UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ARTETERAPIA EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA
Por: Ricardo Aurore Romão
Orientador
Prof. Dayse Serra
Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ARTETERAPIA EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Arteterapia em Educação e Saúde.
Por: Ricardo Aurore Romão
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DEDICATÓRIA
Dedico a minha mulher Teresinha
companheira de arte, de amor e de vida, ao
meu filho Yure, por estar sempre ao meu lado,
a minha filha Laila pela luz na hora certa, e a
minha filha Luana que sabe tudo!
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RESUMO
Esta monografia tem como tema “A Arteterapia em enfermaria pediátrica”. O
objetivo é estudar, perceber e fundamentar a Arteterapia como dispositivo de
intervenção terapêutica em pacientes pediátricos durante o período de internação
em enfermaria hospitalar pediátrica.
Neste processo de internação da criança há um rompimento na sua rotina
diária, tais como afastamento da escola, dos amigos, da família e de suas
brincadeiras, e, isto faz com que a criança se perceba em um universo
completamente arredio, frio, hostil e adverso à sua vida.
O tema desse trabalho é de fundamental relevância, pois se propõe a estudar
e principalmente demonstrar a utilização dos conceitos e técnicas da arteterapia
como método facilitador terapêutico durante o período de internação da criança. É,
portanto, objetivos desta pesquisa, o de demonstrar e promover o reconhecimento
dos genuínos valores emocionais e materiais que a arteterapia com suas distintas
técnicas expressivas podem acessar no processo de reconstrução e de
(re)significação da saúde da criança, quando de sua internação no ambiente
hospitalar. E assim reconhecer a Arteterapia como eficaz recurso terapêutico.
Observar e experimentar o potencial criativo da criança internada, quando da
utilização e aplicação das varias formas de expressão da arte, tais como: o
desenho, a pintura, brincadeiras, jogos dramáticos e outras modalidades como
contraponto de cura na enfermaria pediátrica. A Relevância de trabalhos como estes
ampliam as possibilidades de conhecimento das intervenções arteterapêuticas e
contribuem para um melhor entendimento do lidar com crianças em situação de
hospitalização.
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METODOLOGIA
A metodologia usada neste trabalho monográfico foi a pesquisa bibliográfica.
O tema Arteterapia em enfermaria pediátrica foi abordado através de leitura, análise
e interpretações de livros, artigos científicos, teses, revistas e jornais que serviram
para dar o suporte necessário a elaboração desta monografia.
O acesso a sites da internet também foram utilizados como complementação a esta
pesquisa.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Arteterapia Em Enfermaria 11
Pediátrica.
CAPÍTULO II - A Arteterapia Como Dispositivo De 17
Intervenção Terapêutica
CAPÍTULO III – Arteterapia: Reabilitando 23
Saúde na Criança Hospitalizada
CAPITULO IV - Arteterapia: Reabilitando Saúde 24
Na Criança Hospitalizada
CONCLUSÃO 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35
ANEXOS 30
ÍNDICE 39
FOLHA DE AVALIAÇÃO 40
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INTRODUÇÃO
Entre as situações que ao serem vivenciadas pela criança são consideradas
determinadoras de estresse encontram-se a doença e a hospitalização, que podem
fazer com que a criança fique emocionalmente traumatizada em maior grau do que
está fisicamente doente (RIBEIRO; ANGELO, 2005).
A hospitalização institui uma crise na vida da criança afetando de forma
significativa o seu estado de saúde física e mental, e em contrapartida,
determinando distúrbios comportamentais diversos que e interrompe o seu
desenvolvimento enquanto criança.
O processo de hospitalização é permeado por perdas que desencadeiam
um processo de luto. As perdas em questão estão especialmente relacionadas a
três fatores, a saber: a doença (como significado da perda da saúde), a
hospitalização (como perda da condição de pessoa, ou seja, a despersonalização),
e, por fim, o tratamento, o qual está cerceado por atitudes invasivas e agressivas,
desencadeando no indivíduo a sensação de impotência e perda da autonomia
(FONGARO; SEBASTIANI, 1996).
Quando a criança é hospitalizada, instala-se uma desorganização emocional
de tamanha ordem estrutural psíquica, gerando na criança um estado de
insegurança e conseqüentemente alterações de mudança no comportamento, e isto
faz com que a criança desenvolva sentimentos de insatisfação e desconfiança neste
novo ambiente ao qual terá que permanecer até que se (re)estabeleça o equilíbrio
de sua saúde.
Em se tratando de crianças, elas percebem a hospitalização como uma
nova situação de vida, em que há muitas mudanças em sua rotina, vivenciando
situações com as quais deve se adaptar. Essas mudanças decorrentes de sua nova
condição são geradores de stress. (ALMEIDA, 2005).
De acordo com Eiser (1992), a criança hospitalizada pode encontrar
dificuldades e obstáculos na sua vida social e familiar, como, por exemplo, a
restrição do convívio social, ausências escolares freqüentes e aumento da angústia
e tensão familiares. Acrescenta-se a esse quadro a necessidade de se adaptar aos
novos horários, confiar em pessoas até então desconhecidas, receber injeções e
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outros tipos de medicação, ter que permanecer em um quarto, ser privada de
atividades de brincar - situações estas que não faziam parte da vida da criança e
que caracterizam uma hospitalização.
A doença representa para a criança, uma forma de punição, e que por isso,
ela se sente obrigada a submeter-se a todos os procedimentos hospitalares para
alívio de sua desordem clínica e emocional.
Essa desordem emocional, esta aliada a uma dificuldade em expressar
seus sentimentos, em traduzir o que se sente em palavras. Esta dificuldade de
expressão verbal, de se explicar, origina um conflito que torna uma crise, o sintoma
passa a ser então, algo que se tem dificuldade de se expressar. (BARUS-MICHAEL,
2003).
No ambiente hospitalar, as crianças têm de suportar, na maior parte das
vezes, uma limitação de atividades, devido á própria situação de enfermidade e
também devido á falta de espaço, físico das instituições. As características deste
ambiente as entristecem, podendo contribuir para aumentar seu sofrimento físico e
psíquico (MACHADO; GIOIA-MARTINS, 2002).
É neste contexto de adversidade, que a Arteterapia proporciona á criança
um vínculo positivo com todo o conjunto adverso que é o ambiente hospitalar.
Durante este período, se estabelecerá uma relação de respeito, confiança e escuta,
com o objetivo de atenuar este momento tão doloroso, no qual a criança se
encontra.
A apresentação dos mais variados materiais expressivos da arteterapia,
ajudam a criança a se expressar sobre suas dúvidas e angústias e com isso, facilitar
e aceitar a sua convivência no ambiente hospitalar, longe do seu lar e do seu
convívio social.
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CAPÍTULO I
ARTETERAPIA EM ENFERMARIA HOSPITALAR
A hospitalização infantil é uma experiência traumática para a criança, pois
limita e a restringe a um ambiente quase sempre sentido como hostil, ameaçador e
totalmente estranho á sua realidade.
A utilização de veículos de intermediação e atendimento quando da
hospitalização da criança, são necessários para sua ambientação na enfermaria
pediátrica. A arteterapia com suas várias modalidades expressivas pode ser um
veiculo direcionado para auxiliar o desenvolvimento de crianças hospitalizadas, uma
vez que a arte vem ocupando significativo espaço na formação humana, desde o
inicio das civilizações até a atualidade, sendo adicionado à sua prática, o uso
terapêutico e profilático de recursos criativos.
Segundo ALESSANDRINI, pela exploração do universo da arte e do
conhecimento intrínseco presente no fazer artístico, podemos desenvolver níveis
superiores de linguagem e de cognição.
O caminho da linguagem não verbal pode abrir um universo de explicitação
de habilidades intelectuais, presentes no potencial cognitivo de cada um.
Por meio de brincadeiras, jogos, teatros, da criação e das produções
artísticas, a criança se reestrutura, se sente mais forte e com energia, alimenta seu
vinculo com a saúde e com a vida, aumenta sua esperança, ganha autonomia e tem
um canal aberto parta expressar suas emoções.
1.1 - A criança e o adoecer
A doença para a criança se traduz num sentimento de fragilidade de tamanha
ordem psíquica, que se transforma subjetivamente numa fonte de sensações e
angústias, que transcorrem por caminhos logrados de culpas.
Neste contexto do adoecimento da internação é desencadeado na criança um
tensionamento involuntário, contidos de medo, apreensões, e a criança por não
possuir mecanismos cognitivos desenvolvidos de expressão, não sabe como
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manifestar este momento tão doloroso. Nesta perspectiva, o brincar aparece como
uma possibilidade de expressão de sentimentos, preferências, receios e hábitos;
mediação entre o mundo familiar e situações novas ou ameaçadoras; e elaboração
de experiências desconhecidas e desagradáveis (Mitre, 2000). Para que isto
aconteça faz-se necessário que reconheçamos que cada criança partilha de uma
cultura lúdica. Essa cultura é formada a partir da introjeção de regras oriundas do
meio social que são particularizadas pelo indivíduo (brougére, 2002)
O adoecer gera crises e desestruturação tanto para a criança quanto para a
família, que é o primeiro grupo de relações em que o sujeito está inserido. Muitas
mudanças ocorrem na vida da criança adoecida, levando-a a se deparar com
limitações, frustrações, sensação de culpa, perdas e medos. Portanto, quando
uma criança adoece, a família também adoece. É impossível pensar hoje a criança
separada de seu convívio familiar, principalmente da díade mãe- filho.
No entanto, vale lembrar, que o ocidente, até época recente, séculos XVll l e
XlX , tinha a criança na conta de uma quantidade desprezível. A criança estava
exposta á violência e ao sadismo do adulto: a mortalidade infantil era elevada.
De fato, desde a antiguidade, os adultos não pararam de maltratar as
crianças, de torturá-las e sodomizá-las. Foi isso o que tentaram destacar alguns
historiadores analistas como Lloyd de Mause.
Segundo Mannoni (1986), A relação com as crianças modificou-se quando a
sociedade (século xix) se proporcionou os meios de abrir um espaço para elas e fez
da maternidade uma tarefa nobre entre todas. ’’(Mannoni-1986)
Quando a criança adoece, fica o medo de que ela não possa realizar os
ideais parentais, o que pode gerar uma situação de angústia. A criança no lugar de
objeto representa o Eu ideal dos pais, com todos os sonhos, qualidades e
expectativas dignas deste lugar.
A doença e a iminência da morte vão desmoronar esta fantasia de
completude e de perfeição, daí a necessidade de se pensar este processo no intuito
de possibilitar para a criança uma saída deste lugar.
De acordo com Mannoni (1987), a criança tem por missão reparar o malogro
dos pais, realizar-lhes os sonhos perdidos. As queixas dos pais á respeito de sua
descendência, nos conduzem assim, antes de tudo, á problemática própria do
adulto.
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A partir desta perspectiva, o presente estudo abordara as vária técnicas e
formas de expressão para a realização da Arteterapia no espaço hospitalar
pediátrico como veículo facilitador e promotor do bem estar físico e mental da
criança internada.
1.2 - A criança doente, a família e o processo de internação
Ao estudar o sentido que a doença tem para a criança, percebe-se que esta
envolve toda a estrutura familiar, pois este momento da enfermidade, a criança
silenciosamente e de forma patológica assume um grau de culpa pelos distúrbios
criados no seio da família.
O mesmo ocorre com os pais, no momento de um diagnostico e
conseqüentemente quando da internação de seu filho. Neste sentido, tanto as
crianças como os pais precisam de ajuda na chegada ao hospital. “Este é o
momento crucial do processo de hospitalização e deve ser considerado com muito
bom senso e atenção.” (Chiattone, in Angerami, 1998,)
A internação representa para a família um momento de grande sofrimento,
impotência e sentimento de perda, pois os pais se vêem obrigados a delegarem à
equipe hospitalar os cuidados para com seus filhos, o que até então era feito pela
família, e isso, freqüentemente, também faz com que os pais atribuam a si a culpa
pela doença de seus filhos. “Em geral, ao chegar à enfermaria, a criança é separada
abruptamente da família seguindo com uma atendente que muitas vezes nem tenta
conversar, dar alguma explicação ou acalmar a criança.” (Chiattone, in Angerami,
1998,)
Segundo Kubler-Ross, os familiares de crianças gravemente enfermos
experimentam uma seqüência de sentimentos comuns a todos os seres humanos,
quando defrontados com situações trágicas:
1- Choque inicial e negação, que se caracteriza por recusa ou incapacidade de
evitar a internação.
2- Sentimentos de raiva, fúria e inveja, perguntando-se muitas vezes “por que
eu?”, “por que comigo?”, “por que meu filho?”.
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3- Barganhas ou tentativas de adiar o inevitável.
4- Depressão, onde a raiva anterior dá lugar a um sentimento de tristeza.
5- Eventual aceitação, que envolve uma redução da angústia previa e um
aumento no grau de expectativa tranqüila.
É neste contexto de angústia e sentimento de perda, que os pais manifestam
seus mecanismos de defesa contra as ameaças da situação hostil e dolorosa.
Uma reação comum a esta situação estressante é a identificação com outros
pais de crianças internadas.
Freqüentemente os pais fazem comparações da doença de seus filhos com a
doença e tratamento de outras crianças também internadas.
Neste momento, a arteterapia pode intervir criando e acessando caminhos e
soluções no processo de internação. O brincar na enfermaria surge como um
veículo de interação entre paciente, acompanhante e a equipe clinica. Muitos
autores - a exemplo de Kudo & Pierri (1990), Lindquist (1993), Novaes (1998) e
Santa Roza (1999), vêm apontando para a importância da presença da atividade
lúdica durante o período de adoecimento e de internação hospitalar de criança.
Nesse sentido, o brincar passa a ser visto como um espaço terapêutico capaz de
promover não só a continuidade do desenvolvimento infantil, como também a
possibilidade de, através dele, a criança hospitalizada melhor elaborar esse
momento específico em que vive. (MITRE, 2000).
1.3 - O hospital como espaço de Arteterapia em Educação e Saúde
No atual contexto social Brasileiro, o espaço hospitalar pediátrico pode ser
local de aprendizado, de conhecimento, de novas relações e metodologias entre
paciente e a equipe profissional. Como são seres humanos que entram e saem do
hospital, toda a equipe deve estar sempre atenta e sensível aos acontecimentos dos
pacientes e com isso apreender e transformar todas as suas observações em
aprendizado a serem proferidos em literatura como novos meios de conhecimento
acadêmicos.
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Entender o hospital como um instrumento de humanização e de difusão de
arte, saúde e educação e não somente de tratamento da doença, é também um dos
objetivos deste estudo.
Segundo David Morley (1982), no país em desenvolvimento, pode acontecer
de a mãe que traz o seu filho para ser internado na unidade de pediatria não tenha
tido qualquer contato anterior com a assistência médica. Toda a sua atitude face a
medicina científica será determinante pelo modo como é recebido na chegada e
pela sua experiência durante a permanência no hospital.
O hospital hoje exerce uma grande influência sobre as atitudes e expectativas
da sociedade em relação à doença e a saúde, envelhecimento e morte. Portanto,
uma família ao ter o primeiro atendimento hospitalar e que durante este processo de
internação é bem acolhida, e que as devidas informações a respeito de sua doença
sejam devidamente esclarecidas, certamente esta família em questão, se sentira
fortalecida dentro de seu contexto social.
Nesta ótica onde o hospital caracteriza-se pelo atendimento de humanos para
humanos é importante frisar que a criança hospitalizada, não deixa de ser criança
pelo fato de estar doente e internada. Mesmo neste período de conturbações
causados por anomalias de efeitos clínicos e involuntários, é necessário que se
preserve à criança internada uma infância saudável, mesmo que associada a
doença. É neste contexto adverso entre “Saúde” (é um estado de completo bem
estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença) e “Doença” (do
Latim dolentia, padecimento é uma condição anormal de um organismo que
interfere nas funções corporais e está associada a sintomas específicos) que o
hospital pode ter um enfoque psicossocial colaborativo como instrumento de
humanização e acolhimento.
Neste olhar perspectivo de transformação subjetiva do ambiente hospitalar, a
Arteterapia em Educação e Saúde surge como um veículo condutor de promoção do
bem estar “Lúdico” da criança internada. As intervenções expressivas da arteterapia
têm como objetivo de acessar aquilo que a criança não consegue verbalizar por
meios de palavras. O momento o qual a criança vivencia quando da internação é
rodeado de incertezas e medos.
Uma técnica expressiva dentre outras que potencializa a possibilidade de
manifestação e de interação entre a criança e o hospital é o teatro através da
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dramatização. O fazer teatral pode ser um catalisador de idéias e informações sobre
o significado da doença e do espaço hospitalar. Através da construção da
encenação que pode ser proposta sobre “a convivência hospitalar”, o profissional
em arteterapia provido de conhecimentos de artes cênicas, tem a função de
conduzir de forma terapêutica a elaboração da performance a ser apresentada. A
criança durante este processo de construção cênica passa a conhecer de forma
dramatizada o significado de sua doença e também da doença das outras crianças
internadas, interagindo e (re)significando este novo contexto que é a internação
hospitalar.
Segundo Lima (1995), a literatura tem registrado a superioridade da
abordagem por meio da dramatização quando comparada com a unicamente verbal.
Através da primeira, podemos nos comunicar com as crianças, informando-as de
forma mais compreensível, e prepará-las para enfrentar situações novas. Através
desta técnica a criança pode conhecer detalhes da vida no hospital de tal forma que
vivencie a função real e não fantasiada do instrumental hospitalar e das técnicas
empregadas durante a assistência. Durante a dramatização a enfermeira pode
observar se as informações foram ou não assimiladas, aspecto este que, via de
regra, escapa-lhe, já que as crianças não manifestam, muitas vezes, espontânea e
abertamente o que estão pensando ou sentindo, e muito menos, respondem de
maneira satisfatória as perguntas diretas.
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CAPÍTULO II
A ARTETERAPIA COMO DISPOSITIVO DE INTERVENÇÃO
TERAPÊUTICA
Os dispositivos terapêuticos que a arteterapia pode disponibilizar no processo
de intervenção, no período de internação, são em sua práxis, de fundamental
importância no acesso e restabelecimento da saúde física e mental da criança.
Golineli (2002) argumenta que a arteterapia contribui para estimular a
criatividade, porque se vale, em sua aplicação e método, de variadas formas e
expressões, fazendo florescer as potencialidades criativas e latentes dos indivíduos.
A arte como dispositivo de intervenção, se torna um veículo de elaboração de
símbolos e (re)significações, permitindo que o indivíduo alcance de forma
elaborativa o caminho para atenuar as aflições que o atinge.
Fazer arte implica diretamente em estimular as ordenações de idéias surgidas
pela elaboração mental, como ação interativa entre fato e idéia implícita nele,
produzindo o pensamento. Aquele que tem acesso a arte ou ao “Fazer artístico” está
tendo oportunidade de desenvolver ou de configurar habilidades, as quais por sua
vez, reveladoras de estrutura intelectiva ou cognitiva de que as realiza, assim como
também de seus sentimentos e valores ideais. Pois uma imagem projetada no papel
reflete a maneira pessoal de cada um relacionar-se, posicionar-se de estar no
mundo (URRUTIGARAY, 2008).
Durante o período de internação na enfermaria pediátrica, a criança, como já
foi apresentado no capítulo anterior, vivência uma experiência lograda de
expectativas, ansiedades, stress e dor. A equipe médica, na sua objetividade
acadêmica e conservadora, no primeiro contato com a criança internada, procede no
sentido de diagnosticar patologicamente e em seguida prover a criança dos
medicamentos necessários.
Pela tendência à reação unitária da criança aos agravos, a pediatria solicita
mais amplamente o desvelo terapêutico do médico, impedindo-o de cuidar apenas
da “doença principal” e negligenciar as de menor importância (MARCONDES, 1991).
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Conquanto, numa visão de humanização utilizando-se da arteterapia como
recurso terapêutico, que é o foco deste estudo, preconiza-se por uma pediatria
direcionada para o acolhimento e o bem estar físico, mental e clínico da criança, e
entende que a relação médico paciente pode ser melhor entendida no campo do
equilíbrio, condicionado a um fortalecimento das dúvidas e conflitos da criança.
Pela suscetibilidade emocional da criança, a pediatria induz o médico à
gentileza e a doçura no seu trato, a fim de conquistá-la para a sua propedêutica.
Essa conduta, entretanto deve ser a exteriorização de um sentimento profundo que
é a atitude afetiva do pediatra em face da vulnerabilidade da criança e da injustiça e
dos males que a acometem. (Marcondes, 1991)
Dentro de uma análise comparativa da propedêutica médica, onde
propedêutica médica significa “o conjunto de técnicas utilizadas para a elaboração
de uma base a partir da qual a medicina se orienta para chegar a um diagnóstico”
(Wikipédia, 2011); a arteterapia se utiliza como método de trabalho, das
modalidades expressivas com o objetivo de acessar, abrir um caminho junto ao
paciente, na construção do seu eu, e também na amenização e no entendimento do
caráter doloroso que é a hospitalização.
Neste sentido, a utilização das várias modalidades expressivas como veículo
de intervenção na hospitalização da criança pode ser um contraponto às
experiências dolorosas, possibilitando ao paciente a entender, aprender e se utilizar
também destes fazeres artísticos, para desta forma saírem do isolamento que o
estar internado pode provocar.
Um exemplo de modalidade expressiva como recurso de intervenção
terapêutica é a pintura que é uma técnica expressiva que propicia a criança uma
recondução ao seu bem estar emocional. Segundo Oaklander (1980 pg. 62), a
pintura tem um valor terapêutico especial e quando a pintura flui amiúde o mesmo
ocorre com a emoção.
A pintura propicia a criação de representações bidimensionais pelas
possibilidades que a tinta oferece como: pastosidade, facilidade de ser misturada
formando novas cores, a marca da pincelada, a cobertura rápida de planos e etc.
(PILLAR, 1999).
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Por meio destas interações e aplicações das modalidades expressivas, a
criança exercita e experimenta canais que internamente encontravam-se
adormecidos, e, com as intervenções, são convidadas a se transformarem.
No ambiente hospitalar, as crianças têm de suportar na maior parte das
vezes, uma limitação de atividades devido à própria situação de enfermidades e
também à falta de espaço físico das instituições. As características deste ambiente
entristecem, podendo contribuir para aumentar seu sofrimento físico e psíquico
(MACHADO; GIOIA- MARTINS, 2002).
O estudo da arteterapia é exatamente o de observar as limitações geradas na
criança pelo adoecimento e oferecer alternativas às dificuldades, a fim de
proporcionar um conforto mesmo em situação adversa.
Na objetiva deste olhar, no qual a hospitalização pode ser em sofrimento,
ANGERAMI- CAMON (1984) preconiza que o atendimento da criança internada
deve ser direcionado no sentido de minimizar seu sofrimento, tendo como princípio a
promoção da saúde, não somente no âmbito físico.
FREITAS (2008) acrescenta que neste ambiente a humanização é
fundamental, visto que a criança não está necessitando somente de atenção nos
aspectos relacionados à saúde física, mas também nas questões pessoais e sociais.
Portanto, a arteterapia, através de suas intervenções, poderá prestar uma
assistência globalizada à criança providenciando um meio ambiente facilitador e
propício ao seu comportamento e desenvolvimento, pois a estagnação de estímulos
poderá prejudicar estruturalmente todo seu processo de desenvolvimento enquanto
indivíduo.
2.1 - Fazendo arte na enfermaria
Segundo a Portaria do Ministério da Saúde nº 1286 de 26/10/93 - art.8º e
nº74 de 04/05/94, o paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e
respeitoso, por parte de todos os profissionais de saúde. Tem direito a um local
digno e adequado para seu atendimento. A partir deste direito concedido pela rede
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hospitalar Pública, a arteterapia com as técnicas expressivas e suas modalidades
deve, de forma prática e efetiva, atuar no contexto da rotina pediátrica apresentando
e incentivando a criatividade como meio de intervenção terapêutica.
Através das expressões criativas, dinamizadas por meios plásticos ou
performáticos, o universo de cada ser, como manifestação de um sistema complexo
e total em si mesmo, tem a possibilidade de ser explorado em suas dimensões
caóticas ou nos seus estados de desordem e confusão mental como nos cósmicos
ou nos momentos de perfeita ordem focal (URRUTIGARAY, 2008).
O mundo da criança é rodeado de símbolos, imaginações e espontaneidades.
No seu mundinho, a criança tudo pode, tudo quer, é permeado de porquês, que
mesmo respondidos, o seu entendimento continuará repleto de dúvidas que não
terão nenhuma importância objetiva. A criança tudo transforma: uma cadeira pode
muito bem ser um banco de um ônibus, que em outro momento se transforma em
uma ponte, onde ela subira para saltar, mas no meio do ir saltar, resolve virar um
herói, ou uma princesa. A criança quer correr atrás da pipa, pegar a pipa e soltá-la,
olhar para a pipa e chamá-la de papagaio, de cafifa, de rabiola. Para a criança a
bicicleta virada ao contrário se modifica para uma carrocinha de pipoqueiro, e como
pipoqueiro a criança grita “olha a pipoca, quem quer pipoca!”. Um pano velho vira
uma boneca que afetivamente em seu colo vira sua filha, que mama, dorme e chora.
Uma caixa de pasta de dente se transforme num carro possante colorido. Criança
quando é criança deve ser vista como criança, porque criança só quer brincar.
Neste universo de brincadeiras e imaginações, a criança passa a ter um
contato imediato com sua segurança, constrói pouco a pouco sua personalidade e
se estrutura de forma saudável enquanto pessoa e indivíduo. WHALEY&WONG
(1989) afirma que brincar é um dos aspectos mais importante da vida de uma
criança e um dos instrumentos mais eficazes para diminuir o stress.
A criança hospitalizada é atravessada por uma avalanche de emoções
internas e externas, que não permitem que ela possa de forma linear e clara
expressar o que a angustia e o sofrimento que está vivenciando, e isso pode gerar
um estado de stress acima do suportável. Então, o espaço da enfermaria deve ser
um espaço de promoção do lúdico, onde o fazer arte e o brincar devem fazer parte
da rotina da equipe multidiciplinar pediátrica.
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Ao brincar, a criança libera sua capacidade de criar e reinventa o mundo,
libera a afetividade e através do mundo mágico do “faz de conta” explora seus
próprios limites e parte para uma aventura que poderá levá-la ao encontro de si
mesma (CUNHA, 1994).
2.2- Arteterapia: um mosaico de arte
Estudos mostram que o homem, muito antes de falar, já usava a arte como
linguagem para se comunicar como exemplo, apoderou-se do fogo, criou utensílios
rudimentares para se expressar, desenhava no chão ou nas paredes das cavernas,
criou símbolos para se comunicar.
A Arteterapia tal como um mosaico , é um embutido de várias partes de arte
que se manifestam em outras artes , que se encontram no barro , que se
transformam pelas mãos de quem o toca , e vira cor pelas tintas que fluem dos
pincéis , e escorrem pelo papel que num desenho simbólico expressa o inconsciente
que não mais se esconde, e em uma colcha que de tantos retalhos se modifica e
adquire uma nova forma , como um vestido de boneca que num palco iluminado
baila e deixa o vestido preso nas rotundas escuras do imaginário que agora também
é arte.
A criatividade manifesta nas produções artísticas traz características
simbólicas, as quais viabiliza meios de pesquisa apropriados à integração dos
aspectos qualitativos e valorativo presente na atuação humana (Urrutigaray,
2008,p17).
O movimento do fazer arte na enfermaria proporciona um contato direto com
a criança e sua criatividade, é um olhar despreocupado com a estética. O paciente
e encorajado expressar o seu sentimento através de fazeres artísticos sem se
preocupar com o produto final.
Portanto a arteterapia é uma prática terapêutica que trabalha com a
intersecção de vários saberes, como a educação, a saúde, a arte e a ciência,
buscando resgatar a dimensão integral do homem. Para Valladares (2004) a
arteterapia almeja a produção de imagens; a autonomia criativa; o desenvolvimento
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da comunicação; a valorização da subjetividade; a liberdade de expressão; o
reconciliar de problemas emocionais bem como a função catártica.
De acordo com Philippini (2004), uma maneira de conceituar Arteterapia,
dentre várias outras, é considerá-la um processo terapêutico que decorre da
utilização de recursos expressivos bem diversos para auxiliar os indivíduos a
contatarem conteúdos inconscientes da psique. Esse contato possibilita o indivíduo,
através de formas de suas criações – produção simbólica, a resgatar, desbloquear e
fortalecer seus potenciais criativos. Ao mesmo tempo em que permite, de maneira
gradual, atribuir significado às informações oriundas de níveis profundos da psique e
assim, aos poucos, serem apreendidas pela consciência.
Segundo American Association of Art Therapy (Associação Americana de
Arteterapia), a arteterapia baseia-se na crença de que o processo criativo envolvido
na atividade artística e terapêutica é enriquecedor da qualidade de vida de pessoas.
Arteterapia é o uso terapêutico da atividade artística no contexto de uma relação
profissional por pessoas que experienciam doenças, traumas ou dificuldades na
vida, assim como por pessoas que buscam desenvolvimento pessoal. Por meio do
criar em arte e do refletir sobre os processos e trabalhos artísticos resultantes,
pessoas podem ampliar o conhecimento de si e dos outros, aumentar sua auto-
estima, lidar melhor com sintomas, estresse e experiências traumáticas, desenvolver
recursos físicos, cognitivos e emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer
artístico.” (AATA, 2003)
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CAPÍTULO III
ARTETERAPIA: REABILITANDO SAÚDE NA CRIANÇA
HOSPITALIZADA
“O que melhora o atendimento é o contato afetivo de uma pessoa com a
outra. O que cura é a alegria, o que cura é a falta de preconceito” Nise da Silveira.
Neste capítulo será abordada a importância da arteterapia como facilitador
no acesso do bem estar da saúde da criança hospitalizada. È importante ressaltar
que neste estudo o cuidar e a escuta da criança fazem parte do universo do
entendimento dos significados que envolvem o aspecto da doença e do tratamento
ao qual a criança é submetida.
Conforme a portaria de ministério da saúde nº 1286 de 26/110/1993 artigo 8º
e nº74 de 04/05/94 no item 8º, o paciente tem direito a informações claras, simples e
compreensivas, adaptadas à sua condição cultural, sobre as ações diagnósticas e
terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração do tratamento, a localização de
sua patologia, se existe necessidade de anestesia, qual o instrumental a ser
utilizado e quais regiões do corpo serão afetadas pelos procedimentos.
No contexto do processo da hospitalização se faz necessário observar estas
normas citadas acima, para que se mantenha a integridade, a cidadania da família
em processo de hospitalização. Uma boa relação entre terapeuta e o paciente
infantil é particularmente vital. A criança deve desenvolver confiança no terapeuta,
considerá-lo um verdadeiro amigo - um amigo que é uma pessoa acolhedora e não
punitiva. Quando adquire essa confiança, a criança sente-se mais livre para falar
sobre seus medos, seus ódios, seus ressentimentos, desejos, carências e anseios.
SAWREY&TELFORD (1971).
22
CAPÍTULO IV
AS TÉCNICAS E OS MATERIAIS EXPRESSIVOS COMO
PROMOTORES DE SAÚDE
Neste capítulo serão abordadas algumas técnicas e materiais utilizados em
arteterapia como recurso de promoção da saúde da criança hospitalizada.
A utilização dos recursos artísticos passam a ter uma função terapêutica
quando utilizado no espaço do hospital. É um facilitador na relação que deve ser
estabelecida entre a criança e o profissional de saúde. Segundo Coutinho (2005)
expressar-se simbolicamente, através das mais diversas formas criativas (pintura,
dança, canto e outras) faz parte do repertório humano, desde as épocas mais
remotas. Por meio da arte (aqui compreendida como todo produto da criatividade,
utilizando-se as mais diversas técnicas e materiais), o homem sempre buscou se
comunicar, compreender (a si mesmo, ao mundo, à natureza), se relacionar. Por
vezes, uma imagem consegue provocar reações mais intensas do que as palavras e
parece carregar em si mesma tantas mensagens subjacentes, que é capaz de
causar emoção tanto em quem a criou como em quem a precisa.
4.1- Técnicas e materiais mais usados
4.1.1 - Papéis (folhas) Papel ofício, papel A4 (várias cores), papel A3, papel crepom, papel vegetal,
papel glacê, papel seda, papel metalizado, papel celofane, papel pedra, papel craft,
papel alumínio, folhas de lixa, papel vegetal, cartolina, papelão, papel 40k, papel
pardo, mistura para papel machê, papel camurça, papel de presente (papel
decorado), folha de acetato.
Os papéis podem ser classificados em princípio em dois tipos básicos:
porosos e lisos. Os papéis porosos são mais adequados a receber materiais com
maior quantidade de água (como aquarela, por exemplo), pois absorvem o líquido,
enquanto nos papéis lisos eles se mantêm na superfície.
23
Com o papel se faz quase tudo: bijuterias, gravuras, desenhos, esculturas,
brinquedos, objetos úteis e até mesmo móveis. As possibilidades são infinitas. Voce
pode trabalhar sobre o papel,desenhando,pintando,escrevendo,picotando e
dobrando. Ou ainda utilizá-lo como matéria prima em processos de
reaproveitamento e reciclagem. Vale o que sua imaginação criar. São muitas as
possibilidades e, para cada uma delas, há uma técnica especial (FAJARDO e outros
2002).
4.1.2 - Lápis Existem vários tipos de lápis: lápis de cor, lápis grafite (B/HB/H) gis de cera,
pasteis a óleo, pastéis a seco, canetas hidrográficas, lápis de carvão, bastão de
grafite.
Segundo Urrutigaray (2003). O resultado obtido com o lápis é um excelente
indicativo de estados internos, uma vez que a maneira, como é seguro, a força e o
controle dos movimentos influenciarão aspecto final do desenho.
4.1.3- Tinta
Aquarela, guache, tinta acrílica, tinta para pintura a dedo, cola colorida,
anilina, nanquim, betume, tinta vitral, tinta de tecido, tinta plástica, tinta PVA,
pigmentos em pó e líquido (tipo xadrez) de vários tipos.
Segundo Coutinho (2005) a tinta costuma ser um material que provoca a
liberação de afetos, por sua fluidez. De modo diverso dos materiais mais secos, não
permite tanto controle, fazendo emergirem emoções diversas com seu uso.
4.1.4- Argila Ao modelar a argila, a criança entre em contato com o sensorial, com a terra
com o equilíbrio. Para Nascimento (1995), promove sensibilização tátil, sendo uma
atividade de relaxamento, alem de fortalecer a musculatura e a harmonia pelo
equilíbrio, Oferece noções de temperatura, peso, textura, concavidade ou
convexidade.
Proporciona a oportunidade de fluidez entre material e manipulador como
nenhum outro. (Oaklander, 1980). Nesta mesma linha de abordagem Urrutigaray
24
(2008) assinala que a argila é o material mais próximo de um sentido visceral,
devido a seu aspecto traz em si uma modalidade de ênfase ao trabalho com as
mãos como propulsoras de imagens de experiências mais fortes , mais viscerais
,que usualmente encontram-se dificultadas na sua expressão verbalização devido à
interferência do inconsciência do ego.
Algumas pessoas sentem-se repelidas pela “sujeira” da argila. Na verdade,
trata-se do mais limpo de todos os materiais de arte depois da água. Ela seca
transformando-se numa camada de poeira fina que se pode limpar facilmente, as
mãos, roupas, tapetes, pisos , mesas, - lavando, escovando, removendo ou tirando
com aspirador de pó. A argila possui propriedades curativas. Escultores e
ceramistas têm observado que os cortes cicatrizam mais depressa se deixados
expostos durante o trabalho com a argila. A maioria das crianças aceita
prontamente o material embora ocasionalmente se possa ver uma criança receosa
da massa molhada e “suja” que a argila lhe representa. Este fato por si só já conta
ao terapeuta muita coisa sobre a criança e constitui uma direção proveitosa a ser
seguida em terapia. Certamente existe um elo direto entre a compulsão de limpeza
da criança e seus problemas emocionais, e isto pode não ficar óbvio com nenhum
dos outros materiais apresentados a ela. (Aklander, 1980)
A experiência com argila provoca o emergir de emoções, sendo recipiente de
projeções para as experiências com o mundo circundante, favorecedora de
descargas emocionais, atuando, incluso, como produtora de efeitos calmantes.
Como o trabalho pode ser feito e refeito, a argila também promove o
desenvolvimento da autoconfiança a quem a pratica. Urrutigaray (2008)
4.1.5- Papietagem A papietagem ou colagem com papel é uma das técnicas expressivas na qual
proporciona a criança (internada) hospitalizada a possibilidade de coletivização e
troca de material com seus pares de enfermaria. O trabalho com colagem feito
através da escolha de imagens selecionadas em revistas, jornais ou em outros,
acrescido da tarefa de ordenação das mesmas, pode trazer para o ambiente
arteterapêutico um bom clima para o estabelecimento de vínculos mais firmes para
com as futuras tarefas realizadas com outros materiais. Pois por se tratar de uma
25
tarefa pelo qual “o atuar” como artista fica como que simulado, a ansiedade por não
se considerar um artista reduz-se, possibilitando uma entrega mais confiante ao
trabalho proposto. Urrutigaray (2008)
A colagem é uma atividade bastante apreciada pelas crianças, favorece
inclusive ao desenvolvimento da coordenação motora fina e da organização
espacial. (Coutinho, 2005)
4.1.6- Máscara A utilização das máscaras como recurso terapêutico na enfermaria
pediátrica, introduz a criança a outro mundo completamente diferente do que ele
vivencia durante o período da internação. Ao se utilizar da máscara, a criança se
aproxima ao seu estado interior de imaginação, ela pode ser o que quiser de um
herói a uma princesa. Para Coutinho (2005), ao colocar uma máscara e “se ocultar”,
o sujeito pode permitir o desmascaramento que não ousa revelar quando traz o
rosto exposto.
As dificuldades da criança hospitalizada de se expressar são atenuadas
quando ela se apropria da técnica expressiva que é a confecção e encenação com
máscaras. Segundo Urrutigaray (2008), a possibilidade de se perceber nas suas
dificuldades, dado as imposições deferidas pelo próprio uso dos materiais plásticos
confere ao usuário as noções de limitação, de aceitação e de humildade diante de
suas dificuldades tornando-o mais humano, mais próximo de si mesmo.
As máscaras usadas nos rituais representam forças da natureza e entidades
sobrenaturais. Nas tragédias gregas encarnavam heróis divinos que lutavam contra
as forças do destino. Nas comédias, com os mimos passam a reproduzir o cotidiano;
e no confronto homem versus homem satirizam os dramas sociais. (Amaral, 2002)
Portanto as máscaras como descrito acima, traz uma gama de possibilidades
de desvelamento simbólicos, e quando utilizado com crianças hospitalizadas como
recurso terapêutico, serve de veículo de expressão de conteúdos interiorizados e
não verbalizados, possibilitando à criança um melhor entendimento de sua
enfermidade e convivência com os pares de enfermaria.
26
4.1.7- Teatro de bonecos
O teatro de bonecos é uma atividade que remonta a antiguidade. Existem
vários modelos e formas de produzir um fantoche. Eles podem ser utilizados com
crianças de todas as idades, mesmo as mais novas, que conseguem dramatizar
mais ainda não conseguiram construir seus próprios bonecos, com relativa
autonomia. Neste caso, é útil que o arteterapeuta tenha alguns fantoches
disponíveis, um cenário simples para teatro de bonecos, feito de madeira e com
uma cortina que abra e feche. (Coutinho, 2005)
No jogo da manipulação do boneco a criança tem a possibilidade de
externalizar seus sentimentos, suas emoções, sem correr o risco de sentir-se
exposta e censurada. No processo da confecção do boneco, a criança geralmente já
tem em mente os conteúdos simbólicos que vão estar representados na sua criação.
4.1.8- Desenho Há muito tempo o desenho é utilizado pelos humanos como forma de
representar pensamentos, sentimentos e ações. O homem primitivo já fazia uso de
sua linguagem simbólica, utilizando-os antes mesmo dos símbolos que registrassem
especificamente a sua fala. Este simbolismo do desenho permite a comunicação
desde épocas bastante precoces da vida do homem, possibilitando que o mesmo se
expresse desde a infância, antes mesmo de aprender a escrever (HAMMER, 1981).
O desenho infantil consiste num meio pelo qual a criança expressa suas
vivências, seus conflitos, suas emoções, ou seja, todos os sentimentos que
emergem a partir de situações de seu cotidiano. Num contexto hospitalar , o
desenho pode se revelar um instrumento eficaz na comunicação do que a criança
sente , revelando seu sofrimento psíquico e angústias, possibilitando, a partir disso
intervenções terapêuticas no sentido de restabelecimento do seu bem estar físico e
mental.
O desenho é o método mais eloqüente, imediato e de mais simples execução
para se investigar traços de humor, de comportamento e de caráter de uma criança,
assim como seus conflitos intrapsíquicos, suprindo, dessa maneira, sua dificuldade
em falar de si mesma e expor seus problemas (ARFOUILLOUX, 1983).
27
CONCLUSÃO
Desde a antiguidade a arte é utilizada como um recurso terapêutico para o
tratamento de várias anomalias que acometem o homem. É sobre a ótica da Arte
como recurso terapêutico que este estudo se debruça no sentido de validar a
importância da arteterapia no ambiente hospitalar.
A arteterapia no contexto pediátrico deve ser vista como mais um recurso de
atendimento terapêutico no campo de atividades dos profissionais de saúde no
processo de reabilitação e cura do paciente em estado de doença na enfermaria
pediátrica.
Em face disto, este estudo entende que a criança em estado de adoecimento
deve ser atendida de forma digna quando de sua hospitalização. É de fundamental
importância que o espaço da enfermaria pediátrica seja um ambiente acolhedor e
humanizado, e que desta forma se propicie um menor impacto psicológico negativo
resultante da doença e da internação.
E é neste contexto da internação em enfermaria pediátrica que a arteterapia
pela suas confluências de saberes, constitui um caminho de benefícios a serem
utilizados como veículo de restauração deste estado de dúvidas e traumas
causados pela permanência da criança no hospital.
Assim sendo, este estudo não se conclui aqui, pois a arte não é conclusiva e
está sempre em processo de renovação. Desta forma se abre espaço para que
novos estudos venham acrescentar, no sentido de que a arteterapia com suas
técnicas expressivas se torne cada vez mais um canal de recursos terapêuticos
como facilitador da promoção, prevenção e expansão da saúde.
29
ANEXO 1
Direitos do Paciente
Relação Médico/Paciente
1.O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os profissionais de saúde. Tem direito a um local digno e adequado para seu atendimento.
2.O paciente tem direito a ser identificado pelo nome e sobrenome. Não deve ser chamado pelo nome da doença ou do agravo à saúde, ou ainda de forma genérica ou quaisquer outras formas impróprias, desrespeitosas ou preconceituosas.
3.O paciente tem direito a receber do funcionário adequado, presente no local, auxílio imediato e oportuno para a melhoria de seu conforto e bem-estar.
4.O paciente tem direito a identificar o profissional por crachá preenchido com o nome completo, função e cargo.
5.O paciente tem direito a consultas marcadas, antecipadamente, de forma que o tempo de espera não ultrapasse a trinta (30) minutos.
6.O paciente tem direito de exigir que todo o material utilizado seja rigorosamente esterilizado, ou descartável e manipulado segundo normas de higiene e prevenção.
7.O paciente tem direito de receber explicações claras sobre o exame a que vai ser submetido e para qual finalidade irá ser coletado o material para exame de laboratório.
8.O paciente tem direito a informações claras, simples e compreensivas, adaptadas à sua condição cultural, sobre as ações diagnósticas e terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração do tratamento, a localização, a localização de sua patologia, se existe necessidade de anestesia, qual o instrumental a ser utilizado e quais regiões do corpo serão afetadas pelos procedimentos.
9.O paciente tem direito a ser esclarecido se o tratamento ou o diagnóstico é experimental ou faz parte de pesquisa, e se os benefícios a serem obtidos são proporcionais aos riscos e se existe probalidade de alteração das condições de dor, sofrimento e desenvolvimento da sua patologia.
10.O paciente tem direito de consentir ou recusar a ser submetido à experimentação ou pesquisas. No caso de impossibilidade de expressar sua vontade, o consentimento deve ser dado por escrito por seus familiares ou responsáveis.
30
11.O paciente tem direito a consentir ou recusar procedimentos, diagnósticos ou terapêuticas a serem nele realizados. Deve consentir de forma livre, voluntária, esclarecida com adequada informação. Quando ocorrerem alterações significantes no estado de saúde inicial ou da causa pela qual o consentimento foi dado, este deverá ser renovado.
12.O paciente tem direito de revogar o consentimento anterior, a qualquer instante, por decisão livre, consciente e esclarecida, sem que lhe sejam imputadas sanções morais ou legais.
13.O paciente tem o direito de ter seu prontuário médico elaborado de forma legível e de consultá-lo a qualquer momento. Este prontuário deve conter o conjunto de documentos padronizados do histórico do paciente, princípio e evolução da doença, raciocínio clínico, exames, conduta terapêutica e demais relatórios e anotações clínicas.
14.O paciente tem direito a ter seu diagnóstico e tratamento por escrito, identificado com o nome do profissional de saúde e seu registro no respectivo Conselho Profissional, de forma clara e legível.
15.O paciente tem direito de receber medicamentos básicos, e também medicamentos e equipamentos de alto custo, que mantenham a vida e a saúde.
16.O paciente tem o direito de receber os medicamentos acompanhados de bula impressa de forma compreensível e clara e com data de fabricação e prazo de validade.
17.O paciente tem o direito de receber as receitas com o nome genérico do medicamento (Lei do Genérico) e não em código, datilografadas ou em letras de forma, ou com caligrafia perfeitamente legível, e com assinatura e carimbo contendo o número do registro do respectivo Conselho Profissional.
18.O paciente tem direito de conhecer a procedência e verificar antes de receber sangue ou hemoderivados para a transfusão, se o mesmo contém carimbo nas bolsas de sangue atestando as sorologias efetuadas e sua validade.
19.O paciente tem direito, no caso de estar inconsciente, de ter anotado em seu prontuário, medicação, sangue ou hemoderivados, com dados sobre a origem, tipo e prazo de validade.
20.O paciente tem direito de saber com segurança e antecipadamente, através de testes ou exames, que não é diabético, portador de algum tipo de anemia, ou alérgico a determinados medicamentos (anestésicos, penicilina, sulfas, soro antitetânico, etc.) antes de lhe serem administrados.
21.O paciente tem direito à sua segurança e integridade física nos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados.
22.O paciente tem direito de ter acesso às contas detalhadas referentes às despesas de seu tratamento, exames, medicação, internação e outros procedimentos médicos.
31
23.O paciente tem direito de não sofrer discriminação nos serviços de saúdepor ser portador de qualquer tipo de patologia, principalmente no caso de ser portador de HIV / AIDS ou doenças infecto- contagiosas.
24.O paciente tem direito de ser resguardado de seus segredos, através da manutenção do sigilo profissional, desde que não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública. Os segredos do paciente correspondem a tudo aquilo que, mesmo desconhecido pelo próprio cliente, possa o profissional de saúde ter acesso e compreender através das informações obtidas no histórico do paciente, exames laboratoriais e radiológicos.
25.O paciente tem direito a manter sua privacidade para satisfazer suas necessidades fisiológicas, inclusive alimentação adequada e higiênicas, quer quando atendido no leito, ou no ambiente onde está internado ou aguardando atendimento.
26. O paciente tem direito a acompanhante, se desejar, tanto nas consultas, como nas internações. As visitas de parentes e amigos devem ser disciplinadas em horários compatíveis, desde que não comprometam as atividades médico/sanitárias. Em caso de parto, a parturiente poderá solicitar a presença do pai.
27.O paciente tem direito de exigir que a maternidade, além dos profissionais comumente necessários, mantenha a presença de um neonatologista, por ocasião do parto.
28.O paciente tem direito de exigir que a maternidade realize o "teste do pézinho" para detectar a fenilcetonúria nos recém- nascidos.
29.O paciente tem direito à indenização pecuniária no caso de qualquer complicação em suas condições de saúde motivadas por imprudência, negligência ou imperícia dos profissionais de saúde.
30.O paciente tem direito à assistência adequada, mesmo em períodos festivos, feriados ou durante greves profissionais.
31.O paciente tem direito de receber ou recusar assistência moral, psicológica, social e religiosa.
32.O paciente tem direito a uma morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou responsável, por local ou acompanhamento e ainda se quer ou não o uso de tratamentos dolorosos e extraordinários para prolongar a vida.
33.O paciente tem direito à dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser avisados imediatamente após o óbito.
34.O paciente tem o direito de não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem sua prévia aprovação.
35.O paciente tem direito a órgão jurídico de direito específico da saúde, sem ônus e de fácil acesso.
32
(Portaria do Ministério da Saúde nº1286 de 26/10/93- art.8º e nº74 de 04/05/94).
Fonte: FÓRUM DE PATOLOGIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - GOVERNO DO ESTADO DE SÀO PAULO - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
33
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36
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 1
AGRADECIMENTO 2
DEDICATÓRIA 3
RESUMO 4
METODOLOGIA 5
SUMÁRIO 6
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I
ARTETERAPIA EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA 9
1.1 - A Criança e o Adoecer 9
1.2 – A Criança Doente, a Família e o Processo 11
de Internação
1.3 - O Hospital como Espaço de Arteterapia 12
em Educação e Saúde
CAPÍTULO II
A ARTETERAPIA COMO DISPOSITIVO DE 15
INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA
2.1 - Fazendo Arte na Enfermaria 12
2.2 – Arteterapia: um Mosaico de Arte 15
CAPÍTULO III
ARTETERAPIA: REABILITANDO SAUDE NA CRIANÇA 21
HOSPITALIZADA
CAPÍTULO IV
AS TÉCNICAS E OS MATERIAS EXPRESSIVOS COMO 22
PROMOTORES DE SAUDE
37
4.1 - Técnicas e materiais mais usados 22
4.1.1 - Papéis (folhas) 22
4.1.2 - Lápis 23
4.1.3 - Tinta 23
4.1.4 - Argila 23
4.1.5 - Papietagem 24
4.1.6 - Máscara 25
4.1.7 - Teatro de Bonecos 26
4.1.8 - Desenho 26
CONCLUSÃO 27
ANEXOS 28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFCIAS 33
ÍNDICE 37