UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL
CURSO DE AGRONOMIA
BIOFERTILIZANTE BOVINO VIA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO: AÇÃO NO
CRESCIMENTO, PRODUÇÃO E QUALIDADE DOS FRUTOS DE
MARACUJAZEIRO AMARELO
WÍLIANA JÚLIA FERREIRA DE MEDEIROS
AREIA–PB
ABRIL-2013
ii
WÍLIANA JÚLIA FERREIRA DE MEDEIROS
BIOFERTILIZANTE BOVINO VIA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO: AÇÃO NO
CRESCIMENTO, PRODUÇÃO E QUALIDADE DOS FRUTOS DE
MARACUJAZEIRO AMARELO
Trabalho de graduação apresentado à
Coordenação do Curso de Agronomia
do Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal da Paraíba, em
cumprimento às exigências para
obtenção do título de Engenheira
Agrônoma.
Orientador: Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante
AREIA–PB
ABRIL-2013
iii
WÍLIANA JÚLIA FERREIRA DE MEDEIROS
BIOFERTILIZANTE BOVINO VIA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO: AÇÃO NO
CRESCIMENTO, PRODUÇÃO E QUALIDADE DOS FRUTOS DE
MARACUJAZEIRO AMARELO
Aprovada em 26 de abril de 2013
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante
DSER/CCA/UFPB; PVNS/CAPES/CCTA/UFCG
Orientador
_________________________________________
Prof. MSc e Ext. Rural. Ely Martins de Lima
EMATER - PB
Examinador
_________________________________________
Prof. Dr. Evandro Franklin de Mesquita
DAE/CCHA/UEPB
Examinador
_________________________________________
MSc. Tony Andreson Guedes Dantas
Examinador
__________________________________________
Prof. Dr. Ítalo Herbert Lucena Cavalcante
CEAGRO/UNIVASF
Examinador
iv
Dedicatória
Dedico esta conclusão de mais uma etapa na minha vida a
Deus, aos meus pais, irmãos e em especial ao meu namorado,
amigo, e companheiro Ítalo Oliveira. Dedico também esse
trabalho a todos que contribuíram para que ele fosse
concretizado, e aos amigos que sempre estiveram ao meu lado
em todos os momentos.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus por todas as bênçãos em minha vida, por me conceder força para
continuar em frente às dificuldades, por ter me dado sabedoria e perseverança para
superar os desafios do dia-a-dia.
À minha família, em especial aos meus pais Ângela e José (Tuta), aos meus
irmãos Artur e Cleide, sei que vocês sempre torceram pelo meu sucesso. Ao meu
cachorrinho de estimação “Reck”, que mesmo sendo tão danado trouxe muita alegria
pra minha casa durante esses dez anos de vida, já faz parte da minha família. Todos
foram essenciais para essa realização, obrigada pelo apoio, não faltou incentivo e
carinho durante essa caminhada. Amo vocês!
Ao meu namorado, colega de estágio e amigo, Ítalo Oliveira, por toda
dedicação e apoio dado durante essa caminhada, que sempre que eu pensava em
desistir de tudo, ele me dava forças para continuar, sendo essa pessoa tão especial na
minha vida e que me ensinou muitas coisas, e uma delas foi que por mais que o
caminho esteja difícil e doloroso, devo prosseguir, pois lá na frente quando esse
caminho já estiver no final, olharei para trás e me sentirei vitoriosa, obrigada meu
amor por sempre está ao meu lado me dando forças. Eu te amo!
À Universidade Federal da Paraíba, ao Centro de Ciências Agrárias e a todos
que fizeram parte da minha graduação, pela oportunidade de realização do curso de
Agronomia, em especial aos professores e funcionários em geral, que contribuíram em
minha formação acadêmica e pessoal, muito obrigada.
Ao CNPq pelo apoio à pesquisa realizada, e a bolsa de estudo durante todo o
curso.
Ao Prof. Lourival Ferreira Cavalcante pela orientação, conselhos,
compreensão, amizade, carinho, pelo exemplo de ética profissional no cotidiano
acadêmico e ensinamentos durante o curso, como professor e orientador, sendo sempre
esse homem bom, de caráter e muita simplicidade, que esconde por trás desse “jeitão”
um coração enorme e bondoso. Tenho muito orgulho em dizer que o senhor é meu “pai
científico” e o tenho como exemplo de pessoa, professor e pesquisador.
À Equipe LOFECA, por toda ajuda que vocês me deram durante a realização
desse trabalho e por terem me recebido com muito carinho na equipe, sou muito grata
vi
a vocês: Ítalo, Gustavo, Daniel, Sherly, Adeilson, Tony, Leonardo, Járisson, Stella e
Stênio.
À banca examinadora por ter aceitado o convite, Professor Ítalo Herbert,
Evandro Mesquita, Ely Martins e Tony Andreson, o qual tenho grande admiração e
gratidão pelos ensinamentos repassados.
Aos funcionários do Sítio Macaquinhos: Seu Zezinho, Jacinto, Zé Daniel,
Antônio, e em especial a Zé Amaro, por quem tenho grande carinho.
A todos que compõem os Laboratórios de Geologia e Mineralogia e Física do
Solo, onde dei meus primeiros passos na iniciação científica, aprendi muito com vocês:
Chico Ninha, Sula, Vaval e em especial ao Professor Flávio Pereira, obrigada pela
atenção e ajuda durante os trabalhos.
Ao professor Djail Santos, muito obrigada pela oportunidade de ter sido
estagiária/bolsista PIBIC e por ter iniciado no mundo científico através do senhor.
À professora Vânia Fraga, por diversas vezes ter me estendido a mão nos
momentos que mais precisei, sempre muito atenciosa e compreensiva.
Ao professor José Alves Barbosa por toda atenção, por sempre ter me recebido
de braços abertos no laboratório, obrigada por tudo!
Às meninas do quarto 22 Maiara e Riane, sendo a última a qual tenho grande
carinho e admiração por sua responsabilidade, seu jeito de encarar a vida de frente,
enfim você é um exemplo de vida.
A todos os colegas da turma 2009.1, onde compartilhei momentos inesquecíveis,
muitas alegrias e agonias em véspera de prova (risos) saibam que vocês foram peças
fundamentais nesses últimos anos. Vocês são demais: Lucas Costa, Ronaldo Gomes,
Sebastião Nascimento, Rommel Raphael, Tarciso (Tiso Botelho), Rinaldo Barbosa,
Begna Janine, Dornelles Soares (Doquinha), Alberto Marreiro, Aylson Jackson,
Flaviano Leite, Erton Mendonça (caixa de loucura/skate), Luana Ferreira, Suany
Pinheiro, Max Kleber, Léo da Chã, Talles Manobra, Isnaldo Rodrigues, Rodolfo César,
Alex Pacheco e Ariosto.
Aos amigos que construí durante a vida acadêmica: Raiany Meirelli, Crys
Vitório, Luana Gótica, Raiane Tavares, Alex (cara de ursinho), Arliston, Gilmar, Bruno
Oliveira, Michely Alves, Janielly Costa, Glêvia Kamila, Renato Pereira, Régis, Renato
Paiva, Vitor Jerônimo (in memorian) e Edilane (mãe), entre muitos outros.
vii
Obrigada Lucas Costa, Wellington Souto, Aldeir, André Spinosa, Janielly,
Leandro, Max e Ítalo pela ajuda nos laboratórios de Química e bioquímica e Matéria
orgânica, a ajuda de vocês foi essencial na realização das análises desse trabalho, que
Deus os abençoe!!!
Ao meu Bisavô Luíz Breu (in memorian), deixo minha gratidão e admiração
pelo exemplo de homem que sempre foi.
Aos meus tios: Afonso Cartaxo, Zuzú (minha uva) e Paula Frassinetti (considero
como se fosse minha tia), pelo apoio e incentivo nessa longa caminhada, agradeço-lhes
pela ajuda financeira, sempre que precisei pude contar com vocês. Obrigada!
Aos meus primos, em especial Júnior Medeiros, o qual tenho grande carinho
principalmente por sempre acreditar no meu potencial.
Às minhas amigas Rosilene e Patrícia obrigada pela amizade durante todos
esses anos, somos mais que amigas, somos irmãs!
Aos meus velhos amigos: Cláudio Gomes (Juninho), Kalyne Oliveira, Everton
David, Jardisson, Romário, Saulo Ayslan, Wellington Sousa e Maurício Bezerra.
A todos vocês, muito obrigada por tudo!!!
viii
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS .................................................................................................. x
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. xi
RESUMO ................................................................................................................... xx
ABSTRACT .............................................................................................................. xxi
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 3
2.1. Botânica do Maracujazeiro Amarelo .................................................... 3
2.2. Importância Econômica da Cultura do Maracujazeiro... ........................ 3
2.3. Fertirrigação com Fertilizantes Orgânicos ............................................ 4
2.4. Matéria Orgânica e Substâncias Húmicas ............................................ 5
2.5. Irrigação na Cultura do Maracujazeiro Amarelo ................................... 6
2.6. Uso do Biofertilizante na Agricultura ................................................... 7
2.7. O Biofertilizante e o Maracujazeiro Amarelo..........................................7
2.8. Qualidade de Frutos do Maracujazeiro Amarelo......................................8
3. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 9
3.1. Localização, Clima e Solo ......................................................................9
3.1.2. Caracterização Física e Química do Solo...........................................10
3.2. Delineamento Experimental .............................................................. 12
3.3. Preparo, Caracterização e Aplicação dos Biofertilizantes Bovinos
Estudados....... ........................................................................................... 13
3.4. Adubação e Irrigação da Cultura...........................................................15
3.5. Colheita dos Frutos de Maracujá Amarelo .......................................... 16
3.6. Variáveis Estudadas .......................................................................... 17
3.6.1. Crescimento Vegetativo e Produção do Maracujazeiro Amarelo ..... 17
3.6.2. Caracterização Físico-Química dos Frutos ...................................... 17
3.7. Análise Estatística ............................................................................. 19
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 20
4.1. Crescimento Vegetativo e Produção do Maracujazeiro Amarelo ... ..... 20
4.1.1. Diâmetro Caulinar ........................................................................... 20
4.1.2. Período do Plantio à Poda da Haste Principal ................................. 23
4.1.3. Período de Poda da Haste Principal à Poda dos Ramos Laterais ....... 24
ix
4.1.4. Número de Ramos Produtivos ....................................................... 25
4.1.5 Número de Frutos por Planta ......................................................... 26
4.1.6. Massa Média de Frutos ................................................................. 27
4.1.7. Produção por Planta ..................................................................... 28
4.1.8. Produtividade ................................................................................ 29
4.2. Caracterização Físico-Química dos Frutos ....................................... 30
4.2.1 Massa Média de Frutos ................................................................. 31
4.2.2. Massa Média de Casca ................................................................. 32
4.2.3. Número de Sementes por Fruto ..................................................... 33
4.2.4. Massa de 100 Sementes ................................................................. 34
4.2.5. Firmeza da Casca ......................................................................... 35
4.2.6. Comprimento de Frutos ................................................................. 36
4.2.7. Diâmetro de Frutos ....................................................................... 36
4.2.8. Rendimento em Polpa ................................................................... 37
4.2.9. Sólidos Solúveis (ºBrix) ............................................................... 39
4.2.10. pH do Suco ................................................................................ 40
4.2.11. Relação entre SS e AT - SS/AT ................................................... 41
4.2.12. Sacarose ..................................................................................... 42
4.2.13. Vitamina C ................................................................................. 43
4.2.14. Clorofila Total da Casca ............................................................. 44
4.2.15. Carotenóides da Casca ................................................................ 44
4.2.16. Condutividade Elétrica do Suco .................................................. 45
5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 47
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 48
x
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1. Valores pluviométricos de janeiro de 2011 a dezembro de 2012, na área
experimental, na propriedade Sítio Macaquinhos, Remígio, PB. .................................... 9
Tabela 2. Caracterização química e física do solo à profundidade de 0 – 40 cm, antes do
plantio..............................................................................................................................11
Tabela 3. Condutividade elétrica média das doses de biofertilizante aplicadas ao
solo..............................................................................................................................15
Tabela 4. Valores médios dos ácidos húmicos e fúlvicos do biofertilizante bovino. .... 15
Tabela 5. Resumo das análises de variância, referentes ao diâmetro caulinar do
maracujazeiro amarelo tratado com diferentes doses de biofertilizantes bovino e idade
das plantas...................................................................................................................20
Tabela 6. Resumo das análises de variância, referentes ao período do transplantio à
poda da haste principal (PHP), poda de ramos laterais (PRL), número de ramos
produtivos (NRP), número de frutos por planta (NFP), massa média de fruto (MMF),
produção por planta (PP) e produtividade (Pt) do maracujazeiro amarelo, em função da
aplicação de doses de biofertilizantes
bovino..........................................................................................................................23
Tabela 7. Resumo das análises de variância, referentes ao número (NS) e massa de 100
sementes (MS), massa dos frutos (MMF) e da casca (MMC), rendimento em polpa
(RP), firmeza da casca (F), comprimento (DL) e diâmetro transversal (DT) e espessura
da casca dos frutos
(EC).............................................................................................................................31
Tabela 8. Resumo das análises de variância, referentes aos sólidos solúveis (SS), pH,
sólidos solúveis/acidez titulável (SS/AT), sacarose (SAC), Acidez titulável (AT),
glicose (GLIC), vitamina C (VITA C), clorofila total (CT), carotenóides (CAROT) e
condutividade elétrica do suco (CEs)............................................................................39
xi
LISTAS DE FIGURAS
Figura 1. Preparo das amostras para análises químicas do solo.....................................10
Figura 2. Experimento de maracujazeiro amarelo tratado com doses de biofertilizantes
bovino comum e enriquecido quimicamente................................................................13
Figura 3. Preparo do biofertilizante bovino comum e enriquecido quimicamente........14
Figura 4. Colheita dos frutos de maracujazeiro amarelo..............................................16
Figura 5. Recepção dos frutos para análises físico-químicas.......................................17
Figura 6. Análises físico-químicas dos frutos de maracujazeiro amarelo......................19
Figura 7. Valores de diâmetro caulinar de plantas de maracujazeiro amarelo em função
dos dias após transplantio, em solo tratado com biofertilizantes bovino........................21
Figura 8. Diâmetro caulinar de plantas de maracujazeiro amarelo tratadas com
biofertilizantes bovino comum (___
) e enriquecido quimicamente (- - -) ....................... 22
Figura 9. Período do transplantio à poda da haste principal do maracujazeiro amarelo,
em solo com biofertilizante comum e enriquecido quimicamente ................................ 24
Figura 10. Período da poda da haste principal à poda dos ramos laterais do
maracujazeiro amarelo, em solo com biofertilizantes bovino comum (___
) e enriquecido
quimicamente (- - -)... ................................................................................................. 25
Figura 11. Número de ramos produtivos do maracujazeiro amarelo em função de doses
de biofertilizantes bovino comum (___
) e enriquecido Quimicamente (- - -).......... ........ 26
Figura 12. Número de frutos de maracujazeiro amarelo, em função de doses de
biofertilizantes bovino comum (___
) e enriquecido quimicamente (- - -)........................27
Figura 13. Massa média de frutos de maracujazeiro amarelo em solo com
biofertilizantes bovino comum (___
) e enriquecido quimicamente (- - -)........................28
Figura 14. Produção por planta de maracujazeiro amarelo, em função de doses de
biofertilizantes bovino comum (___
) e enriquecido quimicamente (- - -) ....................... 29
Figura 15. Produtividade de maracujazeiro amarelo, em função de doses de
biofertilizantes bovino comum (___
) e enriquecido quimicamente (- - -)... .................... 30
Figura 16. Massa média de frutos do maracujazeiro amarelo, no início da safra (___
) e
no fim da safra (---) em função das doses de biofertilizantes bovino comum e
enriquecido quimicamente............................................................................................32
xii
Figura 17. Massa média da casca de frutos do maracujazeiro amarelo, no início da safra
(___
) e no fim da safra (---) em função das doses de biofertilizantes bovino comum e
enriquecido quimicamente. ......................................................................................... 33
Figura 18. Número de sementes de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e no fim
da safra.........................................................................................................................34
Figura 19. Massa de 100 sementes de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e no
fim da safra ................................................................................................................. 35
Figura 20. Firmeza da casca de frutos do maracujazeiro amarelo, em função das doses
de biofertilizantes bovino comum e enriquecido quimicamente ................................... 35
Figura 21. Comprimento de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e no fim da
safra ............................................................................................................................ 36
Figura 22. Diâmetro de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e no fim da
safra....... ..................................................................................................................... 37
Figura 23. Percentagem de rendimento em polpa em frutos do maracujazeiro amarelo,
no início e no fim da safra...........................................................................................38
Figura 24. Teores de sólidos solúveis de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e
fim da safra ................................................................................................................. 40
Figura 25. pH do suco de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e fim da safra....41
Figura 26. Relação SS/AT de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e fim da
safra.................................................................................................................................42
Figura 27. Percentagem de sacarose em frutos do maracujazeiro amarelo, em função
das doses de biofertilizantes bovino comum e enriquecido quimicamente ................... 42
Figura 28. Teores médios de vitamina C do suco, em frutos do maracujazeiro amarelo,
em função das doses de biofertilizantes. ...................................................................... 43
Figura 29. Teores médios de clorofila total da casca de frutos do maracujazeiro amarelo
no início e final da safra (A) e em função dos biofertilizantes bovino comum e
enriquecido quimicamente (B).. .................................................................................. 44
Figura 30. Carotenóides da casca de frutos do maracujá amarelo do início para o final
da safra (A) e em função das doses de biofertilizantes bovino comum e enriquecido
quimicamente (B)........................................................................................................45
xiii
Figura 31. Condutividade elétrica do suco em frutos do maracujazeiro amarelo, em
função das doses de biofertilizante bovino comum e enriquecido quimicamente.......... 46
xiv
RELAÇÃO DAS ORIENTAÇÕES CONCLUÍDAS PELO prof. Lourival Ferreira
Cavalcante, NO PERÍODO DE 1979 a 2013.
N° Orientado Nível ANO
1 José Américo Leite Mestrado 1979
2 Leonília Moreira Amaro Mestrado 1981
3 Lúcio Flávio Pinheiro de Souza Mestrado 1981
4 Irton Miranda dos Anjos Graduação 1988
5 Regynaldo Arruda Sampaio Graduação 1988
6 Cícero Antonio de Souza Araújo Graduação 1990
7 Cledinaldo Dantas de Morais Mestrado 1990
8 Mônica Garcia Agra Graduação 1991
9 Wellington Costa Rodrigues do Ó Mestrado 1991
10 Carlos Alberto de Almeida Gadelha Graduação 1992
11 Manoel Felipe da Silva Freire Mestrado 1992
12 Maria Domerina Monteiro Trajano Mestrado 1992
13 Rosiane de Lourdes Silva de Lima Graduação 1992
14 Rosineide Candeia de Araujo Mestrado 1992
15 Irton Miranda dos Anjos Mestrado 1993
16 Mauro Moreira Figueiredo Graduação 1994
17 Ione Alves Diniz Mestrado 1995
18 Marcos Antonio Borges Trajano Graduação 1995
19 Maria de Lourdes Maia Cavalcante Especialização 1995
20 Reinaldo Pereira de Souza Graduação 1995
21 Fernando Kildemar Dantas de Oliveira Mestrado 1996
22 José Evânio Vieira Graduação 1996
23 Damião Alves da Silva Mestrado 1997
24 Evandro Franklin de Mesquita Graduação 1997
xv
25 Jorge Chaves Cordeiro Mestrado 1997
26 Maria Socorro de Queirós Mestrado 1997
27 Severino Borges da Silva Filho Mestrado 1997
28 Ana Paula Alves de Lima Mestrado 1998
29 Antonio Fabiano Duarte Graduação 1998
30 Damião Costa de Araújo Graduação 1998
31 Emannuel Elder Gomes da Silva Mestrado 1998
32 Izonaldo Monteiro Dias Graduação 1998
33 Ivanildo Souza Mestrado 1998
34 Raimundo Andrade Mestrado 1998
35 Clodoaldo Júnior Oliveira Santos Graduação 1999
36 João Batista dos Santos Graduação 1999
37 Kerginaldo Lopes de Lima Mestrado 1999
38 José Roberto de Sá Graduação 1999
39 Melchior Naelson Batista da Silva Graduação 1999
40 Selcimar Severiano de Carvalho Graduação 1999
41 José Ronaldo Medeiros Costa Mestrado 2000
42 Josemar Freire da Silva Graduação 2000
43 Katia Sandra Nibering Pereira Mestrado 2000
44 Rossana Carla Montenegro de Vasconcelos Mestrado 2000
45 Suely Pinheiro Martins Graduação 2000
46 Clodoaldo Junior Oliveira Santos Mestrado 2001
47 Erasmo Douglas Pereira dos Santos Graduação 2001
48 João Batista dos Santos Mestrado 2001
49 Marcus Damião de Lacerda Graduação 2001
50 Luis Carlos Francisco dos Santos Graduação 2002
51 Fernando Luiz Figueiredo Mestrado 2003
52 Gibram Alves da Silva Graduação 2003
xvi
53 Italo Herbert Lucena Cavalcante Graduação 2003
54 Joana D'arc Nóbrega Dantas Graduação 2003
55 Maria do Céu Monteiro da Cruz Graduação 2003
56 Paulo Sergio Vieira de Lima Graduação 2003
57 Saulo Cabral Gondim Mestrado 2003
58 Tiago Jardelino Dias Graduação 2003
59 Carmen Rosa da Silva Curvelo Graduação 2004
60 Erllens Éder Silva Graduação 2004
61 Geilson Dias dos Santos Mestrado 2004
62 Genival Quirino Seabra Filho Graduação 2004
63 Gerônimo Ferreira da Silva Graduação 2004
64 Egeiza Moreira Leite Mestrado 2005
65 Evandro Franklin de Mesquita Mestrado 2005
66 Francisco Rodolfo Júnior Graduação 2005
67 Gaudêncio Pereira dos Santos Graduação 2005
68 José Carlos de Menezes Júnior Graduação 2005
69 Ricardo Alencar da Silva Doutorado 2005
70 Gaudêncio Pereira dos Santos Graduação 2005
71 Gasparino Batista de Sousa Mestrado 2006
7 2 João Paulo da Silva Macedo Graduação 2006
73 Artenisa Cerquira Rodrigues Mestrado 2007
74 Ênio Freitas Meneses Graduação 2007
75 Fernanda Aspazia Rodrigues de Araujo Mestrado 2007
76 Francisco Rodolfo Júnior Mestrado 2007
77 José de Sousa Ramalho Neto Graduação 2007
78 Tony Andreson Guedes Dantas Graduação 2007
79 Adriana Araújo Diniz Doutorado 2009
80 Alex Matheus Rebequi Graduação 2009
xvii
81 Francisco de Oliveira Mesquita Graduação 2009
82 Ivanildo Cavalcante de Albuquerque Mestrado 2009
83 Vinicius Batista Campos Mestrado 2009
84 Járisson Cavalcante Nunes Graduação 2010
85 João José Mendes Silva Doutorado 2010
86 José Adeilson M. do Nascimento Mestrado 2010
87 Raffael Alves Rocha da Silva Mestrado 2010
88 Stella da Silva Prazeres Graduação 2010
89 Stênio Andrey Guedes Dantas Graduação 2010
90 Antonio João de Lima Neto Graduação 2011
91 Francisco de Oliveira Mesquita Mestrado 2011
92 Gaudêncio Pereira dos Santos Mestrado 2011
93 José Lucínio de Oliveira Freire Doutorado 2011
94 Reinaldo Ferreira Medeiros Mestrado 2011
95 Rummenigge de Macêdo Rodrigues Mestrado 2011
96 Sherly Aparecida da Silva Graduação 2011
97 Thiago Jardelino Dias Doutorado 2011
98 Belísia Lúcia Moreira Toscano Diniz Pós-doutorado 2011
99 Járisson Cavalcante Nunes Mestrado 2013
100 Wíliana Júlia Ferreira de Medeiros Graduação 2013
xviii
AGRADECIMENTO SINGELO
Com a permissão da autora desse trabalho estou autorizado, como orientador, a
prestar um agradecimento a quem mais cuidou de mim, desde 1973 até quando Deus
quiser.
No dia 26 de abril de 2013 eu presidia a minha centésima orientação e a
primeira foi no dia 15 de junho de 1979, dentre elas Trabalhos de Conclusão de Curso
de Graduação, de Curso de Especialização, Mestrado, Doutorado e Supervisão de Pós-
Doutorado. Parece absurdo, mas não consigo selecionar o mais e nem o menos
importante de nenhum de seus autores, sempre que vejo cada um sinto a mesma
emoção: a alegria de ter colaborado para a melhoria na formação dos recursos humanos
de cada um deles. Talvez por isso eu nunca tenha me emocionado ao ponto dos olhos
banharem a minha face, mas também nunca me sentir envergonhado, de nenhum deles,
ao ponto de esconder o meu rosto.
Nesta minha trajetória de vida, nunca estive sozinho, a minha alegria cotidiana
sempre foi singular, mas as tristezas sempre foram plurais, portanto, divididas e o
sucesso nunca foi apenas meu. Nunca disse a mim mesmo e muito menos a ninguém
que trabalhei mais do que o que devia e nem colaborei mais do que o que podia. Essas
palavras são mais frequentes no dicionário da preguiça, a maior doença da humanidade
e também da ingratidão que quando não é covardia é falta de solidariedade. Na minha
vida de cátedra admiti que o professor deve se esforçar sempre para ser, pelo menos, um
pedaço de pesquisador. Há muito tempo já é muito feio um professor se aposentar e não
deixar artigos e, pelo menos, um livro publicados.
A vida me proporcionou muitos bons atributos, inclusive aquele de ser sempre
ajudado por Deus e por pessoas humanas muito mais benevolentes que eu. Parte desses
presentes eu recebi de Deus em Alagoas, o berço do meu primeiro sono; parte na
Paraíba, o berço da minha eternidade, gratidão e apreço e, parte, em São Paulo, o berço
da minha imortalidade. Nesse tempo todo, pela necessidade de tentar ser um pedaço de
pesquisador além de professor, muitas vezes eu esquecia a importância afetiva da
família e a dedicação do anjo da minha guarda moral e sentimental. Talvez nesse
quesito da prova cotidiana trabalho e família, ao vestibular da Universidade da Vida, eu
fosse reprovado caso não fosse a proteção do anjo da minha guarda.
xix
Não sou bom o suficiente, nem quero ser, e muito menos perfeito, mas também
não sou um quadrilátero escaleno, não me perco na multidão em plena luz do dia, tenho
eu, Deus e o anjo da minha guarda. Consegui na minha trajetória, além de colega de
profissão, ser irmão do meu filho, tio de suas filhas minhas netas e cunhado de sua
esposa, minha nora. O anjo da minha guarda é mãe e cunhada do meu colega de
profissão, meu filho e meu irmão. Essa segunda árvore genealógica foi mais um
presente que Deus me proporcionou. Que mais devo eu querer da vida? Nada que não
mereça para não perder o que de bom consegui, mas sei que um dia, um de nós dois
faltará à companhia do outro. Isso é verdade, isso acontecerá. Não sei como quem ficar
vai se sentir.
Muito obrigado anjo da minha guarda. Não tenha orgulho de mim, tenha muito
mais de você como amor presente ao marido, dama de ferro aos preceitos da moral e da
verdade, nossos filhos sabem disso. Você é uma cidadã da família, da moral e da razão.
Você merece ter seu nome em muitos artigos científicos como forma de gratidão pelo
seu estímulo a mim e aos estudantes, mas isso não seria correto, justo e nem perfeito. O
seu valor é muito mais expressivo em cada uma dessas orientações concluídas. Muito
obrigado! MARIA LÚCIA LUCENA CAVALCANTE, pelo que você fez por nós, eu,
nossos filhos e os meus estudantes. Nesse tempo todo eu sempre, ao meu modo e estilo,
tive paz, tranquilidade e amor para trabalhar contente.
Areia, 26 de abril de 2013
Lourival Ferreira Cavalcante
-Orientador-
xx
MEDEIROS, W. J. F. Biofertilizante bovino via água de irrigação: ação no
crescimento, produção e qualidade dos frutos de maracujazeiro amarelo. Areia,
PB, 2013. 60 f. Graduação em Agronomia. Orientador: Prof. Dr. Lourival Ferreira
Cavalcante.
RESUMO
O maracujazeiro amarelo é uma cultura de destaque no setor agrícola brasileiro,
sendo o Brasil o maior produtor, consumidor mundial e um dos principais exportadores
de suco. No ano de 2010, o Brasil produziu 920.158 toneladas de frutos de maracujá,
sendo os Estados da Bahia, Ceará e Espírito Santo os maiores produtores. O trabalho foi
desenvolvido, no período de março de 2011 a março de 2012, em Remígio, Paraíba,
para avaliar os efeitos de fontes e doses de biofertilizantes bovino, aplicados ao solo na
forma líquida, no crescimento, desenvolvimento vegetativo, produção e qualidade dos
frutos de maracujazeiro amarelo, colhidos no inicio e final da safra. Os tratamentos
foram distribuídos em blocos casualizados em arranjo fatorial 2 x 5 x 2, referente aos
biofertilizantes (comum e enriquecido quimicamente), nas doses 0,0; 2,5; 5,0; 7,5 e
10,0%, e colheita no início e final da safra, em quatro repetições e seis plantas por
parcela. A interação tipos x doses de biofertilizantes exerceu efeitos significativos no
diâmetro caulinar, número de ramos produtivos, número de frutos por planta, massa
média de fruto, produção por planta e produtividade. O biofertilizante comum
promoveu maior crescimento do diâmetro caulinar das plantas de maracujazeiro,
desenvolvimento mais rápido da haste principal e dos ramos laterais, e o biofertilizante
enriquecido estimulou mais a produção por planta e produtividade. Pelos resultados, a
interação tipos x doses de biofertilizantes x época de colheita não interferiu
estatisticamente na qualidade dos frutos de maracujá amarelo, mas registrou-se perda de
qualidade dos frutos, entre o início e o final da safra.
PALAVRAS-CHAVE: Insumos orgânicos, Passiflora edulis, qualidade de frutos.
xxi
MEDEIROS, W. J. F. Biofertilizer bovine by irrigation water: action on growth,
yield and quality of fruits of yellow passion fruit. Areia, PB, 2013. 60 f. Graduation
Thesis in Agronomy. Adviser: Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante.
ABSTRACT
The passion fruit is a culture of prominence in the Brazilian agricultural sector,
Brazil is the largest producer and consumer in the world and a leading exporter of juice.
In 2010, Brazil produced 920,158 t of passion fruit, and the states of Bahia, Ceará and
Espirito Santo the largest producers. The study was carried out during the period
March/2011 to March/2012 in Remígio county, Paraíba State Brazil, in order to
evaluate the effects of type and levels of biofertilizers bovine, applied to soil in liquid
form on growth vegetative of the olants, yield and fruit quality of yellow passion fruit
harvested at beginning and final of harvest. Treatments were arranged in a randomized
block design in a factorial 2 x 5 x 2 referring to biofertilizers (common and chemically
enriched) at levels 0.0, 2.5, 5.0, 7.5 and 10.0%, and harvesting at the beginning and end
of the season, in four replications and six plants per plot. The common biofertilizer
promoted greater stem diameter growth of passion fruit, faster development of the main
stem and the side branches and biofertilizer enriched chemically on the plant production
and productivity of the plants. The interaction types x doses of biofertilizers exercise
significative effects on stem diameter, branches number , number of fruits per plant,
average fruit weight, production by plant and productivity. From results the interaction
types x doses of biofertilizers x assessment time did not exercise significant effects on
the quality of yellow passion fruits, but recorded a loss of fruit quality between the
beginning and end of the harvest.
KEY WORDS: Organic inputs, Passiflora edulis, fruit quality
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1. INTRODUÇÃO
Originário de regiões tropicais, principalmente da América Latina, o
maracujazeiro tem o Brasil como centro de origem de um grande número de espécies da
família Passifloraceae e tem o maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis Sims) como o
seu principal representante (MELETTI et al., 2002).
Em 2010, o Brasil produziu 920.158 t de frutos de maracujá, sendo os Estados da
Bahia, Ceará e Espírito Santo os maiores produtores nacionais, com 72,5% da produção
brasileira. Na Paraíba, a produção foi de 5.361 toneladas e produtividade de 7,5 t ha-1
(IBGE, 2012), destacando-se os principais municípios produtores: Cuité e Nova
Floresta, com maior produção e frutos de melhor qualidade externa (RODOLFO
JÚNIOR et al., 2009; NASCIMENTO et al., 2011).
Os frutos do maracujazeiro amarelo possuem alta aceitação pelo mercado
consumidor e evidenciam importância econômica e social da cultura no setor agrícola
brasileiro, devido às qualidades físico-químicas e fármaco-terapêuticas dos frutos
(NATALE et al., 2006; REBELLO et al., 2007). Para obtenção de frutos com qualidade
que satisfaçam as exigências dos consumidores e da indústria de processamento de
polpa, os produtores de maracujá amarelo, principalmente das regiões Norte e Nordeste
podem utilizar tecnologias apropriadas que possibilitem suprir as limitações
hidroclimáticas e ambientais como a adoção do manejo adequado da irrigação e de
insumos (SOARES et al., 2008).
As características externas e internas dos frutos de maracujá devem atender
padrões de qualidade para o mercado interno e externo. Dentre os atributos, os mais
exigidos são a morfologia, tamanho, massa média, coloração da casca e ausência de
injúrias físicas. Porém, nas indústrias de processamento, os frutos devem ter valores
elevados de rendimento de suco, de sólidos solúveis e elevada acidez para garantir a
vida útil pós-colheita (ABREU et al., 2009).
Nos últimos anos, a cultura do maracujá tem se expandido entre os pequenos
agricultores, utilizando-se a mão de obra familiar, onde as alternativas para reduzir os
custos de produção são essenciais, para torná-la uma cultura mais viável ao pequeno
produtor. Em termos nutricionais, uma alternativa é a substituição parcial do adubo
mineral, de preços elevados, por produtos de origem vegetal e animal, disponíveis no
2
campo, que, além de ter preços mais acessíveis, influenciam positivamente nas
propriedades químicas, físicas e biológicas do solo (PIRES et al., 2008).
O uso de biofertilizante bovino na agricultura não é recente, mas, com o
crescimento da agricultura orgânica, o emprego de formas alternativas no sistema de
produção das culturas vem sendo incrementado (CAMPOS et al., 2011). O insumo
orgânico é mais frequentemente utilizado para controle de insetos, bactérias, fungos e
actinomicetos (KUPPER et al., 2006), mas também tem sido utilizado diretamente no
solo não salino para cultivo do maracujazeiro amarelo (CAVALCANTE et al., 2008),
que responde bem à adubação orgânica pelas vantagens como a melhoria das condições
físicas, químicas e biológicas do solo (PEREIRA et al., 2009).
De acordo com Gondim et al. (2010), Tawfik et al. (2011) e Singh et al. (2011) o
biofertilizante bovino quando interage com o solo, apresenta propriedades capazes de
exercer efeito de condicionador, atuando como fertilizante corretivo e inoculante
microbiológico e provoca redução na diferença de potencial osmótico entre as plantas e
o meio.
A utilização do biofertilizante como produto orgânico aplicado no solo, além de
preconizar as recomendações quanto às características das fontes a serem aplicadas,
pode promover incremento na produtividade, redução dos custos de produção e
melhoria na qualidade do produto colhido (PINTO et al., 2008).
Diante das possibilidades de inovação com a utilização da fertirrigação,
atualmente surge a viabilidade de sua aplicação no manejo orgânico do solo. Entre os
produtos orgânicos utilizados na fertirrigação estão aqueles à base de substâncias
húmicas, os quais envolvem grupos funcionais chamados de ácidos húmicos e ácidos
fúlvicos, destacam-se os biofertilizantes que são produzidos através da inoculação de
microrganismos em resíduos das mais diversas naturezas.
Trabalhos científicos sobre a resposta de cultivos agrícolas à aplicação de
substâncias húmicas estão se tornando mais frequentes na literatura devido os resultados
promissores desses produtos no solo e nas plantas conforme Brownell et al. (1987),
Duenhas (2004) e Lithourgidis et al. (2007).
Diante do exposto, o trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de tipos e
doses de biofertilizantes, fornecidos ao solo na forma líquida, no crescimento, produção
e qualidade de frutos do maracujazeiro amarelo.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Botânica do Maracujazeiro Amarelo
O maracujazeiro amarelo é uma planta pertencente à família Passifloraceae, que
compreende 17 gêneros e cerca de 600 espécies, destacando-se o gênero Passiflora,
sendo a espécie de maior importância econômica a Passiflora edulis Sims, o maracujá
amarelo (BERNACCI et al., 2008).
O gênero Passiflora compreende plantas trepadeiras herbáceas ou lenhosas,
geralmente com gavinhas, raramente plantas eretas, espécies arbustivas ou pequenas
árvores; podendo apresentar caules cilíndricos ou quadrangulares, muito ramificados e,
em certas espécies, pilosos e podem atingir de 5 a 10 m de comprimento (CARVALHO-
OKANO & VIEIRA, 2001).
As folhas são alternas, raramente opostas, inteiras, incisas, lobadas ou partidas e
apresentam na axila, além de uma gavinha, uma gema florífera e uma gema vegetativa
(CUNHA et al., 2004). As flores são hermafroditas e reunidas em inflorescência
axilares, uniflorais ou em pares, e apresentam estigmas localizados acima das anteras
dificultando a polinização. O fruto tem formato variado, podendo ser globoso, ovóide e
piriforme, com massa variando de 30 a 300 gramas, diâmetro que pode atingir até 9 cm,
e cor variando entre amarela roxa, esverdeada e avermelhada (BRUCKNER &
PICANÇO, 2001; LIMA & CUNHA, 2004).
2.2. Importância Econômica da Cultura do Maracujazeiro
O Brasil destaca-se como o terceiro produtor mundial de frutas, atrás apenas da
China e da Índia, com uma área cultivada de cerca de 2,8 milhões de hectares e uma
produção de 43 milhões de toneladas anuais, sendo capaz de abastecer o mercado
interno com 21 milhões de toneladas de frutas e exportar o restante (IBRAF, 2009).
Dentre as frutas produzidas encontra-se o maracujá amarelo.
No ano de 2009, o Brasil apresentou uma produção de maracujá amarelo de
718.798 toneladas em 50.853 hectares plantados. As regiões Nordeste e Sudeste são as
mais produtoras, seguidas da região Norte, Centro-Oeste e Sul (IBGE, 2009).
4
Dentre as frutíferas com viabilidade à região Nordeste e ao estado da Paraíba, a
cultura exerce destacada importância socioeconômica. A sua expressividade, além da
preferência pelo consumidor, é por ser uma cultura que produz em menor espaço de
tempo, em relação à citricultura, goiabeira, gravioleira, mangueira entre outras,
possibilitando retorno mais rápido do capital investido (MELETTI et al., 2002;
RODOLFO JÚNIOR et al., 2009).
Práticas culturais adotadas são requisitos que decidem o êxito na exploração
agrícola de qualquer frutífera, inclusive no maracujazeiro amarelo. Nesse sentido,
pesquisas para a obtenção de mudas de elevada qualidade biológica devem considerar as
exigências nutricionais da planta, a fertilidade do solo e a irrigação, a se adotarem no
manejo e adubação da cultura (LIMA et al., 2007).
2.3. Fertirrigação com Fertilizantes Orgânicos
Embora não haja uma base de dados estatísticos oficiais que demonstrem o
aumento das áreas sob cultivo fertirrigado, é evidente o aumento da fertirrigação no
Brasil e no mundo, pois a técnica proporciona efetivo aumento de produtividade e,
consequentemente, no lucro obtido pelos produtores (VILLAS BOAS e SOUZA, 2008).
A utilização do biofertilizante, como produtos orgânicos aplicados via
fertirrigação, assim como os insumos minerais também preconiza as recomendações
quanto às características das fontes a serem aplicados por fertirrigação como:
solubilidade, pureza, poder corrosivo, acidez, salinização dos solos e compatibilidade
entre produtos (SILVA et al., 2007).
O biofertilizante pode promover incremento na produtividade, redução dos custos
de produção e melhoria na qualidade do produto colhido (PINTO et al., 2008). Essa
prática possibilita o equilíbrio nutricional das plantas e pode torná-las menos suscetíveis
à ação de pragas e de patógenos (SANTOS, 2001), resultando em incremento de
produção (COLLARD et al., 2001; CAVALCANTE et al., 2007).
Os biofertilizantes, em geral, são mais frequentemente utilizados para controle de
insetos, bactérias e fungos nas plantas (KUPPER et al., 2006), mas também têm sido
utilizado diretamente no solo para o cultivo do maracujazeiro amarelo (CAVALCANTE
et al., 2008).
5
A produtividade do maracujazeiro amarelo é influenciada por vários fatores,
dentre os quais o clima, o solo e, principalmente adubação e irrigação (BORGES et al.,
2006). Quanto à fertilidade Santos (2004) e Mesquita (2005), constataram que a
aplicação do biofertilizante na forma líquida elevou o pH, a matéria orgânica e os teores
de fósforo, potássio e cálcio do solo.
Pelo exposto, a adoção da fertirrigação na cultura do maracujazeiro é importante,
pois além de permitir flexibilizar a época de aplicação dos nutrientes, que pode ser
fracionada conforme a necessidade da cultura nas suas diversas fases de
desenvolvimento resulta em maior eficiência da fertilização, permite a aplicação da
água e dos adubos diretamente na zona de maior concentração de raízes, onde
consequentemente o sistema radicular é mais ativo (CAVALCANTE et al., 2008).
2.4. Matéria Orgânica e Substâncias Húmicas
Em solos tropicais, mais de dois terços das cargas negativas são originárias da
fração orgânica, portanto, o uso sustentável de solos tropicais é extremamente
dependente da manutenção ou aumento do teor de matéria orgânica do solo. A matéria
orgânica do solo (MOS) pode ser entendida como a fração que compreende todos os
organismos vivos e seus restos que se encontram no solo, nos mais variados graus de
decomposição. Em algumas situações, até mesmo os resíduos vegetais na superfície do
solo são tidos como componentes da MOS (STEVENSON, 1994).
No entanto, mais frequentemente e, em especial no manejo da fertilidade do
solo, a MOS é considerada como sendo a fração não vivente, representada
especialmente pelas frações orgânicas estabilizadas na forma de substâncias húmicas
(SILVA e MENDONÇA, 2007). A aplicação de produtos orgânicos via fertirrigação
vem viabilizando o uso desta técnica no sistema de produção orgânica. Entre os
produtos orgânicos utilizados na fertirrigação estão aqueles a base de substâncias
húmicas, os quais envolvem grupos funcionais chamados de ácidos húmicos e ácidos
fúlvicos (VILLAS BÔAS e SOUZA, 2008).
As substâncias húmicas quando aplicadas ao solo podem induzir o aumento da
capacidade de ajustamento osmótico das plantas pela acumulação de solutos orgânicos
como carboidratos solúveis totais, açúcares como sacarose, aminoácidos livres,
proteínas solúveis e além de outras substâncias desejáveis como a prolina e a glicina
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betaína para as células das plantas (BAALOUSHA et al., 2006; MAHMOUD &
MOHAMED, 2008; MELLEK et al., 2010; TAWFIK et al., 2011).
Segundo Nardi et al. (2002) as substancias húmicas são objeto de estudo de
varias áreas da agricultura, como química do solo, fertilidade, fisiologia vegetal, bem
como das ciências ambientais, devido as suas diversas funções que podem beneficiar o
cultivo das plantas.
2.5. Irrigação na Cultura do Maracujazeiro Amarelo
A expansão das áreas agrícolas no mundo, associada à elevada demanda por
alimentos e água de boa qualidade têm gerado a necessidade do uso de águas de
qualidade inferior na agricultura, principalmente nas regiões semiáridas do mundo e do
Brasil, onde a água de irrigação, quase sempre, possui concentração salina
comprometendo a exploração agrícola (CAVALCANTE et al., 2010).
O Nordeste brasileiro apresenta adequada aptidão à fruticultura tropical,
especialmente, para o maracujazeiro, onde a maioria dos solos e o clima são favoráveis
ao crescimento e desenvolvimento da cultura sob irrigação (CAVALCANTE et al.,
2001). A irrigação é indispensável ao maracujazeiro, pois além de aumentar a
produtividade, permite produção de forma contínua e uniforme, com frutos de boa
qualidade. A irrigação é essencial nos pomares de regiões sub - úmidas e semiáridas
para assegurar produção na entressafra nas regiões onde a precipitação é insuficiente
(SOUSA et al., 2004).
Embora a irrigação seja uma ferramenta de manejo que contribua para ganhos
quantitativos e qualitativos no cultivo do maracujazeiro amarelo, em razão de
incrementos na produtividade, uniformidade, continuidade de produção e melhorias nos
atributos externos e internos dos frutos (FREIRE et al., 2010), para Cavalcante et al.
(2003), a inconveniência da sensibilidade das culturas aos sais da água e do solo
evidencia a necessidade de pesquisas que tenham como meta a obtenção de tecnologias
viáveis para os produtores e que possam minimizar os efeitos da salinidade às plantas, já
que é, quase obrigatória, a utilização de águas salinas na agricultura em regiões
semiáridas.
Especificamente para a cultura do maracujazeiro amarelo irrigado com águas
salinas, Freire et al. (2010) e Dias et al. (2011) concluíram que o aumento da salinidade
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da água de 0,5 para até 4,5 dS m-1
resultou em perdas de produção e de qualidade dos
frutos, mas sempre com menor intensidade nas plantas desenvolvidas no solo com
biofertilizante.
2.6. Uso do Biofertilizante na Agricultura
O uso de biofertilizante bovino na agricultura não é recente, mas, com o
crescimento da agricultura orgânica, o emprego de formas alternativas no sistema de
produção das culturas vem sendo incrementado (CAMPOS et al., 2011).
Além das técnicas convencionais de adubação com fertilizantes minerais, uma
das alternativas utilizadas no meio agronômico é a produção e utilização dos recursos
naturais existentes na propriedade, dentre eles o biofertilizante bovino, que se refere ao
efluente resultante da fermentação aeróbica ou anaeróbica de produtos orgânicos puros
ou complementados com minerais, que podem ser usados na agricultura para vários fins
(COLLARD et al., 2001; LACERDA et al., 2010).
Os tipos de biofertilizantes líquidos empregados na agricultura conforme Silva et
al. (2007) são, entre outros, o comum ou puro, supermagro, Vairo, Agrobom e o
Microgeo. De acordo com Darolt (2002), a agricultura familiar utiliza o biofertilizante
bovino como adubo, agente de prevenção e controle de doenças, com redução nos
custos com insumos e defensivos químicos.
2.7. O Biofertilizante e o Maracujazeiro Amarelo
O biofertilizante bovino produzido a partir de fermentação aeróbica vem sendo
cada vez mais estudado na cultura do maracujazeiro amarelo. Ao estudar o efeito de
biofertilizantes em maracujazeiro amarelo Collard et al. (2001) verificaram que, em
aplicações foliares, estes insumos proporcionaram maior crescimento das plantas
avaliadas em altura, diâmetro caulinar, número de ramos, de flores, de frutos e,
consequentemente, produção da cultura.
A utilização de fertilizantes orgânicos, como o biofertilizante bovino, pode
amenizar os efeitos da salinidade da água de irrigação, resultando em maior
desenvolvimento das mudas e produção das plantas (SOUZA et al., 2008;
CAVALCANTE et al., 2010). Freire et al. (2010) relataram os efeitos positivos do
8
biofertilizante bovino e da cobertura morta na qualidade pós-colheita do maracujazeiro
amarelo irrigado com águas de baixa e alta salinidade.
Na avaliação da diversidade da macrofauna edáfica em pomar de maracujazeiro
amarelo, Gondim et al. (2010) constataram que o biofertilizante bovino sob irrigação
com água salina estimulou a população de indivíduos da macrofauna edáfica no período
de estiagem.
2.8. Qualidade de Frutos do Maracujazeiro Amarelo
Os frutos de maracujazeiro quando colhidos devem apresentar formato,
tamanho, massa, coloração da casca, boa aparência, resistência ao transporte e vida útil
pós-colheita satisfatória, para garantir uma classificação adequada aos padrões de
mercado (MELETTI et al., 2002).
A aparência é o critério mais utilizado pelos consumidores para avaliar a
qualidade dos frutos (ABREU et al., 2009). Um fruto de qualidade é aquele que atende
às expectativas dos diferentes segmentos consumidores, nas suas características internas
e externas.
Silva et al. (2005), estudando a influência dos estádios de maturação sobre as
características químicas do suco de maracujá-amarelo, identificaram que os frutos
poderiam ser consumidos com 65% de cor amarela da casca, pois a partir desta fase o
suco apresentou ótimos teores de Sólidos Solúveis (ST), Acidez Titulável (AT) e razão
ST/AT.
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3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Localização, Clima e Solo
O experimento foi desenvolvido com maracujazeiro amarelo (Passifora edulis
Sims) no período de março de 2011 a março de 2012, no Sítio Macaquinhos, localizado
no município de Remígio – PB, inserida na microrregião do Curimataú Ocidental
(SUDEMA, 2004), distante a 8 km ao sul da sede municipal. Geograficamente, o
município de Remígio localiza-se a 6º53’00” de latitude Sul, 36º02’00” a Oeste e a 470
m acima do nível do mar.
O clima do município conforme classificação de Koppen (BRASIL, 1972) é do
tipo ‘As’ quente e úmido, com temperatura média de 24 °C, e umidade relativa do ar
variando entre 70 e 80%. A pluviosidade no local do experimento no ano de 2011 foi
1.406 mm contra uma média histórica inferior a 900 mm (Tabela 1).
Tabela 1. Valores pluviométricos de janeiro de 2011 a dezembro de 2012, na área
experimental, na propriedade Sítio Macaquinhos, Remígio, PB.
2011 2012
Meses Precipitação (mm) Precipitação (mm)
Janeiro 91
141
Fevereiro 37
112
Março 60
8
Abril 240
36
Maio 386
75
Junho 139
195
Julho 286
106
Agosto 69
17
Setembro 3
4
Outubro 4
7
Novembro 58
0
Dezembro 33
0
Total 1.406 701
Fonte: Valores coletados do pluviômetro instalado na propriedade Sítio Macaquinhos,
Remígio, PB. (NUNES, 2013).
10
O solo da área experimental foi classificado como Cambissolo Húmico Distrófico
(RODRIGUES et al., 2009) de textura franco-arenosa, portanto, adequado ao cultivo do
maracujazeiro amarelo.
3.1.2. Caracterização Física e Química do Solo
As determinações químicas e físicas foram realizadas nos laboratórios de Física
do Solo e Química e Fertilidade do Solo, do Departamento de Solos e Engenharia Rural
do Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba (Figura 1)
empregando as metodologias descritas pela Embrapa (2011).
Figura 1. Preparo das amostras para análises químicas do solo.
As amostras de solo foram coletadas à profundidade de 0 – 40 cm e os valores
estão indicados na (Tabela 2).
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Tabela 2. Caracterização química e física do solo à profundidade de 0 – 40 cm, antes do
plantio.
Atributos Químicos Valor Atributos Físicos Valor
pH em água (1,0: 2,5) 5,84 Areia (g kg-1
) 786
MOS (g dm-3
) 11,61 Silte (g kg-1
) 125
P (mg dm-3
) 9,41 Argila (g kg-1
) 89
K+ (mg dm
-3) 50,42 Ada (g kg
-1) 38
Ca2+
(cmol dm-3
) 1,82 GF (%) 57
Mg2+
(cmol dm-3
) 0,60 ID (%) 43
Na+
(cmol dm-3
) 0,32 Ds (g cm-3
) 1,42
Al3+
(cmol dm-3
) 0,11 Dp (g cm-3
) 2,74
H+ + Al
3+ (cmol dm
-3) 1,94 Pt (m
3 m
-3) 0,48
SB (cmol dm-3
) 2,87 Ucc (g kg-1
) 102,1
CTC (cmol dm-3
) 4,81 Upmp (g kg-1
) 42,8
V (%) 59,67 Ad (%) 5,93
MOS = Matéria orgânica do solo; SB = Soma de bases trocáveis (Ca2++ Mg2++ Na++ K+); CTC =
Capacidade de troca catiônica [SB + (H++Al3+)]; V = Percentagem de saturação por bases ( SB/CTC)100;
GF = grau de floculação; ID = Índice de Dispersão; Ds = Densidade do Solo; Dp = Densidade de
Partículas; Pt = Porosidade Total. Ucc = Umidade ao nível de capacidade de campo. Upmp = Umidade
do ponto de murchamento permanente; Ad = água disponível.
Os teores de areia, silte e argila foram obtidos pelo método do hidrômetro de
Bouyoucos (1951), usando 10 mL de NaOH 1N como dispersante químico. A densidade
do solo pelo método do torrão parafinado e densidade de partículas pelo método do
balão volumétrico com água fervente (BLAKE, 1965).
A porosidade total (Pt) foi estimada pela expressão: Pt = (1 – ds/dp)100; em que:
ds = densidade do solo; dp = densidade de partículas. O grau de floculação (GF) foi
estimado pela expressão: GF = [(argila total – Ada) /argila total]100, em que: Ada =
argila dispersa em água (sem agentes químicos dispersantes).
Os teores de umidade gravimétrica em amostras com estrutura deformada foram
determinados na tensão de -0,010 MPa referente à capacidade de campo (Ucc) e de -1,5
MPa para o ponto de murchamento permanente (Upmp), conforme Richards (1965).
12
3.2. Delineamento Experimental
O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições,
adotando o esquema fatorial 2 x 5 x 2, referente aos biofertilizantes comum e
enriquecido, nas doses de 0; 2,5; 5,0; 7,5 e 10,0% (equivalentes a 0; 1,5; 3,0; 4,5 e 6,0 L
de biofertilizante colocado em recipientes para diluição, completando-se com água até
60 litros) e a colheita dos frutos no início e final da safra. Na avaliação do crescimento
das plantas pelo diâmetro caulinar foi adotado o esquema fatorial 2 x 5 x 12, sendo o
último número referente a idade. Os biofertilizantes foram fornecidos ao solo, um dia
antes e quinzenalmente a partir dos 30 dias após o transplantio, em volume constante de
4 L para cada dose, totalizando 40 parcelas, cada uma com 6 plantas, perfazendo um
total de 240 plantas de maracujazeiro amarelo. Nos tratamentos sem biofertilizante
foram fornecidos 4 L de água as plantas.
As covas foram abertas nas dimensões 0,5 x 0,5 x 0,4 m e espaçamento de 3 m
entre plantas nas linhas e 2 m entre linhas, correspondendo a uma densidade de plantio
de 1.667 plantas ha-1
e preparadas com 10 L de esterco bovino de relação C/N de 19:1
juntamente com 20 gramas de calcário dolomítico com 13,5% de MgO e 78% de PRNT
de modo a elevar a percentagem de saturação por bases para 80%.
Quando as plantas estavam com quatro e/ou cinco pares de folhas procedeu-se a
padronização em termos de altura, numero de folhas e diâmetro caulinar e efetuou-se o
transplantio na primeira semana de março de 2011. Utilizou-se o sistema de condução
do tipo espaldeira, com um fio de arame liso, instalado no topo das estacas a 2,2 m de
altura (Figura 2).
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Figura 2. Experimento de maracujazeiro amarelo, tratado com doses de
biofertilizantes bovino comum e enriquecido quimicamente.
3.3. Preparo Caracterização e Aplicação dos Biofertilizantes Bovinos Estudados
Os biofertilizantes foram obtidos através de fermentação anaeróbica, em
biodigestor de polietileno com capacidade para 240 L (Figura 3) mantido fechado
durante trinta dias (SANTOS, 1992; NUNES, 2010). Para a preparação do
biofertilizante comum foram misturados 100 litros de esterco fresco de bovino e 100
litros de água não salina; para a obtenção do biofertilizante enriquecido alem dos
mesmos volumes de esterco e água foram adicionados 2 kg de gesso agrícola (26%
CaO, 16% S, 0,68% P2O5 total e 15% de umidade), 2 kg de MB4 (17,82% MgO, 5,9%
CaO, 0,84% K2O, 1,48%4 Na20) conforme Pinheiro e Barreto (1996), 2 L de leite de
vaca em lactação e 4 L litros de melaço de cana-de-açúcar
14
Figura 3. Preparo do biofertilizante bovino comum e enriquecido quimicamente.
Aos 30 dias após o transplantio, deu-se início as aplicações dos biofertilizantes
quinzenalmente. A cada aplicação foi determinada a condutividade elétrica das misturas
para obtenção da condutividade elétrica média das doses aplicadas durante a execução
do experimento (Tabela 3). Na Tabela estão os teores ácido fúlvico e ácido húmico
determinados nos respectivos insumos orgânicos com a utilização da metodologia
sugerida por Benites et al. (2013).
15
Tabela 3. Condutividade elétrica média das doses de biofertilizante aplicadas ao solo.
Doses (%) Condutividade Elétrica (dS m
-1)
Biofertilizante Comum Biofertilizante Enriquecido
0,0 0,26 0,26
2,5 0,41 0,54
5,0 0,54 0,86
7,5 0,67 1,10
10,0 0,81 1,31
Tabela 4. Valores médios dos ácidos húmicos e fúlvicos do biofertilizante bovino.
Biofertilizante
Ácidos húmicos
(%)
Ácidos Fúlvicos
(%)
Comum
0,07
0,42
Enriquecido 0,79
0,52
3.4. Adubação e Irrigação da Cultura
Aos 20 dias após o transplantio as plantas emitiram sintomas visuais de carência
de nitrogênio, para suprir a deficiência de N no solo foi feita uma aplicação de 5 g de
ureia planta-1
. A adubação com NPK em cobertura foi feita com base na análise de solo
conforme recomendam São José et al. (2000) e correspondeu a 278, 250 e 350 kg ha-1
respectivamente de ureia (44% N), fosmag (20% P2O5, 14,0% de Ca; 3,5% de Mg;
10,0% de S; 0,15% de B; 0,65% de Zn e 0,18% de Cu) e cloreto de potássio (56% K2O)
foi feita da seguinte forma: a) A adubação com nitrogênio (Ureia 44% N) e potássio
(Cloreto de potássio 56% K2O) foi feita mensalmente de abril de 2011 a fevereiro de
2012, fornecendo em março 60 g da mistura N e K2O e nos demais meses de 2011,
janeiro e fevereiro de 2012, 70 g da mistura por planta; b) A adubação fosfatada
correspondeu a 50 g de fosmag por planta nos meses de maio e outubro de 2011, janeiro
e fevereiro de 2012.
16
A irrigação das plantas foi feita com base na evapotranspiração de referência
(ET0) do dia anterior obtida através do produto da evaporação do tanque classe “A”
(ECA) pelo coeficiente de tanque 0,75, (ETo = ECA x 0,75) conforme sugerido por
Bernardo et al. (2008).
3.5. Colheita dos Frutos de Maracujá Amarelo
A colheita dos frutos foi realizada diariamente retirando-se das plantas os frutos
com 80% da área da casca com coloração amarela (Figura 4).
Figura 4. Colheita dos frutos de maracujazeiro amarelo.
No inicio e fim da safra, entre os meses de outubro de 2011 e janeiro de 2012,
foram colhidos seis frutos em completo estádio de maturação comercial das plantas de
cada tratamento, levados ao Laboratório de Química e Bioquímica, do Centro de
Ciências Agrárias – UFPB, para as análises físicas e químicas (Figura 5) empregando-se
os procedimentos metodológicos do Instituto Adolfo Lutz. (1985).
17
Figura 5. Recepção dos frutos para análises físico-químicas.
3.6. Variáveis Estudadas
3.6.1. Crescimento Vegetativo e Produção do Maracujazeiro Amarelo
Em campo, mensalmente foram obtidos os valores de diâmetro caulinar das
plantas, sendo medido aos 10 cm acima do colo das plantas, utilizando paquímetro
digital de precisão 1:50 a cada 30 dias até a idade de 360 dias. Ao ultrapassar,
aproximadamente 10 cm do arame de sustentação, realizou-se a poda da haste principal,
registrando-se o período em relação ao transplantio. Os ramos secundários, ao atingirem
1,5 m de comprimento, foram podados no ápice registrando-se o período em relação à
poda da haste principal. O número de ramos produtivos (secundário, terciário e
quaternário) foi contado seis meses após o transplantio. Os frutos foram contados e
pesados semanalmente, obtendo-se o número de frutos por planta, massa média de
frutos, produção por planta e produtividade.
3.6.2. Caracterização Físico-Química dos Frutos
Em laboratório, as características físicas avaliadas foram a firmeza da casca
determinada em dois pontos distintos na região equatorial de cada fruto com
penetrômetro (Magness Taylor Pressure Tester, CANADÁ), o número e massa de
sementes foram obtidos ao contar e pesar obtendo-se o número e massa de 100
18
sementes, a massa média dos frutos e da casca foram pesadas em balança de precisão
0,01. O comprimento, diâmetro e espessura da casca foram medidos com paquímetro
digital de precisão 1:50, e o rendimento em polpa, casca e sementes pela relação
respectivamente entre massa da polpa, da casca e das sementes pela massa média do
fruto.
As características químicas avaliadas foram o teor de glicose e sacarose,
determinados em suco homogeneizado pelo método de Lane Enyon (AOAC, 1995) e
identificados pelo método redutométrico de Somogy-Nelson (SOUTHGATE, 1991), o
pH foi medido em pHmetro de mesa GLP - Iones Seletivos - Modelo HI 253, Hanna
Instruments, a acidez titulável foi quantificada em 10 mL de suco, 1 mL de
fenolftaleína e titulação com NaOH a 0,1 N.
Os sólidos solúveis (SS - oBrix) foram determinados por meio de leituras diretas
no suco com refratômetro digital portátil, Instrutherm Brasil e os valores da razão
SS/AT pela relação direta entre os teores de sólidos solúveis e acidez titulável. A
vitamina C do suco foi determinada por titulometria, através da solução de DFI (2,6
diclo-fenolindofenol), utilizando 1 mL de suco diluído em 50 mL de ácido oxálico a
0,5%. A condutividade elétrica e os pigmentos clorofila total e carotenóides da casca
foram obtidos com soluções extratoras de acetona 80% e acetona-hexano em leituras
por espectrofotometria em comprimento de onda de 535nm e 452nm, respectivamente
(Figura 6).
19
Figura 6. Análises físico-químicas dos frutos de maracujazeiro amarelo.
3.7. Análise Estatística
Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão polinomial,
utilizando-se o programa estatístico SISVAR versão 5.3 (FERREIRA, 2010).
20
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Crescimento Vegetativo e Produção do Maracujazeiro Amarelo
Dentre as interações constantes da Tabela 5, apenas a interação tipo x doses de
biofertilizante exerceu efeito significativo no crescimento do maracujazeiro amarelo
avaliado pelo diâmetro caulinar dos 30 aos 360 dias após o plantio. Os efeitos
significativos com relação à idade (I) expressa ação similar entre as fontes de variação
adotadas sobre o crescimento das plantas pelo diâmetro do caule.
Tabela 5. Resumo das análises de variância, referentes ao diâmetro caulinar do
maracujazeiro amarelo tratado com diferentes doses de biofertilizantes
bovino e idade das plantas.
Fonte de Variação GL Quadrados médios
Diâmetro Caulinar
Bloco 3 38,08**
Biofertilizante (B) 1 40,61**
Doses (D) 4 30,79**
Idade (I) 11 871,48**
B*D 4 11,86**
B*I 11 1,25ns
D*I 44 0,88ns
B*D*I 44 0,57ns
Resíduo 357 1,85
Total 479 -
CV (%) - 11,20
GL = grau de liberdade; ns
= não significativo; * e
** respectivamente significativos para p<0,05 e
p<0,01; CV = coeficiente de variação.
4.1.1. Diâmetro Caulinar
O diâmetro caulinar das plantas de maracujazeiro amarelo foi influenciado pela
idade (Figura 7). Os valores cresceram de 4,41 mm, quando as plantas apresentavam 30
dias de idade para 16,31 mm aos 360 dias após o transplantio. Esse crescimento em
diâmetro caulinar das plantas representou um acréscimo percentual médio mensal de
21
26,9%. Freire et al. (2010), em pesquisa com crescimento e desenvolvimento de
maracujazeiro amarelo sob salinidade e uso de biofertilizante e cobertura, constataram
que plantas tratadas com biofertilizante apresentaram maior diâmetro caulinar, em
diferentes níveis salinos.
Figura 7. Valores médios de diâmetro caulinar de plantas de maracujazeiro amarelo em
função dos dias após transplantio, em solo tratado com biofertilizantes
bovino.
O diâmetro caulinar das plantas de maracujazeiro amarelo sofreu influencia da
interação doses x tipos de biofertilizante bovino (Tabela 5). O biofertilizante comum,
promoveu maior incremento no diâmetro caulinar do maracujazeiro amarelo, quando
comparado com o enriquecido, proporcionando um crescimento máximo estimado de
12,79 mm na dose máxima estimada de 7,67% (Figura 8).
22
Figura 8. Diâmetro caulinar de plantas de maracujazeiro amarelo tratadas com
biofertilizante bovino, comum (___
) e enriquecido quimicamente (- - -).
Quando tratadas com o biofertilizante enriquecido, as plantas de maracujazeiro
atingiram um diâmetro caulinar máximo estimado de 12,14 mm na dose máxima
estimada de 10%. Esses resultados divergem dos encontrados por Rodolfo Júnior et al.
(2009), ao avaliarem que a aplicação de biofertilizante comum e supermagro não
influenciou no diâmetro do caule das plantas. Entretanto, os resultados estão em acordo
com os de Collard et al. (2001) e Cavalcante et al. (2009) ao afirmam que a aplicação de
esterco bovino líquido fermentado acelera o crescimento dessa cultura.
Dentre as variáveis (Tabela 6), o número de ramos produtivos, número de frutos
por planta, massa média de fruto, produção por planta e produtividade responderam aos
efeitos da interação tipo x doses de biofertilizantes. O crescimento em altura, com base
no período entre o transplantio à poda da haste principal, foi estatisticamente
influenciado pelos biofertilizantes e o crescimento dos ramos laterais pelo período da
poda da haste principal à poda dos ramos laterais e o número de ramos produtivos
variou com as doses de qualquer insumo orgânico aplicado juntamente com a água de
irrigação.
23
Tabela 6. Resumo das análises de variância, referentes ao período do transplantio à poda da haste
principal (PHP), poda de ramos laterais (PRL), número de ramos produtivos (NRP),
número de frutos por planta (NFP), massa média de fruto (MMF), produção por planta
(PP) e produtividade (Pt) do maracujazeiro amarelo, em função da aplicação de doses de
biofertilizantes bovino.
Fonte de Variação GL Quadrados Médios
PHP PRL NRP NFP MMF PP Pt
Bloco 3 176,16*
190,17*
30,95**
19,03ns
137,95ns
0,09ns
0,26ns
Biofertilizante (B) 1 381,31**
188,79ns
1,19ns
70,23*
182,76ns
4,76**
12,43**
Doses (D) 4 68,49ns
247,36**
22,97**
151,28**
105,08ns
3,68**
10,59**
B*D 4 53,96ns
46,73ns
79,53**
184,35**
581,90**
3,32**
9,31**
Resíduo 27 42,40 49,99 5,37 10,53 99,06 0,22 0,61
Total 39 - - - - - - -
CV (%) 7,32 16,04 14,58 7,46 5,52 5,98 6,02
GL= grau de liberdade; ns = não significativo; * e ** respectivamente significativos para p<0,05 e p<0,01; CV =
coeficiente de variação.
4.1.2. Período do Plantio à Poda da Haste Principal
O período do transplantio à poda da haste principal do maracujazeiro amarelo foi
influenciado pelo tipo de biofertilizante utilizado, independentemente da dosagem
aplicada (Figura 9). O biofertilizante bovino comum, quando aplicado ao solo
promoveu crescimento mais rápido da haste principal das plantas em relação ao
biofertilizante enriquecido, até atingirem o arame de sustentação e em seguida realizada
a poda apical para emissão dos ramos laterais. A aplicação do biofertilizante bovino
comum antecipou a poda das plantas de 92 dias nas tratadas com o insumo enriquecido
para 86 dias após o transplantio.
24
Figura 9. Período do transplantio à poda da haste principal do maracujazeiro amarelo,
em solo com biofertilizante comum e enriquecido quimicamente.
Esses resultados divergem dos obtidos por Cavalcante et al. (2007) ao avaliarem a
aplicação de biofertilizante comum e supermagro nas doses de 0,0; 0,6; 1,2; 1,8 e 2,4 L
planta-1
fornecidos a cada 60 dias e verificarem que o insumo não promoveu diferença
quanto ao período da poda da haste principal. Entretanto, o período do plantio até as
plantas alcançarem 10 cm acima do arame de sustentação e serem podadas, variou de 59
a 63 dias nos tratamentos com biofertilizante comum e de 60 a 66 dias com o
supermagro.
4.1.3. Período de Poda da Haste Principal à Poda dos Ramos Laterais
O período para a realização da poda dos ramos laterais também foi influenciado
pela aplicação dos biofertilizantes bovino (Figura 10). Observa-se que o aumento da
dosagem, tanto de biofertilizante comum, como enriquecido, promoveu o crescimento e
reduziu o período da poda dos ramos laterais, com maior expressividade do
biofertilizante comum.
25
Figura 10. Período da poda da haste principal à poda dos ramos laterais do
maracujazeiro amarelo, em solo com biofertilizante bovino comum (___
) e
enriquecido quimicamente (- - -).
Essa precocidade na poda dos ramos laterais preconiza uma colheita antecipada e,
muitas vezes, se reflete em maior preço para comercialização dos frutos. A antecipação
da poda dos ramos laterais pode ser resposta do biofertilizante como ativador do
crescimento das plantas, afirmam Santos e Akiba (1996) e Campos et al. (2008).
4.1.4. Número de Ramos Produtivos
O número de ramos produtivos das plantas de maracujazeiro amarelo sofreu
efeito significativo da interação tipos biofertilizante bovino x doses de biofertilizante
(Figura 11). Verifica-se que o aumento das doses de biofertilizante reduziu o número de
ramos produtivos, tendo o biofertilizante comum reduzindo com maior intensidade que
o biofertilizante enriquecido.
26
Figura 11. Número de ramos produtivos do maracujazeiro amarelo em função de doses
de biofertilizante bovino comum (___
) e enriquecido quimicamente (- - -).
Esses resultados diferem dos obtidos por Araújo et al. (2008) ao constatarem
aumento no número de ramos produtivos do maracujazeiro amarelo com aplicação de
biofertilizante comum. Por outro lado, Cavalcante et al. (2007) avaliando a aplicação de
biofertilizante comum e supermagro na cultura do maracujazeiro amarelo não
registraram efeitos dos insumos sobre o numero de ramos produtivos.
4.1.5. Número de Frutos por Planta
O número de frutos colhidos por planta, a exemplo do número de ramos
produtivos, foi influenciado pela interação tipos x doses de biofertilizante (Figura 12).
Nos tratamentos com biofertilizante enriquecido o número de frutos produzidos por
planta aumentou até a dose máxima estimada de 1,6%, atingindo valor máximo
estimado de 51 frutos planta-1
. Para o biofertilizante comum o número de frutos
decresceu até a dose mínima estimada de 5,26%, atingindo valor mínimo estimado de
35 frutos planta-1
.
27
Figura 12. Número de frutos de maracujazeiro amarelo, em função de doses de
biofertilizante bovino comum (___
) e enriquecido (- - -).
Os resultados são semelhantes aos valores encontrados por Santos (2004), que
obteve variação de 31 a 48 frutos planta-1
, avaliando o maracujazeiro amarelo sob
biofertilizantes aplicados ao solo na forma líquida.
4.1.6. Massa Média de Frutos
Para a massa média dos frutos houve resultados diferentes do do número de
frutos colhidos por planta quanto aos efeitos da interação biofertilizantes x doses, com
maiores valores para os frutos das plantas fertirrigadas com biofertilizante comum
(Figura 13). O aumento na dose de biofertilizante comum promoveu um acréscimo na
massa média de fruto até a dose máxima estimada de 6,74%, produzindo frutos com
massa média máxima estimada de 190,12 g frutos-1
.
Nos tratamentos com o biofertilizante enriquecido a dose máxima estimada foi de
8,74%, que resultou em frutos com uma massa média estimada de 189,94g fruto-1
. Esses
valores aproximam-se dos 192,4 g fruto-1
apresentados por Cavalcante et al. (2007), em
frutos de maracujazeiro amarelo, em função de tipos e doses de biofertilizantes.
28
Figura 13. Massa média de frutos de maracujazeiro amarelo em solo com
biofertilizante bovino comum (___
) e enriquecido quimicamente (- - -).
Os resultados estão na amplitude de 139,8 a 193,7 g registrada por Freire et al.
(2010) com frutos de maracujazeiro amarelo irrigado, e superam a massa média de
178,0 g fruto-1
obtida por Rodrigues et al. (2008) em plantas submetidas ao
biofertilizante comum aplicado ao solo na forma líquida. Entretanto, são inferiores à
variação de 191 a 228 g fruto-1
obtida por Araújo et al. (2006) e por Campos et al.
(2007) em cultivos irrigados com água de boa qualidade e adubação potássica.
4.1.7. Produção por Planta
A produção por planta respondeu aos efeitos dos tipos e doses dos biofertilizantes
de forma semelhante ao número de frutos (Figura 14). No biofertilizante comum
ocorreu um decréscimo na produção entre as doses 0 e 5,0%, de 8,8 para 6,5 kg planta-1
respectivamente, seguida de um aumento na produção para 7,9 kg planta-1
na maior
dose aplicada de 10%. Esses resultados médios são baixos se comparados com a
produção de apenas três meses de colheita apresentada por Cavalcante et al. (2007) com
valores 8,4 e 6,2 kg planta-1
em maracujazeiro amarelo tratado com biofertilizante
29
supermagro (enriquecido quimicamente com macro, micronutrientes e uma mistura
proteica) e comum em solo de baixa fertilidade.
Figura 14. Produção por planta de maracujazeiro amarelo, em função de doses de
biofertilizante bovino comum (___
) e enriquecido quimicamente (- - -).
No entanto foi inferior aos 24 kg planta-1
, em quatro meses de colheita,
apresentados por Collard et al. (2001), em plantas submetidas à aplicação de 1 L de
agrobio nas covas, antes do plantio e pulverizadas com o próprio insumo com misturas
ao concentração de 2% em água.
4.1.8. Produtividade
A tendência dos dados da produção por planta, em função dos tipos e doses de
biofertilizantes, foi transferida para a produtividade (Figura 15). Pelos resultados, o
aumento das doses do biofertilizante comum de 0,0 para 5,0% provocou uma queda de
14,8 para 10,9 t ha-1
, refletindo-se em queda de 3,9 t ha-1
. Em seguida o aumento das
doses do insumo elevou a capacidade produtiva das plantas para até 13,2 t ha-1
nas
plantas dos tratamentos com mistura de 10% do insumo.
30
Figura 15. Produtividade de maracujazeiro amarelo, em função de doses de
biofertilizante bovino comum (___
) e enriquecido quimicamente (- - -).
A produtividade média de 12,9 t ha-1
, independentemente do tipo de insumo
orgânico fornecido às plantas, apesar de superior à média do Estado da Paraíba que é
7,5 t ha-1
, está abaixo da produtividade nacional de 15 t ha-1
(IBGE, 2012).
Comparativamente, a produtividade média é inferior a variação de 16,8 a 21,4 t ha-1
obtida por Dantas et al. (2006) e superior as 10,8 t ha-1
obtidas por Santos (2004).
4.2. Caracterização Físico-Química dos Frutos
Dentre as variáveis (Tabela 7), apenas a massa média de frutos (MMF) e massa
média da casca (MMC) responderam aos efeitos da interação safra x doses de
biofertilizantes. O número de sementes (NS), massa de 100 sementes (MS), rendimento
em polpa (RP), comprimento (CF) e diâmetro dos frutos (DF), foram estatisticamente
influenciados pela safra e a firmeza (F), variou com as doses de biofertilizantes
aplicadas juntamente com a água de irrigação.
31
Tabela 7. Resumo das análises de variância, referentes ao número de sementes (NS),
massa de 100 sementes (MS), massa média de frutos (MMF), massa média
de casca (MMC), rendimento em polpa (RP), firmeza da casca (F),
comprimento de frutos (CF), diâmetro de frutos (DF) e espessura de casca
(EC).
Fonte de
Variação GL
Quadrados Médios (Atributos Físicos)
MMF MMC NS MS F CF DF RP EC
Bloco 3 12812,28**
5385,52**
28042,63**
7,20* 30,09
* 209,75
** 276,26
** 34,16
ns 3,45
ns
Safra (S) 1 2373,91ns
135,02ns
146655,93**
235,40**
1,98ns
294,60**
426,93**
220,45* 0,03
ns
Bio (B) 1 150,73ns
124,08ns
5324,40ns
0,30ns
3,45ns
35,67ns
1,91ns
6,82ns
1,35ns
Doses
(D) 4 1178,03
ns 410,80
ns 2401,61
ns 1,31
ns 71,60
**
73,95ns
16,56ns
19,07ns
0,39ns
S*B 1 885,45ns
655,34ns
188,04ns
0,37ns
3,52ns
10,21ns
57,51ns
17,76ns
0,05ns
S*D 4 2854,91**
1264,38* 11387,81
ns 2,99
ns 2,20
ns 83,39
ns 24,35
ns 21,01
ns 1,12
ns
S*B*D 4 707,43 212,98ns
4504,05ns
1,35ns
1,28ns
6,72ns
28,81ns
4,13ns
0,21ns
Resíduo 61 709,51 376,63 4674,01 2,52 8,04 34,03 17,39 32,11 0,99
Total 79 - - - - - - - - -
CV (%) - 13,92 18,37 17,95 20,97 23,76 6,32 6,98 13,89 17,46
GL= grau de liberdade; Bio= biofertilizante; ns = não significativo; * e ** respectivamente significativos para p<0,05 e p<0,01; CV =
coeficiente de variação.
4.2.1. Massa Média de Frutos
A massa média dos frutos respondeu aos efeitos da interação safra x doses
(Tabela 7). Observa-se supremacia da massa média dos frutos, provenientes de plantas
tratadas com biofertilizante bovino, na dose máxima, com valores de 221,82 g, no início
da safra (Figura 16). Por outro lado, a massa média dos frutos foi elevada
32
significativamente, na ausência de biofertilizante bovino, com massa média de 205,89 g,
ao fim da safra.
Figura 16. Massa média de frutos do maracujazeiro amarelo, no início (
___) e fim da
safra (---) em função das doses de biofertilizante bovino comum e
enriquecido quimicamente.
Cavalcante et al. (2007), estudando a produção do maracujazeiro amarelo em
função de diferentes tipos e doses de biofertilizante, verificaram para massa média de
frutos, a média nos tratamentos com biofertilizante comum foi de 192,4 g fruto-1
,
enquanto que nos tratamentos tratados com supermagro os valores cresceram
linearmente com o aumentos das doses. Os resultados do presente trabalho superaram a
amplitude de 139,8 a 193,7 g obtida por Freire et al. (2010) com frutos de maracujazeiro
amarelo irrigado com água de 0,5 dS m-1
, porém são inferiores à variação de 199,1 a
239,7 obtida por Nascimento (2010).
4.2.2. Massa Média de Casca
A massa média da casca dos frutos sofreu interferência significativa pela
interação safra x doses. Os valores oscilaram de 94,34 a 121,29 g de massa média de
casca no início da safra, e de 97,47 a 122,39 g ao fim da safra (Figura 17). À medida
que a massa média de casca é maior, consequentemente o rendimento em polpa dos
frutos tende a ser menor, não atendendo as exigências do mercado consumidor.
33
Figura 17. Massa média da casca de frutos do maracujazeiro amarelo, no início (
___) e
fim da safra (---) em função das doses de biofertilizante bovino comum e
enriquecido quimicamente.
Para Campos et al. (2005), os frutos de maracujazeiro apresentam enrugamento
da casca devido ao processo de senescência, mesmo ainda quando a polpa está em boas
condições para consumo, sendo por este motivo desvalorizados. Algumas características
e propriedades da casca de maracujá reforçam a hipótese do seu uso na elaboração de
novos produtos. Pesquisas têm apontado alternativas de utilização da casca do maracujá,
tanto para a alimentação humana (LIRA FILHO, 1995; CÓRDOVA et al., 2005;
OLIVEIRA et al., 2002), quanto para animal (LOUSADA JÚNIOR et al., 2006).
4.2.3. Número de Sementes por Fruto
O número de sementes por fruto aumentou, independente do insumo orgânico,
com superioridade no inicio da safra. Os valores variaram de 338 a 424 sementes por
fruto (Figura 18). Esses valores se situam nas amplitudes de 343 e 402 sementes por
fruto observados por Rodrigues et al. (2008).
34
Figura 18. Número de sementes de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e fim da
safra.
Desde o início do século XXI, os mercados consumidores passaram a exigir
frutos com massa média entre 170 e 210g, de modo que o manejo proporcione a
produção de frutos com maior número de sementes, maior rendimento em suco e maior
teor de açúcar (MELETTI et al., 2002; MACORIS et al., 2006; RODRIGUES et al.,
2009).
4.2.4. Massa de 100 Sementes
A massa de 100 sementes, que é um parâmetro relevante no aspecto fisiológico
do fruto, apresentou valor de 2,20 g no início da safra, independentemente do uso de
biofertilizante bovino e das doses (Figura 19). Ao final da safra o valor médio foi de
1,74 g e representa uma perda de massa de 20,9% entre o início e fim da safra.
Comparativamente com Oliveira et al. (1980) os valores, em qualquer das amostragens
realizadas foram inferiores aos 2,8 g por 100 g de sementes avaliadas.
35
Figura 19. Massa de 100 sementes de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e fim
da safra.
4.2.5. Firmeza da Casca
A firmeza da casca, não respondeu aos efeitos da interação safra x doses, mas
exerceu influência pela ação isolada das doses dos biofertilizantes (Figura 20). Nesta
variável, os valores aumentaram até a dose máxima de 4%, chegando ao valor máximo
estimado de 12,31 N.
Figura 20. Firmeza da casca de frutos do maracujazeiro amarelo, em função das doses
de biofertilizante bovino comum e enriquecido quimicamente.
36
Nesse sentido, Natale et al. (2006), expressam a necessidade da adição da matéria
orgânica ou nitrogênio ou ambos simultaneamente para se produzir frutos de
maracujazeiro amarelo com firmeza de casca que suporte transporte dos frutos para
longas distâncias como discutido também por Rodrigues et al. (2008).
4.2.6. Comprimento de Frutos
O comprimento, ou diâmetro longitudinal dos frutos, respondeu estatisticamente
apenas ao efeito isolado da safra. Os valores oscilaram entre 94,16 e 90,32 mm, nos
frutos do início e fim da safra, respectivamente (Figura 21). Esses valores são inferiores
aos 100 mm obtidos por Campos et al. (2007) ao avaliarem o comprimento dos frutos
do maracujá amarelo no solo com biofertilizante bovino em covas com cobertura morta.
Figura 21. Comprimento de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e fim da safra.
Comparativamente, houve superioridade aos resultados de Araújo et al. (2008),
com amplitude de 75 a 79 mm na cultura com biofertilizante ao nível de 15 L planta-1
ano-1
aplicado ao solo.
4.2.7. Diâmetro de Frutos
O diâmetro dos frutos respondeu estatisticamente apenas ao efeito isolado da
safra. Os valores oscilaram entre 62,08 e 57,46 mm, nos frutos do início e fim da safra,
respectivamente (Figura 22). Os valores de diâmetro transversal foram inferiores à
37
variação de 74,0 mm a 79,0 mm, obtida por Santos (2004) em frutos de maracujazeiro
amarelo com biofertilizante simples aplicado no solo diluído em água na razão de 1:1 e
à amplitude de 65,0 a 78,0 mm por Rodrigues et al. (2008) em função de maracujá
amarelo com biofertilizante supermagro.
Figura 22. Diâmetro de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e fim da safra.
4.2.8. Rendimento em Polpa
No que se refere ao rendimento em polpa dos frutos, não se observou diferença
significativa entre o uso de biofertilizante e doses. O maior valor de rendimento em
polpa foi obtido nos frutos do início da safra com 42,46%, e menor ao fim da safra com
39,14% (Figura 23). Acrescenta-se que a redução do rendimento em polpa pode estar
associada ao aumento da massa de casca obtida ao fim da safra.
38
Figura 23. Percentagem de rendimento em polpa em frutos do maracujazeiro amarelo,
no início e fim da safra.
Esses valores são inferiores a média de 46,49% apresentada por Fischer et al.
(2007). Conforme Meletti et al. (2002), o rendimento em polpa admitido como
adequado, tanto para o consumo do maracujazeiro amarelo ao natural, como para
indústria, é superior a 50%
Dentre as variáveis (Tabela 8), os teores de sólidos solúveis (SS), relação sólidos
solúveis/acidez titulável (SS/AT), pH, clorofila total (CT) e carotenóides da casca (CT),
responderam aos efeitos da safra. A clorofila total da casca foi estatisticamente
influenciada pelos biofertilizantes e a sacarose (SAC), condutividade elétrica do suco
(CEs), vitamina C (VITA C) e os carotenóides da casca variaram com as doses de
qualquer insumo orgânico aplicado juntamente com a água de irrigação.
39
Tabela 8. Resumo das análises de variância, referentes aos sólidos solúveis (SS), pH, sólidos solúveis/acidez
titulável (SS/AT), sacarose (SAC), Acidez titulável (AT), glicose (GLIC), vitamina C (VITA C),
clorofila total (CT), carotenóides (CAROT) e condutividade elétrica do suco (CEs).
Fonte de
Variação GL
Quadrados Médios (Atributos Químicos)
SS pH SS/AT SAC AT GLIC VITA C CT CAROT CEs
Bloco 3 5,22* 0,16
** 2,27
** 6,53
ns 0,72
* 0,82
ns 214,60
** 0,45
** 0,03
** 1,78
**
Safra (S) 1 209,43**
0,24**
27,24**
1,77ns
0,12ns
16,33ns
11,81ns
0,51**
0,03**
0,09ns
Bio (B) 1 0,88ns
0,00ns
0,01ns
11,79ns
0,03ns
0,003ns
0,68ns
0,17* 0,00
ns 0,23
ns
Doses(D) 4 1,90ns
0,04ns
0,42ns
55,14**
0,07ns
4,60ns
21,36**
0,05ns
0,00* 1,28
**
S*B 1 0,27ns
0,01ns
0,04ns
1,20ns
0,00ns
0,05ns
0,00ns
0,02ns
0,00ns
0,01ns
S*D 4 2,22ns
0,02ns
0,24ns
0,82ns
0,00ns
7,66ns
0,02ns
0,00ns
0,00ns
0,05ns
S*B*D 4 0,20ns
0,01ns
0,02ns
2,54ns
0,00ns
3,25ns
0,00ns
0,00ns
0,00ns
0,02ns
Resíduo 61 1,66 0,02 0,53 9,76 0,20 5,48 4,82 0,03 0,00 0,07
Total 79 - - - - - - - - - -
CV (%) - 11,53 4,85 20,39 103,22 14,02 18,22 15,28 18,57 10,51 8,41
GL= grau de liberdade; Bio= biofertilizante; ns = não significativo; * e ** respectivamente significativos para p<0,05 e p<0,01; CV
= coeficiente de variação.
4.2.9. Sólidos Solúveis (ºBrix)
Os teores de sólidos solúveis dos frutos não responderam à ação dos diferentes
biofertilizantes e nem de suas respectivas doses, mas variaram significativamente entre
o início e final da safra. Os valores foram reduzidos de 12,78 para 9,54 %, entre os
frutos colhidos no início e final da safra (Figura 24). Esses valores são marcadamente
inferiores aos 15% admitidos como adequados ao mercado (MELETTI, 2011) e
inferiores também aos 13,3 e 12,4% obtidos por Rodrigues et al. (2008) e Cavalcante et
al. (2012), em maracujazeiro amarelo no solo fertilizado biofertilizante bovino comum
(esterco fermentado de bovino e água) e enriquecido quimicamente (esterco fermentado
de bovino, água, macro e micronutrientes) no solo sem e com adubação mineral.
40
Figura 24. Teores de sólidos solúveis de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e
fim da safra.
Ao relacionar os valores (Figura 24) percebe-se que do início para o final da
safra houve uma perda superior a 25% no teor de sólidos solúveis dos frutos. Esse
declínio é reflexo da redução da atividade fisiológica e nutricional ao longo do ciclo
produtivo das culturas, de colheita anual (TAIZ & ZEIGER, 2009).
4.2.10. pH do Suco
O pH do suco, ao contrário dos teores de sólidos solúveis (Figura 24) e da
relação sólidos solúveis/acidez titulável (Figura 26) aumentou de 3,07 para 3,18,
expressando aumento de 8,8% entre os frutos colhidos no início e final da safra. Os
valores de pH foram superiores aos valores médios de 2,92 apresentados por Coelho,
Censi e Resende (2010). Ao considerar que o aumento do pH expressa diminuição da
acidez (CHITARRA & CHITARRA, 2005; RODRIGUES et al., 2008), verifica-se
coerência entre os dados (Figura 25) com a redução da relação SS/AT (Figura 26) e o
aumento dos teores de sacarose (Figura 27).
41
Figura 25. pH do suco de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e fim da safra.
Polpas de frutos de maracujá amarelo com esses valores de pH são mais
apropriados para o consumo ao natural, na forma de suco, do que para o processamento
da polpa (CAMPOS et al., 2007).
4.2.11. Relação entre SS e AT - SS/AT
A acidez titulável não foi influenciada pela interação biofertilizante x doses dos
insumos x épocas de avaliação dos frutos (início ou final da safra), mas os valores da
relação sólidos solúveis/acidez titulável (SS/AT), de forma semelhante aos teores de
sólidos solúveis, variaram entre o início e final da safra. Os valores da relação que
expressa o sabor dos frutos decresceram de 4,16 para 2,99, (Figura 26). Frutos de
maracujá amarelo com os valores da relação SS/AT superior a 4,2 expressam sabor
muito bom e igual ou superior a 5,2 sabor excelente, como apresentado em Campos et
al. (2007).
42
Figura 26. Relação SS/AT de frutos do maracujazeiro amarelo, no início e fim da safra.
Apesar da redução do início para o final da safra com perda percentual no sabor
acima de 28%, os valores superam a variação de 2,5 a 2,9 apresentada por Fischer et al.
(2007) em sistema orgânico e convencional da cultura.
4.2.12. Sacarose
A sacarose dos frutos, exceto aos efeitos das doses dos respectivos
biofertilizantes bovino, não respondeu a nenhuma outra fonte de variação adotada.
Independentemente do tipo de insumo, os teores de sacarose aumentaram até o maior de
4,01% referente à dose máxima de 6,29% de qualquer insumo orgânico (Figura 27).
Figura 27. Percentagem de sacarose em frutos do maracujazeiro amarelo, em função
das doses de biofertilizante bovino comum e enriquecido quimicamente.
43
Pelos resultados, verifica-se que adição de doses de cada biofertilizante acima de
6,29% comprometeu o teor de sacarose dos frutos e conforme Chitarra & Chitarra
(2005) quando o acúmulo dos açúcares diminui há perda de qualidade dos frutos em
termos de sabor e de acidez.
4.2.13. Vitamina C
Os teores médios de vitamina C dos frutos inicialmente diminuiram com o
aumento das doses dos biofertilizantes atingindo o menor valor de 14,31 mg 100 mL-1
na menor dose 3,5% de qualquer um dos insumos orgânicos (Figura 28). A partir dessa
dose, os valores aumentaram, em função das doses dos insumos, de 14,26 até 15,65 mg
100 mL-1
. Comparativamente, esses valores superam os 13,19 mg 100 mL-1
apresentados por Raimundo et al. (2009).
Figura 28. Teores médios de vitamina C do suco, em frutos do maracujazeiro amarelo,
em função das doses de biofertilizantes.
A produção de vitamina C está relacionada aos açúcares nos frutos, das plantas,
em geral, inclusive do maracujazeiro amarelo, que sintetizam o ácido ascórbico a partir
de açúcares hexoses, D-glicose ou D-galactose (TAIZ & ZEIGER, 2009).
44
4.2.14. Clorofila Total da Casca
Os teores de clorofila total da casca dos frutos aumentaram de 0,93 para 1,09 mg
g-1
do início para o final da safra (Figura 29A), e de 0,96 para 1,05 mg g-1
nos frutos
colhidos das plantas tratadas com biofertilizante comum e enriquecido com gesso
agrícola, leite de vaca em lactação, MB4 e melaço de cana-de-açúcar (Figura 29B).
Figura 29. Teores médios de clorofila total da casca de frutos do maracujazeiro amarelo
no início e final da safra (A) e em função dos biofertilizantes bovino comum
e enriquecido quimicamente (B).
Alterações de cor nessa amplitude que ocorrem na casca do maracujá amarelo,
durante o amadurecimento do fruto, que passa do verde para o amarelo, estão
relacionadas aos processos de degradação de pigmentos, dentre eles a clorofila, a síntese
de pigmentos, os carotenoides e flavonóides (CHITARRA & CHITARRA, 2005).
4.2.15. Carotenóides da Casca
Os teores de carotenóides da casca foram influenciados do início para o final da
safra e com as doses de biofertilizantes. Os valores foram reduzidos de 0,28 para 0,24
mg g-1
do início para o final da safra, com perda de 14,3% (Figura 30A). Os teores de
carotenoides diminuíram com o aumento das doses dos biofertilizantes de zero até 5,5%
atingindo o menor teor de 0,253 mg g-1
(Figura 30B). Doses superiores a 5,5% de
biofertilizante estimularam o aumento dos teores de carotenóides.
A B
45
Figura 30. Carotenóides da casca de frutos do maracujá amarelo do início ao final da
safra (A) e em função das doses de biofertilizante bovino comum e
enriquecido quimicamente (B).
Os carotenóides são pigmentos de coloração que variam entre o amarelo claro e
o vermelho e se acumulam em cromoplastos de folhas, flores, frutos, raízes e sementes
(AGOSTINI COSTA, 2010).
4.2.16. Condutividade Elétrica do Suco
A condutividade elétrica, que expressa a concentração total de material
dissolvido no suco, aumentou com a adição dos biofertilizantes até a dose máxima
estimada de 5,3% do insumo referente ao maior valor de 3,17 dS m-1
(Figura 31). Esse
valor de condutividade elétrica expressa uma concentração total de 2,02 g L-1
de solutos
dissolvidos no suco e o comportamento dos dados está coerente com o apresentado por
Dias et al. (2011) em que os teores de sólidos solúveis aumentaram com a
condutividade elétrica do suco de maracujá amarelo.
A B
46
Figura 31. Condutividade elétrica do suco em frutos do maracujazeiro amarelo, em
função das doses de biofertilizante bovino comum e enriquecido
quimicamente.
47
5. CONCLUSÕES
O diâmetro caulinar, número de ramos produtivos, número de frutos por planta,
massa média de fruto, produção por planta e produtividade, foram afetados pela
interação entre o biofertilizante x níveis do insumo orgânico.
O biofertilizante comum promoveu um maior crescimento de diâmetro caulinar
das plantas de maracujazeiro, bem como um desenvolvimento mais rápido da haste
principal e consequentemente dos ramos laterais.
A redução do número de frutos por planta causou um incremento na massa média
dos frutos de maracujazeiro amarelo.
Exceto nos teores de clorofila total, os diferentes biofertilizantes não interferiram
nos atributos físicos e químicos dos frutos.
A qualidade dos frutos foi influenciada pela safra, os frutos no início da safra
apresentaram melhores características físico-químicas.
48
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