com metodologia WACC/CAPM
Para o nível de tensão 1 (menor a 1kV), com o intuito de capturar asparticularidades de cada operador de rede, em vez de preços máximosnacionais para redes aéreas, rurais e subterrâneas, estabeleceu-se umcusto médio por kWh para cada OR. Esse custo médio é calculado atravésde um procedimento de levantamento de informação a partir de amostrasrepresentativas de cada mercado
O problema ocorre com os projetos que apresentam um custo superior aocusto médio reconhecido
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Colômbia
Para determinar os custos médios de cada OR no nível de tensão 1, ouseja o custo por utilizar os ativos nesse NT, o procedimento é o seguinte:
Cada OR deve realizar uma análise estatística com base em umaamostra aleatória estratificada simples
O regulador escolhe os transformadores para os quais as empresasdevem realizar o levantamento de informação
Estima-se custo médio dos investimentos ($ por circuito) de cadaestrato (grupos de qualidade) a partir da informação da amostra.
Os resultados são logo expandidos para o total da rede de cada OR.
A anuidade do capital investido é calculada considerando a taxa decusto de capital reconhecida e a vida útil regulatória
O custo médio surge dividindo a anuidade pela energia faturada totalincrementada nas perdas não técnicas reconhecidas para cada OR
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço: o caso da Grã Bretanha
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Grã Bretanha
Os monopólios de rede operam sob um arcabouço regulatório definidopela Ofgem baseado em incentivos (incentive based regulation), utilizandoum esquema de receita máxima para a transmissão (Revenue Cap) e umesquema de preço teto para a distribuição (RPI-X)
Para os operadores da rede de distribuição (DNOs) os incentivos para aprocura da eficiência têm quatro componentes: custos operacionais(Opex), custos de capital (Capex), perdas de energia e qualidade doserviço
Os períodos tarifários para a Distribuição, chamados Distribution PriceControl Reviews (DPCRs) são de cinco anos. No momento está emvigência o DPCR5
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Grã Bretanha
Para calcular os custos de capital o primeiro passo é determinar, paracada DNO, o valor dos ativos (Regulatory Asset Value – RAV), o queconstitui a BRR
No DPCR5 foi realizada uma revisão completa dos mecanismos pelosquais os custos são reconhecidos na RAV
Os custos reconhecidos não incluem os juros nem os custos fiscais
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Grã Bretanha
Os DNOs são remunerados de acordo com o nível de investimentos aserem realizados nos períodos tarifários
Portanto, os DNOs devem apresentar ao regulador uma projeção dosinvestimentos necessários para o período tarifário
Esses investimentos são logo auditados por uma consultoriacontratada pela Ofgem que, em geral, determinará um nível dereferência igual ou menor
Dependendo da distância entre o valor apresentado pelo DNO e oreferencial regulatório, será determinado um esquema de incentivosdiferente
No DPCR5 procurou-se diferenciais entre companhias “tipo 1” que sãoconsideradas pela Ofgem com referencias robustos, e as “tipo 2” que nãosão capazes disso. O instrumento regulatório é o Information QualityIncentive” (IQI).
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Grã Bretanha
Por exemplo, se o DNO declara custos de 100 que representam 110% dos custos determinados pela auditoria,então os custos reconhecidos são 102.5 e a empresa pode reter o 35% dos ganhos de eficiência (ou pagar o35% dos sobre custos incorridos). Aliás, o DNO receberá 1.4% a mais de receita.Ou seja, se a empresa é eficiente e requer só 85% 102.5 receberá como receita adiciona o seguinte: 7,5 =(102.5 – 85) · 35% + 1,4
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço: o caso da Austrália
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Austrália
As empresas de rede (transmissão e distribuição) devem enviarperiodicamente ao regulador de energia (Australian Energy Regulator –AER) uma proposta de receita requerida. O períodos tarifários são, emgeral, de cinco anos
Embora as abordagens regulatórias para a transmissão e distribuiçãosejam similares, para a distribuição, o escopo dos mecanismos de controlesão mais abrangentes. Os mecanismos regulatórios disponíveis para adistribuição incluem:
Weighted average price caps - WAPC: permitem flexibilidade nastarifas individuais dentro de um limite máximo estabelecido. O WAPCé usado na Nova Gales do Sul (NSW), Vitória, e as redes no sul.
Average or maximum revenue caps : estabelece um limite máximo àreceita que pode ser recuperada durante o período tarifário. É usadonas redes de Queensland e o território da capital (ACT), e serátambém usado na Tasmânia a partir de Julho de 2012.
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Austrália
A AER, além do mecanismo regulatório escolhido, deve realizar projeçõesdas receitas requeridas pelas empresa, de forma a permitir que asempresas possam recuperar os custos eficientes, incluído o retorno docapital
A AER usa um modelo tipo Building Block”, que contempla uma rede emregime de funcionamento eficiente, com custos operacionais e de capital,depreciações, impostos e o retorno sobre o capital
O componente mais importante do modelo são as despesas de capital,que podem representar até 2/3 da receita
A RAB é determinada no início do período tarifário com base nosinvestimentos do período anterior
A AER publica um modelo para projetar a base de ativos “asset base rollforward model”, ou seja, que o esquema é do tipo “rolling forward”(metodologia CROD)
A prática do regulador tem sido igualar a vida útil regulatória (standard life)com a vida útil econômica esperada
As empresas podem pleitear a decisão da AER no Tribunal deConcorrência
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Austrália
O processo regulatório comandado pela AER tem como objetivo criarincentivos para a realização de investimentos eficientes
No início de cada ciclo tarifário, a AER autoriza os investimentos queconsidera eficientes. Pode também até aprovar projetos “contingentes”,que implicam níveis importantes de investimento com alto grau deincerteza, desde que os projetos passem por aprovação regulatória
Para as redes de distribuição, a aprovação regulatória se dá quando aempresa mostra que o projeto suporta uma análise de custo-benefício, ouproporciona uma solução de menor custo para fornecer a demandarespeitando os critérios de confiabilidade da rede
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Austrália
Tratamento regulatório para a remuneração e depreciação dos ativos em serviço na Austrália
Vidas regulatórias dos ativos versus vidas úteis reais
Diferentes conceitos de vida útil
Vida útil física. A vida útil física de um equipamento ou instalação é operíodo durante o qual a instalação ou equipe conserva a funcionalidadeprevista em condições de segurança
Vida econômica. A vida econômica de um equipamento ou instalação é operíodo durante o qual o equipamento ou a instalação conserva afuncionalidade prevista em condições seguras e participa de umaoperação ao custo mínimo da rede. Durante a vida útil econômica, oequipamento contribui direta ou indiretamente ao fluxo de caixa daconcessionária. (A vida econômica é sempre inferior ou igual à vida útilfísica)
Vida útil regulatória. A vida útil regulatória de um ativo é um prazo fixadopelo regulador, durante o qual tanto o capital investido no ativo como oscustos de operação e manutenção do mesmo são remunerados. Emprincípio, por razões de eficiência e sustentabilidade, o regulador procurafixar a vida útil regulatória na proximidade da vida útil econômica (exemploda Austrália)
Diferentes conceitos de vida útil
Vida útil física. A vida útil física é aleatória e, portanto, ainda se apredição do valor médio for adequada, alguns equipamentos teriam umaduração maior que a média e outros uma duração inferior. Em umaconcessionária onde existam grandes quantidades de equipamentos domesmo tipo, as conseqüências dessa característica não seriam graves.Porém, um erro na estimativa da média pode ter conseqüênciasimportantes, que dependem da regulação aplicada para a recuperação eremuneração do capital investido.
Vida útil regulatória. Na determinação da vida útil regulatória, o nível dastarifas deve permitir a recuperação dos custos necessários para aprestação do serviço com a qualidade requerida, fornecendo um retornorazoável sobre o capital investido, apoiando assim o desenvolvimentosustentável do setor. Nesse marco, cabe lembrar que a vida útilregulatória, ou regra de depreciação, integra a Quota de ReintegraçãoRegulatória (QRR) da BRR que é um elemento central na definição dastarifas aos consumidores. Eventuais mudanças das vidas úteis regulatóriasdeveriam levar em consideração os investimentos já realizados de forma aevitar a criação de custos encalhados.
Fatores determinantes da vida econômica de um ativo
Fatores ambientais: temperatura, umidade, salinidade. (A vida útilesperada em países de clima frio e úmido duplica a vida útil esperada emclimas úmidos e quentes)
Fatores tecnológicos: relés de proteção, equipamentos de controle esupervisão e medidores, por exemplo. (Existem várias gerações de relésnos últimos 30-40 anos, que têm incorporado funcionalidades úteis para aoperação confiável da rede). O avanço das redes inteligentes, “smart grids”,pressupõe a incorporação gradual e massiva de tecnologia da informaçãona gestão da rede. (Lembrar o nível dos investimentos na Austrália). Aliás,os equipamentos modernos com características nominais similares aosantigos não têm as mesmas margens com relação aos requerimentos naoperação, o que provavelmente também reduz a sua vida média.
Fatores relacionados com o trade-off entre custo e qualidade do ativo.A vida útil dos equipamentos nacionais é igual à dos europeus, japonesesou norte-americanos?
Fatores relacionados com os processos de operação e manutençãodos ativos
Relação com o tratamento dos custos operacionais
Relação com o tratamento dos custos operacionais
Coerência entre Capex e Opex. É preciso assegurar a coerência entre ofoco adotado para a definição e remuneração dos ativos em serviço e adeterminação dos custos operacionais eficientes associados
Nos “custos operacionais eficientes” devem-se incluir todos os itensnecessários para assegurar que os ativos reconhecidos mantenhaminalterada a capacidade de cumprir a funcionalidade requerida durante avida útil estabelecida: manutenção preditiva e preventiva e substituição decomponentes. A qualidade de serviço depende dos critérios de manutençãoe substituição de equipamentos
Impacto da idade do ativo no seu custo operacional. Tipicamente, oscustos de O&M de um equipamento ou instalação são crescentes com aidade e, portanto, crescentes com o período de reposição do equipamento.Esse problema deve ser considerado no reconhecimento dos custos deO&M eficientes. No entanto, conhecer exatamente o estado deenvelhecimento de todos os equipamentos da rede não é fácil
Uma aproximação razoável é a hipótese de que a população deequipamentos está uniformemente distribuída entre 0 ano e a vida útil.Nesse caso, os custos de O&M a serem reconhecidos são os custos médiosna vida útil. Porém, é importante levar em conta o custo da mão de obra naanálise
Relação com o tratamento dos custos operacionais
Relação com o tratamento dos custos operacionais e a qualidade do serviço
Requerimentos crescentes nos índices de qualidade. É precisoassegurar a coerência entre o foco adotado para a definição e remuneraçãodos ativos em serviço e a determinação dos custos operacionais eficientesassociados
A evolução prevista dos requerimentos de qualidade de serviço é crescenteno mundo regulatório (não só no Brasil). Isso implica não só a necessidadede melhorar a gestão na manutenção dos ativos, mas também incorporarequipamentos com mais funcionalidades e melhor desempenho econfiabilidade
Os equipamentos modernos têm funcionalidades agregadas, especialmentese fazem uso de microprocessadores. Por exemplo, as redes inteligentesnão podem ser concebidas sem equipamentos de manobra confiáveis, deforma a serem comandadas à distância. Requerimentos crescentes dequalidade reduzirão a vida útil dos ativos, já que as redes mais velhasapresentam pior qualidade de serviço, além de requererem maiores custosde manutenção
Consistência necessária entre vidas úteis regulatórias dos ativos e arcabouço regulatório do setor
Vida útil regulatória em um mundo crescente em exigências de qualidade
A vida útil regulatória dos bens deve, portanto, ser compatível com osobjetivos regulatórios estabelecidos e com o marco regulatóriodefinido para a remuneração da concessionária
Vidas úteis e arcabouços regulatórios
Desafios para as concessionárias no 3CRTP com as novas regras da ANEEL
Desafios para as concessionárias no 3CRTP com as novas regras da ANEEL
Em um esquema regulatório tipo CROD como é o caso no Brasil, se a vidaútil definida pelo regulador for maior que a vida útil econômica, haveria umrisco regulatório importante para os agentes de não recuperar oinvestimento realizado, impactando na qualidade do serviço no meio e longoprazo
Caso a situação seja a inversa, não haveria impacto no valor presente dofluxo de caixa, embora se configuraria em um problema de otimizaçãointergeracional. O primeiro erro, que poderia ser chamado de erro Tipo I, ébem mais relevante que o segundo erro, erro Tipo II, pois colocaria em riscoa estabilidade e suficiência financeira da concessionária
Tratamento regulatório para os custos operacionais relacionados com ativosdepreciados que continuam em serviço
Análises necessárias para aprofundar o debate regulatório
Análises necessárias para aprofundar o debate
Experiência brasileira com relação às vidas úteis dos equipamentos
Relação do impacto da umidade e temperatura e outras condiçõesambientais na vida útil dos ativos ao longo das diferentes regiões doBrasil
Diferenças nas vidas úteis entre fabricantes nacionais e estrangeiros