UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CÂMPUS DE FRANCISCO BELTRÃO
CENTRO DE CIÊNCIAIS SOCIAIS APLICADAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E DESENVOLVIMENTO
REGIONAL – MESTRADO
GABRIELA BUFFON
A INFLUÊNCIA DO SIGNIFICADO DO DINHEIRO NA ATITUDE AO
ENDIVIDAMENTO DOS ACADÊMICOS DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO, DO
SUDOESTE DO PARANÁ
DISSERTAÇÃO
FRANCISCO BELTRÃO
2018
GABRIELA BUFFON
A INFLUÊNCIA DO SIGNIFICADO DO DINHEIRO NA ATITUDE AO
ENDIVIDAMENTO DOS ACADÊMICOS DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO, DO
SUDOESTE DO PARANÁ
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Gestão e Desenvolvimento Regional
– PGDR – da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
como requisito parcial para à obtenção do título de
Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional.
Área de concentração: Gestão e Desenvolvimento
Regional
Linha de Pesquisa: Gestão Organizacional
Orientador: Prof. Dr. Gilmar Ribeiro de Mello
FRANCISCO BELTRÃO
2018
FOLHA DE APROVAÇÃO
A Banca Examinadora de Defesa de Dissertação do Programa de Pós-Graduação em Gestão e
Desenvolvimento Regional – Mestrado, da Unioeste – Câmpus de Francisco Beltrão, em
Sessão Pública realizada na data de 21 de Fevereiro de 2018, considerou a mestranda
GABRIELA BUFFON, APROVADA.
____________________________________________________
Dr. Gilmar Ribeiro de Mello
Orientador e Presidente da Banca
____________________________________________________
Dr. Sandra Maria Coltre
Membro da Banca
______________________________________________________
Dr. Luciano Minguini
Membro da Banca
OBS: As assinaturas dos membros da banca podem ser encontradas na versão impressa,
presente na biblioteca.
Francisco Beltrão, 21 de Fevereiro de 2018.
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
Dedico este trabalho a minha mãe, por todo
apoio, carinho, compreensão e amor
incondicional.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me ouvir nos momentos difíceis, por me dar força e saúde pаrа
superar as dificuldades encontradas ao longo desse caminho.
O meu eterno agradecimento a minha família, agradeço aos meus pais, que não só
neste momento, mas em toda a minha vida estiveram comigo, ao meu lado, fornecendo o
apoio e compreensão em todos os momentos. Agradeço a minha mãe, que me ensinou a ser
uma mulher de força e um ser humano íntegro, com caráter, coragem e dignidade para
enfrentar a vida. Uma mãe que me deixou livre para seguir minhas escolhas, porém sempre
indicando o caminho correto. Agradeço ao meu pai, que me ensinou os maiores valores que se
pode ter na vida, me incentivou a estudar, inúmeras vezes estudando comigo até que eu
aprendesse, me ensinou a batalhar e buscar os meus objetivos.
A minha irmã por seu apoio, que desde sempre cuidou de mim extraordinariamente
bem, por sempre me corrigir, mesmo eu passando vergonha, por ser a minha conselheira
preferida, sempre me dando força, com o “abraço da felicidade”. Agradeço também ao meu
magnífico namorado, pelo apoio incomparável, por sua disponibilidade em sempre me ajudar,
que deixava seus afazeres para me socorrer, obrigado ser o melhor namorado do mundo, por
seu amor, carinho e por tornar esse caminho mais fácil.
À Universidade Estadual do Oeste do Paraná, pela oportunidade de realização do
curso de mestrado. Agradeço а todos os professores por me proporcionar о conhecimento, não
apenas racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo de
formação profissional. Ao meu orientador pelo empenho e dedicação a esse trabalho.
E a todos os amigos e familiares que contribuíram para mais essa vitória, muito
obrigada.
Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na
tribulação, perseverai na oração.
(ROMANOS, 12:12)
RESUMO
A INFLUÊNCIA DO SIGNIFICADO DO DINHEIRO NA ATITUDE AO
ENDIVIDAMENTO DOS ACADÊMICOS DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO, DO
SUDOESTE DO PARANÁ
Esta pesquisa consiste em verificar os fatores determinantes na atitude ao endividamento dos
acadêmicos, dos primeiros e quartos anos, dos cursos de administração no Sudoeste do
Paraná, no ano de 2017. Foram abordados no referencial teórico os conceitos das finanças
comportamentais e endividamento os quais são essenciais para compreensão do conceito de
significado do dinheiro. Para identificar o perfil dos acadêmicos utilizou-se da técnica de
análise de clusters e estatística descritiva, para verificar o significado do dinheiro, a atitude ao
endividamento e sua influência, utilizou-se a análise fatorial e regressão linear múltipla,
respectivamente. Por fim, o teste de Wilcoxon, foi utilizado para verificar as diferenças na
atitude ao endividamento. A amostra foi composta por 561 acadêmicos, sendo 341
ingressantes e 220 concluintes. Após realizar os testes foi possível averiguar que o perfil dos
acadêmicos dos primeiros anos foi formado por dois clusters, o primeiro cluster retrata que os
acadêmicos são mais velhos, possuem dívidas e estas estão em atraso, a principal dívida está
relacionada ao cartão de crédito. A formação do cluster dois engloba acadêmicos mais jovens,
os quais não possuem dívidas e a maioria não utiliza cartão de crédito. O perfil dos
acadêmicos dos quartos anos, também foi formado por dois clusters. O primeiro deles foi
composto por acadêmicos mais novos, que não possuem filhos, gastam grande parte da sua
renda consigo e não possuem dívidas. O segundo cluster é formado por acadêmicos mais
velhos, os quais possuem filhos e dependentes, gastam a maioria da sua renda com a casa,
mais da metade possuem algum tipo de dívida, sendo a principal financiamento de bens
imóveis. Com relação ao significado do dinheiro para os acadêmicos dos primeiros anos
foram obtidos dez fatores, na Escala do Significado do Dinheiro (ESD): poder; conflito;
felicidade; cultura; espiritualidade; neurose; desapego; sofrimento; interesse e estabilidade, e
para a Escala de Atitude ao Endividamento foram obtidos dois fatores: preferência de
pagamento e domínio. Para os acadêmicos dos quartos anos, foram extraídos sete fatores para
a ESD: conflito; poder; felicidade; falsidade; cultura; espiritualidade e desapego, e para a
Escala da Atitude ao Endividamento foram obtidos dois fatores: preferência de pagamento e
domínio. A influência do significado do dinheiro na Preferência de Pagamento obteve os
seguintes fatores significativos, para os acadêmicos dos primeiros anos: Sofrimento, Cultura e
Felicidade, sendo que Cultura influenciou negativamente. Para o fator Domínio foi verificado
Conflito e Espiritualidade com influência positiva. Já para os acadêmicos dos quartos anos,
houve apenas uma variável que influenciou o fator Preferência de Pagamento, que foi a
Espiritualidade, com influência positiva. Para o fator Domínio, as variáveis que o
influenciaram foram Falsidade, Conflito e Felicidade, com influência positiva. Com relação às
diferenças na atitude ao endividamento entre os acadêmicos dos primeiros e dos quartos anos,
identificou-se que não há diferença, ou seja, as atitudes dos acadêmicos dos primeiros anos
tenderão a serem as mesmas quando estes estiverem no quarto ano. Ressalta-se assim, a
importância da educação financeira desde os anos iniciais da educação formal dos indivíduos.
Em suma, acredita-se que o dinheiro possui significados, que vão muito além da troca,
possuindo valores culturais e sociais.
Palavras-chaves: Endividamento. Significado do Dinheiro. Administração.
ABSTRACT
THE INFLUENCE OF THE MEANING OF MONEY IN ATTITUDE TO
INDEBTEDNESS OF ACADEMICS IN GRADUATION COURSES OF
ADMINISTRATION, OF SOUTHWEST OF PARANÁ
This research consists on verifying the defining factors in attitude to indebtedness in
academics, of first and fourth years, of administration courses of southwest of Paraná, in the
year 2017. In the theoretical background was covered the concepts of behavioral finance and
indebtedness, which are essential to comprehension of meaning of money concept. It was
utilized the technic of cluster analyses and descriptive statistics to identify the academics
profiles, and was used factor analyses and multiple linear regression, to verify the meaning of
money, and the attitude to indebtedness and its influence, respectively. Finally, it was utilized
the Wilcoxon test to verify the differences in the attitude to indebtedness. The sample was
composed by 561 academics, in which 341 are entering students and 220 are senior students.
After the tests, it was possible to determine that the first year academics profile was formed
by two clusters, the first cluster depicts older academics, which have debts and those were
delayed, and the main debt was related to the credit card. The second cluster formation
covered younger academics, which do not have debts and mostly don’t use credit card. The
fourth year academics profile also was formed by two clusters. The first of them was
composed by younger academics, which don’t have children, spend a large part of the income
with personal spending and don’t have debts. The second cluster was formed by older
academics, which have children and dependents, dedicate a large part of the budget to
householding spending, more than half have some sort of debts, in which the main debt was
the real state financing. In the Meaning of Money Scale (MMS) were obtained ten factors for
the first year academics: power; conflict; happiness; culture; spirituality; neurosis;
detachment; suffering; interest and stability. In relation to Attitude to Indebtedness Scale,
were obtained two factors: payment preference and domain. The meaning of money influence
on Payment Preference, for the first year academics, obtained the following significant
factors: Suffering, Culture and Happiness, where Culture had negative influence. And for
Domain, were found Conflict and Spirituality with positive influence. As for the fourth year
academics, only one variable had influence on Payment Preference factor, which was
Spirituality, with positive influence. The Domain factor was determined by Falsity, Conflict
and Happiness variables, with positive influence. Were not identified difference between the
first and fourth years academics in relation to the attitude to indebtedness, in other words, the
first year academics attitudes will be the same when they reach the fourth year. It is
highlighted the importance of financial education since the initial years of the formal
education. In short, it is believed that money have meanings, which goes far beyond the
exchange, having cultural and social values.
Keywords: Indebtedness. Meaning of Money. Administration Course.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS EM FINANÇAS
COMPORTAMENTAIS ..................................................................................................... 9
QUADRO 2 – FASE DE EDIÇÃO DO EFEITO DE FRAMING ...................................... 13
QUADRO 3 - COMPOSIÇÃO DOS FATORES DO SIGNIFICADO DO DINHEIRO ... 18
QUADRO 4 – FATORES ESTRUTURAIS E CULTURAIS SOBRE
ENDIVIDAMENTO ....................................................................................................... 21
QUADRO 5 – RESUMO DOS PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS ........................... 40
QUADRO 6 – FATORES EXTRAÍDOS DA ANÁLISE FATORIAL DA ESD, E SUAS
RESPECTIVAS VARIÁVEIS PARA OS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ... 54
QUADRO 7 – FATORES EXTRAÍDOS DA ANÁLISE FATORIAL DA ESCALA DE
ATITUDE AO ENDIVIDAMENTO, E SUAS RESPECTIVAS VARIÁVEIS PARA
OS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS.................................................................. 59
QUADRO 8 - FATORES EXTRAÍDOS DA ANÁLISE FATORIAL DA ESD, E SUAS
RESPECTIVAS VARIÁVEIS PARA OS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS ...... 66
QUADRO 9 - FATORES EXTRAÍDOS DA ANÁLISE FATORIAL DA ESCALA DE
ATITUDE AO ENDIVIDAMENTO, E SUAS RESPECTIVAS VARIÁVEIS PARA
OS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS ................................................................... 70
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – INSTITUIÇÕES E O NÚMERO DE UNIVERSITÁRIOS
PESQUISADOS................................................................................................................... 38
TABELA 2 – ANOVA PARA CONGLOMERADO, PARA OS ACADÊMICOS DOS
PRIMEIROS ANOS ............................................................................................................ 45
TABELA 3 - ANOVA PARA CONGLOMERADO, PARA OS ACADÊMICOS DOS
QUARTOS ANOS .............................................................................................................. 49
TABELA 4 – TESTE DE ESFERICIDADE DE BARTLETT E KMO DA ESD, PARA
ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ....................................................................... 53
TABELA 5 – FATORES EXTRAÍDOS DA ESD, COM RESPECTIVOS
AUTOVALORES DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ................................ 54
TABELA 6 – TESTE DE ESFERICIDADE DE BARTLETT E KMO DA ATITUDE
AO ENDIVIDAMENTO, PARA OS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ........... 58
TABELA 7 - FATORES EXTRAÍDOS DA ATITUDE AO ENDIVIDAMENTO, COM
RESPECTIVOS AUTOVALORES DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS .... 59
TABELA 8 – COEFICIENTES SIGNIFICATIVOS PARA PREFERÊNCIA DE
PAGAMENTO, DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ................................... 61
TABELA 9 – ANOVA DA PREFERÊNCIA DE PAGAMENTO, DOS ACADÊMICOS
DOS PRIMEIROS ANOS ................................................................................................... 62
TABELA 10 – PRESSUPOSTOS DA REGRESSÃO DA PREFERÊNCIA DE
PAGAMENTO, DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS.................................... 62
TABELA 11 - COEFICIENTES SIGNIFICATIVOS PARA DOMÍNIO, DOS
ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ....................................................................... 63
TABELA 12 - ANOVA DO DOMÍNIO, DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS
ANOS .................................................................................................................................. 63
TABELA 13 - PRESSUPOSTOS DA REGRESSÃO DO DOMÍNIO, DOS
ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS ...................................................................... 64
TABELA 14 - TESTE DE ESFERICIDADE DE BARTLETT E KMO DA ESD, PARA
ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .......................................................................... 65
TABELA 15 - FATORES EXTRAÍDOS DA ESD, COM RESPECTIVOS
AUTOVALORES DOS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .................................. 62
TABELA 16 - TESTE DE ESFERICIDADE DE BARTLETT E KMO DA ATITUDE
AO ENDIVIDAMENTO, PARA ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .................... 70
TABELA17 - FATORES EXTRAÍDOS DA ATITUDE AO ENDIVIDAMENTO, COM
RESPECTIVOS AUTOVALORES DOS ACADÊMICOS DOS PRIMEIROS ANOS .... 70
TABELA 18 - COEFICIENTES SIGNIFICATIVOS PARA PREFERÊNCIA DE
PAGAMENTO, DOS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS ...................................... 72
TABELA 19 - ANOVA DA PREFERÊNCIA DE PAGAMENTO, DOS
ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .......................................................................... 72
TABELA 20 - PRESSUPOSTOS DA REGRESSÃO DA PREFERÊNCIA DE
PAGAMENTO, DOS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS ...................................... 73
TABELA 21 - COEFICIENTES SIGNIFICATIVOS PARA DOMÍNIO, DOS
ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .......................................................................... 73
TABELA 22 - ANOVA DO DOMÍNIO, DOS ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS 74
TABELA 23 - PRESSUPOSTOS DA REGRESSÃO DO DOMÍNIO, DOS
ACADÊMICOS DOS QUARTOS ANOS .......................................................................... 74
TABELA 24 – TESTE DE NORMALIDADE PARA ATITUDE AO
ENDIVIDAMENTO............................................................................................................ 75
TABELA 25 – TESTE WILCOXON ................................................................................. 75
TABELA 26 – VALORES DOS RANKING DO TESTE DE WILCOXON .................... 76
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1
1.1 Problema...................................................................................................................... 2
1.2 OBJETIVOS................................................................................................................ 3
1.2.1 Objetivo Geral.......................................................................................................... 4
1.2.2 Objetivos Específicos............................................................................................... 4
1.3 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................... 4
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................... 8
2.1 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS.......................................................................... 8
2.1.1 Teoria do Prospecto................................................................................................. 10
2.1.2 Significado do Dinheiro........................................................................................... 14
2.2 ENDIVIDAMENTO..................................................................................................... 19
2.2.1 Endividamento Pessoal............................................................................................ 23
2.2.2 Endividamento dos Universitários......................................................................... 26
2.2.3 Endividamento dos Universitários de Administração.......................................... 28
2.3 ESTUDOS RELACIONADOS AO TEMA................................................................. 30
3 METODOLOGIA.......................................................................................................... 37
3.1 CLASSIFICAÇAO DA PESQUISA............................................................................ 37
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA....................................................................................... 37
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.............................................................. 39
3.4 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS......................................................................... 40
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................... 44
4.1 PERFIL DOS ACADÊMICOS..................................................................................... 44
4.1.1 Perfil dos Acadêmicos dos Primeiros Anos............................................................ 44
4.1.2 Perfil dos Acadêmicos dos Quartos anos............................................................... 49
4.2 SIGNIFICADO DO DINHEIRO NO PROCESSO DE ENDIVIDAMENTO............. 52
4.2.1 Significado do dinheiro na atitude ao endividamento dos acadêmicos dos
primeiros anos .................................................................................................................. 52
4.2.2 Significado do dinheiro na atitude ao endividamento dos acadêmicos dos
quartos anos....................................................................................................................... 64
4.3 ANÁLISE COMPARATIVA DA ATITUDE DO ENDIVIDAMENTO ENTRE OS
ACADÊMICOS DE ADMINISTRAÇÃO......................................................................... 74
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 77
REFERÊNCIAS................................................................................................................ 80
APÊNDICES...................................................................................................................... 91
ANEXOS............................................................................................................................ 102
1
1 INTRODUÇÃO
A industrialização e os rápidos avanços tecnológicos trouxeram intensas
modificações no modo como os indivíduos consomem. A possibilidade de escolha de bens e
serviços de consumo tornou-se mais acessível, trazidos pela produção em massa e grande
competição entre empresas.
O aquecimento da economia nacional, a qual se estabilizou a partir da década de
1990, e dos valores materialistas dos consumidores, possibilitou o fortalecimento dos desejos
de consumo. Além disso, as facilidades de crédito das instituições financiadoras propiciaram
o acesso a bens e serviços, os quais antes não eram consumidos (SANTOS, 2012).
A expansão do crédito possibilitou a criação de diversos produtos financeiros de fácil
aquisição. Assim, esse recurso permitiu que os indivíduos aumentassem e melhorassem o seu
bem-estar e ampliassem as realizações pessoais através da aquisição de bens e serviços
(MONTEIRO, 2015). Portanto, o crédito possibilita a compra de bens e serviços, auxilia as
empresas a efetuarem investimentos sem recursos próprios e, ainda, permite que os governos
criem infraestrutura que não poderia ser financiada por meio dos orçamentos anuais,
atendendo às necessidades, por exemplo, de escolas e hospitais (SILVA, 2011).
Desse modo, a possibilidade de fácil consumo, que vem sendo ofertado pelo acesso
ao crédito, facilita a criação de dívidas, em que muitos indivíduos comprometem uma parcela
significativa de suas rendas, tornando-se por muitas vezes, endividados e/ou inadimplentes.
Contudo, o endividamento não afeta somente a ordem econômica dos indivíduos, mas pode
ocasionar problemas de ordem psicológica. O sujeito endividado está mais suscetível a
incidentes pessoais, como por exemplo, separação, desemprego e problemas de saúde
(ZERRENNER, 2007).
O endividamento envolve dois tópicos: o primeiro considera quais são os fatores que
induzem alguns indivíduos a contraírem e utilizarem o crédito de maneira mais intensa que
outros; e o segundo refere-se a quais fatores limitam o pagamento dos créditos,
transformando-o em um endividado e por consequência geração de uma crise de crédito
(TRINDADE, 2009).
Portanto, o tema central deste estudo é verificar os fatores determinantes do
endividamento dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos dos cursos de Administração do
2
Sudoeste do Paraná, no ano de 2017. Assim, será estudado o primeiro tópico, ou seja, quais
fatores induzem o endividamento dos indivíduos.
Neste sentido, entender o significado do dinheiro alavanca o entendimento de quais
fatores influenciam no comportamento dos indivíduos. O significado do dinheiro pode variar
de pessoa para pessoa, para alguns pode haver uma conotação positiva e para outros uma
negativa. Nessa perspectiva, Moreira e Tamayo (1999) relatam que o dinheiro pode trazer:
poder, prazer, progresso, cultura e estabilidade, como fatores positivos; e conflito, sofrimento,
desigualdade e desapego, como fatores negativos aos brasileiros.
Diante de tais colocações, parte-se da premissa de que é na graduação,
principalmente com relação aos cursos da área econômica, que os universitários possuem,
muitas vezes, os primeiros contatos com conteúdos financeiros, de gestão e educação
financeira (FERNANDES; CANDIDO, 2014; CORRÊA, 2016; LIMA, 2016). A hipótese
considerada é de que os estudantes dos cursos de Administração adquiram ao longo do curso
maior educação financeira, pois, conforme Lima (2016), os universitários na área de negócios
possuem maior literácia financeira, já que em seus históricos, as disciplinas estão relacionadas
a temas econômico-financeiros.
É perceptível que nos últimos anos houve um grande aumento nos estudos referentes
aos comportamentos dos indivíduos, principalmente nos que se referem às suas decisões
financeiras. Para entender esses comportamentos, diversas correntes de estudos, como a
Psicologia Econômica, o Marketing, as Finanças Comportamentais e a Teoria dos Jogos,
buscam compreender as atitudes em relação à compra, às decisões de investimento, frente ao
consumo, ao ato de poupar e também endividar-se (TRINDADE, 2009). Contudo, ainda
existe uma lacuna nos trabalhos que buscam compreender o significado do dinheiro no
endividamento, e se torna mais escasso os estudos referentes a universitários, principalmente
nos cursos das áreas financeiras.
1.1 PROBLEMA
O endividamento é pauta de pesquisas em países desenvolvidos, as quais buscam
compreendê-lo, avaliando sua natureza, extensão e influência no bem-estar da sociedade. Essa
temática é um assunto relevante, pois os seus resultados podem gerar desequilíbrio econômico
e financeiro, causando exclusão financeira e, em alguns casos, social também (FLORES,
2012). Essa vulnerabilidade a que estão expostos os indivíduos endividados e inadimplentes
3
fomenta a necessidade de orientação e educação financeira em seus orçamentos. Portanto, a
falta de educação financeira resulta em indivíduos endividados e proporciona problemas
sociais e psicológicos (OEC, 2002; ZERRENNER, 2007; TRINDADE, 2009; LORES, 2012).
Conforme já mencionado, o endividamento deixa de ser apenas de ordem econômica
e passa a afetar também a ordem social e psicológica dos indivíduos, os quais vêm sendo
influenciados por aspectos culturais. No Brasil, pode ser citado como exemplo a dívida
externa do país, que remete à ideia de que grandes dívidas devem ser administradas e não
pagas (MOURA, 2005). Além disso, a autora ressalta que a cultura brasileira tem como ditado
popular “devo não nego, pago se puder”, explanando a tendência ao endividamento.
Segundo Moura (2005), Trindade (2009) e Santos (2012), estão sendo feitos estudos
sobre a percepção do dinheiro no endividamento, voltados, inicialmente, à gestão do dinheiro,
que são temas importantes nas áreas de economia, psicologia, administração e ciências
sociais, que envolvem as teorias de finanças comportamentais.
Os estudos relacionados ao significado do dinheiro que envolve o endividamento
ainda são poucos explorados, principalmente quando este é realizado com universitários, que
iniciam a jornada acadêmica juntamente com a busca na ascensão social. Nessa perspectiva,
torna-se importante entender como os universitários do curso de Administração, percebem a
relação do dinheiro com o endividamento. Este curso possibilita que seus acadêmicos
adquiram conhecimento financeiro durante o curso, através das disciplinas voltadas para a
gestão financeira.
Em função das considerações apresentadas, a questão estabelecida nesse estudo é:
Quais os fatores do significado do dinheiro que podem ser determinantes no endividamento
dos acadêmicos de Administração?
1.2 OBJETIVOS
Para que o propósito deste estudo seja cumprido é necessário recorrer aos objetivos
descritos a seguir.
4
1.2.1 Objetivo Geral
Verificar os fatores do significado do dinheiro determinantes na atitude ao
endividamento dos acadêmicos, dos primeiros e quartos anos, dos cursos de Administração no
Sudoeste do Paraná, no ano de 2017.
1.2.2 Objetivos Específicos
a) Identificar o perfil dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, dos cursos de
Administração no Sudoeste do Paraná, no ano de 2017.
b) Verificar a influência do significado do dinheiro na atitude ao endividamento
dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, dos cursos de Administração no Sudoeste do
Paraná, no ano de 2017.
c) Identificar as diferenças na atitude ao endividamento entre os acadêmicos dos
primeiros e dos quartos anos, dos cursos de Administração no Sudoeste do Paraná, no ano de
2017.
1.3 JUSTIFICATIVA
O endividamento surge quando há disparidades entre entradas e saídas de recursos
(OLIVATO; SOUZA, 2007), podendo ser consequência de diversos fatores que estão
associados ao consumo exagerado, às políticas sociais, que visam à transferência de renda, às
políticas econômicas e ao significado do dinheiro (TRINDADE, 2009).
O mercado financeiro brasileiro vem sofrendo transformações ao longo dos anos, a
obtenção de crédito é crescente e essa facilidade vem se transformando em vício social, pois
as pessoas passam a incorporar o limite do cartão de crédito e do cheque especial em seu
orçamento (TRINDADE, 2009).
Até a década de 1980, a realidade vivida pelos brasileiros obrigava a população a
consumir toda a sua renda para não perder o seu poder de compra, que ocorria devido às altas
taxas de juros e à desvalorização da moeda (FLORES, 2012). A abertura econômica do país,
ocorrida na década de 1990, poderia ser classificada como uma espécie de intensificação dos
padrões de consumo herdados dos países desenvolvidos. Com a criação de mecanismos,
5
principalmente o de crédito, as classes sociais com baixa renda tiveram acesso a bens e
serviços de consumo até então típicos de classes sociais altas (FERREIRA; LIMA, 2014).
Segundo Silva (2016), o governo Lula (2003-2010) tomou como estratégia a
expansão do mercado de consumo de massa, de classes com baixa renda, até então excluídas.
O salário mínimo cresceu acima da inflação nos anos 2000, quando foi reajustado conforme a
inflação do ano anterior mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos
anteriores (SILVA, 2016). Além disso, para o autor, a redução da desigualdade de renda foi
beneficiada por dois outros programas: o Bolsa Família, no qual houve uma redistribuição de
renda, cujo valor correspondia a R$ 3,4 bilhões no início do ano de 2003 e beneficiava 3,6
milhões de famílias, e se expandiu de forma que em 2013 chegou a R$ 24,9 bilhões e
contemplou 14,1 milhões de famílias; e o outro programa é o crédito consignado, fornecido
pela redução de taxas e aumento de crédito fornecido aos bancos públicos, após a ocorrência
da crise de 2008.
Contudo, enquanto o salário mínimo teve um aumento real de 80% entre 2001 a 2015
e o salário médio cresceu 30% no período de 2001 a 2013, o crédito individual aumentou
140% no mesmo período, alimentando assim o endividamento das famílias brasileiras
(LAVINAS, 2015).
A notável progressão do crédito vinculado a determinados benefícios sociais
apareceu na chamada “estratégia social-desenvolvimentista”, cujo resultado foi atribuído ao
acesso a bens duráveis, ao longo da curva de distribuição de renda, o que contribuiu assim
para o crescimento da demanda doméstica, aumento de consumo das famílias e o crescimento
da economia (LAVINAS, 2015). Ainda para a autora, a outra face deste crescimento é o forte
endividamento e vulnerabilização das classes mais populares, que causa uma precarização e
desinstitucionalização do sistema de proteção social.
O endividamento tem se tornado expressivo, conforme a Pesquisa de Endividamento
e Inadimplência do Consumidor (PEIC)1, elaborada pela Confederação Nacional do Comércio
de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em junho de 2017, 88,7% das famílias paranaenses
encontravam-se endividadas, das quais cerca de 10,7% não terão condições de quitá-las. Esse
valor é significativamente maior quando comparado com os endividados em nível nacional:
1 Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), desde janeiro de 2010. Os dados são
coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores.
6
no mês de abril, do mesmo ano foi registrado o maior índice de endividamento dos
brasileiros, com 58,9% (FECOMÉRCIOPR, 2017).
Com relação aos jovens, a pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC Brasil) demonstrou que em dezembro de 2016 os maiores causadores de dívidas, sem
negativação, foram empréstimos com parentes e amigos (21%), empréstimos com banco ou
financiadora (14%) e cartão de lojas (10%). Contudo, as contas que apresentam maiores
inadimplências foram: empréstimos com bancos e financiadoras (25%), carnê/cartão (23%),
cheque especial (22%) e financiamento da casa própria (19%). Os entrevistados justificam
que não conseguiram honrar com suas dívidas devido ao desemprego e queda na renda, que
ambos atingiram 26% dos entrevistados. A pesquisa também demostrou que 76,4% dos
jovens fazem controle financeiro de cabeça, dentre esses, 83,2% são homens. Os que
afirmaram não fazer qualquer tipo de controle financeiro responderam que é devido à falta de
hábito e disciplina (22,1%) e à falta de um rendimento fixo mensal (17,4%) (SPC BRASIL,
2016).
No contexto acadêmico, os universitários, em sua maioria, ainda dependem do
auxílio dos familiares para se sustentarem. Conforme Amado (2011), 69,7% dos
universitários recebem até R$ 500,00 por mês, cuja principal fonte de renda é referente ao
dinheiro que os familiares fornecem, sendo que, quase metade da população pesquisada, não
se sente segura para gerir suas próprias finanças.
Conforme Santos (2012), o maior tipo de débito causador de endividamento dos
universitários é o uso abusivo do cartão de crédito, o qual corresponde a 36,60% dos
universitários pesquisados, seguido pelo carnê de lojas, com 19,89%, e pelo financiamento de
veículos, com 13,64%. Além disso, os motivos que levaram ao endividamento dos
universitários foram devidos: à má gestão orçamentária (32,2%); à falta de planejamento
(26,3%); alta propensão ao endividamento (14,3%); ao desemprego (9%); às altas taxas de
juros (8,3%); à facilidade de acesso ao crédito (4,5%); empréstimo no nome (3%); problemas
de saúde (1,5%); e devido à ausência de descontos (0,8%).
Sabendo-se quais são os tipos de dívidas mais comumente entre os universitários,
torna-se importante verificar como o significado do dinheiro contribui para o endividamento.
Portanto, justifica-se este estudo pela intenção de conhecer mais profundamente a realidade
sobre o significado do dinheiro frente a atitude ao endividamento dos universitários, em
função da mudança de cenários por eles vivenciados na graduação, e para avaliar se de fato a
7
graduação em Administração contribui para o entendimento e gestão de suas finanças
pessoais.
Ressalta-se a importância do tema, por ser atual e constituir a agenda de discussões
dos meios empresariais e governamentais, podendo ser enfatizada ainda mais a sua relevância
no meio acadêmico. A partir da compreensão sobre os fatores determinantes do
endividamento, torna-se possível definir diretrizes que viabilizam um melhor funcionamento
da gestão das empresas. O governo também pode se beneficiar através dos resultados da
pesquisa como forma de criar políticas condizentes com a realidade da população pesquisada
(TRINDADE, 2009).
Devido ao crescimento de consumidores endividados, estudos que visam investigar
fatores que causam o endividamento tornam-se de grande valia para a área de finanças. Visto
que o desejo, a necessidade, consumo, endividamento e inadimplência mostram-se de
interesse das empresas, pois esses fatores influenciam no ciclo operacional e financeiro,
podendo vir a implicar nos desajustes na liquidez e aumento do risco (TRINDADE, 2009), a
pesquisa contribui no ambiente governamental, de forma que possibilita criar estratégias,
planos e programas para a redução do endividamento. Por fim, ressalta-se a importância no
meio acadêmico, como forma de contribuição às teorias das finanças comportamentais,
aumentado assim o arcabouço teórico e propiciando maiores discussões.
8
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo está dividido em três blocos: o primeiro apresenta os principais
conceitos sobre finanças comportamentais, o segundo é formado por um referencial acerca
dos fatores de endividamento, englobando o endividamento pessoal, dos universitários e a
respeito dos estudantes de Administração. E por fim, são explanados estudos referentes ao
assunto pesquisado.
2.1 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS
As teorias de finanças comportamentais pertencem a um campo de estudo que funde
seus conceitos nas áreas de economia, finanças e psicologia cognitiva, o qual busca
compreender o comportamento dos indivíduos frente a decisões de investimento (HAUBERT;
LIMA; HERLING, 2012). Estudos relacionados a finanças comportamentais tiveram maior
impacto em decorrência das anomalias irracionais produzidas pelas crises econômicas, as
quais não foram possíveis de serem explicadas pelas teorias modernas de finanças, formadas
pelas teorias do Portfólio, da Irrelevância dos Dividendos, Capital Asset Pricing Model 2
(CAPM) e a Teoria do Mercado Eficiente (MACEDO JÚNIOR, 2003; ROGERS; FAVATO;
SECURATO, 2008).
As finanças comportamentais são uma forma de entender o mercado, que pode
conduzir a um melhor entendimento dos fenômenos financeiros, uma vez que considera que
os indivíduos não são totalmente racionais (MORREIRA, 2012).
Portanto, as finanças comportamentais estudam o comportamento dos
indivíduos/investidores no que tange à sua forma de decisão, uma vez que estes não agem de
forma racional e são afetados por ilusões cognitivas, o que muitas vezes os prejudicam. Desse
modo, a compreensão das ilusões cognitivas, bem como os seus efeitos, é o principal objetivo
das finanças comportamentais (MACEDO JÚNIOR, 2003).
Contudo, as primeiras discussões sobre as influências do comportamento humano nas
decisões de investimento, ou seja, na área da economia, surgiram antes mesmo da psicologia
se fundar como ciência. As primeiras aparições sobre o tema foram no século XVIII, no
estudo de Adam Smith intitulado "Teoria dos Sentimentos Morais", no qual o autor discute
2 Em tradução livre: Modelo de Precificação de Ativos Financeiros.
9
sobre o comportamento humano com vieses psicológicos (MORREIRA, 2012). No Quadro 1
é possível verificar essa evolução dos estudos em Finanças Comportamentais e as principais
pesquisas referentes ao tema.
Quadro 1 – Evolução dos estudos em finanças comportamentais
Período Estudos
Séc. XVIII Adam Smith publica "Teoria dos Sentimentos Morais".
Séc. XIX Marshall (1890) e Bohn-Bawerk (1898) relatam que a ocorrência da compreensão do
comportamento dos consumidores seja entendido, deve-se reconhecer que os indivíduos são
influenciados por decisões racionais no longo prazo e por emoções no curto prazo.
1912 Selden lança seu livro "Psicologia da Bolsa de valores".
1953 Maurice Allais cria o Paradoxo de Allais.
1955 Simon publica "Um modelo comportamental de escolha racional".
1961 Surge o Paradoxo de Ellsberg.
1972 Slovic publica seu artigo "Estudo psicológico do julgamento humano: Implicações para a decisão
de investimento".
1974 Tversky e Kahneman publicam “Julgamento sob incerteza: heurística e vieses”.
1979 Kahneman e Tversky publicam seu artigo "A teoria do prospecto: Uma análise de decisão sob
risco", no qual discutem a Teoria do Prospecto.
1980 Thaler discute aspectos subjetivos na tomada de decisão do consumidor em seu artigo "Rumo a
uma teoria positiva da Escolha do Consumidor".
1981 Tversky e Kahneman publicam "A elaboração das decisões e a psicologia da escolha".
1984 O primeiro trabalho em Finanças Comportamentais é publicado por economistas, Shefrin e
Statman apresentam "Explicando as preferências dos investidores pelos dividendos".
1985 De Bondt e Thaler publicam “O mercado de ações reagem de forma exagerada?”.
1990 Kahneman, Knetsch e Thaler publicam testes experimentais do Efeito Dotação e do Teorema de
Coase.
1998 Eugene Fama, reconhecido por sua contribuição sobre a eficiência de mercado, publica
"Eficiência do mercado, retornos de longo prazo e Finanças Comportamentais".
1999 Camerer e Dan Lovallo publicam “Excesso de confiança e excesso de entrada: uma abordagem
experimental”.
Anos 2000
em diante
Os estudos se multiplicam e surgem grandes grupos de pesquisas multinacionais como: "The
Institute of Behavioral Finance", “Behavioral Economics Research group of National Bureau of
Economics Research”, “Academy of Behavioral Finance & Economics”, entre outros, além da
criação e ampliação de revistas, como: The Journal of Behavioral Finance, The ICFAI Journal of
Behavioral Finance, Journal of Economic Psychology, Journal of Behavioral Economics,
Journal of Behavioral Decision Making. No Brasil, o maior número de publicações com relação
às finanças comportamentais se encontra no evento ENANPAD.
FONTE: Adaptado de Zerrenner (2007, p. 20); Moreira (2012, p. 57-58); Passos, Pereira e Martins (2012,
p.47).
A principal teoria nessa área, a qual se mostrou um marco nesse campo de estudo, é a
Teoria do Prospecto, elaborada pelos psicólogos Tversky e Kahneman (1979). Conforme será
mostrada na próxima seção, a teoria do Prospecto tem como foco o comportamento das
decisões financeiras, a qual propõe um modelo sistemático que incorpora a subjetividade
humana nos modelos de tomada de decisão.
10
2.1.1 Teoria do Prospecto
Os pesquisadores Tversky e Kahneman (1979) estudaram o comportamento humano
no momento da tomada de decisões em investimento, quando concluíram que os indivíduos
não têm plena racionalidade enquanto tomam as suas decisões (TRINDADE, 2009). Assim,
Tversky e Kahneman (1979) buscaram por falhas na Teoria da Utilidade Esperada (TUE), e
realizaram diversos testes com o objetivo de avaliar a validade desta teoria. Como resultados
eles encontraram três situações em que os indivíduos se comportam de maneira contrária à
qual foi estabelecida pela TUE, sendo essas o efeito certeza, o efeito reflexão e o efeito
isolamento.
O efeito certeza foi descoberto a partir de um experimento, no qual os indivíduos
deveriam escolher duas opções de investimentos. A primeira opção era um investimento com
certo grau de risco, porém o seu retorno era maior, o outro investimento não possuía nenhum
risco de investimento, contudo o retorno era menor. De acordo com a TUE os indivíduos
deveriam escolher o investimento mais arriscado, buscando a maximização do lucro.
Entretanto, a grande maioria dos indivíduos pesquisados escolheu o investimento que não
possuía nenhum risco. Assim, os autores concluíram que os indivíduos superestimam um
investimento certo em detrimento de outro incerto, ou seja, os indivíduos atribuem maior peso
aos eventos certos do que aos incertos. O efeito certeza viola o axioma da substituição
proposto pela TUE (TVERSKY; KAHNEMAN, 1979; MOREIRA, 2012; BROCCHI;
BROCCHI, 2016).
Para identificar o efeito reflexão, os autores realizaram um questionamento parecido
com o anterior, o qual envolvia situações com perdas ao invés de ganhos. Os indivíduos se
mostraram avessos ao risco em situações que envolviam a possibilidade de ganho, no
prospecto positivo. Para o prospecto negativo, a preferência dos indivíduos se inverte, estes
passam a preferir arriscar na possibilidade de perder menos, em vez de perder um valor certo.
Segundo a TUE, os indivíduos deveriam apresentar aversão ao risco nas duas possibilidades
apresentadas (TVERSKY; KAHNEMAN, 1979; MOREIRA, 2012; BROCCHI; BROCCHI,
2016).
E por fim, no efeito isolamento, os indivíduos buscam decompor o investimento em
partes, passíveis de comparação. Assim, os indivíduos podem eliminar partes em comum e
11
avaliar as partes diferentes dos investimentos. Para descobrir tal conceito, os autores
aplicaram um questionário em que os indivíduos deveriam escolher entre dois investimentos:
o primeiro (A) consistia em um investimento certo com valor menor, e o segundo
investimento (B) era incerto, porém com um valor maior. Os investimentos eram precedidos
de uma etapa que avaliava a probabilidade de tais eventos acontecerem. De acordo com a
outra questão respondida anteriormente, os indivíduos escolheram o investimento B, no
entanto, motivados pelo efeito isolamento, acabam por alterar sua escolha para o investimento
A, pois preferem investir em um valor menor que seja mais seguro (TVERSKY;
KAHNEMAN, 1979; MOREIRA, 2012; BROCCHI; BROCCHI, 2016).
A TUE se baseia em uma teoria axiomática, enquanto a Teoria do Prospecto é uma
teoria descritiva, desenvolvida de forma intuitiva e com observações empíricas,
caracterizando a principal diferença entre os dois modelos (MOREIRA, 2012). A partir dos
resultados encontrados através dos experimentos, explicados acima, Tversky e Kahneman
(1979) concluíram que os indivíduos são avessos ao risco para ganhos, mas propensos ao
risco para perdas, ou seja, sentem mais dor na perda do que o prazer proporcionado pelo
ganho.
Conforme Tversky e Kahneman (1979), a característica essencial da teoria é que os
indivíduos são portadores de valor, possuem seu aparato perceptual em avaliações, que
consiste na diferença da riqueza e do bem-estar, e não em magnitudes absolutas. Assim, a
teoria associa que os indivíduos possuem a noção de ponto de referência, que pode ser, por
exemplo, a sua riqueza atual. A figura 1 sumariza a noção de ponto de referência, através da
representação da função de valor.
12
FIGURA 1 – Função de Valor Hipotética
FONTE: Tversky e Kahneman (1979, p. 279).
A função de valor mostra, no seu eixo horizontal, os resultados da decisão como
desvios do ponto de referência, e associa com o eixo vertical um valor subjetivo a cada
resultado, tratado como utilidade. Segundo Tversky e Kahneman (1979), o formato em S faz
com que seja côncava para ganhos, portanto, cada valor extra, ganhado, torna a percepção de
valor menor que a precedente, ou seja, menor será a sua utilidade. Já no campo das perdas, a
função é convexa, logo, cada unidade perdida causa uma mudança menor no seu valor
(utilidade) do que a anterior. Assim, os autores afirmam que a curva se torna mais íngreme no
campo das perdas, pois os indivíduos são mais sensíveis a perdas do que a ganhos de mesmo
valor.
Para explicar essa teoria, os autores distinguem duas fases no processo de decisão,
sobre a incerteza, o qual é chamado de efeito framing, composto por uma fase inicial de
edição do problema e outra de avaliação. A fase inicial visa a reduzir a complexidade do
problema e obedece a um conjunto de operações de edição. As opções seriam analisadas de
forma preliminar, com o objetivo de organizá-las e reformulá-las para a fase de avaliação,
facilitando a escolha futura. O quadro 2 demostra as etapas da fase de edição do efeito
framing.
13
Quadro 2 – Fase de edição do efeito framing
Fase de
Edição
Etapa de
Codificação
Os indivíduos caracterizam os resultados e perdas, não como um produto
final do estado de riqueza. Tomam como base o seu ponto de referência, e
avaliam se o prospecto os fará ganhar ou perder dinheiro e qual seria esse
montante.
Etapa de
combinação
Pode ser associada para simplificar a avaliação sobre um prospecto. Por
exemplo, se um indivíduo possui um prospecto que oferece um pagamento
de R$ 100,00 com probabilidade de 25%, e outro com R$ 100,00 com
probabilidade de 25%, este pode ser simplificado como R$ 100,00 com
probabilidade de ocorrência de 50%.
Etapa de
Separação
Os prospectos podem ser separados, em que um prospecto pode ser sem
risco a partir de outro com risco. Por exemplo, um prospecto pode pagar R$
300,00 com probabilidade de 80%, e outro de R$ 200,00 com probabilidade
de 20%, este pode ser separado, como um ganho certo de R$ 200,00 e um
prospecto arriscado de R$100,00 com probabilidade de 80%.
Etapa de
Cancelamento
Os indivíduos podem descartar de sua análise aspectos comuns nos
prospectos e concentrar-se no que os difere.
FONTE: Adaptado de Tversky e Kahneman (1979, p.275 ).
Além das etapas na fase de edição, os autores sugerem que podem ocorrer mais duas
operações: a simplificação dos prospectos, que visa a descartar os extremamente incapazes de
acontecer; e a operação de detecção de alternativas dominantes, o qual rejeita alternativas
consideradas dominantes (TVERSKY; KAHNEMAN, 1979; MOREIRA, 2012).
Subsequente à fase da edição, na fase da avalição os indivíduos atribuem valores aos
prospectos já editados, definidos para duas escalas, π e v. A escala π atribui valores
associando cada probabilidade de ocorrência do prospecto e um peso para a decisão. Já a
escala v atribui um valor subjetivo a cada ganho do prospecto. Portanto, o indivíduo escolhe o
prospecto com maior valor. Assim, a Teoria do Prospecto afirma que atitudes de risco serão
determinadas não pela função utilidade, mas pelas escalas π e v (TVERSKY; KAHNEMAN,
1979; MOREIRA, 2012). Desse modo, os autores concluem que nem todos os indivíduos
tomam decisões da mesma forma, mas cada um pondera as suas escolhas e suas possibilidades
de ocorrências de maneiras distintas.
Em suma, segundo a Teoria do Prospecto, os indivíduos decidem quando estão
mediante as situações de riscos, apresentando aversão a ele nas escolhas que envolvem
ganhos certos, e procurando por riscos nas escolhas que envolvem perdas certas, associando
as habilidades dos indivíduos ao excesso de confiança.
14
2.1.2 Significado do Dinheiro
O dinheiro sofreu diversas modificações, na sua forma, seu significado e
importância. Pode ser definido como instrumento de comércio e medida de valor, o qual
possui impacto no comportamento dos indivíduos (LUNARDI, 2012).
Esse fator, o dinheiro, envolve todas as pessoas durante suas vidas. Conforme
Wernimont e Fitzpatrick (1972), o dinheiro possui significados diferentes para cada um, e
essas diferenças são aprendidas ou adquiridas ao longo da vida. O significado do dinheiro
para cada indivíduo afeta o seu modo de viver, o qual se trata do resumo de suas experiências
anteriores (GELLERMAN, 1963; 1968 apud WERNIMONT; FITZPATRICK, 1972).
Como o dinheiro participa de todas as áreas da vida social, ele se constitui objeto de
estudo de diversas disciplinas das áreas de ciências sociais, cada uma delas com vieses
específicos (MOREIRA; TAMAYO, 1999). Devido a essa característica, Baker e Jimerson
(1992) pesquisaram diferentes estudos sobre o significado do dinheiro nas áreas econômicas,
psicológicas, antropólogicas e sociológicas, sobre perspectivas estruturais, que veem o
dinheiro de modo racional, neutro e objetivo, e sobre a perspectiva cultural, que enfatiza as
inter-relações simbólicas e não racionais. Os autores concluíram que as duas perspectivas
possuem uma relação micro e macro. Os estudos com características macroestruturais
possuem uma conotação no ambiente regulatório legal e político, como o comércio e o
mercado internacional. No contexto microestrutural os estudos possuem seu foco nas relações
interpessoais de troca e comunicação. Já no ambiente cultural, a macrocultural, refere-se às
crenças, valores e significados, e na microcultural diz respeito aos valores, atitudes e crenças
dos indivíduos e sua influência sobre o comportamento individual (MOREIRA; TAMAYO,
1999).
As pesquisas sobre o significado do dinheiro têm avançado nos últimos anos. No
contexto internacional, há quatro pesquisas que indicaram que o significado do dinheiro
possui uma estrutura multifatorial, os quais variam de seis a onze fatores. As principais
pesquisas são:
i. The Modified Semantic Differential ou Diferencial Semântico Modificado,
dos autores Wernimont e Fitzpatrick (1972), que buscaram verificar se com
base nas experiências vividas dos indivíduos haveria distinção sobre o
significado do dinheiro. Com um instrumento baseado em referencial teórico
15
e pesquisas sobre a motivação do dinheiro na empresa, utilizando análise
fatorial, os autores obtiveram os seguintes fatores: Fracasso-Vergonha;
Aceitabilidade Social; Atitude “ora-ora” (ou desimportância); Pecado Moral e
Segurança Confortável. Os autores concluíram que existem diferenças entre
pessoas empregadas e desempregadas, entre os sexos e nível socioeconômico.
ii. The Money Attitude Scale ou Escala de Atitudes para Dinheiro, dos autores
Yamauchi e Templer (1982), que se basearam na literatura clínica
psicanalítica para elaborar um questionário que foi aplicado a ambos os
sexos, com renda anual e ocupações variadas. Os autores obtiveram quatro
fatores que são: Poder-Prestígio; Retenção; Desconfiança; Qualidade nas
Compras e Ansiedade. Estes fatores obtiveram correlação com variáveis
psicológicas como obsessão, paranoia e ansiedade.
iii. Money Beliefs and Behavior Scale ou Escala de Crenças e Comportamentos
Monetários de Furnham (1984). O autor investigou as relações entre as
variáveis demográficas, crenças sociais e o hábito do uso do dinheiro. Para
tanto, Furnham utilizou questionários que foram analisados através de análise
fatorial. O autor encontrou os fatores Obsessão; Poder-Gastar; Retenção;
Segurança-Conservativa; Inadequação e Esforço-habilidade, com correlação
nas variáveis sexo, nível educacional, renda, posição política, alienação, Ética
Protestante do Trabalho (EPT) e conservadorismo social.
iv. The Money Ethic Scale ou Escala Ética do Dinheiro, construída e validada
por Tang (1992). O autor pesquisou as crenças subjacentes que as pessoas
têm sobre o dinheiro e em que diferentes necessidades podem ser cumpridas
pelo dinheiro. Através da aplicação de questionários e com análise fatorial, o
autor encontrou seis fatores: realização e obsessão; bem; poder; expressão;
maldade e gerenciamento de dinheiro. Os resultados mostraram que os
homens possuem mais atitudes positivas em relação ao dinheiro do que as
mulheres. O valor geral do dinheiro está associado a valores teóricos,
econômicos e políticos aos valores estéticos, sociais e religiosos. A percepção
das pessoas sobre o dinheiro como símbolo de realização e obsessão foi
relacionada a muitos aspectos da insatisfação com o trabalho e a vida.
16
Segundo Moreira e Tamayo (1999), essas pesquisas apresentam alguns problemas,
por terem sido desenvolvidas na ausência de levantamentos empíricos iniciais, com o uso de
pressuposições teóricas não claramente formuladas, bem como bases teóricas limitadas, as
quais desconsideraram o caráter multidisciplinar do dinheiro. Há também falta de informação
quanto aos procedimentos estatísticos e sobre a sua significância. Portanto, os autores
elaboraram a Escala do Significado do Dinheiro (ESD) com base na Escala de Valores de
Schwartz, o qual define valor como uma crença, ou conceito, como um comportamento
desejável frente a uma situação específica, sua origem se dá nas necessidades individuais dos
organismos biológicos, nas interações sociais e nas necessidades de sobrevivência e bem-estar
dos grupos (SCHWARTZ, 1992).
A construção da ESD se deu devido à carência de instrumentos de mensuração do
significado ou das atitudes sobre o dinheiro confiáveis, uma vez que muitos instrumentos
apresentavam inconsistência com a realidade brasileira, problemas psicométricos ou com
preposições teóricas limitadas (MOREIRA; TAMAYO, 1999). Portanto, os autores
elaboraram e validaram um instrumento que permitisse medir o significado do dinheiro no
Brasil. Este questionário está baseado em uma perspectiva do senso comum, fundamentado
em teorias das ciências sociais.
Para a elaboração do questionário, os autores Moreira e Tamayo (1999) utilizaram
sessenta e um indivíduos, divididos em doze grupos. Estes grupos foram selecionados de
acordo com suas características: estudantes de escolas públicas e privadas, funcionários de
uma universidade pública que ocupavam cargos em serviços gerais, funcionários de um banco
estatal no cargo de gerência, e, por fim, idosos. Estes participantes deveriam escrever uma
lista de palavras relacionadas ao significado do dinheiro para si. Na sequência foi realizada
uma discussão em grupo, estruturada da seguinte forma: o significado do dinheiro para cada
participante; os fatores que eles acreditavam ter influência sobre o significado do dinheiro
para as pessoas em geral; e o que eles acreditavam que deveria ser levado em conta em uma
pesquisa sobre o significado do dinheiro. Depois, foram incentivados a escreverem mais
palavras sobre dinheiro na lista (MOREIRA; TAMAYO, 1999).
As palavras foram analisadas por três grupos de juízes, formados por estudantes de
Psicologia, os quais agruparam as palavras das listas em categorias e subcategorias, de acordo
com os seus significados. Assim, foram criadas dez categorias, cada uma com vinte palavras.
As categorias foram analisadas e comparadas com o referencial teórico, determinando assim
17
duas dimensões, uma de fatores positivos e outra de negativos (MOREIRA; TAMAYO,
1999).
Portanto, foi possível criar um esquema hipotético que englobava dimensões. Na
dimensão positiva foram determinados: o desenvolvimento social e sociocultural, prestígio,
utilitarismo, estabilidade e prazer. A dimensão negativa envolveu os seguintes aspectos:
desigualdade social, dominação, desapego, conflito e preocupação. Após essa etapa, foi
realizada uma análise semântica e novamente uma análise dos juízes, em que foram
observados todos os itens novamente, dos quais excluiu-se quarenta itens, portanto o
questionário ficou com 158 itens (MOREIRA; TAMAYO, 1999).
Após essas etapas, Moreira e Tamayo (1999) buscaram a validação do questionário
que foi distribuído para diversas regiões do país, através de uma rede de colaboradores, e em
resposta foram recebidos de volta 1.458 questionários válidos. Para a análise dos dados, foram
utilizadas as técnicas de regressão, para a identificação de outliers, em que sobraram 152 itens
para serem analisados, através da análise fatorial. Esta análise foi realizada através da rotação
varimax, com carga fatorial estabelecida de 0,40 e autovalores acima de um, e através do
screen plot foram identificados nove fatores, portanto, a solução final ficou com 82 itens que,
em conjunto, explicam 33,62% de toda a variância (MOREIRA; TAMAYO, 1999).
Desse modo, o esquema fatorial ajustado ficou com quatro fatores em cada
dimensão, a positiva e a negativa, e um fator que ficou tanto na dimensão positiva quanto
negativa. Os fatores ficaram classificados na dimensão positiva, de acordo com Moreira e
Tamayo (1999), como:
1. Progresso: refere-se a um contexto mais amplo e social, como um promotor
ao progresso da humanidade e para as sociedades, em que o dinheiro pode
resolver os problemas da sociedade e criar um mundo melhor.
2. Cultura: o dinheiro é estabelecido como promotor de desenvolvimento da
cultura, estando relacionado ao investimento e desenvolvimento das ciências,
artes, cultura e tecnologia.
3. Estabilidade: é atribuído como estabilidade e segurança, onde envolve a
crença e comportamento em questões de necessidade básicas e estabilidade
financeira.
18
4. Prazer: baseado em afirmações que o dinheiro proporciona prazer,
felicidade, bem-estar psicológico, autoestima, esperança e harmonia nas
relações pessoais.
Contudo, no aspecto negativo os fatores que influenciaram foram (MOREIRA;
TAMAYO, 1999):
1. Desigualdade: o dinheiro é fonte de desigualdade social, segregação e
preconceito, criando uma forte demarcação no espaço social.
2. Desapego: em que se deve dar mais importância a valores de solidariedade e
generosidade, do que aos bens materiais.
3. Conflito: está relacionado no contexto de relações interpessoais, e envolve a
crença de que o dinheiro traz desconfianças, conflitos, desavenças, morte,
falsidade, neurose e oportunismo.
4. Sofrimento: esta relacionada a aspectos do desequilíbrio emocional, tais
como, angústia, depressão, frustação e impotência.
E por fim, o fator poder, o qual está relacionado à dimensão positiva e negativa,
caracterizado como fonte de autoridade, prestígio, reconhecimento social, assegurando uma
situação com privilégios a quem possui dinheiro, possibilitando burlar as normas sociais
(MOREIRA; TAMAYO, 1999). A partir do significado do dinheiro, ressalta-se a importância
de compreender o endividamento.
As variáveis que compõem cada fator do significado do dinheiro, conforme Moreira
e Tamayo (1999) estão descritas no quadro 3.
Quadro 03 – Composição dos fatores do significado do dinheiro
Fatores Variáveis
Prazer Facilita a vida sexual; Poder viajar; Facilita a convivência familiar; Esperança no futuro;
Relações amorosas mais agradáveis; Compro coisas novas e esqueço meus problemas; Atrai
felicidade; harmonia familiar; Ajuda as pessoas a gostarem mais de si mesmas; Significa
prazer; Ajuda a ser feliz; Ascensão social; Representa a busca de felicidade; Eu uso o meu
dinheiro para ficar contente.
Poder Quem é rico pode impor sua opinião; Dominação; Poder; Quem tem dinheiro é o primeiro a ser
atendido em qualquer lugar; Reconhecimento social; Pode cometer crimes impunemente; Passa
por cima das normas estabelecidas; Crianças ricas são educadas para mandar; Status social;
Tem autoridade sobre os outros; Quem tem dinheiro se livra de entrar em filas; Centro das
atenções; As pessoas submetem-se a quem tem dinheiro; Quem é rico impõe sua personalidade;
A classe pobre é excluída dos direitos sociais; Prestígio; As pessoas tentam agradar quem tem
dinheiro.
Continua
19
Quadro 03 – Composição dos fatores do significado do dinheiro (continuação)
Conflito Sinônimo de dor de cabeça; Desarmonia nas famílias; Ingratidão; Casamentos por interesse;
Assassinatos; Inveja; Neuroses; Traições; Descontrole emocional; Torna as pessoas
oportunistas; Desavenças com parentes; Falsos amigos; Desconfiança entre pessoas; Lembra
dívidas.
Desapego Desapegado das coisas materiais; Ajudar quem precisa é melhor que guardar dinheiro; Ajudar
amigos em dificuldades financeiras; Quem tem fé sabe que precisa fazer caridade; É dever de
todas as pessoas dividirem o que têm; Menos importância a bens materiais; Recompensas
espirituais são mais importantes que dinheiro; Os pais devem ensinar os filhos a serem
generosos; Basta crer em Deus para ter as necessidades atendidas.
Sofrimento Deixa deprimido; Dinheiro é uma coisa complicada para mim; Angústia; Frustrações; A classe
pobre é excluída dos direitos sociais.
Progresso Evolução da humanidade; Progresso; Prosperidade para a sociedade; Facilita a vida da
humanidade; O dinheiro constrói um mundo melhor; Resolve problemas sociais.
Desigualdade Quem tem dinheiro é valorizado socialmente; Lembra contrastes sociais; Crianças ricas são
ensinadas a evitar contato com crianças pobres; Jogos de interesse; Pessoas negras e pobres são
vistas como perigosas; Pessoas pobres são impedidas de ir a lugares frequentados por gente
rica.
Cultura Quem tem dinheiro deve empregá-lo no desenvolvimento do país; Inovações tecnológicas;
Eventos culturais; Pesquisas científicas; Patrocínio em desenvolvimento das artes.
Estabilidade Quero deixar minha família amparada financeiramente quando eu morrer; Ficarei realizado
quando atingir a situação que determinei para mim; Medo de gastar mais do que posso; É
importante ter seguro de vida e convênios de saúde.
FONTE: Adaptado de Moreira e Tamayo (1999, p. 104-105).
2.2 ENDIVIDAMENTO
O aumento do nível de endividamento no Brasil e no mundo, tem se tornado uma
questão cada vez mais importante, pois com o aumento de endividados aumenta o risco destes
não conseguirem honrar os seus compromissos até a data de vencimento, o que os torna
inadimplentes (SILVA, FERREIRA, 2016). Isso pode ser explicado por diversos motivos, tais
como: a falta de planejamento financeiro; por razões sociais e psicológicas; ou por fatores
externos, como o desemprego; queda na renda; problemas de saúde; dentre outros (LUCENA
et al., 2014).
Segundo o Observatório de Endividamento dos Consumidores (OEC, 2002), o
endividamento é entendido como um saldo devedor de um indivíduo, que pode ser composto
de apenas uma dívida ou mais do que uma simultaneamente, quando se tratar mais de uma é
denominado como multiendividamento. O Observatório de Crédito e Superendividamento do
Consumidor define endividamento como qualquer dívida que um indivíduo possui e que este
tem o dever de pagar (BUAES; COMERLATO; DOLL, 2015). Dessa forma, o endividamento
pode gerar um incumprimento, o qual se trata de uma situação de não pagamento por parte do
devedor.
20
As instituições financeiras consideram que há incumprimento quando o indivíduo
deixa de pagar no mínimo três prestações e identificam o incumprimento definitivo quando
não há mais possibilidades de renegociação e, portanto, se inicia uma ação judicial
(MARQUES; FRADE, 2000). Ainda para as autoras, o incumprimento não significa
incapacidade do devedor de quitar as suas dívidas, mesmo que temporariamente, pois alguns
indivíduos preferem não quitar as suas dívidas por uma decisão oportunista, com base no
cálculo custo-benefício do incumprimento.
Devido à importância do tema, o endividamento tem sido alvo de vários estudos, pois
contempla um comportamento multifacetado, o qual necessita de entendimento e arcabouço
teórico de diferentes áreas como a psicologia, economia, sociologia e ciência política
(MORAIS, 2013). Assim, o endividamento pode ser explicado por aspectos econômicos,
sociais e psicológicos (MORAIS, 2013).
O aspecto econômico possui fundamentação na Teoria do Rendimento Permanente3,
de Friedman (1957). Esta teoria tem como premissa o comportamento do consumidor em
relação ao consumo, bem como a formação de expectativas. O autor considera que o
rendimento permanente é aquele que o indivíduo pretende manter no futuro, em contra partida
o rendimento provisório trata-se do desvio de rendimento corrente em relação ao permanente,
que resulta de fatores específicos da vida. Assim, quando há variações no rendimento dos
indivíduos ocorre um impacto na forma como estes se comportam em relação ao consumo,
tendendo a delinear o consumo conforme o seu rendimento (MORAIS, 2013; MONTEIRO,
2015).
O aspecto social tem como elo a cultura dos indivíduos, onde esse fator é
transmitido, ou seja, não é inato. Assim, as normas culturais e sociais são apresentadas aos
indivíduos desde as primeiras experiências familiares, onde os devedores crescem numa
cultura em que é totalmente aceito o débito, portanto, os indivíduos do mesmo grupo tendem
a tomar decisões parecidas (MORAIS, 2013).
Ainda para a autora, o aspecto psicológico comporta sua definição nas estratégias de
enfrentamento financeiro, no qual os indivíduos devem tomar decisões onde a sua percepção
sobre dinheiro satisfaça as despesas diárias. Os indivíduos devem ter noção das suas
condições financeiras, para que ao tomar decisões de enfrentamento, não às tomem de forma
incorreta, levando-os a um aumento do risco de endividamento.
3 Para mais informações ver: FRIEDMAN, 1957.
21
Em alguns casos, os indivíduos podem comprometer uma parcela significativa do seu
salário em dívidas e quando este se sente impossibilitado de quitá-las, ocorre o chamado
sobreendividamento (FLORES, 2012). Esse termo pode ser classificado em
sobreendividamento passivo e ativo, o primeiro é composto por ocorrências não previsíveis e
que comprometem de forma significativa a capacidade de pagamento das dívidas, como por
exemplo, divórcio, perca do emprego ou doença. Já o sobreendividamento ativo é ocasionado
quando o devedor contribui ativamente para se colocar em uma situação de endividamento
(OEC, 2002).
O sobreendividamento gera consequências no ambiente microeconômico, que afeta
em termos pessoais, familiares, sociais e psicológicos, como por exemplo, a marginalização,
exclusão social, alcoolismo, dissoluções de famílias, problemas com saúde física e mental
(OEC, 2002). Além disso, são geradas consequências no ambiente macroeconômico,
atingindo o setor da economia local ou nacional, onde os indivíduos sobreendividados são
afetados pelo nível de confiança do funcionamento normal do mercado de crédito, deixando
de consumir devido às expectativas desfavoráveis da evolução dos rendimentos (MORAIS,
2013). A diminuição do consumo privado ocasiona o enfraquecimento no PIB, ou seja, o
abrandamento do crescimento econômico (OEC, 2002; MORAIS, 2013).
Segundo Braucher (2006), existem dois fatores que explicam o sobreendividamento,
os fatores estruturais e culturais, conforme explícito no Quadro 4.
Quadro 4 – Fatores estruturais e culturais sobre endividamento
FATORES ESTRUTURAIS
1. Oferta de Crédito 2. Procura de Crédito
Enquadramento legal;
Técnicas de promoção do crédito e gestão de
risco de crédito ao dispor de instituições de
crédito.
Insegurança do rendimento/estagnação
salarial;
Reduzida proteção social na doença, no
desemprego e na invalidez.
FATORES CULTURAIS
3. Afetam a Oferta 4. Afetam a Procura
Ideologia de liberação de mercado;
Cultura do endividamento;
Marketing aos sobreendividados;
Ter como alvo os sobreendividados;
Explorar as minorias que tem vindo a ser
excluídas tradicionalmente.
Cultura de satisfação de necessidade e
desejos;
Desenvolvimento de expectativas em relação
ao rendimento futuro por parte dos indivíduos
(influência da mídia);
Endividamento é mais aceito e considerado
como normal;
Poupança está se tornando menos comum;
Erros cognitivos.
FONTE: Adaptado de Braucher (2006, p. 342).
22
Para o autor, o sobreendividamento é um problema complexo, os fatores estruturais
são reforçados pela cultura, onde nenhum dos quadrantes é fácil de resolver. Acrescenta que o
quadrante 3 é o mais difícil de ocorrer uma mudança, pois a cultura afeta os credores, os quais
operam conforme a expectativa do mercado, os quais buscam aumentar os lucros para os seus
investidores, assim eles só vão alterar a sua cultura com base na mudança do consumidor.
Os quadrantes 1 e 2 estão mais propensos à sofrerem uma mudança que o quadrante
3, pois no quadrante 1 ocorre uma tentativa de alterar a oferta de crédito do consumidor
mudando o ambiente regulatório, o qual exigiria mudança política. Já o quadrante 2 visa
reduzir a demanda de crédito aumentando a segurança financeira, o qual exigiria uma ação
política coletiva. Assim necessitaria de um desenvolvimento econômico, estimulado pelo
desenvolvimento educacional, pela formação de emprego e aumento de renda, os quais
reduziriam a necessidade do empréstimo de dinheiro (BRAUCHER, 2006).
O mesmo autor pontua que, em comparação com os outros, no quadrante 4, a cultura
do consumo pode se tornar o lugar mais promissor para ocorrer uma mudança na cultura do
consumidor. Assim, a sociedade precisa de um apoio estrutural, dado ao sistema de fácil
crédito, onde seria improvável reduzir a demanda sem um investimento nas estruturas, como
por exemplo, um forte programa em educação financeira, que inicie no jardim de infância e
continue por toda a escolaridade do indivíduo.
Além dos fatores expostos por Bruacher (2006), os indivíduos também podem ser
influenciados pelo desejo de “ter” e “ser”, os quais foram desenvolvidos por pesquisadores da
teoria das finanças comportamentais (ZERRENNER, 2007). Esses desejos podem ser
incentivados pelas facilidades e ofertas que os meios de comunicação possibilitam aos
consumidores, desse modo criam falsas necessidades (LUCENA et al., 2014). O seu
significado está na necessidade do indivíduo possuir, obter, adquirir, o qual surge a partir da
vivência do homem, buscando objetos para viver e desfrutar, em que muitas vezes o qualifica
como superior aos outros, dependendo do seu nível de aquisição (SILVA, 2012). Além disso,
para a autora, o desejo de “ter” está baseado em três aspectos, o status, a defloração, como por
exemplo, no prazer da compra, e por fim na busca por novos estímulos, em que o indivíduo
procura adquirir objetos mais frequentemente. E o desejo de “ser”, constitui-se de uma
evolução do desejo de “ter”, o qual refere à sua essência, a partir da experiência humana,
fundamentada na presença da razão crítica (SILVA, 2012). Diante do exposto, é necessário
entender o endividamento pessoal.
23
2.2.1 Endividamento Pessoal
O endividamento pessoal e o comportamento dos indivíduos estão baseados na teoria
da Psicologia Econômica. Que funde seus estudos no processo de decisão dos consumidores
sobre a renda familiar (MOURA, 2005). Ainda para a autora, essas teorias entendem o
comportamento dos indivíduos frente a processos econômicos, com base na psicologia
moderna.
Os principais pontos da Psicologia Econômica são as distinções entre as variáveis
sociais, psicológicas e as econômicas; investigação no nível do indivíduo; percepção dos
indicadores econômicos no processo de consumo (LUNT, 1995 apud MOURA, 2005).
Assim, os principais temas que a teoria da Psicologia Econômica investiga estão atrelados à:
psicologia do dinheiro; da dívida; comportamento do consumidor; administração financeira;
políticas econômicas (FERREIRA, 2007).
A abordagem da Psicologia Econômica ressalta a importância de averiguar quais
fatores comportamentais influenciam no endividamento pessoal, mas deixa claro que muitos
fatores que propiciam para tal endividamento encontra respaldo nas variáveis econômicas que
os indivíduos estão expostos, por exemplo, a economia nacional, a queda ou aumento na
renda e o desemprego (MOURA, 2005). Diante do exposto, é necessário entender as variáveis
econômicas que afetam o endividamento pessoal.
O crescimento da economia apresentado pelo governo Lula (2003-2010) teve como
propulsor o consumo, estimulado por políticas de valorização do salário e expansão de
crédito, contribuindo para reduzir a desigualdade de renda no país (SILVA, 2016). Além
disso, o autor aponta que o consumo das famílias cresceu substancialmente, tendo como
consequência o crescimento do PIB.
Após esse estímulo de políticas no Brasil, bem como a intensificação nos padrões de
consumo herdados e/ou adaptados dos países desenvolvidos, houve uma ampliação do
consumo implícito e inconsequente. Os indivíduos demostraram um preocupante
endividamento pessoal, fruto do descontrole ao tentarem acompanhar o padrão de consumo
das classes mais altas. Ao procurar lidar com impotências financeiras, os indivíduos buscam
crédito, nos quais muitas vezes estão inseridas altas taxas de juros, dessa forma empresas
24
financeiras e produtoras de bens de consumo estimulam o endividamento, o que torna-se um
ciclo vicioso (FERREIRA; LIMA, 2014).
A regularização do microcrédito, que desde a sua criação, em 2003, até 2007,
possibilitou que 90% dos empréstimos, nessa modalidade, fossem utilizados para
financiamento de consumo dos indivíduos. E mesmo após a definição de que 80% deste
crédito passaria a ser destinado ao microcrédito produtivo orientado, o financiamento para o
consumo ainda permanecia alto, com 67% em 2010 (LAVINAS, 2015).
Para o autor, o governo Lula promoveu a inclusão creditícia, contudo aumentou o
endividamento das famílias. Onde os juros cobrados nas mais diversas modalidades de crédito
subiram, os juros cobrados pelos comércios chegou a 5,1% ao mês, com projeção de 87,12%
ao ano, isso em fevereiro de 2015 (LAVINAS, 2015).
Conforme a PEIC, os paranaenses vêm apresentando queda nos números de
endividados desde janeiro de 2017, ocasionado pelo recebimento da segunda parcela do 13°
salário, pelo conservadorismo dos consumidores diante da crise econômica e pela aversão ao
risco do desemprego. Isso possibilitou a redução de aquisição de novos financiamentos para
quitação de dívidas, contudo, 27,9% dos entrevistados, foram identificados com contas em
atraso no mês de março de 2017, um aumento de 1,40% comparado com o mês anterior,
(FECOMERCIOPR, 2017; FECOMERCIOSP, 2017).
Ao se analisar em nível nacional, o endividamento reduziu 3,10% em janeiro de
2017, comparado com o mês anterior, entretanto esse cenário não se repete nos meses
seguintes, em que chega a aumentar até 1,70% no mês de março, comparado com fevereiro.
Desde janeiro de 2017, uns dos maiores meses com aumento de endividados no país ocorreu
no mês de abril, onde houve o maior crescimento de 3,3% nos endividados nacionais,
comparado com janeiro, onde houve a menor porcentagem de endividados, até julho de 2017
(FECOMERCIOPR, 2017).
Os maiores gastos dos brasileiros são com o cartão de crédito, seguido do carnê,
crédito pessoal e financiamento de carro, conforme mostra PEIC (2017). Referente ao Paraná,
esse cenário também se repete, pois o cartão de crédito tem se tornado o principal agente de
endividamento. O Gráfico1 mostra os tipos de dívidas dos paranaenses, referente ao mês de
março de 2017.
25
Gráfico 1 – Tipos de Dívidas
FONTE: PEIC (2017).
Ainda conforme a pesquisa, o financiamento imobiliário é uma das maiores dívidas
entre as classes com poder aquisitivo elevado, com renda maior de dez salários mínimos,
representando 11,2% dos entrevistados, sendo que, para as famílias com renda até dez salários
mínimos, essa representação é de 8%. Entretanto, as dívidas com compra de carros possui
maior representatividade entre as classes C, D e E sendo 9,9%, contra 9,1% nas classes A e B.
Outra diferença entre as classes é na utilização de carnês, cheque pré-datado e do cheque
especial para parcelamentos de compras, os quais são mais utilizados por consumidores com
renda até 10 salários mínimos. Já o empréstimo consignado e o crédito pessoal são mais
utilizados entre as famílias de maior renda.
Conforme pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção do Crédito (SPC) e a
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a qual buscou identificar os hábitos
dos consumidores, mostrou-se que 33% dos entrevistados, pesquisados nas vinte e sete
capitais do país, compram sem necessidade, pois são motivados por promoções,
especialmente as classes C, D e E (35%), onde a maioria são mulheres (38%) e nos indivíduos
entre 18 e 34 anos (42%). Além disso, 42% dos consumidores responderam que costumam
comprar parcelado para conseguir comprar tudo o que querem (SPC BRASIL, 2017).
Um dos fatores que propulsiona o endividamento é o fato do aceite social, cuja
valorização dos indivíduos é percebida de acordo com a credibilidade deste no mercado,
71,1% 0,3%
0,5%
1,8% 3,2%
4,0%
9,8%
8,6%
1,1%
Cartão de crédito
Cheque especial
Cheque pré-datado
Crédito consignado
Crédito pessoal
Carnês
Financiamento de carro
Financiamento de casa
Outras dívidas
26
tornando-o fonte de diferenciação dos demais (SILVA; SOUZA; FAJAN, 2015). Para as
autoras, o consumo desenfreado, que faz parte da sociedade capitalista, permite que os
indivíduos tenham uma sensação de liberdade econômica, autoconfiança, responsabilidade e
controle. Contudo, esta é uma falsa sensação, o que leva a infindáveis dívidas e dependência
econômica das empresas de concessão de crédito.
2.2.2 Endividamento dos Universitários
A vida universitária proporciona aos estudantes momentos cada vez mais frequentes
e crescentes de responsabilidades, os quais definirão a sua independência financeira e suas
consequências para o futuro (MENDES-DA-SILVA; NAKAMURA; MORAES, 2012).
Existem alguns critérios que marcam a entrada dos jovens à vida adulta, dois deles é ingressar
em uma instituição de ensino superior e outra é a independência financeira, os quais muitas
vezes acontecem simultaneamente (TEIXEIRA, 2010).
A possibilidade de endividamento dos indivíduos ao ingressarem em instituições de
ensino superior é alta, pois, tornam-se público alvo das instituições financeiras. Estas
instituições financeiras investem em marketing, os quais oferecem acesso a cartão de crédito,
cheque universitário, serviços e tarifas diferenciadas, dentre outros benefícios. Assim, a
atração de universitários ocorre devido ao relacionamento existente, no longo prazo, com as
instituições de ensino superior e as financeiras, que sugerem um futuro profissional ao final
do curso (TEIXEIRA, 2010).
O endividamento dos universitários pode ser explicado por três motivos, conforme
Vilain e Pereira (2013): o acesso ao crédito; o marketing induzido, o qual beneficia o
consumo supérfluo; e a falta de conhecimento, planejamento e educação financeira. Muitas
vezes os universitários não possuem experiências em gerir seus próprios recursos, enganados
por propagandas de fácil consumo, os quais não medem as consequências dos dispêndios, que
vão além da sua capacidade de pagamento.
O comportamento financeiro dos universitários é considerado arriscado quando se
encontram ao menos em uma das seguintes situações: (a) saldo existente no cartão de crédito
igual ou superior a R$ 1.000,00; (b) atraso no pagamento da fatura em sessenta dias, nos
últimos dois anos; (c) utilização do limite do cartão de crédito nos últimos dois anos; (d)
27
nunca, ou esporadicamente, foi pago o valor integral da fatura do cartão de crédito
(MENDES-DA-SILVA; NAKAMURA; MORAES, 2012).
Ainda para os autores, o modelo de comportamento financeiro vivido impacta no
bem-estar dos indivíduos, repercutindo na saúde física e mental, na satisfação pessoal, sendo
muito vivenciada pelos universitários no seu desempenho acadêmico. Um dos maiores fatores
apresentados por Amar et al. (2007), com relação ao endividamento dos universitários, é a
falta de alfabetização financeira destes. Em consonância com essa afirmação, vários autores
(BRAUCHER, 2006; SAVOIA; SAITO; SANTANA, 2007; ZERRENNER, 2007;
TEIXEIRA, 2010; CORRÊA, 2016) vêm sugerindo a incorporação da alfabetização
econômica, durante a vida acadêmica, pois o baixo nível de conhecimento sobre o assunto
deixa os universitários, e não somente estes, mas toda a sociedade, mais suscetível ao
endividamento.
Estudos vêm demostrando que as principais causas de endividamento dos
universitários estão relacionadas à falta de planejamento financeiro, baixa renda, acesso ao
crédito, à dificuldade de inserção no mercado e consumo desenfreado (AVDZEJUS;
SANTOS; SANTANTA, 2012; SILVA, 2014; CORRÊA, 2016; OLIVEIRA, 2016), mas a
principal causa apontada é o uso do cartão de crédito (MENDES-DA-SILVA; NAKAMURA;
MORAES, 2012; SILVA, 2014; SILVA; SOUZA; FAJAN, 2015; CORRÊA, 2016).
Os principais estudos relacionando o endividamento e cartão de crédito, estão tendo
como resultado mais relevantes a influência da compra compulsiva. De acordo com o estudo
de Falciano (2012), as principais pesquisas com universitários, demostram que o uso do
cartão de crédito vem surgindo como uma variável propulsora da compra compulsiva,
também influenciada pela ânsia do prestígio, reconhecimento social e ansiedade.
Conforme Hayhoe et al. (2005), os universitários que não possuem cartão de crédito
são mais informados sobre o funcionamento, taxas, juros e pagamentos, do que aqueles que
utilizam o cartão de crédito. Ainda para os autores, os que utilizam o cartão de crédito dão
mais importância ao significado do dinheiro como sinônimo de poder, além de se sentirem
mais independentes dos pais e são mais felizes em utilizar o cartão de crédito como forma de
pagamento.
Estudos relacionados ao dinheiro e universitários, vêm obtendo maior destaque nas
pesquisas, pois os universitários, que muitas vezes entraram recentemente no mundo
econômico, ainda não apresentam formação para avaliar todas as informações disponíveis e
28
evitar a sedução do consumo (CORIA et al., 2010). Portanto, se faz necessário entender o
endividamento dos universitários de administração.
2.2.3 Endividamento dos Universitários de Administração
Dominar a educação financeira proporciona aos indivíduos habilidades para que
estes tomem decisões fundamentais e seguras em relação a questões financeiras, melhorando
o gerenciamento de suas finanças pessoais, ampliando, assim, o seu bem-estar (SAVOIA;
SAITO; SANTANA, 2007). Os autores acrescentam que as mudanças tecnológicas,
regulatórias e econômicas propiciaram a elevação da oferta de serviços financeiros, mas a
falta de conhecimento dos indivíduos compromete as decisões financeiras básicas, produzindo
resultados indesejáveis.
Devido ao alto índice de endividamento de algumas populações, a educação
financeira tornou-se uma preocupação em diversos países da América e Europa, a qual foi
agravada pela crise mundial em 2008, onde a falta de educação financeira foi reconhecida
como um fator propulsor, para tal acontecimento (GADELHA; LUCENA; CORREIA, 2014).
Assim, a Organisation for Economic Co-operation and Development 4 (OECD), que
visa estimular o progresso econômico e o comércio mundial, desenvolveu princípios para
proporcionar aos países adotantes, em que o Brasil não participa, um bom funcionamento dos
mercados financeiros e da economia, que também são de responsabilidade da população
(OECD, 2005).
Portanto, para a OECD (2005), a educação financeira pode ser definida como um
processo pelo qual os consumidores/investidores financeiros, buscam melhorar a sua
compreensão de produtos, conceitos e riscos financeiros, através de informações, instruções e
aconselhamento, para assim, desenvolver competências necessárias, reconhecer os riscos e as
oportunidades em investimentos, tomando decisões efetivas que melhorem o seu bem-estar.
No Brasil, a preocupação com a educação financeira se deu a partir de 2010 com o
Decreto 7.397, que criou a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), com o
objetivo de contribuir para o fortalecimento da cidadania, ao apoiar e fornecer ações que
visam ajudar a população a tomar decisões financeiras mais conscientes e autônomas
(BRASIL, 2010).
4 Tradução: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
29
A falta de alfabetização financeira torna os indivíduos mais propensos a um alto grau
de endividamento (NASCIMENTO et al., 2016). Diante desse contexto, graduações em áreas
financeiras, na qual se enquadra o curso de Administração, são uma das alternativas para os
endividados ampliarem os seus conhecimentos, pois estes profissionais possuem um perfil
profissiográfico que vincula as habilidades e conhecimentos financeiros para o uso adequado
dos recursos financeiros (VERDINELLI; LIZOTE, 2014).
O perfil profissiográfico trata-se de um conjunto de atributos profissionais, que as
universidades desejam incutir em seus universitários, e que decorre durante o período de
formação, onde espera-se que os egressos adquiram diversas competências ou capacidades ao
longo do curso (AMATUCCI, 2000). Conforme o Conselho Nacional de Educação (2005),
que instituiu diretrizes para os cursos de graduação em Administração, é enfatizado que o
administrador deve possuir a habilidade de atuar preventivamente na tomada de decisões, bem
como ter controle e saber gerenciar diversas situações encontradas diariamente, desenvolver
raciocínio lógico, analítico e crítico para operar com valores e também transferir os seus
conhecimentos pessoais e profissionais para o seu campo de atuação.
Para Lana et al. (2011), a vida financeira dos indivíduos é reflexo dos seus gastos e
seus lucros. Nesse contexto, um dos princípios da educação financeira, é a busca pelo
conhecimento em finanças e a tomada de boas decisões, que foi estipulada pela Comissão de
Especialista em Administração, da Secretaria de Ensino Superior, do Ministério da Educação
e do Desporto, como uma diretriz básica para o curso (ANDRADE; AMBONI, 1999).
Assim, vinculada ao curso, a área de administração financeira tem tomado grande
proporcionalidade, onde 66% dos profissionais de administração atuam na área financeira,
conforme a Pesquisa Nacional sobre Perfil, Formação, Atuação e Oportunidades de Trabalho
dos Conselhos Federais e Estaduais de Administração (SISTEMA CFA/CRAs, 2015). A
principal função da administração financeira está voltada para o planejamento, controle,
previsões, fluxos de caixa, investimentos, financiamentos, operações bancárias,
gerenciamento de risco, dentre outras funções (LANA et al., 2011).
Contudo, Lana et al. (2011) observou que os indivíduos sabem executar o ofício de
seus cargos, mas, ao gerir as finanças, principalmente as pessoais, estão totalmente
despreparados. Esta afirmação é comprovada em diversas pesquisas demonstradas na seção
seguinte.
30
2.3 ESTUDOS RELACIONADOS AO TEMA
Observa-se que houve uma explosão em pesquisas com o tema de finanças pessoais,
após a crise de 2008, o qual intensificou a preocupação com a temática. A instabilidade
inflacionária mundial e nacional, aliada com o crescimento econômico nos últimos tempos,
possibilita uma reflexão sobre como usar e lidar com o dinheiro (LANA et al., 2011). Essa
seção tem o objetivo de explanar as principais pesquisas relacionadas ao tema desse estudo,
tomando como base o referencial teórico apresentado, contribuindo assim para a análise dos
dados.
Nessa perspectiva, diversos estudos vêm sendo realizados para investigar as finanças
pessoais e endividamento dos universitários. Em consonância com a teoria sobre finanças
comportamentais, Haubert, Lima e Herling (2012) pesquisaram noventa e quatro
universitários de cursos de pós-graduação stricto sensu, através de uma pesquisa quantitativa
com quinze questões, e verificaram que os universitários possuem aversão ao risco no campo
dos ganhos e propensão ao risco no campo das perdas, onde os autores concluíram que os
universitários pesquisados possuem o efeito reflexo.
O estudo de Faveri, Valentim e Kroetz (2013), que também pesquisaram as decisões
de investimento com base na teoria das finanças comportamentais, foi realizado com trinta e
um universitários, dos cursos de ciências contábeis e sistema de informação, utilizando um
questionário com dezenove questões. Os autores concluíram que os universitários possuem o
efeito certeza, reflexão e isolamento, confirmando a teoria do Prospecto.
Outro estudo no campo das finanças comportamentais é o de Falleiro (2014), que
buscou investigar universitários e professores da graduação e pós-graduação na Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Para tanto, o autor utilizou uma metodologia
quantitativa, com um questionário de quarenta e duas questões. E concluiu que as mulheres
são mais avessas aos riscos que os homens, e que quanto maior a escolaridade maior é o grau
de entendimento das probabilidades de investimentos, que levariam a uma diminuição do
risco e, por último, concluiu que quanto maior a idade maior é a aversão ao risco, pois se tem
uma diminuição nos valores monetários envolvidos.
Ainda nessa perspectiva, Oliveira (2016) pesquisou vieses psicológicos, econômicos
e demográficos no endividamento de universitários. Para tal, foram entrevistados seiscentos e
oitenta e três universitários, por meio de uma pesquisa quantitativa. A autora concluiu que a
31
literácia financeira não influência nas atitudes referente ao endividamento, bem como a
influência parental não apresentou resultados consistentes para influenciar no endividamento,
e que existe relação entre baixos/altos rendimentos familiares na redução/contração das
intensões de contrair empréstimos.
No que diz respeito a pesquisas sobre o endividamento de universitários, Amado
(2011) pesquisou universitários ingressantes, verificou quais eram os seus conhecimentos
sobre finanças pessoais e se estes conseguiam gerir seus recursos. O autor utilizou um
questionário com perguntas abertas e fechadas e concluiu que os universitários não possuem
conhecimento suficiente sobre finanças para uma gestão financeira equilibrada.
Corroborando com o estudo anterior, Silva (2014) realizou uma pesquisa com
universitários da cidade de Campina Grande – PB, com o intuito de verificar quais são os
fatores que influenciam no endividamento dos universitários, o qual utilizou um levantamento
do tipo survey. O autor constatou a falta de planejamento financeiro como uma das causas
para o endividamento, assim, recomendou que os universitários gerenciem todas as suas
despesas e receitas para evitar o endividamento. O autor também encontrou como
influenciadores para o endividamento a baixa renda e o acesso ao crédito dos universitários.
Em contra partida, o estudo de Teixeira (2010), investigou doze jovens
universitários, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O autor identificou
que os universitários possuem autonomia para a gestão financeira de sua vida, pois
conseguem se beneficiar dos auxílios oferecidos pelas instituições bancárias, contudo não
possuem capacidade para se auto sustentarem, os quais ainda dependem de ajuda financeira
da família.
Ao investigarem a propensão ao endividamento, a educação financeira e a posse de
cartão de crédito em universitários, os autores Carvalho et al. (2015) entrevistaram duzentos e
quarenta e nove universitários em uma instituições do Ceará. A pesquisa demostrou que ter
acesso a um curso de finanças influencia negativamente a propensão ao endividamento,
apresentando menores médias para atitude hedonista, e também foi rejeitada a hipótese de que
estudantes universitários que possuem cartão de crédito são mais propensos ao
endividamento.
Os resultados encontrados por Vieira et al. (2014) mostraram que os universitários,
das áreas de administração, agronomia, ciências biológicas, ciências contábeis, engenharia
civil, enfermagem e letras, em um total de trezentos e trinta e dois universitários, de uma
32
universidade de Mato Grosso do Sul, possuem baixa propensão ao endividamento. Os autores
concluíram que os universitários gastam menos ou igual a sua renda, a maioria não possuem
cartão de crédito, possuem poucas dívidas e moram com os pais em casas quitadas.
Buscando verificar as áreas de ensino econômicas, diversos autores procuraram
averiguar a relação do curso com o nível de endividamento dos universitários (AVDZEJUS;
SANTOS; SANTANTA, 2012; MEDEIROS; LOPES, 2014; GADELHA; LUCENA;
CORREIA, 2014; RESENDE; ALMEIDA; PERES, 2014; SILVA; SOUZA; FAJAN, 2015;
VERDINELLI; LIZOTE, 2015; SOARES, 2016; STÜRMER, 2016). Porém, Felipe, Oliveira
e Botinha (2016), ressaltam que ainda há pouca discussão sobre o tema nos principais eventos
e periódicos, ocorrendo um enfraquecimento do estereótipo profissional.
A pesquisa de Medeiro e Lopes (2014) buscou verificar o comportamento dos
universitários do curso de ciências contábeis da Universidade de Santa Maria sobre suas
finanças pessoais, entrevistando cento e setenta e oito universitários. Os autores concluíram
que os universitários pesquisados têm consciência de seus ganhos, sabem lidar com suas
finanças pessoais, e salienta que os mesmos procuram pagar suas compras a vista e com
dinheiro.
Corroborando com a pesquisa anteriormente, Gadelha, Lucena e Correia (2014)
concluíram que os universitários dos cursos de ciências contábeis e economia, possuem uma
boa educação financeira, utilizam práticas eficientes para controlar suas finanças, e que
apenas 27% dos pesquisados possuem empréstimos ou contas parceladas.
Nessa perspectiva, o estudo de Verdinelli e Lizote (2015) pesquisou duzentos e vinte
oito universitários do curso de ciências contábeis, de uma universidade do Estado de Santa
Catarina, analisou o conhecimento sobre finanças pessoais e as características dos estudantes.
Os autores concluíram que há uma relação positiva e significante entre a educação financeira,
gestão de ativos e as notas dos universitários, contudo existe uma relação negativa com o
endividamento.
Cabe observar, nesse contexto, como os universitários dos cursos de administração
percebem o fator endividamento e como este afeta a sua vida pessoal. Assim, o estudo de
Avdzejus, Santos e Santanta (2012) analisou quais fatores propiciaram o endividamento dos
universitários de administração. As autoras ressaltam que a falta de planejamento dos
universitários tem prejudicado sua saúde financeira, bem como o consumismo desenfreado.
Este fator tem sido reforçado pelos métodos utilizados pelas instituições bancárias, na
33
retenção de novos clientes, no qual os universitários tem somente olhado as vantagens
oferecidas por essas instituições e não avaliam a má concessão de crédito, o que os leva ao
endividamento desnecessário.
O estudo de Resende, Almeida e Peres (2014), no qual pesquisaram universitários do
curso de administração, analisou a relação entre o conhecimento da educação financeira e a
gestão financeira pessoal. As autoras concluíram que os universitários que entram na
instituição de ensino superior com conhecimento prévio sobre gestão financeira, apresentaram
índices menores de endividamento. Entretanto, 42% da amostra pesquisada ainda não possuía
nenhum contato com educação e gestão financeira pessoal, antes de ingressar na faculdade.
Outro resultado encontrado foi que metade da amostra usou ferramentas apresentadas em sala
de aula para a gestão financeira pessoal. Portanto, as autoras concluem de forma geral que os
universitários conhecem práticas de gestão de financeira, contudo não as utilizam por
sentirem-se inseguros de colocá-los em prática, na vida pessoal.
Outro estudo nessa temática é o de Silva, Souza e Fajan (2015), no qual foram
pesquisados universitários da área de administração, que investigou quais motivos
influenciam as pessoas a consumirem de forma desenfreada, analisando os estímulos internos
e externos. Os autores basearam-se em uma pesquisa quantitativa, por meio de aplicação de
questionários, e concluíram que as causas de endividamento estão relacionadas ao fácil e
rápido acesso ao crédito, em que o cartão de crédito tem sido o maior responsável pelas
dívidas, bem como a massiva publicidade realizada pelas instituições financeiras e comércio.
Ainda, os autores concluíram que o endividamento é considerado muito alto entre os
universitários, embora muitos não percebam, pois ainda confundem endividamento com
inadimplência.
Ao analisar de forma comparativa como ocorre a gestão financeira entre
universitários do curso de administração e engenharia, o estudo de Soares (2016) pesquisou
cento e noventa e seis universitários, através de uma pesquisa quantitativa, utilizando um
questionário. A autora concluiu que, embora os universitários do curso de administração
possuam maior conhecimento sobre ferramentas de gestão de finanças, os universitários de
ambos os cursos se sentem insatisfeitos com suas finanças pessoais, os quais recorrem ao
auxílio de familiares. Entretanto, mais da metade dos universitários de administração
conseguem separar uma quantia em dinheiro para investimento, enquanto os engenheiros não
conseguem fazer o mesmo e não procuram soluções para mudar esse cenário.
34
A pesquisa realizada por Stürmer (2016), que buscou verificar a influência do curso
no comportamento financeiro, realizado com os universitários dos cursos de ciências
econômicas, ciências contábeis e administração, mostrou que os administradores são os que
menos percebem a influência do curso em seus comportamentos financeiros, no qual em suas
opiniões apresentam pouca alfabetização financeira. O autor conclui que os universitários são
preparados para gerirem grandes empresas ou até mesmo capitais de terceiros, mas não são
preparados para gerir suas finanças pessoais.
Diante do exposto, verifica-se a necessidade de entender o endividamento dos
acadêmicos de Administração. Assim, torna-se importante destacar o estudo de Moura (2005),
no qual está baseada a presente pesquisa, que verificou o impacto do materialismo, o qual
trata da cultura do consumo, na atitude ao endividamento e no nível de dívida para o
financiamento do consumo, nas famílias de baixa renda do município de São Paulo. Para
tanto, foi construído um modelo de pesquisa, de cunho quantitativo, realizado através de
entrevista com trezentos e oitenta e nove famílias. Deste modo, a autora concluiu que o
materialismo tem efeito direto sobre a atitude ao endividamento, mas indireto sobre a dívida,
e que quanto menor a vulnerabilidade das famílias mais propícias estão para o endividamento.
Compete ressaltar também as pesquisas realizadas por Moreira e Tamayo (1999) e
Moreira (2002), sobre o significado do dinheiro para os brasileiros. Inicialmente Moreira e
Tamayo (1999) desenvolveram e validaram a Escala de Significado do Dinheiro (ESD). Já
Moreira (2002) comparou o significado do dinheiro utilizando a ESD nas regiões brasileiras.
Para tanto, foram pesquisados 760 indivíduos, no qual a autora concluiu que há uma maior
Estabilidade na região Norte, maior Conflito e Desapego no Nordeste, menor Estabilidade e
Poder no Distrito Federal, menor Conflito e Poder no Sul e no Sudoeste maior Poder,
Desigualdade, Cultura, Prazer e Sofrimento e menor Desapego, revelando maior diversidade
nessa essa região. Estes conceitos foram apresentados no referencial teórico.
Nessa perspectiva, Santos et al. (2008) avaliou o significado do dinheiro para
estudantes de administração, especificamente com relação ao gênero e idade. Para isso foram
entrevistados 211 graduandos em administração. Os autores concluíram que o fator realização
responde 27,43% da explicação das variáveis, onde não há diferenças significativas na análise
entre os gêneros. E que o significado do dinheiro para está população varia desde realização
até o medo e sofrimento.
35
Os autores Barros e Jeunon (2012) analisaram qual o significado do dinheiro
atribuído por alunos de Instituições Particulares de Ensino Superior. Para tanto, foi utilizada
uma amostra de quatrocentos e oitenta e seis graduandos e os dados foram analisados por
meio da Análise Fatorial, com base no gênero e na possibilidade de haver bolsa de estudo ou
não. As autoras concluíram que o fator gênero não influencia na percepção do significado do
dinheiro, os entrevistados relacionaram dinheiro à felicidade pessoal, poder e influência
social. Contudo, ao analisarem o fator possuir bolsa de estudo, houve uma diferença na visão
dos que possuem e dos que não possuem, os primeiros avaliam que ter dinheiro é fator de
influência social, enquanto os demais veem como algo mal, dessa forma o autor pontua que
quando os jovens começam a participar ativamente na vida econômica, geralmente o dinheiro
é visto como algo positivo.
O estudo de Rosa e Milani (2014) verificou se há diferenças entre a percepção de
significado do dinheiro entre os estudantes do curso de administração e os estudantes do curso
de teologia em uma instituição de ensino superior privada em Santa Maria/RS. Para tanto
foram coletados noventa e sete questionários. O estudo concluiu que as respostas dos dois
cursos não foram muito diferentes entre si, onde não foi possível afirmar que existe uma
completa diferença entre os alunos de Teologia e Administração. As variáveis que mais
influenciam o significado do dinheiro são os princípios religiosos e a renda familiar.
E ainda, Vieira et al. (2014) pesquisou a influência da percepção do significado do
dinheiro e a propensão do endividamento em estudantes universitários. Para tanto foram
aplicados questionários a trezentos e trinta dois estudantes na universidade de Mato Grosso.
Os autores concluíram que as variáveis demográficas não foram significativas na propensão
ao endividamento. O significado do dinheiro foi denominado cultura, preocupação, sendo
estas variáveis positivas, e desapego uma variável negativa. Onde mulheres e pessoas
evangélicas atribuem mais preocupação e desapego ao dinheiro. Os resultados também
indicaram que a maioria dos entrevistados gasta menos ou igual a sua renda, não possuem
cartão de crédito, a maioria não possui dívidas e os que possuem não às a atrasam, moram
com os pais ou tem casa própria quitada. Portanto, os entrevistados possuem baixa propensão
ao endividamento.
Em síntese, os universitários possuem dificuldade para gerirem suas finanças,
principalmente os futuros administradores, como já explícito, estes estudam para gerirem
empresas, mas muitas vezes não conseguem controlar suas finanças. Ressalta-se que há pouca
36
discussão no meio acadêmico sobre essa temática com os universitários. E por fim, cabe
destacar, conforme mostraram as pesquisas, que as propagandas midiáticas, o consumismo, o
fácil e rápido acesso ao crédito fortalecem o endividamento.
37
3 METODOLOGIA
3.1 CLASSIFICAÇAO DA PESQUISA
Este estudo possui uma abordagem quantitativa, que se caracteriza pelo emprego da
quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por
meio de técnicas estatísticas. Pelas suas características, o método quantitativo possibilita uma
margem de segurança quanto às inferências. É frequentemente aplicado nos estudos que
procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como nos que investigam a
relação de causalidade entre fenômenos (RICHARDSON, 1999).
Quanto à técnica de pesquisa, utilizou-se a empírico-analítica, que segundo Martins
(2002, p. 34): “São abordagens que apresentam em comum à utilização de técnicas de coleta,
tratamento e análise de dados marcadamente quantitativos. Privilegiam estudos práticos. Suas
propostas têm caráter técnico, restaurador e incrementalista”.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Esta pesquisa foi desenvolvida nas instituições de ensino superior localizadas na
mesorregião Sudoeste do Paraná. Segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento
Econômico e Social (IPARDES), essa mesorregião é composta por quarenta e dois
municípios, no qual possui vinte e duas instituições de ensino superior, dentre essas, dez são
públicas, as quais possibilitam a inserção de 21.772 universitários no meio acadêmico
(IPARDES, 2017).
A mesorregião possui dez municípios com graduação presencial em Administração,
localizadas em Ampére, Capanema, Chopinzinho, Clevelândia, Dois Vizinhos, Francisco
Beltrão, Mangueirinha, Palmas, Pato Branco e Realeza, nas quais estão em andamentos os
quatro anos do curso, somando quatorze instituições dentre esses municípios. Há ainda mais
duas instituições, localizadas em Barracão e Francisco Beltrão, que iniciaram suas atividades
a partir de 2015 e não possuem turma em fase de conclusão do curso, portanto essas duas não
compõem a população desta pesquisa.
Essas instituições são de caráter público e privado, dentre as instituições públicas se
encontram cinco, duas na esfera federal, duas estaduais e uma municipal, as demais são
38
instituições privadas. Essas instituições possibilitam, aproximadamente, a inclusão de 480
universitários no curso de administração por ano.
A população neste estudo são os universitários dos cursos de administração que estão
matriculados nos primeiros e quartos anos da graduação. Esse estudo utilizou uma
amostragem não probabilística e por conveniência. Esse tipo de amostra se caracteriza na
seleção dos elementos que serão pesquisados, nesse caso, são os que estão disponíveis no
momento da pesquisa, admitindo-se que estes representam todo o universo pesquisado
(PRODANOV; FREITAS, 2013). Portanto, foram pesquisados os universitários que estavam
presentes no momento da coleta dos dados, no local combinado com os coordenadores dos
cursos. Destaca-se que para a realização da coleta de dados, foi agendado horário com os
coordenadores dos cursos de Administração de cada instituição. Essa coleta de dados ocorreu
durante os meses de Julho, Agosto e Setembro de 2017.
As instituições que possibilitaram a realização desta pesquisa e a quantidade de
respondentes de cada instituição, estão descritas na Tabela 1.
Tabela 1 – Instituições e o número de universitários pesquisados
Municípios Instituição Universitários
ingressantes
Universitários
Concluintes Total
Ampére Faculdade de Ampére – FAMPER 25 18 43
Capanema Faculdade Iguaçu 21 29 50
Clevelândia Faculdade Municipal de Educação e Meio
Ambiente – FAMA 39 15 54
Dois Vizinhos União de Ensino do Sudoeste do Paraná –
UNISEP 17 27 44
Francisco
Beltrão
União de Ensino do Sudoeste do Paraná –
UNISEP 34 16 50
Francisco
Beltrão
Universidade Estadual do Oeste do Paraná -
UNIOESTE 18 13 31
Francisco
Beltrão Universidade Paranaense – UNIPAR 22 28 50
Palmas Instituto Federal do Paraná – IFPR 29 21 50
Pato Branco Faculdade Mater Dei 37 22 59
Pato Branco Faculdade de Pato Branco – FADEP 33 18 51
Pato Branco Universidade Tecnológica Federal do Paraná –
UTFPR 25 9 34
Realeza Faculdade de Realeza - CESREAL 46 18 64
Total 346 234 580
FONTE: Dados da pesquisa, 2017.
Contudo, 19 questionários foram invalidados devido ao preenchimento incompleto
e/ou incorreto. Portanto, foram validados um total de 561 questionários, sendo 341 de
universitários ingressantes e 220 de universitários concluintes.
39
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Como instrumento de coleta de dados foi utilizado o questionário. Segundo Gil
(1989), o questionário é uma técnica que visa investigar, o qual é composto por um número
elevado de questões escritas, que são apresentadas às pessoas. O seu objetivo é verificar as
opiniões, as crenças, interesses, sentimentos e situações vividas pelos entrevistados.
O questionário é composto em três blocos, para atender aos objetivos. O primeiro
objetivo específico, que é identificar o perfil dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos,
dos cursos de administração, foi verificado no primeiro bloco com dezessete questões, em
que: seis questões tratam sobre o perfil dos universitários, como por exemplo, idade, moradia,
renda bruta, quais os tipos de dívidas; as questões de sete à dez tratam sobre a renda dos
entrevistados; e as demais estão relacionadas aos gastos, consumos e dívidas. Essas questões
foram baseadas no estudo de Trindade (2009).
O segundo bloco do questionário visou atender ao segundo objetivo específico, que
foi definido como: verificar a influência do significado do dinheiro na atitude ao
endividamento dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, dos cursos de Administração.
Para atender a esse objetivo, foi utilizada a Escala do Significado do Dinheiro (ESD), de
Moreira e Tamayo (1999) constituída por oitenta e duas questões, para essa pesquisa foi
utilizada uma escala de dez pontos. A escala de dez pontos possibilita que os respondentes
tenham mais opções de respostas, o que resulta em dados menos distorcidos, não
proporcionando agrupamento de dados (DAWES, 2008).
Por fim, o último bloco de questões, também buscou atender ao segundo objetivo
específico, contudo, foi em relação ao endividamento, portanto foi utilizada a escala proposta
por Moura (2005). As questões que foram retiradas dessa escala foram especificamente as que
tratavam sobre o endividamento, no qual a autora denominou de Atitude ao Endividamento
(MOURA, 2005). A escolha dessas questões se deu devido ao objetivo da pesquisa, pois as
questões mensuram qual é o impacto moral que o endividamento causa na sociedade, qual o
tempo e o grau de autocontrole dos indivíduos. A exclusão das demais questões da escala de
Moura (2005), ocorreu, pois, as mesmas buscavam averiguar o materialismo, a
vulnerabilidade dos indivíduos, e essas questões não complementam o objetivo dessa
pesquisa. Assim, não fornecem base para discussão sobre o significado do dinheiro na atitude
40
ao endividamento, segundo a percepção dos universitários. O questionário completo utilizado
nessa pesquisa encontra-se em Anexo (ANEXO A).
3.4 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS
Para facilitar o entendimento dos procedimentos estatísticos desse estudo, foi
elaborado o Quadro 5, o qual visa tornar mais explícito os objetivos do estudo e quais os
tratamentos estatísticos foram usados para atendê-los.
Quadro 5 – Resumo dos procedimentos estatísticos PROBLEMA DE PESQUISA
Quais os fatores que podem ser determinantes do endividamento dos acadêmicos de administração?
OBJETIVO GERAL
Verificar os fatores determinantes na atitude ao endividamento dos acadêmicos, dos primeiros e quartos anos,
dos cursos de Administração no Sudoeste do Paraná, no ano de 2017.
Objetivo Específico 1
Identificar o perfil dos acadêmicos
dos primeiros e quartos anos, dos
cursos de Administração no
Sudoeste do Paraná, no ano de
2017.
Objetivo Específico 2
Verificar a influência do
significado do dinheiro na atitude
ao endividamento dos acadêmicos
dos primeiros e quartos anos, dos
cursos de Administração no
Sudoeste do Paraná, no ano de
2017.
Objetivo Específico 3
Identificar as diferenças na atitude
ao endividamento entre os
acadêmicos dos primeiros e dos
quartos anos, dos cursos de
Administração no Sudoeste do
Paraná, no ano de 2017.
Tratamento estatístico dos dados Tratamento estatístico dos dados Tratamento estatístico dos dados
Análise de Cluster Análise Fatorial Teste t para médias emparelhadas
Estatística Descritiva Regressão Linear Múltipla
FONTE: Elaborado pela Autora, 2017.
Para identificar o perfil dos acadêmicos foram analisadas as questões um a dezessete
do questionário (ANEXO A), inicialmente utilizou-se a análise de cluster e em seguida a
estatística descritiva. Segundo Fávero et al. (2009) e HAIR et al. (2009), a análise de cluster
trata-se de uma técnica estatística de interdependência que permite agrupar os objetos
pesquisados em grupos homogêneos, em função de sua similaridade, com base em um
conjunto de características escolhidas, enquanto que a estatística descritiva visa descrever,
analisar e interpretar os dados numéricos de uma população ou amostra (FONSECA;
MARTINS, 2015).
Para verificar a influência do significado do dinheiro no processo de endividamento
dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, inicialmente foi utilizada a técnica estatística
denominada de Análise Fatorial Exploratória para definir os fatores determinantes do
41
significado do dinheiro e endividamento. Portanto, essa técnica foi aplicada nas duas escalas,
na ESD e na Atitude ao endividamento.
A Análise fatorial Exploratória é uma técnica estatística que permite, por meio da
avaliação de um conjunto de variáveis, identificar dimensões de variabilidade comuns
existentes em um conjunto de fenômenos (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2014).
Conforme os autores, o objetivo é desvendar estruturas existentes, que são impossíveis de
serem analisadas diretamente, o que possibilita descrever um conjunto de variáveis originais
através da criação de números menores de fatores, ou seja, reduzir um grande número de
variáveis observadas em quantidades menores de fatores (FIGUEIREDO FILHO; SILVA
JÚNIOR, 2010). Essa técnica possibilita compreender as relações entre variáveis, em que as
dimensões resultam em significado, para o que representam coletivamente (HAIR et
al.,2009).
Para verificar se a análise fatorial exploratória é adequada a um conjunto de dados,
foi realizado primeiramente o teste de esfericidade de Bartlett e a medida de Kaiser-Meyer-
Olkin (KMO). A esfericidade de Bartlett possibilita verificar se a correlação existente entre as
variáveis é significativa, em que apenas alguns fatores representam a variabilidade dos dados.
Para que a esfericidade seja considerada estatisticamente significante o seu valor deve ser
inferior a 0,05. Para verificar a correlação entre os pares de variáveis, que explicam as demais
variáveis do estudo, utiliza-se o cálculo do KMO, em que seus valores devem adotar a
seguinte escala: entre 0,90 e 1 excelente; entre 0,80 e 0,89 bom; entre 0,70 e 0,79 mediano;
entre 0,60 e 0,69 medíocre; entre 0,50 e 0,59 ruim e entre 0 e 0,49 inadequado. Para que o
cálculo seja estatisticamente aceito, foram considerados valores maiores que 0,50
(FIGUEIREDO FILHO; SILVA JÚNIOR, 2010).
As variáveis devem possuir a proporção de sua variância igual ou superior a 0,50, ou
seja, a sua comunalidade, pois se estes valores forem inferiores, as variáveis são consideradas
com pouco poder de explicação para a construção dos fatores, necessitando assim serem
excluídas da análise (CORRAR, PAULO; DIAS FILHO, 2014). Para a estimação da carga
fatorial, foi utilizado o método dos componentes principais, pois esse método é recomendado
quando o pesquisador pretende determinar o menor número de fatores que expliquem a
variância máxima nos dados, verificando assim a adequabilidade dos dados (FIGUEIREDO
FILHO; SILVA JÚNIOR, 2010). Na sequência, foi realizada a escolha do número de fatores,
que conforme Corrar, Paulo e Dias Filho (2014), esse procedimento é um ponto fundamental,
42
pois os fatores possuem o objetivo de sumarização do conjunto de variáveis. Nesse estudo foi
utilizado o critério de autovalor, esse tipo de critério relaciona quanto cada valor consegue
explicar da variância, ou seja, quanto da variância total pode ser associado a cada fator, assim
serão aceitos autovalores acima de 1,0 (HAIR et al., 2009; CORRAR; PAULO; DIAS
FILHO, 2014).
Com o intuito de facilitar o poder explicativo dos fatores foi realizada a rotação dos
fatores, o que permite rotacionar os eixos no espaço geográfico, possibilitando tornar mais
fácil a identificação de quais são as cargas e em quais componentes elas estão presentes,
tornando a interpretação dos fatores mais fácil. A rotação dos fatores não altera o total da
variância, o que ocorre é um rearranjo dos autovalores. Nesse estudo foi realizada a rotação
varimax, que tem como objetivo minimizar a ocorrência de uma variável possuir altas cargas
fatoriais para diferentes fatores, permitindo que uma variável seja identificada com um único
fator, e dessa forma, quando uma variável está presente em mais de um fator, esta deve ser
excluída e a análise fatorial deve ser realizada novamente (HAIR et al., 2009; CORRAR;
PAULO; DIAS FILHO, 2014).
Após a identificação dos fatores que influenciam no significado do dinheiro e na
atitude ao endividamento dos universitários, foi possível realizar a análise de regressão linear
múltipla, pois, a análise fatorial exploratória permitiu criar as variáveis independentes, que só
foram identificadas após a realização desta técnica. A regressão linear múltipla é usada para
analisar a relação entre uma única variável dependente, no caso desse estudo trata-se dos
fatores encontrados através da análise fatorial na escala de Atitude ao Endividamento, e várias
variáveis independentes, que foram obtidas através da análise fatorial na ESD. Para tal, foi
utilizado o método dos mínimos quadrados ordinários (MQO), com a finalidade de verificar a
influência de cada fator na atitude ao endividamento (DOWNING; CLARK, 2002; CORRAR;
PAULO; DIAS FILHO, 2014).
Foi verificado o coeficiente de determinação (R²), valor que indica o percentual de
variação total (Y) e explica as variáveis independentes. Esse coeficiente identifica a
capacidade explicativa do modelo, podendo variar de zero a um, quando R² possui valor um,
ocorre um ajustamento perfeito no modelo, ou seja, a regressão ajustada explicará 100% da
variável dependente (FÁVERO et al., 2009).
A aplicação do procedimento estatístico depende do cumprimento de um conjunto de
pressupostos. Na regressão é necessário verificar a normalidade e homocedasticidade dos
43
resíduos, linearidade dos coeficientes, ausência de autocorrelação serial nos resíduos e
multicolinearidade entre as variáveis independentes (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO,
2014).
O pressuposto de normalidade foi verificado através do teste de Kolmogorov-
Smirnov (K-S), que indica como as observações se dispõem de variáveis normais em toda a
extensão da amostra (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2014). Para aferir o pressuposto de
homocedasticidade foi empregado o teste de Pesaran-Pesaran, que visa verificar a manutenção
constante na variância do resíduo. Para analisar a ausência de autocorrelação serial, foi
utilizado o teste de Durbim-Watson, o qual pressupõe que a correlação entre os resíduos, ao
longo das variáveis independentes, seja zero. E por fim, o pressuposto de multicolineariade,
ocorre quando duas vaiáveis independentes explicam o mesmo fato, pois, contêm informações
similares, para verificar esse pressuposto foi realizado o teste de inflação da variância (FIV)
(CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2014).
Após a identificação dos fatores que influenciam na atitude ao endividamento, foram
identificadas as diferenças na atitude ao endividamento entre os acadêmicos dos primeiros e
dos quartos anos. Para tanto, foi realizado o teste t para médias emparelhadas, que segundo
Fávero et al. (2009) serve para testar se as médias de duas amostras aleatórias são, ou não,
significativamente diferentes. Nesse caso, o teste foi realizado considerando que os alunos ao
cursarem a graduação adquirem diferentes atitudes ao endividamento.
Portanto, a hipótese nula (H0) pondera que não existem diferenças entre a atitude ao
endividamento dos universitários dos primeiros e quartos anos dos cursos de administração, e
a hipótese alternativa (H1) considera que existem diferenças entre a atitude ao endividamento
dos universitários dos primeiros e quartos do curso de administração.
44
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Esta seção está dividida em três partes, sendo que a primeira contém o perfil da
amostra, através de questões sobre a renda dos respondentes, gastos, consumos e dívidas. Na
segunda parte são considerados os resultados dos fatores do significado do dinheiro e na
atitude ao endividamento dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, dos cursos de
Administração. Por fim, na última parte identificou-se as diferenças na atitude ao
endividamento entre os acadêmicos, dos primeiros e quartos anos.
4.1 PERFIL DOS ACADÊMICOS
4.1.1 Perfil dos Acadêmicos dos Primeiros Anos
A análise de cluster buscou verificar o perfil dos acadêmicos dos primeiros anos, dos
cursos de Administração no Sudoeste do Paraná no ano de 2017. Para tanto foram analisadas
as questões de um a dezessete em relação aos dados pessoais, renda, razões para as dívidas,
tipos de dívidas e como gastam sua renda.
Primeiramente foi realizado o cálculo da análise de conglomerados hierárquicos, o
qual possibilitou determinar uma hierarquia que representa a formação dos agrupamentos
(FAVÉRO et al., 2009). Para tal, foi utilizado o método aglomerativo, em que cada objeto ou
observação começa em grupos separados, e a cada rodada, os agrupamentos mais parecidos
são combinados, formando, assim, um novo agrupamento. Esse processo é repetido até que
todos os objetos estejam combinados em um único agrupamento (HAIR et al., 2009).
Para medir a distância entre os clusters foi utilizado o método da distância média o
qual trata da distância de dois grupos, como sendo, a distância média entre todos os seus pares
de indivíduos. Buscou-se agrupar os elementos em que a distância média era a menor
(FAVÉRO et al., 2009).
Através do cluster hierárquico foi identificada pela maior distância no coeficiente de
aglomeração a formação de 2 clusters, conforme apêndice A. Após isso, foi realizado o
método não hierárquico, o qual buscou identificar a melhor solução, a qual minimiza a
variância interna dos agrupamentos e maximiza a variância entre os grupos, e assim verificar
quais variáveis mais contribuíram para a solução dos clusters (HAIR et al., 2009). O método
45
não hierárquico possibilitou verificar quais elementos foram mais significativos, descrito na
tabela 2. O Cluster 1 foi formado por cento e vinte oito acadêmicos, e o cluster 2 foi formando
por duzentos e treze acadêmicos.
Tabela 2 – ANOVA para conglomerados, para os acadêmicos dos primeiros anos
Cluster Erro
F Sig. Média ao
Quadrado Df Média ao Quadrado Df
Idade 66,510 1 0,807 339 82,442 0,000
Sexo 7,410 1 0,981 339 7,552 0,006
Estado civil 42,945 1 0,876 339 49,008 0,000
Filhos 43,199 1 0,876 339 49,341 0,000
Dependentes 42,125 1 0,879 339 47,941 0,000
Moradia 5,606 1 0,986 339 5,684 0,018
Ocupação 10,742 1 0,971 339 11,060 0,001
Renda bruta familiar 1,734 1 0,998 339 1,738 0,188
Renda bruta do acadêmico 2,453 1 0,996 339 2,463 0,117
Recebe ajuda financeira 9,376 1 0,975 339 9,613 0,002
Possui dívidas 252,668 1 0,258 339 980,796 0,000
Cheque Especial 4,889 1 0,989 339 4,946 0,027
Cartão de crédito 65,549 1 0,810 339 80,965 0,000
Empréstimo rural 1,092 1 1,000 339 1,092 0,297
Empréstimo pessoal 40,921 1 0,882 339 46,383 0,000
Financiamento de bens móveis 48,650 1 0,859 339 56,607 0,000
Financiamento de bens imóveis 33,385 1 0,904 339 36,911 0,000
Outras dívidas 33,547 1 0,904 339 37,110 0,000
Dívidas em atraso 96,682 1 0,718 339 134,701 0,000
Falta de planejamento 18,453 1 0,949 339 19,454 0,000
Desemprego ou queda na renda 27,996 1 0,920 339 30,418 0,000
Alto consumo 20,772 1 0,942 339 22,059 0,000
Alto juro 6,716 1 0,983 339 6,831 0,009
Empréstimo no nome 6,716 1 0,983 339 6,831 0,009
Problemas de saúde 5,022 1 0,988 339 5,082 0,025
Má orçamento 8,697 1 0,977 339 8,899 0,003
Acesso ao crédito 40,921 1 0,882 339 46,383 0,000
Baixo juro 19,000 1 0,947 339 20,065 0,000
Ausência de desconto 1,205 1 0,999 339 1,206 0,273
Outra razão para dívida 60,973 1 0,823 339 74,079 0,000
Com relação aos gastos 0,907 1 1,000 339 0,906 0,342
Com relação ao poupar 15,671 1 0,957 339 16,380 0,000
Gastos com a casa 24,256 1 0,931 339 26,042 0,000
Gastos com os filhos 9,048 1 0,976 339 9,268 0,003
Gastos com o marido/namorado (a) 3,817 1 0,992 339 3,849 0,051
Gastos com os outros 0,944 1 1,000 339 0,944 0,332
Gastos consigo 36,666 1 0,895 339 40,977 0,000
FONTE: dados da pesquisa, 2017.
Por meio da tabela 2 foi possível verificar quais elementos mais contribuíram para a
formação dos clusters, onde esses elementos são os que possuem maior valor da estatística F.
Portanto, os elementos foram os seguintes: possui dívidas (F = 980,796) e dívidas atrasadas (F
46
= 134,701). Os elementos cuja contribuição não foi significante para a formação dos clusters
foram: renda bruta familiar, renda bruta do acadêmico, empréstimo rural, ausência de
desconto, gastos em relação ao que ganham, gastos relacionados com o marido/namorado (a)
e com os outros.
Os acadêmicos dos primeiros anos que formaram o cluster 1 são caracterizados pelos
elementos: possui dívidas ou financiamentos, o qual representa 90,63% dos acadêmicos,
desses 81,25% possuem alguma dívida em atraso. Os principais elementos relacionados ao
tipo de dívida, para o cluster 1 foram: cartão de crédito (35,16%); financiamento de bens
móveis (21,09%); empréstimo pessoal (17,97%); financiamento de bens imóveis (14,84%) e
outros tipos de dívidas (16,41%), desses, 57,14% declararam que as outras dívidas estavam
relacionadas ao Financiamento Estudantil (FIES). O cartão de crédito, financiamento de bens
móveis e imóveis, foram encontrados com grande relevância no estudo de Medeiros e Lopes
(2014), o estudo de Avdzejus, Santos e Santanta (2012) concluiu que o cartão de crédito e
financiamentos são relevantes para os acadêmicos, resultados também foram coerentes com
os estudos de Veludo-de-Oliveira, Ikeda e Santos (2004) e Falciano (2012), que identificaram
relação entre cartão de crédito e compra compulsiva, propiciando alto consumo entre jovens.
Os elementos que mais foram representativos para a formação desse cluster em
relação à principal razão que o levou à dívida foram, respectivamente: outras razões
(27,34%), sendo que essas estavam relacionadas à aquisição de bens (14,29%), investimentos
(8,57%) e falta de dinheiro (8,57%); acesso ao crédito (17,97%); desemprego ou queda na
renda (14,04%); alta propensão ao consumo (10,94%); baixa taxa de juro (10,16%); falta de
planejamento (20,31%); má gestão orçamentaria (5,47%); alta taxa de juro (3,13%);
empréstimo no nome (3,13%). Alguns desses resultados corroboraram com os encontrados
por Medeiros e Lopes (2014), como fácil acesso ao crédito, investimento, falta de
planejamento e má gestão orçamentária.
A formação desse cluster ocorreu com os acadêmicos mais velhos, em que a média
de idade foi de 23 anos, 71,09% são solteiros, 24,22% dos acadêmicos são casados e 4,69%
são divorciados ou separados. Esses dados corroboraram com as pesquisas de Santos (2012) e
Vieira et al. (2014), em que a idade média foi de 23 anos e a maioria dos acadêmicos são
solteiros (LUNARDI, 2012; SANTOS, 2012; VIEIRA et al., 2014). Mais da metade dos
acadêmicos que compuseram esse cluster são do sexo masculino (59,38%), corroborando com
Matsumoto et al., (2013), bem como grande parte dos acadêmicos não recebem qualquer tipo
47
de ajuda financeira (72,66%), resultado encontrado por Avdzejus, Santos e Santanta (2012) e
Santos (2012), e 42,97% afirmaram que conseguem poupar apenas algumas vezes e 19,53%
raramente conseguem poupar. Dentre os respondentes do cluster 1, as ocupações mais
representantes foram: auxiliar administrativo (16,41%), vendedores (10,94% ) e auxiliares de
produção (5,47%). Esses resultados também foram significativos na pesquisa de Vieira et al.
(2014), em que as profissões dos acadêmicos com maior frequência para acadêmicos foram
auxiliar administrativo e vendedores.
Outros elementos significativos foram com relação aos filhos e dependentes, 24,22%
possuem filhos, dentre esses respondentes a média é de um filho por acadêmico, e 28,13%
possuem dependentes, com média de um para cada respondente. A maioria dos respondentes
moram em casa própria (66,41%); 25,78% dos respondentes moram em casas alugadas e
6,25% em casas financiadas. Cabe ressaltar que os elementos gastos com a casa e gastos com
os filhos também foram significantes para a formação do cluster, em média os acadêmicos
responderam que gastam 33,50% da sua renda com a casa e 25,69% com os filhos.
Novamente esses dados corroboraram com a pesquisa de Viera et al. (2014), em que a maioria
dos acadêmicos possuem em média um filho e moram com os pais.
A formação do cluster 2 ocorreu por acadêmicos que não possuíam dívidas ou
financiamento (95,30%). Esse resultado vai ao encontro com a pesquisa de Santos (2012),
Medeiros e Lopes (2014) e Souza et al. (2016), portanto, a maioria dos acadêmicos não
possuem dívidas em atraso, dentre os que possuem dívidas, 26,29% estão atrasadas. Os
elementos mais importantes para a formação do cluster, foram: cartão de crédito (97,18%);
financiamento de bens móveis (100%); empréstimo pessoal (100%); financiamento de bens
imóveis (100%) e outros tipos de dívidas (99,53%), o qual está relacionada ao Financiamento
Estudantil (FIES). Assim, os acadêmicos que compuseram esse cluster não possuem
financiamento de bens móveis e imóveis, não realizaram empréstimo pessoal, utilizam pouco
o cartão de crédito e apenas um acadêmico possui FIES, esses resultados também foram
encontrados por Souza et al. (2016).
Os elementos que foram mais representativos para a formação desse cluster, em
relação à principal razão que não levou à dívida foram: outras razões (99,53%), essa outra
razão está relacionada a cheque emprestado a família; acesso ao crédito (100%); desemprego
ou queda na renda (99,53%); alta propensão ao consumo (99,53%); baixa taxa de juro
48
(99,53%); falta de planejamento (98,12%); má gestão orçamentária (99,53%); alta taxa de
juro (100%); empréstimo no nome (100%).
A formação desse cluster ocorreu com os acadêmicos mais novos, em que a média da
idade foi de 19 anos, 98,13% são solteiros, 1,40% dos acadêmicos são casados e 0,47% são
viúvos. Mais da metade dos acadêmicos que compuseram esse cluster são do sexo feminino
(55,87%), grande parte dos acadêmicos recebem ajuda financeira dos pais (56,81%) e 30,05%
afirmaram que conseguem poupar frequentemente e 17,84% conseguem poupar sempre. No
cluster 2, a porcentagem de respondentes que não trabalham correspondem a 30,05%,as
ocupações mais representantes foram: auxiliar administrativo (9,39%), vendedores (8,45% ) e
estagiário (4,69%). Esse elemento corroborou com a pesquisa de Medeiros e Lopes (2014) e
com a pesquisa de Vieira et al. (2014), na quais as profissões dos acadêmicos com maior
relevância foram auxiliar administrativo e vendedores.
Corroborando com as pesquisas de Santos (2012) e Vieira et al.(2014), a maioria dos
acadêmicos são solteiros, o estudo de Lunardi (2012) e Santos (2012) verificou que mais da
metade dos acadêmicos eram do sexo feminino, e o estudo de Lunardi (2012) concluiu que a
maior parte dos respondente conseguem poupar frequentemente, o qual corrobora com essa
pesquisa.
Outros elementos significativos foram com relação aos filhos e dependentes, 98,12%
não possuem filhos e 96,24% não possuem dependentes. A maioria dos respondentes moram
em casas próprias (79,34%), dado que corrobora com a pesquisa de Vieira et al. (2014),
16,90% dos respondentes moram em casas alugadas, 1,88% em casas financiadas e 1,88% em
outro tipo de moradia, sendo essa cedida ou em pensão. Cabe ressaltar que os elementos
gastos com a casa e gastos com os filhos também foram significantes para a formação dos
clusters, em média os acadêmicos responderam que gastam 26,83% da sua renda com a casa e
27,29% com os filhos.
Em síntese, o perfil dos acadêmicos dos primeiros anos de Administração, foram
formados por dois clusters. O cluster 1 foi composto por acadêmicos mais velhos, que
possuem dívidas e estas estão em atraso, os quais utilizam cartão de crédito, possuem
financiamento de bens móveis e imóveis e empréstimo pessoal, as dívidas foram
proporcionadas devido à falta de planejamento, desemprego ou queda na renda e por outras
razões. Os acadêmicos que formaram o cluster 2 são mais jovens, não possuem dívidas, a
maioria não utiliza cartão de crédito, não possuem financiamentos de bens móveis ou imóveis
49
e também não possuem empréstimo pessoal, bem como a maioria dos acadêmicos não
trabalham e recebem ajuda financeira dos pais.
4.1.2 Perfil dos Acadêmicos dos Quartos anos
A análise de cluster verificou o perfil dos acadêmicos dos quartos anos, dos cursos de
Administração no Sudoeste do Paraná, no ano de 2017. Para tanto foram analisadas as
questões de um a dezessete, em relação aos dados pessoais, renda, razões para as dívidas,
tipos de dívidas e como gastam sua renda.
Primeiramente foi realizado o cálculo utilizando a análise de conglomerados
hierárquicos, o qual buscou uma hierarquia na representação dos agrupamentos. Portanto, foi
utilizado o método aglomerativo, em que os agrupamentos mais parecidos são combinados
para medir a distância entre os clusters foi utilizado o método da distância média.
Através do cluster hierárquico foi identificada, pela maior distância no coeficiente de
aglomeração, a formação de 2 clusters, conforme apêndice B. Após isso, foi realizado o
método não hierárquico, que verificou quais variáveis mais contribuíram para a solução dos
clusters. O método não hierárquico, possibilitou identificar quais elementos foram mais
significativos, os quais estão descritos na tabela 3. O Cluster 1 foi formado por cento e três
acadêmicos, enquanto o cluster 2 foi formando por cento e quatorze acadêmicos, em que
foram identificados três casos com missing, que são valores perdidos e estes não foram
considerados no cálculo.
Tabela 3 – ANOVA para conglomerados, para os acadêmicos dos quartos anos
Cluster Erro
F Sig. Média ao
Quadrado Df Média ao Quadrado Df
Idade 852,475 1 31,837 215 26,776 0,000
Sexo 0,525 1 0,244 215 2,153 0,144
Estado civil 5,811 1 0,171 215 34,074 0,000
Filhos 5,396 1 0,115 215 47,100 0,000
Dependentes 3,476 1 0,107 215 32,357 0,000
Moradia 10,727 1 0,571 215 18,798 0,000
Ocupação 201,573 1 635,540 215 0,317 0,574
Renda bruta familiar 62,374 1 12,877 215 4,844 0,029
Renda bruta do acadêmico 15,298 1 3,976 215 3,847 0,051
Recebe ajuda financeira 0,008 1 0,479 215 0,017 0,896
Possui dívidas 4,737 1 0,228 215 20,741 0,000
Cheque Especial 0,009 1 0,062 215 0,144 0,704
continua
50
Tabela 3 – ANOVA para conglomerados, para os acadêmicos dos quartos anos (continuação) Cartão de crédito 0,006 1 0,494 215 0,012 0,912
Empréstimo rural 0,558 1 0,305 215 1,828 0,178
Empréstimo pessoal 2,212 1 1,673 215 1,322 0,252
Financiamento de bens móveis 0,831 1 2,657 215 0,313 0,577
Financiamento de bens imóveis 91,296 1 4,025 215 22,685 0,000
Outras dívidas 7,179 1 5,354 215 1,341 0,248
Dívidas em atraso 16,297 1 1,056 215 15,433 0,000
Falta de planejamento 0,079 1 0,073 215 1,091 0,297
Desemprego ou queda na renda 0,252 1 0,107 215 2,351 0,127
Alto consumo 0,076 1 0,283 215 0,269 0,604
Alto juro 1,066 1 0,287 215 3,711 0,055
Empréstimo no nome 0,332 1 0,677 215 0,491 0,484
Problemas de saúde 0,000 1 0,000 215 . .
Má orçamento 1,350 1 2,374 215 0,569 0,452
Acesso ao crédito 8,391 1 8,290 215 1,012 0,316
Baixo juro 45,169 1 6,630 215 6,812 0,010
Ausência de desconto 1,492 1 1,819 215 0,820 0,366
Outra razão para dívida 6,189 1 15,719 215 0,394 0,531
Com relação aos gastos 2,542 1 1,489 215 1,707 0,193
Com relação ao poupar 0,209 1 0,518 215 0,402 0,527
Gastos com a casa 51619,272 1 249,523 215 206,872 0,000
Gastos com os filhos 4659,426 1 140,300 215 33,210 0,000
Gastos com o marido/namorado (a) 1843,630 1 146,634 215 12,573 0,000
Gastos com os outros 3,847 1 111,714 215 0,034 0,853
Gastos consigo 113188,357 1 275,335 215 411,094 0,000
FONTE: dados da pesquisa, 2017.
Através da tabela 3 verificou-se quais elementos mais contribuíram para formação
dos clusters, onde esses elementos são os que possuem maior valor da estatística F, portanto,
foram os elementos: gastos consigo (F= 411,094), gastos com a casa (F= 206,872) e filhos
(F=33,210). Os elementos que menos contribuíram para a formação dos clusters foram: cartão
de crédito, ajuda financeira e gastos com os outros.
Os acadêmicos dos quartos anos que formaram o cluster 1 são caracterizados pelos
elementos: gastos consigo, o qual representa 69,17% da renda dos acadêmicos, gastos com a
casa também foi representativo, em que os acadêmicos gastam 11,81% de sua renda. Esses
dados corroboraram com os encontrados por Medeiros e Lopes (2014), onde a decisão de
gastar foi primeiro consigo e depois com a casa. A formação desse cluster foi representada
por acadêmicos mais novos, com idade média de 22 anos, o qual corrobora com Vieira et al.
(2008), esses acadêmicos não possuem filhos, apenas um acadêmico possui um dependente, a
maioria são solteiros, uma representatividade de 94,17%, esses resultados também foram
encontrados por Oliveira (2010), dentre os que possuem gastos com cônjuge ou namorado (a),
os acadêmicos gastam em média 17,83% de sua renda. Alguns resultados corroboraram com
51
Lunardi (2012) e Vieira et al. (2014), nos quais a maioria dos acadêmicos são solteiros e não
possuem filhos.
Com relação às dívidas, 38,83% dos acadêmicos afirmaram possuir algum tipo de
dívida. Os estudos de Santos (2012) e Medeiros e Lopes (2014), também identificaram que há
menos acadêmicos com dívidas, e dentre estes 0,97% estão em atraso. A dívida mais
significante para os acadêmicos foi financiamento com imóveis, porém somente 1,94%
possuem esse tipo de dívida, pois 85,44% dos acadêmicos moram em casa própria, 10,68%
moram em casas alugadas e 1,94% moram em outros tipos de moradias. O estudo de Santos
(2012), também encontrou financiamento de bens imóveis com pouca proporção entre os
acadêmicos. A principal razão para a dívida está relacionada com a baixa taxa de juro, porém
representa apenas 3,88% dos acadêmicos.
Ao analisar a formação do cluster 2 observou-se que ocorre o inverso do cluster 1.
Os elementos gastos consigo diminuem, enquanto os gastos com a casa aumentam. Os
acadêmicos gastam em média 23,44% da sua renda consigo e 42,70% com a casa. A formação
desse cluster ocorreu com os acadêmicos mais velhos, possuem idade média de 26 anos,
31,58% dos acadêmicos possuem filhos, em média um filho por acadêmico, e 26,31%
possuem dependentes, em média um dependente por acadêmico. Com relação aos gastos com
os filhos os respondentes gastam em média 9,47% da sua renda. Os acadêmicos são 63,16%
solteiros, 35,09% casados e 1,75% separados, os que possuem cônjuge ou namorado (a)
gastam em média 18,08% da sua renda com eles.
Com relação às dívidas, 68,42% dos acadêmicos às possuem, desses 6,14% estão
com dívidas em atraso. A dívida mais significante para os acadêmicos foi financiamento com
imóveis, representando 24,56% dos acadêmicos, nos estudos de Avdzejus, Santos e Santanta
(2012) e Medeiros e Lopes (2014), financiamento de bens imóveis também apresentou
relevância significativa. Contudo, apenas 12,28% reafirmaram haver casa financiada, 57,02%
dos acadêmicos moram em casa própria, 26,31% moram em casa alugadas e 3,51% moram
em outros tipos de moradias. A principal razão para a dívida está relacionada com a baixa taxa
de juro, a qual representa 14,04% dos acadêmicos.
Em síntese, o perfil dos acadêmicos dos quartos anos de Administração, foi formado
por dois clusters. O cluster 1 foi formado por acadêmicos mais novos, a maioria são solteiros,
não possuem filhos, e gastam grande parte da sua renda consigo. Com relação às dívidas, a
maioria não as possuem, em consequência há poucos acadêmicos com dívidas em atraso, a
52
dívida significante foi apenas financiamento de bens imóveis, o que ocorre com poucos
acadêmicos. Ao analisar o cluster 2, os resultados se invertem, o cluster é formado por
acadêmicos mais velhos, os quais têm filhos e dependentes, gastam a maioria da sua renda
com a casa, mais da metade detém algum tipo de dívida, em que a principal é financiamento
de bens imóveis e a principal razão para a dívida está relacionada com a baixa taxa de juro.
4.2 SIGNIFICADO DO DINHEIRO NO PROCESSO DE ENDIVIDAMENTO
Para verificar a influência do significado do dinheiro na atitude ao endividamento
dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos foi realizada a análise fatorial, a qual define os
fatores determinantes do significado do dinheiro e atitude ao endividamento. Portanto, essa
técnica foi aplicada nas duas escalas, na ESD, que contempla as questões de um a oitenta e
dois, e na Escala de Atitude ao Endividamento, das questões oitenta e três a noventa e um.
Após a identificação dos fatores que compõem o significado do dinheiro no processo de
endividamento foi realizada a análise de regressão linear múltipla, com o objetivo de verificar
quais fatores do significado do dinheiro influenciam na atitude ao endividamento.
4.2.1 Significado do dinheiro na atitude ao endividamento dos acadêmicos dos primeiros
anos
Primeiramente, foi realizada a análise fatorial na ESD, para verificar quais fatores
influenciam no significado do dinheiro na percepção dos acadêmicos, conforme descrito na
seção da metodologia. As variáveis foram denominadas de VARXX, de acordo com o
respectivo número da questão, por exemplo, a primeira questão: “Dinheiro facilita a vida
sexual das pessoas”, foi denominada de VAR01 e assim foram denominadas todas as demais
variáveis, as variáveis e suas respectivas denominações estão descritas no Anexo B.
Para verificar a adequação dos dados, inicialmente foi verificada a comunalidade de
cada variável, a qual deveria ser igual ou superior a 0,50 (HAIR et al., 2009). Ainda para o
autor, é necessário verificar as variáveis que apresentam cargas fatoriais abaixo de 0,40, ou
seja, as que não atendem o nível mínimo de interpretação de estrutura, pois não são
significantes, e também devem ser analisadas as variáveis que possuem altas cargas fatoriais,
53
pois estas possuem estrutura complexa, com cargas acima de 0,40 em mais de um fator.
Portanto, foi necessária a exclusão das variáveis que não atendem a esses princípios.
Desse modo, foram excluídas da análise por possuírem baixa comunalidade as
variáveis: VAR02; VAR09; VAR24; VAR28; VAR29; VAR41; VAR46; VAR48; VAR58;
VAR71. As variáveis excluídas da análise, por baixa carga fatorial foram as seguintes:
VAR01; VAR03; VAR04; VAR07; VAR08; VAR12; VAR16; VAR18; VAR19; VAR25;
VAR27; VAR31; VAR33; VAR36; VAR40; VAR44; VAR61; VAR64; VAR66; VAR67;
VAR72; VAR77; VAR78; VAR81; VAR82. E também foram excluídas da análise as
variáveis com altas cargas fatoriais em mais de um fator, as quais foram: VAR05; VAR10;
VAR11; VAR13; VAR14; VAR15; VAR22; VAR23; VAR39; VAR50; VAR54; VAR65;
VAR70; VAR79.
Para a exclusão dessas variáveis, seja por comunalidades, baixas cargas fatoriais ou
elevadas cargas fatoriais em dois fatores, foi adotado o seguinte procedimento: primeiramente
foram analisadas as comunalidades, seguidas de baixas cargas fatoriais e elevadas cargas
fatoriais em ambos os fatores, ao identificar alguma dessas irregularidades as variáveis eram
excluídas e a análise fatorial era realizada novamente, ao todo foram realizadas oito vezes os
cálculos.
Para verificar a adequabilidade do conjunto de dados, foi realizado o teste de
esfericidade de Bartlett, em que para ser significante seu valor deve ser inferior a 0,05, e o
teste de KMO, o qual deve possuir valor superior a 0,50. A Tabela 4 apresenta os dados
encontrados para os testes.
Tabela 4 – Teste de Bartlett e KMO da ESD, para os acadêmicos dos primeiros anos
KMO 0,818
Esfericidade de Bartlett 3259,028
Df 528
Sig 0,000
FONTE: Análise dos dados (2017)
O teste de KMO obteve valor 0,818, segundo Figueiredo Filho (2010), valores entre
0,80 e 0,89 são considerados bons. O teste de Bartlett apresentou valor de 3259,028 e se
mostrou significativo, pois obteve nível de significância (sig.) igual a 0,000.
Para a determinação do número de fatores, foi optado pelo método de autovalor, no
qual foram aceitos autovalores acima de 1,0. As cargas fatoriais das variáveis que compõe
54
cada fator encontram-se em apêndice (APÊNDICE C). A Tabela 5 apresenta a variância
explicada pelos fatores.
Tabela 5 – Fatores extraídos da ESD, com os respectivos autovalores, dos acadêmicos dos primeiros anos
Fatores Autovalores Variância explicada
Percentual Acumulada
Fator 1 – Poder 6,436 19,503 19,503
Fator 2 – Conflito 2,450 7,423 26,926
Fator 3 – Felicidade 2,319 7,029 33,954
Fator 4 – Cultura 1,879 5,694 39,648
Fator 5 - Espiritualidade 1,597 4,838 44,487
Fator 6 – Neurose 1,296 3,928 48,415
Fator 7 – Desapego 1,188 3,600 52,015
Fator 8 – Sofrimento 1,105 3,349 55,364
Fator 9 – Interesse 1,071 3,247 58,611
Fator 10 - Estabilidade 1,035 3,136 61,747
FONTE: Análise dos dados (2017)
Segundo o critério de percentagem da variância, descrito por Hair et al. (2009), que
trata da variância acumulada dos fatores, determina-se que a variância acumulada para ser
satisfatória deve explicar 60% ou mais da variância acumulada total. Os dados encontrados
nessa análise corroboraram com o número de fatores encontrados e a percentagem da
variância acumulada, ou seja, o critério de autovalores determina que os fatores devem
possuir autovalores acima de um, nesse caso foi encontrado dez fatores com autovalores
acima de um e estes explicam 61,747% da variância acumulada. Portanto, cada fator está
descrito com suas respectivas variáveis, no Quadro 6.
Quadro 6 – Fatores extraídos da Análise Fatorial, da ESD, e suas respectivas variáveis, para os
acadêmicos dos primeiros anos
Fatores Variáveis
Fator 1 – Poder VAR20; VAR32; VAR34; VAR38; VAR49; VAR53; VAR59; VAR60;
VAR68; VAR69.
Fator 2 – Conflito VAR30; VAR43; VAR51; VAR63; VAR76.
Fator 3 – Felicidade VAR42; VAR77; VAR52; VAR62.
Fator 4 – Cultura VAR37; VAR56; VAR75.
Fator 5 - Espiritualidade VAR35; VAR73; VAR74; VAR80.
Fator 6 – Neurose VAR45; VAR57.
Fator 7 – Desapego VAR26; VAR55.
Fator 8 – Sofrimento VAR06.
Fator 9 – Interesse VAR17.
Fator 10 - Estabilidade VAR21.
FONTE: Análise dos dados (2017)
A partir da formação dos fatores, através das variáveis, foi possível atribuir
significado a eles, ou seja, nomeá-los. Essa etapa envolve interpretação dos padrões das
55
cargas fatoriais das variáveis, inclusive interpretação dos seus sinais (HAIR et al., 2009).
Ainda para o autor, as variáveis com maiores cargas fatoriais influenciam mais na escolha do
nome, que representa o fator. Dessa forma, os fatores da ESD para os acadêmicos dos
primeiros anos foram nomeados, conforme a descrição a seguir.
O primeiro fator é composto por dez variáveis, a VAR69 é a que possui maior carga
fatorial, com 0,715. Essa variável trata sobre a classe pobre ser excluída dos direitos sociais,
nessa perspectiva, as demais variáveis tratam sobre: quem é rico impõe sua personalidade; as
pessoas se submetem ao dinheiro; autoridade que o dinheiro proporciona; dentre outras.
Devido às variáveis que o compõem esse fator, ele foi denominado de Poder.
Este fator aborda o aspecto positivo e negativo do dinheiro, no qual o dinheiro gera
influência e supremacia sobre as pessoas. Este fator é comumente encontrado nos estudos, de
forma que corrobora com Trindade (2009), em que mulheres associam positivamente o poder
que o dinheiro proporciona na propensão ao endividamento. Este resultado também foi obtido
na pesquisa de Barros e Jeunon (2012), no qual o poder é característico para o significado do
dinheiro em homens e mulheres. O estudo de Lunardi (2012) encontrou o poder como fator
positivo e negativo para acadêmicos, o qual corrobora com este estudo, em que o dinheiro é
visto como poder para manipular as pessoas e normas, bem como excluir e sobressair por
cima de quem possui menos dinheiro.
O segundo fator foi denominado de Conflito, pois, as variáveis que o compõem estão
atreladas as desavenças, desconfianças, inveja e interesses. Essas variáveis possuem atributos
negativos em relação ao dinheiro, conforme Moreira e Tamayo (1999). As variáveis que
possuem maior carga fatorial, primeiramente é a VAR51 (0,738) em que o “Dinheiro provoca
traições”, seguido da VAR76 sobre desconfianças entre as pessoas (0,735).
O fator Conflito é encontrado em diversos estudos sobre significado do dinheiro. O
estudo de Moreira (2002) encontrou médias maiores na região norte e nordeste do Brasil, que
no sul. Acadêmicos afirmam que o dinheiro propicia o conflito (OLIVEIRA, 2010;
LUNARDI, 2012; BUFFON; MELLO, 2016), o qual influencia a escolha do curso
(OLIVEIRA, 2010) e na valorização profissional (OLIVEIRA, 2010; BUFFON; MELLO,
2016). O estudo de Trindade (2009) e Vieira et al. (2014), demostraram que mulheres
percebem o dinheiro como causador de conflito. Este fator também foi encontrado por Lauer-
Leite et al. (2014), porém em crianças, no qual o dinheiro também é visto como causador de
conflitos e distanciamento das pessoas.
56
O terceiro fator é composto por quatro variáveis, as quais tratam sobre felicidade. A
variável com maior carga fatorial foi a VAR42 (0,830), que diz respeito ao dinheiro atrair
felicidade. Seguido pela variável VAR62 (0,785), em que o dinheiro ajuda a ser feliz. Devido
a essas características esse fator foi denominado de Felicidade. Esse atributo surgiu com o
consumo moderno, como orientação ao materialismo (BELK, 1985).
As variáveis deste fator foram encontradas no fator Prazer por Moreira e Tamayo
(1999), entretanto, os autores encontram outras variáveis que estão relacionadas à vida sexual,
viajar, convivência familiar, a relações amorosas e esquecimento de problemas. Contudo,
essas variáveis foram excluídas da análise por incongruência em suas cargas fatoriais. As
variáveis encontradas nesse fator possuem uma abordagem positiva ao se tratar sobre dinheiro
(MOREIRA; TAMAYO, 1999). Os estudos de Oliveira (2010) e Buffon e Mello (2016),
também encontraram fator Felicidade em acadêmicos, entretanto, como propulsor na escolha
do curso de graduação. Já o estudo de Barros e Jeunon (2012), demostrou que os acadêmicos
consideram a felicidade como um dos principais atributos relacionados ao dinheiro. O estudo
de Santos (2012), encontrou o fator felicidade como característica dos acadêmicos, os quais o
relacionam ao consumo e materialismo.
O quarto fator, Cultura, foi assim nomeado por suas variáveis tratarem sobre
desenvolvimento de artes, pesquisas científicas e eventos culturais. A variável com maior
carga fatorial foi a VAR56, com carga fatorial de 0,825, sobre investimento em pesquisas
científicas.
A Cultura é um fator positivo sobre o dinheiro, como promotor do desenvolvimento
cultural, conforme definido por Moreira e Tamayo (1999). O estudo de Moreira (2002)
encontrou o fator cultura, como o terceiro mais importante, na região norte do país. As
pesquisas de Lunardi (2012) e Vieira et al. (2014) demostraram que o fator cultura também
influencia na percepção dos acadêmicos sobre o significado do dinheiro, a qual influencia
positivamente no endividamento. A pesquisa de Oliveira (2010), encontrou o fator cultura, o
qual foi denominado de Desenvolvimento sociocultural, com influência negativa para o
significado do dinheiro na escolha profissional dos acadêmicos, ou seja, quanto maior a
preocupação do acadêmico como desenvolvimento sociocultural, menor será a importância do
dinheiro na escolha profissional.
O quinto fator trata sobre temas relacionados a seguro de vida, convênios de saúde,
que conforme Moreira e Tamayo (1999) tratam sobre estabilidade que o dinheiro proporciona,
57
contudo as variáveis com alta carga fatorial deste fator estão relacionadas a crenças
espirituais, a fé, em que os autores denominaram de Desapego. A variável com maior carga
fatorial foi a VAR74 (0,666), onde as recompensas espirituais são mais importantes que o
dinheiro. Assim, esse fator foi denominado de Espiritualidade.
Esse fator foi encontrado na pesquisa de Oliveira (2010), em que o autor nomeou de
Desapego, contudo as variáveis que compõe este fator são as mesmas que compõe o fator
Espiritualidade, a qual não influencia na escolha do curso acadêmico e nem na valorização
profissional. O estudo de Lunardi (2012), também encontrou as mesmas variáveis que
compõem o fator Espiritualidade, o qual também foi denominado de desapego, em
acadêmicos.
O sexto fator, composto por duas variáveis, trata sobre conflito, de acordo com
Moreira e Tamayo (1999). Contudo, as variáveis versam sobre neuroses que o dinheiro
provoca e ao respeito do descontrole emocional , com maior carga fatorial 0,701 e 0,665,
respectivamente. Portanto, esse fator foi nomeado de Neurose.
O sétimo fator é composto por duas variáveis, a VAR26, que trata sobre desapego
das coisas materiais, com maior carga fatorial (0,768) e a VAR55, em que as pessoas
deveriam dar menos importância a bens materiais. Devido a essas características foi
denominado de Desapego, o qual esta associado à dimensão negativa do dinheiro
(MOREIRA; TAMAYO, 1999). Esse fator também foi encontrado nos estudos de Trindade
(2009), em mulheres; Rosa e Milani (2014) e Lunardi (2012), em acadêmicos. Esse fator,
segundo Moreira (2002), é o quarto fator mais significando para o dinheiro na região do
nordeste, o quinto para as regiões, norte, sul e distrito federal e o sétimo para a região do
sudeste do país.
O oitavo fator, é composto por uma variável apenas, a VAR06, a qual trata sobre
“Dinheiro é uma coisa complicada para mim” com carga fatorial de 0,800. Conforme Moreira
e Tamayo (1999) essa variável encontra-se no fator Sofrimento, de seu estudo, que faz parte
da dimensão negativa do dinheiro. Portanto, esse fator foi denominado de Sofrimento.
No estudo de Moreira (2002), o fator Sofrimento foi o que menos influenciou na
percepção do dinheiro em todas as regiões do país. Este fator também foi encontrado em
acadêmicos, nos estudos de Santos et al. (2008), Vieira et al. (2008), Oliveira (2010), Lunardi
(2012), Rosa e Milani (2014) e Viera et al. (2014).
58
O nono fator é composto por apenas uma variável, a qual diz respeito ao dinheiro
provocar jogos de interesse, e sua carga fatorial foi de 0,797. Essa variável compõe o fator
Desigualdade, definido por Moreira e Tamayo (1999), com uma dimensão negativa do
dinheiro, contudo, esse fator foi denominado de Interesse.
O décimo fator também possui uma única variável, VAR21 “Tenho medo de gastar
mais do que posso”, com carga fatorial de 0,851. Portanto, denominado de Estabilidade, esse
fator esta associado à dimensão positiva do dinheiro, de acordo com Moreira e Tamayo
(1999). O estudo de Moreira (2002), encontrou o fator Estabilidade como o mais importante
para todas as regiões do país. Os estudos de Oliveira (2010); Lunardi (2012); Vieira et al.
(2014) encontraram este fator em acadêmicos e Trindade (2009) em mulheres.
Para verificar os fatores mais significantes para a Escala de Atitude ao
Endividamento, o mesmo procedimento realizado com a ESD foi aplicado a essa escala. Na
análise das comunalidade das variáveis, foram identificadas as variáveis VAR84; VAR86;
VAR88; VAR90, com baixo poder explicativo, ou seja, valores menores que 0,50. Portanto,
essas variáveis foram excluídas, e a análise fatorial foi realizada novamente, e, ainda houve
uma variável que não atendeu ao princípio da comunalidade, VAR85, e foi excluída também.
Novamente foi realizada a análise fatorial, e nenhuma comunalidade foi encontrada, assim,
todas as variáveis possuíram valores superiores a 0,50. O teste de esfericidade de Bartlett,
com valor significante inferior a 0,05 e o KMO, com valor superior a 0,50 se apresentou
significativo, conforme a Tabela 6.
Tabela 6 – Teste da esfericidade de Bartlett e o KMO da Atitude ao Endividamento, para os acadêmicos
dos primeiros anos
KMO 0,507
Esfericidade de Bartlett 205,826
Df 6
Sig. 0,000
FONTE: Análise dos dados (2017)
A escolha do número de fatores também ocorreu através do método de autovalor. A
carga fatorial das variáveis que compõem cada fator encontra-se em apêndice (APÊNDICE
D). A Tabela 7 apresenta a variância explicada pelos fatores.
59
Tabela 7 – Fatores extraídos da Escala de Atitude ao Endividamento, com os respectivos autovalores dos
acadêmicos dos primeiros anos
Fatores Autovalores Variância explicada
Percentual Acumulada
Fator 1 – Preferência de pagamento 1,702 42,538% 42,538%
Fator 2 – Domínio 1,139 28,466% 71,004%
FONTE: Análise dos dados (2017)
Segundo o critério de percentagem da variância, descrito por Hair et al. (2009), a
variância acumulada dos fatores corroborou com o número de fatores encontrados, ou seja, a
variância total para ser satisfatória deve explicar 60% ou mais da variância acumulada total,
nesse caso obteve-se 71,004%, e os autovalores superiores a um. No Quadro 7 é possível
verificar quais variáveis compõe cada fator da Escala de Atitude ao Endividamento.
Quadro 7 – Fatores extraídos da Análise Fatorial, da Escala de Atitude ao Endividamento, e suas
respectivas variáveis, para os acadêmicos dos primeiros anos
Fatores Variáveis
Fator 1 – Preferência de pagamento VAR87; VAR89
Fator 2 – Domínio VAR83; VAR91
FONTE: Análise dos dados (2017)
Novamente a nomeação dos fatores ocorreu de acordo com Hair et al. (2009), o qual
buscou nomeá-los de acordo com a interpretação dos padrões das cargas fatoriais das
variáveis, inclusive interpretação dos seus sinais. Ainda para o autor, as variáveis com
maiores cargas fatoriais influenciam mais na escolha do nome, que representa o fator. Assim,
foram nomeados os fatores da Escala de Atitude ao Endividamento, dos acadêmicos dos
primeiros anos.
O primeiro fator é composto por duas variáveis, as quais tratam sobre o parcelamento
das compras. A variável com maior carga fatorial foi a VAR89, com 0,909. A alta carga
fatorial demonstrou uma maior correlação entre as variáveis, indicando uma clara associação
entre a variável e o fator (HAIR et al.,2009). Esse fator foi denominado de Preferência de
Pagamento, conforme Moura (2005), as variáveis que compõe este fator estão relacionadas à
preferência de tempo. Ainda para a autora, a preferência entre valor e tempo, consumir hoje e
consumir no futuro, são representações de opções que os indivíduos têm de escolher, as quais
influenciam nas suas decisões financeiras e decisões para contrair dívidas.
Esse resultado corroborou com os estudos de Trindade (2009) e Santos (2012). O
estudo de Trindade (2009) realizado com mulheres demostrou que as elas apresentaram
tendência ao consumo de compras parceladas. O estudo de Santos (2012) encontrou esse
60
resultado em acadêmicos de Administração, além desse fator, o autor encontrou Impacto
Moral e Grau de Autocontrole, que influenciam no endividamento dos acadêmicos.
O segundo fator, também composto por duas variáveis, possui maior carga fatorial
para a VAR83 (0,805), conforme Moura (2005), faz parte do constructo Impacto Moral na
sociedade, a qual diz respeito às crenças presentes na sociedade, e o julgamento da sociedade
sobre os que possuem dívidas. E a segunda variável, VAR91, compõe o constructo, definido
pela autora, como Grau de Autocontrole, que compreende a gestão financeira do indivíduo, a
habilidade de gerir seus próprios recursos, e de manter o seu orçamento sobre controle.
Assim, esse fator foi nomeado de Domínio. Esses dois fatores foram encontrados no estudo de
Santos (2012), em acadêmicos do curso de Administração, porém, não fazem parte de um
único fator, conforme essa pesquisa.
A partir do exposto, verificou-se que os acadêmicos dos primeiros anos possuem
dimensões positivas e negativas do dinheiro. Os fatores que se destacaram sobre o significado
do dinheiro foram: Poder, apesar de possuir tanto as dimensões positiva quanto negativa do
dinheiro, conforme Moreira e Tamayo (1999), nesse estudo se caracterizou de forma negativa;
seguido do fator Conflito, o qual possui uma abordagem negativa do dinheiro; e na sequência
o fator Felicidade, com uma perspectiva positiva do dinheiro. Portanto, foram encontrados
três fatores com dimensões positivas (Felicidade, Cultura e Estabilidade) e sete fatores com
dimensões negativas sobre dinheiro (Poder, Conflito, Espiritualidade, Neurose, Desapego,
Sofrimento e Interesse). Para Barros e Jeunon (2012), os universitários que estão começando a
vida econômica tendem a associar o dinheiro de forma positiva. Ainda para os autores, ver o
dinheiro de forma negativa diminui conforme ocorrem as progressões financeiras. Esse estudo
corrobora com a pesquisa de Wernimont e Fitzpatrick (1972), onde acadêmicos possuem uma
visão mais negativa do dinheiro do que as pessoas que já estão inseridas no mercado de
trabalho.
Com relação à atitude ao endividamento, percebeu-se que os acadêmicos preferem
fazer compras parceladas, e os mesmos não veem problemas em ter dívidas se podem pagá-
las, mas não acham certo gastar mais do que ganham. Essas variáveis formaram os fatores
Preferência de pagamento e Domínio. Moura (2005), demostrou em seu estudo, que quanto
maior for à atitude ao endividamento maior será o volume de consumo para dívidas. Onde
indivíduos com baixa vulnerabilidade financeira, com rendas mais elevadas e maior
61
escolaridade, possuem maiores facilidades de obterem dívidas, principalmente as de
financiamento para consumo.
Após a extração dos fatores, através da análise fatorial, os quais foram identificados
Poder, Conflito, Felicidade, Cultura, Espiritualidade, Neurose, Desapego, Sofrimento,
Interesse e Estabilidade, como significativos para o significado do dinheiro, foi possível a
realização da regressão linear múltipla. Esses fatores formaram as variáveis independentes na
regressão linear múltipla.
Os fatores que formaram a atitude ao endividamento dos acadêmicos foram
Preferência de Pagamento e Domínio, esses fatores constituíram as variáveis dependentes da
regressão linear múltipla. Através desses dois conjuntos de fatores foram desenvolvidos dois
modelos para a regressão linear múltipla, ou seja, cada fator na atitude ao endividamento
formou um modelo, os quais foram analisados juntamente com todos os fatores do significado
do dinheiro.
O primeiro modelo constitui-se de todos os fatores que compõe o significado do
dinheiro, e a variável dependente, o fator Preferência de Pagamento. A Tabela 8 demostra os
coeficientes dos fatores significativos, que influenciam na Preferência de Pagamento,
utilizando o modelo dos mínimos quadrados ordinários e o método de geração do resultado
denominado de stepwise, o qual apresenta apenas as variáveis significativas.
Tabela 8- Coeficientes significativos para Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos primeiros anos
Modelo Coeficientes não Padronizados Coeficientes Padronizados
t Sig. B Erro Padrão Beta
(Constant) -4,835E-17 0,053 0,000 1,000
Sofrimento 0,177 0,053 0,117 3,348 0,001
Cultura -0,131 0,053 0,131 -2,478 0,014
Felicidade 0,114 0,053 0,114 2,168 0,031
FONTE: Análise dos dados (2017)
Os fatores significativos que influenciam na Preferência de Pagamento foram
Sofrimento, Cultura e Felicidade, sendo que Cultura influência negativamente, ou seja, esse
fator tem impacto negativo sobre a preferência de pagamento. As variáveis significativas
explicam 5,3% da variável dependente, Preferência de Pagamento (R² ajustado 0,053). Na
Tabela 9 encontrasse a ANOVA, a qual confirma que o modelo é significativo, pois o nível de
significância de 0,000 é menor que 0,05.
62
Tabela 9 – ANOVA da Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos primeiros anos
Modelo Soma dos
Quadrados Df
Média dos
Quadrados F Sig.
Regressão 20,850 3 6,950 7,339 ,000
Residual 319,150 337 0,947
Total 340,000 340
FONTE: Análise dos dados (2017)
Após a identificação dos fatores significativos para este modelo, foi verificado o
atendimento aos pressupostos, onde estão apresentados os resultados na Tabela 10.
O pressuposto de normalidade não foi significante, portanto rejeitou-se a hipótese
nula de que as variáveis seguem uma distribuição normal. Entretanto, o Teorema do Limite
Central, explica que quando o tamanho da amostra aumenta (n>30) e se torna grande o
suficiente, ocorre uma distribuição de médias amostrais que se aproximam de uma
distribuição normal (FÁVERO et al., 2009). Os demais pressupostos foram atendidos.
Tabela 10 – Pressupostos da regressão da Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos primeiros anos
Pressupostos Teste Sig.
Normalidade One-Sample K-S 1,416 0,036
Homocedasticidade Pesaran-Pesaran 0,888 0,347
Autocorrelação Durbim-Watson 1,826
Multicolinearidade FIV 1,00 para todas as variáveis
FONTE: Análise dos dados (2017)
Os resultados da análise da regressão corroboram com a pesquisa de Vieira et al.
(2014), para os autores o fator Preocupação, o qual corresponde, em partes ao fator
Sofrimento dessa pesquisa, influencia na atitude ao endividamento em acadêmicos. Os autores
também encontraram o fator cultura como propulsor, porém na pesquisas deles, esse fator
influencia positivamente. A análise da regressão do fator Felicidade no estudo de Lauer-Leite
et al. (2014), demostrou que para crianças do sexo masculino o dinheiro é fonte de felicidade,
porém, os autores concluíram que quem valoriza o conhecimento, artes e igualdade não vê o
dinheiro como sinônimo de felicidade.
As pesquisas de Oliveira (2010) e Buffon e Mello (2016), também corroboraram com
os resultados encontrados, contudo os autores analisaram a possibilidade de ganhar mais com
o curso de graduação escolhido, com o fator Felicidade (OLIVEIRA, 2010; BUFFON;
MELLO, 2016) e Desenvolvimento Sociocultural (OLIVEIRA, 2010), o qual foi nomeado
nessa pesquisa de Cultura. O fator Desenvolvimento Sociocultural, também influencia
negativamente, ressalta-se que quanto maior a preocupação dos acadêmicos com o
desenvolvimento cultural, menor é a sua preocupação com o dinheiro. Com relação a
63
valorização da profissão, os autores encontraram o fator Felicidade (OLIVEIRA, 2010;
BUFFON; MELLO, 2016) e cultura, e esta influencia negativamente para Buffon e Mello
(2016).
Na sequência foi realizado o mesmo procedimento, utilizando o fator Domínio como
variável dependente. Portanto, a tabela 11 demostra os coeficientes dos fatores significativos,
que influenciam no Domínio, formando assim o segundo modelo para os acadêmicos dos
primeiros anos.
Os fatores significativos que influenciam positivamente o Domínio são Conflito e
Espiritualidade, onde ambas explicam 4,3% das variações da variável dependente, Domínio
(R² ajustado 0,043).
Tabela 11 - Coeficientes significativos para o fator Domínio, dos acadêmicos dos primeiros anos
Modelo Coeficientes não Padronizados Coeficientes Padronizados
T Sig. B Erro Padrão Beta
(Constant) 1,313E-16 0,53 ,000 1,000
Conflito 0,187 0,53 0,187 3,523 0,000
Espiritualidade 0,119 0,53 0,119 2,238 0,026
FONTE: Análise dos dados (2017)
Na tabela 12 encontra-se a ANOVA, a qual confirma que o modelo é significativo,
pois o nível de significância de 0,000 é menor que 0,05, para tal foi utilizado o cálculo de
White, devido ao não atendimento do pressuposto de homocedasticidade, o qual utiliza o
método dos mínimos quadrados ponderados.
Tabela 12 – ANOVA do fator Domínio, dos acadêmicos dos primeiros anos
Modelo Soma dos
Quadrados Df
Média dos
Quadrados F Sig.
Regressão 27468078,45 1,00 27468078,45 119,84 0,00
Residual 77701246,66 339,00 229207,22
Total 105169325,11 340,00
FONTE: Análise dos dados (2017)
Após a identificação dos fatores significativos para este modelo, foi verificado o
atendimento aos pressupostos, onde estão apresentados os resultados na Tabela 13.
64
Tabela 13 – Pressupostos da regressão do Domínio, dos acadêmicos dos primeiros anos
Pressupostos Teste Sig.
Normalidade One-Sample K-S 2,105 0,000
Homocedasticidade Pesaran-Pesaran 19,840 0,000
Autocorrelação Durbim-Watson 2,042
Multicolinearidade FIV 1,00 para todas as variáveis
FONTE: Análise dos dados (2017)
O pressuposto de normalidade novamente não foi significante. Portanto rejeitou-se a
hipótese nula e assim, as variáveis não seguem uma distribuição normal, portanto, foi adotado
o Teorema do Limite Central. O pressuposto da homocedasticidade também foi violado, ou
seja, rejeitou-se a hipótese nula (H₀ > 0,05), pois sua significância foi de 0,000, portanto, os
resíduos são heterocedasticos. Por recomendações de Hair et al. (2009), foi necessário utilizar
o método dos mínimos ponderados e realizar o teste White, para atender ao pressuposto da
homocedasticidade. Os demais pressupostos foram atendidos.
O fator conflito corroborou com os estudos de Oliveira (2010) e Buffon e Mello
(2016), os quais encontraram esse fator como significante na valorização das profissões que
ganham mais.
Assim, as regressões demostraram que os fatores Sofrimento, Felicidade, Conflito e
Espiritualidade influenciam positivamente na atitude ao endividamento dos acadêmicos dos
primeiros anos dos cursos de Administração, resultado que corroborou com Oliveira (2010),
Vieira et al. (2014), Lauer-Leite et al. (2014) e Buffon e Mello (2016). Quanto ao fator
Cultura, que influencia negativamente na atitude ao endividamento, ou seja, o investimento
em inovações tecnológicas, em pesquisas científicas e o desenvolvimento de artes não foram
considerados influenciadores para a atitude ao endividamento, esse resultado corroborou com
Oliveira (2010) e Buffon e Mello (2016), que afirmaram que quanto mais os acadêmicos dão
importância a cultura, menos importante será o dinheiro para eles, e menor será o
endividamento.
4.2.2 Significado do dinheiro na atitude ao endividamento dos acadêmicos dos quartos
anos
Para verificar quais foram os fatores que influenciaram no significado do dinheiro na
atitude ao endividamento dos acadêmicos dos quarto anos, inicialmente foi realizada a análise
fatorial na ESD.
65
Desse modo, primeiramente foi verificada a comunalidade de cada variável, a qual
deveria ser igual ou superior a 0,50, portanto, foram excluídas as variáveis VAR07; VAR21;
VAR26; VAR41; que não atenderam a esse critério, conforme recomendado por Corrar, Paulo
e Dias Filho (2014). Algumas variáveis obtiveram cargas fatoriais abaixo de 0,40, as quais
foram excluídas, bem como as variáveis que apresentaram altas cargas fatoriais para mais de
um fator, conforme recomenda Hair et al. (2009). As variáveis excluídas por baixa carga
fatorial foram as variáveis: VAR02; VAR09; VAR12; VAR16; VAR17; VAR18; VAR26;
VAR29; VAR50; VAR68; VAR73; VAR74; VAR77. As variáveis com altas cargas fatoriais
excluídas foram: VAR01; VAR03; VAR06; VAR08; VAR10; VAR11; VAR13; VAR15;
VAR19; VAR24; VAR27; VAR28; VAR30; VAR31; VAR32; VAR33; VAR34; VAR36;
VAR37; VAR38; VAR42; VAR43; VAR46; VAR47; VAR51; VAR53; VAR54; VAR56;
VAR57; VAR59; VAR60; VAR61; VAR62; VAR63; VAR64; VAR66; VAR67; VAR69;
VAR70; VAR71; VAR76; VAR78; VAR79. Ao todo, foram realizados seis vezes os cálculos
da análise fatorial, até os dados se ajustarem adequadamente.
Ao comparar a exclusão das variáveis do primeiro e quarto ano do curso de
Administração, o primeiro ano obteve quarenta e nove variáveis excluídas. Destas, 20,40%
das variáveis foram excluídas por comunalidade, enquanto para os acadêmicos dos quartos
anos as variáveis excluídas por comunalidades representam 6,67%. A comunalidade trata da
estimativa da variância da variável, compartilhada entre outras variáveis na análise (HAIR et
al., 2009), assim, baixa comunalidade entre um grupo de variáveis é um indício de que estas
não estão linearmente correlacionadas (FIGUEIREDO FILHO; SILVA JÚNIOR, 2010). O
quarto ano teve 73,17%, do total de variáveis analisadas excluídas, ou seja, foram excluídas
sessenta variáveis, enquanto o primeiro ano houve exclusão de 59,76%, do total de variáveis
analisadas. Das variáveis excluídas no quarto ano, 65,31% corroboram com as variáveis
excluídas no primeiro ano.
Para verificar a adequabilidade do conjunto de dados, foi realizado o teste de
esfericidade de Bartlett e o KMO, conforme mostra a Tabela 14.
Tabela 14 – Teste de esfericidade de Bartlett e o KMO da ESD, para os acadêmicos dos quartos anos
KMO 0,822
Esfericidade de Bartlett 1488,141
Df 253
Sig. 0,000
FONTE: Análise dos dados (2017)
66
A esfericidade de Bartlett mostrou-se significante, pois seu valor foi inferior a 0,05 e
o KMO, obteve seu valor entre 0,80 e 0,89, o qual é considerado bom. Para que o cálculo seja
estatisticamente aceito, foi considerado valor significante maior que 0,50.
Para a determinação da escolha do número de fatores, o estudo optou pelo método de
autovalor, no qual foram aceitos autovalores acima de 1,0. As cargas fatorias das variáveis
que compõem cada fator encontram-se em apêndice (APÊNDICE E). A tabela 15 apresenta a
variância explicada pelos fatores.
Tabela 15 – Fatores extraídos da ESD, com os respectivos autovalores, para acadêmicos dos quartos anos
Fatores Autovalores Variância explicada
Percentual Acumulada
Fator 1 – Conflito 5,853 25,446 25,446
Fator 2 – Poder 1,847 8,030 33,476
Fator 3 – Felicidade 1,544 6,711 40,187
Fator 4 – Falsidade 1,491 6,481 46,668
Fator 5 – Cultura 1,355 5,892 52,559
Fator 6 – Espiritualidade 1,227 5,333 57,893
Fator 7 – Desapego 1,061 4,613 62,506
FONTE: Análise dos dados (2017)
Segundo o critério de percentagem da variância, descrito por Hair et al. (2009), que
trata da variância acumulada dos fatores, corroborou com o número de autovalores
encontrados, pois segundo o autor, a variância acumulada para ser satisfatória deve explicar
60% ou mais da variância acumulada total, nesse caso obteve-se 62,506% e obteve-se sete
fatores com autovalores acima de um . No Quadro 8 estão descritas as variáveis que compõem
cada fator.
Quadro 8 – Fatores extraídos da análise fatorial, da ESD, e suas respectivas variáveis, para os acadêmicos
dos quartos anos
Fatores Variáveis
Fator 1 – Conflito VAR23; VAR25; VAR39; VAR45; VAR48; VAR58
Fator 2 – Poder VAR05; VAR20; VAR22; VAR49
Fator 3 – Felicidade VAR14; VAR35; VAR52; VAR65; VAR82
Fator 4 – Falsidade VAR72; VAR81
Fator 5 – Cultura VAR44; VAR75
Fator 6 – Espiritualidade VAR40; VAR80
Fator 7 - Desapego VAR04; VAR55
FONTE: Análise dos dados (2017)
67
A partir da formação dos fatores foi possível atribuir significado aos fatores, ou seja,
nomeá-los. Essa etapa foi realizada conforme recomenda Hair et al. (2009), e será descrita a
seguir.
O primeiro fator foi composto por seis variáveis, sendo a VAR39, com maior carga
fatorial (0,763), nessa variável o dinheiro causa sofrimento aos indivíduos. As variáveis
VAR23; VAR25; VAR45; VAR48 e a VAR58 tratam sobre o conflito que o dinheiro
proporciona aos acadêmicos. Os temas das variáveis abordam as desarmonias familiares,
ingratidão; as neuroses, ilusões e a aproximação de pessoas oportunistas. Devido à maioria
das variáveis estarem relacionadas ao conflito, esse fator foi denominado de acordo com a
característica da maioria das variáveis, ou seja, Conflito. Para Moreira e Tamayo (1999), esse
fator possui uma dimensão negativa do dinheiro pautada nas relações interpessoais dos
indivíduos.
Esse fator corroborou com o segundo fator encontrado nos acadêmicos dos primeiros
anos. Contudo, houve diferença na variância entre os acadêmicos, para os acadêmicos dos
quartos anos esse fator possui maior poder de explicação sobre o significado do dinheiro, do
que aos acadêmicos dos primeiros anos. Para o quarto ano, a variância do fator Conflito é de
25,446%, contra 7,423% para os acadêmicos dos primeiros anos, uma diferença de 18,023%.
O segundo fator é composto por quatro variáveis, as quais estão relacionadas ao
poder. A variável com maior carga fatorial é a VAR49, que diz respeito ao conceito de que
“quem tem dinheiro tem autoridade sobre os outros”, com carga fatorial de 0,733. As demais
variáveis estão relacionadas a imposição de opiniões, quem tem dinheiro é o primeiro a ser
atendido em qualquer lugar e dinheiro traz reconhecimento social.
Devido às características das variáveis que o compõe o segundo fator, em que a
maioria aborda temas sobre o poder que o dinheiro proporciona aos indivíduos, este foi
denominado de Poder. Cabe frisar, que novamente este fator corroborou com o resultado
encontrado para os acadêmicos dos primeiros anos, o qual diz respeito ao primeiro fator,
porém, há alta diferença nas cargas fatoriais. Esse fator para os acadêmicos dos primeiros
anos corresponde a 19,503% da variância explicativa, já para os acadêmicos dos quartos anos
esse fator representa 8,030% da variância explicativa, ou seja, uma diferença de 11,473%.
O fator Poder, conforme Moreira e Trindade (1999), possui dimensões positivas e
negativas relacionadas ao dinheiro, no caso desse estudo o Poder ganhou uma conotação mais
68
negativa, em que as variáveis significativas demostraram que ter dinheiro significa que o
indivíduo pode se sobressair em relação aos demais.
O terceiro fator composto por cinco variáveis, as quais tratam sobre os temas prazer,
estabilidade e progresso, os quais conforme Moreira e Tamayo (1999), são dimensões
positivas do dinheiro. A variável com maior carga fatorial é a VAR65 (0,701), onde o
dinheiro representa a busca da felicidade. As demais variáveis dizem respeito sobre: gostarem
mais de si mesmo, devido ao dinheiro; dinheiro resolve problemas sociais; a importância de
ter seguro de vida e o dinheiro traz esperança para o futuro. Portanto, esse fator foi
denominado de Felicidade.
Embora, os autores Moreira e Tamayo (1999), tenham encontrado as mesmas
variáveis que compõem esse fator e o tenham denominado de Prazer, a sua análise contém
outras variáveis, que não estão agrupadas da mesma forma que esse estudo.
Além disso, o fator Felicidade corroborou com o terceiro fator nos acadêmicos dos
primeiros anos de Administração, para eles esse fator representa 7,029% de toda a variância
dos fatores encontrados, já para os acadêmicos dos quartos anos esse fator possui uma
representatividade de 6,711% de toda a variância. Ou seja, para os acadêmicos dos primeiros
anos o fator Felicidade possui maior poder de explicação sobre o significado do dinheiro,
quando comparado aos acadêmicos dos quartos anos.
O quarto fator agrupou temas sobre conflito e poder. Este fator possui duas variáveis
significativas, em que a VAR72 possui maior carga fatorial (0,794), a qual trata sobre o tema
“dinheiro atrai falsos amigos” e a VAR81 versa que as pessoas tentam agradar quem tem
dinheiro. As variáveis que compõe o quarto fator, possuem uma dimensão negativa sobre o
dinheiro conforme Moreira e Tamayo (1999). Assim, esse fator foi nomeado de Falsidade.
O quinto fator foi composto por duas variáveis, as quais tratam sobre investimento
em eventos culturais e desenvolvimento de artes, em que desenvolvimento de artes possui a
maior carga fatorial (0,845). Esse fator foi denominado de Cultura. Essas variáveis possuem
uma dimensão positiva do dinheiro, segundo Moreira e Tamayo (1999).
O fator Cultura foi encontrado também nos acadêmicos dos primeiros anos, como o
quarto fator, possuindo poder de explicação de 5,694% do total da variância explicativa. Já
para os acadêmicos dos quartos anos, esse fator possui um poder de explicação de 5,892% de
toda a variância, o que difere entre as duas populações, é que nos primeiros anos este fator é
69
composto por três variáveis, sendo elas VAR37, VAR56 e a VAR75, contudo, nos quartos
anos a VAR44 e VAR75 compõem o fator Cultura.
O sexto fator também foi composto por duas variáveis, que tratam sobre quem tem fé
sabe que precisa fazer caridade (VAR40) e basta crer em Deus para ter as necessidades
atendidas (VAR80), esta última com maior carga fatorial (0,785). Devido a essas
características esse fator foi denominado de Espiritualidade. De acordo com Moreira e
Tamayo (1999), essas características estão relacionadas à dimensão negativa do dinheiro, ao
desapego.
Esse fator também foi encontrado pelos acadêmicos dos primeiros anos, como o
quinto fator que mais influencia na explicação do significado do dinheiro. A variância total
para os primeiros anos deste fator é de 4,838%, já para os acadêmicos do quartos anos é de
5,333%.
Por fim, o sétimo fator foi composto por duas variáveis, as quais consideram que as
pessoas deveriam dar menos importância aos bens materiais (VAR55), que versa sobre
desapego, e a VAR04 onde dinheiro lembra contrastes sociais, que trata sobre desigualdade.
A variável com maior carga fatorial foi a VAR55 (0,831), portanto, esse fator foi denominado
de Desapego. Esse fator também foi encontrado nos acadêmicos dos primeiros anos, em que
sua variância total foi de 3,600%, enquanto no quarto ano foi de 4,613%.
Após, a realização da análise fatorial e identificados os fatores que influenciam no
significado do dinheiro para os acadêmicos dos quartos anos, o mesmo procedimento foi
realizado com a Escala de Atitude ao Endividamento.
Na análise das comunalidades foi identificado que as variáveis VAR84; VAR85;
VAR90; VAR91, possuíam baixo poder explicativo, ou seja, valores menores que 0,50.
Portanto, essas variáveis foram excluídas, e a análise fatorial foi realizada novamente,
contudo, ainda houve uma variável que não atendeu ao princípio da comunalidade, a VAR86,
que foi excluída. Novamente foi realizada a análise fatorial e as demais variáveis possuíram
valores superiores a 0,50. Na Tabela 16 estão demostrados os resultados do teste de
esfericidade de Bartlett e KMO, os quais se mostraram significativos conforme Figueiredo
Filho (2010).
70
Tabela 16 - Teste de esfericidade de Bartlett e KMO, da Atitude ao endividamento dos acadêmicos dos
quartos anos
KMO 0,500
Esfericidade de Bartlett 130,387
Df 6
Sig. 0,00
FONTE: Análise dos dados (2017)
A escolha do número de fatores também ocorreu através do método de autovalor. As
cargas fatoriais das variáveis que compõem cada fator encontram-se em apêndice
(APÊNDICE F). A Tabela 17 apresenta a variância explicada pelos fatores.
Tabela 17 – Fatores extraídos da Escala de Atitude ao Endividamento, com os respectivos autovalores,
para os acadêmicos dos quartos anos
Fatores Autovalores Variância explicada
Percentual Acumulada
Fator 1 – Preferência de Pagamento 1,605 40,117% 40,117%
Fator 2 – Domínio 1,369 34,232% 74,349%
FONTE: Análise dos dados (2017)
Segundo o critério de percentagem da variância, descrito por Hair et al. (2009), a
variância acumulada dos fatores corroborou com o número de fatores encontrados, e obteve-
se 74,349% de variância acumulada, que segundo o autor é satisfatória por ser maior que 60%
e foram encontrados dois fatores com autovalores a cima de um. No Quadro 9 é possível
verificar quais variáveis compõe cada fator da escala de atitudes ao endividamento.
Quadro 9 – Fatores extraídos da Análise Fatorial, da Escala de Atitude ao Endividamento, e suas
respectivas variáveis, para os acadêmicos dos quartos anos
Fatores Variáveis
Fator 1 – Preferência de Pagamento VAR87; VAR89
Fator 2 – Domínio VAR83; VAR88
FONTE: Análise dos dados (2017)
Novamente a nomeação dos fatores ocorreu de acordo com Hair et al. (2009), o qual
busca nomeá-los de acordo com a interpretação dos padrões das cargas fatoriais das variáveis,
inclusive interpretação dos seus sinais. Ainda para o autor, as variáveis com maiores cargas
fatoriais influenciam mais na escolha do nome, que representa o fator. Assim, foram
nomeados os fatores da Escala de Atitude ao Endividamento, dos acadêmicos dos quartos
anos.
O primeiro fator é composto por duas variáveis, as quais tratam sobre o parcelamento
das compras. A variável com maior carga fatorial foi a VAR89, com 0,895, que diz respeito
71
ao pagamento parcelado mesmo que o total seja mais caro, e a VAR 87 trata sobre a
preferência do parcelamento de compras, sobre esperar ter dinheiro para então comprar. Esse
fator foi denominado de Preferência de Pagamento, conforme Moura (2005), as variáveis que
compõe este fator estão relacionadas à preferência de tempo.
Esse fator corroborou com os resultados encontrados nos acadêmicos dos primeiros
anos, sendo que para eles o poder de explicação desse fator foi de 42,538% da variância total,
e para os acadêmicos dos quartos anos a variância total representou 40,117%.
O segundo fator, também foi composto por duas variáveis, a VAR83, que conforme
Moura (2005), faz parte do constructo Impacto moral na sociedade, que diz respeito às
crenças presentes na sociedade, o julgamento da sociedade sobre os que possuem dívidas. E a
segunda variável, VAR88, compõe o constructo, definido pela autora, como Grau de
Autocontrole, que compreende a gestão financeira do indivíduo, a habilidade de gerir seus
próprios recursos, e de manter o seu orçamento sob controle. As duas variáveis possuem a
carga fatorial de 0,827. Assim, esse fator foi nomeado de Domínio, novamente esse fator
corroborou com o fator encontrado pelos acadêmicos dos primeiros anos, apesar de a variável
VAR91 ter sido substituída pela VAR88, nos quartos anos. A variância acumulada para este
fator nos primeiros anos é de 28,466% e para os quartos anos é de 34,232%, ou seja, o poder
explicativo deste fator para a atitude ao endividamento é maior nos quartos anos que nos
primeiros anos.
Assim, a análise dos dados através da análise fatorial possibilitou a criação de sete
fatores que explicam o significado do dinheiro e dois fatores que explicam a atitude ao
endividamento dos acadêmicos dos quartos anos. Para o significado do dinheiro houveram
dois fatores com dimensões positivas ao dinheiro (Felicidade e Cultura), contudo a dimensão
negativa do dinheiro conteve cinco fatores (Conflito, Poder, Falsidade, Espiritualidade e
Desapego).
Os fatores que se destacaram sobre o significado do dinheiro foram, em ordem
decrescente: Conflito, Poder e Felicidade, onde esses fatores corroboraram com os fatores
mais significativos para os acadêmicos dos primeiros anos de Administração.
Com relação aos fatores que explicam a atitude ao endividamento, novamente
houveram dois fatores, os quais corroboraram com os fatores encontrados nos acadêmicos dos
primeiros anos, os quais são Preferência de Pagamento e Domínio.
72
Após a extração dos fatores, através da análise fatorial, os quais foram identificados
Conflito, Poder, Felicidade, Falsidade, Cultura, Espiritualidade e Desapego, como
significativos para o significado do dinheiro, estes propiciaram a realização da regressão
linear múltipla, e formaram as variáveis independentes do método. Para os fatores
significativos na atitude ao endividamento os fatores encontrados foram Preferência de
Pagamento e Domínio, esses constituem as variáveis dependentes. Novamente, cada fator
encontrado na atitude ao endividamento formou um modelo na análise da regressão linear
múltipla.
O primeiro modelo constitui-se de todos os fatores que compõe o significado do
dinheiro e a variável dependente Preferência de Pagamento. A Tabela 18 demonstra os
coeficientes dos fatores significativos que influenciaram na Preferência de Pagamento.
Tabela 18- Coeficientes significativos para Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos quartos anos
Modelo Coeficientes não Padronizados
Coeficientes
Padronizados t Sig.
B Erro Padrão Beta
(Constant) 0,003 0,067 0,043 0,966
Espiritualidade 0,161 0,067 0,161 2,405 0,017
FONTE: Análise dos dados (2017)
O fator significativo que influenciou na Preferência de Pagamento foi
Espiritualidade, o qual influencia positivamente. A variável significativa explica 2,6% da
variável dependente, Preferência de Pagamento, ou seja, foi obtido o R² ajustado de 0,026. Na
Tabela 19 encontra-se a ANOVA, a qual confirma que o modelo é significativo, pois obteve
seu nível de significância 0,000 é menor que 0,05.
Tabela 19 – ANOVA da Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos quartos anos
Modelo Soma dos
Quadrados Df
Media dos
Quadrados F Sig.
Regressão 5,674 1 5,674 5,782 0,017
Residual 212,926 217 0,981
Total 218,600 218
FONTE: Análise dos dados (2017)
Após a identificação dos fatores significativos para esse modelo, foi verificado o
atendimento aos pressupostos, os quais todos foram aceitos e estão apresentados os
respectivos resultados na Tabela 20.
73
Tabela 20 – Pressupostos da regressão da Preferência de Pagamento, dos acadêmicos dos quartos anos
Pressupostos Teste Sig.
Normalidade One-Sample K-S 1,231 0,097
Homocedasticidade Pesaran-Pesaran 2,675 0,103
Autocorrelação Durbim-Watson 2,172
Multicolinearidade FIV 1,00 para todas variáveis
FONTE: Análise dos dados (2017)
O estudo de Vieira et al. (2014) corroborou com essa pesquisa, no qual os autores
demostraram que a religião tem impacto sobre o significado do dinheiro, esse fator é
explicado pelos autores como desapego ao dinheiro, o qual influencia positivamente no
endividamento de acadêmicos.
Na sequência foi realizado o mesmo procedimento utilizando o fator Domínio como
variável dependente. A tabela 21 demonstra os coeficientes dos fatores significativos que
influenciaram o Domínio.
Tabela 21- Coeficientes significativos para Domínio, dos acadêmicos dos quartos anos
Modelo Coeficientes não Padronizados
Coeficientes
Padronizados T Sig.
B Erro Padrão Beta
(Constant) -0,002 0,063 -0,034 0,973
Falsidade 0,302 0,064 0,301 4,744 0,000
Conflito 0,148 0,064 0,148 2,324 0,021
Felicidade 0,147 0,064 0,147 2,310 0,022
FONTE: Análise dos dados (2017)
Os fatores significativos que influenciaram o Domínio foram Falsidade, Conflito e
Felicidade, os quais influenciam positivamente. A variável significativa explica 13,4% da
variável dependente Domínio, ou seja, foi obtido o R² ajustado 0,134. Na tabela 22
encontrasse a ANOVA, a qual confirma que o modelo é significativo, pois apresenta
significância igual a 0,000 que é menor que 0,05, o qual foi realizado de acordo com o teste
White, o qual utiliza o método dos mínimos quadrados, que foi empregado devido ao não
atendimento do pressuposto da homocedasticiade.
Tabela 22 – ANOVA do Domínio, dos acadêmicos dos quartos anos
Modelo Soma dos
Quadrados Df
Media dos
Quadrados F Sig.
Regressão 2,474E7 1 2,474E7 656,619 0,000
Residual 8175580,625 217 37675,487
Total 3,291E7 218
FONTE: Análise dos dados (2017)
74
Após a identificação dos fatores significativos para este modelo, foi verificado o
atendimento aos pressupostos, onde estão apresentados os resultados na tabela 23.
Tabela 23 – Pressupostos da regressão do Domínio, dos acadêmicos dos quartos anos
Pressupostos Teste Sig.
Normalidade K-S 2,845 0,000
Homocedasticidade Pesaran-Pesaran 656,619 0,000
Autocorrelação Durbim-Watson 1,987
Multicolinearidade FIV 1,00 para todas variáveis
FONTE: Análise dos dados (2017)
O pressuposto de normalidade não foi significante. Portanto rejeitou-se a hipótese
nula em que as variáveis seguem uma distribuição normal, portanto foi adotado o Teorema do
Limite Central. O pressuposto da homocedasticidade também foi violado, ou seja, rejeitou-se
a hipótese nula (H₀ > 0,05), pois sua significância foi de 0,000, portanto os resíduos são
heterocedasticos. Por recomendações de Hair et al. (2009), foi necessário utilizar o método
dos mínimos ponderados e foi realizado o teste White, para verificar a homocedasticidade. Os
demais pressupostos foram atendidos.
Dessa forma, o fator Domínio, foi influenciado positivamente por Falsidade, Conflito
e Felicidade. Novamente, o Conflito foi significante para a atitude ao endividamento, no fator
Domínio, corroborando com o resultado encontrado para os acadêmicos dos primeiros anos
desse estudo, essa variável também foi significativa no estudo de Oliveira (2010). A variável
Felicidade, também foi encontrada significante para a atitude ao endividamento, contudo,
influencia positivamente na preferência de pagamento dos acadêmicos, esse resultado também
foi encontrado no estudo de Oliveira (2010) e Buffon e Mello (2016).
4.3 ANÁLISE COMPARATIVA DA ATITUDE DO ENDIVIDAMENTO ENTRE OS
ACADÊMICOS DE ADMINISTRAÇÃO
O teste para médias emparelhadas é utilizado para verificar se a média de duas
amostras relacionadas com distribuição normal, extraídas da mesma população, são ou não
significativamente diferentes (FÁVERO et al., 2009). Esse estudo buscou verificar, se os
acadêmicos dos quartos possuem atitude ao endividamento diferente aos acadêmicos dos
primeiros anos.
75
Portanto, a hipótese nula (H₀) pondera que não existem diferenças entre a atitude ao
endividamento dos universitários dos primeiros e quartos anos dos cursos de Administração, e
a hipótese alternativa (H₁) considera que existem diferenças.
Para verificar se as amostras são ou não significativamente diferentes, primeiramente
foi verificado se as variáveis (fatores) seguiam uma distribuição normal (Tabela 24).
Tabela 24 – Teste de normalidade para a atitude ao endividamento
Turmas Fatores Kolmogorov-Smirnov
Estatística Df Sig.
Primeiros anos Preferência de pagamento 0,094 220 0,000
Domínio 0,195 220 0,000
Quartos anos Preferência de pagamento 0,088 220 0,000
Domínio 0,316 220 0,000
FONTE: Análise dos dados (2017)
De acordo com a Tabela 24, o teste de normalidade foi violado, ou seja, os dados não
possuem uma distribuição normal. Portanto, foi realizado o teste dos Wilcoxon, o qual é uma
alternativa não paramétrica para a comparação de médias (FÁVERO et al., 2009). Ainda para
os autores, esse teste é uma extensão do teste de sinais, além de obter informações sobre a
direção das diferenças para cada par, o teste possibilita levar em consideração a magnitude da
diferença existente entre os pares. Na Tabela 25, estão descritos os valores da estatística e do
significado para o teste dos Wilcoxon.
Tabela 25 – Teste dos Wilcoxon
Preferência do tempo (primeiros anos) –
Preferência do Tempo (quartos anos)
Domínio (primeiros anos) –
Domínio (quartos anos)
Z -,613ᵃ -,816ᴮ
Sig. ,540 ,415
ᵃ. Baseado em ranking positivo
ᴮ. Baseado em ranking negativo
FONTE: Análise dos dados (2017)
A tabela 26 demostra os valores dos Rankings para atitude ao endividamento dos
acadêmicos dos primeiro e quartos anos.
76
Tabela 26 – Valores dos Ranking do Teste de Wilcoxon
N Média do Rank Soma dos Ranks
Preferência do tempo (primeiros
anos) Preferência do Tempo
(quartos anos)
Ranks Negativo 109 116,83 12734,00
Ranks Positivo 111 104,29 11576,00
Laços 0
Total 220
Domínio (primeiros anos)
Domínio (quartos anos)
Ranks Negativo 111 102,56 11384,00
Ranks Positivo 109 118,59 12926,00
Laços 0
Total 220
FONTE: Análise dos dados (2017)
Com significância maior que 0,05 não se rejeita a hipótese nula, e conclui-se que não
há diferenças entre a atitude ao endividamento dos universitários dos primeiros e quartos do
curso de Administração. Para Moura (2005), atitudes tendem a se perpetuar ao longo do
tempo, não se trata de um momento pontual ou momentâneo. Ou seja, as atitudes dos
acadêmicos dos primeiros anos, tenderão a ser as mesmas quando estes estiverem no quarto
ano.
Corroborando com os estudos de Maital e Maital (1997, apud MOURA, 2005), a
Preferência do Tempo, influenciada por aspectos culturais, é formada na adolescência, a qual
mantém-se para o resto da vida, e está relacionada à educação recebida e hábitos familiares.
A análise do teste de Wilcoxon, demostrou o imediatismo que ocorre entre os
acadêmicos, representando o valor e o tempo das opções dos acadêmicos, os quais preferem
comprar parcelado a esperar para ter dinheiro, mesmo que o total seja mais caro. A aceitação
da cultura do endividamento está muito frequente na sociedade, e está muito presente em
jovens, uma geração que aceitará e conviverá melhor com dívidas (MOURA, 2005).
77
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse estudo buscou verificar os fatores determinantes na atitude ao endividamento
dos acadêmicos, dos primeiros e quartos anos, dos cursos de administração no Sudoeste do
Paraná, no ano de 2017. Para isso foram estabelecidos três objetivos específicos: identificar o
perfil dos acadêmicos; verificar a influência do significado do dinheiro na atitude ao
endividamento dos acadêmicos; e identificar as diferenças na atitude ao endividamento entre
os acadêmicos dos primeiros e quartos anos.
A análise de cluster possibilitou identificar o perfil dos acadêmicos dos primeiros
anos de administração, os quais foram compostos por dois clusters. O cluster 1 foi formado
por acadêmicos mais velhos, que possuíam dívidas e estas estavam em atraso, os quais
utilizam cartão de crédito, possuem financiamento de bens móveis e imóveis, e empréstimo
pessoal, as dívidas foram proporcionadas devido à falta de planejamento, desemprego ou
queda na renda e por outras razões. Entretanto, os acadêmicos que formaram o cluster 2 são
mais jovens, não possuem dívidas, a maioria não utiliza cartão de crédito, não possuem
financiamentos de bens móveis ou imóveis e também não possuem empréstimo pessoal, a
maioria dos acadêmicos não trabalham e recebem ajuda financeira dos pais.
O perfil dos acadêmicos dos quartos anos de administração, foi formados por dois
clusters. O cluster 1 foi formado por acadêmicos mais novos, a maioria são solteiros e não
possuem filhos, gastam grande parte da sua renda consigo mesmos. Com relação às dívidas, a
maioria não à possuem, em consequência há poucos acadêmicos com dívidas em atraso, a
dívida significante foi apenas financiamento de bens imóveis, porém poucos possuem. Ao
analisar o cluster 2, os resultados se invertem, o cluster é formado por acadêmicos mais
velhos, os quais possuem filhos e dependentes, gastam a maioria da sua renda com a casa,
mais da metade possuem algum tipo de dívida, sendo a principal financiamento de bens
imóveis.
Para verificar a influência do significado do dinheiro na atitude ao endividamento
dos acadêmicos dos primeiros e quartos anos, dos cursos de administração, foi realizado a
análise fatorial e a análise de regressão linear múltipla. A análise fatorial possibilitou a
extração de dez fatores para da ESD, para os acadêmicos dos primeiros anos, os quais estão
descritos respectivamente conforme a maior variância obtida: poder; conflito; felicidade;
cultura; espiritualidade; neurose; desapego; sofrimento; interesse e estabilidade, e para a
Atitude ao Endividamento foram obtidos dois fatores: preferência de pagamento e domínio.
78
Para os acadêmicos dos quartos anos, foram extraídos sete fatores para a ESD, que foram:
conflito; poder; felicidade; falsidade; cultura; espiritualidade e desapego, respectivamente, de
acordo com a maior variância obtida, para a Atitude ao Endividamento também foram obtidos
dois fatores, os quais foram: preferência de pagamento e domínio.
Após a identificação dos fatores que determinaram o significado do dinheiro e a
atitude ao endividamento dos acadêmicos, foi realizada a análise da regressão linear múltipla.
Portanto, para os primeiros anos, o qual tratava sobre a Preferência de Pagamento foram
obtidos os seguintes fatores significativos: Sofrimento, Cultura e Felicidade, em que Cultura
influenciou negativamente, ou seja, o investimento em inovações tecnológicas, em pesquisas
científicas e o desenvolvimento de artes não foram considerados influenciadores para a
atitude ao endividamento. Para o segundo modelo, o qual foi utilizado o fator o Domínio
foram verificados que o Conflito e Espiritualidade influenciaram positivamente.
O mesmo procedimento foi realizado com os acadêmicos dos quartos anos, no qual
houve apenas uma única variável que influenciou o modelo Preferência de Pagamento, que foi
a Espiritualidade, com influência positiva. No segundo modelo, Domínio, as variáveis que o
influenciaram foram Falsidade, Conflito e Felicidade, com influência positiva.
Por fim, foi identificado que não há diferença na atitude ao endividamento entre os
acadêmicos dos primeiros e dos quartos anos, dos cursos de administração. O resultado
corroborou com o estudo de Moura (2005), o qual identificou que as atitudes tendem a se
perpetuar ao longo do tempo, não se tratando de um momento pontual ou momentâneo. Ou
seja, as atitudes dos acadêmicos dos primeiros anos, tenderão a ser as mesmas quando estes
estiverem no quarto ano.
Portanto, há indícios de que atitudes negativas relacionadas ao dinheiro, propiciam
menor disposição aos acadêmicos a gastarem, o que os tornam menos propensos a atitudes ao
endividamento. Os fatores determinantes que mais influenciaram a atitude dos acadêmicos
estão relacionados ao sofrimento, conflito, falsidade, espiritualidade e felicidade, porém, a
cultura influenciou negativamente, ou seja, os investimentos realizados nesse campo não
considerados gastos e não geram atitudes ao endividamento. Por fim, foi possível concluir que
os valores adquiridos pelos acadêmicos nos primeiros anos tendem a permanecer os mesmos
quando estes estiverem nos quartos anos, podendo se perpetuar ao longo da vida. Ressalta-se
assim, a importância da educação financeira desde os anos iniciais da educação formal dos
indivíduos.
79
Através dos resultados obtidos, percebeu-se que as decisões financeiras não são
apenas tomadas com base na racionalidade humana, mais muito além, os fatores irracionais
possuem grande importância nas decisões financeiras dos indivíduos, bem como os valores
inquiridos durante a criação familiar. Em suma, acredita-se que o dinheiro possui significados,
que vão muito além da troca, possuindo valores culturais e sociais.
Ressalta-se a importância do tema, por ser condizente com as teorias das finanças
comportamentais, reforçando a arcabouço teórico. No campo organizacional, a compreensão
sobre os fatores determinantes na atitude ao endividamento, possibilita definir diretrizes que
viabilizam um melhor funcionamento da gestão das empresas. O governo também pode se
beneficiar através dos resultados desse estudo como forma de criar políticas estratégicas,
planos e programas para a redução do endividamento, condizentes com a realidade da
população pesquisada.
Com relação às principais limitações do estudo, pode-se apontar que a amostra não
representa todos os acadêmicos de administração da Mesorregião do Sudoeste do Paraná, na
qual foram pesquisados somente os acadêmicos dos primeiros e quartos anos.
Sugere-se para estudos futuros a ampliação da população pesquisada, ou seja,
pesquisar todos os acadêmicos de administração, bem como os das áreas econômicas,
buscando semelhanças e diferenças entre eles. Também sugere-se pesquisar com variáveis
demográficas, como religião e descendência entre os acadêmicos, a fim de verificar se fatores
culturais possuem influências significativas sobre o endividamento. Por fim, sugere-se
pesquisar profundamente fatores culturais, estes estando relacionados a artes e pesquisa
científica, para verificar seu impacto na percepção do significado do dinheiro e no
endividamento.
80
REFERÊNCIAS
AMADO, Mauro Dal Ponte. Estudo de Finanças Pessoais – Educação Financeira em
Ingressantes na Universidade. 61 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Administração) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Disponível
em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/33369/000787440.pdf?sequence=1>.
Acesso em 25 abr. 2017.
AMAR, José et al. Pensamiento Económico en Jóvenes Universitarios. Revista
Latinoamerciana de Psicología, v. 39, n.2, p. 363-373, 2007. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0120-05342007000200011>.
Acesso em: 7 abr. 2017.
AMATUCCI, Marcos. Perfil do Administrador Brasileiro para o Século XXI: um Enfoque
Metodológico. 295 f. Tese (Doutorado em Administração de Empresas) Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - USP, São Paulo,
2000. Disponível em: < http://www.portalfea.fea.usp.br/pesquisa/pesquisa-na-fea/teses-e-
dissertacoes/info?id=tde-08112010-174044>. Acesso em: 24 abr. 2017.
ANDRADE, Rui Otávio Bernardes; AMBONI, Nério. Manual de orientação para a
verificação “in loco” das condições de reconhecimento. Curso de administração Brasília,
1999. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/ad_reconh.pdf>. Acesso
em: 24 abr. 2017.
AVDZEJUS, Érica Helena; SANTOS, Assuele Cerqueira dos; SANTANTA, Juliane Oliveira
de. Endividamento Precoce: Uma Análise da Concessão de Crédito e dos Fatores que
Influenciam no Endividamento de Jovens Universitários da Faculdade UNIME no Município
de Lauro de Freitas/BA. In :IX simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2012.
Disponível em: < http://www.aedbaja.aedb.br/seget/artigos12/61416762.pdf>. Acesso em: 10
abr. 2017.
BAKER, Wayne E. JIMERSON, Jason B. The Sociology of Money. The American
Behavioral, v. 35, n. 6, 678-693, jun/ago, 1992. Disponível em: <
http://webuser.bus.umich.edu/wayneb/pdfs/sociology/sociology%20of%20money.pdf>.
Acesso 29 ago. 2017.
BARROS, Lousanne Cavalcanti; JEUNON, Ester Eliane. Percepção do Significado do
Dinheiro: um Estudo com Graduandos de IES Privadas. Gestão e Planejamento, Salvador, v.
12, n. 3, p. 831-847, set./dez. 2012. Disponível em:
<http://www.revistas.unifacs.br/index.php/rgb/article/view/2103/1868>. Acesso em: 20 maio
2016.
BELK, RUSSEL W. Materialism: trait aspects of living in the material world. Journal of
Consumer Research, v. 12, dez. 1985. Disponível em:
<https://www.jstor.org/stable/254373>. Acesso em: 3 dez. 2017.
BUAES, Caroline Stumpf; COMERLATO, Denise; DOLL; Johannes. Caderno de Educação
Financeira: Viver bem com o Dinheiro que se tem. Porto alegre: UFRGS, 2015. Disponível
81
em:<http://www.ufrgs.br/ocsc/mirror/b64db8b0d26e8768da14987de652db5b/caderno_de_ed
ucacao_financeira.pdf >. Acesso em 28 mar. 2017.
BUFFON, Gabriela; MELLO, Gilmar Ribeiro de. Percepção do dinheiro na escolha do curso
de graduação. In: V Congresso Nacional de Pesquisa em Ciencias Sociais Aplicadas, out.
2016. Disponível em: <http://midas.unioeste.br/sgev/eventos/278/downloadArquivo/18124>.
Acesso em: 3 dez. 2017.
BRASIL. Decreto n. 7.397, de 22 de dezembro de 2010. Institui a Estratégia Nacional de
Educação Financeira – ENEF, dispõe de sua gestão e dá outras providencias. Brasília, 2010.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/decreto/d7397.htm>. Acesso em: 24 abr. 2017.
BRAUCHER, Jean. Theories of Overindebtedness: Interaction of Structure and Culture.
Theoretical Inquiries in Law, v.7.n.2, p. 323-346 , 2006. Disponível em:
<https://www.degruyter.com/view/j/til.2006.7.issue-
2/til.2006.7.2.1128/til.2006.7.2.1128.xml>. Acesso em: 28 mar. 2017.
BROCCHI, Raphel Leon Peres Thomazine; BROCCHI, Jaqueline Thomazine. A Evolução
do Processo de Tomada de Decisão: Ilusão de Controle e Aversão à Ambiguidade. Revista
Técnico-Cientifica do Instituto de Brasília, EIXO. Brasília, v. 5, n1, 2016. Disponível em:
<revistaeixo.ifb.edu.br/index.php/RevistaEixo/article/view/302>. Acesso em: 07 mar. 2017.
CARVALHO, Helder Araújo de et al. Educação Financeira e Propensão ao Endividamento
entre Jovens Detentores do Cartão de Crédito Universitário. Revista FFBusiness, v. 13, n.15,
jun. 2015. Disponível em:
<http://ffb.edu.br/sites/default/files/artigos_ffbbusiness/artigo_2_20152.pdf>. Acesso em: 25
abr. 2017.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO: câmara de educação superior. Resolução n. 4,
de 13 julho de 2005. Institui as diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em
Administração, bacharelado, e dá outras providencias. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces004_05.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2017.
CORIA, Marianela Denegri et al. Representaciones sociales sobre pobreza en Estudiantes
universitários chilenos. Revista Liberabit, v.16, n. 2, 2010. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1729-48272010000200006>.
Acesso em: 10 abr. 2017.
CORRAR, Luiz j.; PAULO, Edilson; DIAS FILHO, José Maria (coord). Análise
Multivariada: para cursos de administração, ciências contábeis e economia. 1 ed. São Paulo:
Atlas, 2014.
CORRÊA, Juliana Hannad Cachoeira Mendonça. O Endividamento do Público
Universitário da Unb em 2016:Análise e Comparação dos Graduandos em Ciências
Contábeis e Outros Cursos. 35f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências
Contábeis) Universidade de Brasília, Brasília, 2016. Disponível em:
<http://bdm.unb.br/handle/10483/14416>. Disponível em: 10 abr 2017.
82
DAWES, John. Do data characteristics change according to the number of scale points used ?
An experiment using 5 point, 7 point and 10 point scales. International Journal of Market
Research, 2008. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/228445427_Do_Data_Characteristics_Change_Ac
cording_to_the_Number_of_Scale_Points_Used_An_Experiment_Using_5_Point_7_Point_a
nd_10_Point_Scales>. Acesso em: 29 ago. 2017.
DOWNING, Douglas; CLARK, Jeffrey. Estatística Aplicada. 2 ed. São Paulo: Saraiva,
2002.
FALCIANO, Marcelo Augusto. O Papel do Cartão de Crédito no Comportamento de
Compra dos Jovens Universitários. 73 f. Projeto do PIP (Programa Institucional de Bolsas
de Iniciação Cientifica (PIBIC)) Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2012. Disponível em:
<http://gvpesquisa.fgv.br/sites/gvpesquisa.fgv.br/files/publicacoes/o_papel_do_cartao_de_cre
dito_no_comportamento_de_compra_dos_jovens_universitarios.pdf>. Acesso em: 10 abr.
2017.
FALLEIRO, Marcos Paulo da Silva. Teoria do Prospecto e as Diferenças de
Comportamento Perante o Risco entre Gênero, Escolaridade e Idade. 63 f. Dissertação
(Mestrado em Economia) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre, 2014. Disponível em: < http://repositorio.pucrs.br/dspace/handle/10923/6733>.
Acesso em: 25 abr. 2017.
FAVERI, Dinorá Baldo de; VALENTIM, Ilda; KROETZ, Marilei. Teoria do Prospecto: uma
Investigação dos Efeitos Certeza, Reflexão e Isolamento na Tomada de Decisão Envolvendo
Risco. In: X SEGet Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, Resende, 2013.
Disponível em: < http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos13/31218265.pdf>. Acesso em:
24 abr. 2017.
FÁVERO, Luiz Paulo; et al. Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de
decisões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO PARANÁ
(FECOMERCIOPR). Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor
(PEIC). Curitiba, 2017. Disponível em:
<http://www.fecomerciopr.com.br/pesquisas/endividamento-inadimplencia-consumidor/peic-
outubro-pesquisa-de-endividamento-e-inadimplencia-do-consumidor/>. Acesso em: 4 abr.
2017.
FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DE SÃO PAULO
(FECOMERCIOSP). Diante do Desemprego e da Queda de Renda, endividamento cai.
São Pulo, 2017. Disponível em: < http://www.fecomercio.com.br/noticia/diante-do-
desemprego-e-da-queda-na-renda-familias-paulistanas-adotam-cautela-e-endividamento-cai>.
Acesso em: 4 abr. 2017.
FELIPE, Fany Muriell Pereira; OLIVEIRA, Tatiane Pereira de; BOTINHA, Reiner Alves.
Educação Financeira: um Mapeamento das Discussões nos ambientes Acadêmicos de
Ciências Contábeis no Horizonte Temporal de 2005 a 2014. Revista de Auditoria,
Governança e Contabilidade, v.4, n.13, p. 01-14, 2016. Disponível em: <
http://fucamp.edu.br/editora/index.php/ragc/article/view/714>. Acesso em: 25 abr. 2017.
83
FERNANDES, André Henrique de Souza; CANDIDO, João Gremmelmaier. Educação
Financeira e Nível do Endividamento: Relato de Pesquisa Entre os Estudantes de uma
Instituição de Ensino da Cidade de São Paulo. Revista Eletrônica Gestão e Serviço, v.5, n.2,
2014. Disponível em: <https://www.metodista.br/revistas/revistas-
ims/index.php/REGS/article/view/4868>. Acesso em: 1 mai. 2017.
FERREIRA, Hugo Chaves B.; LIMA, João Policarpo R. A Insustentável Leveza do Ter:
Crédito e Consumo no País. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, n. 38,
p. 58-88, jun., 2014. Disponível em:
<http://revista.sep.org.br/index.php/SEP/article/view/55>. Acesso: 4 abr. 2017
FERREIRA, Vera Rita de Mello. Psicologia Econômica. Revista de Administração de
Empresas, v . 45, n. 3, jul/set, 2007. Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-
75902007000300008&script=sci_arttext&tlng=es>. Acesso em: 29 ago. 2017.
FIGUEIREDO FILHO, Dalson Brito; SILVA JÚNIOR, José Alexandre da. Visão Além do
Alcance: uma introdução a análise fatorial. Opinião Pública, Campinas, v. 16, n. 1, p. 160-
185, jun. 2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/op/v16n1/a07v16n1.pdf>. Acesso
em: 12 jun. 2016.
FLORES, Silvia Amélia Mendonça. Modelagem de Equações Estruturais Aplicadas à
propensão ao Endividamento: uma Análise dos Fatores Comportamentais. 192 f.
Dissertação (Mestrado em Administração), Universidade Federal de Santa Maria, Santa
Maria, 2012. Disponível em: <http://cascavel.ufsm.br/tede/tde_arquivos/2/TDE-2013-07-
09T110507Z-4433/Publico/FLORES,%20SILVIA%20AMELIA%20MENDONCA.pdf>.
Acesso em: 28 mar. 2017.
FONSECA, Jairo Simon da; MARTINS, Gilberto de Andrade. Curso de Estatística. 6 ed.
São Paulo: Atlas, 2015.
FRIEDMAN, Milton. Theory of the Consumption Function. Princeton: Princeton
University Press, 1957.
FURNHAM, Adrian. Many Sides of the Coin: the Psychology of Money Usage. Personality
a nd Individual Differences, v. 5, n. 5 p. 501-509, 1984. Disponível em: <
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0191886984900254>. Acesso em: 29 ago.
2017.
GADELHA, Kalyne Amaral Di Lorenzo; LUCENA, Wenner Glaucio Lopes; CORREIA,
Thamyris de Souza. Decisões Financeiras X Formação Acadêmica: uma Contribuição com
base na Educação Financeira. In:5° Congresso UFSC de Controladoria e Finanças &
Iniciação Cientifica em Contabilidade. Florianópolis, Anais..., Universidade Federal de Santa
Catarina, 2014. Disponível em: <
http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/arquivos_artigos/artigos/948/20140424020716.pdf>. Acesso
em: 24 abr. 2017.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1989.
84
HAIR, Joseph F.; et al. Análise multivariada de dados. 6. ed. São Paulo: Bookman, 2009.
HAYHOE, Celia Ray et al. Credit Cards Held by College Students. Magazine Financial
Counseling and Planning, v.16, n. 1, 2005. Disponível em:
<https://www.afcpe.org/assets/pdf/vol1611.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2017.
HAUBERT, Fabricio Luis Colognese; LIMA, Marcus Vinicius Andrade de; HERLING, Luiz
Henrique Debei. Finanças Comportamentais: um Estudo com Base na Teoria do Prospecto e
no Perfil do Investidor de Estudantes de Cursos Stricto Sensu da Grande Florianópolis.
Revista Eletrônica de Estratégia & negócios, v.5, n. 2, 2012. Disponível em:
<http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/EeN/article/view/935>. Acesso em: 20
mar. 2017.
INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (IPARDES).
Perfil da Região Geográfica Sudoeste do Paraná. 2017. Disponível em:
<http://www.ipardes.gov.br/perfil_municipal/MontaPerfil.php?codlocal=707&btOk=ok>.
Acesso em: 1 mai. 2017.
MACEDO JÚNIOR, Jurandir Sell. Teoria do Prospecto: uma Investigação Utilizando
Simulação de Investimento. 203 f. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção)
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2012. Disponível em:
<http://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/31034528/6624.pdf?AWSAccessKeyId=
AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1490039098&Signature=Lhbqij9lOATJm9yMPKj
NrKavits%3D&response-content-
disposition=inline%3B%20filename%3DTeoria_do_prospecto_uma_investigacao_uti.pdf>.
Acesso em: 20 mar. 2017.
LANA, Jeferson et al. Um Estudo Sobre a Relação Entre o Perfil Individual e as Finanças
Pessoais dos Alunos de uma Instituição de Ensino Superior de Santa Catarina. In: XI colóquio
Internacional sobre Gestão Universitária na América do Sul, II Congresso Internacional
IGLU. Florianópolis, 2011. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/25978/2.19.pdf?sequence=1&isAllo
wed=>. Acesso em: 24 abr. 2017.
LAUER-LEITE, Iani Dias, et al. Valores Humanos e o Significado do Dinheiro: um estudo
correlacional. Revista Psicologia, v. 45, n.1, jan-mar, 2014. Disponível em: <
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/12243/11405>.
Acesso em: 3 dez. 2017.
LAVINAS, Lena. A Financeirização da Política Social: o caso Brasileiro. Revista
Forthcoming at Politika, n. 2, p. 35-51, Jul. 2015. Disponível em:
<http://cebes.org.br/site/wp-content/uploads/2015/09/Lena-Lavinas-colet%C3%A2nea-
Cesinha-Politika-2015.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2017.
LIMA, Marcelo Prudêncio. Literácia Financeira e Endividamento Pessoal: um estudo com
alunos da área de negócios. 139f. Dissertação (Mestrado Controladoria Empresarial)
Universidade Presbiteriana de Mackenzie, São Paulo, 2016. Disponível em: <
http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UPM_fa5eb8b44865175e527c30cc76f88114>. Acesso em:
1 mai. 2017.
85
LUCENA, Wenner Glaucio Lopes, et al. Fatores que Influenciam o Endividamento e a
Inadimplência no Setor Imobiliário sa Cidade de Toritama-PE: À Luz das Finanças
Comportamentais. Revista HOLOS, v. 6, p. 90-113, 2014. Disponível em: <
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1084>. Acesso em: 04 abr. 2017.
LUNARDI, Claudia. Diferentes Formas de ver o Dinheiro: a Ótica dos jovens que vem
estudar em Santa Maria. 82 f. Dissertação (Mestrado em Administração) Universidade de
Santa Maria, Santa Maria, 2012. Disponível em:
<http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFSM_4217332aa7dab840b368e33bfdc83642>. Acesso
em: 29 ago. 2017.
MARQUES; Maria Manuel Leitão; FRADE, Catarina. O Endividamento dos Consumidores
de Portugal: Questões Principais. Revista da Faculdade de Economia da Universidade de
Coimbra, n. 14, out 2000. Disponível em: < http://hdl.handle.net/10316.2/25251>. Acesso
em: 28 mar. 2017.
MARTINS, G. A. Manual para elaboração de monografias e dissertações. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
MATSUMOTO, Alberto Shigueru et al. Educação Financeira: estudo comparativo entre
estudantes de uma universidade publica (PR) e uma privada (DF). In: XVI Semead: seminário
de Administração. out. 2013. Disponível em:
<http://sistema.semead.com.br/16semead/resultado/an_resumo.asp?cod_trabalho=124>.
Acesso em: 3 dez. 2017.
MEDEIROS, Flaviani Souto Bolzan; LOPES, Taize de Andrade Machado. Finanças Pessoais:
um Estudo com Alunos do Curso de Ciências Contábeis de uma IES Privada de Santa Maria –
RS. Revista Eletrônica de Estratégia & Negocio, v.7, n.2, mai/ago. 2014. Disponível em:
<http://portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/EeN/article/view/1966 >. Acesso em: 25 abr.
2017.
MENDES-DA-SILVA, Wesley; NAKAMURA, Wilson Toshiro; MORAES, Daniel
Carrasqueira de. Credit card risk behavior on college campuses: evidence from Brazil.
Brazilian Administration Review, v.9, n.3, juy/set 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-76922012000300007>.
Acesso em: 7 abr. 2017.
MORAIS; Lavínia Fernanda Magalhães. Determinantes e Efeitos do Endividamento das
Famílias de Portugal. 68 f. Dissertação (Metrado em Contabilidade e Finanças), Instituto
Politécnico de Bragança, Bragança, 2013. Disponível em:
<https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/10340/1/Lav%C3%ADnia%20Fernanda%20
Magalh%C3%A3es%20Morais.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2017.
MONTEIRO, Carla Manuela Pereira. Sobre-endividamento das Famílias Portuguesas. 84
f. Dissertação (Mestrado em Economia), Universidade de Aveiro, Aveiro, 2015. Disponível
em: <https://ria.ua.pt/handle/10773/16798>. Acesso em 28 mar. 2017.
MOREIRA, Alice da Silva. Dinheiro no Brasil: um Estudo Comparativo do Significado do
Dinheiro entre as Regiões Geográficas Brasileiras. Revista Estudos de Psicologia, v.7, n.2,
p. 379-387, 2002. Disponível em:
86
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2002000200019>.
Acesso em: 25 abr. 2017.
MOREIRA, Alice; TAMAYO, Álvaro. Escala do Significado do Dinheiro: Desenvolvimento
e Validação. Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 15, n. 2, p. 93-105, maio/ago. 1999.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
37721999000200002&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 25 abr. 2017.
MOREIRA, Bruno César de Melo. Três Ensaios sobre Finanças Comportamentais e
Neuroeconomia: Testando Efeitos Dotação, Efeito Overconfidence e Efeito Gratificação
Instantânea em Crianças. 174 f. Tese (Doutorado em Administração), Universidade Federal
de Santa Catarina, Florianópolis, 2012. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/99280/311615.pdf?sequence=1>.
Acesso em: 07 mar. 2017.
MOURA, Ana Grisanti de. Impacto de Diferentes Níveis de Materialismo na Atitude ao
Endividamento e no Nível de Dívida para Financiamento do Consumo das Famílias de
Baixa Renda no Município de São Paulo. 174 f. Dissertação (Mestrado em Administração
de Empresas) Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2005. Disponível em: <
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/2347>. Acesso em: 25 abr. 2017
NASCIMENTO, João Carlos Hipólito Bernardes do et al. Alfabetização Financeira: um
Estudo por meio da Aplicação da Teoria da Reposta Item. Revista Administração: ensino e
pesquisa.v.17, n. 1, p. 147-175, jan/fev/mar/abr 2016. Disponível em:
<https://raep.emnuvens.com.br/raep/article/view/341>. Acesso em: 24 abr. 2017.
OBSERVATÓRIO DO ENDIVIDAMENTO DOS CONSUMIDORES (OEC).
Endividamento e Sobreendividamento das Famílias: Conceitos e Estatísticas para a sua
Avaliação. Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, 2002. Disponível em:
<http://oec.ces.uc.pt/biblioteca/pdf/pdf_estudos_realizados/estudo_parte2%20cap_1.pdf. >.
Acesso em: 28 mar. 2017.
OLIVATO, Herica; SOUZA, Patricia Keli Botari de. Endividamento: um Estudo Preliminar
dos Fatores Contribuintes. In: I Encontro Cientifico e I simpósio de Educação
UNISALESIANO, 2007, Lins. Anais eletrônicos... Lins: UNISALECIANO, 2007.
Disponível em: <http://www.unisalesiano.edu.br/encontro2007/trabalhosaceitos.html>.
Acesso em: 13 jul. 2017.
OLIVEIRA, Ana Luíza Lopes de Matos. Atitudes para com o Endividamento entre
Estudantes Universitários: Papel da Literácia Financeira, da Influência Parental e das
Dificuldades Financeiras. 50f. Dissertação (Mestrado em Economia) Universidade de
Coimbra, Coimbra, 2016. Disponível em: <
https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/handle/10316/31836?mode=full>. Acesso em: 10 abr. 2017.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD).
Recommendation on Principles and Good Practices for Financial Education and
Awareness. 2005. Disponível em: < http://www.oecd.org/daf/fin/financial-
education/35108560.pdf>. Acesso em 24 abr. 2017.
87
PASSOS, Janduhy Camilo; PERREIRA, Vinicius Silva; MARTINS, Vidigal Fernandes.
Contextualizando a Pesquisa em Finanças Comportamentais: uma Análise das Principais
Publicações Nacionais e Internacionais que Abrange o Período de 1997 a 2010. Revista de
Auditoria Governança e Contabilidade, v.1, n.1, 2012. Disponível em:
<http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/ragc/article/view/279>. Acesso em: 11 abr.
2017.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do Trabalho
Cientifico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo: Feevale, 2013.
RESENDE, Emily Martins de; ALMEIDA, Idalina de; PERES, Paula Cristina Monção. O
Conhecimento da Educação Financeira e o Perfil dos Alunos de Administração de
Empresas da UFF/VR. 50 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Administração) Universidade Federal Fluminense, Volta Redonda, 2014. Disponível em:
<http://www.repositorio.uff.br/jspui/handle/1/2041 >. Acesso em: 25 abr. 2017.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: Métodos e técnicas. 3 ed. Atlas: São Paulo, 1999.
ROGERS, Pablo; FAVATO, Veronica; SECURATO, José Roberto. Efeito Educação
Financeira no Processo de Tomada de Decisão em Investimento a luz das Finanças
Comportamentais. In: Congresso ANPCONT, 2., 2008. Salvador. Anais...Salvador:
ANPCONT, 2008. Disponível em: <http://congressos.anpcont.org.br/congressos-
antigos/ii/images/mfc%20194%20-%20index3.php.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2017.
ROSA, Iriane Rodrigues da; MILANI, Bruno. Significado do Dinheiro: um Estudo sobre o
Comportamento de Estudantes de Nível Superior. Revista de Administração IMED, v. 4, n.
3, p. 369-380, ago./dez. 2014. Disponível em:
<https://seer.imed.edu.br/index.php/raimed/article/view/631/577>. Acesso em: 22 jul. 2017.
SANTOS, João Heitor de Avila et al. Significado do Dinheiro: a Visão do Futuro
Administrador. In: XI SEMEAD Empreendedorismo em Organizações, 2008, Cidade
Universitária, área temática, Cidade Universitaria: FEA/USP, 2008. Disponível em: <
http://sistema.semead.com.br/11semead/resultado/trabalhosPDF/505.pdf>. Aceso em: 22 jul.
2017.
SANTOS, Thiago dos. Materialismo, Consumo Excessivo e Propensão ao Endividamento
dos Jovens Universitários. 168 f. Dissertação (Mestrado em Administração), Universidade
do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2012. Disponível em:
<http://siaibib01.univali.br/pdf/Thiago%20dos%20Santos.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2017.
SAVOIA, José Roberto Ferreira; SAITO, André Taue; SANTANA, Flávia de Angelis.
Paradigmas da Educação Financeira. Revista de Administração Publica, v.41, n.6, p.1121-
1141, nov/dez 2007. Disponível em: <http://w.scielo.br/pdf/rap/v41n6/06.pdf>. Acesso em; 7
abr. 2017.
SCHWARTZ, Shalom H. Universals in the Content and Structure of Values: Theoretical
Advances and Empirical Tests in 20 Countries. Advances in Experimental Social
Psychology, v. 25, 1992. Disponível em:
88
<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0065260108602816>. Acesso em: 3 dez.
2017.
SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO (SPC BRASIL). Comportamento dos Jovens
Brasileiros Frente ao uso do Dinheiro e às Finanças Pessoais. 2016. Disponível em: <
https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas/pesquisa/2329>. Acesso em: 27 abr. 2017.
SILVA, Jalinson Jonas Gomes da. Finanças Pessoais: Identificação dos Fatores que
Influenciam no Endividamento de Jovens Universitários. 28 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Administração) Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande,
2014. Disponível em: <http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/3617>. Acesso
em: 10 abr. 2017.
SILVA, José Alderir da. O crescimento e a Desaceleração da Economia Brasileira (2003-
2014) na Perspectiva dos Regimes de Demanda Neokaleckianos. Revista da Sociedade
Brasileira de Economia Política, n. 44, p. 112-138 jun/set 2016. Disponível em:
http://revista.sep.org.br/index.php/SEP/article/view/209>. Acesso em: 4 abr. 2017.
SILVA, Juliane Tomaz de Lima; SOUZA, Dércia Antunes de; FAJAN, Fernanda Deolinda.
Análise do Endividamento e dos Fatores que Influenciam o Comportamento de Alunos
Universitários. In: XII Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2015. Disponível
em: <http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/13722130.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2017.
SILVA, Lorena Bandeira da. Sobre o Consumo e Consumismo: A Consumação do Vazio.
Revista Logos & Existência: Revista da Associação Brasileira de Logoterapia e Análise
Experimental, v. 2, n. 2, p 79-87, 2012. Disponível em:
<http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/le/article/download/13270/8068>. Acesso em: 4 abr.
2017.
SILVA, Pablo Rogers. Psicologia do Risco de Crédito: análise da contribuição de variáveis
psicológicas em modelos de credit scoring. 232 f. Tese (Doutorado em Administração),
Universidade de São Paulo, São Pulo, 2011. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-30092011-184818/pt-br.php>.
Acesso em: 27 abr. 2017.
SILVA, Sabrina Espinele; FERREIRA, Bruno Peréz. Relações entre o Índice da Básileia e o
Nível de Endividamento das Famílias Brasileiras. Revista Sociedade, Contabilidade e
Gestão, v, 11, n. 2, p. 7-28, maio/agos. 2016. Disponível em:
<http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/ufrj/article/view/2780/2294>. Acesso
em: 4 abr. 2017.
SISTEMA CFA/CRAS. Pesquisa Nacional sobre o Perfil, Formação, Atuação e
Oportunidades de Trabalho do Administrador e do Tecnólogo. Conselho Federal de
Administração, 2015. Disponível em:
<http://www.cfa.org.br/servicos/publicacoes/Pesquisaperfil2016_v3_web.pdf>. Acesso em:
24 abr. 2017.
SOARES, Priscila de Souza. Análise Comparativa da Gestão Financeira Pessoais dos
Universitários dos Cursos de Administração e de Engenharia na Cidade de Campina
Grande – Paraíba. 27 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração)
89
Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016. Disponível em:
<http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/11638> Acesso em: 25 abr. 2017.
SOUZA, Eliane Morreira de. et al. Perfil de Consumo e Endividamento de Universitários em
Administração. revista de Contabilidade, ciência da gestão e finanças, v.4, n.2, 2016.
Disponível em: < http://ojs.fsg.br/index.php/rccgf/article/view/2022/1923 . Acesso em: 03
dez. 2017
STÜRMER, Rodrigo Antonio. Alfabetização Financeira: um Estudo do Comportamento
Financeiro dos Alunos dos Cursos de administração, Ciências Contábeis e Ciências
Econômicas. 71 f. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2016. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/166670 >. Acesso em: 25 abr. 2017.
TANG, Thomas Li-Ping. The Meaning of Money Revisited: The Development of the Money
Ethic Scale. Personality and Individual Differences, v. 19, n. 3, 327-332, 1992. Disponível
em: <
https://www.researchgate.net/publication/229139532_The_Meaning_of_Money_Revisited>.
Acesso em: 29 ago. 2017.
TEIXEIRA, Eleonora França. Jovem Universitário e o Crédito. Revista Conversas e
Controvérsias, v.1, n.1, p.57-78, 2010. Disponível em:
<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/conversasecontroversias/article/download/6
871/5008>. Acesso em: 7 abr. 2017.
TRINDADE, Larissa de Lima. Determinantes da Propensão ao Endividamento: um Estudo
nas Mulheres da Mesorregião Centro Ocidental Rio-Grandense. 101 f. Dissertação (Programa
de Pós-Graduação em Administração) Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria
2009. Disponível em :
<http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFSM_9a836335d34a474939fd72192b2c8380>. Acesso
em 02 mar. 2017.
TVERSKY, Amos; KAHNEMAN, Daniel. Prospect Theory: an Analysis of Decision under
Risk. Magazine Econometrica, v. 47, n. 2, p. 263-291, mar 1979. Disponível em:
<https://www.princeton.edu/~kahneman/docs/Publications/prospect_theory.pdf>. Acesso em:
07 mar 2017.
VELUDO-DE-OLIVEIRA, Tania Modesto; IKEDA, Ana Akemi; SANTOS, Rubens da
Costa. Compra compulsiva e a influência do cartão de Crédito. Revista de Administração de
Empresas, v. 44, n. 3, jun-set 2004. Disponível em:< http://rae.fgv.br/rae/vol44-num3-
2004/compra-compulsiva-influencia-cartao-credito>. Acesso em: 3 dez. 2017.
VERDINELLI, Miguel Angel; LIZOTE, Suzete Antonieta. Relações entre Finanças Pessoais
e as Características dos Estudantes Universitários dos Cursos de Ciências Contábeis. In:5°
Congresso UFSC de Controladoria e Finanças & Iniciação Cientifica em Contabilidade.
Florianópolis, Anais..., Universidade Federal de Santa Catarina, 2014. Disponível em: <
http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/arquivos_artigos/artigos/1014/20140411013358.pdf>. Acesso
em: 24 abr. 2017.
90
VIEIRA, Kelmara Mendes et al. Os ignificados do dinheiro: as diferentes faces da mesma
moeda. In: XXVIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2008. Disponível em: <
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_STP_071_506_11871.pdf>. Acesso
em: 3 dez. 2017.
VIEIRA, Kelmara Mendes et al. Significado do Dinheiro e Propensão ao Endividamento
entre Alunos Universitários. Revista da Faculdade de Administração e Economia, v.5, n. 2,
p.76-103, 2014. Disponível em: < https://www.metodista.br/revistas/revistas-
metodista/index.php/ReFAE/article/view/4202>. Acesso em: 25 abr. 2017.
VILAIN, Juliana Safanelli; PEREIRA, Maurício Fernandes. O Impacto do Status no
Planejamento Financeiro Pessoal: Estudo de Caso com os Advogados de Florianópolis, Santa
Catarina. Revista Gestão e Planejamento, v.14, n.3, p.470-488, 2013. Disponível em: <
http://www.revistas.unifacs.br/index.php/rgb/article/view/2580/2156>. Acesso em: 7 abr.
2017.
ZERRENNER, Sabrina Arruda. Estudo sobre as Razões para Endividamento da
População de Baixa Renda. 57 f. Dissertação (Mestrado em Administração), Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade, São Paulo, 2007. Disponível em: <
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-13112007-120236/pt-br.php>. Acesso
em: 4 abr. 2017.
WERNIMONT, Paul F. FITZPATRICK, Susan. The Meaning of Money. Journal of Applied
Psychology, v.56, n. 3, 218-226, 1972. Disponível em: < http://psycnet.apa.org/record/1973-
01466-001>. Acesso em: 29 ago. 2017.
YAMAUCHI, Kent T.; TEMPLER, Donald J. The Development of a Money Attitude Scale.
Journal of Personality Assessment, v. 46, n. 6, 522-528, 1982. Disponível em: <
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16367635> . Acesso em: 29 ago. 2017.
91
APÊNDICES
APÊNDICE A – Coeficientes dos clusters para os acadêmicos dos primeiros anos Aglomeração
Etapa Cluster Combinado
Coeficientes Etapa Cluster primeiro aparece
Próximo estágio Cluster 1 Cluster 2 Cluster 1 Cluster 2
1 32 170 ,080 0 0 62 2 237 277 ,145 0 0 33 3 112 246 ,322 0 0 24 4 228 231 ,400 0 0 59 5 63 97 ,432 0 0 140 6 304 308 ,437 0 0 26 7 14 36 ,446 0 0 42 8 148 196 ,474 0 0 10 9 143 248 ,714 0 0 60
10 148 226 ,804 8 0 33 11 233 260 ,895 0 0 23 12 140 322 1,029 0 0 29 13 104 269 1,083 0 0 51 14 17 30 1,096 0 0 95
15 73 75 1,146 0 0 64 16 212 219 1,187 0 0 36 17 134 200 1,271 0 0 50
18 106 249 1,281 0 0 28 19 135 211 1,363 0 0 73 20 165 187 1,541 0 0 61 21 88 252 1,572 0 0 68 22 90 309 1,626 0 0 40 23 233 296 1,706 11 0 67 24 112 215 1,791 3 0 83
25 186 287 1,852 0 0 32 26 247 304 1,990 0 6 28 27 128 130 2,044 0 0 32 28 106 247 2,064 18 26 66 29 140 182 2,153 12 0 34 30 280 337 2,249 0 0 120 31 4 76 2,370 0 0 105 32 128 186 2,449 27 25 94 33 148 237 2,449 10 2 60 34 140 185 2,553 29 0 49 35 199 328 2,761 0 0 59 36 181 212 2,787 0 16 52 37 82 86 2,830 0 0 107 38 6 8 2,875 0 0 106 39 267 301 2,890 0 0 81 40 90 139 2,948 22 0 96 41 15 18 2,978 0 0 64 42 12 14 2,988 0 7 58 43 137 318 3,057 0 0 83 44 66 79 3,092 0 0 111 45 302 329 3,213 0 0 79 46 261 336 3,219 0 0 98 47 172 332 3,236 0 0 124 48 174 227 3,329 0 0 155 49 136 140 3,405 0 34 84 50 134 243 3,514 17 0 102 51 104 217 3,529 13 0 75 52 141 181 3,572 0 36 69 53 258 314 3,597 0 0 63 54 151 235 3,615 0 0 93
92
55 316 335 3,641 0 0 94 56 225 276 3,684 0 0 123 57 138 272 3,711 0 0 101 58 10 12 3,734 0 42 88 59 199 228 3,747 35 4 74 60 143 148 3,840 9 33 80
61 165 313 3,895 20 0 102 62 32 147 3,913 1 0 66 63 120 258 4,117 0 53 127 64 15 73 4,234 41 15 88 65 85 189 4,332 0 0 165 66 32 106 4,356 62 28 86 67 233 341 4,396 23 0 80 68 88 114 4,405 21 0 133 69 141 262 4,420 52 0 84 70 117 119 4,488 0 0 120
71 13 20 4,608 0 0 126 72 7 11 4,643 0 0 126 73 135 253 4,652 19 0 101
74 199 307 4,724 59 0 114 75 104 210 4,767 51 0 142 76 270 286 4,915 0 0 135 77 209 326 5,097 0 0 100 78 177 297 5,150 0 0 153 79 300 302 5,294 0 45 117 80 143 233 5,300 60 67 90
81 144 267 5,612 0 39 164 82 26 39 5,620 0 0 139 83 112 137 5,634 24 43 109 84 136 141 5,672 49 69 105 85 255 319 5,716 0 0 119 86 32 274 5,749 66 0 96 87 47 78 5,877 0 0 130 88 10 15 5,992 58 64 122 89 188 195 6,044 0 0 128 90 131 143 6,080 0 80 125 91 123 206 6,097 0 0 155 92 98 265 6,206 0 0 176 93 28 151 6,422 0 54 118 94 128 316 6,431 32 55 137 95 17 96 6,493 14 0 111 96 32 90 6,515 86 40 98 97 238 283 6,528 0 0 245 98 32 261 6,546 96 46 123 99 266 320 6,580 0 0 145
100 115 209 6,869 0 77 150 101 135 138 6,962 73 57 114 102 134 165 7,200 50 61 127 103 55 101 7,211 0 0 158 104 127 222 7,283 0 0 183 105 4 136 7,404 31 84 137
106 6 71 7,427 38 0 136 107 82 99 7,475 37 0 124 108 178 340 7,485 0 0 161 109 112 239 7,544 83 0 138 110 64 69 7,686 0 0 159 111 17 66 7,695 95 44 122 112 124 175 7,813 0 0 169
113 59 263 8,099 0 0 136 114 135 199 8,125 101 74 125 115 95 264 8,159 0 0 170 116 205 306 8,262 0 0 219 117 169 300 8,462 0 79 156
93
118 28 149 8,658 93 0 159 119 113 255 8,676 0 85 163 120 117 280 8,779 70 30 181 121 44 74 8,907 0 0 203 122 10 17 8,910 88 111 139 123 32 225 8,916 98 56 138 124 82 172 8,974 107 47 163
125 131 135 8,990 90 114 148
126 7 13 9,251 72 71 154
127 120 134 9,282 63 102 164
128 188 311 9,348 89 0 168
129 9 91 9,385 0 0 179
130 24 47 9,479 0 87 150
131 83 89 9,583 0 0 133
132 19 22 9,882 0 0 179
133 83 88 9,971 131 68 142
134 153 207 9,991 0 0 157
135 270 284 10,157 76 0 220
136 6 59 10,241 106 113 166
137 4 128 10,283 105 94 162
138 32 112 10,572 123 109 148
139 10 26 10,700 122 82 162
140 57 63 10,705 0 5 217
141 162 216 10,753 0 0 169
142 83 104 10,788 133 75 172
143 254 339 10,807 0 0 208
144 70 273 10,818 0 0 199
145 72 266 11,035 0 99 191
146 146 317 11,407 0 0 196
147 203 275 11,428 0 0 202
148 32 131 11,805 138 125 171
149 176 305 11,817 0 0 184
150 24 115 12,012 130 100 175
151 111 132 12,451 0 0 206
152 45 294 12,630 0 0 237
153 68 177 12,683 0 78 186
154 7 16 12,688 126 0 172
155 123 174 12,706 91 48 198
156 161 169 12,881 0 117 180
157 153 192 12,945 134 0 191
158 41 55 13,007 0 103 176
159 28 64 13,157 118 110 166
160 60 290 13,311 0 0 207
161 102 178 13,311 0 108 234
162 4 10 13,324 137 139 171
163 82 113 13,358 124 119 180
164 120 144 13,403 127 81 185
165 85 285 14,011 65 0 188
166 6 28 14,035 136 159 197
167 38 80 14,079 0 0 216
168 188 321 14,738 128 0 183
169 124 162 14,822 112 141 226
170 61 95 14,906 0 115 208
171 4 32 15,086 162 148 185
172 7 83 15,213 154 142 193
173 129 220 15,455 0 0 218
174 87 103 15,494 0 0 182
175 24 159 15,561 150 0 200
94
176 41 98 15,613 158 92 195
177 108 278 15,774 0 0 215
178 109 142 15,777 0 0 217
179 9 19 15,853 129 132 211
180 82 161 16,088 163 156 203
181 117 201 16,129 120 0 200
182 52 87 16,440 0 174 199
183 127 188 16,568 104 168 198
184 176 279 16,581 149 0 188
185 4 120 16,756 171 164 193
186 68 288 17,008 153 0 190
187 23 325 17,008 0 0 202
188 85 176 17,155 165 184 230
189 145 315 17,414 0 0 224
190 68 93 17,561 186 0 221
191 72 153 17,600 145 157 235
192 126 281 17,735 0 0 242
193 4 7 17,858 185 172 197
194 166 229 17,922 0 0 214
195 5 41 18,459 0 176 246
196 146 183 18,557 146 0 222
197 4 6 18,641 193 166 205
198 123 127 18,763 155 183 223
199 52 70 19,064 182 144 211
200 24 117 19,088 175 181 210
201 236 242 19,318 0 0 213
202 23 203 19,574 187 147 238
203 44 82 19,840 121 180 205
204 25 204 19,944 0 0 231
205 4 44 20,425 197 203 210
206 29 111 20,610 0 151 216
207 34 60 21,002 0 160 248
208 61 254 21,261 170 143 213
209 214 333 21,544 0 0 230
210 4 24 21,677 205 200 220
211 9 52 22,098 179 199 229
212 164 171 22,156 0 0 249
213 61 236 23,616 208 201 265
214 166 338 24,009 194 0 252
215 108 198 24,204 177 0 260
216 29 38 24,395 206 167 253
217 57 109 25,319 140 178 232
218 129 213 25,355 173 0 262
219 202 205 25,645 0 116 238
220 4 270 25,706 210 135 227
221 68 327 26,265 190 0 227
222 146 293 26,855 196 0 241
223 123 160 27,127 198 0 228
224 145 289 27,256 189 0 269
225 53 77 27,807 0 0 258
226 124 194 28,238 169 0 257
227 4 68 28,385 220 221 229
228 123 230 29,138 223 0 233
229 4 9 29,907 227 211 233
230 85 214 30,182 188 209 251
231 25 56 31,326 204 0 293
232 57 193 32,015 217 0 258
95
233 4 123 32,043 229 228 246
234 102 167 32,071 161 0 261
235 72 221 32,125 191 0 254
236 67 94 32,172 0 0 268
237 45 245 32,871 152 0 262
238 23 202 33,017 202 219 270
239 190 223 33,057 0 0 267
240 43 291 33,931 0 0 277
241 107 146 34,220 0 222 264
242 46 126 34,339 0 192 297
243 49 125 34,459 0 0 304
244 3 81 34,632 0 0 339
245 155 238 34,853 0 97 269
246 4 5 34,893 233 195 252
247 121 323 35,408 0 0 257
248 34 154 35,983 207 0 275
249 116 164 36,304 0 212 266
250 84 105 37,548 0 0 328
251 85 218 37,763 230 0 275
252 4 166 38,458 246 214 253
253 4 29 38,689 252 216 260
254 72 157 38,935 235 0 259
255 21 240 39,163 0 0 279
256 152 208 39,259 0 0 276
257 121 124 39,676 247 226 278
258 53 57 39,815 225 232 280
259 72 331 40,291 254 0 303
260 4 108 41,513 253 215 270
261 102 250 42,071 234 0 286
262 45 129 42,764 237 218 284
263 92 100 42,970 0 0 321
264 107 168 44,404 241 0 282
265 61 234 44,791 213 0 281
266 116 299 44,816 249 0 290
267 190 256 45,353 239 0 281
268 67 197 45,610 236 0 282
269 145 155 46,443 224 245 290
270 4 23 47,161 260 238 280
271 158 251 47,907 0 0 296
272 37 122 48,210 0 0 278
273 50 110 48,432 0 0 285
274 156 180 48,581 0 0 289
275 34 85 48,959 248 251 283
276 152 191 49,561 256 0 287
277 43 62 49,870 240 0 301
278 37 121 50,877 272 257 288
279 21 31 51,129 255 0 287
280 4 53 52,136 270 258 283
281 61 190 52,477 265 267 285
282 67 107 52,777 268 264 292
283 4 34 52,889 280 275 288
284 2 45 53,285 0 262 286
285 50 61 56,266 273 281 297
286 2 102 58,020 284 261 291
287 21 152 58,858 279 276 300
288 4 37 58,917 283 278 291
289 156 244 60,971 274 0 315
96
290 116 145 61,212 266 269 306
291 2 4 62,377 286 288 293
292 58 67 64,068 0 282 298
293 2 25 64,277 291 231 295
294 1 179 68,021 0 0 310
295 2 40 68,439 293 0 298
296 158 224 68,749 271 0 317
297 46 50 70,308 242 285 304
298 2 58 71,635 295 292 300
299 310 334 73,653 0 0 325
300 2 21 73,686 298 287 303
301 43 298 74,636 277 0 309
302 118 295 74,852 0 0 320
303 2 72 75,350 300 259 306
304 46 49 75,797 297 243 308
305 133 184 80,045 0 0 321
306 2 116 81,822 303 290 311
307 150 282 83,059 0 0 313
308 46 259 86,170 304 0 310
309 43 54 86,256 301 0 314
310 1 46 88,985 294 308 318
311 2 312 89,661 306 0 315
312 241 271 90,434 0 0 323
313 51 150 92,558 0 307 324
314 43 257 94,804 309 0 322
315 2 156 98,911 311 289 317
316 35 173 101,041 0 0 330
317 2 158 101,837 315 296 318
318 1 2 102,826 310 317 319
319 1 163 107,807 318 0 322
320 118 232 109,008 302 0 323
321 92 133 112,226 263 305 333
322 1 43 115,332 319 314 324
323 118 241 119,043 320 312 326
324 1 51 121,420 322 313 326
325 65 310 124,669 0 299 336
326 1 118 125,638 324 323 327
327 1 330 132,993 326 0 329
328 48 84 136,895 0 250 332
329 1 292 144,153 327 0 331
330 35 303 158,551 316 0 338
331 1 324 159,297 329 0 332
332 1 48 171,589 331 328 333
333 1 92 173,719 332 321 334
334 1 33 175,737 333 0 335
335 1 42 191,825 334 0 336
336 1 65 207,070 335 325 337
337 1 268 213,053 336 0 338
338 1 35 217,175 337 330 339
339 1 3 232,819 338 244 340
340 1 27 291,189 339 0 0
APÊNDICE B – Coeficientes dos clusters para os acadêmicos dos quartos anos Aglomeração
Cluster Combinado Coeficientes
Etapa Cluster primeiro aparece Próximo estágio
Etapa Cluster 1 Cluster 2 Cluster 1 Cluster 2
1 155 170 1,718 0 0 11
97
2 75 113 2,088 0 0 7 3 115 140 2,342 0 0 30 4 32 60 2,672 0 0 7 5 211 212 2,862 0 0 70 6 24 217 2,959 0 0 20 7 32 75 3,039 4 2 16 8 136 176 3,325 0 0 18 9 114 184 3,469 0 0 31 10 28 180 3,607 0 0 15 11 84 155 3,912 0 1 48 12 123 125 4,128 0 0 53
13 55 93 4,157 0 0 19 14 15 216 4,399 0 0 39 15 28 63 4,422 10 0 25 16 32 46 4,808 7 0 41 17 92 202 4,902 0 0 29 18 118 136 5,000 0 8 46 19 55 73 5,006 13 0 40 20 24 87 5,116 6 0 32 21 47 62 5,223 0 0 52 22 19 161 5,353 0 0 57 23 48 128 5,414 0 0 44 24 67 165 5,504 0 0 66 25 28 112 5,585 15 0 48 26 61 147 5,588 0 0 59 27 36 144 5,767 0 0 44 28 34 70 5,813 0 0 45 29 92 150 5,905 17 0 64 30 115 139 6,021 3 0 58 31 108 114 6,022 0 9 38 32 24 35 6,406 20 0 51 33 66 194 6,617 0 0 50 34 96 148 6,622 0 0 78 35 76 91 6,759 0 0 76 36 43 44 6,835 0 0 99
37 104 106 6,897 0 0 72 38 69 108 6,999 0 31 81 39 15 167 7,053 14 0 64 40 55 121 7,093 19 0 52 41 32 54 7,199 16 0 51 42 129 145 7,343 0 0 78 43 151 157 7,431 0 0 54 44 36 48 7,534 27 23 58 45 34 188 7,608 28 0 65 46 56 118 7,618 0 18 74 47 53 186 7,801 0 0 75 48 28 84 7,817 25 11 63 49 9 214 7,915 0 0 103 50 66 189 8,228 33 0 69 51 24 32 8,285 32 41 59 52 47 55 8,401 21 40 65 53 88 123 8,441 0 12 63 54 151 153 8,645 43 0 74 55 127 177 8,645 0 0 130 56 183 207 8,690 0 0 85 57 12 19 9,236 0 22 86 58 36 115 9,294 44 30 80 59 24 61 9,459 51 26 73 60 30 178 9,644 0 0 83 61 4 59 9,914 0 0 95 62 187 205 10,004 0 0 79 63 28 88 10,095 48 53 69 64 15 92 10,263 39 29 73
98
65 34 47 10,318 45 52 86 66 67 105 11,015 24 0 68 67 17 204 11,141 0 0 133 68 3 67 11,336 0 66 100 69 28 66 11,469 63 50 80 70 206 211 11,529 0 5 88 71 38 143 11,586 0 0 141 72 104 130 11,591 37 0 98 73 15 24 11,721 64 59 91 74 56 151 11,878 46 54 89 75 53 169 12,015 47 0 117 76 76 83 12,381 35 0 97 77 37 103 12,554 0 0 151 78 96 129 12,664 34 42 96 79 187 209 12,865 62 0 125 80 28 36 13,000 69 58 81 81 28 69 13,152 80 38 89 82 109 173 13,320 0 0 143 83 16 30 13,326 0 60 106 84 86 185 13,525 0 0 110 85 119 183 13,644 0 56 91 86 12 34 14,315 57 65 97 87 14 181 14,416 0 0 104 88 198 206 15,254 0 70 106 89 28 56 15,300 81 74 96 90 89 100 15,485 0 0 142 91 15 119 15,871 73 85 101 92 41 152 15,989 0 0 103 93 33 192 16,569 0 0 118 94 22 141 16,960 0 0 129 95 4 58 17,236 61 0 144 96 28 96 17,267 89 78 101 97 12 76 17,376 86 76 102 98 20 104 17,775 0 72 118 99 23 43 17,800 0 36 129 100 3 138 17,818 68 0 121 101 15 28 18,962 91 96 102 102 12 15 19,544 97 101 111 103 9 41 20,380 49 92 132 104 14 18 20,429 87 0 108 105 149 201 20,474 0 0 107 106 16 198 20,877 83 88 115 107 98 149 21,266 0 105 137
108 14 26 21,273 104 0 122 109 196 200 21,710 0 0 116 110 79 86 21,813 0 84 149 111 12 40 23,055 102 0 117 112 5 78 23,915 0 0 164 113 74 171 24,177 0 0 136 114 117 172 24,212 0 0 182 115 6 16 24,248 0 106 147 116 45 196 24,376 0 109 131 117 12 53 24,444 111 75 121 118 20 33 24,502 98 93 126 119 174 182 25,043 0 0 130 120 51 116 25,323 0 0 150 121 3 12 25,934 100 117 126 122 14 135 26,585 108 0 141 123 81 95 26,927 0 0 140 124 126 208 27,802 0 0 148 125 52 187 28,266 0 79 144
126 3 20 28,270 121 118 127
127 3 25 28,551 126 0 137
99
128 29 90 30,147 0 0 158
129 22 23 30,540 94 99 170
130 127 174 30,636 55 119 134
131 45 179 30,870 116 0 136
132 9 210 31,005 103 0 162
133 17 164 31,697 67 0 156
134 127 146 32,335 130 0 138
135 39 94 32,908 0 0 189
136 45 74 32,916 131 113 140
137 3 98 33,052 127 107 162
138 127 163 33,557 134 0 164
139 122 159 33,897 0 0 169
140 45 81 34,513 136 123 161
141 14 38 34,964 122 71 147
142 72 89 35,304 0 90 167
143 109 213 35,486 82 0 203
144 4 52 35,738 95 125 149
145 2 50 36,065 0 0 194
146 68 160 37,511 0 0 160
147 6 14 38,491 115 141 163
148 13 126 38,754 0 124 180
149 4 79 39,779 144 110 179
150 51 120 40,205 120 0 199
151 37 162 40,683 77 0 165
152 65 80 41,337 0 0 186
153 101 131 42,345 0 0 209
154 99 154 42,390 0 0 168
155 124 168 42,614 0 0 180
156 17 77 42,767 133 0 158
157 64 102 42,887 0 0 191
158 17 29 44,327 156 128 165
159 82 195 44,355 0 0 197
160 57 68 44,358 0 146 181
161 31 45 44,642 0 140 170
162 3 9 44,958 137 132 163
163 3 6 45,898 162 147 171
164 5 127 45,920 112 138 171
165 17 37 46,078 158 151 175
166 71 142 46,093 0 0 185
167 72 203 46,126 142 0 183
168 99 197 46,674 154 0 175
169 110 122 46,754 0 139 178
170 22 31 47,680 129 161 177
171 3 5 49,767 163 164 176
172 1 8 49,947 0 0 174
173 27 49 50,733 0 0 189
174 1 132 51,105 172 0 193
175 17 99 53,139 165 168 179
176 3 107 53,371 171 0 177
177 3 22 53,464 176 170 183
178 110 193 55,088 169 0 184
179 4 17 55,104 149 175 190
180 13 124 56,354 148 155 188
181 57 85 56,923 160 0 201
182 111 117 57,452 0 114 198
183 3 72 59,608 177 167 184
184 3 110 62,653 183 178 187
185 71 137 62,877 166 0 205
186 65 215 64,117 152 0 195
187 3 175 64,559 184 0 188
188 3 13 65,181 187 180 190
189 27 39 65,866 173 135 193
190 3 4 68,831 188 179 194
100
191 11 64 69,446 0 157 200
192 158 191 70,711 0 0 208
193 1 27 71,139 174 189 207
194 2 3 72,322 145 190 195
195 2 65 76,867 194 186 198
196 156 199 77,197 0 0 211
197 82 190 78,823 159 0 204
198 2 111 79,635 195 182 199
199 2 51 82,056 198 150 202
200 10 11 84,506 0 191 202
201 57 166 87,280 181 0 206
202 2 10 95,457 199 200 203
203 2 109 97,828 202 143 204
204 2 82 97,968 203 197 205
205 2 71 103,806 204 185 206
206 2 57 104,949 205 201 207
207 1 2 106,350 193 206 209
208 7 158 109,354 0 192 213
209 1 101 112,034 207 153 210
210 1 21 118,860 209 0 211
211 1 156 126,032 210 196 212
212 1 42 127,714 211 0 213
213 1 7 137,517 212 208 214
214 1 97 168,955 213 0 216
215 133 134 181,744 0 0 216
216 1 133 238,765 214 215 0
APÊNDICE C – Carga fatorial da ESD para os acadêmicos dos primeiros anos Rotação do Componente da Matrix
Componente
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
VAR69 0,715
VAR59 0,710
VAR53 0,682
VAR60 0,680
VAR68 0,671
VAR49 0,653
VAR20 0,634
VAR34 0,595
VAR32 0,543
VAR38 0,407
VAR51 0,738
VAR76 0,735
VAR30 0,648
VAR63 0,644
VAR43 0,518
VAR42 0,830
VAR62 0,785
VAR52 0,636
VAR47 0,474
VAR56 0,825
VAR75 0,690
VAR37 0,674
VAR74 0,666
VAR35 0,651
VAR73 0,634
VAR80 0,605
VAR45 0,701
VAR57 0,665
101
VAR26 0,768
VAR55 0,655
VAR06 0,800
VAR17 0,797
VAR21 0,851
APÊNDICE D – Carga fatorial da Atitude ao Endividamento para os acadêmicos dos
primeiros anos Rotação do Componente da Matrix
Componente
1 2
VAR87 0,887
VAR89 0,885
VAR83 0,807
VAR91 0,653
APÊNDICE E – Carga fatorial da ESD para os acadêmicos dos quartos anos
Rotação do Componente da Matrix
Componente
1 2 3 4 5 6 7
VAR23 0,695
VAR25 0,664
VAR39 0,763
VAR45 0,702
VAR48 0,645
VAR58 0,502
VAR05 0,711
VAR20 0,631
VAR22 0,601
VAR49 0,733
VAR14 0,647
VAR35 0,561
VAR52 0,596
VAR65 0,701
VAR82 0,528
VAR72 0,794
VAR81 0,641
VAR44 0,844
VAR75 0,845
VAR40 0,718
VAR80 0,785
VAR55 0,831
VAR04 0,459
APÊNDICE F – Carga fatorial da Atitude ao Endividamento para os acadêmicos dos quartos
anos Rotação do Componente da Matrix
Componente
1 2
VAR89 0,895
VAR87 0,894
VAR83 0,827
VAR91 0,827
102
ANEXOS
ANEXO A – Instrumento de coleta de dados
DADOS PESSOAIS:
1. Idade_____________
2. Sexo ( )feminino ( )masculino
3. Estado civil ( )solteiro ( )casado ( )separado/divorciado ( )viúvo
4. Possui filhos ( )não ( )sim. Quantos?______
5. Possui dependentes ( )não ( )sim. Quantos?___________
6. Sua moradia é ( )própria ( )alugada ( )financiada ( )outra. Qual?________
7. Qual a sua ocupação:________________________________________ ( )não trabalha
8. Renda bruta mensal da família: ________________________salários mínimos
9. Sua renda bruta mensal: ______________________________salários mínimos
10. Recebe ajuda financeira: ( )não ( )dos pais ( )dos filhos ( )parentes e/ou amigos ( )do governo
( )outros. Qual?_________
11. Você possui dívidas/financiamentos ( )não ( )sim. Se sim, responda as questões 11 a 13.
12. Quais os tipos:
( )cheque especial ( )cartão de crédito ( )empréstimo rural
( )empréstimo pessoal ( )financiamento de bem móvel ( )financiamento de bem imóvel
( )outra. Qual?______________________________
13. Estas dívidas estão em atraso? ( )sim ( )não
14. A principal razão para as dívidas você diria que foi?
( ) falta de planejamento ( )desemprego ou queda da renda ( )alta propensão ao consumo
( )alta taxa de juro ( )empréstimo no nome ( )problema de saúde
( )má gestão orçamentaria ( )acesso ao crédito ( )baixa taxa de juro
( )ausência de desconto a vista ( )outra. Qual?______________________________________________
15. Com relação aos seus gastos você diria: ( )gasto mais do ganho ( )gasto menos do que ganho (
)gasto igual ao que ganho
16. Com que frequência você consegue poupar: ( )sempre ( )frequentemente ( )raramente ( )algumas
vezes ( )nunca
17. Como você gasta a sua renda?
Gastos Exemplos Percentual
Com a casa Moveis, decoração, alimentação
Com os filhos Escola, roupas.
Com o marido/esposa Roupa, presente.
Com os outros Presente, ajuda financeira
Consigo Remédios, lazer, roupas
Total 100%
103
Enumere as frases abaixo conforme o grau de importância de 0 a 10, onde 0 significa não concordo e 10
significa concordo muito. MARQUE APENAS UM NÚMERO PARA CADA FRASE E NÃO DEIXE
NENHUMA FRASE SEM RESPOSTA.
As questões de 1 a 82 são referentes à sua percepção sobre o significado do dinheiro
1 Dinheiro facilita a vida sexual das pessoas
2 Quem tem dinheiro é valorizado socialmente
3 Pensar em dinheiro me deixa deprimido
4 Dinheiro lembra contrastes sociais
5 Quem é rico pode impor sua opinião
6 Dinheiro é uma coisa complicada para mim
7 Dinheiro significa poder viajar
8 Dinheiro é sinônimo de dor de cabeça
9 Quem tem dinheiro deve empregá-lo no desenvolvimento do país
10 Crianças ricas são ensinadas a evitar contato com crianças pobres
11 Dinheiro provoca angústia
12 Dinheiro é sinônimo de dominação
13 O dinheiro facilita a convivência familiar
14 Dinheiro traz esperança no futuro
15 Ter dinheiro é ter poder
16 Quero deixar minha família amparada financeiramente quando eu morrer
17 O dinheiro provoca jogos de interesse
18 Ficarei realizado quando atingir a situação que determinei para mim
19 O dinheiro ajuda a evolução da humanidade
20 Quem tem dinheiro é o primeiro a ser atendido em qualquer lugar
21 Tenho medo de gastar mais do que posso
22 Dinheiro traz reconhecimento social
23 Dinheiro gera desarmonia nas famílias
24 O dinheiro torna as relações amorosas mais agradáveis
25 Dinheiro gera ingratidão
26 Sou desapegado das coisas materiais
27 Pessoas negras e pobres são vistas como perigosas
28 Quem tem dinheiro pode cometer crimes impunemente
29 Ajudar quem precisa é melhor que guardar dinheiro
30 Dinheiro provoca casamentos por interesse
31 Gosto de ajudar amigos em dificuldades financeiras
32 Quem tem dinheiro passa por cima das normas estabelecidas
33 Quando compro coisas novas esqueço meus problemas
34 Crianças ricas são educadas para mandar
35 Acho importante ter seguro de vida
36 Dinheiro causa assassinatos
37 Eu investiria dinheiro em inovações tecnológicas
38 Dinheiro significa status social
39 Dinheiro provoca frustrações
40 Quem tem fé sabe que precisa fazer caridade
41 Pessoas pobres são impedidas de ir a lugares frequentados por gente rica
42 Dinheiro atrai felicidade
43 Dinheiro atrai inveja
44 Eu investiria dinheiro em eventos culturais
45 Dinheiro provoca neuroses
46 Dinheiro gera progresso
47 Dinheiro ajuda a ter harmonia familiar
48 Dinheiro provoca ilusões
49 Quem tem dinheiro tem autoridade sobre os outros
50 É dever de todas as pessoas dividirem o que têm
104
51 Dinheiro provoca traições
52 O dinheiro ajuda as pessoas a gostarem mais de si mesmas
53 Quem tem dinheiro se livra de entrar em filas
54 Dinheiro significa prazer
55 As pessoas deveriam dar menos importância a bens materiais
56 Com dinheiro eu investiria em pesquisas científicas
57 Dinheiro provoca descontrole emocional
58 O dinheiro torna as pessoas oportunistas
59 Quem tem dinheiro é o centro das atenções
60 As pessoas submetem-se a quem tem dinheiro
61 Tenho pesadelos por causa de dinheiro
62 Dinheiro ajuda a ser feliz
63 Dinheiro provoca desavenças com parentes
64 Dinheiro possibilita ascensão social
65 O dinheiro representa a busca de felicidade
66 Eu uso o meu dinheiro para ficar contente
67 Dinheiro garante prosperidade para a sociedade
68 Quem é rico impõe sua personalidade
69 A classe pobre é excluída dos direitos sociais
70 O dinheiro facilita a vida da humanidade
71 É preciso ter dinheiro para ter prestígio
72 Dinheiro atrai falsos amigos
73 Acho importante fazer convênios de saúde
74 Recompensas espirituais são mais importantes que dinheiro
75 Com dinheiro eu patrocinaria o desenvolvimento das artes
76 Dinheiro gera desconfiança entre pessoas
77 Os pais devem ensinar os filhos a serem generosos
78 Dinheiro lembra dívidas
79 O dinheiro constrói um mundo melhor
80 Basta crer em Deus para ter as necessidades atendidas
81 As pessoas tentam agradar quem tem dinheiro
82 Dinheiro resolve problemas sociais
As questões 83 a 91 diz respeito a sua percepção sobre o endividamento
83 Não é certo gastar mais do que ganho
84 Eu sei exatamente quanto devo gastar em lojas, cartão de crédito ou banco
85 Acho normal as pessoas ficarem endividadas para pagar suas coisas
86 É melhor primeiro juntar dinheiro e só depois gastar
87 Prefiro comprar parcelado do que esperar para ter dinheiro para comprar a vista
88 É importante saber controlar os gastos da minha casa
89 Prefiro pagar parcelado mesmo que no total seja mais caro
90 As pessoas ficariam desapontadas comigo se soubesse que tenho dívidas
91 Não tem problema ter dívida se eu sei que posso pagar
ANEXO B – Denominações das variáveis do significado do dinheiro e da atitude ao
endividamento
Variáveis Denominações
1 Dinheiro facilita a vida sexual das pessoas VAR01
2 Quem tem dinheiro é valorizado socialmente VAR02
3 Pensar em dinheiro me deixa deprimido VAR03
4 Dinheiro lembra contrastes sociais VAR04
105
5 Quem é rico pode impor sua opinião VAR05
6 Dinheiro é uma coisa complicada para mim VAR06
7 Dinheiro significa poder viajar VAR07
8 Dinheiro é sinônimo de dor de cabeça VAR08
9 Quem tem dinheiro deve empregá-lo no desenvolvimento do país VAR09
10 Crianças ricas são ensinadas a evitar contato com crianças pobres VAR10
11 Dinheiro provoca angústia VAR11
12 Dinheiro é sinônimo de dominação VAR12
13 O dinheiro facilita a convivência familiar VAR13
14 Dinheiro traz esperança no futuro VAR14
15 Ter dinheiro é ter poder VAR15
16 Quero deixar minha família amparada financeiramente quando eu morrer VAR16
17 O dinheiro provoca jogos de interesse VAR17
18 Ficarei realizado quando atingir a situação que determinei para mim VAR18
19 O dinheiro ajuda a evolução da humanidade VAR19
20 Quem tem dinheiro é o primeiro a ser atendido em qualquer lugar VAR20
21 Tenho medo de gastar mais do que posso VAR21
22 Dinheiro traz reconhecimento social VAR22
23 Dinheiro gera desarmonia nas famílias VAR23
24 O dinheiro torna as relações amorosas mais agradáveis VAR24
25 Dinheiro gera ingratidão VAR25
26 Sou desapegado das coisas materiais VAR26
27 Pessoas negras e pobres são vistas como perigosas VAR27
28 Quem tem dinheiro pode cometer crimes impunemente VAR28
29 Ajudar quem precisa é melhor que guardar dinheiro VAR29
30 Dinheiro provoca casamentos por interesse VAR30
31 Gosto de ajudar amigos em dificuldades financeiras VAR31
32 Quem tem dinheiro passa por cima das normas estabelecidas VAR32
33 Quando compro coisas novas esqueço meus problemas VAR33
34 Crianças ricas são educadas para mandar VAR34
35 Acho importante ter seguro de vida VAR35
36 Dinheiro causa assassinatos VAR36
37 Eu investiria dinheiro em inovações tecnológicas VAR37
38 Dinheiro significa status social VAR38
39 Dinheiro provoca frustrações VAR39
40 Quem tem fé sabe que precisa fazer caridade VAR40
41 Pessoas pobres são impedidas de ir a lugares frequentados por gente rica VAR41
42 Dinheiro atrai felicidade VAR42
43 Dinheiro atrai inveja VAR43
44 Eu investiria dinheiro em eventos culturais VAR44
45 Dinheiro provoca neuroses VAR45
46 Dinheiro gera progresso VAR46
47 Dinheiro ajuda a ter harmonia familiar VAR47
48 Dinheiro provoca ilusões VAR48
49 Quem tem dinheiro tem autoridade sobre os outros VAR49
50 É dever de todas as pessoas dividirem o que têm VAR50
51 Dinheiro provoca traições VAR51
52 O dinheiro ajuda as pessoas a gostarem mais de si mesmas VAR52
53 Quem tem dinheiro se livra de entrar em filas VAR53
54 Dinheiro significa prazer VAR54
55 As pessoas deveriam dar menos importância a bens materiais VAR55
56 Com dinheiro eu investiria em pesquisas científicas VAR56
57 Dinheiro provoca descontrole emocional VAR57
58 O dinheiro torna as pessoas oportunistas VAR58
59 Quem tem dinheiro é o centro das atenções VAR59
106
60 As pessoas submetem-se a quem tem dinheiro VAR60
61 Tenho pesadelos por causa de dinheiro VAR61
62 Dinheiro ajuda a ser feliz VAR62
63 Dinheiro provoca desavenças com parentes VAR63
64 Dinheiro possibilita ascensão social VAR64
65 O dinheiro representa a busca de felicidade VAR65
66 Eu uso o meu dinheiro para ficar contente VAR66
67 Dinheiro garante prosperidade para a sociedade VAR67
68 Quem é rico impõe sua personalidade VAR68
69 A classe pobre é excluída dos direitos sociais VAR69
70 O dinheiro facilita a vida da humanidade VAR70
71 É preciso ter dinheiro para ter prestígio VAR71
72 Dinheiro atrai falsos amigos VAR72
73 Acho importante fazer convênios de saúde VAR73
74 Recompensas espirituais são mais importantes que dinheiro VAR74
75 Com dinheiro eu patrocinaria o desenvolvimento das artes VAR75
76 Dinheiro gera desconfiança entre pessoas VAR76
77 Os pais devem ensinar os filhos a serem generosos VAR77
78 Dinheiro lembra dívidas VAR78
79 O dinheiro constrói um mundo melhor VAR79
80 Basta crer em Deus para ter as necessidades atendidas VAR80
81 As pessoas tentam agradar quem tem dinheiro VAR81
82 Dinheiro resolve problemas sociais VAR82
83 Não é certo gastar mais do que ganho VAR83
84 Eu sei exatamente quanto devo gastar em lojas, cartão de crédito ou banco VAR84
85 Acho normal as pessoas ficarem endividadas para pagar suas coisas VAR85
86 É melhor primeiro juntar dinheiro e só depois gastar VAR86
87 Prefiro comprar parcelado do que esperar para ter dinheiro para comprar a vista VAR87
88 É importante saber controlar os gastos da minha casa VAR88
89 Prefiro pagar parcelado mesmo que no total seja mais caro VAR89
90 As pessoas ficariam desapontadas comigo se soubesse que tenho dívidas VAR90
91 Não tem problema ter dívida se eu sei que posso pagar VAR91