UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÌ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A APLICABILIDADE DOS JOGOS NA MOTIVAÇÀO
DA APRENDIZAGEM ESCOLAR NO ENSINO
FUNDAMENTAL MUNICIPAL
LUCIANA M ARIA SILVA PORTILHO DE FREITAS
ORIENTADOR:
PROFº Ms. MARCELO M. SALDANHA GAMA
RIO DE JANEIRO AGOSTO / 2006
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÌ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A APLICABILIDADE DOS JOGOS NA MOTIVAÇÀO DA
APRENDIZAGEM ESCOLAR NO ENSINO
FUNDAMENTAL MUNICIPAL
LUCIANA M ARIA SILVA PORTILHO DE FREITAS
Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Gr au de Especialista em Psicopedagogia.
RIO DE JANEIRO AGOSTO / 2006
3 AGRADECIMENTO
Agradeço à minha família, por compreender os momentos de ausência, em especial a meu filho Thiago, pelo incentivo e inspiração. Aos professores, colegas, funcionários e ao orientador Marcelo Saldanha pelo incentivo à conclusão deste trabalho, quando pensei que não poderia realizá-lo devido à minha dificuldade visual.
4
DEDICATÌRIA
Aos profissionais do ensino fundamental, especialmente da rede municipal, que tantos obstáculos têm a frente na tentativa de realizar bons trabalhos.
5
RESUMO
Na brincadeira com jogos faz-se o exercício de diversas
potencialidades, que provocam o funcionamento do pensamento, favorecendo
a aquisição prazerosa de conhecimento e o desenvolvimento da sociabilidade,
da sensibilidade e da intelectualidade. Desta forma, o jogo torna-se um
importante agente facilitador da aprendizagem, por traduzir-se na construção
do conhecimento.
Esse fascinante instrumento pedagógico abre amplo leque de
opções intervencionistas no processo de aprendizagem. Propiciando ao
educador, var iadas possibilidades de uso, torna-se valioso elo entre diferentes
disciplinas, permitindo a fixação de variados conteúdos disciplinares e,
portanto, viabilizando a interdisciplinaridade.
O jogo possui diversos objetivos pedagógicos. Sua utilização permite
o trabalho, a valorização, o desenvolvimento e a percepção da ansiedade,
limites, autocapacidade de realização, coor denação motora, autonomia,
organização espacial, atenção, concentração, antecipação, estratégia,
criatividade, discriminação auditiva e visual, raciocínio lógico e controle
segmentar.
O brincar com jogos implica uma relação cognitiva e representa a
potencialidade para interferir no desenvolvimento infantil. Portanto, oportunizar
às crianças o manuseio de jogos é criar espaço para reconstrução do
conhecimento. O universo de ludicidade promovido no jogo estende, aos seus
usuários, grande potencialização cognitiva.
6
SUMÊRIO
INTRODUÇÀO 07
CAPÈTULO I
A IMPORT‰NCIA DO BRINCAR COM JOGOS 08
CAPÈTULO II
A INTERDISCIPLINARIDADE DOS JOGOS 11
CAPÈTULO III
OBJETIVOS PEDAGÌGICOS DO JOGO 12
CAPÈTULO IV
JOGO œ POSSIBILIDADE DE RECONSTRUÇÀO DE PRÊTICAS
PEDAGÌGICAS 17
CONCLUSÀO 19
BIBLIOGRAFIA 21
ANEXO 22
FOLHA DE AVALIAÇÀO 23
7
INTRODUÇÀO
Esta monografia enfatiza a motivação na aprendizagem escolar e a
possibilidade de seu enriquecimento pelo correto uso de jogos pedagógicos.
Com o alto quantitativo de alunos por turma, bem como a severa
carência de material pedagógico diversificando, especialmente na rede
municipal de ensino, o educador confronta-se cada vez mais com a
desmotivação escolar de seus alunos.
Tantas dificuldades fazem com que o professor se choque e até se
fragilize com a baixa auto-estima de seu alunado.
Com alguns professores, comprometidos com seus trabalhos,
percebi tam anha importância deixa de ser dada aos jogos, fascinantes
instrumentos pedagógicos, cuja adequada utilização possibilita um universo de
possibilidades intervencionistas na aprendizagem.
A demanda social encontrada na maioria das crianças da rede
municipal apresenta muitas vezes a ausência de correta estimulação ao sadio
desenvolvimento da ludicidade na infância. O lúdico propicia a experimentação
do mundo que cerca a criança, fazendo com que ela entre em contato com o
mesmo, percebendo-o e interiorizando-o.
A prática com jogos gera uma atmosfera prazerosa e favorável à
cognição. Desta forma, o educador pode aumentar a motivação dos
educandos, propiciando e enriquecendo a construção de estruturas do
pensamento infantil.
O jogo, então, torna-se um ponto norteador para o desenvolvimento
do trabalho psicopedagógico do professor.
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CAPÈTULO I
A IMPORT‰NCIA DO BRINCAR COM JOGOS
O brincar é importante porque incentiva a utilização de jogos e
brincadeiras. No brincar, existe uma forma de desenvolver a capacidade ativa e
participante.
A criança vai construindo sua própria identidade, a imagem de si e
do mundo que a cerca através das relações cotidianas que vivencia durante as
brincadeiras.
Para Nylse Helena da Silva Cunha (1994), brincando a criança
desenvolve suas potencialidades. Os desafios que estão ocultos no brincar
fazem com que a criança pense e alcance melhores níveis de desempenho.
Na obra —A criança e seu mundo“, Winnicott (1976), afirma que as
crianças têm prazer em todas as experiências de brincadeira física e
emocional.
Através do brincar a criança prepara-se para aprender. Brincando,
ela aprende novos conceitos, adquire informações e tem um crescimento
saudável. Neste ponto reafirm o a relevância do uso dos jogos como
intervenção pedagógica, já que abre caminho para a aprendizagem.
Participar de brincadeiras é uma excelente oportunidade para que a
criança viva experiências que irão ajudá-la a amadurecer emocionalmente e
aprender uma forma de convivência mais rica. A criança que br inca, tende a
tornar-se um adulto equilibrado física e emocionalmente.
Ao exercitarmos nossas potencialidades no brincar, provocamos o
funcionamento do pensamento, adquirimos conhecimento, sem estresse ou
medo, desenvolvemos a sociabilidade, cultivam os a sensibilidade, nos
desenvolvemos intelectualmente, socialmente e emocionalmente.
9Brincando, as crianças mostram que são dotadas de criatividade,
imaginação, inteligência e desenvolvem capacidades como atenção,
concentração e outras habilidades psicomotoras.
Todo aprendizado que o brincar permite é fundamental par a a
formação da criança, em todas as etapas de sua vida.
O brincar viabiliza a construção do conhecimento de forma
interessante e prazerosa, garantindo nas crianças a motivação necessária para
uma boa aprendizagem e uma postura participativa e positiva diante às
dificuldades da vida.
A atividade lúdica, inclusive a que utiliza o jogo como instrumento, é
extremamente importante para a criança porque faz o contraponto entre o
imaginário infantil e a realidade.
Utilizando jogos a criança interioriza noções, hábitos e costumes da
sociedade na qual está inserida.
Os jogos enriquecem a brincadeira, possibilitam o desenvolvimento
da criatividade e a assimilação de conceitos, onde evidencio a extrema
utilidade deste instrumento na educação.
No ambiente escolar, o uso dos jogos auxilia o professor a socializar
seu grupo de alunos e, também ajuda no enriquecimento dos conteúdos
apresentados. O jogo torna-se então, agente facilitador da aprendizagem, uma
vez que torna o ensino prazeroso e estimulante.
Segundo Piaget, os jogos são grandes auxiliadores do
desenvolvimento infantil. A vivencia de regras, como as dos jogos, nos propicia
a compreensão do aspecto social que nos cerca e interfer e diretamente na
gradual conquista da autonomia do individuo.
10Compartilho com a noção de que, a experimentação de regras, a
partir da interação com o mundo que nos cerca, nos leva a desenvolver e
estabelecer o que Piaget denominou como anomia, heteronomia e autonomia.
Na anomia, há uma ausência total de regras onde a cr iança é regida apenas
pelos próprios impulsos.
Já na fase da heteronomia começa a aceitação e obediência de
normas dadas pelos adultos que a cercam e, apenas num terceiro momento
ocorre a conquista da autonomia. Estes processos, a meu ver, são
extremamente facilitados e positivamente influenciados pelo uso dos jogos, o
que já pude observar na vivência com turmas de ensino fundamental da rede
municipal.
O jogo não pode ser visto, apenas, como diver timento ou brincadeira
para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo,
afetivo, social e moral. Para Piaget (1967), o jogo é a constr ução do
conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório.
Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço
e seu tempo, desenvolvem a noção de causalidade chegando à representação
e, finalmente, à lógica.
11
CAPÈTULO II
A INTERDISCIPLINARIDADE DOS JOGOS
Confirmo neste capítulo a preciosa contribuição dos jogos à
educação.
O jogo, fascinante, instrumento pedagógico, abre amplo leque de
opções intervencionistas no processo de aprendizagem. Ele propicia ao
educador variadas possibilidades de uso tornando-se valioso elo entre
diferentes disciplinas. Além, de desenvolver a socialização do educando,
permite a fixação e memorização de outros conteúdos disciplinares.
Ao confrontar-se com os desafios do jogo, aprendendo a esperar a
vez dos colegas, bem como a lidar com possíveis frustrações, criança
amadurece psico- socialmente. Enquanto manuseia e observa, por exemplo,
diferentes formas, cores e tamanhos, o aluno efetua aprendizados matemáticos
e desenvolve o raciocínio lógico.
Alguns jogos favorecem o aprendizado da língua portuguesa, como
por exemplo, um dominó de sílabas, possibilitando até p aprofundamento do
estudo da ortografia da gramática. Diferentes tipos de jogos, de memória,
podem ainda, desenvolver conteúdos de outras disciplinas como: línguas
estrangeiras (Inglês), Geografia, Ciências e Artes (como por exemplo, os
—Quadrões da Turma da Mônica“).
Cito ainda a importante contribuição dos jogos à educação no que
diz respeito ao desenvolvimento visomotor, importante desde a fase de
Educação Infantil, quando os alunos iniciam a aprofundam maiores interações
com o mundo que os cercam.
12
CAPÈTULO III
OBJETIVOS PEDAGÌGICOS DO JOGO
• Trabalhar a ansiedade;
• Rever os limites;
• Valorizar a autocapacidade de realização;
• Desenvolver a autonomia;
• Aperfeiçoar a coordenação motora;
• Desenvolver a organização espacial;
• Melhorar o controle segmentar;
• Aumentar a atenção e a concentração;
• Desenvolver antecipação e estratégia;
• Trabalhar a discriminação auditiva;
• Ampliar o raciocínio lógico;
• Desenvolver a criatividade; e
• Perceber figura e fundo.
A ansiedade é uma característica encontrada em muitas crianças,
que influencia sobremaneira na capacidade e atenção concentrada, nos
relacionamentos inter-pessoais e na auto-estima, prejudicando a aprendizagem
e dificultando o trabalho do professor. Crianças ansiosas apresentam
13inquietação motora, dificuldade de concentração, falta de controle emocional e
baixa tolerância a frustrações. A vivência de pequena frustração de um desejo
e ter de esperar par a poder efetuá-lo eleva o grau de satisfação e prazer,
conferindo uma sensação de capacidade de realização para a criança por ter
precisado de seu esforço e, portanto, ser capaz de valorizar o seu próprio
trabalho. A vivência com os jogos auxilia na incorporação de hábitos à vida da
criança, recriando sua visão de mundo e sua atenção nele.
Em virtude de algumas dificuldades familiares em r elação
educação, muitos pais erram por falta de limites na educação de seus filhos.
Para esse tipo de dificuldade, os jogos competitivos e com regras levam a
criança a aprender conceitos básicos da vida, sendo obrigadas a se enquadrar
em determinadas r egras para realizar algo, aprendendo a respeitar para ser
respeitado, e a situação lúdica é transposta para as outras situações da vida. A
criança pede regras, pois é por meio delas que estrutura sua confiança básica
em si e no outro.
Quando não constrói nada, não arrisca experiências novas, a
criança pode ficar sem confiança na sua capacidade de realização. Pela
confecção de jogos, a criança poderá ter suas experiências, errar, acertar,
construir, criar, copiar, desenvolver planos, e isto aumentará sua auto-estima,
relevando que é capaz, que pode usar o pronto, mas também pode fazer
muitas coisas para si própria.
O desenvolvimento da autonomia na criança é aspecto fundamental
para a maturidade emocional e o equilíbrio entre o psíquico e o mental. Alguns
jogos têm como objetivo o desenvolvimento da autonomia da criança: poder
arriscar-se, ter de fazer a sua parte sozinha e ser responsável por suas
escolhas e atos.
Alguns jogos proporcionam a oportunidade do exercício motor,
desenvolvendo assim essa habilidade tão importante para a alfabetização.
14A desorganização espacial é uma dificuldade que algumas crianças
demonstram ao realizar certas atividades que exijam um calculo mental do
espaço disponível, como por exemplo, o uso do caderno. Alguns jogos
proporcionam oportunidades para a criança perceber, relacionar e organizar
espaços externos, possibilitando a introjeção dessa organização.
O ser humano possui conjuntos de nervos e músculos com
capacidade de ação independente, não necessitando de um esforço muito
grande para a realização de determinadas tarefas; porém, muitas pessoas não
se apercebem do trabalho, muscular desnecessário e do desgaste energético
que empregam para o simples ato de escrever . Quem, porém, não possui um
controle segmentar, faz força com o braço inteiro, com os ombros, com o
pescoço, com a mandíbula, com a testa e com os olhos. Resultado: fadiga,
tensão, desanimo para com tarefas de escrita. Através de jogos a criança pode
aprender a realização prazerosa de tarefas antes exaustivas.
Forte componente dos distúrbios de aprendizagem, muitas crianças
não conseguem concentrar sua atenção em determinadas tarefas. Os motivos
são vários, no entanto um dos mais comuns é o desinteresse pela atividade
proposta. Para isso, a sensibilização prévia pode motivar a criança e despertar
o interesse para a atividade na qual se encontrará. Jogos com atividades
minuciosas, com peças e espaços pequenos para encaixar e montar, ou a
visualização de objetos diferentes dentro de um conjunto, podem auxiliar no
desenvolvimento da atenção.
Alguns jogos desenvolvem a habilidade de antecipação e estratégia,
tão importante para a realização de muitas tarefas na vida. Raciocinando,
criando hipóteses e verificando os r esultados, colocam a criança de forma
lúdica, em contato com a realidade, preparando-o para as situações-
problemas. Estas habilidades são aspectos de raciocínio fundamentais para a
ampliação da visão do mundo do indivíduo. Alguns jogos dão essa
oportunidade com a qual a criança adquire a autoconfiança para atuar em uma
15situação prevista e com o planejamento de atitudes posteriores, antecipando
mentalmente situações.
Trabalhar a discriminação auditiva é um pré-requisito para a
alfabetização, pois a cr iança precisa discriminar os fonemas, muitos dos quais
extremamente semelhantes, para poder ler e escrever. Encontramos alguns
jogos, que facilitam esse trabalho, apresentando os sons diferentes, e a criança
vai acostumando o seu ouvido a distingui-los.
Ampliar o raciocínio lógico é um dos potenciais que mais necessita
de exercício para ser desenvolvido. É muito importante, que o educador
trabalhe sempre com o objetivo de desenvolver cada vez mais a capacidade de
raciocínio lógico da criança. Todos os jogos que exijam antecipação,
planejamento e estratégia estimulam a criança a raciocinar.
A criança precisa ter espaço aberto para desenvolver sua
criatividade e fazer movimentos não habituais. A tarefa do educador para
facilitar esse desenvolvimento é dar espaço, dar permissão, sem censuras ou
criticas que, se mal colocadas, bloqueiam as manifestações artísticas da
criança, impedem-na de arriscar-se, de mostrar-se.
A visão das partes de um todo e a integração delas no conjunto é
uma habilidade que precisa ser desenvolvida. Para o processo de
alfabetização, essa habilidade é de extrema importância, pois inicialmente a
criança separa as partes de uma palavra, seja em letras ou silabas, para
depois uni-las ao conjunto, que são as palavras, e essas às frases, e por fim,
ao texto.
As crianças podem aprender rapidamente as regras do jogo, mas
não sabem nem perder nem ganhar, fatores inerentes ao jogo e à própria vida.
Precisam vivenciar as duas situações para aprender a lidar com as emoções. É
preciso, portanto, que a criança aprenda a reagir de forma adequada a essas
emoções, e o educador precisa estar atento a este aspecto ao propor um jogo.
16O exercício de jogos competitivos, quando são trabalhadas as
emoções dele decorrentes, faz com que a criança internalize conceitos e possa
lidar com seus sentimentos dentro de um contexto grupal, o que a prepara para
a vida em sociedade.
Cada jogo apresenta, dentro do item objetivos, uma ou mais dessas
características, para que o profissional possa escolher o jogo mais apropriado
para o momento educativo a que se propõe.
17
CAPÈTULO IV
JOGO œ POSSIBILIDADE DE RECONSTRUÇÀO DE
PRÊTICAS PEDAGÌGICAS
O brincar implica uma relação cognitiva e representa a
potencialidade para interferir no desenvolvimento infantil. Portanto, oportunizar
às crianças o manuseio de jogos é criar espaço para a reconstrução do
conhecimento.
Tal fato me faz repensar sobre a formação de professores, para que
seja aproveitada ao máximo a potencialidade do lúdico na educação.
Pensando nesse espaço de reconstrução do conhecimento, remeto
à minha experiência profissional na r ede pública municipal de ensino
fundamental, onde pude concretizar variadas vivenciais com o uso dos jogos. O
constante enfrentamento com o desinteresse do alunado estim ulou-me a
confecção de um jogo de dominó dos alfabetos minúsculos e maiúsculos, em
placas de material emborrachado, na tentativa e conseqüente êxito na proposta
pedagógica em que pr ocurava m elhorar a integração social entre meninos e
meninas da turm a, que relutavam em trabalhar em conjunto e, mostravam-se
alheios à associação e correto uso dos referidos alfabetos.
O que, inicialmente poderia ser considerado banal por alguns,
transformou-se numa intervenção cognitiva prazerosa e promovedora de uma
atmosfera constante de interação entre os participantes da atividade. Pude,
então, perceber diferentes atitudes nos alunos, que mostraram-se
interessados, envolvidos, receptivos e sensíveis ao comprometimento
profissional a que me dedicava nesta atividade.
O universo de ludicidade promovido naquele momento estendeu
àquela turma grande potencialização cognitiva, tendo os alunos, assimilado os
conceitos propostos, o que pude felizmente registrar em foto em anexo.
18Felicito-me por tal experiência e lamento as constantes dificuldades
encontradas por nós, professores da rede pública, na aquisição de mater ial
suficiente para confecção de instrumentos pedagógicos, muitas vezes
existentes em sala de aula, somente pelo comprometimento pessoal e por
gastos financeiros do próprio professorado.
19
CONCLUSÀO
O jogo para a criança é o exercício, é a preparação par a a vida
adulta. A criança aprende brincando, é o exercício que faz desenvolver suas
potencialidades.
As várias metodologias de ensino existente podem ser ineficazes se
não forem adequadas ao modo de aprender da criança. Se a criança aprende
brincando, por que então não ensinamos à criança da maneira que ela aprende
melhor, de uma forma prazerosa para ela e, portanto, eficiente?
Para que o jogo traga benefícios à aprendizagem, o educador
precisa definir os objetivos a serem alcançados com sua utilização. Enquanto
brinca, a criança incorpora valores, conceitos, conteúdos e, portanto, a escolha
do jogo deve estar adequada ao movimento educativo vivido por ela.
A possibilidade de construção do próprio jogo enriquece o trabalho
do educador. Sendo assim, reafirmo a importância deste, valioso instrumento
na terapia de distúrbios específicos de aprendizagem, pois manuseando e/ou
construindo o jogo, a criança constrói seu próprio conhecimento.
As crianças ficam mais motivadas a usar a inteligência, pois querem
jogar bem, sendo assim, esforçam-se para superar obstáculos, tanto cognitivos
quanto emocionais. Estando mais motivadas durante o jogo, ficam também
mais ativas mentalmente.
Embora muitos filósofos e teóricos da educação tenham apontado
para o —paradoxo do jogo“, lúdico e educativo ao mesmo tempo, acredito que
seja um recurso eficaz, a ser adotado pelo mediador para preencher lacunas
descritas anteriormente.
20Nesse contexto, o significado do jogo é o que ele tem na área de
educação, ou seja, associado à função lúdica e à pedagógica de forma
equilibrada. O jogo com sua função lúdica proporcionando diversão, prazer e
mesmo desprazer ao ser escolhido voluntariamente e o jogo com sua função
educativa, ensinando, completando o saber, o conhecimento e a descober ta do
mundo pela criança.
Experiências positivas nos dão segurança e estímulo para o
desenvolvimento. O jogo nos propicia a experiência do êxito, pois é
significativo, possibilitando a auto-descoberta, a assimilação e a integração
com o mundo por meio de relações e de vivencia.
21
BIBLIOGRAFIA
DOLLE, Jean-Marie. Para compreender Jean Piaget. Rio de Janeiro: Editora
Zahar, 1983.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São
Paulo: Editora Cortez, 2005.
LERNER, Lea. Criança também é gente. Rio de Janeiro: Editora Bloch, 1980.
MALUF, ‰ngela Cristina Munhoz. Brincar: Pr azer e aprendizado. Petrópolis,
RJ: Editora Vozes, 2003.
MUNIZ, Cristina (org). Esconderijos. Rio de Janeiro: Editora Sete Letras, 2002.
PAPALIA, Diane E. O mundo da criança: da infância à adolescência. São
Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1981.
REVISTA SINPRO. Dificuldade de apr endizagem. Compreendendo para
melhor educar. Rio de Janeiro: 2004.
23
FOLHA DE AVALIAÇÀO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas
Pós-Graduação —Lato Sensu“
Título da Monografia
A APLICABILIDADE DOS JOGOS NA MOTIVAÇÀO
DA APRENDIZAGEM ESCOLAR NO ENSINO
FUNDAMENTAL MUNICIPAL
Data da Entrega: ________________
Avaliado por Ms. Marcelo M. Saldanha Gama Grau: ________
Rio de Janeiro, 19 de Agosto de 2006.
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Coordenação do Curso