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UNIBE NNETTCentro Universitário Bennett
MORDOMIA CRISTÃ & DIACONIA:
ANÁLISE E REFLEXÃO SOBRE OS RELATOS DAS VARIAS FORMAS DE
MORDOMIA CRISTÃ E DIACONIA NA PERSPECTIVA WESLEYANA COMO
PARADIGMA DE TRANSFORMAÇÃO AUTÊNTICA PARA A IGREJA ATUAL.
CURSO DE TEOLOGIA
DISCENTE: FRANCISCO DE ASSIS SANTOS
Rio de Janeiro, Junho de 2006.
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UNIBENNETT
MORDOMIA CRISTÃ & DIACONIA:
Análise e reflexão sobre os relatos das varias formas de Mordomia Cristã e Diaconia na
perspectiva wesleyana como paradigma de transformação autêntica para a igreja atual.
MONOGRAFIA II
Trabalho acadêmico apresentado ao Prof°. MarcoAntônio de Oliveira, da Disciplina Monografia IIcomo exigência parcial para a conclusão do cursoBacharel em Teologia do Centro UniversitárioBennett.
-----------------------------------------ORIENTADOR: URIEL TEIXEIRA
DISCENTE:FRANCISCO DE ASSIS SANTOS
Rio de Janeiro, Junho de 2006.
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MORDOMIA CRISTÃ & DIACONIA:Análise E Reflexão Sobre Os Relatos Das Varias Formas De Mordomia Cristã E Diaconia NaPerspectiva Wesleyana Como Paradigma De Transformação Autêntica Para A Igreja Atual.
Monografia de Conclusão do Curso de Bacharelem Teologia apresentada ao Prof°. MarcoAntônio de Oliveira, da Disciplina Monografia IIcomo exigência parcial para a conclusão do cursoBacharel em Teologia do Centro UniversitárioBennett.
Aprovada em de de 2006.
Banca Examinadora
ORIENTADOR: PROF° URIEL TEIXEIRA.
PROF° MARCO ANTÔNIO DE OLIVEIRA.
DISCENTE:FRANCISCO DE ASSIS SANTOS
Rio de Janeiro, Junho de 2006.
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“O Novo Testamento nunca separa o Jesus terreno, o Jesus da
etapa de serviço, do Jesus glorificado. Trata-se sempre do
mesmo Jesus Cristo, vivendo, isso sim, duas etapas diversas da
sua existência. Entretanto, na história da Igreja têm-se
desenvolvido orientações que acentuaram o valor da
glorificação em detrimento da etapa de serviço, enquanto outras
têm feito justamente o contrário. Isso foi conseqüência do
influxo da visão dicotômica ou dualista do ser humano”.
RUBIO, Alfonso Garcia. (2003).
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AGRADECIMENTOS
A Deus em primeiro lugar, toda honra e glória pertence a Ele, Senhor da minha vida.
Aos professores da UNIBENNETT, pela paciência e orientações que tiveram durante todo o
curso.
Ao meu amado orientador prof° Uriel Teixeira.
A Igreja Metodista, em especial a que o autor congrega, Rio da Prata - Bangu que
mensalmente têm contribuído nos ajudado financeiramente para conclusão do curso.
Lembrando da saudosa pastora Arlete Quaresma, que tanto nos incentivou a que fizesse-nos
o curso de teologia. (In memória).
A todos os pastores que pastorearam a Igreja Metodista do Rio da Prata, na qual a maioria
teve o autor, privilegio de auxiliá-los diretamente.
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DEDICATÓRIA
A minha família, esposa e filhos com todo carinho e amor.
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Sumário.
Introdução.-----------------------------------------------------------------12, 13, 14, 15, 16, 17.
1° Capítulo: A Visão Wesleyana Sobre Mordomia Cristã E Diaconia.---------18, 19, 20.
1.1.Etimologia das Palavras Mordomia e Diaconia------------------------------------20, 21.
1.2. A Natureza da Mordomia Cristã.----------------------------------------------------21, 22.
1.3. A Natureza da Diaconia.-------------------------------------------------------------------22.
1.4. A Importância da Criatura no Projeto de Deus.---------------------------23, 24, 25, 26.
1.5. Jesus Cristo Exemplo de Mordomia e Diaconia.-------------------------27, 28, 29, 30.
1.6. Mordomia Cristã e Diaconia Trazem Unidade na Igreja de Cristo.--------30, 31, 32.
2° Capítulo: Breve Panorama Sobre Diaconia e Mordomia Cristã nas Igrejas dos Primeiros
Séculos.----------------------------------------------------------------------33, 34, 35.
2.1. É Servindo ao Senhor que se Cumpri a Missão.----------------------------------------35.
2.2. A Igreja Institucionalizada.----------------------------------------------36, 37, 38, 39, 40.
2.3. 24 de Maio de 1738, Dia do Coração Aquecido.----------------------------------41, 42.
2.4. A Teologia Social de Wesley.------------------------------------------43, 44, 45, 46, 47.
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3° Capítulo: Mordomia & Diaconia X Dona & Ministério.---------------------------48, 49.
3.1. Trabalho Metodista na América Latina.--------------------------------------------49, 50.
3.3. Autonomia da Igreja Metodista no Brasil.------------------------------------------51, 52.
3.4. Plano Quadrienal ao Plano Para Vida e a Missão da Igreja.---------------------53, 54.
3.5. Vinte e Quatro Anos do “Plano Para Vida e a Missão”.------------------------------------------
----------------------------------------------------------54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62.
Conclusão.----------------------------------------------------------------------63, 64, 65, 66, 67.
Bibliografia.-------------------------------------------------------------------------68, 69, 70, 71.
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Introdução:
O escopo desta monografia é o de proporcionar uma respeitável contribuição
fundamentada nos estudos de varias maneiras de mordomia Cristã e diaconia, posto nas mãos
dos servos de Deus, nas implicações, no desempenho, na administração, do patrimônio
Divino. Na Bíblia Sagrada, há muitas referências a mordomos e diáconos há serviço de Deus,
por esse motivo, citaremos, algumas passagens bíblicas, tanto no Antigo como no Novo
Testamento, como base da nossa pesquisa, combinando com outras literaturas
complementares, principalmente a herança wesleyana, ante a sua riqueza literária, sua
teologia e as Cartas Pastorais do Colégio Episcopal da Igreja Metodista como paradigma para
a Igreja nos dias de hoje.
O caráter da palavra mordomia tem sofrido ao longo dos anos, uma deturpação devido
ao seu mau uso. Esta expressão é usada como prerrogativa de favores concedidos,
especialmente pelos governos, a alguns funcionários públicos. Também popularmente
conhecida como “sobra e água fresca” ou “vida mansa” e até mesmo uma expressão muito
usada pelo governo de Fernando Collor de Melo aos mais favorecido pelo sistema, político e
social na sua gestão, dos chamados “marajás”.
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Mordomia Cristã refere-se à administração correta de todos os bens que Deus colocou à
nossa disposição, bem como de todos os dons com que enriqueceu a nossa vida, para serem
administrados por nós, como mordomos seus.
A mordomia cristã estabelece como verdade que Deus é o Senhor, o Dono de tudo
quanto existe na terra e no céu e concedeu ao homem o privilégio e responsabilidade de
administrar. Os homens não são os donos, mas mordomos. A Mordomia Cristã tem como
principal alavanca, a comunhão entre o crente e seu Senhor Jesus Cristo, através da meiga e
suave presença do Espírito Santo que dirige e orienta o servo para o serviço adequado às
ordens do Mestre.
Já a natureza do diaconato na raiz da palavra diaconia significa: serviço, ofício,
ministério, etc. Do grego o serviço que é exercido pelo (diácono =
servo, especificamente garçom. Agente, auxilia pessoa que presta serviço de Deus, Cristo ou a
outro cristão, em caráter oficial ou semi-oficial. O termo técnico posterior ‘diácono (Isa)’
deriva desse uso [diaconato]. “2Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e
disseram: Não é razoável que nós abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas. 3Mas,
irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria,
aos quais encarregaremos deste serviço; 4e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao
ministério da palavra.”.Atos 6:2-4).
O diácono que não vive para servir a Igreja de Deus e aos homens, não serve para viver
como ministro de Cristo. A essência do diaconato é o serviço; do diaconato, o serviço também
é o amoroso fundamento. E sem serviço a diaconia é impossível. Nesse sentido, quão excelso
e perfeito diácono foi o Senhor Jesus!
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Creio que será boa a receptividade da Igreja hoje, ante a importância da teologia
aplicada no serviço como diácono e mordomo de Deus. Naturalmente a Igreja entenderá
melhor, o que, é, mordomia cristã e diaconia de igual modo, terá uma compreensão mais
ampla e fundante convicção de que Deus é dono de tudo e de todos; Deus não é só dono dos
nossos bens, mas também o é de nossa vida. Posteriormente a leitura deste trabalho cientifico
facilitará a respostas aos questionamentos que se faz nos dias de hoje tais como: A teologia da
prosperidade atende a mordomia cristã? Quando se fala em dificuldade financeira, doença e
problemas diversos, logo se encontra uma justificativa, da falta de fé e comunhão com Deus.
Isto é verdade? Outras pessoas quando falam acerca dos seus bens materiais, quase sempre,
tratam deste assunto como algo secular sem valor espiritual, será a riqueza pecado? É neste
prisma que está monografia vai abordar. O autor procura a relevância do pensamento
teológico exercido na vida daqueles/as servos/as de Deus e na Igreja histórica, para o
pensamento cristão ocidental na atualidade. A prática teológica daquelas Igrejas desde da
época dos Apóstolos até a Igreja do século passado se constituiu exemplo para a Igreja nos
dias de hoje. Esta pesquisa também visou esclarecer, o desenvolvimento da missão do
metodismo desde sua origem na Inglaterra, aos planos missionários atuais da Igreja no Brasil.
O caminho que esta pesquisa se propões é a investigação dos textos nas Sagradas
Escrituras e na história da Igreja, principalmente na trajetória wesleyana relatando sobre
“Mordomia Cristã e diaconia”, pela inegável influência que dão ao pensamento cristão
ocidental na atualidade. Como entender melhor a dinâmica do movimento de Dons e
Ministérios da Igreja Metodista a serviço do Reino de Deus, dos homens e da Igreja, vivido
nos dias atuais. Será respeitável a relevância da apresentação desta pesquisa para a Igreja
hodierna o conjunto literário que foram investigados. Seus efeitos. Pontos análogos, caminhos
dialéticos. Abordagem crítica. Sua aplicabilidade teológica para a maturação de uma Igreja
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viva, vibrante, sem preconceitos, regeneradora, agente transformadora e implantadora do
reino de Deus.
O grande valor científico desta monografia é a importante inquietação vivida na
comunidade de fé e pelo amadurecimento acadêmico absorvido ao longo do curso de teologia,
porque, é, inegável que a “Mordomia Cristã e diaconia” vem a ser um paradigma para o
crescimento da Igreja de Cristo e uma maior discussão no meio acadêmico teológico. No
entanto, quanto mais diáconos a Igreja ordena, menos material é produzido para auxiliar esses
obreiros. Este é um dos aspectos mais significativo desta monografia: auxiliar esses obreiros
em cumprir a sua missão.
É de grande importância para a Igreja de Cristo hoje, vislumbrar o conhecimento e a
importância teológica contida nos estudos de vidas daqueles que serviram ao Senhor com
alegria tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento e na história do movimento
wesleyano e da Igreja Metodista, e trazê-lo como veículo de Discipulado para a Igreja de hoje.
A origem da vida santa e irrepreensível que Deus deseja para nós os cristãos se encontra na
maneira diferente de viver que Deus exigiu de seus servos.
Esta proposta monográfica tornou-se grandemente exeqüível, apesar da escassa literária
existente, tratando diretamente do assunto, tanto doutrinária, quanto comentada, como
também, pela realidade ética e comportamental da Igreja cristã na atualidade. Por esse motivo
a melhor fonte pesquisada foi a Bíblia Sagrada. O autor entendeu dado ao interesse que a
matéria o despertou e a importância para o mundo acadêmico e a Igreja que a viabilidade
concreta da realização desta pesquisa é possível.
Dentro da pesquisa então proposta, cujo alvo é o de extrair dos textos escolhidos, sua
aplicabilidade no meio cristão evangélico hoje, as fontes literárias de múltiplas divergências e
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considerando a filosofia de valores, em que rumos à Igreja devem caminhar. Qual é o
pensamento teológico praticado hoje. Crise de valores! Enfim, o esforço maior é o de
aprofundar-nos nos conceitos aprendidos ao longo do curso de Teologia, em todas as
disciplinas.
O fundamento da pesquisa foi amplo, essencialmente teórico e prático. Entendimentos
pertinentes ao tema dos pensadores reformistas e contemporâneos. Discussão das práticas das
Igrejas vestibular e medieval com as das Igrejas contemporânea. Apuração de elementos
históricos. Coleta de doutrinas teológicas: Diversas Bíblia, Material histórico, filosófico,
teológico, doutrinários, bem como, periódicos e ilustrações.
Mesmo não tendo fartura em literatura tratando diretamente do assunto, foi plausível a
possibilidade de aquisição de fontes primárias, em alguns casos, tais como: Literaturas
(Metodista e Reformadores), outras denominações evangélica, pesquisa em literatura católica
dicionário grego/ português, léxico do grego teológico e em diversas versões da Bíblia e
documentos secundários. Alguns materiais foram encontrados: Na Biblioteca (Unibennett); 1ª.
Região Eclesiástica; pesquisa de campo, e Material próprio.
O procedimento adotado na pesquisa dado à importância que se percebeu sobre o tema,
foi à utilização de regras da regeneração, da autoridade da Bíblia Sagrada, da leitura
selecionada, da preparação, da organização e da interpretação literal e um fichamento do
material coletado. Daí destacamos, as causas e os efeitos ocorridos (Seus êxitos e fracassos;
os valores históricos; as necessidades primárias e secundárias do povo de Deus; Seus anseios
e visões comunitárias), enfim, as teologias aplicadas. Segue, então, as coletas e resumos dos
Homens de Deus, os atos de Jesus Cristo, os atos da Igreja primitiva e a herança wesleyana e
por fim, a prática da Igreja contemporânea sob a ótica teológica em cada época, suas relações
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com o comportamento da comunidade de fé atual. Os trabalhos dos missionários metodista na
América do Sul e especialmente no Brasil. Os plano missionários elaborados pela Igreja
Metodista do Brasil, desde sua autonomia em 1930. Destacamos com mais veemência
principalmente no terceiro capítulo desta pesquisa, devido a sua ligação com o assunto
tratado, os seguintes planos: Plano Quadrienal de 1974 a 1978 Consulta Nacional de 1981,
sobre a Vida e a Missão da Igreja; Plano Para Vida e a Missão da Igreja e o movimento de
Dons e Ministério, surgido dado à necessidade para o melhor desempenho da Missão.
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1°
A VISÃO WESLEYANA SOBRE MORDOMIA
CRISTÃ E DIACONIA.
A Igreja Metodista na atualidade tem procurado resgatar suas origens wesleyana.
Algumas Igrejas da primeira Região tem obtido êxito no trabalho com grupos pequenos, que
por sua vez, tem aberto caminhos para o desenvolvimento das atividades laicas; muito
valorizada na época de Wesley, apesar do metodismo ter sido por muito tempo suspeito pela
falta de uma teologia definida. Às vezes as próprias palavras de Wesley são apresentadas
como uma prova desta falta de teologia distintiva. Descrevendo “o caráter de um metodista”,
Wesley disse que “as marcas distintivas de um metodista não são suas opiniões de qualquer
tipo... nós pensamos e permitimos aos outros fazerem o mesmo”. Ademais, o metodismo é
acusado de não ter interesse na teologia. Outra vez as palavras de Wesley são citadas “se o teu
coração é como o meu, dá-me tua mão”. Vários historiadores mantêm a opinião de que a
contribuição do metodismo tem sido na área de evangelização e organização não na área da
teologia. Entre tantas outras, porém, duas características não podem ser negadas de um
verdadeiro metodista, a primeira é: “A prática da mordomia cristã”, entendendo que Deus é o
Senhor dos céus e da terra e que tudo foi criado por ele e para ele são todas as coisas. A
segunda característica do metodista: “é a sua função de diácono”, no serviço do Senhor em
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favor do ser humano. Um metodista nunca se acomodou diante das injustiças e dos gritos de
mortes
“Não existem doutrinas exclusivamente metodistas. Porque, apesar de termos
algumas ênfases próprias, não termos afirmativas que não sejam também aceitas por
outros grupos cristãos. Por isso, algumas pessoas perguntam: que lugar o Metodismo
ocupa se não tem uma mensagem própria?... A resposta é clara. Enquanto o Metodismo
repudia qualquer sectarismo estreito, traz à comunidade dos crentes as suas dádivas
especiais. E quais são elas? Duas palavras-chave contam a história: vitalidade e equilíbrio.
O Metodismo é o cristianismo com um equilíbrio vital. E esta é a sua contribuição
permanente ao mundo cristão”.1
Segunda a Carta Pastoral: “Testemunhar a Vitalidade do Evangelho” do Colégio
Episcopal da Igreja Metodista, o Espírito de Deus tem movido a Igreja Metodista a ser uma
“comunidade missionária a serviço do povo, espalhando a santidade bíblica”. A partir dessa
probabilidade, nos propomos a caminhar e queremos “testemunhar a vitalidade do
Evangelho” em dons e ministérios, revitalizando-nos como Igreja Missionária, só assim
conseguiremos, reavivar o senso de mordomia cristã e diaconia nos dias atuais.
A Igreja primitiva, ao iniciar sua organização, dois ministérios estão listados: o
ministério da palavra e oração e o ministério de satisfazer as necessidades físicas do povo, tal
como servir à mesa. Os apóstolos tinham uma visão bem diferente da visão que temos hoje ou
que pelo menos a maioria das Igrejas evangélicas tem sobre o assunto. Hoje em dia é possível
depararmos com diáconos que apreenderam a sua vocação e ampliaram bem a finalidade de
seu serviço, de maneira abrangente e não centrando sua visão ministerial, somente, em umas
1 STOKES, Mack B. “As Crenças Fundamentais dos Metodistas” pp. 11-12 – Coleções Metodismo – São Paulo,1992. Impressão: Bartira Gráfica e Editora s/a.
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poucas tarefas durante cultos exclusivo. Ou seja, creio ser possível encontrarmos diáconos
que atentaram para a profundidade e a grandeza desse oficio, não se limitando, apenas, na
realização de tarefas primárias que poderiam muito bem ser executadas por outras pessoas da
comunidade.
Algumas Igrejas idealizam ser, o diácono, o obreiro que simplesmente serve a Santa
Ceia ou recebe os irmãos ou visitantes na entrada do templo. No entanto, não há evidência
alguma de que os primeiros diáconos realizavam essas tarefas com exclusividade. Qualquer
um poderia servir às mesas, até mesmo os próprios apóstolos. E com certeza o faziam, tanto
que, em determinado momento, delegaram essa tarefa para dedicarem-se ao estudo da Palavra
e á oração.
1.1. ETIMOLOGIA DAS PALAVRAS MORDOMIA E DIACONIA
Segundo o léxico do N.T. Grego/ Português [– Edições Vida Nova, a raiz da palavra
mordomia vem do grego oikonomía administração, ofício “1E dizia também aos
seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado
perante ele de dissipar os seus bens. 2E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti?
Presta contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo”. (Lc 16:1-2).
Derivação das palavras oikos + nomos [+casa, lar, cidade, morada,oikos =
habitação, descendentes, nação. Nomos = [lei, regra, princípio, norma. (nomia, sufixo
de várias palavrasmordomia, diaconia, economia, etc.)
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1.2. A NATUREZA DA MORDOMIA CRISTÃ
Na opinião do bispo Paulo Lockmann a palavra mordomia sofreu, deturpação ao longo
dos anos devido ao seu mau uso. Esta palavra é usada como privilégio e vantagem
concedidos, de maneira especial pelos governos, a alguns funcionários públicos.
Mordomia Cristã refere-se à administração correta de todos os bens que Deus colocou à
nossa disposição, bem como de todos os dons com que enriqueceu a nossa vida, para serem
administrados por nós, como mordomos seus.
A mordomia cristã estabelece como verdade que Deus é o Senhor, o Dono de tudo
quanto existe na terra e no céu e concedeu ao homem o privilégio e responsabilidade de
administrar. Os homens não são os donos, mas mordomos. A Mordomia Cristã tem como
principal alavanca, a comunhão entre o crente e seu Senhor Jesus Cristo, através da meiga e
suave presença do Espírito Santo que dirige e orienta o servo para o serviço adequado às
ordens do Mestre.
“Entendemos por mordomia cristã o privilegio e a responsabilidade de administrar,
zelar e cuidar de toda a criação de Deus, de toda a vida, de todo ser vivo, de todas as
coisas, segundo os princípios bíblicos, ou seja, de acordo com a vontade de Deus... O
mordomo é aquele que administrar, superintende, zela e cuida de algo valioso que é
colocado sob seus cuidados. É o proprietário quem estabelece as normas para o
desempenho de sua função. Como mordomos de Deus somos desafiados e convidados a
cuidar do mundo, da ecologia, do próximo, da saúde pública da promoção da justiça, da
pregação da Palavra de Deus, da Igreja de Jesus2”.
2 LOCKMANN, Paulo de Tarso de O. CONSTANTINO, Zélia S. “Seguir a Cristo Manual do Discipulado” p: 63– Rio de Janeiro – Igreja Metodista – 1ª Região Eclesiástica - 2005.
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1.3. A NATUREZA DA DIACONIA.
Já a raiz da palavra diaconia significa: serviço, ofício, ministério, etc. Do grego diaconia
[o serviço que é exercido pelo [diácono = servo, especificamente
garçom. Agente, auxilia pessoa quepresta serviço de Deus, Cristo ou a outro cristão, em
caráter oficial ou semi-oficial. O termo técnico posterior ‘diácono (Isa)’ deriva desse uso
[diaconato]. “2Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é
razoável que nós abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas. 3Mas, irmãos, escolhei
dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais
encarregaremos deste serviço; 4e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao Ministério
da palavra.” (Atos 6:2-4).
1.4. A IMPORTÂCIA DA CRIATURA NO PROJETO DE DEUS
A compreensão de Wesley a respeito das Escrituras está próxima da dos pietistas. A
total confiança na verdade da Sagrada Escritura está a serviço da salvação o emprego da
Bíblia para conhecimentos científicos, por exemplo, não está no interesse dos teólogos
metodistas.Wesley e os primitivos metodistas estavam convencidos de não pregarem nada
além da simples verdade, tal como a atestavam a Sagrada Escritura e a Igreja Primitiva. Sendo
assim para os metodistas o livro de Gênesis com a sua narração a respeito da criação, é, a
verdade de Deus escrita em categorias humanas.
“No princípio, criou Deus”. A expressão “No princípio” é enfática, e chama a atenção
para o fato de um princípio real. Referem-se à história como algo que ocorre em ciclo
perpétuos. A Bíblia olha para a história de modo unidimensional, com um alvo final
determinado por Deus; Deus teve um plano na criação, o qual Ele levará a efeito.
20
Posteriormente depois de haver concluído a obra da criação, Deus colocou o casal
primitivo e comissionando-o a “cuidar” do jardim deleitoso e a ele confiou as coisas criadas,
isto é, entregou-lhe uma natureza, paradisíaca, prontinha, acabada, perfeita, dando-lhe o
direito de desfrutar dela, mas com a responsabilidade do cuidado, da preservação e da
perpetuação. “15E tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o
lavrar e guardar”. (Gn 2.15). Nesse tempo, Adão, o primeiro homem, era santo, livre do
pecado, e vivendo em perfeita comunhão com Deus. Era o primor da criação de Deus e foi-lhe
dada à responsabilidade de trabalhar sob as diretrizes de Deus, no cuidado da sua criação.
Quando Deus criou a terra, não a deixou sem gerência, mas criou, também, um mordomo
credenciado para administrá-la. Em sua obra Deus tem uma grande precisão da cooperação do
homem. Pode-se dizer que na obra de Deus não há ocasião quando o homem não participa. O
homem é chamado para operar juntamente com Deus; ele deve ter o homem, (A obra de Deus
mencionada aqui é clara, não inclui os seis dias do trabalho criador porque os seis dias da
criação foram obviamente feitos por Deus sozinho e nesse trabalho o homem não tomou
parte). Podemos notar claramente na Bíblia que Deus necessita do homem e de sua
cooperação a fim de realizar seu plano eterno. Nos seis dias da criação, o homem é o centro
da obra de Deus. Depois de criar o homem, Deus descansa; pois sem o homem não pode
descansar. Embora mais tarde o homem caia, o propósito de Deus para ele não é mudado.
Ainda deseja retê-lo. Todas as coisas pertencem a Deus. A vida, a terra, o mar, a água, os
campos, os vales e os montes são do Senhor. Ninguém pode se colocar no lugar de Deus.
Toda a riqueza lhe pertence e tudo o que temos vem d’Ele. Deus nunca entregou os títulos de
propriedade a Adão ou a outro qualquer representante da raça, mas conservou-os para si
mesmo, como Criador. Adão era simples mordomo.
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Ao examinamos de Gênesis ao Apocalipse veremos que Deus está sempre procurando,
sempre apreendendo, sempre guiando e utilizando o homem como canal para sua obra. Antes
de fazer a obra; primeiro consegue o homem.
“O mordomo, embora pertença ao seu senhor, com ele se identifica e com ele se
interage racional, emocional e espiritualmente. A mente do regenerado, filho de Deus, está
em sintonia com a de seu Pai, e ele o serve por impulso natural, por amor e como
responsável pelo ‘patrimônio’ que lhe foi confiado por criação e por mandamento. Assim
como Deus trabalha até agora (Jo 5.17), governado e mantendo a obra criada e servindo ao
homem, também a criatura, sua ‘imagem’, precisa trabalhar, não por obrigação ou coação,
mas por vocação original, exatamente como procede, o Criador. O homem, pois, foi criado
para ser filho-mordomo da casa do Pai: eis a sua finalidade última”.3
A Bíblia Sagrada revelam-nos que Deus usou, reis pagãos como Nabucodonosor, rei
babilônico (Jr 27:6-7) e Ciro, rei persa (Is 44:28), chamando-os de “servos” e continua
utilizando-se de todos os governantes, para justiça ou para juízo (Rm 13:1-7). Qualquer ser
humano, com vontade própria ou sem ela, pode estar a serviço do Rei supremo. Exemplos:
todas as descobertas e inventos, todos os avanços das ciências exatas, médicas e tecnológicas
são serviços mordômicos ao Criador do universo e Senhor da humanidade.
O que tem a aparência de um idílio é, no seu núcleo, nada mais que a declaração do
amor de Deus, do qual se originou o mundo como o ambiente da vida de suas criaturas. Mais
exatamente; o “faça-se” de Deus deve ser entendido como ato de amor, pelo qual Deus criou
para si parceiros e participantes de seu amor. O Criador e, com ele, Cristo “3Todas as coisas
foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”. “16Pois, nele, foram
criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam
3 FIGUEREDO, Onésio. Mordomia: A Arte de Administrar – Impressão e Acabamento: Associação ReligiosaImprensa da Fé – SP – SOCEP - 2002
22
soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele”. (Jo
1.3; Cl 1.16). E o Espírito de Deus “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas
sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”. (Gn 1.2). Isto é, o
Deus triuno – cria um mundo que ele quer inserido no movimento de seu amor divino. O
mundo não é Deus, mas é de Deus, e Deus está em seu mundo. De fato, tudo o que existe
pertence ao Deus único, o qual – no modo de dizer do Antigo Testamento – “criou os céus e a
terra”, a saber, todo universo. “A terra é do Senhor e tudo o que há nela, o mundo e os que
nele habitam” (Sl 24.1). Os seres humanos possuem uma dignidade própria, como criação de
Deus.
Já articulamos que há um desígnio de Deus para cada ser humano neste mundo, esse
propósito é uma expressão da soberana vontade de Deus. Paulo declara que devemos procurar
“compreender qual seja à vontade do Senhor” (Cl 1:9). Se há um projeto para cada vida
remida por Cristo sabemos que esse projeto está subentendido na vontade de Deus. a
mordomia cristã requer do cristão propósito, confiança e obediência na execução da vontade
de Deus para sua vida. Precisamos reconhecer o governo de Deus manifesto pela sua vontade.
1.5. JESUS CRISTO EXEMPLO DE MORDOMIA E DIACONIA
Wesley uniu-se a visão apostólica e a Igreja Primitiva na afirmação de que “Deus estava
em Cristo reconciliando consigo o mundo” (II Co 5:19). Destarte, juntamente com os cristãos
primitivos, nos colocamos diante de Jesus, o Filho do homem e o filho de Deus. Para alguns
teólogos liberais, não é muito importante à vida terrena de Jesus, o que importa para teologia
liberal é o Jesus da fé, mas nós metodistas, entendemos que o maior acontecimento da
23
narrativa bíblica foi o advento de Jesus Cristo ao mundo. O sublime acontecimento histórico
teve início numa estrebaria, prosseguiu numa cruz e culminou num sepulcro vazio. À vida
terrena de Jesus era tão cativante que as crianças o amavam; era tão meigo que as mulheres
recebiam seu conforto; era tão firme que as pessoas rudes tomavam conhecimento dele; era
tão cheio de compaixão que as multidões o apertavam; tinha tamanha coragem que os
entrincheirados poderes do mal tremiam diante dele; possuía tanta pureza que os pecadores
viam nela a figura de Deus; era tão fiel que subiu o triste e solitário caminho que conduzia à
cruz; mas foi tão triunfante que hoje, século XXI, sua vida na terra, sua cruz ainda está de pé
como o emblema soberano sobre tudo.
Jesus, como Filho de Deus, se fez filho do homem, para cumprir a sua missão, como
verdadeiro mordomo de Deus, cuidando, ensinando, servindo e amando a sua criação. Quem
eram essas pessoas que Jesus amava? Será que havia algum interesse financeiro atrás deste
amor? A nossa resposta é: as pessoas que Jesus amavam eram os pobres, doentes e
escravizados pela tirania das convenções e costumes. Mas Jesus os amava assim mesmo. Ele
sofria com a angustia de sua fome, as privações da sua pobreza e a dor das suas enfermidades.
Sim, Jesus tinha compaixão pela multidão. Nós metodistas percebemos que Jesus considerava
todas as pessoas. Não importava se eram ricas ou pobres, fortes ou fracas, homens ou
mulheres, judeus ou gregos; Jesus as colocava no mesmo nível diante de Deus. Portanto, ele
atacava veemente a praga crônica da raça humana, que tem levado os orgulhosos de todos os
tempos a desprezarem seus semelhantes. Jesus dá uma lição de serviçal aos discípulos quando
afirma: “28 tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida em resgate por muitos”. (Mt 20:28). Este servir aqui mencionado por Jesus no
original apresenta-o como serviçal aquele que vai servir, a humanidade e a Deus. Os
discípulos são convidados pelo Mestre para fazer o mesmo, abraçando a sua causa em favor
24
dos marginalizados pela sociedade, amando-os, proclamando o Evangelho do Reino de Deus
que traz, alegria, gozo e paz no Espírito Santo. Este é o ensinamento maior de Jesus aos seus
discípulos, obedecendo à vontade do Pai, como bem observou Paulo na carta aos Filipenses
“7Antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhança de
homens; e, reconhecido em figura humana, 8a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente
até a morte e morte de cruz”. (Fil 2:7-8). Aqui a palavra servo empregada é a palavra grega
“” que quer dizer “escravo”, aquele que não tem vontade própria, mas, faz tudo o que
manda o seu Senhor. Os gnósticos nos primeiros séculos da Igreja achavam, que Jesus só
fingia desconhecer a sua onisciência, ou seja, Ele fingia estar faminto e cansado porque, como
uma espécie de super-homem, ele estava acima das necessidades da existência diária. Porém a
Encarnação significa que o Filho de Deus possui uma só Pessoa, que existe em duas
naturezas, e que nada falta à sua natureza humana, exceto o pecado. A sua luta contra a
tentação de receber das mãos do seu adversário (Satanás) todos os reinos do mundo, alguém
poderia dizer assim: Jesus cumpriria sua missão com mais facilidade com todas as riquezas do
mundo como lhe foi ofertado, outra vez Jesus ensina aos seus discípulos “19Não acumuleis
para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões
escavam e roubam; 20mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem
corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; 21porque, onde está o teu tesouro, aí estará
também o teu coração”. (Mt 6:19-21). Jesus não podia pecar, mas podia ser tentado, teria que
vencer a tentação para que João Batista pode-se anunciar aos seus discípulos: “29... Eis o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29).
Jesus na sua caminhada terrena deu exemplo aos seus discípulos de um verdadeiro
diácono, quando nos mínimos detalhes, esteve atento a necessidade do homem. No casamento
em Canã da Galiléia, percebeu a vergonha que a família passaria com a falta do vinho, sem
25
muito alarido abasteceu com o bom vinho, realizando assim seu primeiro milagre (João 2: 1-
11). Vendo a fome da multidão que o seguia, multiplicou os pães e peixes para os alimentar,
sem dispensar ajuda do garoto que colocou a disposição do Senhor a mordomia do seu
sustento, com os pescadores após uma noite de trabalho frustrado Jesus os anima a lança as
redes para pescar. (Lucas 5:1-11). Tantas outras de homens, mulheres e crianças; ricos ou
pobres a todas Jesus os atendeu. O zelo de Jesus pela casa de Deus também é um belo
exemplo para o diácono em cuidar da casa de Deus (Mt 21:12-13). A humilde atitude de Jesus
depois de haver distribuída à ceia entre os seus discípulos, em contraste com Judas que se
serve a si mesmo e Jesus, que se dá a si mesmo. Em lava os pés dos seus discípulos, Jesus
ensina e demonstra que condição superior e privilegio não são razões para arrogância, porém,
são altas credenciais para o serviço.
1.6. MORDOMIA CRISTÃ E DIACONIA TRAZEM UNIDADE NA IGREJA
DE CRISTO
A Igreja Primitiva, seu início e base são imutáveis, não nas decisões de homens, mas na
obra de Deus para a salvação do mundo, fato que se deu em Cristo, uma vez e para sempre. A
comunhão de homens que pertence a Deus, não consiste mais, exclusivamente, ao povo de
Israel. Um novo povo, procedente de todo mundo, foi acrescentando ao povo de Deus, como
os profetas prenunciaram e os testemunhos neotestamentários a viram nascer. O Cristo
arrebatado aos céus uniu numa nova comunhão, de caráter especial, homens de diferentes
culturas, raças e nações. Por isso é correto dizer: “A Igreja é o corpo de Cristo, a comunidade
que continua na história a mensagem de salvação e que incorporam neste novo organismo
todos os que se deixam salvar”. Paulo aos Efésios define a Igreja da seguinte maneira: “4Um
26
só corpo, um só espírito, tal como fostes chamados a uma só esperança de vossa vocação; 5um
só Senhor, uma só fé, um só Batismo, 6um só Deus e Pai que é sobre todos, por todos e em
todos” (Ef 4:4-6). Este é o perfil da Igreja de Cristo, com responsabilidade de dar
continuidade à obra que Ele começou para este fim, o Senhor os capacita, através do seu
Espírito com dons espirituais para melhor desenvolvimento da missão de Deus confiadas a
Igreja. Os apóstolos tinham na consciência, que, ao receber o Espírito Santo, eles estariam
aptos, para realização da missão, a eles confiadas, o livro de Atos dos Apóstolos aponta
claramente para que fim o Espírito é dado. O livro abre com o testemunho do próprio Senhor
Jesus dizendo: “8E recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas
testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”.
(Atos 1:8). A ação do Espírito Santo foi fundamental em todo o processo, consciência,
despertamento, desafios, estruturação, preparação e expressão dos Dons espirituais e
Ministérios que cada um crente recebeu. Essa ação respondeu à realidade e necessidades
específicas da Igreja que atenta, aos clamores, desafios e a realidade em que viviam. No
capítulo seis de Atos dos Apóstolos, com o crescimento da Igreja se observa à necessidade da
valorização da classe laica para melhor desenvolvimento da obra do Senhor os Apóstolos
conclama a Igreja escolherem homens que estejam em condições morais e espirituais a
exercerem os cargos de diáconos.
“Nos metodistas acreditamos que todos os cristãos, graças ao batismo e à
experiência cristã, são chamados por Deus para servi-lo no mundo em que estão.
Acreditamos no sacerdócio de todos os crentes. Todas as pessoas têm acesso direto a
Deus. A esmagadora maioria dos cristãos é formada por pessoas leigas – homens e
mulheres, crianças e jovens. Na verdade, são todos ministros ou servos de Deus. Assim foi
nos dias primitivos do cristianismo... As histórias que Jesus contou eram, na maior parte,
sobre pessoas leigas. O bom samaritano, a viúva, o pastor à procura da ovelha perdida, o
pai e o filho pródigo, o semeador, o mordomo fiel, o homem que procurava a pérola de
27
maior valor, o construtor, os donos e os trabalhadores da vinha, o jovem rico, a mulher e a
moeda perdida, o rico e Lázaro, o juiz, o publico – todas essas eram pessoas leigas4”.
Os preceitos da soberania de Deus e da doutrina conseqüente da mordomia do homem
ocupam lugar saliente nos ensinos de Jesus. Nosso Mestre compreendia o valor que estas
verdades têm na sua vida cristã e sua influência sobre o nosso caráter.
Entretanto, Jesus não só ilustra a verdade da mordomia em seus ensinos, como também
a ilustra de modo muito claro e sobremodo inspirador na sua própria vida. Ele se reconhecia
mordomo de Deus, encarregado da tarefa suprema de alcançar a reconciliação da raça
humana. Sua vida toda a viveu, orientada por esse propósito. Seu desejo constante era fazer a
vontade daquele cujo serviço se encontrava na terra.
Como mordomos de Deus não estamos palmilhando uma estrada virgem. Ela já foi
pisada por alguém que é o supremo exemplo do fiel despenseiro de uma mordomia. Ele nos
deixou o exemplo, para que sigamos suas pegadas. Inspirados no seu magnífico exemplo
caminhem a passos firmes, como mordomos que não têm o de que se envergonhar, que
procuram desempenhar com fidelidade a tarefa que lhes foi entregue. No serviço litúrgico, ele
tem os seus diáconos, que o servem dia e noite com o culto da vida no testemunho, na palavra,
na devoção pessoal diária e ininterrupta, na participação dos sacramentos e envolvimento
neles, na oração, na contrição e na adoração comunitária.
4 STOKES, Mack B. “As Crenças Fundamentais dos Metodistas” p. 148 – Coleções Metodismo – São Paulo,1992. Impressão: Bartira Gráfica e Editora s/a.
28
2°
BREVE PANORAMA SOBRE DIACONIA E MORDOMIA
CRISTÃ NAS IGREJAS DOS PRIMEIROS SÉCULOS.
No Novo Testamento é claro o uso do verbo “diakonein”, que simplesmente
caracteriza a palavra em português “servir”, sobretudo na mesa. Originalmente é um vocábulo
sem conotações religiosas, que indica trabalho de escravos. Também encontramos no Novo
Testamento que “diakonia” chegou a ser uma expressão acionadora para distinguir a
participação de toda comunidade cristã do primeiro século no serviço do Senhor na vida da
Igreja. Assim o apóstolo Paulo fala do seu ministério como “diakonia”. A razão desta
proeminência dada a este termo aparentemente diminuto atar-se no fato de Jesus se apresenta
como Diácono: “45Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir
(diakonein) e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10:45). Para a Igreja primitiva
era um novo desafio a ser colocado em prática, ser serva como o seu Mestre. Numa sociedade
que gerava miséria e de todos os tipos de marginalização, principalmente dos povos
29
estrangeiros, a Igreja não podia confinar somente nos discursos. Nesta definição, diaconia é
denuncia e manifestação de uma concepção mais humana e cristã de se relacionar com o
outro, com o diferente, com a natureza e a sociedade. Ela tem a sua identidade e motivação na
fé cristã, pois Jesus Cristo, o Diácono de Deus, enviado ao mundo é o conteúdo mais
profundo desta formação de idéia. Observamos que os discípulos surgem das andanças de
Jesus por toda a Galiléia e dentre o povo que o seguia – povo marginalizado e judiado pelas
circunstâncias da época. Povo que vivia sem esperança, mas na expectativa de que o Messias
viesse para libertá-lo. Os discípulos que aceitam as implicações do compromisso com o reino
de Deus anunciado por Jesus responderam aos desafios sociais, econômicos e políticos da
época, pois eram pessoas oriundas da mesma situação que a maioria do povo. Uma
característica forte e marcante da solidariedade presente em Jerusalém está evidente na frase:
“34Pois nenhum necessitado havia entre eles porquanto os que possuíam terras e casas,
vendendo-as, traziam os valores correspondentes”. (Atos 4:34). Pela falta de pessoas para
servir às mesas aquilo que mais atraia os admiradores da nova forma de ser religião estava
perdendo o seu sentido de ser que era o amor vivido por todos demonstrado na unidade do
corpo de Cristo pela Igreja, pois “32aDa multidão dos que creram era um o coração e a alma”.
(Atos 4:32a). No capítulo 6 de Atos dos Apóstolos, foi necessária a criação imediata deste
ministério diaconal, dado à discriminação e as injustiças que vinham sofrendo as viúvas
helenistas que estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimentos.
As características até aqui citadas da Igreja de Jerusalém levam a um objetivo comum
para os cristãos daquela época: o testemunho. Tudo o que a comunidade realizava – seus
cultos, suas reuniões de oração, os momentos de louvor, o partir do pão, etc – tornou-se uma
evidência da presença de Deus e da sua Graça na vida daqueles cristãos. O resultado foi o
crescimento, pois muitos aderiram ao movimento cristão e batizaram-se em nome de Jesus
Cristo.
30
2.1. É servindo ao Senhor que se cumpri a missão.
O projeto de solidariedade desta Igreja levou ao cumprimento da missão naqueles dias.
Fica para nós o desafio para que nossos projetos pessoais e os projetos das nossas Igrejas
locais venham a construir de maneira definitiva com a obra missionária da Igreja.
Como uma grande família, podemos colocar, à disposição de Deus o que temos e o
que somos para, somado ao que as outras famílias também oferecerem, haver o suficiente para
que a Igreja tenha recursos.
Na tradição Metodista é comum falar do sacerdócio universal de todos os crentes,
estabelecer que o batismo credencia todos os cristãos a serem mediadores como mordomos do
Criador atendendo a necessidade da criação. Todos somos colaboradores dele neste mundo
para realizar o seu projeto de salvação e libertação, de justiça e paz. Este serviço se concretiza
em todos os setores da nossa vida: na família, na vizinhança, no trabalho, na participação em
movimentos sociais e políticos, no nosso jeito de lidar com pessoas, na maneira como
exercemos a mordomia dos nossos bens. Mas este servir está sempre enraizado na identidade
diaconal de todo batizado. A fé cristã motiva e mobiliza para agir no mundo.
2.2. A Igreja institucionalizada.
Notamos nas cartas paulinas no meio das comunidades cristãs o desenvolvimento
sofridos no modo do governo de se ampliar a partir das famílias que se reuniam em casas
particulares. Acentua-se que os dons recebidos eram diferentes, mas todos tinham a mesma
serventia e com eles cada um servia ao outro, como os membros num corpo. O caráter da
liderança era de espontaneidade e igualdade.
31
Já as cartas que foram escritas mais tarde, como as cartas a Timóteo e a Tito, falam de
um episcopado, de um bispo (episkopos = bispo = supervisor), de diáconos e presbíteros, bem
como do trabalho de evangelista. Inclusive no contexto da exortação aos diáconos também às
mulheres são mencionadas com similar responsabilidade. (I Timóteo 3:11). As viúvas não são
esquecidas são feitas referências a elas: “10seja recomendada pelo testemunho de boas obras,
tenha criado filhos, exercitado hospitalidade, lavado os pés aos santos, socorrido a
atribulados, se viveu na prática zelosa de toda boa obra”. (I Timóteo 5:10).
Assim sendo tornar-se acessível no nosso julgamento que existiu uma evolução para
um outro estilo de autoridade, em que já se conhecem títulos e cargos especiais. Um dos
pretextos da estruturação das comunidades foi o alongamento da volta de Cristo. Mas ao
mesmo tempo a perseguição aos cristãos e a ameaça das heresias fizeram com que se
desenvolvesse um governo cada vez mais intransigente e autoritário. Sabe-se que em Roma os
bispos eram eleitos entre os presbíteros, até que um deles assumiu a cátedra principal deste
ministério. Assim formou-se, no século II, o bispado monarquista, sistema em que um dos
bispos concentrava toda a faculdade decisória da Igreja. Este formato veio desfigurar dos
outros ministérios, bem como da comunidade dos crentes em geral. As bem-aventuranças dos
pobres, dos presos e dos enfermos, e em geral de todos os marginalizados da sociedade,
constituem uma exigência que, quando interpretada em toda a sua rigidez, é incompatível com
qualquer vida social realisticamente institucionalizada. Se acrescentarmos a isso o amor aos
inimigos – oferecer a outra face – e o preceito de comportarem-se economicamente como as
aves do céu, que não se preocupam e às quais seu Pai celestial, de todos os modos, garante o
alimento, temos então a imagem de uma espécie de anarquia humanista, sumamente atraente,
mas situada além de qualquer possibilidade de ser vivida socialmente.
“No ano 251, Cipriano convocou o Concílio de Cartago e leu Unidade da Igreja, seu
trabalho principal, que teve profunda influencia sobre a história da igreja. A igreja,
32
conforme argumentou, é uma instituição divina – a noiva de Cristo – e somente pode
haver uma noiva. Somente na igreja as pessoas poderiam alcançar a salvação; fora dela, há
somente escuridão e confusão. Fora da igreja, os sacramentos e os pastores – e até mesmo
a Bíblia – não tinham importância. O individuo não poderia viver a vida cristã em contato
direto com Deus; ele precisava da igreja. Uma vez que Cristo estabelecera a igreja sob
autoridade de Pedro, a Pedra. Cipriano disse que todos os bispos eram, em certo sentido,
sucessores de Pedro e, portanto, deveriam ser obedecidos”.5
É por esse motivo que, não obstante o cristianismo se possa gerar em análoga
mensagem de Jesus, tal mensagem não pode ser criadora de uma Igreja. Tem que acontecer
todo um procedimento de institucionalização e também de relativização para que uma
instituição Igreja possa surgir.
Essa institucionalização solicita estima dessemelhante do carisma de Jesus, na medida
em que se modifica esse carisma de maneira tal que a instituição Igreja possa continuar
professando-o. Isso não deve ser interpretado como uma traição, mas como resultado da
necessidade de subsistência de uma pregação desse mesmo carisma. Nem com isso, contudo,
deixa de estar presente. Sem a institucionalização o próprio carisma não poderia ter
sobrevivido.
Duas ameaças espreitam nas sombras da liderança. Uma delas é a relutância por parte
do líder de torna-se quase desconhecidos, esquecidos e ignorados no cumprimento do
objetivo. O segundo é a negligência dos líderes naturalmente fortes que se esquecem de
reconhecer outros que na verdade merecem grande parte do crédito. Todo aquele que almeja
fama e reconhecimento, provavelmente falhará como líder e seus esforços não serão
recompensados na eternidade. Vamos lembrar do que ensinou Jesus: “1Guardai-vos de exercer
5 CURTIS, Kenneth. “Os 100 Acontecimentos mais Importantes da História do Cristianismo: do incêndio deRoma ao Crescimento da Igreja na China”. 4ª Edição – São Paulo, SP. Editora Vida, 2002.
33
a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; de outra sorte não
tereis galardão junto de vosso Pai celeste”. (Mt 6:1).
Em palavras ainda mais incisivas, Jesus declarou: “Sabeis que os governadores dos
povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós;
pelo contrario, quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o filho do
Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos”.(Mt 20:25-28).
“Jesus dedicava-se metodicamente a treinar os seus discípulos para que eles
pudessem continuar o trabalho que Ele havia começado – chamar as pessoas para tomar
parte do Reino de Deus. Ele formou lideres de um grupo heterogêneo de pescadores e
coletores de impostos, e o mundo nunca mais foi o mesmo. Nós somos lideres para liderar
outros para Jesus. Não temos um maior objetivo na vida, a não ser o de fazer discípulos”6.
Isso parece estranho aos olhos do século XXI, mas Deus está pronto a abençoar certos
líderes que de fato não se importam com quem recebe a glória. Tais líderes são bastante raros,
mas é agradável deparar-nos com algumas pessoas destacadas na vida que não precisam ser
superestrelas – elas permanecem voluntariamente servos desconhecidos e autênticos. Ser
diácono e atender a mordomia cristã hoje, implica uma opção em favor do sujeito humano
concreto e uma relativização dos valores burgueses, especialmente o daquela concepção da
liberdade que a vincula aos mercados e à propriedade privada. Mais do que nunca, trata-se da
afirmação da vida humana diante da morte e diante do niilismo, que se apresenta como
defensor de valores absolutos. Trata-se de insistir que qualquer sistema institucional deve
existir e desenvolver-se em função das necessidades humanas. Porque o homem não existe
para o sábado, mas o sábado – e com ele, toda e qualquer lei humana e todos os valores – para
os homens. Não existem valores absolutos; o único absoluto é o sujeito humano concreto, e é
6 BREEN, Mike e KALLESTAD, Walt. “Uma Vida Apaixonante”, cap. 14. Subtítulo: “De Aprendiz àLideres”, p.17 – Casa Publicadora das Assembléias de Deus, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. – 1ª Edição. – 2005.
34
Deus quem concedeu ao homem concreto este seu caráter de ser o verdadeiro absoluto da
história e da sociedade. Atender as necessidades humanas é zelar pelo patrimônio que Deus
colocou nas mãos dos seus administradores dos bens criados por Ele mesmo. Portanto, cuidar
do ser humano é a missão principal da Igreja de Cristo.
O coração de um discípulo encontrar-se em passar toda parte de seu tempo com o
próprio Mestre. Caminhar, trabalhar e comer com Jesus não é qualquer coisa pertinente a
regras e regulamentos. Não é algo relacionado a se você vai a igreja ou não ou quantas vezes
por mês você vai à igreja, ou se você já leu a Bíblia toda ou não, ou quantos versículos você lê
em sua todos os dias, ou se você dá o dizimo ou não, ou ainda quanto da sua renda você dá à
igreja. Naturalmente, Deus quer que pratiquemos todas estas coisas, porém por razões
diferentes daquelas que os fariseus tinham. Ele quer os nossos corações. Seguir a Jesus não é
uma ocupação de meio-período; isto requer um comprometimento total; requer remar contra a
maré do que é popular Jesus não se deixa enganar – Ele quer tudo o que você tem. Quando
nos encontramos remando contra a maré, é difícil, entretanto é importante qual o caminho nos
levará para cima. Mas Jesus conhece o caminho; Jesus é a nossa bússola infalível.
“Os pastores sabem o quanto o leigo colaboram para o bem da Igreja. Sabem que
devem reconhecer seus serviços e carismas e fazer da Igreja uma Igreja toda ministerial,
de co-responsabilidade diferenciada, de responsabilidade compartilhada por todos, uma
Igreja toda em serviço, de comunhão, participação e missão, de cooperação mútua na obra
comum. Mas como vivemos em uma cultura muito estratificada, os leigos são diminuídos
em sua dignidade e o discurso da Igreja sobre esta questão acaba não correspondendo à
realidade, o que gera desafios e dificuldades como, por exemplo, repensar a missão de
todos os cristãos em uma co-responsabilidade comum, avaliar as conseqüências para as
estruturas eclesiásticas numa diversificação dos ministérios, valorizar mais os sujeitos da
missão, apoiar a missão dos leigos na Igreja, possibilitar a eles o exercício da missão ad
gentes com adequada autonomia e co-responsabilidade e descobrir os passos mais viáveis
35
para que tenham espaço de participação na”. Igreja e aumentem seu compromisso como
protagonista da missão”.7
2.3. - 24 de Maio de 1738, dia do coração aquecido.
Sempre haverá homens a disposição de Deus dispostos a cumprir a sua missão de
servos do Senhor a serviço do Reino de Deus. Mais uma vez é acessa a chama do Espírito
Santo na vida de um dos servos de Deus, para capacitá-lo espiritualmente já que a sua
capacidade intelectual e de liderança era bem exercida com excelente produtividade para O
Reino de Deus. Como líder do “Clube Santo” e apelidados por seus detratores de
“Metodistas”, Wesley sentia que lhe faltava algo, pois sentia que nem mesmo os seus
exercícios vocacionais podiam trazer paz ao seu coração. Ao perceber a confiança dos
morávianos ao enfrentar uma tempestade na viagem para Geórgia em 1735, atravessando o
oceano Atlântico, Wesley temeu por sua vida, enquanto os morávios cantavam hinos
alegremente. No dia 24 de Maio de 1738, na famosa Rua Aldersgate Street, em Londres,
Wesley, compareceu a uma reunião dos morávianos e enquanto ouvia a leitura do comentário
de Lutero sobre o livro de Romanos, sentiu seu coração estranhamente aquecido. Sentiu que
confiava em Cristo, somente em Cristo, para a salvação.
John wesley e seu irmão Charles, que se convertera três dias antes, se apossaram dessa
mensagem da graça e a pregaram em todos os lugares em que puderam. Outro membro do
Clube Santo, George Whitefield, recebeu a Cristo quase na mesma época. Juntos, eles
levariam a América e a Inglaterra a um avivamento.
Quando as igrejas anglicanas, hostis, fecharam as portas para essa mensagem, os
rapazes começaram a falar onde podiam em praças públicas ou em campo aberto. De maneira
7 VANZELLA, José Adalberto – “Protagonismo do Leigo na Igreja” . – São Paulo – Editora Paulinas/ 2005
36
diferente da Igreja Anglicana – que se importava mais com a aristocracia -, seus ouvintes
eram os pobres da Inglaterra, os que clamavam por esperança. As multidões os cercavam
quando pregavam.
É curioso ressaltar que Wesley jamais se menciona à experiência no dia do coração
aquecido como origem do metodismo. Para Wesley, o metodismo principia com aqueles
períodos históricos que marcam o advento desses grupos e do modo estreitamente
comunitário de se viver à fé: Wesley relatara que o metodismo dará início com esse grupo que
compunha o “Clube Santo”, em 1729. A experiência que verdadeiramente dá preponderância
ao metodismo foi uma experiência que implica a dimensão pessoal, evidentemente, mas em
seu sentido comunitário, que envolve companheiros e amigos. Destacar o dia 24 de maio,
constituir exacerbar um aspecto particular que o próprio Wesley não enfatiza. Para Wesley é
imprescindível congregar os amigos, os companheiros que se dispõem a fazer o caminho. A
Bíblia não sabe nada de uma religião solitária. Aqui temos uma indicação preciosa para o
verdadeiro sentido da “religião social” ou da “santidade social” de Wesley. O “caminho da
salvação” ou o “caminho para o céu” de Wesley é um caminho social.
O dia 24 de maio tem servido como alusão para os metodistas, em geral, por
evidenciar que a conexão entre religiosidade individual e desenvolvimento de ações concretas
na sociedade é entendida como a proposta de Deus para sua Igreja.
2.4. A teologia social de Wesley.
Intimamente comprometido com os fundamentos da fé Cristã, John Wesley consagrou
todos os dias de sua vida aos estudos da Bíblia, relacionando-os a sua própria experiência com
Cristo. Por isso sua teologia é uma experiência de Deus, antes de um "entendimento" deste.
Para ele o amor e a misericórdia são inseparáveis do viver santo.
37
"O evangelho de Cristo não conhece religião, que não seja religião social; Não
conhece santidade, que não seja santidade social”. (John Wesley)
John Wesley tentou sempre vivenciar na prática a que dizia. Esse compromisso o
levou a renunciar aos poucos trocados que tinha para se aquecer no inverno, visando pagar
uma professora que educava crianças de rua.
A história do movimento Metodista demonstra em todo o seu desenrolar que um dos
principais fatores de influencia da dinâmica do seu processo de crescimento até mesmo depois
de Igreja constituída sempre foi a sua identificação com as necessidades da humanidade.
Sendo assim, ela Igreja Metodista procurou sempre se adaptar as conjunturas de cada
momento do seu desenvolvimento, formando critérios de trabalho objetivamente
administrando ao acolhimento das básicas necessidades que se distingui a vida do homem em
sociedade. No entanto mais do que tão-somente adaptar-se, ela trouxe respostas adequadas e
eficazes aos questionamentos, que somente ela pode dar.
“Vivendo junto ao povo pobre, João Wesley descobre que a miséria não é obra do
acaso e nem motivada por Deus, mas conseqüência do egoísmo e ganância dos ricos.
Passa a mover campanhas contra toda a impiedade e injustiça, pois, para ele, salvar almas
não é um meio de escapar dos conflitos concretos da vida cotidiana, ou seja, levar a pessoa
para dentro da Igreja (comunidade, grupo religioso, templo) e esquecer o mundo em volta.
Ao contrário, devemos clamar a Deus pelo nosso mundo, ser luz, sal e fermento divinos de
justiça e amor nele. ‘A luta contra todo o tipo de injustiça constitui um dos meios mais
nobres de se confessar a Cristo’, é uma frase de João Wesley que encontramos no ‘Sermão
de Wesley’, vol. II. P. 525, publicado pela imprensa Metodista. O grande evangelista está
interessado, como Jesus, no ser humano em toda sua inteireza – corpo e alma – sem
dividir o que, pela vontade de Deus, se fez só um ser, uma só vida. O senhorio de Deus é
38
para toda a vida total do ser humano”: Alma e corpo, razão e emoção, vida pessoal e vida
comunitária, vida religiosa e vida secular (escola, trabalho, clube, transporte), etc”.8
A sociedade inglesa quando no nascimento do movimento metodista era de extrema
desigualdade social e violência. Famílias inteiras - com inclusão das crianças e mulheres –
labutavam nas indústrias por mais de dezesseis horas com remuneração irrisória, péssimas
condições de higiene, habitação e saúde.
Uma crescente centralização de famílias desocupadas – sem ingresso aos círculos de
produção e de consumo ao lado do fortalecimento e enriquecimento das minorias
latifundiárias, negociante e industriais – marcava a sociedade inglesa de profundas aberrações
e desordem que se expressavam: nos saques de comidas, na grande profusão de movimentos
de defesa de direitos trabalhistas, no surgimento organizado de movimentos de mulheres
(defesa de direitos educacionais e trabalhistas, contra o alcoolismo, contra violência
doméstica), e no fortalecimento dos movimentos contra a escravidão. Todos estes
movimentos vão ter conseqüências profundas na organização política e sindical na Inglaterra
do século XIX e até os dias de hoje.
O uso de pregadores carismáticos, que pregavam às populações no dialeto que
falavam, deu um sentido de inclusão social. O metodismo se fez uma expressão de fé popular;
as reuniões eram realizadas nas casas e nos celeiros; o caráter doméstico permitia uma
simbiose da espiritualidade e racionalidade metodista com as expressões da cultura popular
pré-existente. O metodismo traduzia o senso comum num idioma religioso agindo como uma
ponte entre velho e novo, antigo e moderno.
O metodismo oferecia um senso da comunidade, organizando as pessoas em classe
para estudo da Bíblia, planejamento de atividades comuns de evangelização ou mutirões de
8 LOCKMANN, Paulo Tarso de Oliveira. (Bispo), CONSTANTINO, Zélia. “Seguir a Cristo: Manual doDiscipulado”. – Igreja Metodista 1ª Região Eclesiástica, 2005. – Rio de Janeiro, RJ. 4ª edição.
39
coleta de fundos para o movimento. Trabalhadores que migravam pelo país e que possuíssem
uma carta de apresentação como metodista eram bem recebidos e inseridos numa outra
comunidade e classe local.
Segundo Theodore Runyon, em seu livro: “A nova criação – a teologia de Wesley
hoje”. Quando ele conheceu a Igreja Metodista, ainda adolescente, tomou conhecimento da
história do movimento metodista e afirmava ele que não conseguia ver os primeiros
metodistas dentro de catedrais, mas sim nas ruas, próximos da realidade dos demais cidadãos
ingleses, especialmente os mais pobres, principalmente John Wesley, pregando ao ar livre não
se importando com a hora ou lugar, nas minas de carvão ou às multidões em lugares públicos.
Ainda comenta Runyon é impossível não pensar em Wesley e nos primeiros metodistas sem
vinculá-los às questões sociais, de maneira especial àquelas que implicavam na exclusão de
milhares de vidas.
“Desde cedo, os participantes do movimento metodista conheceram a dura
realidade das ruas, especialmente das principais cidades da Inglaterra, marcada por greves
problemas sociais advindos, principalmente, do período inicial da revolução industrial.
Wesley, especialmente por meio de suas inúmeras viagens e visitas regulares aos pobres,
percebeu as condições sub-humanas em que as maiorias do povo inglês estavam
submetidas. Nas palavras de hoje, poderíamos afirmar que estavam vivendo ‘abaixo da
linha da pobreza’. Esta relação de proximidade com camadas mais empobrecidas da
população foi fator determinante para fazer da preocupação social uma das marcas
distintivas do pensamento de Wesley e, conseqüentemente, do metodismo inicial”9.
A expressão muito conhecida no meio metodista “O mundo é a minha paróquia”,
Wesley dirigia estas palavras em resposta ao bispo de Bristol (anglicano), que lhe havia
proibido de pregar em uma Igreja anglicana de sua jurisdição. Já que como “Fellow” da
9 Caminhando: Revista da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista. Ano VIII, nº 12 - 2º Semestre de 2003.
São Bernardo do Campo, SP: Editeo / Umesp, 1982.
40
Universidade de Oxford, tinha a lei canônica do seu lado, em ter a liberdade para pregar em
qualquer jurisdição episcopal. Wesley, porém, foi mais longe e sustentou que, onde quer, que
um ser humano dele necessitasse e em qualquer lugar aonde o Senhor o chamasse para
anunciar o Evangelho, lá ele estaria: “O mundo é a minha paróquia”. O critério residia na
necessidade humana, na liberdade do espírito e na natureza do Evangelho. A história da
origem do metodismo enche de orgulho qualquer cristão dos dias de hoje, servos de Deus que
não mediram esforços e serviram ao Senhor com seus bens e serviços. Os primitivos
metodistas deixa como legado para nós hoje aqui no Brasil, um espírito de perseverança e
amor no desempenho da nossa “Mordomia e Diaconia”. No uso dos nossos dons e ministério
possamos desenvolvê-lo para glória de Deus é continuamos contando a nossa história.
41
3°
Mordomia & Diaconia X Dons & Ministério.
Assim como a mordomia é o privilégio e responsabilidade da administração de todos
os bens confiados aos homens pelo Criador e a diaconia é uma das funções exercida na Igreja
no cumprimento desta missão. A diaconia não está sozinha, mas em parceria com muitos
outros agentes de transformação. A ação diaconal sempre tem um valor como sinal. Sinaliza a
fé, o amor e a esperança cristã. Por meio dos sinais, ainda que sejam pequenos,
aparentemente, o Reino de Deus é anunciado. Os dons são concedidos pelo Espírito Santo aos
servos de Deus, capacitando-os a exercerem os ministérios a eles confiados. E tendo em
mente está visão, a Igreja Metodista, em conformidade com as suas raízes wesleyana, desde
sua chegada ao continente latino-americano, tem procurado, preservar a sua doutrinas e
teologia recebidas dos primórdios metodistas. A afinidade de Wesley e o movimento
metodista com a vida social e política da Inglaterra tem consistido em objeto de estonteante
discussão. O que não se poderia argüir, entretanto, é o evidente comprometimento de Wesley
pelos problemas sociais da sua época, tanto a partir das condições deploráveis que suas
constantes viagens lhe dão dilatada oportunidade de informar e que delineia com realismo e
paixão, como em relação aos ideais morais que considera subentendido em suas convicções
religiosas. Não é de estranhar que, numa concepção corajosamente ativa da fé como a que
caracteriza Wesley, a preocupação pela condição das pessoas o tenha impulsionado a criar
formas concretas de ação social. É nesta dinâmica que o metodismo vem ultrapassando
42
fronteiras, cruzando oceanos, rompendo preconceitos de raças, nível social e cultural. Parece
que a preocupação de Wesley; tem sido a preocupação dos metodistas ao longo dos anos, de
que um dia “o movimento metodista exista somente como uma seita morta, tendo a forma de
religião sem o poder”. (Linha de Esplendor Sem Fim, p 103, 1ª Edição).
3.1. Trabalho Metodista na América Latina.
Embora o Movimento Metodista se tenha originado na Inglaterra, a trajetória
histórica do metodismo na América Latina não é explicável sem a mediação da Igreja
Metodista nos Estados Unidos. É necessário reconhecer que o desenvolvimento do metodismo
na América do Norte trouxe inovações (tanto em nível da prática como no campo institucional
ou do pensamento) que não encaixavam no marco da existência do fundador do movimento. É
por isso que o fato de colocar-se a questão da herança metodista na América Latina exige
tomar muito em conta as formas institucionais, o pensamento, os conflitos e as manifestações
vitais do metodismo nos Estados Unidos.
“Não há dúvida de que o enriquecimento e o crescimento industrial dos Estados
Unidos impulsionou tremendamente as Igrejas a expandir a sua obra missionária através
do todo o mundo. Barclay afirma: ‘Existiam ao mesmo tempo outros fortes movimentos
que influenciavam um pensamento transformador. A rápida acumulação de riqueza
nacional, que começou na década de quarenta e chegou a seu auge nas décadas seguintes;
a expansão da industria americana, acompanhada pelo comercio internacional; o
sentimento crescente, nos Estados Unidos, de que eles seriam um poderoso império
econômico – todos esses fatores coincidiram com a abertura das nações do Oriente à
penetração do comercio do Ocidente, de suas idéias e costumes, isso representou uma
combinação de fatores que casualmente fizeram do século um dos mais destacados no
43
que se refere a atividades missionária no Ultramar, desafiando as igrejas para uma nova
era e novos conceitos de evangelização no mundo’. É dentro deste conceito de expansão
das missões que se começou a analisar o movimento missionário em direção à América
Latina”.10
3.2. trabalho Metodista no Brasil.
Junius Estaham Newman, pastor metodista e Superintendente Distrital foi o pioneiro
da obra metodista permanente no Brasil, fundando a primeira paróquia metodista.
"J.E.Newman, recomendado pela a Junta de Missões para trabalhar na América Central ou
Brasil" foi a nomeação que ele recebeu em 1866, na Conferência Anual. Após ter servido
durante a Guerra Civil, EUA, como capelão das tropas do Sul, observou que muitos
metodistas do Sul emigraram para as Américas do Sul e Central e acompanhou-os. A Guerra
deixou endividada a Junta, sem possibilidade de enviar obreiros para qualquer local. Newman
financiou sua própria vinda ao Brasil, com suas modestas economias. Chegou ao Rio de
Janeiro em agosto de 1867 e em Abril de 1869, portanto durante vinte meses em plena
atividade e até mesmo procurando um lugar em que pudesse estabelecer um trabalho
permanente. Deixando o Rio, fixou residência em Saltinho, cidade próxima a Santa Bárbara
do Oeste, província de São Paulo. Desde 1869 pregou aos colonos, mas, dois anos mais tarde,
no terceiro domingo de agosto, organizou o "Circuito de Santa Bárbara". O primeiro salão de
culto - antes era uma venda - foi em uma casa pequena, coberta de sapé e de chão batido.
Newman trabalhava com os colonos norte-americanos e pregava em inglês. Um dos motivos
da demora de Newman em organizar uma paróquia metodista, é que ele pregava,
10 BONINO... [ET AL.]. – “Luta pela vida e evangelização: A tradição metodista na teologia latino-americana”. – São Paulo: Ed Paulinas, 1985. Subtítulo: O caráter ideológico do metodismo que nos veio dosE.U.A. – BOOTS, Nora Quiroga: metodista, assessora pastoral. Pp 122,123. Boots desenvolve o tema que lhe foiproposto enfocando as discussões teológicas e filosóficas que impulsionaram a Agência Missionária Metodista,agora Igreja Metodista Unida, a estabelecer centros missionários na América Latina.
44
principalmente para metodistas, batistas, presbiterianos e a todos que desejassem ouvir sua
mensagem, pensando ser mais sábio unir os "ouvintes" em uma única igreja, sem placa
denominacional. Mas depois todas as denominações organizaram-se em igrejas, de acordo
com sua origem eclesiástica nos EUA.
Newman insistiu, através de suas cartas, para que os metodistas norte-americanos
abrissem uma missão em nosso país. Em 1876, a Junta de Missões da Igreja Metodista
Episcopal Sul, despertada através da publicação das cartas nos jornais metodistas nos EUA,
enviou seu primeiro obreiro oficial: John James Ranson. Dedicou-se ao aprendizado do
português para proclamar a boa-nova aos brasileiros. A partir de 1879 seria o
Superintendente.
3.3. Autonomia da Igreja Metodista no Brasil.
No concílio do ano de 1930, precisamente, no dia 02 de setembro, a Igreja Metodista
do Brasil torna-se independente da Igreja Mãe (Episcopal do Sul, EUA), a sua autônoma, não
foi de tão fácil aceitação, pois um grupo de pastores e leigos descordando da decisão tomada
pelo grupo que lideravam o movimento de independência criou um movimento denominado
“Metodista Ortodoxo”, porém não tiveram muito êxito, pois o pedido de autonomia foi
apreciado com muito carinho pela Igreja “Mãe”, que logo enviou uma comissão para tratar do
referido assunto. Em gratidão, a decisão tomada, a Igreja no Brasil elegeu como primeiro
bispo da Igreja Metodista no Brasil um pastor norte-americano.
“Considerando que a Comissão Conjunta deu todos os passos necessários para a
convocação do Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil e convocou o mesmo para a
cidade de São Paulo em dois de setembro do ano de nosso Senhor Jesus Cristo de 1930;
Nós, os membros da Comissão Conjunta, rendendo graças a Deus por sua direção
e pelo espírito de cooperação que reinou em nossas deliberações, declaramos aberto o
45
primeiro Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil; declaramos, mais, que os
membros e ministros da Igreja Metodista Episcopal do Sul no Brasil, passam, por este
ato, a ser membros e ministros da Igreja Metodista do Brasil; que a Igreja Metodista
Episcopal do Sul deixa de existir no Brasil, e que a Igreja autônoma, por esta
proclamação, fica constituída”.11
Nos anos sessenta a Igreja passou por novos momentos de turbulência, um movimento
denominado “Metodista Wesleyana”, ocasionando uma ruptura lastimável que até os dias de
hoje pergunta-se o por que? Para que? A resposta é sempre vazia sem sentido; nos Concílio
que se segui a Igreja tenta se reestruturar.
3.4. Plano quadrienal a o Plano para a Vida e a Missão da Igreja.
A Igreja Metodista no seu concílio Geral no ano de 1974 aprovou o plano quadrienal
do período de 1974 a 1978.
O Plano Quadrienal traz em que área a Igreja deveria atualizar-se, mas não informava
como fazer. Por isso que no concílio Geral de 1978, percebeu-se que o Plano Quadrienal não
estava alcançando o seu propósito, não estava atingindo o alvo. No ano de 1981 foi realizado
consulta direta nacional sobre a Vida e a Missão da Igreja então foi estudada forma de
elaboração de um projeto missionário mais dinâmico e participativo. Esses que foram a
campo pesquisar observaram que faltava como explicar ao povo como fazer a missão do
Plano Quadrienal. Trabalhando paralelamente com o Plano Quadrienal, chegaram ao Plano
Para Vida e a Missão Da Igreja. Acrescentando alguns pontos que se tornaram fundamentais
para crescimento dos planos com relação à Igreja Metodista.
11 Cânones da Igreja metodista – Documento: Proclamação da Autonomia da Igreja Metodista. (penúltimo eultimo parágrafo, pp 19-20).
46
3.5. Vinte e quatro anos do “Plano para Vida e a Missão”.
O Plano para Vida e a Missão da Igreja, é muito importante para o crescimento da
própria Igreja, mas os líderes não se deram conta que precisavam do povo para fazer com que
a Igreja, cumprir-se à missão que Deus a outorgou em um âmbito geral. Fazia-se necessário
parar de teorizar e passar para prática, a missão que Deus inspirou através do seu Espírito
Santo, ao povo chamado Metodista, um plano de tão grande importância, pois pela Fé nós
praticamos, e com isso surgiu o Movimento Dons E Ministérios, em 1983-1987.
“Dons e Ministérios têm uma visão missionária. O movimento existe em
função da Missão, pois somos uma ‘Comunidade Missionária’. Não surgimos e nem
vivemos para nós mesmos. Nosso ministério não deve estar voltado para ‘si mesmo’,
mas para as pessoas, comunidades e todo o Universo. É à luz do ‘ministério de Cristo’
que devemos desenvolver o nosso ministério”.12
Deixando claro que o leigo, Deus também capacita para o trabalho, tanto dentro
quanto fora das quatro paredes, mas não deixando as raízes de lado, e sempre lembrando que
o Plano para Vida e a Missão da Igreja Metodista é a base para, nossa estrutura de como
devemos nos organizar, como Igreja Metodista.
O Plano para Vida e a Missão, como se observa está embasado na Bíblia Sagrada que
é a regra de fé e pratica da Igreja Universal de Jesus Cristo e na tradição wesleyana, que
entendemos ser o espaço concedido por Deus no mundo para implantar o seu Reino.
Este plano procura reforçar e incentivar algumas idéias em relação à igreja como
instituição [herança histórica, unidade, conexionalidade] e igreja local [missão, evangelização,
12 Colégio Episcopal da Igreja Metodista - “Carta Pastoral Sobre Dons e Ministérios”, p 7. – Editora Cedro, 2°Edição (revisada) – novembro de 2001 – São Paulo, SP.
47
sacerdócio universal, comunidade de Cristo em culto autêntico]. Procura também incentivar o
relacionamento com Deus, enfatizando assim a graça e fé; a experiência com Cristo; a pratica
e experiência da fé; o Espírito Santo e a santidade. O plano procura mostrar e dar orientações
sobre o relacionamento com o mundo ao redor da igreja, enfatizando assim a salvação total e
a posição profética da igreja. (veja na lista de figuras os gráficos I, II, III, os acréscimos feitos
a o Plano Quadrienal através do Plano para Vida e a Missão da igreja).
“Numa determinada igreja, um grupo de irmãos/as indagou ao seu bispo a
respeito de ‘como iniciar’ o movimento Dons e Ministério e como ‘descobrir os dons e os
ministérios do Espírito para a igreja’. O bispo, com o discernimento e a sabedoria do
Espírito, respondeu:
- É necessário orar...Orar muito, buscar a Deus...Mas orar com olhos abertos.
Olhos abertos para compreender a Deus e ver a realidade humana que necessita da
atuação e resposta de Deus.
Orar com os olhos abertos. Eis um caminho para se iniciar o movimento Dons e
Ministério”. 13
A Igreja Metodista procurando atender a sua vocação e consciente de que qualquer
plano ou movimento deve responder às necessidades e realidades da vida presente das
pessoas, tanto da Igreja local como da comunidade onde vive. Este plano tem como finalidade
em contínua obediência ao chamado de Deus à realização da missão a ela confiada. Ao ouvir
os clamores, os desafios e a realidade do mundo contemporâneo, a Igreja entende que os Dons
e Ministério serão desenvolvidos por ela, atendendo e respondendo aos anseios e as
necessidades de um povo sofrido e marginalizado. Numa ação de completa submissão à
vontade de Deus, na direção do Espírito Santo, que é fundamental em todo processo dá
melhor entoação ao serviço de Mordomia e Diaconia, com tudo aquilo que temos e somos, a
Igreja procura atualizar-se na entrega total de todas as coisas que pertence aquele que tudo nos
deu, como se cantava no final de cada recolhimento de ofertas e dizimo em nossos cultos:
13 Id: - “Uma Experiência Concreta” p. 8
48
“Tudo vem ti Senhor e o que é seu to damos. Amém!”. A Igreja sabe que prestará conta ao
Senhor de todos os bens e poderes a ela confiada; poderes que são transformados em serviço e
santificação.
No Novo Testamento os cristãos são chamados “santos”, não no sentido de que são
perfeitos, mas porque pertencem a Cristo; já que Cristo – a cabeça dos cristãos é santo,
também os membros de seu corpo são santos, e já agora podem começar a viver conforme a
santidade que lhes foi dada como graça e deixar-se dirigir mais e mais pelo amor; é nisto que
consiste a sua santidade. E é nisto que consiste, também, a grande riqueza e a grande tarefa da
Igreja como corpo de Cristo, isto é, no fato de que o amor de Deus nela mora e é transmitido;
no fato de que a ela pertencem homens de Deus nela mora e é transmitido; no fato de que a
ela pertencem homens e mulheres que querem deixar-se transformar na imagem de Cristo
pelo Espírito de Deus, para ficarem livres da relação egoística consigo mesmos e viver para
honra de Deus e para o serviço dos outros homens. Não é exigência superveniente o fato de
que a santificação pessoal deve abranger o âmbito da vida social, mas está indissoluvelmente
ligado à natureza mesma dessa transformação.
A graça preveniente de Deus coloca os crentes numa nova relação para com o seu
mundo ambiente. Assim o Reino de Deus, que “está no meio de nós”, não fica somente “em
nosso meio”. A censura de que o Reino de Deus tal como Wesley o entende, levaria a um
“piedoso individualismo”, não atinge a teologia wesleyana. Santificação e senhorio de Deus
caminham juntos, e o senhorio de Deus sempre aponta para além dos limites da vida pessoal.
“O objetivo dos Dons é o Ministério. Ministério de toda a Igreja – isto é, da
totalidade do Corpo de Cristo, objetivando ao ‘aperfeiçoamento’, ‘equipamento’,
‘capacitação’ e ‘instrumentação’ dos santos visando ao ‘desempenho do seu serviço para
que ‘o corpo de Cristo’ seja edificado no mundo.
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‘Dons visam ao ministério de todo esse corpo, nos seus diferentes membros e
partes – pastores/as e leigos/as”.
Ministério significa serviço. Nosso guia é Cristo: ‘que não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida em resgata de muitos’. Cristo usou o ‘dom de Deus’ para
o serviço.
Somente há sentido para ‘dons’ quando eles se expressam em serviço. Serviço
prestado a Deus, ao próximo e a toda a comunidade humana.
Os ‘dons’ devem capacitar-nos para o serviço e a manifestação da glória divina
em seu senhorio no mundo.
Graça, Dons e Ministério são aspectos fundamentais da vida do cristão e da Igreja,
que devem estar juntos e agir de formas independentes”.14
Através deste movimento alguns metodistas passaram a compreender, que ministério,
não é somente, o pastoral, como ainda muitos alegam não atenderem o chamado do Senhor
para o serviço cristão, tanto na Igreja, como na comunidade em que vive, por se tornar comum
nas Igrejas a concepção que para exercer ministério na Igreja deve o crente ter concluído o
curso de teologia. Por outro lado também, a mal, compreensão, nos exercícios dos dons
espirituais, tornando-o alguns membros das Igrejas “crentes especiais”, no uso de seus dons.
A questão maior e que Deus tem escolhido a Igreja para realização da sua missão aqui e agora
e não poucas pessoas como alguns imaginam ser responsabilidade só do pastor atender o seu
ministério, ou como outros querendo se promover ao uso dos dons concedidos pelo Senhor,
para promoção do seu Reino, na qual toda honra e glórias deverão ser dadas a Jesus; pois só
ele é digno de honra, glória, louvor e adoração. Possamos colocar em prática as palavras
benditas do Mestre, respondendo os nossos questionamentos dizendo: “16Não fostes vós que
me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que
14 Id: “3. Ministérios” , p 15.
50
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedires ao Pai em
meu nome, ele vo-lo conceda”. (João 15:16).
Fica caracterizado que a ordem de Jesus ao povo chamado metodista hoje em pleno
inicio do século XXI é avançar, tomando como exemplo a disposição, coragem tempos
reservados daqueles/as que se colocaram a serviço do Senhor para expansão do seu Reino. Os
primórdios metodistas nos deixam uma herança histórica muito significativa para nós hoje,
servindo de modelo como mordomos e diáconos, que foram, a serviço de Deus e da
humanidade. O metodismo logo cedo apreendeu que ser povo de Deus é, atender, os
ministérios a cada um confiado e buscar os dons espirituais, para melhor desenvolvimento da
missão. Para isso, havia interesse em aprender, entre eles, em reuniões chamadas de grupos
pequenos, acerca da palavra de Deus de como serem melhores discípulos/as de Jesus. Hoje
nós metodistas estamos acordando para realidade deste verdadeiro avivamento que produziu
frutos para glória de Deus, a ponto de transformar uma nação inteira e desbravar oceanos e
chegar até nós. Precisamos resgatar no uso dos Dons e Ministério, a vocação e a consciência
do carisma para o cumprimento da missão, no ânimo e na inspiração do Espírito Santo. Nos
metodistas somos convidados pelos nossos bispos e a bispa a nos envolvemos mais nos
projetos de capacitação de aprofundamento constante na vida das nossas Igrejas.
A Igreja Metodista tem produzido materiais de estudos excelentes tanto para Escola
dominical como para os grupos de discipulados, dos estudos de pastorais do Colégio
episcopal, entre outros. Todos esses estudos na mesma finalidade esperando instruir o povo
metodista a serem melhores, servos/as no cumprimento da missão.
51
Conclusão:
Cremos que há uma visão nítida e clara de que a vocação histórica do movimento
metodista expressa um chamado da parte de Deus para “reformar a Igreja e espalhar a
santidade bíblica por toda a terra”. É sabido que o movimento wesleyano não surgiu visando
estabelecer uma nova seita ou Igreja. Ele foi à presença renovadora e revitalizadora de Deus,
pelo Espírito, no seio da Igreja Anglicana. Respeitou os postulados históricos e básicos da
Igreja de sua época; revigorou a tradição a partir de fundamentos históricos e doutrinários da
Reforma; acolheu valores e postulados presentes em movimentos renovadores do seu tempo.
E o fez tanto na dimensão religiosa quanto no contexto das filosofias da época, avaliadas
segundo as Escrituras, a tradição da Igreja, a experiência cristã e a própria razão. Vários
movimentos religiosos contemporâneos têm se alimentado dessa fonte. O movimento
carismático tem se referido a Wesley como um de seus inspiradores, por causa de sua
espiritualidade dinâmica. Os grupos que valorizam aspectos sociais como elemento básico de
espiritualidade afirmam que o pensamento e a visão Wesleyana da vida como uma totalidade
e seu envolvimento em questões sociais lhes foram impulsionadores. E a partir desses grupos,
novas formas de fazer teologia têm sido reveladas, inclusive a Teologia da Libertação. A
consciência da importância e do desafio da unidade cristã tem sido motivada pelo pensamento
e vida de João Wesley. A redescoberta da presença e da ação do Espírito Santo na vida das
pessoas e da Igreja tem sido considerada uma decorrência do movimento wesleyano.
Poderíamos listar outros aspectos da gênese desse movimento que inspiraram a reflexão e a
prática dos mais diversos grupos. A estrutura que Wesley conferiu ao movimento, como a
52
organização e divisão das pessoas e dos líderes em pequenos grupos, classes e sociedades
podem exemplificar esse fato.
Louvamos ao Senhor pela importância e significado do movimento wesleyano em seu
início e no decorrer da História, alcançando pessoas, movimentos, países, Igrejas, ministérios
e a própria sociedade. O atual momento é uma oportunidade de revitalizar nossa fé, de
aproximar as comunidades cristãs que se inspiram na experiência do pensamento, fé e prática
de João Wesley e abrir uma porta ao diálogo, à aproximação e à mútua colaboração junto das
inúmeras tradições cristãs.
Cabe-nos a reflexão: no contexto de hoje, século XXI, sob o impacto de um mundo
globalizado, teria João Wesley alguma relevância? Qual o desafio que recebemos nesse
momento quando estamos nos preparando para o 18° Concílio? O que se dizer hoje do
pensamento wesleyano à luz da ideologia de mercado, que busca fazer a comunidade de fé se
curvar diante deste ídolo, abraçando-o e usando-o como motivador da missão? Embora haja
uma grande distância entre o contexto vivido por Wesley e a realidade hoje, podemos afirmar
que há uma significativa relevância do pensamento e ministério wesleyano para os nossos
dias, pelo caráter cristão e pastoral que ele imprimiu ao metodismo.
Sua ação sempre buscou a centralidade de Cristo e da Palavra de Deus. Por isso,
Wesley pode nos inspirar, nos animar, levando-nos à releitura e prática do Evangelho a partir
de nossa realidade e dos desafios de nossa época. Essa é uma herança que recebemos e que
levamos adiante, em especial quando o povo de Deus, sua Igreja e especialmente sua
liderança são tentados a se pautar pela ideologia do Mercado, buscando a satisfação de
consumidores e consumidoras ansiosos e desesperados, oferecendo-lhes bênçãos como
mercadorias disponíveis nas prateleiras do shopping da religiosidade.
A forte espiritualidade que brota no movimento wesleyano valoriza a intimidade
pessoal, a experiência de fé e a busca da perfeição cristã. Contudo, é uma espiritualidade
53
vitalizada na comunidade de fé e na sociedade, ampliando a dimensão da Seara e tornando-se
presente na sociedade como expressão da Missão, que é para todas as pessoas e para a
integridade do ser. Essa espiritualidade é fundamentada em alguns pressupostos:
- A centralidade da revelação e ação divinas na Palavra e na Graça de Deus.
Afirmamos que a vivência, a fé e a ação evangelizadora e missionária da comunidade cristã
estão alicerçadas na graça de Deus, que é preveniente, justificadora e santificadora.
- A presença individual e comunitária do Espírito Santo, que gera vida. O testemunho
interior do Espírito e sua ação na mente, no coração, na vontade, em todo o ser, testificam a
dinâmica da espiritualidade.
- A paixão evangelizadora testifica que a Seara não é apenas conquista espacial, mas
uma ação compassiva e evangélica às pessoas, famílias, culturas, classes, etnias, Igreja,
nações e demais segmentos.
- Um estilo de vida fundamentado nos atos de piedade e nas obras de misericórdia,
levando todas as pessoas e a comunidade à busca da perfeição cristã.
- Num mundo e numa sociedade individualistas e personalistas, cheios de fraturas,
somos chamados e chamadas a vivenciar a unidade da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo),
convivendo, ouvindo, partilhando, agindo de forma missionária, sob a sustentação da
conexidade e da unidade, mantendo a unidade do Espírito no vínculo da fé.
- Em tudo existe a presença da paixão pela Vida, numa sociedade em que os sinais da
morte imperam Essa paixão acolhe todas as pessoas sob a dinâmica da graça, em contraste
com os valores vigentes, que exigem desempenho, produção, força e beleza, violência. A
presença dessa gratuidade é profética no meio de uma sociedade exigente, marginalizadora,
tremendamente egoísta.
54
- A vivência e a prática do Sacerdócio Universal, que possibilitam a nossa comunhão e
relação com Deus, e acima disso, constitui expressão de todo o povo de Deus, na Missão por
meio dos dons e ministérios na unidade, diversidade e mutualidade dos mesmos.
A presença e a ação divinas no movimento wesleyano continuam vivas e desafiadoras
para todos nós. Somos chamados, e, chamadas a buscar, compreender e experimentar o que
significa a nossa identidade. Somos convidados, e, convidadas também, a partilhar, dialogar e
vivenciar a unidade com as tradições cristãs que acolhem a mesma história e valores em nós
existentes. Somos despertados, e, despertadas a testificar a todos, a partir de um sincero e
enriquecedor diálogo, os princípios e valores de nossa tradição, à luz da realidade, da
necessidade e dos desafios presentes na sociedade. Finalmente, somos comissionados, e,
comissionadas por Deus a agir de forma transformadora, renovadora, profética e participante
na sociedade e na história.
A Igreja Metodista está no processo de organização do 18° Concílio Geral,
programado para o dia 10 ao dia 16 de julho de 2006, no SESC – Centro de Turismo de Praia
Formosa, Rodovia do Sol – ES-010, km 35, Santa Cruz, na cidade de Aracruz, Espírito Santo,
em celebração ao Centenário do Metodismo Capixaba.
O Concílio Geral é o órgão maior de administração da Igreja Metodista dentro de seu
sistema organizacional. Esse conclave máximo da Igreja existe em função da missão que ela
desenvolve. Isto significa dizer que as reflexões, as orientações, decisões e planejamentos são
inteiramente válidos desde que sejam dinamizados, a partir do eixo do Reino de Deus.
Cada Concílio Geral realizado trouxe contribuições muito proveitosas para a vida e
missão da Igreja em termos do fortalecimento de sua identidade missionária. Espera-se que
este também o faça, especialmente nestes primeiros anos do século XXI.
Sabemos que Cristãos evangelizam, mas para evangelizar precisamos nos capacitar
para sair a campo, precisamos nos prepara, pedindo a Deus sabedoria, discernimento, unção,
55
para evangelizar. E Deus sempre levanta homens e mulheres capacitados a ensinar o povo de
Deus a como cumprir a Mordomia Cristã e Diaconia diante de Deus, da Igreja e do mundo.
56
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57
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Caminhando: Revista da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, v. 8, n. 12,2° Semestrede 2003. São Bernardo do Campo, SP: Editeo/Umesp, 1982 – Semestral – Publicação daFaculdade de Teologia da Igreja Metodista – Universidade Metodista de São Paulo.
CURTIS, A. Kenneth – Os 100 Acontecimento mais Importante da História do Cristianismodo Incêndio de Roma ao Crescimento da Igreja na China – São Paulo: Editora Vida, 2003.
Cânones da Igreja Metodista, 1998 – Colégio Episcopal da Igreja Metodista – Bairro daLiberdade, São Paulo, SP.
AZARIAH, V. S. – Bispo de Dornakal – Tradução: Luiz A. Caruso – Livros Cristãos para oMundo n° ! Contribuição Cristã – Imprensa Metodista, São Paulo, SP. 1957.
ASSMANN, Hugo. – “Crítica à Lógica da Exclusão: Ensaios Sobre Economia e Teologia” –Paulus – 1994, São Paulo, SP.
58
ASSMANN, Hugo. “Luta pela Vida e Evangelização: A tradição Metodista na TeologiaLatino-americana – Edições Paulinas, 1985, São Paulo. (Coleção Liberdade e Teologia).
VANZELLA, José Adalberto – “Protagonismo do Leigo na Igreja”. – São Paulo – EditoraPaulinas/ 2005.
BREEN, Mike e KALLESTAD, Walt. “Uma Vida Apaixonante”, cap. 14. Subtítulo: “DeAprendiz à Lideres”, p.17 – Casa Publicadora das Assembléias de Deus, Rio de Janeiro, RJ,Brasil. – 1ª Edição. – 2005.
LUZ, Waldyr Carvalho. “Novo Testamento: Interlinear” – (26ª Edição) Editora CulturaCristã, 2003 – São Paulo, SP.
GINGRICH, F. Wilbur. Léxico do Novo Testamento Grego/Português – Edições Vida Nova,São Paulo, SP. Reimpressão: março de 1991. (Primeira Edição em Português 1984).
RUBIO, Alfonso Garcia. “O Encontro com Jesus Cristo Vivo: Um Ensaio de Cristologia paraNossos Dias”. – 8° ed. Ver. E atual. – São Paulo: Paulinas, 2003. – (Coleção IniciaçãoTeológica). P. 18.
59
O Conteúdo Central que foi Acrescentado ao Plano deVida e Missão da Igreja (Veja Pág. 51)
HerançaHistórica:
Unidade:
SistemaConexional:
Missão:
Evangelização:
Sacerdócio
O plano reforça e incentiva os seguintes itens em ralação à
Igreja como instituição;
A Igreja Metodista aceita as heranças doutrinárias histórica,
que está baseada nas Escrituras e nos Credos promulgados pelos
Concílios da Igreja até o quarto século d.C.
Procura a unidade com as igrejas locais e as Igrejas Cristãs, no
trabalho. Esta unidade e com as Igrejas que têm o coração igual ao da
Igreja Metodista.
Enfatiza o sistema conexional, como sendo fundamental para
a sua existência. As Igrejas locais devem estar interligadas entre si,
pois não são independentes, isolados. Esta ligação deve ser através
da fraternidade, cooperação e trabalho.
O plano ainda enfatiza os seguintes itens em ralação à Igreja
local:
A Igreja participa da Missão de Deus, entendida como
estabelecer o Reino de pleno amor, justiça, liberdade e paz no mundo,
reconciliando e libertando as pessoas, concedendo-lhes uma nova
vida à imagem de Jesus Cristo.
GRÁFICO I
A evangelização deve ser realizada no poder do Espírito
Santo, levando o amor de Deus a todas as pessoas (I Co. 1. 22-24).
Todos os crentes são chamados a participar da missão de Deus
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universal:
Um CultoAutêntico:
Graça e fé:
Experiênciacom cristo:
Prática eexperiência dafé:
Espírito santo:
Santidade:
no mundo (I Pe. 2. 9), através de ministérios, para o serviço e o
testemunho no momento histórico em que Deus os vocaciona (I Co.
12. 7-11).
O culto deve ser comunitário, participativo, deve refletir a
vida dos membros e deve expressar as angústias, alegrias, lutas e
esperanças do povo (I Co. 14. 26 Cl. 3. 16-17, Sl. 150).
O plano procura também desenvolver uma devocional,
enfatizando os seguintes itens:
Toda vivência e fé do cristão devem como fundamento e base
graça divina, que se manifesta à forma preveniente, justificadora e
Santificadora. A fé deve ser obediente, amorosa e ativa.
Procura mostrar a importância pessoal com Cristo (Ef. 3. 14-
19 ) e de termos o testemunho do Espírito, pelo qual sabemos que
somos feitos filhos de Deus.
Enfatiza a importância da prática e da experiência, que deve
ser confirmada pela Bíblia, tradição da Igreja, pela razão e pela
comunidade da Igreja (At. 16. 10).
Enfatiza o Espírito Santo como sendo fundamental para a vida
devocional, bem como para a prática social do cristão (Jo. 14. 16-17).
GRÁFICO II
Enfatiza a santidade, entendida como sendo o amor a Deus e
ao próximo (Lc. 11. 25-28). As obras de piedade e obras de
misericórdia, são fundamentais para santificação, daí a necessidade
de termos uma vida disciplinada.
O plano, por fim, procura levar a Igreja a ter uma participação
ativa na sociedade, sendo sinal do Reino de Deus. Assim, enfatiza:
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Oconhecimentodo mundo:
A SalvaçãoTotal:
Posiçãoprofética:
Para realizar a missão adequadamente, há necessidade de
conhecermos, em profundidade, a Igreja local, o país, enfim, o que há
ao nosso redor.
Enfatiza a salvação e a libertação total das pessoas: espiritual
e material (Lc. 4.16-20), e de modo especial procura levar a igreja a
se preocupar com a situação de penúria e miséria dos pobres.
Enfatiza as posições proféticas da Igreja, que deve apoiar aos
grupos e pessoas que preservem e valorizem a vida (I Sm. 2.1-10 Lc.
1. 46-55). Procura levar a Igreja a ficar ao lado dos que sofrem,
assumindo os dramas e esperanças do povo (I Co. 5. 17-21, II Tm. 2.
9=10, Ap. 21. 1-18). Procura levar a Igreja a ser a favor das relações
justas entre empregados e empregadores, estando do lado dos que são
explorados e não têm trabalho (Jr. 22. 13-19; Dt. 24. 14-15; Mt. 25.
40).
GRÁFICO III