Download - Um pai exemplar
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LuziaAgosto 2012
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Divaldo Pereira Franco fundou e mantém
uma Instituição Espírita intitulada Mansão
do Caminho, na cidade de Salvador, Bahia.
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Ele já criou e educou centenas de filhos adotivos,
crianças abandonadas nas ruas por seus pais
biológicos ou que eram vítimas da orfandade.
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Muitos casos lindos sua história já registrou. E
dentre tantas há a de um garotinho singular.
Desde a mais tenra idade, ele mostrou uma
característica bem marcante: o instinto assassino.
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Ele queria matar alguém. Sempre que o
contrariavam, ele fazia, com as próprias
mãos, facas dos mais variados tipos e com
os mais diferentes materiais.
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Vez que outra uma das tias responsável pelas
crianças entrava desesperada no escritório de
Divaldo com o menino em seu encalço.
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Vim lhe pedir socorro pois o garoto já fez
outra arma e quer matar alguém.
Divaldo deixava o serviço por um instante e
chamava carinhosamente o menino.
Colocava-o em seu colo e lhe perguntava:
Filho, o que aconteceu desta vez?
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E o menino falava com respiração alterada e
lágrimas escorrendo pelas faces: É que estou com
muita raiva e quero matar aquele moleque.
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Divaldo, usando de muita psicologia, dizia
calmamente ao filho: Então, vamos fazer um trato. Eu
vou ajudar você, mas por enquanto deixe a arma
comigo e depois que eu terminar o serviço, nós iremos.
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O garoto aceitava a proposta, embora sempre
contrariado. E muitas foram as vezes que ele
entrou esbaforido no escritório pedindo uma de
suas armas, urgente, para matar alguém.
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Essas cenas se repetiram muitas e
muitas vezes durante a infância e
adolescência daquele filho rebelde.
E Divaldo colecionou dezenas de
facas, punhais e outras armas.
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Um dia, Divaldo perguntou-lhe porque desejava
tanto matar alguém e ele respondeu: É porque
tenho muita vontade de sentir o sangue quente
escorrendo pela minha mão.
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Quando o rapaz completou dezoito anos,
pediu ao pai para deixar a Instituição e
partir em busca de outros caminhos.
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Divaldo o chamou em particular e lhe fez uma
pergunta: Meu filho, você ainda sente vontade
de matar alguém?
O jovem abaixou a cabeça e respondeu, muito
constrangido: Sim, eu ainda sinto.
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Divaldo colocou delicadamente a mão sob seu
queixo, levantando-lhe o rosto e, olhando-o nos
olhos, disse-lhe com voz de tristeza:
Filho, eu quero que você me prometa uma
coisa:Se um dia você decidir matar alguém,
peço-lhe que volte aqui e mate-me primeiro,
porque fui eu que falhei na sua educação.
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Aquelas palavras caíram como uma bomba
no coração do jovem. Dias depois eles se
despediram, num longo e afetuoso abraço.
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Os anos se passaram. Certo dia, o orador estava numa
cidade no interior de São Paulo para receber o título de
cidadão honorário, quando alguém o aborda e lhe diz que
na sala anexa ao salão onde se realizaria a cerimônia,
havia um artista plástico, famoso na localidade, que queira
lhe oferecer um quadro.
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Divaldo se dirigiu para
o local e percebeu um
homem jovem, de
costas, que guardava
um quadro coberto com
um pano branco.
Aproximou-se e disse:
Olá!
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O moço se voltou e Divaldo quase
desmaiou de emoção. Era seu filho
adotivo. O menino das mil e uma facas.
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Um abraço saudoso e
demorado e depois a surpresa.
O artista descobre o quadro e
lá estava estampado o seu pai
do coração.
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Aquele pai que, com amor e dedicação, conseguira
transformar um instinto assassino numa poderosa
força a serviço da arte, do bom e do belo.
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Não é à toa que Divaldo Pereira Franco é
reconhecido conferencista espírita em
mais de 60 países nos cinco continentes,
com mais de 250 livros publicados e muitos
títulos traduzidos para várias línguas.
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E a Mansão do Caminho, em
Salvador, atende mais de três
mil crianças e suas famílias
socialmente carentes, com
escola, saúde, alimentação,
orientação moral.
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FORMATAÇÃO: LUZIA GABRIELEEMAIL: [email protected]: INTERNETTEXTO: REDAÇÃO DO MOMENTO ESPÍRITA COM BASE EM FATOS EM 27.06.2011MÚSICA: RAY CONIFF BESAMEDATA: 25 DE JULHO DE 2012
“Me ame quando eu menos merecer,
pois é quando eu mais preciso”